Tecnologia de Soldagem
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Tecnologia de soldagem
Trabalho elaborado pela Divisão de Currículos e Programas e editorado pela Divisão de Material Didático
do Departamento Regional do SENAI-SP, dentro do Acordo de Cooperação Técnica Brasil- Alemanha
Ficha catalográfica
Elaborada pela Unidade de Editoração – SENAI - SP
E-mail [email protected]
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Tecnologia de soldagem
Sumário
Conteúdos 5
Objetivos gerais 11
Introdução à soldagem 13
Processos especiais de soldagem 23
Soldagem oxiacetilênica 45
Corte por ação térmica e goivagem 65
Soldagem a arco elétrico 93
Solda com proteção gasosa 123
Metalurgia de soldagem e soldabilidade dos materiais 187
Soldagem de aços de baixa e alta liga 215
Soldagem do alumínio e do cobre 243
Tipos e normas de eletrodos 277
Ensaios em cordões de solda 295
Procedimentos e elementos de soldagem 311
Simbologia de soldagem 335
Tensões e distorções na soldagem 359
Prevenção de acidentes na soldagem 367
Referências bibliográficas 385
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Conteúdos
• Métodos de soldagem
• Descontinuidades no processo oxiacetilênico
• Tipos de funções dos consumíveis
• Regras de segurança
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Total 55 horas
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Objetivos gerais
Conhecer
Ser informado sobre:
• Diversos processos de corte e de solda, convencionais e especiais;
• Aspectos da metalurgia de soldagem e soldabilidade dos diversos materiais;
• Simbologia de soldagem
• Aspectos de prevenção de acidentes na soldagem.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• Cortes de materiais por ação térmica, a gás a arco elétrico e a plasma, suas
aplicações e características;
• Diferentes processos de solda a arco elétrico e a importância dos parâmetros de
soldagem;
• Influência dos elementos de liga na soldabilidade dos metais;
• Efeitos de gases nocivos;
• Temperaturas de trabalho e radiações como fatores de acidentes na soldagem;
• Seleção adequada dos parâmetros de soldagem.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
• Orientar subordinados na utilização adequada de processos, materiais e
parâmetros de soldagem;
• Conscientizar os subordinados quanto à necessidade dos equipamentos de
segurança nos trabalhos de soldagem.
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Introdução à soldagem
Objetivos
Conhecer
Ser informado sobre:
• Aspectos gerais de soldagem;
• Fontes de calor utilizadas;
• Classificação dos tipos de soldagem em função dos processos físicos.
Saber
Reproduzir conhecimentos para:
• Definição de solda
• Diferentes processos físicos aplicados na soldagem;
• Vantagens e desvantagens das junções soldadas em relação a outros tipos de
junções.
Introdução
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Definição da solda
A solda pode ser definida como uma união de peças metálicas, cujas superfícies se
tornaram plásticas ou liquefeitas, por ação de calor ou de pressão, ou mesmo de
ambos. Poderá ou não ser empregado metal de adição para se executar efetivamente
a união.
Na soldagem, os materiais das peças devem ser, se possível, iguais ou, no mínimo,
semelhantes em termos de composição.
O material de adição deve ter uma temperatura de fusão próxima àquela do metal-
base ou, então, um pouco abaixo dela, caso contrário, ocorrerá uma deformação
plástica significativa.
Solda em perfilados
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Chama oxiacetilênica
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Na atualidade, a solda tem sido o processo mais freqüentemente utilizado nas junções
entre peças.
Desvantagens da solda
• Não podem ser desmontáveis;
• Na soldagem, ocorrem tensões, trincas e deformações;
• Exige acabamento posterior;
• Em trabalhos especiais, exige mão-de-obra especializada, análise e ensaios dos
cordões de solda.
Atualmente, os processos antigos de soldagem quase não têm aplicação, pois foram
aperfeiçoados, surgindo novas técnicas.
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Solda oxiacetilênica
A temperatura alcançada com a chama oxiacetilênica é de 3200ºC na ponta do cone. A
chama é o resultado da combustão do oxigênio e do acetileno.
Aplicando-se esse processo, pode-se soldar com ou sem material de adição (vareta).
Solda oxiacetilênica
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Normalmente ela é utilizada em aço carbono, ferro fundido, metais não-ferrosos, ligas,
etc.
Solda MIG/MAG
São processos em que um eletrodo é continuamente alimentado numa solda, com
velocidade controlada, enquanto um fluxo contínuo de um gás inerte ou ativo envolve a
zona de solda, protegendo-a da contaminação pelo ar atmosférico.
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TIG (tungstênio-inerte-gás)
São freqüentemente chamados de Heliarc, Heliwelding e Argonarc, nomes derivados
da combinação entre o arco e o gás. Os gases normalmente empregados são argônio
ou hélio, que têm a função de proteger o metal em estado de fusão contra a
contaminação de outros gases da atmosfera, tais como o oxigênio e o nitrogênio.
É normalmente utilizado para todos os aços, aços inoxidáveis, ferro fundido, ligas
resistentes ao calor, cobre, latão, prata, ligas de titânio, alumínio e suas ligas, etc.
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Questionário-resumo
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Processos especiais de
soldagem
Objetivos
Conhecer
Ser informado sobre:
• Princípio de funcionamento dos diversos processos especiais de soldagem;
• Importância dos parâmetros operacionais dos processos especiais.
• Aplicação dos processos no tocante aos tipos e características dos materiais.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• Diversas fontes de energia empregadas nos processos especiais de soldagem;
• Características e particularidades de cada processo especial de soldagem;
• Faixas de espessuras soldadas por cada um dos processos especiais;
• Parâmetros operacionais de cada processo;
• Aplicações dos diferentes processos.
Introdução
Além dos processos convencionais de soldagem, existem vários processos que são
conotados como especiais, quer seja por sua aplicação específica, quer seja pelo seu
princípio de funcionamento. Muitos deles já são largamente aplicados nas indústrias.
Existem, porém, alguns processos, de emprego recente, que possuem características
distintas de aplicabilidade e são insubstituíveis em seu campo de aplicação.
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O processo fornece ainda uma alta taxa de deposição e penetração. Isso é conseguido
pelas altas correntes que podem ser utilizadas, devido à pequena distância entre o fim
do eletrodo e o seu contato elétrico.
Princípio do processo
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Aplicação do processo
A soldagem por arco submerso é grandemente aplicada nos trabalhos industriais. Com
a seleção adequada de equipamento e parâmetros de soldagem, pode ser usada em
todos os tipos de juntas, em uma grande variedade de aços carbonos de baixa liga e
também nos aços inoxidáveis. O processo pode ser usado para soldar secções de
aproximadamente 1,5 até acima de 200mm.
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Os eletrodos podem ser revestidos ou não. No caso da utilização dos eletrodos não
revestidos, o fundente é suprido através do tubo de guia.
Solda a ponto
Esse processo é empregado para soldar chapas de aço com até 5mm de espessura, e
para metais não-ferrosos, com espessura até 2,5mm.
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Faz-se primeiro, passar a corrente elétrica entre as peças a serem soldadas para
esquecer-se a zona de contato: depois, as garras afastam as peças, abrindo um arco
entre elas. O calor do arco funde o material na zona a se soldar.
Neste processo, a escória formada pelo fundente é substituída pela blindagem de gás
de proteção, geralmente CO 2 , porém a operação de soldagem em si é bastante
similar.
Como no processo MAG, o CO 2 tem a função de proteger o arco elétrico gerado entre
o arame de enchimento e a poça de fusão. O gás é introduzido na região da solda, por
meio de orifícios apropriados, existentes na sapata deslizante de cobre.
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Soldagem Termit
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O alumínio, por ter maior afinidade pelo oxigênio do óxido de ferro, provoca neste uma
redução e libera uma grande quantidade de calor.
A massa inteira se funde. O alumínio, por ser mais leve, flutua com a escória, enquanto
o ferro se precipita. O metal líquido é vertido no molde, fundindo os elementos da junta
e preenchendo a abertura entre eles.
O processo Termit é muito usado para juntas de topo de grandes secções retas e
necessita de pouco preaquecimento. Obtêm-se resultados satisfatórios na soldagem
de aços de baixa e alta liga, aço fundido, cobre e alumínio.
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Os materiais, nos pontos de ligação, não se fundem; são apenas caldeados, podendo,
dessa forma, ser realizadas soldas de combinações entre materiais metálicos, os
quais, nos demais processos, formam uma fase intermetálica, com grande tendência à
fragilização, como, por exemplo, a solda de alumínio com aço.
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O gás hidrogênio circula através de um arco elétrico. A alta temperatura absorvida pelo
gás é suficiente para provocar a dissociação do gás. Ocorre uma reação endotérmica
que absorve o calor do arco.
O processo trabalha numa faixa de 100 a 150 A e se aplica aos aços ligados com
espessura de até 4mm. Pode ser aplicado também em aço-ferramenta, bem como em
revestimentos de prata.
Possui como desvantagem a posição dos eletrodos que limita a utilização em outros
tipos de junta e cordões.
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Este processo de soldagem produz a união das superfícies por intermédio de energia
ultra-sônica, sob a forma de vibrações mecânicas de alta freqüência.
Tais vibrações são aplicadas sob pressão nas peças sobrepostas. Em função disso,
rompe-se a camada de óxido, iniciando-se o processo de difusão entre as peças.
Ele atinge uma temperatura muito baixa, podendo ser aplicado a fitas e folhas de
pequena espessura. Sua grande vantagem está na larga faixa de aplicação, tanto a
tipos de materiais, quanto a faixa de espessura.
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Quanto à abertura do arco, a soldagem plasma pode ser de dois tipos: arco transferido
e arco não transferido.
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Gases de proteção
O argônio tem o efeito de alargar o arco, enquanto que o hélio ou uma mistura de hélio
com hidrogênio tendem a estreitá-lo.
Nos aços, a adição de hidrogênio (5 até 7%) reduz a tensão superficial na poça de
fusão e a tendência a mordeduras e crateras na zona de transição do cordão.
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Pistola de soldagem
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Fonte de corrente
Os retificadores têm uma voltagem de circuito em aberto que varia entre 65 a 80V. As
fontes de energia utilizadas para soldagem TIG podem ser convertidas para soldagem
a arco plasma. Entretanto, devem sempre estar conjugadas com um sistema auxiliar
para abertura de arco, que é uma peça essencial do equipamento para a soldagem a
arco plasma.
Eletrodo de soldagem
Estes eletrodos são os mesmos utilizados no processo TIG e são classificados pela
AWS A5-12.
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Correntes de soldagem
A soldagem a arco plasma pode ser executada com correntes externamente baixas, se
comparadas com o processo TIG. Muitas vezes, a corrente situa-se entre 0,1 a 1 A As
correntes consideradas baixas variam de 0,1 a 100 A, e as altas correntes as que
variam de 100 a 500 A.
Voltagem de soldagem
Aplicação do processo
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A densidade de potência corresponde a 3000W / cm2, que é bem menor que na solda
a gás, cuja densidade de potência é 10.000W / cm2.
Questionário-resumo
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Soldagem oxiacetilênica
Objetivos
Conhecer
Ser informado sobre:
• Tipos e propriedades especiais dos gases combustíveis aplicados no processo;
• Aspectos gerais da combustão, temperatura e potência da chama do combustível
combinado ao oxigênio.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• Aplicação e vantagem do processo;
• Utilização correta das garrafas de gases;
• Tipos de chamas e sua aplicação;
• Princípios e aplicação dos métodos de soldagem;
• Regras para prevenção de acidentes;
• Descontinuidade do processo de soldagem oxiacetilênica.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
• Determinar a aplicabilidade do processo em função de sua viabilidade;
• Reduzir principais falhas na soldagem.
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Obtenção do acetileno
CaC 2 + 2H 2 O → C 2 H 2 + (OH) 2
Equipamentos
Garrafas de acetileno
O acetileno é fornecido em garrafas de aço, com uma capacidade de 40 " , a qual é
preenchida internamente por uma massa porosa de 16 " de acetona. Ele é solubilizado
na acetona, pois normalmente o acetileno puro só pode ser comprido até 1,5bar sem
que ocorra problemas, o que significa baixo conteúdo.
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Garrafa de acetileno
As garrafas, cuja a cor é vermelha, devem ficar na posição vertical e nunca expostas
ao sol.
Garrafa de oxigênio
Possui um conteúdo de 40 " , numa pressão de 150bar, e uma quantidade de 6000 "
de gás.
Não deve ter graxa ou óleo nas válvulas, pois provoca combustão.
Não deve ser utilizado mais de 1200 a 1500 " /h, por curto espaço de tempo.
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Maçarico de soldar
O maçarico de soldar figuras abaixo é composto de um dosador, onde o oxigênio
circula numa pressão de 2-5bar, provocando uma depressão que arrasta o acetileno
(0,4bar), formando a mistura. A mistura circula até o bico de maçarico, em condições
para iniciar a chama.
Maçarico de solda
Detalhe Z
O fluxo de mistura gasosa deverá sair do bico do maçarico, com uma velocidade que
depende da pressão necessária para soldar.
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Condições de trabalho
Equipamentos auxiliares
Reguladores de pressão
São acessório que permitem reduzir a
elevada e variável pressão do cilindro a
uma pressão de trabalho adequada para
a soldagem e manter essa pressão
constante durante o processo.
Regulador de pressão
Tipos de pressão
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Manômetro de pressão
Válvula de segurança
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Soldagem oxiacetilênica
Fase de combustão
A chama para soldar é ajustada ou regulada através do maçarico. Para que se obtenha
uma combustão completa, para uma parte de acetileno, necessita-se de 2,5 partes de
oxigênio.
Essa eliminação de oxigênio do ar oferece uma peça de fusão limpa (efeito redutor).
Equações da combustão
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Chama oxiacetilênica
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Regulagem de chama
Tipos de chamas
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Chama carburizante
Chama carburizante
Chama neutra
Chama neutra
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Chama oxidante
Chama oxidante
Bico do maçarico
Esse retrocesso de chama prossegue para o interior do maçarico até o ponto em que
as velocidades se igualarem novamente.
Retrocesso da chama
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Causas do retrocesso
• Velocidade muito pequena da mistura no maçarico;
• Bico sem condições de uso (entupido);
• Componentes do maçarico não foram bem montados e devidamente operados;
• Maçarico superaquecido;
• Falta de purgamento nas mangueiras.
Válvula de segurança
Toda a instalação de solda oxiacetilênica deve possuir válvulas de segurança contra
retrocesso, as quais são colocadas na mangueira do acetileno.
Válvula de segurança
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Tabela
Propriedades Acetileno Propano Metano
Temperatura da chama (ºC) 3200 2800 2700
Velocidade de combustão (cm/s) 700 270 2760
2
Potência da chama (kj/cm . S) 16,0 2,5 6,5
Relação da mistura oxigênio/gás 1,05:b 3,75:1 1,6:1
2
Poder calorífico (kcal/cm ) 14000 22300 4300
Métodos de soldagem
O movimento do maçarico deve ocorrer quando a região da solda for maior que a zona
de calor. Tais procedimentos se empregam tanto para solda à esquerda, como solda à
direita.
Soldagem à esquerda
Deve ser empregada para se soldarem chapas finas de até 3mm de espessura, sendo
muito aplicada na soldagem de metais não-ferrosos (Al . Cu) e tubos de até 2,5mm de
espessura.
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Soldagem à esquerda
Soldagem à direita
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Soldagem à direita
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Falta de fusão
Geralmente se localiza na margem da solda. Freqüentemente ocorre quando se utiliza
indevidamente a chama oxidante. Pode ocorrer também com a utilização da chama
apropriada, se manipulada de forma errada.
Inclusões de escória
Ocorre normalmente com a chama oxidante, às vezes com a chama normal. A
manipulação inadequada do metal de adição também pode provocar inclusões de
escória.
Porosidade
No caso de uniformemente espalhada, revela uma técnica de soldagem imperfeita.
Mordeduras e sobreposições
São falhas inerentes da qualificação deficiente do soldador.
Trincas
Na soldagem a gás, ocorrem as trincas devido à fissuração a quente.
Falhas na solda
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As varetas são classificadas nas especificações AWS, com base em sua resistência
mecânica.
As varetas de soldagem são especificadas também pela DIN 8554, e devem possuir as
mesmas propriedades do metal-base.
Maiores detalhes técnicos são encontrados nas unidades específicas sobre eletrodo.
Regras de segurança
• Observe nos trabalhos de solda que acetileno, propano, metano, hidrogênio,
quando combinados com o ar, são explosivos.
• Óleo, gordura e graxa em válvulas de oxigênio podem provocar risco de vida, pois
tal combinação pode provocar combustão e posterior explosão da garrafa.
• As garrafas devem ser posicionadas sempre na vertical.
• No caso de retrocesso de chama, fechara válvula de acetileno e logo após a de
oxigênio, resfriando em seguida o maçarico em água.
