Ludoterapia e Educacao Inclusiva
Ludoterapia e Educacao Inclusiva
Ludoterapia e Educacao Inclusiva
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
INCLUSÃO E EDUCAÇÃO INCLUSIVA....................................................................................................... 9
CAPÍTULO 1
INCLUSÃO: UMA QUESTÃO DE PERCEPÇÃO?........................................................................... 10
UNIDADE II
LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA............................................................................ 18
CAPÍTULO 1
O DESENVOLVIMENTO DA INCLUSÃO ATRAVÉS DA LUDOTERAPIA ............................................. 18
UNIDADE III
LUDOTERAPIA: O JOGO E O BRINCAR COMO FERRAMENTAS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA................ 57
CAPÍTULO 1
O JOGO E A APRENDIZAGEM: ESTRATÉGIAS DE LEITURA E ESCRITA, CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA,
CONSCIÊNCIA SILÁBICA E ALITERAÇÃO................................................................................... 57
UNIDADE IV
GAMIFICAÇÃO.................................................................................................................................... 90
CAPÍTULO 1
A GAMIFICAÇÃO E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA.......................................................................... 90
REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 98
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
6
Introdução
A educação inclusiva requer o uso de estratégias e técnicas variadas para assegurar
a participação igualitária de todos os estudantes na sociedade escolar e para
avançar em seu desenvolvimento. Devido à sua natureza e qualidades, o brincar
ativa a dinâmica total da criança; faz parte de estratégias educacionais flexíveis,
centradas na criança e participativas/experienciais para celebrar a diversidade na
educação. Dadas as descobertas mais recentes da pesquisa e a importância crítica
dos professores para qualquer programa de ensino bem-sucedido, assim esta
disciplina pretende discutir as atitudes dos educadores em relação à educação
inclusiva, bem como o papel e a importância do jogo para a educação inclusiva
(CATANIA, 1999).
O uso de dispositivos móveis é cada vez mais frequente. Em muitas ocasiões eles são
usados como um meio de entretenimento para pessoas por meio de videogames. Jogos
sérios é uma categoria de videogames usados como métodos de ensino em diferentes
ambientes. Eles use diversão como estratégia para o processo de aprendizagem. No
entanto, a grande maioria não se concentra em grupos vulneráveis, como pessoas com
deficiências cognitivas, porque não considere os parâmetros de acessibilidade em seu
designs. Algum desenvolvimento de videogames empresas propuseram diretrizes
gerais para a implementação de videogames, mas eles não foram formalizados
como boas práticas ou padrões. Este artigo apresenta uma compilação e análise de
diferentes diretrizes de acessibilidade para o desenvolvimento de jogos sérios móveis
para pessoas com deficiências cognitivas. Isso também propõe um modelo para
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avaliar o acesso de jogos sérios para pessoas com deficiência cognitiva deficiência e
aplica-o em um estudo de caso. Finalmente, uma ferramenta de avaliação é proposta
para desenvolvedores de jogos sérios para dispositivos móveis focados em pessoas
com deficiências cognitivas.
Objetivos
»» Apresentar a existência de dificuldades práticas que os professores
enfrentam em seus esforços para incluir todos os aprendentes.
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INCLUSÃO E EDUCAÇÃO UNIDADE I
INCLUSIVA
9
CAPÍTULO 1
Inclusão: uma questão de percepção?
Uma sala de aula inclusiva é um termo usado para descrever um espaço no qual
todos os alunos, independentemente de qualquer habilidade ou atributos, são
bem-vindos.
