ESTUDO DE CASO Psicoapto - Prova 2
ESTUDO DE CASO Psicoapto - Prova 2
ESTUDO DE CASO Psicoapto - Prova 2
“Eu não consigo fazer nada direito, passo o dia preocupado, engordei, não consigo
dormir e estou cansado”.
Possui vida sexual ativa com parceira exclusiva – ambos utilizam métodos de barreira.
Não apresentou o cartão de vacinas, todavia refere estar atualizado.
A cliente atendida, que aqui será chamada de “ O.” , é uma senhora casada e mãe de três
filhas (também casadas). O. é dona de casa, mas também vende bombons. No início do
tratamento, sua filha mais nova ainda residia com a cliente por ser a única filha ainda
solteira. Posteriormente se casou, mudando-se para outra residência.
Queixas
Problemas com o Cônjuge: O cônjuge - que será aqui chamado de A. - está aposentado
há oito meses e por isso passa quase que todo o seu tempo em casa. A. é descrito pela
esposa como sendo alguém que não tem iniciativa alguma. O. conta que o parceiro não
arruma as coisas dentro de casa, deixando-a toda bagunçada. Quando tenta fazer algum
serviço doméstico, passa horas intermináveis trabalhando, finalizando em um serviço
muito “ mal” feito. Mais do que isso, suja toda a casa tentando fazê-lo. Traz também que
evita ficar na presença do marido o tanto quanto pode. No 5º atendimento, foi proposto à
cliente que preenchesse uma lista com as suas atividades semanais. Durante a análise
conjunta, foi concluído que a maior parte de seu tempo ao longo da semana era gasta com
os serviços domésticos e com a venda de bombons, guardando somente quatro horas
semanais para estar com o marido.
Ataques de Pânico: A cliente relata ter ataques de pânico recorrentes. Os ataques ocorriam
no momento em que despertava do sono e embora estivessem circunscritos a este
contexto, não ocorriam invariavelmente em todas as situações. O curso dos ataques teve
seu crescimento gradativamente interrompido com o progresso da terapia. Apenas no 4º
atendimento relatou ter tido outro ataque, logo após uma piora no estado de saúde da filha.
No 20º atendimento, expressa que deseja mudar seu cotidiano, mas que não consegue
porque se sente mais calma quando trabalha. Nesta sessão, fala ainda que sempre que
termina um serviço, já começa a pensar em possíveis outros trabalhos para fazer, como
rebocar uma parede, arrumar um portão, varrer a casa, etc.
Obsessões: Mais tarde, no 24º atendimento, relatou que no auge de sua ansiedade era
acometida por pensamentos que lhe “ diziam” que algo ruim estaria para acontecer com
sua família e/ou que teria um derrame ou um ataque do coração. Segundo a cliente, os
pensamentos pareciam “ avisos” . Ocorriam-lhe ao menos cinco “ avisos” por dia.
Será relatado o caso de uma jovem universitária, sexo feminino, 24 anos, filha mais nova
de uma família de classe média, atendida no Serviço de Orientação Psico-Pedagógica a
Alunos (SOPPA), da Faculdade de Medicina de uma cidade de médio porte do interior
do Estado de São Paulo, com diagnóstico de Transtorno de Personalidade Dependente.
História de vida: nunca brincava sozinha quando criança – a mãe ou alguma amiga sempre
participavam; gagueira leve desde os 11 anos; sempre foi uma das primeiras alunas da
classe e a mãe enfatizava isso para as amigas e familiares; teve um único namorado, com
quem está até hoje; ansiosa em situações sociais (quase nunca lia textos em público,
quando a professora pedia, pois tinha medo de gaguejar); baixa auto-estima, sintomas de
desvalia e depressivos; fez cinco anos de cursinho até entrar na faculdade; esquivava-se
sempre em situações de decisões (mãe sempre tomava a frente em todas as situações e
com todos os membros da família); ansiedade em situações novas; necessidade da família
em situações diárias; medo de não ser aceita; poucas amigas.
