Perfil de Praticantes de Treinamento Funcional de Campo Grande/MS
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ARTIGO ORIGINAL
Perfil de praticantes de treinamento funcional de Campo Grande/MS
Functional training practitioners’s profile of Campo Grande/MS
Gildiney Penaves de Alencar*, José Luiz de Oliveira Marin**, Leonardo Emmanuel Medeiros
Lima***, Cauê Vazquez La Scala Teixeira****
Resumo
O treinamento funcional é um conceito de treinamento que tem crescido em popularidade,
porém são escassos estudos analisando o perfil do público praticante. O objetivo deste estudo
foi verificar o perfil de praticantes de treinamento funcional na cidade de Campo Grande/MS.
Trata-se de uma pesquisa descritiva e de corte transversal. Participaram do estudo 114
pessoas, sendo 24 homens e 90 mulheres com idade variando entre 14 e 65 anos (34,0 ± 11,9),
todos praticantes de treinamento funcional na referida cidade. Para a coleta dos dados foi
utilizado questionário semiestruturado online contendo 17 questões. Pode-se observar que
98,25% dos entrevistados não fumavam. Dos 114 sujeitos, 79,82% eram totalmente saudáveis
e 20,18% relataram pelo menos algum tipo de restrição médica. Quanto ao tempo de prática, a
maioria deles treinava em torno de 1 a 6 meses (45,61%) com frequência semanal de 3 dias
(35,97%). Em relação ao local, o mais utilizado era a academia (75,44%) seguida dos parques
(15,49%). Dentre os motivos e objetivos, os que mais apareceram foram saúde com 80,70%
das respostas, estética com 54,39% e lazer com 20,18%. Embora a maioria dos praticantes de
treinamento funcional sejam mulheres, saudáveis, com objetivos relacionados à promoção de
saúde e com perfil motivacional elevado, há uma grande heterogeneidade quanto à idade,
tempo de prática na modalidade, prática de outras modalidades complementares, além da
presença de sujeitos com certas patologias. Esses dados, além de auxiliarem os treinadores no
desenvolvimento de programas mais específicos, podem servir como incentivo ao
desenvolvimento de pesquisas com perfis específicos de público, no intuito de melhor elucidar
os efeitos do treinamento funcional nessas populações.
Palavras-chave: exercício, exercícios em circuitos, educação física e treinamento.
Abstract
Functional training is a training concept increasing in popularity, but there are few studies
analyzing the profile of the practicing public. The objective of this research was to verify the
profile of practitioners of functional training in the city of Campo Grande, Mato Grosso do Sul,
Brazil. This is a descriptive and cross-sectional study. A total of 114 people participated in the
study, 24 men and 90 women, ranging from 14 to 65 years (34.0 ± 11.9), all practicing functional
training in the city. For data collection, a semi-structured online questionnaire containing 17
questions was used. It can be observed that 98.25% of the interviewees did not smoke and only
17.5% were smokers. Of the 114 subjects, 79.82% were totally healthy and 20.18% reported at
least some type of medical restriction. Most of them trained around 1 to 6 months (45.61%) 3
times a week (35.97%). In relation to the place, the most used is the gym (75.44%) followed by
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício 2018;17(2):80-85 81
the parks (15.49%). Among the reasons and objectives, the ones that appeared the most were
health with 80.70% of the answers, aesthetics with 54.39% and leisure with 20.18%. Although
the majority of functional training practitioners are women, healthy, with health promotion
objectives and with a high motivational profile, there is a great heterogeneity regarding age,
time of practice in the modality, practice of other complementary modalities, besides the
presence of subjects with certain pathologies. These data can help the coaches in the
development of more specific programs and serve as incentive to the development of studies
with specific profiles of public, in order to better elucidate the effects of the functional training in
these populations.
Key-words: physical exercise, circuit-based exercise, physical education and training.
Introdução
Material e métodos
Os testes estatísticos foram realizados por meio do programa Graphpad Prism 6.0 e os
resultados expressos em distribuição percentual e absoluta.
Resultados
De acordo com as análises, observou-se que 98,25% (n = 112) dos entrevistados não
fumavam e somente 1,75% (n = 2) eram tabagistas. Buscou-se também avaliar a presença de
algum tipo de doença e observou-se que 79,82% (n = 91) não relataram doenças, enquanto
20,18% (n = 23) informaram pelo menos alguma doença ou restrição médica.
Percebe-se que, dentre os 23 indivíduos que possuem algum tipo de doença, 10 deles
apresentaram doença cardiovascular ou hipertensão arterial, representando 10,53% do total de
114 indivíduos.
Quando analisados os dados sobre o tempo de prática do TF, constata-se que a
maioria deles (n = 52) treinava em torno de 1 a 6 meses (45,61%) seguidos de 33 pessoas
(28,95%) que praticavam de 1 a 2 anos, com frequência semanal bastante variável, e 41
indivíduos (35,97%) apresentavam uma frequência de treino semanal de três dias e 26
(22,81%) praticavam cinco dias na semana.
Em relação ao local de treinamento, verifica-se que o mais utilizado pelos participantes
era a academia, com 87 indivíduos (75,44%), seguidos de 18 pessoas que praticavam o TF
nos parques de Campo Grande (15,49%).
Dentre os motivos e objetivos com a prática do TF, nota-se que muitos praticantes
assinalaram uma ou mais repostas, sendo os que mais apareceram foram saúde, com 92
respostas (80,70%), estética com 62 participações (54,39%) e lazer com 23 respostas
(20,18%).
Neste estudo, além de avaliar os aspectos envolventes na prática do TF, buscou-se
avaliar também se os participantes têm alguma experiência com outras modalidades de
exercício físico e constatou-se que 78 entrevistados (68,42%) praticam outro tipo de exercício
físico além do TF e 36 pessoas (31,58%) não têm nenhuma outra prática. Dos 78 indivíduos
que praticavam outra modalidade, verificou-se que 34 (43,59%) fazem musculação, 33 (42,31%)
praticavam corrida e os demais praticavam atividades variadas, como a zumba, natação e
ciclismo.
Os participantes também foram indagados quanto ao nível de motivação para a prática
do TF e de outras modalidades que praticam em paralelo ou que já praticaram, e constatou-se
que no TF eles têm mais motivação, como apresentado na tabela a seguir:
Discussão
Conclusão
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