• As garrafas nunca devem ser roladas para transporte.
• O frio prejudica a garrafa de acetileno a altas temperatura podem provocar sua
explosão.
• Ao soldar, devem-se usar roupas adequadas de proteção contra queimaduras e
óculos para proteger os olhos das radiações provocadas pela chama.
Questionário-resumo
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5 Quais são os dois gases mas usados na soldagem oxiacetilênica e por que eles
são usados ?
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Objetivos
Conhecer
Ser informado sobre:
• Diferentes processos de corte por ação térmica;
• Diversos tipos de goivagem;
• Diferentes possibilidades de aplicação de corte e goivagem.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• Características do corte a chama oxiacetilênica;
• Princípio do corte a arco elétrico;
• Tipos de corte: manual e semi-automático;
• Fatores que influenciam a qualidade da superfície cortada;
• Tipos de cortes a sua execução;
• Características da soldagem a chama e a arco elétrico.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
• Empregar o processo mais conveniente de corte por ação térmica ou goivagem;
• Avaliar a qualidade da superfície cortada;
• Corrigir problemas referentes à qualidade da superfície de corte em função dos
parâmetros aplicados.
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Corte oxiacetilênico
O oxigênio puro sob pressão atua na região de corte provocando grande oxidação e
queima do aço.
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Bicos de corte
Os bicos de corte possuem na mesma peça saídas anelares da chama, com as quais
se processa o aquecimento, e uma saída central para o oxigênio, com a qual se
processa o corte. Para o aquecimento, deve ser usada a chama neutra.
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Dados operacionais
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Tabela
Espessura *pressão dos gases Velocidade Consumo dos gases **
Bico 2
de corte (kg/cm ) linear de corte (m 3 /h)
(no)
(mm) Oxigênio Acetileno (cm/min) C-205 Oxigênio Acetileno
3,2 2 1,5 -1,4 0,35 92 0,95 0,25
6,4 3 1,75-2,18 0,42 76 1,25 0,28
9,5 1,50-2,10 0,35 64 1,70 0,30
12,7 2,18-2,60 51 2,00 0,33
15,9 4 2,80-3,21 0,42 46 2,32 0,36
19,1 1,60-2,15 0,35 41 2,74 0,39
25,4 6 2,20-2,62 0,42 35,7 3,41 0,45
38,1 3,30-4,15 0,49 33,2 4,71 0,51
50,8 8 2,40-2,80 0,35 28,1 5,50 0,56
76,2 3,00-3,50 25,4 6,50 0,64
100 4,55-5,30 0,42 23,0 8,80 0,70
125 4,20-4,55 0,49 20,0 11,40 0,86
150 10 4,90-5,30 0,56 17,8 13,00 1,00
200 4,95-5,40 0,63 12,7 17,90 1,14
250 5,9 -6,60 0,84 10,0 20,40 1,28
300 12 5,60-6,30 0,77 8,0 24,00 1,40
Existem vários tipos de maçaricos para corte manual, os quais se prestam a variados
tipos de trabalhos.
Tipos:
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Qualidade do corte
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Qualidade do corte
Os cortes são definidos em função da chapa que se deseja cortar e podem ser leves,
médios ou pesados.
• Leves, para chapas até 1”:
• Médios, para chapas de 1” até 5”;
• Pesados, para chapas com mais de 5”.
Tipos de corte
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• Corte em chanfro;
Máquinas de corte
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Quanto ao tipo, podem ser portáteis, como apresenta a figura abaixo, ou estacionários.
As máquinas podem executar cortes retos ou copiar perfis, como ocorre com as
copiadoras pantográficas. As copiadoras podem trabalhar com gabaritos comandados
por fotocélula, trabalhando em escola 1:1 do desenho a ser copiado.
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Chanfro simples
Neste tipo de corte, usam-se dois maçaricos: o primeiro posicionado na vertical,
aparando a borda da chapa; o segundo com o ângulo de indicação que se deseja
executar o corte. O maçarico que executa o corte do ângulo deve ter uma chama de
preaquecimento mais intensa porque, em função da inclinação, ocorre perda de
rendimento que deve ser compensada.
Tipos de cortes
Chanfro duplo
Para a execução deste chanfro, utilizam-
se três maçaricos: o primeiro cortando
verticalmente; o segundo fazendo o corte
de fundo e o terceiro executando o corte
de topo.
SENAI 75
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A distância entre os dois primeiros maçaricos deve ser suficiente para separar os jatos
de oxigênio e de corte.
Nos casos em que o corte do segundo maçarico é feito fora da zona aquecida pelo
primeiro, pode-se posicionar os dois no mesmo alinhamento (perpendicular à direção
do corte), dando porém mais inclinação ao segundo maçarico, fazendo com que o jato
do oxigênio passe por trás do jato do primeiro.
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Um corte bem executado assegura uma face lisa, sem oxidação excessiva e no
esquadro com as faces da chapa ou peça.
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Rasgo convergente
Ocorre quando a distância entre o bico e a peça ou a pressão de oxigênio são
excessivas.
Rasgo divergente
Normalmente ocorre quando se utiliza excesso de oxigênio.
Concavidade
A concavidade pode ocorrer ao se utilizar bico muito pequeno, obstruído ou danificado
também por oxigênio insuficiente.
Ondulação
Pode ser ocasionada pela utilização de bico sujo ou oxigênio insuficiente.
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Desvio angular
Ocorre através do posicionamento incorreto do bico ou jato de oxigênio desviado por
rebarbas ou sujeiras.
Ondulação em S
Pode ser provocada por sujeira, desgaste ou rebarba no bico.
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Ondulação desuniforme
Pode ser provocada por aplicação de velocidade não uniforme ou, ainda, existência de
incrustações na chapa.
Profundidade excessiva
Normalmente causada por distância insuficiente do bico ou chama muito forte. É algo
comum se o material é um aço-liga.
Profundidade desuniforme
Ocorre por variação na velocidade de condução do maçarico.
Indentações ocasionais
Ocorrem quando há crepitações da chama, ferrugem ou syujeira na chapa.
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Indentações contínuas
Podem ser ocasionadas pela distância insuficiente do bico, chama muito fraca, sujeira
ou ferrugem na chapa.
Corte incompleto
Corte perdido
Ocorre se a distância do bico à chapa é excessiva; por bico sujo, gasto ou com
rebarbas; por chapa suja ou com ferrugem. Pode ocorrer também em chapa com alto
teor de carbono ou com separação internas.
Escorrimento
Normalmente ocorre quando se utilizam chama
fraca ou oxigênio insuficiente.
82 SENAI
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Crosta adesiva
Este caso é possível de ocorrer quando a chapa de aço cortada é de aço-liga.
As trincas podem ocorrer na face do corte, tanto na região superior, como inferior da
chapa.
Ocorrem com mais freqüência nos aços de alto teor de carbono, de altas ligas ou
temperado, devido à insuficiência do preaquecimento ou ainda motivadas por um
resfriamento rápido demais.
É um processo de corte em que os metais a serem cortados são fundidos pelo calor de
um arco elétrico entre o eletrodo e a peça. Após a fusão, um jato de ar comprimido
remove o metal fundido. Normalmente é um processo usado em todas as posições,
porém pode ser operado automaticamente.
SENAI 83
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84 SENAI
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Corte a plasma
O corte a plasma se utiliza do calor de um arco elétrico combinado com um gás
ionizado (plasma, que é o quarto estado da matéria). O arco obtido atinge a
temperatura de até 20 000ºC, sendo, dessa forma, utilizado para o corte de qualquer
metal ferroso ou não-ferroso.
É um processo de corte que separa os metais pela fusão de uma área localizada com
um arco constrito, e pela remoção do material fundido com um jato de gás ionizado
quente, em alta velocidade.
Corte a plasma
Pode ser utilizado no corte manual, com maçarico portátil, ou em corte mecanizado,
utilizando-se máquinas extremamente precisas e dispositivos especiais de traçagem.
SENAI 85
Tecnologia de soldagem
O seu maior uso é no corte de aços e metais não-ferrosos de espessuras finas até
médias. É muito utilizado para metais que contém elementos de liga os quais
produzem óxidos refratários, por exemplo, aços inoxidáveis e alumínio. Requer menos
habilidade do operador que nos demais processos, com exceção do corte manual, em
que o equipamento é mais complexo.
Consumo do
Velocidade
Largura do
do avanço
espessura
Corrente
canal
gás
material
Mm A Mm Mm/min Ar H2 N2
2 50 2,0 1600 5 - 10
5 50 2,0 1000 12 8 -
5 50 2,0 1800 12 8 -
Aço de alta 10 100 3,0 800 12 8 -
liga 20 100 3,0 400 12 8 -
20 250 4,5 800 15 12 -
40 250 4,5 300 15 12 -
60 250 4,5 150 15 12 -
125 500 9,0 100 30 15 -
5 50 2,0 1500 12 8 -
5 100 3,0 2500 12 8 -
10 100 3,0 1200 12 8 -
Alumínio
20 100 3,0 600 12 8 -
40 250 4,5 500 15 12 -
85 250 4,5 150 15 12 -
Características do processo
Em função das espessuras das peças, que variam de 6 a 150mm, pode-se atingir
velocidades de corte de 10 a 450m/h.
86 SENAI
Tecnologia de soldagem
Atualmente, utiliza-se uma mistura de argônio e hidrogênio, com a qual se obtêm uma
potência e uma qualidade de corte muito superiores ao hidrogênio.
Goivagem
Goivagem a gás
A operação de goivagem está intimamente ligada à de soldagem. A goivagem a chama
consiste na remoção do material, trabalhando-se com eixo do bico do maçarico
inclinado de 25 a 35º em relação à superfície da chapa a ser trabalhada, conforme
mostra a figura abaixo.
Preaquecimento da peça
O metal goivado é removido por meio de jato de oxigênio a pressão, ocasião em que a
escória formada também é eliminada. Este método de goivagem é empregado
principalmente na limpeza e acabamento da raiz de solda, na remoção de cordões de
solda defeituosos e em confecções de canais de solda.
SENAI 87
Tecnologia de soldagem
88 SENAI
Tecnologia de soldagem
Nos processos mais atuais, utilizam-se eletrodos que já possuem um canal interno,
através do qual flui o jato de ar comprimido.
SENAI 89
Tecnologia de soldagem
Eletrodo metálico
90 SENAI
Tecnologia de soldagem
Considerações
A goivagem a arco elétrico apresenta uma eficiência 2 a 3 vezes maior que nos
processos a gás, além de provocar uma zona termicamente afetada mais estreita,
influenciando de forma reduzida o metal-base.
Esses fatores fazem com que sua utilização atualmente seja bem maior que a
goivagem a gás.
Questionário-resumo
SENAI 91
Tecnologia de soldagem
92 SENAI
Tecnologia de soldagem
Objetivos
Conhecer
Ser informado sobre:
• Corrente elétrica e seus efeitos;
• Geração do arco elétrico;
• Diferentes tipos de equipamentos de soldagem e suas peculiaridades;
• Processos de transferência de material;
• Efeito do sopro magnético na soldagem;
• Importância do conhecimento dos parâmetros de soldagem.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• Utilização e efeitos da corrente elétrica;
• Diferentes condutibilidades de corrente elétrica dos materiais;
• Tipos de transferência;
• Diferentes fontes de corrente para a solda elétrica;
• Principais diferenças entre as máquinas de soldas;
• Importância do revestimento do eletrodo;
• Causas e efeitos do sopro magnético e como evitá-los;
• Principais parâmetros de soldagem;
• Características de uma solda de boa qualidade.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
• Selecionar corretamente os equipamentos e parâmetros em trabalhos de
soldagem;
• Proceder de forma a assegurar uma boa qualidade na soldagem.
SENAI 93
Tecnologia de soldagem
Introdução à eletrotécnica
A corrente elétrica e o campo magnético não são visíveis, porém se conhecem os seus
efeitos, os quais podem ser:
Efeito da luz
A figura abaixo apresenta uma lâmpada, a qual gera uma certa quantidade de luz,
através do efeito da corrente elétrica.
Efeito do calor
A figura abaixo apresenta a geração de calor produzido por uma resistência elétrica,
por onde flui uma determinada corrente.
Efeito magnético
Como se apresenta na figura abaixo a corrente elétrica, ao fluir numa bobina,
magnetiza a peça-núcleo.
94 SENAI
Tecnologia de soldagem
Efeito químico
Um efeito da corrente elétrica no campo da química é apresentado na figura a seguir,
onde se verifica a decomposição da água H2O em oxigênio O2 e hidrogênio 2H2.
Em geral, forma-se um campo magnético, por onde flui uma determinada corrente
elétrica. Por exemplo:
• Em torno de um condutor elétrico.
SENAI 95
Tecnologia de soldagem
Para que possa haver um fluxo de corrente, o circuito de início deve ser fechado.
96 SENAI
Tecnologia de soldagem
Quanto maior for a resistência elétrica, maior deve ser a tensão para que tenha a
mesma corrente fluindo no condutor.
Numa tensão constante, verifica-se:
• Grande resistência – baixa amperagem
• Pequena resistência – alta amperagem.
SENAI 97
Tecnologia de soldagem
A tabela abaixo apresenta um resumo das equivalências entre os dois circuitos, assim
como as unidades das grandezas do circuito elétrico.
Os metais em geral são bons condutores de corrente, pois possuem uma baixa
resistência elétrica. Isso se aplica em especial ao cobre, o qual é amplamente
empregado em cabos para condução de corrente elétrica.
98 SENAI
Tecnologia de soldagem
O arco elétrico
Compara-se o arco elétrico a um raio que queima, porém, durante um certo tempo. No
arco elétrico, tem-se também um circuito fechado. A diferença entre outros circuitos
fechados, é que, no caso de arco elétrico, a corrente flui através da atmosfera por uma
pequena distância, mesmo o ar não sendo bom condutor.
SENAI 99
Tecnologia de soldagem
Além disso, para a abertura do arco elétrico, torna-se necessária uma elevada
intensidade de corrente, a qual provocaria danos na rede, em função da sua pequena
secção de condutores. A rede não suportaria a sobrecarga.
Máquinas de solda
100 SENAI
Tecnologia de soldagem
Esquema do transformador
Os transformadores, sendo máquinas para soldagem com corrente alternada, não têm
polaridade definida e só permitem o uso de eletrodos apropriados para esse tipo de
corrente.
A máquina normalmente dispõe de dois terminais para ligação de cabo terra e porta-
eletrodo. Na maioria dos casos, tem um dispositivo volante com o qual se regula a
intensidade da corrente.
SENAI 101
Tecnologia de soldagem
Observação
Em função do consumo de potência em trabalhos de longa duração utilizando-se
eletrodos de diâmetros maiores, deve-se ter o cuidado de selecionar-se a máquina
com potência adequada.
Geradores de solda
102 SENAI
Tecnologia de soldagem
Quando acoplados a motores elétricos, necessitam de uma rede elétrica trifásica, com
tensões de 220/380/440V.
Ì)
Ligação triângulo (Ì
O motor parte com baixa intensidade de corrente.
Ligação estrela ( Λ )
Neste tipo de ligação, o motor parte com intensidade total de corrente, por exemplo, na
soldagem.
Princípio do gerador
No gerador, tem-se um rotor com bobinas que gira no campo magnético. As bobinas
contidas no rotor produzem correntes que será retirada através de coletores,
resultando uma corrente contínua de saída para alimentar o arco.
SENAI 103
Tecnologia de soldagem
Retificadores de soldagem
104 SENAI
Tecnologia de soldagem
Observação:
Em caso de incêndio, devem ser utilizados extintores de CO 2 ou nitrogênio.
SENAI 105
Tecnologia de soldagem
A elevada temperatura faz com que ocorra a fusão do eletrodo, cujas partículas
fundidas passam a se transferir para a peça formando uma poça de fusão.
106 SENAI
Tecnologia de soldagem
O gotejamento grosso caracteriza-se por baixa corrente e nele pode ocorrer perigo de
curto-circuito. Apresenta o som de estalos e chiados, possui uma maior penetração e
tem uma taxa de deposição em torno de 10 a 30 gotas por segundo.
A transferência por gotejamento fino possui uma penetração menor. Ela é mais bem
aplicada em revestimentos e ocorre com altas correntes. Tem um som normal e uma
taxa de deposição em torno de 200 gotas por segundo.
SENAI 107
Tecnologia de soldagem
Corrente de soldagem
Eletrodos de solda
108 SENAI
Tecnologia de soldagem
Sopro magnético
SENAI 109
Tecnologia de soldagem
A corrente que circula no condutor forma em torno dele um campo magnético (figura a
seguir). No caso da corrente contínua, ele ocorre sempre em uma mesma direção.
O arco elétrico é uma parte da corrente que circula no condutor. Ele reage á ação do
campo magnético, desviando-se e curvando-se.
