PPS - Estudo de Caso - Redes de Atenção Caso Sergio

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CASO SÉRGIO BRITO – MENOS PRESSÃO, MAIS SAÚDE!

OBJETIVOS

Ao final você deverá ser capaz de:

1. Compreender os elementos que constituem uma rede de atenção à saúde e o


papel da Atenção primária no ordenamento da rede e na coordenação do
cuidado.
2. Compreender sistemas de apoio (sistema de apoio diagnóstico e terapêutico,
sistema de assistência farmacêutica e sistema de informação em saúde).
3. Discutir a conformação e o processo de trabalho da Estratégia de Saúde da
Família frente ao cuidado da pessoa com Hipertensão.
4. Identificar as atribuições de cada membro da ESF no cuidado ao paciente
portador de hipertensão.

Sérgio Brito, mais conhecido como Serjão, tem 35 anos, é casado com Rita, de 29 anos, e tem uma
filha, Michelle, de quatro. Após um longo período desempregado, iniciou, há dois meses, o seu
atual trabalho como operador de máquinas pesadas, em uma mineradora. Serjão aceitou o
trabalho em período noturno, da 00h às 8h, por sentir-se com poucas opções de outros tipos de
trabalho e por que esse lhe renderia um pouco mais.

Há aproximadamente um mês, Sérgio vem sentindo insônia, irritabilidade, e muita dor de cabeça.
A princípio, não se preocupou, mas sua mulher e sua mãe insistiam que deveria ir ao Hospital, que
era só ele ir bem cedo e pegar um número, que talvez conseguisse ser atendido.

Na manhã de quinta-feira, após uma noite longa de trabalho, Sérgio decidiu ir ao Hospital São
Bento, que fica localizado próximo a mineradora. Ao chegar observou que havia fila para um
primeiro atendimento, esperou. Mas após responder um questionário, recebeu da enfermeira um
papel de referência, dizendo que não seria atendido ali, e que estava lhe encaminhando para um
posto de saúde próximo a sua casa.

Serjão foi para casa mais irritado :

- Rita, não te falei , fiquei esperando um tempão só para a mocinha lá do Hospital, dizer que era
para ir no postinho que fica ali na Rua 1. E pega uma cervejinha ai, to precisando!
Rita: - Calma “homi”, a gente vai lá! Há um tempo atrás veio um rapaz lá do posto aqui, para fazer
um cadastro, estava muito “atrapaiada” , não entendi bem o que era , aí, não fiz. E agora?

- ATIVIDADE 1 –
Objetivo: Compreender os elementos que constituem uma rede de atenção à saúde e o papel da Atenção primária no
ordenamento da rede e na coordenação do cuidado.

APROFUNDANDO CONHECIMENTOS:

Os sintomas que Sergio vem sentindo lhe causaram dúvidas quanto a qual local de saúde buscar atendimento.
Por sugestão de sua esposa foi ao Hospital próximo ao seu trabalho.

Sabemos que apesar de existência de Lei e de normas reguladoras a assistência a saúde precisa universalizar a
prática de definição prévia de local para atendimento, ou seja, de encaminhamento e vinculação do usuário no
âmbito do SUS, garantido pela a estruturação de Redes de Atenção a Saúde.

Baseado na escolha do paciente e no contexto descrito acima, descubra como as Redes de Atenção à Saúde
são definidas .

Consulte:
(APRESENTAÇÃO PPT : Redes de atenção/ Portaria Nº 4.279)

Como vimos a atenção primária à saúde, na perspectiva das redes de atenção à saúde, deve cumprir três
funções essenciais que lhe imprimem a característica de uma estratégia de ordenação dos sistemas de atenção à
saúde: a função resolutiva de atender a 85% dos problemas mais comuns de saúde; a função ordenadora de
coordenar os fluxos e contra fluxos de pessoas, produtos e informações nas redes; e a função de
responsabilização pela saúde da população usuária que está adscrita, nas redes de atenção à saúde, às equipes
de cuidados primários.

Estruturar uma Rede de Atenção a Saúde é promover a integração sistêmica de ações e serviços de saúde com
provisão de atenção contínua, integral, de qualidade, responsável e humanizada, bem como incrementar o
desempenho do Sistema em termos de acesso, equidade, eficácia clínica e sanitária e eficiência econômica.
.