A maioria das escolas nos Estados Unidos tinha políticas não inclusivas
antes dos anos de 1970. Os alunos com deficiência muitas vezes não tinham
permissão para frequentar escolas públicas porque eram considerados
incapazes de ser educados. Isso incluiu crianças surdas, cegas, com problemas
emocionais ou com deficiências intelectuais que, em vez disso, foram enviadas
para instalações ou instituições. No final dos anos de 1960, quase 200.000
pessoas com deficiências significativas viviam em instituições estatais que
ofereciam necessidades básicas como abrigos, roupas e comida. Aqueles
alunos que tinham deficiências leves foram segregados do resto da escola e
somente professores especialmente treinados puderam ensiná-los. Pensou-
se que, uma vez que eram consideradas necessidades educacionais únicas, a
integração desses alunos em salas de aula regulares levaria os professores a
gastar muito tempo com eles, deixando os outros alunos com pouca atenção
ou foco. A presença de alunos com deficiência foi pensada para ser um fardo
e um incômodo para os alunos “regulares” (SPAULDING; PRATT, 2015).
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INCLUSÃO E EDUCAÇÃO INCLUSIVA │ UNIDADE I
Colocar os valores da educação inclusiva em ação é uma questão que já vem sendo
discutida pela comunidade científica há tempos. Existem objeções acerca dos
valores da inclusão poderem se materializar no ambiente escolar. A inclusão é
percebida de várias maneiras, e seu significado não é totalmente acordado desde
que as partes interessadas compreendê-lo de forma diferente, dependendo da
sua educação. De acordo com Teixeira e Nunes (2014), no entanto, as restrições
ou objeções sobre a educação inclusiva podem ser superadas se o conceito for
completamente analisado e entendido (CAMPBELL, 2016).
A educação inclusiva para alunos com deficiência tem sido sujeita a intensos
debates por muitos anos. A educação inclusiva como termo é relativamente nova,
embora a discussão sobre a igualdade de oportunidades na educação remonte
aos anos de 1980, quando relevantes discussões começaram a acontecer. Muitos
pesquisadores duvidam da eficácia da inclusão plena em salas de aula em geral,
principalmente da aplicabilidade e praticidade. No entanto, os resultados na
cognição e no comportamento dos aprendentes demonstra que a educação
inclusiva oferece muitas vantagens tanto para os alunos com deficiência e para os
seus pares tipicamente em desenvolvimento, bem como vantagens sociais como
combate ao preconceito, à discriminação social, aos estereótipos, dentre outras
situações de segreção (ORRÚ, 2012).
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UNIDADE I │ INCLUSÃO E EDUCAÇÃO INCLUSIVA
12
INCLUSÃO E EDUCAÇÃO INCLUSIVA │ UNIDADE I
Vygotsky (1987) afirmou que não podemos simplesmente ver o que os alunos
são capazes de fazer sozinhos, temos que ver o que eles são capazes de fazer
em um ambiente social. Em muitos casos, os alunos podem concluir uma tarefa
dentro de um grupo antes de poder concluí-la por conta própria. Ele observa
que o trabalho do professor é levar a mente da criança passo a passo (afinal,
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UNIDADE I │ INCLUSÃO E EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Além dos benefícios que a educação inclusiva pode ter para os alunos, ela também
contribui para o objetivo maior de uma sociedade inclusiva. Ao incluir todos os
alunos em um currículo geral e em todas as atividades escolares, esta atmosfera de
equidade na escola – microssistema – pode ser trazido pelos alunos para a comunidade
– macrosistema. Como a educação inclusiva se baseia nos princípios da igualdade
(UNESCO, 2015, disponível em: <http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-
this-office/single-view/news/world_education_forum_adopts_declaration_on_the_
future_of_e/>; desafia práticas que permitam exclusão e marginalização, e podem ser
consideradas como
<https://www.savethechildren.org/content/dam/usa/reports/advocacy/
annual-report/sc-2002-annualreport.pdf>.
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INCLUSÃO E EDUCAÇÃO INCLUSIVA │ UNIDADE I
Da mesma forma, as famílias que sofrem com a deficiência são mais propensas a
esgotar seus recursos no esforço para ajudar seu membro da família com deficiência.
A educação pode oferecer as habilidades e conhecimento para quebrar este ciclo. Além
disso, a educação inclusiva pode capacitar pessoas com deficiência para combater o
preconceito, para fazer ouvir a sua voz na comunidade, e para obter as habilidades
práticas e a confiança necessárias para que ocupem seu lugar de direito na sociedade.