• Compressão do arco
Ocorre principalmente nos materiais não magnetizáveis, como nos aços especiais,
alumínio, cobre, etc. O campo magnético comprime o arco elétrico para fora.
110 SENAI
Tecnologia de soldagem
SENAI 111
Tecnologia de soldagem
112 SENAI
Tecnologia de soldagem
SENAI 113
Tecnologia de soldagem
• Enrolar um cabo terra em volta da peça e fazer com que a direção do campo
magnético neutralize o efeito causador do sopro.
• Colocar uma massa adicional de aço para minimizar o sopro magnético.
114 SENAI
Tecnologia de soldagem
Tensão de soldagem
O comprimento apropriado doa arco é percebido pelo próprio som produzido durante a
soldagem. Um crepitar constante e uniforme denota um arco estável; crepitações e
explosões indicam inadequação de comprimento do arco.
Corrente de soldagem
SENAI 115
Tecnologia de soldagem
Velocidade de soldagem
116 SENAI
Tecnologia de soldagem
Penetração da solda
Pode-se dizer que quanto maior for a corrente, maior será a penetração, sendo que ela
será máxima à velocidade ótima de soldagem; a velocidade superiores à considerada
ótima, a penetração tende a decrescer.
SENAI 117
Tecnologia de soldagem
Uma boa soldagem deve oferecer, entre outras coisas, segurança e qualidade. Para
alcançar esses objetivos, é necessário que os cordões de solda sejam efetuados com
o máximo de habilidade, boa regulagem da intensidade e boa seleção de eletrodos.
Boa penetração
Obtém-se quando o material depositado funde a raiz e estende-se por baixo da
superfície das partes soldadas.
Isenção de escavações
Obtém-se uma solda sem escavações quando, junto ao seu pé, não se produz
nenhuma cratera que danifique a peça.
Fusão completa
Obtém-se uma boa fusão, quando o metal-base e o metal depositado formam uma
massa homogênea.
Ausência de porosidade
Uma boa solda está livre de poros, quando em sua estrutura interior não existem
bolhas de gás, nem formação de escória.
Boa aparência
Uma solda tem boa aparência quando se aprecia em toda a extensão da união um
cordão uniforme, sem apresentar fendas nem saliências.
Ausência de trincas
Tem-se uma solda sem trincas quando no material depositado não existem trincas ou
fissuras em toda a sua extensão.
118 SENAI
Tecnologia de soldagem
A seguir, serão mostradas algumas recomendações para que se efetue uma boa solda.
SENAI 119
Tecnologia de soldagem
Questionário-resumo
120 SENAI
Tecnologia de soldagem
7 O que deve ser observado para que se consiga uma solda de boa qualidade ?
SENAI 121
Tecnologia de soldagem
122 SENAI
Tecnologia de soldagem
Objetivos
Conhecer
Ser informado sobre:
• Diferentes processos de soldagem com gás de proteção;
• Diferentes tipos de gases utilizados;
• Principais parâmetros empregados nesses processos;
• Diversos tipos de descontinuidades que ocorrem nesse tipo de soldagem.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• Características técnicas dos processos MIG/MAG e TIG;
• Características fundamentais dos gases inertes e ativos aplicados nos processos
MIG/MAG e TIG;
• Principais características das transferências por névoa, globular, curto-circuito e por
arco pulsante;
• Influência dos gases na tensão de soldagem e penetração;
• Efeitos da polaridade e do sopro magnético;
• Elementos principais que influenciam a tensão de soldagem;
• Principais defeitos de soldagem nos processos MIG/MAG e TIG.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
• Determinar o processo de soldagem mais conveniente em função do metal-base;
• Minimizar descontinuidades na soldagem;
• Especificar parâmetros de soldagem recomendados;
• Orientar seus subordinados sobre segurança e prevenção de acidentes com solda.
SENAI 123
Tecnologia de soldagem
Introdução
Nos processos de soldagem com proteção gasosa, a zona do arco e a poça de fusão
são protegidas da contaminação atmosférica pelo gás alimentado pela tocha de solda.
124 SENAI
Tecnologia de soldagem
Os gases mais aplicados com a função de proteger a solda são o hélio, o argônio e o
CO2. Pode-se também utilizar o hélio e o argônio com uma pequena adição de CO2 ou
de oxigênio.
No processo com eletrodo consumível e gases inertes com o hélio e o argônio, para
proteção da poça de fusão, o arco se estabelece entre o próprio eletrodo e o metal-
base.
Outro processo que utiliza o CO2 como gás de proteção é chamado de MAG (Metal
Active Gas). Nos casos em que se utiliza mistura de gases, o de maior porcentagem
define se o processo é MIG ou MAG.
No processo com eletrodo não consumível, ao arco elétrico é gerado entre a peça e
um eletrodo de tungstênio.
Transformadores
Fornecem corrente alternada, especialmente aplicada na soldagem de alumínio e suas
ligas, com a finalidade de romper a camada ou película de óxidos.
Retificadores
São de forma geral transformadores que possuem retificadores acoplados, produzindo,
desta forma, corrente contínua de soldagem.
Geradores
Produzem e fornecem corrente contínua de soldagem.
Geradores de impulsos
São amplamente empregados na soldagem de alumínio, onde, para tal, é necessária
uma corrente de superposição com impulsos de alta tensão. Tais impulsos evitam a
extinção do arco elétrico.
SENAI 125
Tecnologia de soldagem
Gases de proteção
Os gases inertes mais aplicados são o argônio e o hélio, sendo o primeiro mais viável
economicamente. Pode-se reduzir mais ainda o custo, efetuando-se uma mistura com
CO2. na soldagem de aços ligados, obtendo-se bons resultados.
No caso do CO2, o arco elétrico terá maior concentração que na soldagem com o
argônio puro.
126 SENAI
Tecnologia de soldagem
Com a utilização do CO2, obtém-se um arco mais concentrado, que oferece uma boa
penetração.
O argônio puro utilizado na soldagem MIG possui uma boa penetração, porém
insuficiente na região adjacente. Consegue-se minimizar tal fato com adição de CO2,
que oferece uma penetração mais uniforme em toda a região da solda.
SENAI 127
Tecnologia de soldagem
Fundamentos do processo
Os processos MIG/MAG utilizam-se de um arco se desenvolve entre o eletrodo e o
metal-base, os quais são fundidos pelo calor gerado, formando assim, a solda.
Caracterização do processo
O processo MIG utiliza-se dos gases inertes hélio ou argônio. O processo MAG utiliza-
se de gás ativo, CO 2 ou misturas de CO 2 com adição de argônio.
Equipamento de soldagem
128 SENAI
Tecnologia de soldagem
Tocha de soldagem
Normalmente, são utilizados dois tipos de arames como material de adição. Os arames
podem ser maciços ou tubulares.
SENAI 129
Tecnologia de soldagem
Arames tubulares
Podem apresentar diferentes secções transversais, conforme a figura abaixo.
A capa externa é de aço e o seu interior possui fundentes com elementos formadores
de escória, estabilizadores do arco e desoxidantes. Tais elementos proporcionam um
arco estável, com poucos respingos, e um bom acabamento superficial na solda.
Transportadores de arame
Existem diversos tipos de transportadores.
130 SENAI
Tecnologia de soldagem
SENAI 131
Tecnologia de soldagem
A condução do arame pela mangueira não deve sofrer interferências que venham a
prejudicar a constância de avanço.
132 SENAI
Tecnologia de soldagem
SENAI 133
Tecnologia de soldagem
134 SENAI
Tecnologia de soldagem
SENAI 135
Tecnologia de soldagem
Transferência do metal
Ocorre com correntes baixas, arcos curtos e possui baixa velocidade de transferência.
136 SENAI
Tecnologia de soldagem
Em função de o curto-circuito ser por si só irregular, pode-se dizer que o próprio arco
elétrico é extremamente instável e, por isso, a utilização deste modo de transferência
na soldagem deve ser procedida de certas medidas que tornem o arco regular e
estável para tal aplicação. Os modernos equipamentos de soldagem MAG já possuem,
em seus circuitos, adaptações necessárias para tal modo de transferência.
SENAI 137
Tecnologia de soldagem
Corrente de soldagem
A soldagem MIG é quase sempre feita com polaridade inversa, ou seja, a positiva no
eletrodo e a negativa conectada à peça. Dessa forma, consegue-se uma penetração
melhor que com polaridade direta. A polaridade direta produz um arco mais instável e a
solda fica cheia de salpicos.
Influência da polaridade
← →
Efeito de limpeza
Sim Não
No alumínio
138 SENAI
Tecnologia de soldagem
Todo condutor elétrico é rodeado por um campo magnético. Isso também se aplica ao
arco elétrico que também é um condutor de corrente. Freqüentemente em arcos
elétricos com corrente contínua, esse campo magnético provoca um desvio do arco,
para frente ou para trás do sentido de translação, ou ainda para os lados.
Para o controlar, deve-se utilizar arcos curtos, reduzir a corrente, ou inclinar o eletrodo
em relação à peça na direção do sopro.
Tensão de soldagem
A tensão de soldagem tem uma influência prática bem pequena no insumo de calor, se
comparada com a intensidade de corrente, velocidade do avanço do eletrodo, material
do arame, gás de proteção e polaridade.
Na soldagem MAG, com altos valores de corrente e baixos valores de tensão, obtém-
se uma ótima penetração, embora possa ocorrer, em alguns casos, depósitos muito
suscetíveis à fissuração.
SENAI 139
Tecnologia de soldagem
Ângulo da tocha
a) b)
c)
140 SENAI
Tecnologia de soldagem
Quando se deseja uma operação simples e de fácil controle, o ângulo da tocha deverá
ser negativo, compreendido entre 10 a 20º, conforme a figura B. Esse ângulo, porém,
produz baixa penetração, com um cordão de solda achatado e largo.
Assim, caso seja necessário um cordão de alta penetração, com reforço convexo,
deve-se operar com um ângulo de tocha positivo.
Velocidade de soldagem
a)
SENAI 141
Tecnologia de soldagem
b)
A cada faixa de intensidade de corante está agregada uma determinada tensão. Nos
casos em que a velocidade de avanço do arame é constante, tem-se a seguinte
conclusão: quanto menor for a tensão, menor será o arco elétrico e mais estreito e
mais alto será o cordão.
c)
Com o aumento da tensão, o perfil do cordão será mais achatado e largo. As elevadas
tensões do arco favorecem a formação de entalhes, respingos e formação de vapor de
metal.
142 SENAI
Tecnologia de soldagem
Com altas tensões e arcos longos, existe a instabilidade e um leve desvio provocado
por um campo magnético assimétrico.
Por outro lado, as posições verticais e sobrecabeça exigem, para cada espessura de
material, tipo de chanfro e velocidade de soldagem, menores potências e técnica
especial de trabalho.
SENAI 143
Tecnologia de soldagem
Nessas condições, a zona de solda recebe pouco calor, podendo vir a ocorrer pontos
frios na soldagem. Em geral, longos arames livres reduzem a freqüência das gotas e
aumenta a perda de deposição por maior ocorrência de salpicos.
144 SENAI
Tecnologia de soldagem
A figura a seguir apresenta um resumo das influências das distâncias nos principais
elementos da soldagem.
← tubo de contato →
Aquecimento do
Maior Menor
SENAI 145
Tecnologia de soldagem
146 SENAI
Tecnologia de soldagem
SENAI 147
Tecnologia de soldagem
148 SENAI
Tecnologia de soldagem
• A figura abaixo apresenta algumas falhas que podem ocorrer nesse tipo de junta.
SENAI 149
Tecnologia de soldagem
A figura a seguir apresenta como executar com perfeição a sobreposição dos filetes e
passe de cobertura. Apresenta também alguns aspectos da condução da tocha para
obtenção de uma junta sem a ocorrência das falhas mencionadas.
Poros na solda
150 SENAI
Tecnologia de soldagem
SENAI 151
Tecnologia de soldagem
152 SENAI
Tecnologia de soldagem
SENAI 153
Tecnologia de soldagem
154 SENAI
Tecnologia de soldagem
SENAI 155
Tecnologia de soldagem
Distúrbio da tocha
156 SENAI
Tecnologia de soldagem
SENAI 157
Tecnologia de soldagem
Arco elétrico
158 SENAI
Tecnologia de soldagem
A tocha de soldagem manual (fig. acima) deve ser leve, compacta e totalmente isolada.
Suas partes principais são: as conexões de gás inerte e de refrigeração, conexão
elétrica, eletrodo com seus suportes e bico de saída do gás.
SENAI 159
Tecnologia de soldagem
São vários os tipos de bicos usados nos maçaricos TIG. Podem ser de cerâmica,
metálicos e de quartzo fundido. Os bicos de cerâmica são os mais usados e de menor
custo, embora, para as tochas refrigeradas por água, os bicos metálicos tenham uma
duração bem superior quando usados corretamente.
Tal fenômeno pode ser evitado utilizando-se um bico metálico maior. Ocorrendo esse
fenômeno, a destruição do bico metálico é imediata.
Tipos de tochas
Forma normal
Tamanho do bico
Ao se escolher o bico de cerâmica para um serviço específico, deve-se tentar usar o
bico de diâmetro menor, mas cuja borda não funda pela alta concentração de calor do
arco. Um bico menor proporciona uma melhor visão da solda, mantém o arco mais
estável e permite a soldagem em áreas mais restritas. Produz também um efeito de
compressão, o qual dá ao arco mais força, direção e concentração.
160 SENAI
Tecnologia de soldagem
Forma do bico
Normalmente os bicos são cilíndricos ou cônicos internamente, embora sua forma
possa se adaptar às condições de serviço, em função do formato da peça.
SENAI 161
Tecnologia de soldagem
Quando for necessário soldar-se em lugares muito estreitos, pode-se fabricar um bico
cilíndrico de chapa de cobre, ou de forma cônica, para usar-se com uma pressão baixa
de gás.
Cada um dos gases pode ser usado puro ou ainda misturados entre si. Em casos
especiais, pode-se também misturar argônio com hidrogênio.
A seleção do gás de proteção para a soldagem TIG deve ser orientada em função do
material-base e dos objetivos da soldagem.
Aços inoxidáveis
Pequenas espessuras: O argônio oferece uma penetração controlada.
Magnésio
Argônio: Possui excelente ação limpadora; deve-se usar CA de alta freqüência.
Hélio: É preferido para soldagem com CC e com polaridade direta; proporciona arco
estável e altas velocidades de soldagem.
162 SENAI
Tecnologia de soldagem
Bronze alumínio
Argônio: Reduz a penetração e é geralmente usado para fazer revestimentos.
Bronze silício
Argônio: Reduz a tendência do material ao superaquecimento, por ser uma liga não
boa condutora de calor.
Cobre desoxidado
O hélio é preferível, pois proporciona um alto calor adicional para compensar a alta
condutibilidade térmica do cobre.
A mistura com 75% de hélio e 25% de argônio proporciona um arco estável, embora
reduza a adição de calor.
Titânio
TIG manual: O argônio oferece maior facilidade para a soldagem.
Mistura de gases
As misturas dos gases argônio e hélio são usadas em proporções definidas, quando se
deseja uma maior penetração, obtida pelo hélio, e um arco mais suave, proporcionado
pelo argônio. As misturas de argônio e hidrogênio têm sido usadas na soldagem de
vários metais-base que apresentam problemas de porosidade constante, por exemplo,
monel e prata.
As misturas de argônio, com 10 a 15% de hidrogênio, têm sido utilizadas com êxito na
soldagem de aços inoxidáveis. Para se determinarem as condições de operação,
podem ser consultadas várias tabelas que fornecem os dados referentes ao trabalho a
executar.
SENAI 163
Tecnologia de soldagem
Correntes de soldagem
É um dos mais importantes fatores dentro das condições de operação, pois, com a
corrente, controla-se a penetração, a velocidade de soldagem, a deposição e
qualidade da solda.
Esse tipo de corrente produz cordões estreitos de boa penetração, porém não remove
óxidos superficiais, como no caso de alumínio, magnésio e cobre – berílio.
164 SENAI
Tecnologia de soldagem
SENAI 165
Tecnologia de soldagem
A figura a seguir apresenta a forma de penetração obtida com esse tipo de corrente.
Ignição do arco
Alguns sistemas são utilizados para iniciar a emissão de elétrons e a ionização do gás
inerte.
• O mais simples é aproximar o eletrodo de tungstênio à peça, tocá-la, para provocar
um curto-circuito, e retirá-lo rapidamente; ao retornar a tocha, manter a abertura ou
comprimento desejado (fig. abaixo). A abertura deve ser, com norma geral, de 1,5
vezes o diâmetro do eletrodo de tungstênio, porém existem variantes para casos
particulares.