Para aprofundar sobre este assunto, segue leitura complementar. Clique aqui!
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/2b_221210.pdf

No dia seguinte, após retornar do trabalho, com o encaminhamento na mão, Serjão foi até a
Unidade de Saúde de Piratininga, próxima a sua casa. Lá, solicitaram-lhe que informasse seu
endereço, e Sérgio foi orientado que seria acompanhado pela Equipe de Saúde Sol. A enfermeira
Simone, que estava no acolhimento lhe questionou:

Enfª Simone: - Sergio, pelo que estou verificando, o senhor veio encaminhado por conta de dor de
cabeça é isto?

Sergio : - Sim moça, estou sentindo isso frequentemente! Fui até ao hospital, mas não quiseram
me atender, ai me deram este papel.

Enfª Simone: - Pelo que vi, o senhor não tem cadastro na unidade, não é? – Disse a enfermeira,
procurando seu cadastro no prontuário eletrônico.

Sergio : - É ...a minha mulher , não fez porque não sabia para que que servia.
Enfª Simone: - Bom, vou agendar uma visita em sua casa com seu agente comunitário, o nome
dele é Carlos. Ele irá precisar dos documentos e de informações de todos que moram com você,
ok?!

Sergio : - Certo, só quero ficar bom! Esta dor está tirando meu sono e ando muito nervoso
também!

- ATIVIDADE 2 –
Objetivo: 2. Compreender sistemas de apoio (sistema de apoio diagnóstico e terapêutico, sistema de assistência
farmacêutica e sistema de informação em saúde)

Baseado na história , percebe-se que os registros dos usuários da Unidade de Saúde de Piratininga são
realizados com prontuário eletrônico e que uma das formas de comunicação entre os serviços de saúde
ocorre por meio da ficha de referencia e contra referência.

Um dos processos mais complexos na construção dos sistemas de saúde é a articulação entre os
pontos de atenção. A integração e a coordenação da rede a partir da APS requer mecanismos de
gestão para que a Saúde da Família seja capaz de coordenar o cuidado na rede de atenção.

Percebe-se que no território onde Sérgio mora, a Rede de Saúde já apresenta alguma articulação, pois há
comunicação entre os pontos de apoio, quando o hospital encaminha o usuário para a unidade básica de saúde.
Além disto, o sistema logístico da unidade já possui prontuário eletrônico. Este é um claro exemplo de que de fato,
que para o para se estabelecer uma rede de atenção em saúde deve-se pensar em vários componentes , a fim do
usuário obter acesso, e qualidade de serviço.

Conheça mais sobre a conformação de uma rede de atenção e seus sistemas de apoio essenciais para a
estruturação de uma rede.
CONSULTE: APRESENTAÇÃO REDES DE ATENÇÃO.
Identifique no seu município como está a rede de cuidados a pessoas com doenças e crônicas e o que poderia ser
feito para melhorar.
Leia mais sobre Território Integrados de Atenção à Saúde (TEIAS), e confira a constituição das Estrutura das TEIAS,
suas ações e serviços e sistema logísticos propostos, Página 24.
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/documento_redes_versao_out2010.pdf

Para aprofundar o tema siga as referências abaixo:

Atualmente, percebemos a criação de várias redes no âmbito nacional, como exemplo a Rede Cegonha, leia no
MANUAL PRÁTICO PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA REDE CEGONHA e entenda todo o processo de criação de uma
rede de atenção : www.saude.mt.gov.br/arquivo/3062

Leia no livro INOVAÇÃO NOS SISTEMAS LOGÍSTICOS: da pag 67 á 85 .


http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/sistemas_logisticos_livro.PDF;

Enfª Simone: – Há quanto tempo você está sentindo esses sintomas?

Sérgio: – Ah , sei lá... tipo uns 30 dias, mais ou menos.

Simone: – Teve febre?

Sérgio: – Não.

Simone: – Tosse?

Sérgio: – Não.

Simone: – Diarréia?

Sérgio: – Não.
Simone: – Sérgio, sente-se aqui e vamos ver seus dados vitais.

