Transporte Plantas

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Transporte nas Plantas

Fluxo de materiais numa planta vascular

Esquema de uma planta Dicotiledónea

Transporte de água e de elementos minerais Seiva Bruta Xilema

Seiva
Transporte de água e matéria orgânica Elaborada
Floema

Ao transporte de água e de solutos no interior da planta através de tecidos


condutores Translocação.

Captação de H2O e Solutos do meio


Estruturas altamente
especializadas existentes Transporte, a pequena distância, de
substâncias célula a célula.
nas plantas que intervêm a
três níveis Transporte, a longa distância, de
substâncias ao nível do Xilema e do Floema
Transporte nas Plantas

Tecidos de transporte

Existem dois tipos de tecidos de transporte

Floema
(líber ou tecido crivoso)
 Xilema
(lenho ou tecido traqueano)

 
Especializado na condução Especializado na condução
de água e substâncias de água e sais minerais.
orgânicas.

Floema *

* Igualmente designado por tubo crivoso, líber ou tecido liberino.

Características gerais:

Função:
 Sistema através do qual circula água e matéria orgânica (Seiva
elaborada).

Constituição :

 Essencialmente constituído por células vivas (exceção para as


fibras liberinas - fibras de suporte).

 É um tecido complexo

composto por

Tubos ou vasos Células de Células Fibras de


crivosos companhia parenquimatosas suporte
Transporte nas Plantas

Estrutura do Floema: Imagem de Microscopia e esquema interpretativo

Orifícios da Placa Células dos Tubos


Placa Crivosa Crivosa ou Vasos crivosos
Célula de
Companhia
Transporte nas Plantas

Placa Crivosa

Corte transversal de floema visto ao Célula de


Microscópio electrónico. Companhia

Constituição do Floema:

a) Tubos ou vasos crivosos

 Células vivas, ligadas topo a topo, apresentando as paredes na região de


contacto, um conjunto de orifícios - constituindo a placa crivosa. É através
desses orifícios que o citoplasma comunica entre células consecutivas.

 Durante o inverno os orifícios podem estar tapados por uma substância - a


calose, que se dissolve na primavera.

 As células dos tubos crivosos perderam grande parte dos organelos, como o
núcleo e os ribossomas.

 Podem comunicar entre si através de poros das paredes laterais.

b) Células de companhia

 Células vivas, com núcleo e restantes organelos.

 Localizam-se junto às células dos tubos crivosos, estabelecendo inúmeras


ligações, ajudando no seu funcionamento.

 Não conduzem os nutrientes através da planta, desempenham uma função


importante na movimentação de açúcares do parênquima clorofilino até às
células dos tubos crivosos.
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c) Fibras liberinas

 Células mortas.

 Células alongadas, com parede espessa e revestimento de lenhina.

 Desempenham função de suporte.

d) Células parenquimatosas (parênquima liberino)

 Formadas por células vivas.

 Células pouco diferenciadas, que desempenham função de reserva


(água e substâncias orgânicas)

Xilema *

* Igualmente designado por tecido lenhoso, lenho ou tecido traqueano.

Estrutura do Xilema: Esquema interpretativo e imagem de Microscopia.


As paredes de topo
destas traqueias
desapareceram
completamente

Traqueias
Traqueias

As paredes de topo
destas traqueias não Traqueídos Poros nas paredes
desapareceram laterais dos traqueídos
completamente
Transporte nas Plantas

Função:

 Condução de água e sais minerais (Seiva Bruta).

Constituição do Xilema:

 Essencialmente constituído por células mortas (exceção para o


parênquima lenhoso.

 É um tecido complexo

composto por

Elementos de Traqueídeos ou Fibras lenhosas Parênquima


vasos tracóides lenhoso
a) Elementos de vasos ou Vasos lenhosos ou Traqueias

 São células
mortas, curtas e
largas, colocadas
topo a topo,
formando vasos.

 Possuem maior
diâmetro celular
que os tracóides.

 Processo de
diferenciação
semelhante ao dos
tracóides.

