Problema 4 - Tutoria
Problema 4 - Tutoria
Problema 4 - Tutoria
Fase Cefálica
- O olfato, visão, pensamento ou paladar inicial do alimento ativam os centros neurais no córtex cerebral,
hipotálamo e tronco encefálico.
↳ O tronco encefálico ativa os nervos facial (VII), glossofaríngeo (IX) e vago (X).
- Os nervos facial e glossofaríngeo estimulam as glândulas salivares a produzir saliva e o nervo vago
estimula as glândulas gástricas a produzir suco gástrico.
- O propósito dessa fase é preparar a boca e o estômago para o alimento que está prestes a ser ingerido.
Fase Gástrica
- Inicia-se quando o alimento chega ao estômago.
- É regulada por mecanismos hormonais e neurais.
↳ Regulação neural
- Alimento de qualquer natureza distende o estômago e estimula os receptores de estiramento.
- Os quimiorreceptores presentes no estômago monitoram o pH do quimo (ativados com a chegada de
proteínas no estômago, as quais aumentam o pH por tamponar parte do ácido presente).
- Os impulsos nervosos estimulados se propagam até o plexo submucoso, no qual ativam os neurônios
entéricos e parassimpáticos.
- Ondas peristálticas estimuladas pelos impulsos nervosos misturam o alimento com o suco gástrico;
quando as ondas se tornam fortes o suficiente, pequena quantidade de quimo sofre esvaziamento gástrico no
duodeno
- O pH do quimo fica ácido e a distensão das paredes do estômago diminui, pois o quimo passou para
o intestino delgado. interrompendo a secreção de suco gástrico.
↳ Regulação hormonal
- Secreção gástrica durante essa fase também é regulada pelo hormônio gastrina.
- Gastrina é liberada a partir das células G das glândulas gástricas, em resposta a diversos estímulos:
distensão do estômago pelo quimo; pH alto do quimo decorrente da presença de sangue no estômago; cafeína
no quimo gástrico; e acetilcolina liberada pelos neurônios parassimpáticos.
- Gastrina viaja na corrente sanguínea até chegar aos seus órgãos-alvo no sistema digestório.
- Além da produção de suco gástrico, ela também fortalece a contração do esfíncter inferior do
esôfago para impedir o refluxo de quimo, aumenta a mobilidade do estômago e relaxa o músculo esfíncter do
piloro, promovendo o esvaziamento gástrico.
- Sua secreção é inibida quando o pH do suco gástrico cai abaixo de 2,0. feedback negativo
* esse mecanismo de feedback negativo ajuda a gerar um pH ideal para o funcionamento da pepsina, a
eliminação de micróbios e a desnaturação das proteínas no estômago.
Fase Intestinal
- Começa quando o alimento chega no intestino delgado
- Os reflexos que ocorrem nessa fase têm efeito inibidor, diminuindo a saída do quimo do estômago.
↳ Impede que o duodeno se sobrecarregue com mais quimo do que pode controlar.
- É regulada por mecanismos neurais e hormonais
↳ Regulação neural
- Distensão do duodeno provoca o reflexo enterogástrico.
- Receptores de estiramento na parede do duodeno enviam impulsos nervosos para o bulbo.
↳ Inibem a estimulação parassimpática e estimulam os nervos simpáticos p/ o estômago.
↳ Como resultado, a motilidade gástrica é inibida e há a contração do músculo esfíncter do
piloro, que diminui o esvaziamento gástrico.
↳ Regulação hormonal
- Fase mediada por dois hormônios principais: colecistocinina e secretina.
- Colecistocinina (CCK) é produzida pelas células I da mucosa do duodeno e do jejuno, em resposta
ao quimo contendo aminoácidos provenientes de proteínas parcialmente digeridas e ácidos graxos
provenientes de triglicerídeos parcialmente digeridos.
↳ Esse hormônio estimula a produção de suco pancreático e provoca a contração da parede da
vesícula biliar, movimentando, assim, a bile armazenada para o ducto cístico e através do ducto colédoco.