Após mensurar os dados vitais de Sérgio, Simone retorna à conversa, com jeito de quem
não gostou do que encontrou.

Simone: - Sérgio, você está com a pressão alterada, está 140X85 agora.

Sérgio: Que isso Drª !Nunca tive nada! Isto é grave?

Simone:- Sérgio, preciso que volte ao posto para verificarmos esta pressão mais vezes. Após
realizar isto, marcaremos uma consulta com a Dra. Laís. Além disso, o senhor esta um pouco acima
do peso, para sua altura!

Sérgio: – Quando preciso vir?

Simone: – Bom Sérgio, preciso que venha pelo menos mais 3 x nesta semana em horários
diferentes. Vou agendar a sua consulta com Dra Laís daqui há 15 dias, ok? Não esqueça que o
ACS Carlos visitará a sua casa para cadastrar vocês.

Sérgio: – Hummm, sei...

Para Sérgio a noite de trabalho foi angustiante: o que era um dor de cabeça, agora se tornara
também a temida “pressão alta”. Sérgio, que até então se sentia um “touro”, passou a lembrar-se
de seus parentes que sucumbiram com esse problema: do avô Quinzinho, que faleceu aos 85 anos,
de AVC; de sua mãe Jandira, que tomava remédio para pressão “todo dia”, e seu tio Jurandir, irmão
de Jandira, que falecera aos 50 anos de “infarto fulminante”. É… Agora, Sérgio estava realmente
preocupado.

CURVA PRESSÓRICA Conforme proposto pela Enfª Simone,


09 / 08 / 2012 8h (CONSULTA) 140 x 85 mmHg Sérgio verificou a pressão arterial na
10 / 08 / 2012 14h (PSF) 135 x 90 mmHg
12 / 08 / 2012 10h (PSF) 145 x 95 mmHg unidade em 3 dias diferentes, além de
13 / 08 / 2012 18h(AMPA/ CASA) 140 x 80 mmhg realizar o AMPA (Automedida da pressão
14 / 08 / 2012 16h (PSF) 150 x 90 mmHg
arterial)

DICAS Não deixe de conferir em Dicas, todo o procedimento


Procedimentos recomendados para a necessário para verificar uma pressão arterial de forma
medida da pressão arterial
Leia passo-a passo as recomendações adequada, incluído as recomendações pré-procedimento.
necessárias para uma aferição correta

http://publicacoes.cardiol.br/consens
o/2010/Diretriz_hipertensao_associa
dos.pdf (Cap. 2 /tabela 2: pág 5)
_______________________________

Assista no vídeo a técnica para aferir


uma pressão arterial corretamente
Vídeo://www.youtube.com/watch?v=
UJlQ3gzNwro
No dia da consulta agendada para a Drª Lais, após mais uma longa noite de trabalho e depois de
tomar seu café da manhã habitual, lá estava Serjão novamente. Agora, uma “suadeira louca”
tomava conta de suas mãos, e seu estômago parecia não caber mais na barriga. Foi chamado pelo
Dra. Laís, que até então ele não conhecia.

- ATIVIDADE 4 –
Objetivo: Conceituar hipertensão arterial e compreender seu rastreamento e diagnóstico.

Após a consulta da Drª Laís, entendemos que a medida adequada da pressão arterial (PA) é o elemento chave
para o estabelecimento do diagnóstico da HAS.
Consideram-se hipertensos indivíduos maiores de 18 anos, com níveis pressóricos iguais ou acima de 140 (PAS)
e/ou 90 (PAD) mmHg em duas medidas, com uma semana de intervalo, isto é, uma medida para rastreamento e
outra para confirmação.

Sergio realizou medidas da pressão arterial no consultório e uma medida residencial da pressão arterial (AMPA) ,
que foram ferramentas diagnósticas de grande utilidade.

Portanto, é preciso ter cautela antes de rotular alguém como hipertenso, tanto pelo risco de um diagnóstico falso-
positivo, como pela repercussão na própria saúde do indivíduo e o custo social resultante. Baseado nos registros
das aferições , Sergio foi classificado como Hipertenso Estagio 1 .