 Nas células colocadas topo a topo, as respetivas paredes podem apresentar


separações - perfurações (placa de perfuração) - ou então podem desaparecer
por completo, formando desta forma um vaso perfeito.
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 As paredes laterais dos vasos traqueanos apresentam por dentro da parede


celulósica espessamentos de lenhina  diferentes tipos de ornamentações.

 Paredes com locais mais permeáveis - transporte lateral de um vaso para


outro - pontuações.

(Permite contornar obstáculos que possam obstruir o vaso em causa)

b) Traqueídeos ou Tracóides

 Células mortas, alongadas e afiladas nas extremidades (local por onde


contatam).
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 Comunicam entre si por poros (situados no topo),


permitindo a circulação de água e elementos
minerais.

 As paredes celulares apresentam espessamentos


de lenhina. As pontuações correspondem a zonas
onde a parede secundária não se formou,
constituindo assim zonas de maior permeabilidade.

 Durante a diferenciação perdem o conteúdo


citoplasmático.

c) Fibras lenhosas

 Constituídas por células mortas cujas paredes são espessas devido à


deposição de lenhina e desempenham funções de suporte.

d) Parênquima lenhoso

 As células deste parênquima são as únicas células vivas do xilema e


desempenham essencialmente as funções de reserva.
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Disposição dos feixes condutores

Os tecidos de transporte são acompanhados frequentemente por elementos


elaboradores e de suporte, formando cordões designados por feixes condutores
ou vasculares.

 Feixes condutores
Podem apresentar diferentes arranjos.

Simples Duplos
Têm na sua constituição apenas um Constituídos por Xilema e Floema
tipo de tecido de transporte. libero-lenhosos

Xilema - feixe lenhoso


Floema - feixe liberino

Nas raízes primárias dispõem-se


radialmente, alternando os liberinos Abertos Fechados
com os lenhosos.

Feixes radiais simples e alternos

NOTA
 Abertos - se entre o xilema e o floema existir um câmbio

(Como ocorre nas gimnospérmicas e dicotiledóneas - crescimento secundário)

 Fechados - se não existir câmbio - não há crescimento secundário.

(Como ocorre nas monocotiledóneas - crescimento primário)


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Feixes duplos colaterais - Constituídos por floema lado a lado com o xilema, e
ambos dispostos radialmente.

 Nos caules primários os tecidos vasculares (Xilema e Floema primários)


desenvolvem-se em feixes duplos colaterais, ocupando o floema ocupa uma
posição externa em relação ao xilema.

Floema - virado para o lado externo

Xilema - virado para o lado interno

 Nas folhas dorsiventrais, o floema fica para o lado da página inferior,


enquanto que o xilema fica voltado para o lado da página superior.
Xilema
Página superior

Floema Página Inferior

Raiz – Local de absorção de água e de minerais

A existência de pelos
radiculares
aumentam
estrondosamente a
superfície de
absorção de água e de
elementos minerais.
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As necessidades de água para uma planta são enormes, no entanto, cerca de 90% da
água captada do solo a nível das raízes transita na planta, acabando por se libertar
para a atmosfera, sob a forma de vapor.

IMPORTANTE: Sentido de movimento da água…

[soluto]  H2O [soluto] 


Solução hipotónica Solução hipertónica

Tende a deslocar-se de regiões de baixa concentração em soluto para as regiões de elevada


concentração em soluto

Quer isto dizer que a água se movimenta de regiões de elevado potencial de


água para as regiões de baixo potencial de água

Potencial água  H2O Potencial água 


Valores mais próximos de zero Potencial mais negativo

IMPORTANTE:

O potencial de água para a água pura é igual a zero, quer isto dizer que não possui
soluto dissolvido; Se uma solução fica mais concentrada (hipertónica), o seu potencial
de água baixa, isto é, torna-se mais negativo.

Exterior da raiz

[Soluto] 
Potencial de água  Interior da raiz

[Soluto] 
Potencial de água 
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Conclusão: A água tende a entrar na raiz por osmose, podendo arrastar certos iões
(Ca2+; K+; NO3-; SO42-) presentes em solução no solo e em elevadas concentrações, que
por difusão simples entram na raiz.