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UNIDADE I │ INCLUSÃO E EDUCAÇÃO INCLUSIVA
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INCLUSÃO E EDUCAÇÃO INCLUSIVA │ UNIDADE I
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LUDOTERAPIA:
APRENDIZAGEM UNIDADE II
VERSUS DEFICIÊNCIA
Embora ainda não tenha sido acordada uma definição abrangente de jogo (pois hoje
temos os games – e há um debate acerca do prejuízos que estes podem vir a causar a
longo prazo ao cérebro em formação), não se pode negar que algumas semelhanças e
certos padrões podem ser encontrados entre as definições existentes. O jogo pode ser
descrito como um estado voluntário de atuação / engajamento que envolve o jogador
concentrando sua energia em uma atividade que é infundida com alegria. O jogo
também é considerado livremente escolhido, intrinsecamente motivado e espontâneo,
e não tem objetivos ou recompensas externas.
CAPÍTULO 1
O desenvolvimento da inclusão através
da ludoterapia
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LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA │ UNIDADE II
são encorajadas pela curiosidade pelo jogo e pelo brincar terapêutico (com
objetivos concretos), enquanto o jogo simbólico apoia o desenvolvimento da
linguagem e comunicação. Quando uma criança domina as habilidades físicas e
de comunicação, as atividades baseadas em jogos, assim como as competências
sociais, parecem desenvolver-se de modo mais eficaz.
Crianças com atrasos cognitivos aprendem melhor com o uso de objetos concretos
que representam conceitos do mundo real. Usar objetos tangíveis e falar sobre a
atividade com uma linguagem simples ajuda as crianças a entenderem o que está
acontecendo e por quê. O jogo dramático pode ser difícil devido ao pensamento
abstrato envolvido no jogo fingido. Além disso, as crianças com atrasos cognitivos
tendem a permanecer no estágio exploratório por mais tempo, antes de poderem
passar para o próximo estágio de desenvolvimento. Eles seguirão a mesma sequência
em seu desenvolvimento, mas poderão percorrer os estágios de desenvolvimento
em um ritmo mais lento (MISSIUNA; POLLOCK, 1991; PLAISANCE, 2005).
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UNIDADE II │ LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA
Atenção.
Memória.
Reconhecimento de conteúdo.
»» Sociais.
»» Cognitivas.
»» Biológicas.
»» Genéticas.
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LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA │ UNIDADE II
É muito importante que o diagnóstico seja feito o quanto antes, pois há muitas
consequências em longo prazo.
Crianças com perda auditiva podem não ser capazes de responder a iniciações
por outros e podem ser percebidas como desinteressadas em brincar ou
interagir. Oportunidades para brincadeiras sociais podem ser limitadas devido
a essa falta de capacidade de resposta. Dar oportunidades para materiais
texturizados, objetos sendo apresentados contra um fundo preto simples ou
fornecer dicas de imagens pode ajudar a criança a fazer escolhas autoiniciadas
durante as oportunidades de diversão.
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UNIDADE II │ LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA
Nem todos têm dislexia. O que nós temos é uma sociedade, uma questão pública, de
educação que acaba por inflacionar com supostos diagnósticos de dislexia. Não existe
uma quantidade alarmante de disléxicos. E tampouco de distúrbios da aprendizagem.
Temos uma má infraestrutura educacional que acaba gerando – pois esses
distúrbios/transtornos são de origem biológica. Mas, há uma simulação exacerbada
dos números. A avaliação psicopedagógica e a intervenção no ambiente escolar
já colaboram para a resolução desses problemas. Vejam que interessante quando
falamos de dificuldade, distúrbio e transtornos estamos falando de sintomas. Assim
como febre. A febre é um sintoma de uma infecção, de um problema emocional etc.
A dificuldade de aprendizagem também é sintoma de alguma coisa (DRAGO, 2013;
GLAT; BLANCO, 2007).
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LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA │ UNIDADE II
Por exemplo, uma criança com TDAH pode ter tanto uma dificuldade quanto um
distúrbio.