Leia mais sobre diagnóstico e classificação da Hipertensão, e entenda quais os fatores de risco devem ser
discriminados, como identificar lesões de órgão-alvo e s condições clínicas associadas. Esta informação levará
você a calcular o risco cardiovascular global do indivíduo e a determinar qual a conduta terapêutica recomendada.

Acesse o link abaixo. Leia o Capitulo 2 da pagina 11 á pagina 17 .


http://www.saude.al.gov.br/sites/default/files/VI_Diretrizes_Bras_Hipertens_RDHA.pdf

Sabemos que em indivíduos sem diagnóstico prévio e com níveis de PA elevada em uma aferição, recomenda-se repetir a
aferição de pressão arterial em diferentes períodos, antes de caracterizar a presença de HAS. A aferição repetida da pressão
arterial em dias diversos em consultório é requerida para checar a pressão usual e reduzir a ocorrência da “hipertensão do
avental branco”, que consiste na elevação da pressão arterial ante a simples presença do profissional de saúde no momento da
medida da PA.

Confira as tabelas utilizadas para classificação, de acordo com a VI Diretriz Brasileira de Hipertensão
arterial:

CONTINUAÇÃO DA ATIVIDADE 4
É importante está atento para o risco de hipertensão secundária (HAS-S), que não seria o caso de
Sérgio. Pela sua baixa frequência (3-5%) deve ser investigado em situações específicas. Antes de se
investigarem causas secundárias de HAS deve-se excluir:
• medida inadequada da PA;
• hipertensão do avental branco;
• tratamento inadequado;
• não-adesão ao tratamento;
• progressão das lesões nos órgãos-alvos da hipertensão;
• presença de comorbidades;
• interação com medicamentos.
As situações em que se deve investigar a possibilidade de HAS-S, assim como as principais causas,
estão na tabela 1 da página 36 das VI Diretriz Brasileira de HAS.
http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2010/Diretriz_hipertensao_associados.pdf

Desde a última consulta. Rita, sua esposa, se esmerou em reduzir o sal da dieta e em estimular
Sérgio a iniciar suas caminhadas (sem sucesso). Quanto ao álcool, Sergio conseguiu diminuir a
quantidade de doses/ dia, porém todos os dias, ia até o bar do seu Joaquim para conversar com os
amigos, na hora do almoço.

Após um mês, Sérgio volta à unidade. Antes da consulta com a Drª Lais, conforme o protocolo da
unidade, Sérgio passa pela consulta com a Enfermeira Simone para avaliar seu risco cardiovascular.

CONSULTA ENFERMAGEM
Enfª Simone: _ Olá Sérgio! Tudo bem?

Sérgio: Tentando melhorar, né? A dor de cabeça ainda aparece de vez em quando.

Enfª Simone: _ Hoje, iremos avaliar seus fatores de risco, o que vai ajudar na investigação da
pressão alta, ok? Estou vendo seu prontuário: o senhor está vindo na unidade e vejo os registros
de sua pressão.

Após muita conversa e procedimentos, a enfermeira registra os dados no prontuário:

DICAS :
EXAME FÍSICO DE ENFERMAGEM
Classificação do Estado nutricional:
 Altura: Peso: 1,65cm / 75 kg IMC: 27,1 (sobrepeso) http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cade
 Circunferência abdominal: 106 cm rnos_ab/abcad12.pdf(Capitulo 5 – pág 29
 Pulso: 82bpm (cheio e irregular) á 34 )
 PA: 140 x 95 mmHg
Como verificar circunferência
 Mucosas: NDN (normocoradas) abdominal?
https://www.youtube.com/watch?v=--YSQNIHZO0
ANTECEDENTES FAMILIARES
 Avô diabético e hipertenso (falecido de AVC).
 Mãe hipertensa e morreu de infarto aos 76 anos.
 Tio que falecera aos 50 anos de “infarto fulminante”

Sendo identificados os seguintes fatores de risco:

1. História familiar de hipertensão arterial (pai), inclusive com complicação vascular. .


2. Alcoolismo.
3. Sedentarismo.
4. Sobrepeso - IMC = 27,1.
5. Estresse.
6. Hábitos alimentares, como consumo de sal (?)
7. Dislipidemia (?)