Fazer contato
166 SENAI
Tecnologia de soldagem
SENAI 167
Tecnologia de soldagem
A vareta deve ser usada com cuidado para não provocar turbulência no jato de gás, e
não deve tocar no eletrodo, pois o contaminaria e causaria oxidação da vareta.
Após, desloca-se a tocha até a borda externa da poça de fusão, antes de extinguir o
arco.
Para se extinguir o arco, levanta-se a tocha o suficiente para apagá-la, tendo o cuidado
de não causar contaminação do eletrodo ou da poça de fusão. É aconselhável
diminuir-se gradativamente a amperagem, com um controle de pé, ou desligá-la
mediante um interruptor.
168 SENAI
Tecnologia de soldagem
Nas juntas de topo entre chapas, é aconselhável que se ponteie seguindo a seqüência
que mostra a figura abaixo, para se evitarem empenamentos e distorções.
Eletrodos de tungstênio
Outro fator favorável é que o tungstênio é um grande emissor de elétrons, que ionizam
o gás e mantêm o arco estável.
Tabela
Classificação Tungstênio Tório Zircônio Outros
A W.S %min(a) % % %(b)
E.W.P 99,5 - - 0,5
E.W.Th-1 98,5 0,8 – 1,2 - 0,5
E.W.Th-2 97,5 1,7 – 2,2 - 0,5
E.W.Th-3 98,95 0,35 – 0,5 - 0,5
E.W.Zr 99,2 - 0,15 – 0,4 0,5
(a) Por diferença, (b) total.
E.W.Th-3 – Eletrodo de tungstênio, com seguimento lateral em todo o comprimento,
com 1 a 2% de tório.
SENAI 169
Tecnologia de soldagem
Uma superfície rugosa oferece resistência à passagem de corrente elétrica e tem mal
contato no porta-eletrodos.
170 SENAI
Tecnologia de soldagem
Eletrodo sobrecarregado
No eletrodo de tungstênio puro, funde-se a ponta formando-se uma calota.
SENAI 171
Tecnologia de soldagem
Além das observações feitas anteriormente sobre as formas dos eletrodos, convém
lembrar que elas também influenciam a penetração da solda, pois, variando-se a
forma, a área de concentração também varia.
172 SENAI
Tecnologia de soldagem
SENAI 173
Tecnologia de soldagem
Na figura "Soldagem TIG com duas tochas", tem-se um soldagem executada com duas
tochas, normalmente aplicadas na solda em posição vertical, em peças de alumínio,
cobre ou aços ligados. Nas juntas I, cada uma das varetas atuam em um dos lados.
Quando a junta é bem preparada, quase não ocorrem falhas de ligação, poros ou
inclusão de óxidos. Para juntas executadas em materiais de boa condutibilidade
térmica, não é preciso preaquecimento.
174 SENAI
Tecnologia de soldagem
As figuras a seguir apresentam diversos dispositivos que são utilizados para auxiliarem
a execução adequada da soldagem TIG.
Dispositivo de fixação com trilho de cobre, com canal. Proteção da raiz pelo gás
contido no canal.
SENAI 175
Tecnologia de soldagem
176 SENAI
Tecnologia de soldagem
SENAI 177
Tecnologia de soldagem
b-
c-
d-
e-
f-
178 SENAI
Tecnologia de soldagem
Tabela: Guia para soldar aços de baixa liga em CC – polaridade direta com argônio
Diâmetro do
Amperagem Diâmetro da Fluxo de gás
Espessura eletrodo de
posição plana vareta pés 3 /hora
tungstênio
0,35” 100 1/16” 1/16” 10
0,49” 100-125 1/16” 1/16” 10
0,60” 100-140 1/16 1/16 10
0,89” 140-170 3/32” 3/32” 10
1,25” 150-200 3/32” 1/8” 10
SENAI 179
Tecnologia de soldagem
Tabela: Guia para soldar bronze-alumínio, com CA de alta freqüência com argônio
Amperagem Diâmetro do Fluxo de
Diâmetro da Número de
Espessura posição eletrodo de gás
vareta passes
plana tungstênio pés 3 /hora
1/4" 200 1/8” 1/8” 2 17
3/8” 250 5/32” 5/32” 3 17
1/2” 260 5/32” 5/32” 4 17
200 6,0 1,6 20 191 1,65,4 2
0
109
230 7,2 1,6 20 1,9 3
0
180 SENAI
Tecnologia de soldagem
Liga de Cu-Sn
Cu Sn 4 3 ΙΙ 2 60...80 8
Corrente
3...6 ΙΙ 3,2 150...160 8
contínua
Cu Sn 8 6...12 V-(60º) 3,0...4,0 170...180 8...10
SENAI 181
Tecnologia de soldagem
(1) Valores válidos para junta de topo: junta em ângulo aumentar de 10 a 20A
Tabela: Valores para soldagem TIG de aços não ligados e de baixa liga
Velocidade de
Espessura do Consumo de Número de Corrente de
soldagem
metal-base mm argônio " /min camadas soldagem
cm/min
0,5 3 1 25...35 60...80
0,75 4 1 30...40 90...100
1,0 4 1 30...40 100...120
1,2 4...5 1 30...45 100...125
1,5 4...5 1 30...45 100...140
2,0 5 1 30...45 160...200
acima de
2 5 várias 35...45 160...250
182 SENAI
Tecnologia de soldagem
Questionário – resumo
SENAI 183
Tecnologia de soldagem
184 SENAI
Tecnologia de soldagem
SENAI 185
Tecnologia de soldagem
186 SENAI
Tecnologia de soldagem
Metalurgia de soldagem e
soldabilidade dos materiais
Objetivos
Ao final desta unidade o participante deverá:
Conhecer
Ser informado sobre:
• Aspectos da metalurgia referentes a soldagem;
• Diferentes estruturas e transformações metalográficas do material soldado;
• Soldabilidade dos materiais ferrosos e não-ferrosos.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• Estruturas metalográficas desejáveis ao cordão de solda no estado sólido;
• Influência do tipo de estrutura nas propriedades do cordão de solda;
• Diferentes testes de soldabilidade e suas aplicações;
• Mecanismo de formação de trincas nos materiais soldados;
• Aspectos negativos do superaquecimento das junções soldadas.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
• Avaliar a soldabilidade de um material;
• Orientar corretamente a execução de uma solda em função do superaquecimento;
• Evitar fragilidade das junções soldadas em função da formação de uma estrutura
indesejável.
Metalurgia da soldagem
Uma liga metálica ocorre se a fusão dos elementos metálicos produz um segundo
elemento. A fusão dilui o segundo elemento, como a água dilui o açúcar. O elemento
adicionado pode também ser não metálico.
SENAI 187
Tecnologia de soldagem
Exemplos de ligas
Cobre + zinco = latão
Cobre + estanho = bronze
Alumínio + magnésio = ligas Al – Mg
Ferro + carbono = aço ou ferro fundido
Tipos de ligações
Os elementos de um liga podem estar unidos por três diferentes formas, após a
solidificação:
• Como mistura
As partículas cristalinas misturadas e ligadas uma com as outras só são
reconhecidas com o uso de microscópio.
188 SENAI
Tecnologia de soldagem
Através disso, para todo o material ferro-carbono, são encontradas duas distintas e
marcantes temperaturas. A temperatura inferior, na qual o material começa a fusão, e a
temperatura superior, na qual toda a massa sólida encontra-se em estado líquido. Entre
as duas temperaturas, encontra-se o intervalo de fusão.
SENAI 189
Tecnologia de soldagem
Por exemplo: para um aço com 1,0% de carbono, como mostra o gráfico, encontra-se
uma temperatura inferior de fusão igual a 1350ºC e uma superior igual a 1465ºC, que
são pontos de cruzamento da reta perpendicular de 1,0%C com as curvas de fusão
respectivas, transportadas na horizontal para a linha das temperaturas.
Entre as curvas inferior e superior de fusão, forma-se uma zona intermediária onde o
material se encontra no estado pastoso.
Estrutura austenítica
190 SENAI
Tecnologia de soldagem
Nos aços com 0,8%C são formados cristais mais escuros chamados perlita.
Cristal de perlita
SENAI 191
Tecnologia de soldagem
Nos aços com teores acima de 0,8 até 21%C, a estrutura encontrada é composta
apenas de carboneto de ferro, denominada cementita.
192 SENAI
Tecnologia de soldagem
Temperabilidade do aço
Os aços não ligados adquirem dureza se resfriados em água; porém os aços de alta
liga podem adquirir dureza até com resfriamento a ar, por exemplo aço com Cr Ni 18.8.
Nos aços em geral, quanto maior for o teor de carbono, maior será a temperabilidade e
dureza após o resfriamento brusco e menor será a tenacidade do material ou da junta.
SENAI 193
Tecnologia de soldagem
Surgimento de trincas
As regiões das juntas soldadas onde ocorre endurecimento estão sujeitas,
especialmente, a trincas ocasionadas pela contração ocorrida no resfriamento.
194 SENAI
Tecnologia de soldagem
As figuras a seguir apresentam alguns exemplos de trincas que podem surgir. Para
durezas até 300HV, não existe perigo para a junção, porém acima de 400HV já causa
preocupações e, em certos casos, convém executar-se um recozimento pleno ou de
alívio de tensões.
Trincas de soldagem
Os aços com até 0,25%C (St 33, St 34, St 37, St 42, HI HII, StE 26, StE 29, StE 32),
bem como os de baixa liga, com até 0,20%C e com espessura até 30mm, por exemplo,
St 52-3, 15Mo3, 17Mn4, StE 36 são adequados à soldagem, sem a necessidade de
procedimentos especiais, por não existir perigo de endurecimento. Os demais aços, os
aços cromo-níquel, bem como o St 52-3 e o StE 36, de espessuras superiores a
30mm, devem ser preaquecidos para a soldagem, evitando-se assim o perigo de
trincas.
SENAI 195
Tecnologia de soldagem
A temperatura do cordão de solda cai dos 1500ºC para o estado pastoso até a
temperatura da peça. Junto ao cordão, o material possui consistência, uma vez que
não está em estado líquido, mas extremamente superaquecido, portanto com
granulação grosseira.
Quanto mais grosseira for a granulação, menor será a tenacidade do material. Por isso
o soldador deve observar que a junção soldada não deve ser aquecida por muito
tempo.
Na soldagem de aços que têm grande tendência à têmpera, ocorrerá uma fragilidade
nessa zona, provocada pelo superaquecimento, pois grãos grosseiros são favoráveis à
fragilização.
196 SENAI
Tecnologia de soldagem
Existem alguns fatores fundamentais que devem ser observados na execução de uma
construção soldada.
Primeiro fator
A construção deve ser satisfatoriamente elaborada, observando-se as normas de
execução, tais como processo, posição e a execução dos cordões de solda
propriamente ditos.
Segundo fator
As junções, sempre que possível devem oferecer possibilidade de acesso para
execução dos cordões, com processo de soldagem satisfatório às exigências da
construção.
SENAI 197
Tecnologia de soldagem
Terceiro fator
O material deve ser apropriado para a soldagem, ou seja, possuir boa soldabilidade.
Convém salientar que nem todos os aços, bem como outros materiais, são iguais
quanto à soldabilidade pois o teor de carbono e a estabilidade das ligas metálicas
influem consideravelmente.
Conceito
O conceito de soldabilidade abrange muitos detalhes. São consideradas,
principalmente, as dificuldades encontradas durante a soldagem, bem como o
comportamento do material soldado. Materiais que possuem boa soldabilidade
asseguram características mecânicas iguais ou até melhores que as do material base,
sem a necessidade de providência especiais.
• Os aços com teores de carbono de até 1,5%, com outros elementos de liga tais
como cromo, níquel, cobalto, vanádio, etc., com teores abaixo de 5%, são
considerados aços de baixa liga.
• Os aços com teores de carbono de até 2,2% e que, ao mesmo tempo, apresentem
em sua composição outros elementos de liga (um ou mais), com teores superiores
a 5%, são chamados superiores a 5%, são chamados aços de alta liga.
198 SENAI
Tecnologia de soldagem
Nos aços ao carbono com teores entre 0,08 e 0,3%, a soldabilidade é muito boa.
Esses aços podem ser soldados por qualquer método usado atualmente.
Uma solda de boa qualidade pode ser sempre obtida através da escolha adequada do
processo de soldagem e de sua correta preparação. Os aços de baixos teores de
carbono são os mais facilmente soldáveis dentre todos os outros.
Durante a soldagem desses aços, a zona termicamente afetada pode vir a sofrer um
endurecimento devido a mudanças em sua microestrutura, causadas pelas variações
térmicas que lhe são impostas. O nível final de dureza depende da velocidade de
resfriamento e também da composição química do aço.
SENAI 199
Tecnologia de soldagem
Deve ser observado, a respeito dos aços de baixa liga, que a soldabilidade depende do
carbono equivalente (CE).
Si Cr Ni Mo V Cu
CE = %C + + + + + + %
24 5 13 4 4 15
200 SENAI
Tecnologia de soldagem
A soldagem a frio, com eletrodo de níquel ou ferro-níquel, oferece uma junta usinável,
mas de cor brilhante.
A soldagem de ferro fundido maleável pode ser feita a quente, com eletrodo de ferro
fundido, desde que se faça um novo tratamento após a soldagem, para lhe devolver as
características de maleabilidade.
SENAI 201
Tecnologia de soldagem
Martensítico
• É autotemperável;
• Possui razoável resistência à corrosão;
• Possui baixa soldabilidade.
Ferrítico
• É temperável;
• Possui boa resistência à corrosão;
• Possui sofrível soldabilidade.
Austenítico
• Não é temperável;
• Possui excelente resistência à corrosão;
• Possui excelente soldabilidade.
202 SENAI
Tecnologia de soldagem
Tipo martensítico
Este tipo de aço gera uma estrutura martensítica dura e frágil, devido ao rápido ciclo de
aquecimento e resfriamento provocado pelos processos usuais de soldagem.
A soldabilidade desse aço exige cuidados especiais uma vez que a martensita está
intimamente ligada a fenômenos de geração de trincas.
Precauções na soldagem
• Preaquecer entre 200 a 400ºC e manter a temperatura entre os passes.
• Manter a temperatura entre 700 a 800ºC logo após a soldagem.
Tipo ferrítico
Precauções na soldagem
• Preaquecer a peça a uma temperatura entre 70 e 100ºC para prevenir a ocorrência
de trincas a frio.
• A junta deve ser resfriada rapidamente de 600 a 400ºC para se evitar a fragilização
a 475ºC.
• Deve ser evitado um preaquecimento excessivo.
Tipo austenítico
SENAI 203
Tecnologia de soldagem
Os diferentes tipos de estruturas que podem ser encontradas nos aços inoxidáveis em
função da composição química podem ser traduzidos em termos percentuais de níquel
e cromo.
Precauções na soldagem
• Reduzir o insumo de calor, sem preaquecer a junta, de modo a evitar precipitação
de carbonetos.
• Utilizar aços que contenham nióbio e titânio ou com teores ultrabaixos de carbono
(C ≤ 0,03%).
• Selecionar o eletrodo de tal maneira que a estrutura do metal depositado e diluído
corresponda a uma estrutura resistente a trincas e fragilização.
As figuras a seguir apresentam alguns tipos de defeitos mais comuns nas soldagens
de aço austenítico (18.8) AISI 347.
204 SENAI
Tecnologia de soldagem
Microfissuras
Observação
Informações técnicas mais profundas sobre o tema poderão ser obtidas através do
estudo do diagrama de Schaefler, sobre a influência no níquel e do cromo equivalente
nas estruturas de peças soldadas.
Os aços com um teor de cromo entre 12 e 15%, com ou sem molibdênio, são
temperáveis com resfriamento ao ar, e sua dureza e tanto maior quanto maior for o teor
de carbono existente neles.
SENAI 205
Tecnologia de soldagem
Uma vez que o óxido de cromo se forma a uma temperatura elevada (temperatura de
fusão 1970ºC), os aços ao cromo devem ser protegidos durante a soldagem.
206 SENAI
Tecnologia de soldagem
Também para os aços ao cromo com um teor de 17% (uma vez que parte da estrutura
também se transforma), recomenda-se um preaquecimento, no caso de soldagem de
chapas grossas, em torno 150ºC, e um pós – aquecimento de 750 a 800ºC. No caso
de chapas finas, não é necessário aquecimento prévio nem posterior.
Zona de solda de um aço. Estrutura básica austenítica (escura) com ferrita (clara)
Nos aços resistentes a altas temperaturas e com alta resistência ao calor, a presença
da ferrita é indispensável, principalmente quando esses aços são submetidos a uma
faixa de temperatura entre 500 e 925ºC.
SENAI 207
Tecnologia de soldagem
Quanto menor for o teor de carbono, tanto melhor será a formação de carbonetos.
Abaixo de 0,02%, o carbono permanece dissolvido na austenita.