- Além disso, a CCK provoca o relaxamento do músculo esfíncter da ampola hepatopancreática,
permitindo que o suco pancreático e a bile fluam para o duodeno; diminui o esvaziamento gástrico,
promovendo a contração do músculo esfíncter do piloro; produz saciedade, atuando no hipotálamo; no
encéfalo, promove o crescimento normal e a manutenção do pâncreas; e intensifica os efeitos da secretina.
- O quimo ácido que entra no duodeno estimula a liberação de secretina a partir das células S.
- A secretina estimula o fluxo de suco pancreático, rico em íons bicarbonato, tamponando o quimo
ácido que entra no duodeno a partir do intestino delgado.
- Além disso, a secretina inibe a produção de suco gástrico, promove o crescimento normal e a
manutenção do pâncreas e intensifica os efeitos da CCK.
- De forma geral, a secretina provoca o tamponamento do ácido presente no quimo que chega no
duodeno e diminui a produção de ácido no estômago.
- Gastrina: secretada pelas células G do antro do estômago em resposta a estímulos pelos produtos da digestão
de proteínas, pela distensão da parede estomacal e pelo peptídeo liberador de gastrina, que é liberado pelos
nervos da mucosa gástrica, durante a estimulação vagal.
↳ As ações primárias da gastrina são (1) estimulação da secreção de ácido gástrico e (2) estimulação
do crescimento da mucosa gástrica. A acidificação do suco gástrico inibe sua liberação.
- Colecistocinina (CCK): secretada pelas células I da mucosa do duodeno e do jejuno, em resposta aos
produtos da digestão de gordura, ácidos graxos e monoglicerídeos nos conteúdos intestinais.
↳ Esse hormônio estimula a contração da vesícula biliar, expelindo bile para o intestino delgado, a
secreção de bicarbonato pancreático e da enzima pancreática e inibe, moderadamente, a contração do
estômago, retardando a saída de alimento e inibe o apetite.
- Secretina: secretada pelas células S da mucosa do duodeno, em resposta ao conteúdo gástrico ácido que é
transferido do estômago ao duodeno pelo piloro.
↳ Pequeno efeito na motilidade do trato gastrointestinal e promove a secreção pancreática de
bicarbonato, o que contribui para a neutralização do ácido no intestino delgado, de bicarbonato biliar e inibe a
secreção de ácido gástrico.
- Peptídeo Inibidor Gástrico (GIP): secretado pela mucosa do intestino delgado superior, em resposta a ácidos
graxos e aminoácidos.
↳ Exerce efeito moderado na diminuição da atividade motora do estômago, retardando o esvaziamento
do conteúdo gástrico no duodeno, estimula a secreção de insulina e inibe a secreção de ácido gástrico.
- Motilina: secretada pelo estômago e pelo duodeno superior durante o jejum.
↳ Função de aumentar a motilidade gastrointestinal
- Pepsina: liberada de forma inativa (pepsinogênio) e ativada em contato com ácido clorídrico.
↳ Atua na digestão química dos alimentos, sua ação é controlada pela gastrina. Ela age quebrando as
ligações peptídicas das proteínas e transformando cadeias grandes em pequenas.
- Ácido Clorídrico: proporciona o ambiente altamente ácido necessário para a pepsina decompor as proteínas.
Essa elevada acidez serve também como barreira contra infecções.
- Somatostatina: hormônio proteico sintetizado pelas células delta presentes no pâncreas.
↳ Ela inibe a secreção salivar, reduz a secreção de ácido clorídrico e de pepsina; no pâncreas é
responsável por inibir a secreção de insulina e glucagon.
- Leptina: hormônio secretado por adipócitos e atua promovendo a redução da ingestão alimentar, ou seja,
promove a saciedade.
- Grelina: produzida pelas células Gr do trato gastrointestinal e é responsável pelo aumento da secreção do
GH, controle da secreção ácida e da motilidade gástrica e possui influência sobre a função endócrina
pancreática.