_ Bom, seu Sérgio, são muitos os fatores que estão favorecendo o aumento de sua pressão! Temos
que mudar hábitos, certo?!

_ Eh mesmo, a Drª Lais também me recomendou muitas coisas ...

- ATIVIDADE 4 –
Objetivo: Descrever os fatores de risco para o desenvolvimento da hipertensão arterial.

Após o diagnóstico de HAS, partimos para a decisão terapêutica, sendo necessária a


estratificação de risco cardiovascular global, a qual por sua vez levará em conta, além
dos valores de PA, a presença de fatores de risco adicionais, as lesões em órgãos-alvo
e a presença de doenças cardiovasculares.

Entretanto, Drª Lais optou por abordar as mudanças no estilo de vida em relação ao Seu Sérgio, antes de
estratificar seu risco. Em sua primeira consulta, as orientações estiveram relacionadas à (ao):
1. Controle de peso –orientação alimentar e redução do consumo de sal;
2. Exercícios físicos, de preferência aeróbicos, de no mínimo 30 minutos, 5 vezes por semana;
3. Evitar consumo de álcool;
4. Controle do estresse psicossocial.

O tratamento não-farmacológico constitui um dos pilares do tratamento da hipertensão


arterial e auxilia na abordagem dos indivíduos que apresentam níveis pressóricos
classificados como normais altos prevenindo o desenvolvimento da doença
hipertensiva. A resposta ao tratamento não-farmacológico demanda maior período de
tempo e participação efetiva do paciente seguindo as orientações médicas.

Diante disto, não deixe de ver como orientar seu paciente quanto a mudanças de estilo de vida.

Leia “Tratamento não medicamentoso e abordagem multiprofissional” no Cap .5, pág 25 á 30 (VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensão, 2010)
http://www.saude.al.gov.br/sites/default/files/VI_Diretrizes_Bras_Hipertens_RDHA.pdf

CONTINUAÇÃO DA ATIVIDADE 4.
VEJA NA TABELA ABAIXO O IMPACTO ESPERADO DAS INTERVENÇÕES NÃO FARMACOLÓGICAS NO
CONTROLE PRESSÓRICO. INFORMAÇÃO IMPORTANTE PARA O MONITORAMENTO DA
IMPLEMENTAÇÃO DA MUDANÇA DO ESTILO DE VIDA EM CADA PACIENTE.
Tabela 1. Algumas modificações de estilo de vida e redução aproximada da pressão arterial
sistólica*
Modificação Recomendação Redução aproximada
na PAS**
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal PA5 a 20 mmHg para
(índice de massa corporal entre 18,5 a 24,9 kg/m2) cada
10 kg de peso
reduzido
Padrão alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos 8 a 14 mmHg
com baixa densidade
calórica e baixo teor de gorduras saturadas e totais.
Adotar dieta DASH
Redução do Reduzir a ingestão de sódio para não mais que 2 g 2 a 8 mmHg
consumo de sal (5 g de sal/dia) = no máximo 3 colheres de café rasas
de sal = 3 g + 2 g de sal dos próprios alimentos
Moderação no Limitar o consumo a 30 g/dia de etanol para os 2 a 4 mmHg
consumo de homens e 15 g/dia para mulheres
Álcool
Exercício físico Habituar-se à prática regular de atividade física 4 a 9 mmHg
aeróbica, como caminhadas por, pelo
menos, 30 minutos por dia, 3 vezes/semana, para
prevenção e diariamente para tratamento

* Associar abandono do tabagismo para reduzir o risco cardiovascular.


** Pode haver efeito aditivo para algumas das medidas adotadas.
Adaptado: VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, 2010.

Enfª Simone: _ Vejo que o Senhor já realizou exames?


EXAMES:
COLESTEROL TOTAL: 240 mg/dl
Sérgio:_ É... foram pedidos na primeira consulta com a
HDL : 49 mg/dl
médica!
TRIGLICERIDEOS: 140 mg/dl
GLICEMIA EM JEJUM: 103 mg/dl
Enfª Simone _ Que ótimo! Assim já vamos estratificar
CREATININA: 1,0 mg/dl
seu risco cardiovascular.
POTÁSSIO – 4,1 mEq/l
EXAME DE URINA: normal.
Sérgio:_ Que isso?
ELETROCARDIOGRAMA:normal.
FUNDOSCOPIA: normal
Enfª Simone - É pra saber se o senhor tem
probabilidade de ter uma doença no coração.