Não devemos, pois, nos limitar aos conhecimentos acadêmicos, mas, também, a
conhecimentos da rotina, o treino de habilidades que abrangem, inclusive, as ações
de afeto e sentimentos, valores e regras.
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UNIDADE II │ LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA
Como uma pessoa com deficiência poderá oferecer algo se ninguém espera nada
dela?
Incluir é, dentre outros fatores, inserir a pessoa com deficiência no contexto social
de forma digna, respeitando suas características e os preceitos dos direitos humanos,
da Constituição Federal e da LBI (Lei Brasileira de Inclusão. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm>. Acesso em: 25
fevereiro 2019).
A escola que conhecemos teve seu modelo firmado no Ocidente, no século XVI,
quando o ensino começou a expandir-se para um maior número de aprendentes. Para
avaliar o que esse alunado aprendeu, vieram junto a avaliação, o exame, a medição
do conhecimento, gerada como o objetivo diferenciar os que aprendiam daqueles
que não aprendiam. Uma ação meramente classificatória.
Hoje ainda vivemos esse modelo, essa função seletiva e, por consequência,
excludente da avaliação desde o século XVI.
Vista dessa forma, a avaliação tem o objetivo de normatizar quem aprende. Os que
estão acima ou abaixo da média são os diferentes. De novo, a diferença batendo à porta
e mostrando que o diferente ainda é o aprendente com deficiência.
Provas não provam muito! É possível estudar, sem aprender. Na verdade, o ato de
estudar não fundamenta a capacidade de aprendizagem. Tanto que é possível decorar
uma matéria, tirar uma excelente nota e não fixar esse conhecimento. Ou seja, não
ocorreu a aprendizagem, apenas decorou-se o que ia cair no exame (LUCKESI, 2012).
Mas, agora talvez você esteja se perguntando o que é plasticidade neuronal. Faz
sentido essa colocação de nossa parte? E caso já sabia, que mal há em falarmos um
pouco acerca desse tema? Então, vamos lá!
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LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA │ UNIDADE II
podem ser alterados (ou são “plásticos”) mesmo na idade adulta. No entanto,
o cérebro em desenvolvimento apresenta um maior grau de plasticidade do
que o cérebro adulto.
Desse modo, o professor deve encarar a prática avaliativa como uma ferramenta de
feedback (retorno) sobre a forma como ensinou, como transmitiu o conhecimento e
como ele atingiu o seu aprendente.
Muitos talvez não queiram isso. Daí provêm as ansiedades, incertezas, receios
do docente: eu posso demonstrar falhas? Ora, como já dizia Paulo Freire, somos
eternos aprendentes. Não existe medos na hora de doar seu conhecimento e de ter
um retorno sobre como os alunos compreendem ou não aquilo que lhes é passado.
O ambiente escolar passou – ou teve que ser levado a – abranger os diferentes modos
de aprender, tornando-o funcional.
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UNIDADE II │ LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA
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LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA │ UNIDADE II
Até a década de 1980 vários termos pejorativos eram usados para identificar a
pessoa com deficiência ou com alguma doença: aleijado, inválido, defeituoso,
paralítico, manco, incapacitado, nanico, retardado, mongoloide, mongol,
ceguinho, mudinho, excepcional, leproso, tuberculoso, epiléptico etc.
Sendo assim, desde 2006, o termo usado passou a ser ‘Pessoa com Deficiência’.
Aprovado após debate mundial, portanto os termos “pessoa com deficiência”
e “pessoas com deficiência” são utilizados no texto da Convenção sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pela Assembleia Geral da ONU.
<http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/diretrizes.pdf>;
<http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/deffisica.pdf>;
<https://www.governodigital.gov.br/documentos-e -arquivos/A%20
Convencao%20sobre%20os%20Direitos%20das%20Pessoas%20com%20
Deficiencia%20Comentada.pdf>.
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UNIDADE II │ LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA
É consenso o fato que pessoas com deficiência têm sido excluídas e segregadas
de espaços comuns, principalmente na área educacional. A proposta de educação
inclusiva surge como o objetivo de reescrever mais uma vez a história, rompendo
com o quadro da exclusão e contribuindo para a igualdade de oportunidades a todos.