Por vezes verificam-se situações em que os iões minerais estão em concentrações


muito elevadas nas células da raiz comparativamente ao solo; neste caso o
movimento desses iões é realizado contra gradiente – transporte activo – implica
gasto de energia.

O transporte ativo de iões, que passam através das células do parênquima


cortical para as células da endoderme e destas para o xilema, cria um gradiente
osmótico – leva ao sentido de movimento da água por osmose do córtex para o
Xilema.

Embora não sejam completamente conhecidos, admite-se a existências de duas


vias para a movimentação da água e os elementos minerais:

Via simplasto

Fluxo osmótico de água através das


membranas celulares e conteúdo celular Via Apoplasto

Movimento de água através das suas


paredes celulares e espaços
intercelulares

Nota: nas dicotiledóneas, a água e os minerais atravessam as células da endoderme via


simplasto; este movimento, no caso das monocotiledóneas, só é possível devido à
existência das células de passagem, uma vez que as restantes células da endoderme
exibem espessamentos em U.
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Transporte da Seiva Xilémica


Como explicar a ascensão de água e de solutos no Xilema?

 Teoria da Pressão radicular


Saída de água pelos estomas
aquíferos, hidátodos - Gutação

Saída de água após a poda da


videira - Exsudação

Fenómenos como a Gutação e Exsudação revelam a existência de uma pressão


exercida sobre a seiva bruta de baixo para cima.

Em A – seccionou-se um caule e adaptou-se um


tubo recurvado, podendo observar-se a saída de
gotas de seiva xilémica.

Em B – Adaptando-se um tubo dobrado com


mercúrio, pode-se constatar a subida do nível do
mercúrio.

Os resultados desta experiência comprovam a


existência de pressão radicular. Porém, esta é
muito baixa na maior parte das plantas; para
além, disso ela é sazonal, manifestando-se
essencialmente no momento de
desenvolvimento dos novos rebentos.

Conclusão: A Pressão Radicular não é suficiente para elevar a seiva xilémica até
ao ápice de qualquer árvore; muitas plantas, como o pinheiro, não desenvolvem pressão
de raiz.
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Como explicar a ascensão de água e de solutos no Xilema?

 Teoria da Tensão-Coesão-Adesão
Em vez da força ser exercida de baixo para cima, certos investigadores propuseram que
a força fosse exercida de cima para baixo, isto é, que fosse exercida uma força de sucção
– gerando uma tensão (pressão negativa).

Estas experiências comprovam a transpiração das plantas. Sendo as folhas os órgãos


de maior superfície expostas ao ar e com maior densidade de estomas, é
essencialmente através delas que as plantas perdem água sob a forma de vapor, ou
seja, transpiram.
Transpiração

Evaporação

Pote de argila
porosa
Água
Água

Mercúrio Mercúrio

Água Água
Modelo Físico
Mercúrio Mercúrio
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O modelo físico que demonstra a teoria da Tensão-Coesão-Adesão – um vaso de


argila que é fixo na extremidade de um longo tubo de vidro estreito também cheio
de água. A outra extremidade deste tubo é colocada abaixo da superfície de
mercúrio contido na tina. À medida que a água se evapora pelos poros do vaso, é
substituída por água “puxada” através do tubo de vidro e em seguida é “puxado” o
mercúrio também.

O mesmo se verifica se o vaso de argila for substituído por uma planta.

Conclusão: A Transpiração a partir das folhas de uma planta desenvolve uma força
de sucção semelhante ao demonstrado na experiência do mercúrio.
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Os fenómenos deverão ocorrer do seguinte modo:

1º O potencial de água do ar é baixo, pelo que o vapor de água difunde-se para a


atmosfera;

2º A água evapora-se das células do mesófilo – aumenta a pressão osmótica dentro


dessas células;
O mesófilo fica hipertónico em relação ao Xilema

3º A transpiração foliar cria uma tensão (pressão negativa) que faz ascender uma
coluna de água no xilema.

4º Como as moléculas de água se encontram ligadas umas às outras devido à polaridade,


por pontes de hidrogénio - as forças de coesão mantêm-nas unidas formando uma
coluna de água que ascende ao longo do xilema.