História familiar: relacionamento conjugal dos pais estável (embora a mãe tomasse
sempre as decisões); funcionamento biopsicossocial dos irmãos normal; pai muito
passivo e mãe excessivamente atenciosa e ativa na relação conjugal, profissional e
familiar. Pai apresentou uma história de Depressão há alguns anos atrás; o que, segundo
a paciente, foi importante para ela identificar sintomas parecidos na sua história atua
C., 39 anos, sexo feminino, solteira, de nível universitário. Refere que há dez anos
apresentou, sem motivo aparente, vários episódios seqüenciais nos quais tinha tontura,
opressão no peito, insônia, medo de ficar sozinha, insegurança para dirigir e sensação de
que lhe faltava o ar. Nessa época, foi medicada com clomipramina obtendo melhora dos
sintomas. Havia cerca de dois meses, ao achar que a musculatura da face se tornara
flácida, iniciou uma seqüência de exercícios físicos para reforçá-la. Colocava na boca um
dispositivo metálico, como se fosse uma mola que distendia suas bochechas, e fazia
diariamente uma série de exercícios durante mais ou menos 15 minutos.
Concomitantemente, começou a se sentir insegura, não saía à rua desacompanhada,
deixou de dirigir, permanecendo a maior parte do tempo trancada em seu quarto. Nessa
mesma época, notou contrações faciais involuntárias, a tal ponto que, às vezes,
apresentava dificuldade para falar. Passou a se olhar constantemente ao espelho com a
nítida impressão de que suas faces esta- vam caídas. Pergunta insistentemente aos
familiares sobre sua própria aparência e sente-se inconformada com o fato de que seus
familiares “se recusam a enxergar” as alterações que lhe ocorrem no corpo. Está
firmemente convencida de que a musculatura da face está flácida e de que as bochechas
desabaram. Toca constantemente o rosto, repetidas vezes durante a consulta, como se
quisesse manter os músculos elevados. Refere também insônia e incapacidade de se
relacionar com pessoas do sexo masculino. Queixa-se de que já teve algumas relações
amorosas frustradas e de que “tudo o que começa não vai pra frente”. Cursou engenharia
química, mas não exerceu a profissão. Refere ter dificuldade nos relacionamentos
pessoais; afastou-se do convívio social, apresenta falta de motivação e medo do futuro.
Não há antecedentes mórbidos psiquiátricos entre os familiares. A paciente refere com
insistência que não só a face está flácida e caída, mas também os seios e as nádegas.
Refere também ter-se submetido à psicoterapia há dez anos, durante três meses. A
motivação para a procura desse tipo de tratamento foi timidez, insegurança e crises de
pânico, além de dificuldades nos relacionamentos interpessoais. Não conseguia tomar
nenhuma decisão relativa a seu futuro. Nega ter obtido qualquer benefício com a
psicoterapia. Nega ter feito uso de qualquer droga ou medicamento à época em que os
sintomas corporais apareceram. Ainda não se submeteu a nenhum tipo de tratamento
medicamentoso para o problema atual, exceto tomar alprazolam 0,5 mg/dia na tentativa
de reduzir sua ansiedade e insônia. O exame clínico mostra uma mulher jovem de boa
aparência, bem vestida, comunicando-se normalmente, orientada têmporo-espacialmente
e alopsiquicamente. O exame da face não mostra alterações na pele, o tônus muscular é
normal, os movimentos faciais são normais e simétricos, a sensibilidade cutânea da face
é normal, o reflexo córneo-palpebral está presente bilateralmente, não há evidência de
atrofias ou outras alterações de qualquer natureza. Não há também nenhuma evidência de
que tenha alterações nos seios ou nádegas. Mini Mental State Examination (MM) =30
pontos. Foram realizados os seguintes exames laboratoriais: hemograma, glicemia, uréia
e creatinina, T3, T4, TSH, EEG, TC de crânio, cujos resultados foram normais. Optou-se
por medicá-la inicialmente com 75 mg de venlafaxina/dia. No final da primeira semana
de tratamento, a paciente referia nítida melhora dos sintomas corporais. Houve redução
da ansiedade e melhora do sono. Havia reduzido o número de vezes em que se olhava ao
espelho, porém admitia que o desânimo e a falta de motivação, bem como o isolamento,
não haviam sofrido melhora significativa. Foi decidido aumentar a dose de venlafaxina
para 75 mg duas vezes ao dia. Nova avaliação foi realizada 30 dias depois, quando, então,
a paciente estava assintomática. Dormia bem, não se sentia depressiva, havia melhorado
o contato com os familiares, saía desacompanhada à rua, dirigia e não se olhava ao
espelho de forma compulsiva. Foi sugerida a manutenção do esquema terapêutico, com
revisões periódicas mensais. Seis meses depois do início do tratamento, a paciente
permaneceu assintomática.
