Atuação Do Fisio Na Atenção Básica

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1.

O que caracteriza a atuação do fisioterapeuta na Atenção Básica à Saúde


Uma das competências gerais da Fisioterapia, assim como das demais profissões da saúde, é a atenção
básica em saúde, a partir da qual ultrapassa o modelo individualista consoante ao novo paradigma de saúde,
definido nas políticas públicas de saúde do país constituindo assim a integralidade
Historicamente, o profissional Fisioterapeuta é visto como um assistente no nível de atenção terciário tendo
um modelo tradicional de atuação centralizado nas áreas curativas e reabilitadoras, voltadas para o modelo
assistencial. Este paradigma foi instituído, devido os aspectos de ordem político-econômicos e
organizacionais. Todavia, sabe-se que quando inserido na atenção primária pode ser um profissional de
grande valia nas ações de promoção de saúde, prevenção de doenças e educação em saúde.
O fisioterapeuta, atuando de forma integrada à equipe, é capaz de planejar, implementar, controlar e
executar políticas em saúde pública, tendo uma ação integral em todas as fases do ciclo de vida do
indivíduo, dando assistência integral ás famílias, desde a criança até o idoso.
Os Fisioterapeutas inseridos na ESF, instituídos na Unidade Básica de Saúde (UBS) podem realizar diversas
atividades individual ou em grupos como: grupos de gestantes, grupos de postura, grupos de mãe de crianças
com infecção respiratória aguda, grupo de prevenção de inaptidão em hanseníase, grupo de mães com filhos
com problemas neurológicos, grupo de idosos, proceder na saúde da criança, atendimento individual,
estimulação necessária em crianças com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, trabalho nas creches,
reeducação postural global, restabelecer cuidadores dentro do ambiente familiar de orientação à saúde,
trabalhadores vítimas de acidentes de trabalho e de doenças do trabalho (lesões por esforços repetitivos -
LER/doença osteomuscular relacionada ao trabalho - DORT), crianças em idade escolar sob riscos
ergonômicos das escolas, diabéticos e hipertensos, pacientes acamados e usuários de prótese e órtese.
A participação da Fisioterapia na saúde coletiva compõe-se em uma contribuição imperativa que pode
viabilizar maior decisão junto a outros profissionais. Sua integração às equipes compreende a idéia de criar
pontos de interseção, facilitando e incentivando a adoção de medidas que conformem um olhar e uma
prática integral da saúde (REZENDE et al., 2009; NAVES; BRICK, 2011).
A atuação deve ocorrer, preferencialmente, no âmbito coletivo, com o envolvimento e a participação da
população. E as ações devem ser articuladas com diversos setores da sociedade e dos governos, com ênfase
na reversão dos determinantes e condicionantes sociais da saúde (BISPO JUNIOR, 2010).
Para a identificação e acompanhamento de problemas que necessitam de atenção contínua, ação sobre um
território específico para serem colocadas em prática as ações promocionais, preventivas, curativas e
reabilitadoras, a Fisioterapia deve obter interação com outros campos da área de saúde, como a vigilância 40
sanitária, vigilância epidemiológica, vigilância nutricional, vigilância à saúde do trabalhador e vigilância
ambiental
De de que maneira esta atuação se diferencia dos outros níveis de atenção?
Uma grande possibilidade de atuação da Fisioterapia na Atenção básica de Saúde (ABS) são os trabalhos
com grupos, tendo como estratégia atender uma grande demanda e a motivar à adesão e continuidade do
tratamento; o atendimento domiciliar que é imprescindível, pois é nesse nível de atenção que visualizamos a
realidade das pessoas, podendo ser realizado abordagens educativas ao paciente e seus familiares; e a
orientação postural, como um meio de prevenção visando à manutenção da saúde
Em nível terciário, por exemplo, a atenção precisa ser feita de forma exclusivamente individual e de maneira
mais complexa, diferentemente da atenção primária que realiza atividades mais simples e práticas.
2.Quais as principais diferenças entre a atuação do fisioterapeuta em uma Equipe de Saúde da
Família e no NASF-AB?

Conforme o Caderno de Atenção Básica, o NASF-AB organizará o seu processo de trabalho conjuntamente
com as equipes de ESF e/ou Equipes de Atenção Básica.De acordo com esta definição, percebemos que as
equipes NASF-AB e ESF precisam trabalhar juntas de forma integrada para alcançarem os objetivos
propostos pela PNAB3 .