5º As moléculas de água têm uma grande capacidade de adesão a outras substâncias e às


paredes do xilema; por outro lado, verificam-se fenómenos de capilaridade, devido ao
reduzido diâmetro do xilema, que contribui igualmente para a ascensão da seiva
xilémica.

6º A ascensão de água cria um défice de água no xilema da raiz e a água passa do


parênquima cortical para o xilema.

7º A água entra na raiz por osmose devido ao seu baixo potencial de água na raiz e
pelo facto do potencial de água no solo ser mais elevado.

Fatores que comprovam esta Teoria


 Nas horas de maior transpiração, o xilema sob tensão, fica esticado como se
fosse um elástico e consequentemente o caule terá um diâmetro ligeiramente
menor.

 A força da sucção transpiratória é o mais importante fator da subida da seiva


bruta ou xilémica nas plantas. As propriedades de Coesão e Adesão da água
permitem a formação de uma coluna contínua que se desloca para cima, devido à
tensão (pressão negativa – força de sucção) existente a nível foliar.
NOTA: A tensão é mais elevada quanto mais negativo for o valor da pressão; Quanto maior a
taxa de transpiração maior o valor absoluto da tensão.
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Controlo da transpiração
As folhas podem perder 90% Estomas
A transpiração pode ocorrer
diariamente o seu próprio
peso em água 10% Na cutícula

Os estomas podem controlar a quantidade de água perdida


devido à capacidade que têm de abrir e fechar.

 O grau de turgescência das células de guarda é que determina a


abertura e fecho dos estomas.

 Assim, a mudança de forma das células de guarda está relacionada


com a concentração de água nas mesmas.

Microfibrilas
de celulose

Funcionamento dos Estomas

Descida do
Fecho dos
potencial de água
estomas
deriva de
Abertura dos Subida do potencial
estomas de água


Células oclusivas
Concluindo
É o grau de turgescência que condiciona o grau de abertura dos estomas.
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Factores condicionantes da turgescência:

 Concentração em iões - Um dos mecanismos atualmente mais aceite.


Transporte ativo de iões para o interior das células guarda.

O ião potássio é um dos mais importantes no controlo da turgescência.


[ K+ ]  nas células guarda  pressão osmótica  nas células
potencial hídrico  guarda


H2O entra na célula oclusiva


Estoma abre (a pressão de turgescência das
células guarda aumenta – Células túrgidas)

[ K+ ]  nas células guarda  pressão osmótica  nas células


potencial hídrico  guarda


H2O sai da célula oclusiva


Estoma fecha (a pressão de turgescência das
células guarda diminui)

Nota: Pressão osmótica é a pressão que deve ser aplicada à solução para
impedir a passagem do solvente através da membrana semipermeável.

Soluções de igual pressão osmótica denominam-se isotónicas. Em casos de


soluções com diferentes pressões osmóticas, a solução de menor pressão
osmótica é denominada hipotónica e a de maior pressão osmótica é
denominada hipertónica.
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 Luz, [ CO2 ] e pH
Luz
A luz ao ser captada ativa o transporte de K+ e da H2O para o interior das
células guarda.

À noite, os pigmentos fotossintéticos não estão ativados, logo a entrada de


+
K pára, ocorrendo a movimentação destes iões para fora da célula guarda, sendo
seguida pela H2O.

[ CO2 ]
Durante o dia a fotossíntese gasta maior quantidade de CO 2 do que a que é
produzida pela respiração, logo o teor deste gás, ao nível dos espaços intercelulares
diminui, devido à incorporação do CO2 no ciclo de Calvin.

À noite a fotossíntese pára e a respiração contínua, logo a [ CO2 ] nos


espaços intercelulares aumenta.

 [ CO2 ]     Estimula a entrada de K+ para as células oclusivas.

 [ CO2 ]     Estimula a saída de K+ das células oclusivas.

pH
Enzima Fosforilase

 [ H2CO3 ]     Aumenta o pH (> 7)    Amido  Glicose


(glicose é solúvel em água - [ soluto  ] - promove a entrada de água)

Enzima Fosforilase

 [ H2CO3 ]     Diminui o pH (< 7)    Glicose Amido


(amido é insolúvel em água - [ soluto  ] - promove a saída de água)
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Resumo dos fatores que interferem no


funcionamento dos estomas
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Fatores que influenciam a Transpiração

 Fatores morfológicos ou estruturais.