Nesse sentido, o viés colaborativo facilita a superação das desigualdades nos dias
de hoje, diminuindo a exclusão dentro e fora da escola. E contribuindo com o
desenvolvimento do potencial e elevando a qualidade de vida.
A sociologia da infância concebe essa fase da vida como múltipla, pois, em uma
mesma sociedade, existem infâncias diversas. O modo como essas infâncias são
produzidas está diretamente ligado às relações sociais estabelecidas nas relações
com o outro.
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LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA │ UNIDADE II
Sendo assim, vários objetivos são alcançados na educação de crianças com autismo.
Um deles é ensinar comportamentos que as crianças com desenvolvimento normal
aprendem por meio da interação com outras pessoas.
Para o aprendente com TEA, inicialmente, o que importa não é tanto a capacidade
acadêmica, mas, sim, a aquisição de habilidades sociais e autonomia. A atribuição
do educador é a de promover e dispor de condições educativas em um ambiente
estruturado. Para que, assim, a pessoa autista não se torne incapaz de realizar
tarefas simples do cotidiano. Há, portanto, a necessidade de aprender diversas
atividades que ampliarão seu repertório de execução de tarefas, colaborando para
torná-la mais independente ao longo de sua vida.
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UNIDADE II │ LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA
Desse modo, as atividades são escolhidas em razão de sua utilidade para a vida
social. Escovar os dentes, tomar banho, arrumar a cama, escolher roupas de acordo
com o clima, tomar banho, usar o banheiro, fazer suas refeições, vestir-se são
apenas algumas das atividades da vida diária que precisamos aprender ao longo do
desenvolvimento. Mas que, para um autista, representam imensos desafios.
Incluir a pessoa com TEA vai além de colocá-la em uma escola regular, em uma
sala regular. É preciso proporcionar a essa pessoa aprendizagens significativas,
investindo em suas potencialidades. Constituindo, assim, um ser que aprende,
pensa, sente, participa de um grupo social e se desenvolve com ele e a partir dele,
com singularidade.
A atitude mundial pela educação inclusiva é uma ação política, cultural, social e
pedagógica, originada em defesa do direito de todos os alunos de estarem juntos,
aprendendo e crescendo sem nenhum tipo de discriminação.
Para estabelecer um novo olhar para a pessoa com deficiência é preciso romper com
essas concepções, construindo um olhar voltado para as possibilidades.
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LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA │ UNIDADE II
Como indica Relvas (2012), a educação da criança deficiente precisa superar uma
prática educacional baseada no déficit, nas impossibilidades e limitações em relação
ao que ela não pode ou não consegue fazer sozinha.
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UNIDADE II │ LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA
Não somos obrigados a dominar tudo! Alguns podem dizer. Porém, como
profissionais e, na maior parte das vezes, os únicos a quem os pais recorrerão,
temos que tentar estar sempre bem informados sobre o universo da deficiência.
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LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA │ UNIDADE II
O educando com deficiência é uma pessoa que deve ser respeitada em seus limites.
Desse modo, a linguagem adentra todas as áreas de seu desenvolvimento, guiando
sua percepção sobre todas as coisas e o mundo no qual ele/a está inserido/a.
Será pela linguagem que o aluno com autismo absorverá transformações em seu
campo de atenção, aprendendo a diferenciar determinado objeto de outros existentes,
bem como desenvolver ferramentas internas para integrar essas informações.
A avaliação não pode ser tratada apenas como um modo de acompanhar o resultado.
Ao contrário disso, deve ser um meio eficiente para o professor seguir todos os
caminhos percorridos na construção do conhecimento, principalmente quando
falamos de autismo, pois, nesse caso, a avaliação será um meio de verificar quais as
habilidades e competências que os alunos com deficiência conquistaram.
A avaliação serve como uma forma de compreensão das dificuldades dos educandos
e o estabelecimento de novas oportunidades de conhecimento. Por meio desse
pensamento sobre a avaliação, podemos abraçar todos os alunos e suas necessidades
educacionais especiais, conduzindo o processo educacional à realização da verdadeira
inclusão.