Titânio e nióbio têm uma afinidade com o carbono bem maior do que com o cromo.
Através desses elementos de liga em quantidade satisfatória (titânio 5 vezes o teor de
carbono e nióbio 8 vezes o teor de carbono, no mínimo), para os aços inoxidáveis
austeníticos, consegue-se a formação de carbonetos de nióbio ou de titânio, na maioria
dos casos antes que o carboneto de cromo possa se formar. Esse fenômeno é definido
como estabilização. Por outro lado, o nióbio favorece a tendência a trincas a quente.
Apresentam uma boa resistência contra a corrosão provocada e localizada nas trincas,
resultante dos efeitos das tensões, e uma elevada resistência alternativa à corrosão.
208 SENAI
Tecnologia de soldagem
São mencionados porém alguns fenômenos de corrosão que ocorrem sempre nos
cordões de solda após o processo de soldagem.
Nos aços cromo ferríticos e nos aços cromo-níquel austeníticos, pode correr, sob
determinadas condições, a destruição dos grãos. Se os aços austeníticos forem
aquecidos a uma temperatura entre 425 e 870ºC e vierem a ser resfriados, o carbono
será separado no contorno do grão, formando carbonetos de cromo (corrosão
intercristalina).
SENAI 209
Tecnologia de soldagem
O corte de aço inoxidável por esse processo deixa a desejar, pois provoca estrias e
rebarbas, necessitando de um trabalho mecânico posterior, como, por exemplo,
esmerilhamento.
Nos casos de chapas de até 12mm de espessura, pode-se utilizar o processo TIG para
se executar o corte.
Os processos de corte MIG e TIG, para aços inoxidáveis, têm sido na atualidade
substituídos pelo corte a plasma.
O plasma argônio é obtido com a ajuda de um arco elétrico gerado entre o eletrodo e a
peça.
Para se obter o arco elétrico, de forma semelhante à solda plasma, sobrepõe-se uma
tensão de alta freqüência, a qual dissocia o gás, ionizando-o e tornando-o condutor.
210 SENAI
Tecnologia de soldagem
SENAI 211
Tecnologia de soldagem
Juntamente com o corte a plasma, o corte com raio “laser” ganhou grande significado
pelo fato de, na faixa do infravermelho, poder ser focalizado de forma que seu ponto de
fusão se constituiu em aproximadamente 50µm .
Com esse processo, obtêm-se um corte fino e sem rebarbas, pois, em função da
elevada temperatura e intensidade de energia do raio, o material praticamente se
vaporiza.
212 SENAI
Tecnologia de soldagem
Questionário-resumo
1 Quais as três diferentes formas de união dos elementos de uma liga após a
solidificação ?
SENAI 213
Tecnologia de soldagem
11 Cite três precauções que devem ser tomadas na soldagem de aços inoxidáveis
para se evitarem trincas na solda ?
214 SENAI
Tecnologia de soldagem
Objetivo
Ao final desta unidade o participante deverá:
Conhecer
Ser informado sobre:
• Efeitos do enxofre e fósforo na soldabilidade;
• Conseqüência da segregação nos aços para construções;
• Importância do preaquecimento na soldagem;
• Composição dos aços de alta e baixa liga;
• Soldagem dos aços de baixa e alta liga;
• Diferentes tipos de problemas na soldagem dos aços de baixa e alta liga.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• Conseqüências dos elevados teores de enxofre e fósforo na soldagem;
• Aspectos negativos da segregação nas peças soldadas;
• Velocidade de resfriamento nas junções soldadas;
• Redução de tensões nas juntas soldadas e o papel do preaquecimento das peças;
• Tipos de aços inoxidáveis martensíticos, ferríticos e austeníticos;
• Tipos e normas DIN e SAE dos aços de baixa e alta liga;
• Limites dos teores de Cr e Ni nos aços, em função dos tipos;
• Influência dos teores de ligas na soldabilidade;
• Mudanças estruturais na zona termicamente afetada;
• Importância do preaquecimento na soldagem desses aços.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
• Orientar a execução de soldagem dos aços de baixa e alta liga;
• Orientar sobre a importância da seleção adequada dos eletrodos.
SENAI 215
Tecnologia de soldagem
Produção do aço
Introdução
Tipos de fusão
216 SENAI
Tecnologia de soldagem
Consegue-se uma fusão acalmada, pois tais metais possuem uma grande afinidade
química com oxigênio, o que proporciona sua liberação.
Essa zona situa-se no centro do lingote (ou laminado) e por isso não deve ser atingida
nos trabalhos de solda. O enriquecimento de fósforo e enxofre na zona de segregação
provoca um empobrecimento na zona externa dos aços efervescentes.
Quanto menor for o teor de fósforo e enxofre no aço, melhor será sua aptidão para a
soldagem.
Segregação
Quando o aço está fundido, todos os elementos, tais como impurezas, metais e
metalóides estão dissolvidos e distribuídos de forma uniforme.
Essa homogeneidade, porém, não permanece quando o aço passa para estado sólido.
SENAI 217
Tecnologia de soldagem
As partículas de nitretos de ferro, por seu pequeno tamanho, provocam uma queda
considerável na aptidão do aço para a solda.
Enxofre
O enxofre quase não é solúvel no ferro. Forma uma combinação química de sulfeto de
ferro que, por seu baixo ponto de fusão, deposita-se no contorno de grão.
O sulfeto de ferro torna-se frágil a temperaturas de 800 até 900ºC, o que facilmente a
ruptura do aço no contorno de grão.
218 SENAI
Tecnologia de soldagem
Fósforo
O fósforo, embora aumente a resistência à corrosão, provoca também trincas no aço
durante a soldagem; tem uma forte tendência a segregação e conduz a formação de
trincas pelo seu baixo ponto de fusão.
Nitrogênio
O nitrogênio em torno de 600ºC é solubilizado na ferrita e precipita-se à temperatura
ambiente nos contornos de grão e no plano de cisalhamento dos cristais. Isso
prejudica a plasticidade da estrutura do aço.
Lingotamento contínuo
O aço fundido alimenta continuamente uma lingoteira, com refrigeração a água, o que
facilita o processo de solidificação do metal fundido.
SENAI 219
Tecnologia de soldagem
Uma das vantagens do processo é que reduz o número de passes na laminação, uma
vez que o aço já é produzido numa espessura inferior a do lingote convencional.
Os aços de qualidade são na maioria sem ligas, possuem um teor de fósforo e enxofre
menor que o dos aços comuns e tem um teor de carbono semelhante, de no máximo
0,045%.
Esses aços não atingem, porém, os teores correspondentes aos dos aços de
qualidade nobre, que é de 0,035%.
Comparados aos de qualidade, são distinguidos ainda por sua maior homogeneidade,
bem como melhores superfícies.
220 SENAI
Tecnologia de soldagem
Com a adição de elementos de liga, a resistência mecânica pode vir a ser elevada,
porém, em contrapartida, isso aumenta fortemente a temperabilidade.
Esse aço encontra aplicação em construções soldadas, desde que seu campo
tridimensional de tensão seja dissipado.
O aço de granulação grossa tem uma elevada tendência a ruptura frágil e sua
temperatura de transição é mais elevada.
SENAI 221
Tecnologia de soldagem
A figura a seguir mostra como deve ser efetuada a soldagem de uma placa de reforço.
O corte feito na parte inferior faz com que naquela zona não ocorra insumo de calor.
222 SENAI
Tecnologia de soldagem
SENAI 223
Tecnologia de soldagem
Uma peça de grande espessura retira o calor fornecido na zona de transição tão
rapidamente, que é possível atingir-se uma velocidade de resfriamento que resulta na
formação de martensíta.
Com as contrações, surgem elevadas tensões adicionais nessa zona, pois o material
formado não possui plasticidade.
224 SENAI
Tecnologia de soldagem
Tabela: Soldabilidade dos aços para construção em geral, segundo a DIN 17-100
Tipo Tipo de Tendência a Comportamento
Grupo Tratamentos
de aço desoxidação Fragilidade Envelhecimento Têmpera de segregação
St37-3 RR - - -
St44-3 RR Normalizados - - -
St52-3 RR - - x
St37-3 RR Conformados x x -
St44-3 RR a quente x x -
1 St52-3 RR Não tratados x x x
RSt37-2 Conformados xx x -
a quente
Ust37-2 U Normalizado xx x -
2 St33-2 - - xxx x xxx xx
SENAI 225
Tecnologia de soldagem
Aços inoxidáveis
São chamados de aços inoxidáveis os aços de liga muito alta, cuja resistência à
corrosão é superior à dos demais. As propriedades inoxidáveis do aço lhe são
conferidas pela adição de elementos de liga, tais como níquel (Ni), molibdênio (Mo) e
principalmente o cromo (Cr), metal cujo óxido forma uma camada protetora resistente à
corrosão.
Eles estão divididos, conforme as normas SAE e AISI, nos seguintes grupos:
• Austeníticos;
• Martensíticos;
• Ferríticos.
São conhecidos como 18/8 e geralmente como aço inoxidável tipo 304. Contêm 18 a
20% de cromo e 8 a 10% de níquel.
Tipos
Os tipos são: 201, 202, 301, 302, 302B, 303, 303SE, 304, 304L, 305,308, 309, 309S,
310, 310S, 314, 316, 316L, 317, 321, 347, 348.
226 SENAI
Tecnologia de soldagem
A letra L indica baixo carbono. Alguns desses aços são estabilizados com titânio,
colúmbio, nióbio ou tântalo.
O aço 18/8 é o mais utilizado. Não tem ponto de transformação e não pode ser
temperado, caso o teor de carbono não ultrapasse 0,2%. É um material não magnético.
Os aços inoxidáveis martensíticos são conhecidos como aços inoxidáveis ao cromo. São
temperáveis em óleo, a uma temperatura variando entre 950º a 1000ºC, chegando a
atingir uma boa dureza. Possuem boa resistência à oxidação e à corrosão até ± 500ºC.
Apresentam pouca soldabilidade, mas alguns podem ser soldados por meio de arco
elétrico com eletrodos revestidos.
Tipos
Os tipos são: 403, 410, 414, 416, 416Se, 420, 431, 440A, 440B, 440C, e 501.
SENAI 227
Tecnologia de soldagem
Sua composição química pode variar segundo determinados limites, dependendo dos
tipos, conforme a tabela a seguir.
Os aços inoxidáveis ferríticos permanecem no estado ferrítico até a fusão. O alto teor
de cromo tende a fazer desaparecer os pontos de transformação do ferro ao qual é
ligado; por conseguinte, não podem ser temperados.
Podem ser facilmente soldados com arco elétrico ou com maçarico. São convenientes
para os utensílios de cozinha, de restaurante e da indústria química; podem receber
um excelente polimento.
Tipos
Os tipos são: 405, 430, 430F, 430FSe, 440, e 502.
Os elementos básicos dos aços inoxidáveis são o Cr e o Ni, ou ambos; podem ainda
conter diferentes porcentagens de Mo, Cu, Mn, etc., adicionados para lhes conferirem
resistência à corrosão, mesmo a elevadas temperaturas de trabalho. Os três grupos
que os caracterizam já foram apresentados: ferríticos, martensíticos e austeníticos.
228 SENAI
Tecnologia de soldagem
Tomando-se, por exemplo, o aço inoxidável austenítico, verifica-se que ele possui um limite
de ruptura da ordem de 50-70Kgf/mm 2 , bem superior ao intervalo de 40 a 41Kgf / mm 2 ,
típico dos aços comuns de baixo teor de carbono. O alongamento está compreendido
numa faixa de 50 a 60%.
Suas características físicas também diferem das do aço doce: seu ponto de fusão é
mais baixo, sua condutibilidade térmica é três vezes menor e seu coeficiente de
expansão térmica linear é 1,5 vezes maior.
Em vista destes valores, as distorções residuais podem se tornar mais críticas nas
estruturas dos aços inoxidáveis.
SENAI 229
Tecnologia de soldagem
Tipo martensítico
Este tipo de aço inoxidável gera uma estrutura martensítica dura e frágil, devido ao
rápido ciclo de aquecimento e resfriamento provocado pelos processos usuais de
soldagem.
230 SENAI
Tecnologia de soldagem
Tipo ferrítico
Além disso, quando este aço é resfriado gradualmente de 600ºC para 400ºC, poderá
ocorrer uma considerável fragilização, que atinge seu ápice em torno de 475ºC, o que
é denominado fragilidade a 475ºC.
Por esse fato, deve-se tomar os seguintes cuidados durante a soldagem desta classe
de aço inoxidável:
• Preaquecer entre 70 e 100ºC para se prevenir a ocorrência de trincas a frio;
• Resfriar a junta rapidamente, de 600 para 400ºC, para se evitar a fragilização a
475ºC; um preaquecimento excessivo também deve ser evitado.
Tipo austenítico
SENAI 231
Tecnologia de soldagem
232 SENAI
Tecnologia de soldagem
SENAI 233
Tecnologia de soldagem
Uma estrutura completamente austenítica tende a formar trincas a quente, que podem
se manifestar de diversas maneiras, conforme figuras a seguir.
Dessa maneira, devem ser tomados os seguintes cuidados na soldagem dos aços
inoxidáveis austeníticos:
• Reduzir o insumo de calor sem preaquecer a junta, de modo a se evitar a
precipitação de carbonetos;
• Utilizar eletrodos de nióbio, de titânio, ou com conteúdo extrabaixo de carbono
( C ≤ 0,03% ) ;
• Selecionar o eletrodo de tal maneira que a estrutura do metal depositado e diluído
corresponda à zona segura do diagrama de Schaeffler.
234 SENAI
Tecnologia de soldagem
Técnicas de soldagem
As chapas devem inicialmente ser ponteadas. Essa operação deve ser executada com
muito cuidado, de modo que a distância entre as chapas seja uniforme ao longo de
todo a solda.
Os pontos devem ser executados em cada uma das extremidades, depois no meio de
cada intervalo, até completar a operação.
SENAI 235
Tecnologia de soldagem
Os aços inoxidáveis são aços de alta liga e têm excelente resistência à corrosão. São
muito empregados em altas temperaturas ou em serviços criogênicos, pois possuem
boas propriedades de resistência à propaganda de trincas.
Processos de soldagem
Em função das altas porcentagens dos diferentes elementos da liga, sua soldagem
torna-se muitas vezes crítica, uma vez que os referidos elementos podem influir
diretamente na formação de fases frágeis ou alterar as propriedades originais do
metal-base.
Nos materiais, o intervalo entre os pontos deve ser consideravelmente menor que nos
aços comuns, visto que a dilatação do aço inoxidável com o calor é muito maior.
Tabela
Espaçamento recomendável entre os pontos
Espessura da Acima de
1 a 1,5 2a3 4a6
chapa (em mm) 6
Distância entre
30 a 60 70 a 100 120 a 160 150 a 200
os pontos (em mm)
Observação
Os pontos não devem ser muito grandes, pois podem prejudicar a penetração nas
juntas e o aspecto do cordão.
No caso de chapas finas, os pontos devem ser martelados, o que alonga a soldagem e
reduz a concentração local de tensões.
236 SENAI
Tecnologia de soldagem
O martelamento não deve ser excessivo e não deve se estender ao longo de uma
grande área das chapas.
Para os demais casos, existe uma regra básica usual que estabelece que a largura da
junta deve ser igual ao diâmetro do núcleo do eletrodo utilizado para o movimento
padrão.
Tanto os eletrodos do tipo básico como os rutílicos dão melhores resultados quando
utilizados em corrente contínua e ligados ao pólo positivo da máquina de solda.
Tabela
Eletrodo Intensidade de corrente para
Tensão Soldagem Soldagem vertical
Diâmetro (V) Soldagem
Tipo Horizontal descendente e
Em mm Vertical (A)
ascendenteA) Sobrecabeça (A)
1,6 19 – 21 30 – 40 25 – 30 30 – 35
2,0 20 – 22 40 – 55 35 – 40 40 – 50
2,5 20 – 22 60 – 75 50 – 60 60 – 70
Rutílico
3,25 21 – 23 95 – 115 80 – 95 95 – 105
4,0 21 – 23 120 – 150 100 – 120 120 – 135
5,0 22 – 24 160 – 195 - 160 – 175
2,0 24 – 26 35 – 50 30 – 35 35 – 45
2,5 24 – 26 50 – 70 45 – 55 55 – 65
Básico 3,25 25 – 27 85 – 105 75 – 90 90 – 100
4,0 25 – 27 110 – 140 95 – 115 125 – 135
5,0 25 - 27 150 - 185 - -
SENAI 237
Tecnologia de soldagem
Na soldagem de aços inoxidáveis, os cordões não podem ser grossos; devem-se evitar
oscilações do eletrodo para não se provocar um superaquecimento local, o que pode
acarretar formação de fendas, aumento da deformação e redução da resistência à
corrosão.