 Número de estomas;
 Número de lacunas;
 Espessura da cutícula.

 Fatores ambientais.

 Intensidade da luz solar;


 Temperatura do ar;
 Humidade;
 Vento;
 Disponibilidade hídrica no solo;
 Concentração interna de CO2.

Observações: O aumento da temperatura até determinado valor (30ºC


aproximadamente), favorece a abertura dos estomas; valores acima favorecem o
fecho dos estomas.

Da mesma forma, quanto maior a movimentação do vento, mais fácil se torna a


remoção de água por transpiração; caso o vento se torne mais intenso, os estomas
começam a fechar.
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Translocação da Seiva Elaborada no Floema

Remoção de um anel
completo da casca,
removendo-se o floema mas
mantendo-se o xilema.
Experiência de Malpighi (A)
Aumento de volume
por acumulação de
- Como se justifica que a planta se mantenha viva durante algum tempo (B)?
seiva floémica.

- Qual terá sido a causa de morte (C)?


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A - Uso de substâncias radioativas.

Este método consiste em colocar à disposição das plantas substâncias


radioativas que elas irão incorporar na seiva elaborada.

Destino do amido produzido nas folhas

O amido de uma folha desaparece após 12 h de obscuridade.


A autoradiografia permite seguir o seu destino.
Algumas plantas foram colocadas durante 2 horas à luz, num recinto cuja
atmosfera continha CO2 marcado radioactivamente (14C).
Em seguida, as plantas foram colocadas numa atmosfera com dióxido de carbono
não marcado.
Por técnicas de autoradiografia determinou-se o caminho seguido pela
radioatividade.
Os resultados estão expressos no quadro que se segue:

T1 T2 T3
Folhas *** * -
Caules - ** *
Raízes - - **
* Radioatividade
1. Das interpretações que se seguem indica a que está correta

O amido:
- é totalmente utilizado nas folhas;
- é transformado em substâncias que migram diretamente para as raízes;
- é transformado noutras substâncias que migram para os caules e dos caules para as
raízes.

Justifica a opção escolhida com base nos registos do quadro.

2. Neste caso o sentido de deslocação é ascendente ou descendente?

3. O que poderá vir a acontecer se a planta vier mais tarde, na floração, a ter necessidade dessas
substâncias orgânicas armazenadas na raiz?

Este tipo de experiências permitiu concluir que a seiva elaborada


circula nas plantas em qualquer sentido, dependendo da localização
dos órgãos de produção e dos órgãos de consumo.
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B - Uso de Afídios.

São insetos que possuem peças bucais constituídas por um estilete e um


tubo de sucção que utilizam para introduzir nos ramos das plantas e sugar o líquido
açucarado constituinte da seiva elaborada.

A B

Floema
Floema

A – Extração da seiva floémica pelo afídio.


Seiva Floémica
B – O estilete flexível passa através de várias camadas de células antes de penetrar no floema.
Decapitando o afídio a seiva floémica continua a sair pelo estilete.

Alguns destes animais foram anestesiados com CO2 e decapitados, no


momento em que recolhiam a seiva, deixando desta forma o tubo de sucção
cravado na planta. Através deste tubo, continuava a sair a seiva elaborada, sendo
desta forma possível recolher a seiva para análises posteriores.

O uso de vários afídios em vários pontos das plantas permitiu igualmente a


introdução de substâncias num ponto do caule e verificar a sua saída noutro ponto
- Direção de movimento - e foi possível calcular a Velocidade de movimento da
seiva.

Concluindo

 A seiva dentro do floema está sob pressão, caso contrário não continuaria
a fluir após a decapitação do afídio.

Glícidos - nomeadamente a sacarose


Aminoácidos (pequenas quantidades)
 Seiva elaborada é
constituída por água e…
Iões inorgânicos (principalmente fósforo)
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 Velocidade de deslocação inferior à da seiva bruta.