- ATIVIDADE 5 –
Objetivo: Compreender o rastreamento para o risco cardiovascular e estratificá-lo por meio do escore de risco de Framinghan.

A Enfª Simone realizou o levantamento de dados de Seu Sergio, pretendendo realizar a estratificação do
risco cardiovascular.

Os fatores de risco clássicos – tabagismo, hipertensão arterial, dislipidemia, diabetes e obesidade – são
responsáveis por mais de 90% do risco atribuível de doença cardiovascular. Estes dados sugerem que a maioria
dos eventos cardiovasculares ocorre em indivíduos que apresentam um risco cardiovascular elevado e, mais
importante ainda, sugerem que esses eventos poderiam ter sido adequadamente prevenidos.

Na avaliação do paciente hipertenso, a avaliação do risco cardiovascular é de fundamental importância para


orientar a conduta terapêutica e o prognóstico de cada paciente. Para a estratificação do risco cardiovascular,
é necessário pesquisar a presença dos fatores de risco, das doenças cardiovasculares e das lesões em órgão-
alvo.

Consulte o Caderno de Atenção Básica nº14-Prevenção Clínica de Doença cardiovascular,


cérebrovascular e renal crônica ,e veja passo-passo, para realizar esta estratificação;
http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad14.pdf
Apresentação PPT

Embora não exista consenso sobre qual o melhor instrumento para avaliar estimativa de risco global,
recomenda-se aplicar o escore de Framingham. Este instrumento classifica os indivíduos de acordo com o risco
de desenvolver um evento cardiovascular maior (ECV), definido por infarto do miocárdio ou morte por causa
cardiovascular, em 10 anos.

No caso do nosso paciente, podemos classificá-lo em relação à sua estratificação de risco cardiovascular
global como de risco baixo a moderado (possui de um a dois fatores de risco com PA limítrofe ou HAS
estágio 1) e aparentemente não contém lesão de órgão-alvo.
Como realizar o Escore de Framinghan ? http://www.lapacor.com.br/escore.html
O resultado do Escore de Framinghan de Sergio, apontou Baixo Risco para doença cardiovascular
(7%).

Enfª Simone - Sergão, temos um grupo aqui na unidade, que


iria te ajudar muito a controlar tudo isto. Que tal? Ai, o
senhor irá receber orientações de outros profissionais, como
a nutricionista, o professor de educação física e a psicóloga!
Não é o máximo?!

Sergio: _ Caramba! Preciso de tudo isto?

Enfª Simone : _ A avaliação que fizemos do seu caso, aponta


que o senhor precisa : (mostra e lê a receita feita contendo
recomendações não farmacológicas): Por isso que tendo estes
profissionais, fica mais fácil, entendeu?!O nosso grupo
funciona toda sexta-feira ás 9:00h! É só vir!

A Enfa. Simone e Dra. Laís discutem o caso de seu Sérgio e considerando o Estágio da HAS e o risco
cardiovascular global, decidem manter no plano terapêutico as medidas não-farmacológicas e
reavaliar a necessidade de medicação em 6 meses.

Drª Lais consultou as tabelas abaixo para determinar o plano terapêutico adotado para Sergio:

CONSULTA ENFERMAGEM
Conforme combinado, Sérgio retorna em 6 meses para reavaliação com a Enf ª. Simone.

Enfª. Simone: _ Então Seu Sérgio, como tem seguido aquelas orientações que havíamos
combinado para o controle da pressão?
Sérgio:_ Bem a comida já está bem melhor, Ritinha tá fazendo tudo insoço, e to até comendo fruta
e salada, coisa que não fazia. Aquelas caminhadas faço quando posso, por que o dia-a-dia é corrido
né.

Enfª. Simone: _E a bebida?

Sérgio:_ Consegui parar. Tô até frequentando aquele grupo do AA aqui da comunidade.