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UNIDADE II │ LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA
Inclusão vem do latim includere que significa “fazer parte de” ou “participar de”.
Assim, falar em inclusão escolar é falar do educando que está na escola, participando
daquilo que o sistema educacional oferece e interagindo, contribuindo com seu
potencial para os projetos e programas desse espaço.
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LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA │ UNIDADE II
Quadro 2. Planejamento.
1 Assegurar a motivação.
2 Apresentar as tarefas somente quando a criança atende, e de forma clara.
3 Apresentar tarefas cujos requisitos já foram adquiridos antes e que se adaptaram bem ao nível evolutivo e à capacidade da criança.
4 Empregar procedimentos de apoio.
5 Proporcionar reforçadores contingentes, imediatos e potentes.
Fonte: Acervo pessoal.
1. O que ensinar?
2. Quando ensinar?
3. Como ensinar?
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UNIDADE II │ LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA
É notório que os alunos chegam à sala de aula trazendo consigo uma série de
conceitos sobre o mundo físico e social que servem de base na aquisição de
novos conhecimentos estabelecidos no currículo escolar.
Ao pensar nos autistas e em como criar zonas de desenvolvimento temos que ser
realistas; sempre haverá conflitos nessas relações de complementariedade entre
mim e o outro.
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LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA │ UNIDADE II
Essa constituição mútua entre o que se ensina e aquele que aprende, o investir nas
possibilidades de desenvolvimento implica uma aposta no fazer pedagógico das
professoras como facilitadoras de um processo intencional, sistemático e planejado
ampliará as oportunidades de interação do autista com o mundo.
A inclusão trouxe uma nova realidade às instituições educacionais, de modo que tais
espaços devem atentar para que a sala de aula com princípios inclusivos apresente
diferentes dinâmicas, estratégias de ensino que contemplem todos os alunos, sem
discriminação e, ainda, complementação, adequação e suplementação curricular,
quando necessários, dentre eles:
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UNIDADE II │ LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA
Para mudar essa visão, a escola tem que se olhar de fora para dentro. Nossas escolas
dão ares de presídio. Alunos presos, para irem ao banheiro ou beber água têm que
pedir. O sinal dos intervalos que se assemelha ao de fábricas. O recreio parece um
momento de passeio no pátio de um presídio com jogos previsíveis. Tudo estipulado.
Tudo normal. O reforço é direcionado para o aluno normal.
O normal.
Sempre o normal.
O belo, o quieto, o que tira notas boas, só fala ao ser solicitado, senta
ereto na cadeira, olha para frente...
O normal é o ideal.
A escola que visa incluir tem que se ver e se desconstruir, enxergar seus alunos
como seres reais e não ideais e seus professores como agentes que propiciam o
conhecimento.
O espaço tem que se adequar a todos. Nem todos sobem escadas. Nem todos
enxergam. Nem todos falam. Há pessoas com autismo e outras condições
neurológicas, físicas e genéticas.
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LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA │ UNIDADE II
Aqui surge o desafio escola versus inclusão. Como colocar na “fôrma” pessoas com
autismo? Isso não é possível. E, por mais que fosse educar vai além...
Sendo assim, a adaptação da escola vai além de sua arquitetura física. Há que se
mudar a visão do tipo de cidadão que ela almeja transformar. No sentido de que
conhecimento é poder. O acesso às informações somado aos tratamentos realizados
pelo autista trarão o êxito no quadro apresentado por estes indivíduos.
Desse modo, a escola é a primeira oportunidade formal que a criança tem para
aprender a conviver com outras fora do ambiente familiar, e a criança com autismo
não pode ser privada disso.
A escola precisa ser cidadã, pois a Educação Inclusiva não é uma moda passageira.