Porosidade na solda
A presença do gás provoca o aparecimento de poros na soldagem. O gás geralmente
é o hidrogênio proveniente da umidade contida no revestimento eletrodo.
238 SENAI
Tecnologia de soldagem
SENAI 239
Tecnologia de soldagem
Questionário – Resumo
240 SENAI
Tecnologia de soldagem
SENAI 241
Tecnologia de soldagem
242 SENAI
Tecnologia de soldagem
Soldagem do alumínio e do
cobre
Objetivo
Ao final desta unidade o participante deverá:
Conhecer
Ser informado sobre:
• Características das ligas de alumínio e de cobre soldáveis;
• Diferentes processos aplicáveis na soldagem do cobre e do alumínio;
• Diversos tipos de falhas na soldagem e suas causas;
• Diversos tipos de juntas.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• Desvantagens quanto à soldabilidade das ligas de alumínio;
• Fatores que favorecem a formação de trincas na soldagem de alumínio;
• Influencia do hidrogênio na formação de porosidades;
• Principais causas da porosidade nos cordões de solda;
• Estruturas resultantes na zona termicamente afetada;
• Influência dos diversos elementos de liga na soldabilidade do alumínio;
• Características da preparação das juntas na soldagem do alumínio;
• Tipo de corrente, de polaridade e suas influências na qualidade da solda;
• Diferentes características do cobre e suas ligas no tocante à soldabilidade e à
qualidade da solda;
• Principais problemas e falhas na soldagem do cobre;
• Influência da inclusão de hidrogênio e de oxigênio no cordão de soldagem em
peças de cobre;
• Diferentes processos aplicados na soldagem de alumínio, de cobre e suas ligas.
SENAI 243
Tecnologia de soldagem
Introdução
O alumínio e suas ligas pertencem à classe das ligas leves, em função do peso
específico. Possuem boa resistência mecânica, aliada às propriedades de
condutibilidade elétrica e de resistência à corrosão. São muito empregados nos setores
da indústria química e elétrica, bem como nos campos da arquitetura, transportes e
armazenamento de diferentes produtos.
Os recentes processos nas técnicas de soldagem por gás inerte fizeram com que a
soldagem do alumínio e suas ligas fundidas se tornasse mais simples e confiável,
ampliando enormemente o seu campo de aplicação. Quanto à obtenção, as ligas
fundidas e produtos acabados, ou, então, ligas termicamente tratáveis ou não, sob o
ponto de vista do seu tratamento térmico.
Não tratáveis
São aquelas cujas propriedades mecânicas podem ser obtidas por meio de
encruamento a frio.
As ligas não tratáveis incluem alumínio puro, AlMn, ALMn, AlSi e AlMz, os quais são
endurecidos por meio de encruamento, atingindo diferentes têmperas, cujos graus são
designados por simbologia padronizada.
Tratáveis
As ligas termicamente tratáveis conseguem as suas propriedades através de uma
têmpera, seguida de um revenimento. É necessário esclarecer que o tratamento de
têmpera não é o mesmo que leva à obtenção de uma estrutura martensítica, como no
caso dos aços. Este consiste no endurecimento por precipitação, no qual um
componente supersaturado em uma solução sólida precipita-se de modo disperso e
fixo, em um grão cristalino.
244 SENAI
Tecnologia de soldagem
As ligas termicamente tratáveis incluem AlCu, AlMgSi, AlZnMg e outras ligas similares.
Esses tipos de ligas são ainda agrupados em duas categorias: as endurecidas por
envelhecimento natural e as envelhecidas artificialmente. No próprio grupo, encontram-
se as ligas que endurecem naturalmente quando mantidas por alguns dias à
temperatura ambiente, após o tratamento de solubilização, como é o caso da liga AlCu.
O segundo grupo exige um envelhecimento controlado, em ambiente de forno, a uma
temperatura de 160 a 185ºC, durante um período de 6 a 20 horas, como acontece com
as ligas Al Cu Mg, Al Mg Si e Al Zn Mg.
SENAI 245
Tecnologia de soldagem
As trincas que ocorrem na soldagem das ligas de alumínio, em sua maioria, são trincas
a quente, causadas pelas segregações durante o processo de solidificação. Elas são
classificadas em trincas de solidificação e trincas de fase líquida.
As trincas de fase líquida são causadas pela precipitação de compostos com baixo
ponto de fusão, como os formados por magnésio, silício, cobre, zinco, etc., e são
divididas em trincas na zona termicamente afetada e microtrincas.
246 SENAI
Tecnologia de soldagem
Porosidade na soldagem
O hidrogênio captado pelo metal em fusão de uma das fontes descritas anteriormente,
transforma-se em gás hidrogênio, devido à diminuição da soldabilidade durante o
resfriamento da poça de fusão. Como a velocidade de resfriamento é alta e a
densidade do alumínio é baixa, o hidrogênio formado não consegue escapar para a
atmosfera e fica retido na estrutura solidificada, sob a forma de porosidade, conforme
as figuras abaixo.
SENAI 247
Tecnologia de soldagem
248 SENAI
Tecnologia de soldagem
Posição plana
Posição horizontal
Posição sobrecabeça
Na soldagem das ligas de alumínio, o insumo de calor traz certas influências sentidas
sob a forma de fusão parcial, fenômenos de recristalização, solução sólida ou
precipitação, dependendo das temperaturas alcançadas na zona de solda.
SENAI 249
Tecnologia de soldagem
Deve-se considerar que quanto maior for o grau de encruamento da liga, menor será
sua temperatura de recristalização.
Os materiais do quinto grupo não são soldáveis, exceto algumas poucas ligas
especiais.
250 SENAI
Tecnologia de soldagem
As ligas dos terceiro e quarto grupos apresentam uma soldabilidade razoável, mas
geralmente requerem um novo tratamento térmico, uma vez que representam ligas
tratáveis termicamente.
Formas das juntas para soldagem de alumínio unilateral pelo processo TIG
a) Sem a adição de solda, adequada para soldagem sem dispositivo, pois as bordas
juntas em topo mantêm uniforme.
− formação da raiz sem incrustação do canal, semelhante à da junta I.
SENAI 251
Tecnologia de soldagem
252 SENAI
Tecnologia de soldagem
g) Para peças de canais largos, de acesso por único lado, como por exemplo:
− junções finais em reservatórios;
− passes de raiz de apoio ou reforços.
i) Corrente muito baixa ou arco muito grande podem causar falhas na raiz de solda.
SENAI 253
Tecnologia de soldagem
k) Bom contato entre as peças na região da junta dificulta a refusão dos seus cantos.
m) Caso não venha a ser observada, a folga da junta poderá falhas de ligação no
centro do cordão, além de mordeduras nas suas bordão.
− para se evitarem distorções nos cantos da chapa, bem como manter-se a folga
conveniente, deve-se grampear em intervalos de 250 até 300mm.
− nos cordão longos, é vantajoso utilizar-se a folga em ângulo.
254 SENAI
Tecnologia de soldagem
A figura a seguir apresenta tal influência. A peça é o ânodo, portanto, os elétrons fluem
nesse sentido, provocando um maior aquecimento e penetração da solda. A ponta do
eletrodo se aquece em menor intensidade.
SENAI 255
Tecnologia de soldagem
Nesse processo, não ocorre a destruição da camada de óxido e ele não deve ser
aplicado com tal polaridade na solda de alumínio.
Por outro lado, o aquecimento do eletrodo é maior, o que provoca na peça uma menor
penetração.
O processo com essa polaridade pode ser aplicado sem a utilização de fundentes, mas
o eletrodo trabalha com uma sobrecarga térmica elevada, com tendência à formação
de gotas.
256 SENAI
Tecnologia de soldagem
A soldagem com corrente alternada possui uma grande vantagem sobre as outras,
pois, com a alternância das meias-ondas negativas, consegue-se não só o efeito de
limpeza, como também uma alta temperatura na peça e um baixo aquecimento do
eletrodo.
Processo TIG
Cada um desses tipos possui suas próprias polaridades. A escolha para a soldagem
de alumínio deve ser precedida de uma análise mais apurada.
SENAI 257
Tecnologia de soldagem
Processo MIG
258 SENAI
Tecnologia de soldagem
SENAI 259
Tecnologia de soldagem
Tabela: Valores recomendados para soldagem manual de alumínio, pelo processo MIG
Diâmetro do Velocidade Consumo Número
Espessura Corrente de
Forma da eletrodo de de de argônio
da peça soldagem de
junta tungstênio soldagem
(mm) (A) " /min passes
(mm) cm/min
2 ΙΙ 0,8 110 80 12 1
3 ΙΙ 1,0 130 75 12 1
4 ΙΙ 1,2 160 70 15 1
5 ΙΙ 1,2 180 70 15 1
6 ΙΙ 1,6 200 65 15 1
8 V 1,6 240 60 16 2
10 V 1,6 260 60 16 2
12 V 1,6 280 55 18 2
16 V 1,6 300 50 20 3
20 V 1,6 320 50 20 3
260 SENAI
Tecnologia de soldagem
Valores recomendados para soldagem de alumínio dos dois lados, pelo processo TIG.
Causas
a) Limpeza inadequada da região da solda
− folga muito grande e entrada de ar pelo lado oposto.
− aresta inferior da alma não rebarbada.
− corrente de soldagem muito pequena.
− arco muito comprido.
− vareta de solda imersa demasiadamente na poça de fusão.
SENAI 261
Tecnologia de soldagem
262 SENAI
Tecnologia de soldagem
Suas ligas possuem condutibilidade térmica e elétrica mais baixas que o cobre puro e
suas características de resistência à corrosão também são diferentes.
As ligas de cobre apresentam boas propriedade mecânicas, sendo largamente
utilizadas como material estrutural, tendo várias aplicações.
Cobre puro
Apresenta-se sob três formas: cobre eletrolítico, cobre desoxidado e cobre desoxidado
com alta condutibilidade elétrica.
O cobre eletrolítico contém entre 0,02 a 0,5% de oxigênio, sendo obtido pelo processo
de refusão, e tem muitas aplicações elétricas.
SENAI 263
Tecnologia de soldagem
Ligas de cobre
As ligas de cobre podem conter Zn, Sn, Si, Al, Ni, etc., em diferentes porcentagens,
para formarem ligas metálicas com as mais diversificadas propriedades. O clássico
latão é uma liga de CuZn e o bronze é constituído por CUSn, embora outros tipos de
ligas sejam também genericamente denominados bronze. Por exemplo, uma liga
contendo pequena porcentagem de fósforo é conhecida como bronze fosforoso.
Similarmente, existem o bronze-silício(CuSi), o bronze-alumínio (CuAl), o cupro-níquel
(CuNi), etc.
Porosidade na soldagem
Por outro lado, quando o cobre eletrolítico é soldado, o oxigênio nele contido reage
com o hidrogênio, presente na atmosfera, formando vapor d’água, o qual também
poderá provocar porosidades.
264 SENAI
Tecnologia de soldagem
Ocorrência de trincas
O cobre puro raramente apresenta trincas na zona de solda, mas, em juntas altamente
restritas de chapas grossas, pode ocasionalmente ocorrer um trincamento a quente. Já
as ligas de cobre têm uma tendência acentuada a apresentarem trincas na soldagem.
Em ligas que contêm chumbo e/ou bismuto, poderá ocorrer a precipitação desses
elementos nos contornos dos grãos e, como elas possuem baixo ponto de fusão,
haverá a possibilidade de se desenvolverem trincas intergranulares na região da solda.
SENAI 265
Tecnologia de soldagem
Ocorrência de mordeduras
266 SENAI
Tecnologia de soldagem
SENAI 267
Tecnologia de soldagem
f) Juntas deste tipo, com espessuras de parede a partir de 15mm, devem ser
preaquecida de 300 até 400ºC.
Soldagem a gás
Este processo é o mais adequado para latões, sendo também recomendado para
cobre puro, bronze-silício e o cupro-níquel. Deve-se empregar a chama acetilênica; um
maçarico auxiliar deve ser utilizado para a operação de preaquecimento.
A chama deve ser regulada para neutra, utilizando-se um maçarico de maior potência.
268 SENAI
Tecnologia de soldagem
O cobre possui uma condutibilidade seis vezes maior que a do aço, favorecendo,
portanto, uma maior dispersão do calor.
Torna-se, por isso, necessário um preaquecimento da chapa para que exista apenas
uma pequena queda de temperatura e para que se atinja o ponto de fusão mais
rapidamente.
SENAI 269
Tecnologia de soldagem
Tal fenômeno é prejudicial e deve ser eliminado por martelamento do cordão de solda
ou desgaseificação.
270 SENAI
Tecnologia de soldagem
Os eletrodos para a soldagem dos diferentes tipos de ligas devem ser selecionados em
função da composição, soldabilidade e propriedades desejadas na junta.
SENAI 271
Tecnologia de soldagem
O processo TIG de soldagem é amplamente empregado para chapa finas de até 6mm
de espessura, enquanto que o MIG oferece melhores resultados para espessuras
superiores a 6mm.
O processo TIG trabalha com corrente contínua e polaridade direta, enquanto que no
MIG a polaridade é invertida.
272 SENAI
Tecnologia de soldagem
SENAI 273
Tecnologia de soldagem
Condições típicas e valores recomendados para soldagem TIG de cobre e suas ligas
Diâmetro do Hélio Argônio
Espessura
eletrodo de
da chapa Corrente contínua
Vazão de gás
Corrente contínua
Vazão de gás
tungstênio
(mm) polaridade direta polaridade direta
(mm) ( " /min) ( " /min)
(A) (A)
Questionário-resumo
274 SENAI
Tecnologia de soldagem
SENAI 275
Tecnologia de soldagem
12 Cite três fatores que favorece a formação de trincas nas soldagens de cobre.
16 Por que o processo de soldagem a arco elétrico com eletrodo revestido não deve
ser aplicado para solda de latão ?
276 SENAI
Tecnologia de soldagem
Objetivos
Ao final desta unidade o participante deverá:
Conhecer
Ser informado sobre:
• Diversos tipos de eletrodos;
• Normalização de eletrodos;
• Noções de manuseio e armazenamento de eletrodos.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• Composições dos diversos tipos de revestimentos;
• Função dos revestimentos dos eletrodos;
• Aplicação dos eletrodos ácidos, básicos, rutílicos, etc.;
• Classificação segundo as normas ABNT, DIN, AWS;
• Manuseio e condições de secagem dos eletrodos;
• Importância dos diversos equipamentos de armazenagem de eletrodos.
Tais eletrodos são constituídos por alma metálica, revestidos por um composto de
materiais orgânicos e minerais, de dosagem bem definida.
SENAI 277
Tecnologia de soldagem
Tipos de revestimentos
Rutílico
Contém geralmente rutilo com pequenas porcentagens de celulose e ferros-liga. É
usado com vantagem em soldagens de chapas finas que requerem um bom
acabamento. É utilizado também em estruturas metálicas; sua escória é solidificada e
autodestacável quando utilizada adequadamente.
278 SENAI
Tecnologia de soldagem
Celulose
Contém no seu revestimento materiais orgânicos combustíveis (celulose, pó de
madeira, etc.).
Ácido
Seu revestimento é composto de óxido de ferro, óxido de manganês e outros
desoxidantes. É utilizado com maior adequação em soldagem na posição plana.
Oxidante
Contém no seu revestimento óxido de ferro, podendo ter ou não óxido de manganês.
Funções do revestimento
Dentre as muitas funções do revestimento, encontra-se a seguir, uma série das mais
importantes:
• Protege a solda contra o oxigênio e o nitrogênio do ar;
• Reduz a velocidade de solidificação; protege contra a ação da atmosfera e permite
a desgaseificação do metal de solda através da escória;
SENAI 279
Tecnologia de soldagem
Introdução
Existem várias entidades que classificam os eletrodos para soldagem a arco.
No Brasil, as classificações mais adotadas são as da ABNT e da AWS.
280 SENAI
Tecnologia de soldagem
Nesta unidade, faz-se referência também à classificação segundo a norma DIN, bem
como às especificações sobre as normas ASTM e JIS. Convém salientar que existem
especificações próprias dos vários fabricantes de eletrodos, porém sempre tomando-se
como referência as especificações equivalentes das normas.
Classificação ABNT
Os eletrodos são identificados por quatro algarismos, seguidos de uma são
identificados por quatro algarismos, seguidos de uma letra.
SENAI 281
Tecnologia de soldagem
Observação:
Quando à direita dessas letras aparecer a letra F, é porque existe adição de pó de
ferro no revestimento.
Exemplos:
1 Eletrodo 4410 – C
2 Eletrodo 4835 – BF
Classificação AWS
Na classificação AWS, os eletrodos para aço doce ou de baixa liga são identificados
através de uma letra e quatro ou cinco algarismos. Para os de alta liga, complementa-
se com letras e números ao final do símbolo. Encontram-se, no exemplo a seguir, o
significado da letra e dos algarismos:
282 SENAI
Tecnologia de soldagem
Normas AWS
SENAI 283
Tecnologia de soldagem
Observação:
No caso de o número ser composto de cinco algarismos, os três primeiros indicam o
limite de resistência à tração.