Enfa. Simone: _ Que progresso Seu Sérgio! Mas, estou vendo aqui as medidas da pressão que o
senhor me trouxe, e as de hoje, e continuam dando ainda mais de 140/90. Acho que precisará de
medicação para ajudar no controle, vou marcar uma consulta com Dra. Laís, tá certo?!

Sérgio: Certo.

Achei muito bom o início da atividade abaixo. Porém, acho importante trocar a ordem, e falar dos
medicamentos disponíveis no SUS, falar da RENAME antes de falar das Diretrizes. Talvez esse
assunto possa ser abordado em uma aula de Power Point e, em seguida, falar que adicionalmente,
outros medicamentos podem ser indicados para o tratamento da hipertensão, de acordo com as VI
Diretrizes, e disponibilizar o link.

REUNIÃO DE EQUIPE – MÍNINA DA ESF

Toda quarta-feira à tarde a Equipe de Saúde Sol realiza sua reunião, com a presença de todos os
membros da equipe. Como de costume, o ACS Carlos repassa as vistas domiciliares realizadas na
semana e discute com a equipe caso a caso.

– Ontem eu passei na casa da Dona Rita e do Seu Sérgio. Lembram dessa família? —
Pergunta Carlos em tom de cobrança, como que exigindo a lembrança.

A médica da equipe, Laís, não consegue esconder que não se lembra. Mas a enfermeira Simone
lembra que é o paciente hipertenso e alcoolista...

– Lembra sim, o paciente descobriu hipertensão há pouco e que bebe, não é?

– Sim, é ele mesmo? — responde Carlos. — Ele melhorou muito com a medicação que a senhora
passou, me disse que vem sempre aqui verificar a pressão com a Técnica de Enfermagem Luzia e
está controladinho agora! Convidei ele para o grupo de Atividade física e isso o ajudou muito, não
falta o alongamento!
_ Carlos, o seu Sergio já esta registrado no prontuário como Hipertenso? Já fez a ficha B de
acompanhamento?

_ Fiz sim Enfermeira! Esta tudo certinho e visito ele todo mês! Inclusive ele tem frequentado o
grupo de atividade física e terá consulta no mês que vem! Quem me preocupou foi seu Paçoca,
primo de seu Sergio, ele também mora na nossa área, esta obeso, e está se queixando de tonteira
e dor no peito. Mas diz que não gosta de médico!

_ Muito bem Carlos, estou vendo que está de olho nos fatores de risco de sua micro área e
rastreando novos casos! _ disse Dra. Laís feliz ao ver que a educação permanente realizada já
estava surtindo efeito.

Conheça mais sobre “Educação Permanente” estudando o Caso Homero!

*Referências(5)

BIBLIOGRAFIA:
1. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. 2010;95:I–III.

2. Rabi DM, Daskalopoulou SS, Padwal RS, Khan NA, Grover SA, Hackam DG, et al. The 2011
Canadian Hypertension Education Program recommendations for the management of
hypertension: blood pressure measurement, diagnosis, assessment of risk, and therapy.
Can.J.Cardiol. 2011 Jul;27(1916-7075 (Electronic)):415–33.

3. Chobanian AV, Bakris GL, Black HR, Cushman WC, Green LA, Izzo JL, et al. The Seventh Report
of the Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of High
Blood Pressure: the JNC 7 report. JAMA. 2003 May 21;289(0098-7484 (Print)):2560–72.

4. Wright JM, Musini VM. First-line drugs for hypertension. Cochrane.Database.Syst.Rev.


2009;(1469-493X (Electronic)):CD001841.

5. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Hipertensão arterial sistêmica.


Cadernos de Atenção Básica. [Internet]. Brasília: MS; 2006. Available from:
http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad15.pdf

6. Guidance for the management of hypertension in primary care. NICE. 2011 Aug; Available
from: PM:22855971

7. Dalla MDB, Stein AT, De Castro ED. Aderência a tratamento medicamentoso. 2009 [cited 2012
Nov 22]; Available from: http://www.sbmfc.org.br/media/file/diretrizes/aderencia.pdf

8. Fahey T, Schroeder K, Ebrahim S. Interventions used to improve control of blood pressure in


patients with hypertension. Cochrane.Database.Syst.Rev. 2005;(1469-493X
(Electronic)):CD005182.

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