Ela é o resultado de muitas discussões, estudos teóricos e práticas que tiveram a
participação e o apoio de organizações, de pessoas com deficiência e educadores,
no Brasil e no mundo. É fruto também de um contexto histórico, no qual se resgata
a Educação como lugar do exercício da cidadania e da garantia de direitos. Tais
questões já tinham sido abordadas em 1948, quando a Declaração Universal dos
Direitos Humanos, preconiza uma sociedade mais justa e equitativa, resgatando o
sentido de igualdade e o combate a qualquer forma de discriminação (CUNHA, 2015;
FACION, 2005).
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UNIDADE II │ LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA
Nessa visão de parceria, uma das tarefas que pode ser desenvolvida com mais
facilidade se em conjunto é a elaboração do Plano Educacional Individual (PEI)
para os alunos com autismo que estão nas classes regulares e têm apoio na sala de
recursos ou sala de recursos multifuncionais.
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LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA │ UNIDADE II
Por meio da mediação, a criança pode ser levada a permanecer por mais tempo
em atividades sequenciais que exijam ações complexas e comunicação. Para isso,
o mediador pode: lançar experiências que solicitem várias etapas na resolução do
problema (usando uma forma de comunicação); questionar quem quer resolver
o problema; o que deve ser resolvido e oferecer recursos para que o problema
seja resolvido. A oferta de recursos no auxílio à resolução do problema deve ser
realizada de forma sutil, indicando, por exemplo, que a resolução do problema
pode ser procurada e quais as ferramentas necessárias.
Não há uma etapa escolar restrita que precise de mediador, e, sim, uma demanda do
aluno.
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UNIDADE II │ LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA
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LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA
Em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi elaborada pela ONU,
com o intuito de refrear as injustiças e comportamentos desumanos. Esse manifesto,
em seu artigo terceiro abordou itens sobre a educação, são eles:
»» Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos
nos graus elementares e fundamentais [...]
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LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA │ UNIDADE II
A atitude mundial pela educação inclusiva é uma ação política, cultural, social e
pedagógica, originada em defesa do direito de todos de estarem juntos, aprendendo
e crescendo sem nenhum tipo de discriminação.
Você já deve ter percebido no seu aluno alguma dificuldade para aprender um
tema específico ou adquirir algum conteúdo. E sempre que ocorre essa situação
surge a dúvida ‘será uma dificuldade de aprendizagem ou pode ser um transtorno
específico de aprendizagem.
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UNIDADE II │ LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA
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LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA │ UNIDADE II
Pode ser difícil para os pais encarar a possibilidade do filho ter uma
dificuldade de aprendizagem. Nenhum pai quer ver seus filhos sofrerem.
Eles podem se perguntar o que isso pode significar para o futuro do filho
ou se preocuparem com o progresso do filho na escola. Talvez estejam
preocupados com o fato de que, ao chamar a atenção para os problemas de
aprendizado do seu filho, ele pode ser rotulado como ‘lento’ ou colocado
em um patamar menos desafiador em relação aos pares de seu ano escolar.
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UNIDADE II │ LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA
»» Dificuldade em rimar.
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LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA │ UNIDADE II
5 a 9 anos de idade
10 a 12 anos de idade
»» Caligrafia ruim.
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UNIDADE II │ LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA
Uma vez que dificuldades com leitura, escrita e/ou matemática são problemas
reconhecíveis durante os anos escolares, os sinais e sintomas de dificuldades de
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LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA │ UNIDADE II
Uma dificuldade de aprendizagem não pode ser curada ou corrigida – é uma questão
vitalícia. Porém, com apoio e intervenção corretos as crianças com dificuldades de
aprendizagem podem ter sucesso na escola e continuar com carreiras bem-sucedidas
frequentemente ao longo da vida.
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UNIDADE II │ LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA
Você sabia que Albert Einstein não sabia ler até os nove anos? Walt Disney,
o general George Patton e o vice-presidente Nelson Rockefeller tiveram
dificuldade para ler durante toda a vida. Whoopi Goldberg e Charles Schwab e
muitos outros têm dificuldades de aprendizagem que não afetaram seu sucesso.
Todos os nomes mencionados são de pessoas que alcançaram o sucesso, a
fama, o reconhecimento internacional e deixaram seus nomes marcados em
um capítulo da História. Esse é um incentivo aos nossos aprendentes e a nós
mesmos para lidar com a diversidade.