- Enterogastrona: secretada pelas células da parede duodenal. Inibe a secreção de suco gástrico, a motilidade e
o esvaziamento do estômago.
- GPL-1: produzido pelas células l localizadas no íleo distal e no cólon, semelhante ao glucagon e tem
potencial inibidor do apetite.
Vômito
- Meio pelo qual o trato gastrointestinal superior se livra do seu conteúdo, quando irritado, hiperdistendido ou
hiperexcitado.
- Os sinais sensoriais se original da faringe, do esôfago, do estômago e das partes superiores do intestino
delgado.
- Os impulsos são transmitidos por fibras nervosas aferentes vagais e simpáticas para a área chamada de
“centro do vômito”.
↳ Desse centro, os impulsos motores que causam vômitos são transmitidos pelos 5, 7º, 9º, 10º e 12º
nervos cranianos para o trato gastrointestinal superior.
- Nos primeiros estágios da irritação, o antiperistaltismo começa a ocorrer minutos antes de aparecerem os
vômitos. peristaltismo para cima
- À medida que as partes superiores do aparelho são hiperdistendidas, especialmente no duodeno, a distensão
é o fator excitatório que inicia o ato do vômito.
- Ocorre fortes contrações no duodeno e no estômago e relaxamento parcial do esfíncter esofagogástrico, o
que permite o movimento do vômito em direção a boca.
- Primeiros efeitos: respiração profunda, elevação do osso hioide e da laringe para a abertura do esfíncter
esofágico superior, fechamento da glote para impedir o fluxo de vômito para os pulmões e elevação do palato
mole para fechar as narinas posteriores.
- Em seguida, ocorre fortes contrações do diafragma e dos músculos da parede abdominal.
- O ato de vomitar decorre de ação de compressão dos músculos do abdome, associada à contração simultânea
da parede gástrica e abertura dos esfíncteres esofágicos, com expulsão do conteúdo gástrico.
- Há também vômitos oriundos da estimulação da pequena área localizada bilateralmente, no assoalho do
quarto ventrículo, chamada de zona de disparo de quimiorreceptores para o vômito.
↳ É estimulado por fármacos como apomorfina, morfina e alguns derivados de digitálicos
Defecação
- Reflexo intrínseco de defecação, mediado pelo sistema nervoso entérico local, na parede do reto.
- Distensão da parede retal quando as fezes entram no reto desencadeia sinais aferentes que se propagam pelo
plexo mioentérico para dar início a ondas peristálticas.
↳ À medida que a onda se aproxima do ânus, o esfíncter anal interno se relaxa, se o esfíncter externo
estiver relaxado consciente e voluntariamente, ocorre a defecação.
- Para que a defecação ocorra, é necessário o concurso de outro reflexo: o reflexo da defecação
parassimpático, que envolve segmentos sacros da medula espinhal.
↳ Após estímulo das terminações nervosas, os sinais são transmitidos para a medula espinhal e de
volta ao cólon por fibras nervosas parassimpáticas nos nervos pélvicos.
↳ Tais sinais intensificam as ondas peristálticas e relaxam o esfíncter anal interno, intensificando o
reflexo de defecação mioentérico intrínseco.
↳ Além disso, esses sinais iniciam outros efeitos, como inspiração profunda, fechar a glote e contrair
os músculos da parede abdominal, forçando os conteúdos fecais do cólon para baixo e relaxando o assoalho
pélvico, empurrando o anel anal para baixo para eliminar as fezes.
Antiácidos
- São bases fracas que reagem com o ácido clorídrico gástrico, formando sal e água.
- Seu principal mecanismo de ação é reduzir a acidez intragástrica.
⋅ Inibidores da bomba de prótons (IBP): omeprazol, esomeprazol, lansoprazol, dexlansoprazol, rabeprazol e
pantoprazol. Todos são benzimidazólicos substitutivos.
↳ Bloqueiam a via comum final da secreção de ácido, a bomba de prótons.