284 SENAI
Tecnologia de soldagem
2. Eletrodo E-6020
Resistência à tração = 60.000 " b/pol 2
Posição de soldagem = plana e horizontal (filetes)
Tipo de corrente = CC ou CA
Polaridade CC = direta (-)
Revestimento ácido
Classificação DIN
Eletrodos revestidos para soldagem de aço de baixo teor de carbono e de baixa liga
SENAI 285
Tecnologia de soldagem
Todas, menos a
RR8 Rutílico grosso
descendente
RR(B)8 Rutílico básico grosso
Todas, menos a
descendente
B9 Básico grosso
B(B)9 Básico com parte não grosso Todas, menos a
alcalina descendente
B10 grosso Todas, menos a
B(R)10 Básico grosso descendente
Básico com parte não
RR11 alcalina grosso Todas
AR11 grosso Todas
Rutílico
B12 Ácido rutílico grosso Todas, menos a
B(R) 12 grosso descendente
Básico Todas, menos a
Básico com parte não descendente
alcalina
Plana
plana
plana
plana
286 SENAI
Tecnologia de soldagem
D4313
Rutílico-
P,V,H,SC CA ou CC (-) ≥ 43 ≥ 35 ≥ 17 -
potássio
(E3013)
D4316
Básico-
P,V,H,SC CA ou CC (+) ≥ 43 ≥ 35 ≥ 25 ≥ 4,8
potássio
(7016)
D4324
Rtílico-com pó
F, FH CA ou CC (±) ≥ 43 ≥ 35 ≥ 17 -
de ferro
(E7024)
Básico-
D4326 (-) potássio com F, FH CA ou CC (+) ≥ 43 ≥ 35 ≥ 25 ≥ 4,8
pó de ferro
CA ou CC (±)
D4327 P/F
Ácido, com pó
F, FH ≥ 43 ≥ 35 ≥ 25 ≥ 2,8
de ferro
(E6027) CA ou CC (-)
P/FH
P,V,H,SC
D4340 (-) Especial CA ou CC (±) ≥ 43 ≥ 35 ≥ 22 ≥ 2,8
F, FH
SENAI 287
Tecnologia de soldagem
288 SENAI
Tecnologia de soldagem
SENAI 289
Tecnologia de soldagem
A estufa deve manter uma temperatura de pelo menos 5ºC acima da temperatura
ambiente, porém nunca inferior a 20ºC, e deve também estar dotada de estrados ou
prateleiras para estocar as embalagens.
290 SENAI
Tecnologia de soldagem
SENAI 291
Tecnologia de soldagem
Estufa portátil
Questionário-resumo
292 SENAI
Tecnologia de soldagem
SENAI 293
Tecnologia de soldagem
294 SENAI
Tecnologia de soldagem
Objetivos
Ao final desta unidade o participante deverá:
Conhecer
Ser informado sobre:
• Inspeção e verificação dos cordões de solda;
• Métodos de ensaios destrutivos e não destrutivos e suas aplicações.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• Finalidades dos ensaios destrutivos de dobramento, tração e impacto;
• Influência da dureza nos cordões de solda;
• Aplicação dos ensaios através de partículas magnéticas e raios X;
• Finalidade do ensaio hidrostático.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
• Descrever o princípio e a finalidade dos diversos tipos de ensaios;
• Identificar propriedades e características através dos ensaios.
Introdução
SENAI 295
Tecnologia de soldagem
A partir dos resultados obtidos, aprova-se ou não o processo a ser empregado na peça
real, sob condições idênticas.
Uma outra finalidade é o controle da qualidade da solda, com ensaios que verificam a
ocorrência de descontinuidades surgidas no processo de soldagem.
Ensaios destrutivos
Ensaios de ruptura
As figuras a seguir são exemplos de ensaios de ruptura, cuja principal aplicação é a
detecção de falhas internas que possam ser verificadas visualmente ou com auxílio de
lupa. Os ensaios oferecem também uma noção do estado da solda referente à fusão e
à penetração alcançada pelo cordão de solda.
296 SENAI
Tecnologia de soldagem
Ensaios de dobramento
Os ensaios de dobramento são aplicados para verificar as condições de resistência
mecânica do cordão na região da solda.
Servem também para detectar trincas, poros, etc, na região as solda, uma vez que são
elementos negativos à resistência, pois, havendo uma trinca, a tendência é que ela
venha a se ampliar com a força de dobramento, até posterior ruptura.
Nesse ensaio, a peça deve ser dobrada até a possível ruptura, porém é importante
verificar-se o valor do ângulo em que ocorre a primeira trinca ou ruptura.
Ensaios de tração
O ensaio de tração pode ser aplicada a chapas ou peças cilíndricas.
SENAI 297
Tecnologia de soldagem
Os ensaios que se apresentam a seguir são muito importantes nos trabalhos de solda,
pois nem sempre se pode lançar mão de ensaios destrutivos em peças já em fase de
fabricação.
Ensaios dimensionais
A figura a seguir apresenta alguns tipos de instrumentos e sua aplicação na verificação
dimensional dos cordões de solda.
298 SENAI
Tecnologia de soldagem
Ensaios de dureza
O ensaio de dureza é muito aplicado em peças soldadas, com a finalidade de verificar
as condições das diversas regiões da zona de solda, bem como fornecer subsídios
referentes à sua resistência.
• Dureza Rockwell
SENAI 299
Tecnologia de soldagem
• Dureza Vickers
A figura abaixo mostra um ensaio de dureza Vickers no cordão e região de solda, onde
se apresenta uma série de valores da dureza em função da região da junta.
Por ser uma região crítica, não se pode ter durezas elevadas ou grandes distorções.
No caso de ocorrer durezas elevadas, deve-se executar um tratamento térmico que as
torne homogêneas e reduza-as a valores que não comprometam a resistência da
solda.
Ensaios hidrostáticos
No ramo das construções e de equipamentos, muitas uniões soldadas são aplicadas
em peças, tubulações e junções de componentes destinados a transporte de fluidos e
líquidos sob pressão, como, por exemplo, vasos de pressão, caldeiras, etc.
Componente soldado
300 SENAI
Tecnologia de soldagem
A pressão fornecida à água não deve ser excessiva, o que poderia acarretar
deformação ou encruamento do material. Por segurança, convêm utilizar-se dois
manômetros para se controlar a pressão da água.
A inspeção, por este tipo de ensaio, é rápida, de baixo custo e bastante simples, não
havendo dificuldade em aplicá-lo adequadamente.
SENAI 301
Tecnologia de soldagem
• Limpeza da superfície
A superfície deve ser limpa com um solvente para se retirarem óleo ou gordura.
302 SENAI
Tecnologia de soldagem
Os defeitos superficiais devem possuir uma certa profundidade para que sejam
detectados. Além de assinalar a existência de defeitos, o ensaio também indica a sua
profundidade, visto que ela é proporcional à concentração das partículas acumuladas.
SENAI 303
Tecnologia de soldagem
Pode-se aplicar o pó seco, como foi visto anteriormente, ou em suspensão num líquido
com óleo, querosene, etc.
304 SENAI
Tecnologia de soldagem
Para maior realce e precisão na localização, as peças devem ser previamente limpas e
desengraxadas.
Magnetização
Aplicação
SENAI 305
Tecnologia de soldagem
Desmagnetização
Torna-se necessária a desmagnetização das peças para se evitar, após sua
montagem, um acúmulo de partículas magnetizáveis danosas às peças.
Ensaios de ultra-som
Consiste na propagação de ondas eletromagnéticas através de um material.
Quanto mais alta a freqüência das ondas sonoras, tanto mais concentradas elas se
propagarão. Essas ondas têm grande poder de penetração e propagam-se em linha
reta.
306 SENAI
Tecnologia de soldagem
A diferença do tempo de reflexão é que oferece a detecção do efeito, bem como sua
localização na estrutura da peça.
Ensaios radiográficos
É um ensaio não destrutivo de grande versatilidade de aplicação.
SENAI 307
Tecnologia de soldagem
308 SENAI
Tecnologia de soldagem
Aplicação do ensaio
Observação:
Tanto os operadores como o pessoal que trabalha nas proximidades devem observar
as regras e regulamentos referentes à segurança, pois a exposição às radiações
provoca danos aos tecidos e órgãos do corpo.
Questionário-Resumo
SENAI 309
Tecnologia de soldagem
310 SENAI
Tecnologia de soldagem
Procedimentos e elementos
de soldagem
Objetivo
Ao final desta unidade o participante deverá:
Conhecer
Ser informado sobre:
• Procedimentos na preparação e execução de uniões soldadas;
• Elementos essenciais a uma boa soldagem.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• Principais tipos de juntas básicas;
• Tipos básicos de chanfros aplicados nas uniões soldadas;
• Diferentes procedimentos a serem observados nas posições de soldagem;
• Cordões de solda, tipos e procedimentos na sua execução.
Ser capaz
Aplicar conhecimentos para:
• Executar a preparação de uniões soldadas;
• Planejar uma seqüência racional de soldagem;
• Interpretar o tipo de eletrodo pela classificação normalizada.
Junções soldadas
Introdução
Quando se elaboram desenhos, devem ser fornecidas as disposições em que as peças
devem ser soldadas umas às outras. Essa disposição são as próprias juntas a serem
executadas.
SENAI 311
Tecnologia de soldagem
Além dessas, existem juntas com formato em cruz, juntas com talas de reforço e juntas
de quina, que são variações dos tipos de juntas básicas, conforme as figuras a seguir.
Cada tipo específico de junta é, além disso, subdividido em vários grupos. Na junção
da peça, forma-se um canal através de chanfros, o qual deve ter uma forma perfeita
para possibilitar uma boa soldagem.
Tipos de juntas
A forma do cordão de solda indica como deve ser preparada a junta e em qual forma
para o cordão desejado.
312 SENAI
Tecnologia de soldagem
SENAI 313
Tecnologia de soldagem
As mais simples preparações de juntas são aquelas onde os chanfros são executados
com cortes retos através de tesouras mecânicas, como por exemplo, uma junta Ι de
chapa com até 3mm de espessura em apenas um lado.
Nas junções dos tipos V e X, bem como suas variações, os chanfros podem ser
preparados através de processos mecânicos, ou ainda, com a utilização do corte por
chama.
Exemplos de preparação
314 SENAI
Tecnologia de soldagem
Para tais tipos de junções, deve ocorrer uma preparação prévia das juntas para que se
obtenha uma boas condição de soldagem.
SENAI 315
Tecnologia de soldagem
Exemplo de junções
A figura abaixo apresenta uma junção a 90º de uma luva com um tubo, a qual ocorre
com a luva posicionada externamente.
A próxima figura apresenta uma luva formando uma bifurcação em ângulo, que
evidencia a necessidade de uma boa preparação prévia dos tubos.
316 SENAI
Tecnologia de soldagem
As figuras a seguir apresentam uma outra forma de junção, com preparação prévia,
onde se executa um bordeamento do tubo para posterior soldagem frontal da luva.
Na figura abaixo, encontra-se uma junção tubular de topo com cobre-juntas. Esse tipo
de junção é muito usado em tubulações de grande comprimento.
SENAI 317
Tecnologia de soldagem
Quando se deseja soldar materiais com alto ponto de fusão ou grande capacidade
térmica, recomenda-se utilizar a corrente contínua com polaridade direta (eletrodo
negativo).
Ela é utilizada também quando se deseja uma penetração pouco profunda no metal-
base como, por exemplo, na soldagem dos aços inoxidáveis austeníticos e nas
deposições superficiais. Em geral, os arcos de corrente contínua são mais estáveis do
que na corrente alternada e tal fato é importante quando se requer baixos valores de
corrente.
Posições de soldagem
318 SENAI
Tecnologia de soldagem
Posição plana
É aquela em que a peça, colocada em posição plana (a nível), recebe a deposição do
material.
O material adicional vem da vareta que está com a ponta para baixo, depositando o
material nesse sentido.
Posição horizontal
É aquela em que a aresta, ou o eixo da zona a se soldar, recebe a solda em posição
horizontal, com a peça na vertical. A vareta é colocada aproximadamente em posição
horizontal e perpendicular ao eixo de soldagem.
Posição horizontal
SENAI 319
Tecnologia de soldagem
Posição vertical
È aquela em que a aresta, ou o eixo da zona a se soldar, recebe solda em posição
vertical; a vareta é colocada aproximadamente em posição horizontal e perpendicular
ao eixo da soldagem. Em função do sentido, pode ser ascendente ou descendente.
É aquela em que a peça está colocada a uma altura superior à da cabeça do soldador
e recebe a solda por sua parte inferior. Essa posição é inversa à posição plana ou de
nível.
320 SENAI
Tecnologia de soldagem
Após alguns centímetros de operação, deve-se mudar para 15º no sentido do soldador,
posição que deverá ser mantida até próximo ao fim da operação. Nos últimos
centímetros de solda, o eletrodo deverá ser inclinado em 45º em direção ao soldador.
SENAI 321
Tecnologia de soldagem
Movimentos laterais
Nessa posição, pode-se recorrer a vários tipos de movimentos laterais.
Posição horizontal
322 SENAI
Tecnologia de soldagem
Movimentos laterais
Essa posição tem seus movimentos laterais definidos e apresentados nas figuras
abaixo.
Os limites da solda nessa posição são: 10º para cima, 75º para baixo e 15º para cada
um dos lados, direito e esquerdo.
SENAI 323
Tecnologia de soldagem
Movimentos laterais
Na posição vertical descendente, a figura abaixo mostra o movimento usado para
casos em que é exigido um bom acabamento.
324 SENAI
Tecnologia de soldagem
Posição sobrecabeça
O cordão inicia-se com um ângulo de 30º em relação à linha da obra, sendo movido
quase na vertical.
Antes do final, o eletrodo deverá ser inclinado para frente, num ângulo de 40º, com
intuito de eliminar o sopro magnético.
Movimentos laterais
Essa posição é das mais evitadas pela dificuldade que oferece. Os movimentos
aplicados são vistos nas figuras a seguir. Para se conseguir uma boa solda, isenta de
respingos, deve-se usar um arco curto e mantê-lo estável.
Observação
Em geral, recomenda-se para os movimentos laterais, também chamados de
tecimento, uma largura de aproximadamente três vezes o diâmetro do eletrodo.
SENAI 325
Tecnologia de soldagem
Formas de cordões
A configuração de um cordão de solda é oval e para que ele apresente uma boa
qualidade, é necessário que possua uma profundidade de penetração satisfatória.
Esse tipo de junta proporciona melhores resultados que os cordões de solda com
pequena espessura.
326 SENAI
Tecnologia de soldagem
Trata-se, nesse exemplo, de uma solda na posição plana, executando uma junta de
topo.
x = 90º X = 90º
SENAI 327
Tecnologia de soldagem
X = 45º
328 SENAI
Tecnologia de soldagem
Corrente de soldagem:
A = 40..50x diâmetro do núcleo do eletrodo
Para se abrir o arco, deve-se tocar o eletrodo na peça, o que irá ocasionar inicialmente
um curto-circuito, o qual, posteriormente, após o posicionamento conveniente, irá se
estabilizar, constituindo seu arco regular.
Para que tal ocorra, deve-se manter o eletrodo em relação à peça numa distância igual
ao seu diâmetro.
Extinção correta
Pois, se o eletrodo for simplesmente levantado, irá provocar uma cratera no final do
cordão, bem como respingos indesejáveis ao cordão de solda.
Extinção incorreta
SENAI 329
Tecnologia de soldagem
• Cordão da raiz
− deve ser feito um cordão, com as chapas distanciadas em 1,5mm, no qual
devem ser evitados pontos mal ligados que provocam o efeito de entalhes.
A figura abaixo apresenta um passe de raiz numa junta X com a distribuição das
tensões.
• Região central
− nesses casos, já se caracteriza uma região central em ambos os tipos de
cordões.
• Cobertura do cordão
− em função da largura do cordão, torna-se já necessário um passe de cobertura
com uma sobreelevação de aproximadamente 1,5mm.
A figura a seguir apresenta uma junta Ι com uma placa de cobre para formação da raiz
da junta.
330 SENAI
Tecnologia de soldagem
A figura a seguir apresenta uma junta semelhante à da figura anterior, porém o cordão
obtido possui uma outra configuração.
SENAI 331
Tecnologia de soldagem
Questionário-Resumo
332 SENAI
Tecnologia de soldagem
SENAI 333
Tecnologia de soldagem
334 SENAI
Tecnologia de soldagem
Simbologia de soldagem
Objetivos
Ao final desta unidade o participante deverá:
Conhecer
Ser informado sobre:
• Aplicação da simbologia de soldagem em vários tipos de juntas;
• Transmissão de informações técnicas através da simbologia de solda.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• Composição dos símbolos de soldagem;
• Significado dos elementos que compõem os símbolos;
• Diversas aplicações da simbologia.