 A direção de deslocação pode inverter-se e as células do floema podem


conduzir a seiva em direções diferentes e até opostas.

 Qual o mecanismo responsável pelo movimento de


substâncias a nível do Floema?

Hipótese do Fluxo sob pressão ou Fluxo de massa

O mecanismo de translocação da seiva elaborada, baseia-se num modelo físico


semelhante ao descrito na figura anterior, desenvolvido por Münch em 1927.

 No balão B existe uma concentração elevada de sacarose e no balão A apenas


existe H2O destilada.

 Os dois balões estão ligados entre si. Quando em contacto com H2O destilada,
a água entra por osmose para o balão B, o que leva a uma subida da solução em
direção ao balão A.

 Quando atinge o balão A, a água tende a sair passivamente.

 O fluxo só será interrompido quando a concentração de sacarose nos dois


balões (A e B) for igual.

 Caso se adicione sacarose no balão B e se retire sacarose ao balão A, o fluxo


volta a ser estabelecido, mantendo-se indefinidamente, desde que exista essa
diferença de concentração de soluto.
Transporte nas Plantas

Importante
Desta experiência resulta que o balão B corresponde aos locais de produção de açúcares
na planta (folhas) e o balão A corresponde aos locais de consumo ou de utilização dos
açúcares na planta. A água da tina representa a água do xilema, e o tubo que liga os dois
balões, representa o floema.

À semelhança do observado na experiência, também nas plantas existem regiões


com concentração diferencial de sacarose: nos locais onde é produzida, a
concentração de sacarose é elevada – folhas ou órgãos de reserva (quando ocorre
utilização das reservas); nos locais onde é utilizada, a concentração é baixa –
nos tecidos e órgãos em formação ou em crescimento e nos órgãos de reserva
(quando são períodos de acumulação de reservas).

Na entrada e saída de sacarose nos elementos do floema, é utilizada energia


transferida das moléculas de ATP das células de companhia ou das células
parenquimatosas do floema, as quais exibem uma taxa respiratória elevada.

 A glicose elaborada nas folhas é convertida em sacarose.

 A sacarose por transporte ativo passa para as células de companhia.

 [ sacarose ]    pressão osmótica    água passe para o interior do floema, pois o


potencial de água é baixo.
Transporte nas Plantas

 A pressão de turgescência faz com que o movimento se


dê das maiores pressões para as menores pressões -
movimentando-se ao longo das células dos tubo crivosos.

 A sacarose é retirada do floema, por transporte ativo,


para os locais de consumo.

 [ sacarose ]  tubos crivosos   pressão osmótica 


  água sai por osmose para as células que rodeiam os
tubos crivosos.

 Nos locais de consumo ou de reserva a sacarose é


geralmente convertida em glicose, que pode ser usada na
respiração, na construção de novos tecidos ou ser
convertida em amido - polissacárido de reserva nas plantas.

Concluindo...

O transporte da seiva elaborada no floema - translocação - ocorre devido a


um gradiente de concentração de açúcar, desde a fonte até ao local de consumo,
ou seja, de uma área de alta concentração para uma área de baixa concentração.

O sentido da translocação depende das necessidades metabólicas das


diferentes partes da planta nesse momento.
Transporte nas Plantas

Sistematizando…

Considera-se que o movimento da Seiva Floémica se faz por fluxo de


massa associado a transporte activo sempre que o açúcar se desloque
contra gradiente de concentração.

Críticas ao modelo do Fluxo de Massa de Münch


 Não explica a existência, em certas alturas do ano, de um fluxo descendente e
ascendente, em simultâneo no mesmo tubo crivoso, de seiva floémica.

 Reduzido diâmetro dos poros das placas crivosas, que constituem um obstáculo à
passagem da seiva de uma célula para a outra, havendo necessidade de uma pressão
muito superior à que se admite que existe na maioria das plantas.
Mas até à presente data, nenhuma das alternativas propostas apresentam explicações
mais adequadas, pelo que prevalece a presente hipótese do fluxo de massa, como o
modelo mais aceitável.

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