As equipes do NASF-AB e da ESF têm como responsabilidade central atuar e reforçar a


interdisciplinaridade, a intersetorialidade, a educação popular, a integralidade, o controle social, a educação
permanente em saúde, a promoção da saúde e a humanização3 .

As reuniões de matriciamento são o espaço para que esta proposta de reforço das diretrizes e a integração
entre as equipes sejam realizadas, no entanto ainda não é o que acontece mesmo sendo este ponto
preconizado pela diretriz ministerial, por se tratar de educação permanente este espaço para discussões ainda
é pouco aproveitado, são reuniões rápidas que por muitas vezes só realizam o levantamento de demandas de
atendimento.

Na equipe de saúde da família

A inserção do fisioterapeuta nos serviços de atenção primária à saúde é um processo em construção,


associado, principalmente, à criação da profissão, rotulando o fisioterapeuta como reabilitador, voltando-se
apenas para uma pequena parte de seu objeto de trabalho, que é tratar a doença e suas seqüelas. Essa lógica
de conceitualização, durante muito tempo, excluiu da rede básica os serviços de fisioterapia, acarretando
uma grande dificuldade de acesso da população a esse serviço e impedindo o profissional de atuar na
atenção primária.

Além do tratamento ambulatorial, os fisioterapeutas realizam pronto-atendimentos de baixa complexidade,


principalmente em crises álgicas osteomioarticulares, diminuindo assim a sobrecarga das consultas médicas;
atendimentos domiciliares, que compreende em avaliações, atendimentos, orientações no ambiente de
convívio familiar, visando assim à integralidade tanto do indivíduo quanto de sua família; palestras
formativas e informativas aos grupos de hipertensos, diabéticos, de portadores de lombociatalgia (grupo este
formado pelos pacientes em tratamento fisioterapêutico) e grupos de prevenção, onde se realizam
orientações para correção postural e para atividades físicas; acompanhamento aos grupos de atividades
físicas na terceira idade (aferindo a pressão arterial, orientando exercícios físicos) e aos grupos de atividades
desportivas, como os atletas de equipes municipais de esportes.

No NASF-AB

O NASF é composto por uma equipe multiprofissional, que atua juntamente com os profissionais da
Estratégia Saúde da Família (ESF), compartilhando técnicas em saúde, junto à população vinculada às
unidades de Atenção Básica (UAB ou UAPS) 2

Como possível componente das equipes do NASF-AB, o fisioterapeuta insere-se nesta modalidade de
serviço desempenhando práticas voltadas ao planejamento, coordenação e supervisão dos serviços de
promoção da saúde e prevenção de agravos, não se limitando à abordagem reabilitacional4 . Contudo, sua
inserção na equipe apresenta alguns obstáculos, principalmente aqueles derivados da procura de serviços
fisioterapêuticos de urgência5 , o que deprecia o seu esforço em práticas de promoção a saúde

Atuação no NASF-AB

Atendimento Domiciliar: É voltado para orientação às famílias, ainda que o atendimento, em si, exista.
Como o profissional não possui disponibilidade para realizar várias sessões seguidas com os pacientes em
domicílio, a família é treinada por esse profissional para realizar as atividades com o paciente em curto
período de tempo.

Atendimento em Grupo:

3.De que maneira a Lei No. 14.231, de 28 de outubro de 2021 (“Inclui os profissionais fisioterapeuta
e terapeuta ocupacional na estratégia de saúde da família”) impacta as questões “a” e “b”?

A lei diz que os profissionais fisioterapeuta e terapeuta ocupacional devem integrar a estratégia de saúde da
família, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

Parágrafo único. Caberá ao gestor do SUS de cada esfera de governo definir a forma de inserção e de
participação dos profissionais especificados no caput deste artigo na estratégia de saúde da família, de
acordo com as necessidades de saúde da população sob sua responsabilidade.

Essa lei fala justamente da inclusão dos fisioterapeutas na estratégia de saúde da família, tendo em vista que
antes o fisioterapeuta era visto apenas como um profissional reabilitador até mesmo pelos próprios
profissionais.

A população ganha, pois terão profissionais capacitados para tratar de problemas que antes não recebiam
uma atenção tão prioritária e a saúde ganha, de certa forma.

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