Ser capaz
Aplicar conhecimentos para:
• Interpretar os símbolos de solda;
• Estabelecer a simbologia de soldagem para uma determinada operação.
Símbolos de soldagem
SENAI 335
Tecnologia de soldagem
O símbolo de soldagem para uma solda a ser executada no lado da seta é desenhado
no lado inferior da linha de referência (linha horizontal) do símbolo de soldagem.
336 SENAI
Tecnologia de soldagem
No lado da junta
SENAI 337
Tecnologia de soldagem
Se a seta não é quebrada, significa que qualquer um dos membros da junta pode ser
chanfrado.
A seta pode partir de uma forma ou de outra extremidade da linha de referência, sem
que ocorra inversão nos símbolos de solda.
Juntas em V
No lado da seta
338 SENAI
Tecnologia de soldagem
Espessura: 19mm
Profundidade do chanfro:16mm
Ângulo do chanfro:60º
Abertura da raiz:2mm
Juntas em X
Em ambos os lados
SENAI 339
Tecnologia de soldagem
Profundidade do chanfro:
• Do lado da seta: 16mm
• Do lado oposto à seta: 9mm
Ângulo do chanfro:
• Do lado da seta :60º
• Do lado oposto à seta :90º
Abertura da raiz: 3m
Juntas em K
Em ambos os lados
No lado da seta:
• Profund. do chanfro:16mm
• Ângulo do chanfro:45º
Abertura da raiz:2mm
340 SENAI
Tecnologia de soldagem
No caso de juntas em T:
• Profundidade do chanfro:10mm
• Ângulo do chanfro:45º
• Abertura da raiz:2mm
Juntas em J
No lado da seta
Profundidade do chanfro:28mm
Ângulo do chanfro:35º
Raio da raiz:13mm
Abertura da raiz:2mm
SENAI 341
Tecnologia de soldagem
Junta dupla J
Em ambos os lados
Profundidade do chanfro:24mm
Ângulo do chanfro:35º
Raio da raiz:13mm
Abertura da raiz:3mm
342 SENAI
Tecnologia de soldagem
No lado da seta
Em ambos os lados
Comprimento da perna:6mm
Comprimento do filete:500mm
SENAI 343
Tecnologia de soldagem
Abaixo encontram-se símbolos de soldas descontínuas que são utilizados com certa
freqüência em juntas de ângulo em T. Como se nota nas figura B e C, é obrigatório
constar as dimensões de solda em ambos os lados da linha de referência, mesmo que
as dimensões sejam iguais.
344 SENAI
Tecnologia de soldagem
Símbolos combinados
SENAI 345
Tecnologia de soldagem
346 SENAI
Tecnologia de soldagem
L = Comprimento da solda
P = Espaçamento entre centros de soldas descontínuos
SENAI 347
Tecnologia de soldagem
348 SENAI
Tecnologia de soldagem
Símbolo suplementares
Quadro
Solda de um
Solda em Perfil
Solda no lado com Cobre junta
todo
campo projeção no espaçador
contorno Nivelado Convexo Côncavo
lado oposto
SENAI 349
Tecnologia de soldagem
350 SENAI
Tecnologia de soldagem
Solda executada pelos dois lados, cujos símbolos combinados possuem disposição
idêntica da solda.
SENAI 351
Tecnologia de soldagem
A abertura da raiz não é indicada, pois trata-se de uma solda em ângulo, onde se
pressup.e não existir abertura da raiz. A penetração da raiz da solda em ângulo está
indicada entre parênteses.
352 SENAI
Tecnologia de soldagem
SENAI 353
Tecnologia de soldagem
Observação
Em função do elevado grau de complexidade na interpretação de alguns símbolos,
recomenda-se utilizar a norma AWS.4, a qual apresenta um conjunto vasto de
exemplos de situações relacionadas aos símbolos correspondentes.
A seguir, encontram-se um exercício sobre simbologia de soldagem e um resumo
dessa simbologia.
Exercício
354 SENAI
Tecnologia de soldagem
SENAI 355
Tecnologia de soldagem
356 SENAI
Tecnologia de soldagem
Questionário - Resumo
SENAI 357
Tecnologia de soldagem
358 SENAI
Tecnologia de soldagem
Tensões e distorções na
soldagem
Objetivos
Ao final desta unidade o participante deverá:
Conhecer
Ser informado sobre:
• Distorções decorrentes da soldagem de peças;
• Técnicas empregadas no alívio de tensões.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• Efeitos de insumo de calor nas junções soldadas;
• Redução de problemas de tensões nas peças soldadas;
• Influências das contrações transversal e longitudinal nas juntas.
Tensões na soldagem
Introdução
Durante a soldagem, ocorre uma fusão localizada, na qual o metal é aquecido, sendo
resfriado na solidificação, o que causa expansões térmicas e também contrações no
material.
Como esses efeitos são restringidos pelas zonas frias adjacentes ao metal, produzem-
se tensões de soldagem naquela região.
SENAI 359
Tecnologia de soldagem
As tensões em uma junta soldada são causadas pela contração da junta ao ser
resfriada após a soldagem. Na prática, reduzir o insumo de calor ou peso do metal
depositado representa meios de redução das tensões residuais. No caso de juntas de
topo, devem-se reduzir o ângulo da junta e a abertura da raiz. No caso de soldas de
filetes, devem-se reduzir ao mínimo possível a largura da perna da solda e o reforço.
Torna-se necessário também reduzirem-se as tensões devido a vínculos nos
contornos, utilizando-se uma seqüência apropriada de soldagem.
Distorções na soldagem
360 SENAI
Tecnologia de soldagem
Mecânico
• Martelamento
• Encruamento
• Vibração
Térmico
• Recozimento subcrítico
• Recozimento pleno
SENAI 361
Tecnologia de soldagem
Tipos
Contração Distorção
• Transversal • Angular
• Longitudinal • Flexão longitudinal
• Rotação angular no plano • Instabilidade
362 SENAI
Tecnologia de soldagem
SENAI 363
Tecnologia de soldagem
Ela é gerada pelas diferentes temperaturas entre os focos superior e inferior da chapa,
as quais provocam variações nos níveis de contração no sentido de sua espessura.
364 SENAI
Tecnologia de soldagem
SENAI 365
Tecnologia de soldagem
Questionário - Resumo
366 SENAI
Tecnologia de soldagem
Prevenção de acidentes na
soldagem
Objetivo
Ao final desta unidade o participante deverá:
Conhecer
Ser informado sobre:
• Aspectos de prevenção de acidentes nas atividades do soldador no posto de
trabalho;
• Características gerais dos elementos causadores de acidentes.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• Agentes causadores de acidentes, tais como gases tóxicos, choques elétricos,
incêndios, etc.;
• Efeitos nocivos das radiações geradas por processos de soldagem.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
• Evitar situações geradoras de acidentes no posto de trabalho;
• Evitar atos inseguros por parte do pessoal de solda;
• Indicar equipamentos e acessórios adequados à proteção do pessoal de solda
contra os diversos agentes de acidentes;
• Orientar o grupo no tocante a aspectos de segurança.
SENAI 367
Tecnologia de soldagem
Introdução
Embora não se limite à solda, os acidentes são causados principalmente pela falta de
cuidado das próprias vítimas, quer pela operação incorreta do equipamento, quer pelo
uso impróprio dos protetores.
Dos grãos absorvidos, os de tamanho maior são retidos pela narinas e pela ciliação da
traquéia, e os grãos mais finos entram nos pulmões, não sendo expelidos pela
respiração.
Os grãos que entram nos pulmões causam grandes distúrbios, pois se depositam nos
terminais alveolares.
Além das partículas da fumaça, são gerados ainda outros tipos de gases.
368 SENAI
Tecnologia de soldagem
Gases tóxicos
A influência desses gases sobre o corpo humano, bem como seus valores críticos são
fornecidos a seguir.
Sempre que possível, deve-se dispor de processos de controle nas áreas de trabalho,
através de analisadores ou detectores que indiquem a qualidade do ar e a
concentração dos poluentes.
Controle ambiental
SENAI 369
Tecnologia de soldagem
Ventilação geral
A oficina deve possuir ventiladores e insufladores em localização adequada para
promover a renovação do ar. Deve-se evitar a formação de correntes que prejudiquem
a eficiência da solda.
Ventilação local
Pode ser feita pela aspiração imediata da fumaça e gases na fonte geradora com
descarga para fora da oficina, ou por reciclagem do ar, purificando-o por filtração.
370 SENAI
Tecnologia de soldagem
Tais respiradores devem ter alta eficiência na função de coleta de pó e fumaça, ter
baixa resistência contra exalação e inalação e ser de fácil manutenção.
Tipos de radiações
Radiação ultravioleta
Embora seja muito propensa a ser assimilada pelo organismo humano, é
suficientemente intensa para causar reações químicas e agir sobre os seres vivos. Os
raios ultravioleta são absorvidos pela córnea e pela cristalina. Se eles forem irradiados
para os olhos, acima de uma certa dosagem, tem-se a sensação aguda da presença
de um corpo estranho ou areia nos olhos, acompanhada de intenso lacrimejamento e
piscar de olhos.
SENAI 371
Tecnologia de soldagem
Radiação infravermelho
Os raios infravermelhos raramente exercem influências imediata a ponto de se
detectarem sintomas.
Por esse motivo, os operários freqüentemente ficam expostos a eles sem proteção, o
que é muito perigoso.
Radiação visível
Todos os raios visíveis são transmitidos através da córnea e do cristalino até atingirem
a retina. Quando expostos a forte luminosidade, os olhos ficam fatigados, perdendo,
temporariamente, muito de sua eficiência.
Como os raios visíveis são refratados pelo cristalino para serem focalizados na retina,
os olhos podem sofrer danos se expostos a luminosidade muito intensa.
Meios de proteção
Óculos de segurança
Para a proteção dos olhos da radiação do arco, ou quando se realizam trabalhos de
limpeza, esmerilhos, etc., deve-se usar óculos apropriados que atendem aos seguintes
critérios:
• Permitam a devida transmissividade dos raios visíveis;
• Protejam os olhos dos raios perigosos;
• Sejam adequadamente polidos, de forma a não fatigarem os olhos;
372 SENAI
Tecnologia de soldagem
A cor dos óculos deve ser escolhida corretamente, de acordo com os conceitos de
fisiologia e do comportamento dos olhos.
Óculos com alta pureza de cor, seja azul, verde, vermelho ou violeta, não são
recomendáveis; deve-se dar preferência às cores mais adequadas que são cinza, a
marrom e a verde escura.
Observação
Nos trabalhos de soldagem, nunca deve ser usado qualquer tipo de lentes de contato,
sob o risco de cegueira total.
SENAI 373
Tecnologia de soldagem
Máscaras
As máscaras são utilizadas para cobrirem toda a face e podem ser do tipo capacete,
ou do tipo provido de cabo, para serem segurados com a mão. Elas servem para
proteger o rosto de queimaduras, devido às radiações ou aos salpicos de solda nas
partes não protegida pelos óculos.
Protetor facial
Outros protetores
374 SENAI
Tecnologia de soldagem
Para se proteger os trabalhadores dentro da área de influência dos raios, o ideal é que
o local de soldagem seja isolado. Entretanto, em situações em que esse local é móvel,
devem ser previstos anteparos e divisões adequadas, por exemplo, blindagem e
cortinas protetoras para os olhos.
Existem vários tipos de acidentes causados por choque elétrico, podendo ocorrer,
inclusive , casos fatais. Mesmo os choques fracos poderão causar outros acidentes,
como a queda do trabalhador de lugares elevados.
Para freqüências entre 50 a 60Hz, as reações são as que se seguem, dependendo das
condições de saúde, da constituição física e das condições ambientais em que se
encontre a vítima.
SENAI 375
Tecnologia de soldagem
1m A – Apenas sensação de choque; esse nível de corrente não traz nenhum perigo.
5m A – Os músculos são violentamente estimulados, com considerável sensação de
dor.
10m A – Dor insurportável.
20m A – Contração violenta dos músculos; a vítima não consegue se separar do
circuito por si mesma.
50m A – Consideravelmente perigoso.
100m A – Resultado fatal – morte.
Pode-se calcular, com certa aproximação, a corrente que passa através do corpo de
um soldador, quando ele está em contato com o chão e toca em alguma parte
energizada. A expressão utilizada é a seguinte:
E
Ι=
R1 + R 2 + R 3
376 SENAI
Tecnologia de soldagem
Por isso, usam-se dispositivos para se reduzir a voltagem ao nível seguro de 25V ou
menos.
Uso do porta-eletrodos
Os porta-eletrodos utilizados na soldagem a arco elétrico (figuras a seguir) devem ter
uma estrutura na qual a parte externa de contato seja coberta com um isolante, para
se prevenir o perigo de choque. Eles devem ser escolhidos de acordo com o diâmetro
dos eletrodos a serem empregados, pois a corrente de soldagem aumenta em função
do diâmetro dos mesmos.
Porta-eletrodos
Porta-eletrodos
SENAI 377
Tecnologia de soldagem
Acidentes devido ao manuseio dos cabos são causados pelo mau estado de
conservação. Quando ferramentas e outros materiais são deixados em desordem na
área de solda, ou quando se utiliza um cabo com baixa corrente admissível, poderá
haver geração de calor, danificando a isolação e podendo provocar um grave acidente.
Por isso, as oficinas de soldagem devem estar sempre em ordem, os cabos utilizados
devem ser padronizados, estar em conformidade com as normas vigentes e livres de
danos, em seu isolamento.
Nos trabalhos de soldagem, muitos acidentes são causados por materiais quentes
provenientes do próprio processo. Tais acidentes podem ser evitados com o uso
correto dos equipamentos de segurança seguintes:
378 SENAI
Tecnologia de soldagem
Durante a soldagem, são poucos os acidentes que ocorrem por causa dos salpicos,
mas, após a soldagem, durante a limpeza das zonas soldadas, fragmentos de escória
podem atingir os olhos, inflamando-os. Portanto, os soldadores devem usar óculos e
máscaras de proteção de acordo com o ambiente de trabalho.
Luvas protetoras
Luvas de proteção (figuras a seguir) devem ser preferivelmente feitas de couro e de
raspa de couro. Quando a transpiração for intensa, o uso de luvas de algodão por
baixo das de couro é bastante eficaz na prevenção contra choques elétricos.
SENAI 379
Tecnologia de soldagem
Aventais
O avental serve para proteger o corpo do soldador desde a região peitoral até o fêmur,
e é desejável que seja de couro.
Sapatos de segurança
Sapatos de segurança devem ser usados em todas as situações, não apenas para
prevenirem queimaduras, mas também para evitarem o perigo das quedas de
ferramentas e acidentes por choque elétrico.
Antes de se iniciar a soldagem, todo o material adjacente deve ser examinado, tendo
em vista o perigo de incêndio.
380 SENAI
Tecnologia de soldagem
SENAI 381
Tecnologia de soldagem
As se encerrar uma atividade de solda, estar ciente de que as válvulas de gases, bem
como das garrafas, estão devidamente fechadas e as mangueiras despressurizadas
dos gases remanescentes.
Embora os raios X e os raios gama não tenham relação direta com a soldagem,
aqueles que se ocupam da manipulação dos aparelhos de inspeção das soldas devem
tomar bastante cuidado, já que as radiações podem causar danos ao sangue e outras
doenças fatais.
Assim, o local de trabalho deve ser tão isolado quanto for possível, para se limitar a
dispersão de radiação, mantendo-se afastados os elementos que não estejam
diretamente envolvidos na inspeção.
382 SENAI
Tecnologia de soldagem
Primeiros socorros
Em caso de queimaduras, não se deve tocar no lugar queimado nem furar as bolhas;
para se evitar contaminação, deve-se proteger os ferimentos com material esterilizado.
Em caso de penetração de um corpo estranho no olho, cobri-lo com gaze sem pressão
e encaminhar o acidentado ao oculista. Em caso de choque elétrico, pode-se aplicar
respiração artificial, por pessoal habilitado.
Questionário - Resumo
SENAI 383
Tecnologia de soldagem
2 Quais os principais gases tóxicos gerados nos trabalhos de solda ? Quais seus
efeitos ?
7 Cite três fatos que podem provocar acidentes por incêndio ou explosões.
8 O que deve ser previamente feito nas soldagens executadas em lugares elevados?
384 SENAI
Tecnologia de soldagem
Referências bibliográficas
SENAI 385
Tecnologia de soldagem
386 SENAI
Caldeiraria e estruturas metálicas
46.30.23.032 - 0 Tecnologia de soldagem