Identificação: A., masculino, 26 anos, natural do Rio de Janeiro, pardo, solteiro, terceiro
grau incompleto, católico. Queixa principal: “Como compulsivamente”. História da
doença atual: paciente conta que, há oito anos, começou a ter pensamentos absurdos e
sem sentido, com conteúdo predominantemente sexual. “Vinham frases em minha. mente,
como: ‘meu pai quer transar comigo’, ‘eu tenho seios’, assim como imagens minhas
fazendo sexo oral com homens”. Esses pensamentos só podiam ser dissipados depois de
repetidos exaustivamente ou após a execução de atos motores. Considerava os
pensamentos como seus, mas não conseguia evitá-los, tentando, em várias ocasiões,
resistir à execução dos atos , sempre sem sucesso. O tempo gasto com os sintomas passou
a repercutir em seus estudos e relacionamentos interpessoais. Fez uso regular de
clomipramina (300 mg/dia), fluoxetina (80 mg/dia), paroxetina (20 mg/dia), risperidona
e tioridazina, administrados isolada ou associadamente, por tempo adequado, sem
melhora clínica significativa. Há dois anos iniciou o uso de olanzapina (10 mg/dia), com
diminuição acentuada do tempo gasto com os sintomas obsessivo-compulsivos. Após
dois anos do início do XXXX, começou a apresentar episódios em que ingeria, num
tempo médio de até duas horas, uma quantidade de comida definitivamente maior do que
a maioria das pessoas comeria num mesmo período, com perda do controle sobre a
ingesta. “Certa vez, comi, em uma hora, três sanduíches, um milkshake, dois sacos de
pipoca e uma barra grande de chocolate, sem conseguir me controlar”. Durante esses
episódios, comia de forma rápida, mesmo sem fome, chegando a causar grande
desconforto físico e sentimento de culpa após a ingesta. Apresentava uma freqüência de
três episódios/dia, num total de vinte e um episódios/semana. Negava comportamentos
compensatórios regulares com o intuito de controlar as conseqüências da ingesta calórica
excessiva. Chegou a ganhar vinte e um quilogramas num período de três anos. Negava
outros antecedentes mórbidos familiares ou pessoais, incluindo períodos de duas ou mais
semanas de tristeza ou perda de interesse continuados. Foram solicitados hemograma e
bioquímica completos, função hepática e tiroidiana (sem alterações), além da aferição
antropométrica do paciente, com o cálculo de IMC de 31,3 kg/m². Foi iniciada a
sibutramina na dose de 15 mg/dia, visando o controle dos sintomas do XXXX
O paciente tinha o costume de brincar com insetos mortos, os quais gostava de enterrar.
Quando criança ajudava seu pai no trabalho, a quem gostava muito de fazer perguntas.
Batista era chamado de "CDF" pelos colegas e outros garotos da escola, fato que odiava.
Até uma certa idade, urinava na calça, o que fazia-o sentir-se inferior ao seu irmão. Nesta
época, seu pai penteava o seu cabelo com bastante força, para que ele não fosse
discriminado na escola por sua ascendência materna negra.
Morava numa cidade do litoral e trabalhava numa discoteca. Quando expressou vontade
de prestar vestibular, não foi estimulado pelos seus familiares. Na ocasião, tinha
problemas de relacionamentos com as pessoas e sentia a falta de uma namorada. Há
alguns anos, seu pai sofreu um derrame e ficou com os membros paralisados.
Quando Batista sentia-se deprimido queria ficar sozinho e parado, sem fazer coisa
alguma. Quando sentia-se assim com os amigos, só escutava. Irritava-se quando estes lhe
perguntavam a razão daquele estado; ele dizia que estava cansado, que estava com dor de
cabeça, ou algo parecido. Gostava de fazer tudo por prazer. Às vezes, fazia gestos e sentia
coisas estranhas: tremedeira, inquietude, sentimento de caos e vazio, batia em sua própria
cabeça ou plantava bananeira e perdia a noção do passado e só tinha consciência do
presente. Sentia-se muito inseguro e superficial. Cursava a universidade e tinha uma
namorada (Débora), há cerca de três anos.