⋅ Sucralfato: sal de sacarose complexado com hidróxido de alumínio sulfatado.
↳ Liga-se seletivamente às úlceras e erosões formando uma barreira física que restringe qualquer lesão
cáustica adicional e estimula a secreção de prostaglandinas e de bicarbonato pela muc.
⋅ Anti H1: utilizados em inúmeras condições clínicas, como alergia, prurido, náuseas, vômitos, cinetose e
insônia. Ex.: hidroxizina, clorfeniramina e prometazina.
↳ Exibem inibição competitiva nos receptores H₂ das células parietais e suprimem a secreção ácida
tanto basal quanto estimulada por uma refeição de modo linear e dependente da dose.
Procinéticos
- Estimulam a motilidade gastrointestinal
⋅ Metoclopramida e Domperidona: aumentam a amplitude peristáltica do esôfago, elevam a pressão do
esfíncter esofágico inferior e aceleram o esvaziamento gástrico.
Antieméticos
- Atuam no centro quimiorreceptor do vômito e inibe a ação da acetilcolina nos sistemas vestibular e reticular,
responsáveis pela êmese por movimento e náuseas.
↳ Antagonistas dos receptores 5-HT₃ de serotonina (bloqueiam receptores centrais no centro do
vômito) ondansetrona, granissetrona, dolassetrona e palonossetrona.
↳ Corticosteroides (parecem aumentar a eficácia dos antagonistas dos receptores 5-HT₃ para a
prevenção de náuseas e vômitos) dexametasona e metilprednisolona
↳ Antagonista dos receptores D2 (atuam como antagonistas de receptores dopaminérgicos no centro
de vômito e como estimulante do SNA a níveo do TG, equilibrando a motilidade) bromoprida
↳ Anti-histamínicos: meclizina (inibição do centro de vômito no tronco cerebral com a redução da
excitabilidade do labirinto do ouvido médio e com o bloqueio da condução de vias neuronais originadas nos
núcleos vestibulares para o cerebelo).
Laxantes
- A grande maioria dos indivíduos não precisam de laxantes, mas eles são autoprescritos por muitos.
- Pacientes que não respondem a mudanças alimentares ou a suplementação de fibras devem ser submetidos a
avaliação médica antes de iniciar um tratamento a longo prazo com laxantes.
↳ Laxantes formadores de massa (coloides hidrofílicos não digeríveis que absorvem água)
↳ Fármacos surfactantes fecais (amolecedores, permitindo a penetração da água e lipídeos)
↳ Laxativos osmóticos (compostos solúveis não absorvíveis que resultam em um aumento da
liquefação das fezes, devido a um aumento obrigatório da água fecal)
↳ Laxativos estimulantes / catárticos (induzem a evacuação por meio da estimulação direta do sistema
nervoso entérico e a secreção colônica de eletrólitos e líquido)
↳ Ativadores dos canais de cloreto (lubiprostrona; estimular o canal de cloreto tipo 2 no intestino
delgado, o que aumente a secreção de líquido rico em cloreto no intestino, estimulando a motilidade intestinal
e diminuindo o tempo de trânsito intestinal)
↳ Agonistas dos receptores 5-HT₄ de serotonina (a estimulação de tais receptores intensifica a
liberação de neurotransmissores que promovem o reflexo peristáltico) tegaserode e prucaloprida
Eméticos
- Morfina: analgésico potente destinado para o controle da dor aguda
↳ Exerce seus efeitos no SNC e órgãos com musculatura lisa. Tais efeitos incluem analgesia,
sonolência, euforia, redução de temperatura corporal, depressão respiratória, interferência com a resposta
adrenocortical ao estresse e redução da resistência periférica com pequeno ou nenhum efeito sobre o coração.
- Apomorfina: emético de ação central, fármaco agonista dopaminérgico derivado da morfina.
↳ Atua sobre os receptores D1 e D2 da dopamina, estimula o centro do vômito quimiorreceptor,
provocando uma combinação de excitação e depressão do SNC, resultando na depressão do centro do vômito.