Lembre-se sempre de que a maneira como você se comporta e responde aos desafios
tem um grande impacto no seu aprendente. Uma boa atitude não resolve os problemas
associados a uma dificuldade de aprendizagem, mas pode dar ao aprendente
esperança e confiança de que as coisas podem melhorar e que, eventualmente, terão
êxito.
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LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA │ UNIDADE II
Seja um defensor dos seus aprendente. Você pode ter que falar uma e outra vez para
obter os recursos necessários para adaptar materiais e muitas vezes você não vai
conseguir por meio da instituição escolar. Irá comprar e confeccionar. Da mesma
forma que não ficará esperando por cursos de qualificação, você os fará por conta
própria. Abrace seu papel como profissional proativo e trabalhe em suas habilidades
de comunicação. Pode ser frustrante às vezes, mas mantendo-se calmo e razoável,
porém firme, você pode fazer uma grande diferença para cada um de seus aprendentes
– todos eles!
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UNIDADE II │ LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA
Seu aprendente não é definido por sua deficiência de aprendizado. Uma deficiência
de aprendizagem representa uma área de fraqueza, mas há muitas outras áreas de
pontos fortes. Concentre-se nas habilidades e talentos. A vida e a programação do
seu aprendente não devem girar em torno da dificuldade de aprendizagem. Cultive
as atividades em que ele se sobressaia dentro das possibilidades dele. Não estamos
pregando a vitimização ou mesmo a facilitação, até por conta da competitividade
do mundo real. Se outras pessoas conseguirão, seu aprendente também pode
conseguir da forma dele, com estímulo, reforço positivo e muito afeto. Para isso
reserve tempo para atividades lúdicas, construtivistas, para atuação, musicalização,
jogos... Explorem o ambiente educacional ao máximo e ele se tornará um porto
seguro para cada um de seus aprendentes. Não há nada há temer! Nenhum de nós
é detentor de todos os saberes. Somos únicos. E uma escola que percebe e incentiva
seus aprendentes a desenvolver seus talentos e habilidades de forma libertadora está
contribuindo para uma sociedade igualitária e justa.
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LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA │ UNIDADE II
É provável que essas mudanças tenham algum impacto na prática clínica diária, na
pesquisa clínica e no ambiente educacional.
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UNIDADE II │ LUDOTERAPIA: APRENDIZAGEM VERSUS DEFICIÊNCIA
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LUDOTERAPIA: O JOGO
E O BRINCAR COMO UNIDADE III
FERRAMENTAS PARA A
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Apesar de não ser uma área nova, o valor dos jogos e do brincar está sendo
progressivamente reconhecido como um importante meio de aprendizado e
bem-estar. Esforços estão sendo feitos para melhor entendê-lo e utilizá-lo no
ambiente escolar. Além disso, o jogo e o brincar parecem ser a primeira escolha,
com finalidade de engajar nossos aprendentes em alguma atividade e eles
correspondem com motivação e entusiasmo. O que significa que a Ludoterapia
– terapia do jogo ou brincadeira – é um meio importante para melhorar a
qualidade da Educação Inclusiva.
CAPÍTULO 1
O jogo e a aprendizagem: estratégias
de leitura e escrita, consciência
fonológica, consciência silábica e
aliteração
É óbvio que quando falamos de leitura estamos falando de uma prática. É complexo
falar sobre o ensino da leitura, porque, na verdade, a capacidade (habilidade) de
leitura está relacionada a várias outras habilidades como capacidade de escrever,
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UNIDADE III │ LUDOTERAPIA: O JOGO E O BRINCAR COMO FERRAMENTAS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Quando falamos de leitura estamos nos referindo a essa relação ou interação entre
o leitor e a informação. Agora, essa informação é um conceito que pode se estender
bastante – há vários tipos de informação.
Então podemos dizer aqui que a informação seria um conteúdo cultural. Pois,
independentemente do que nós lemos – sendo essa cultura uma cultura positiva ou não
e, nesse caso, estamos relativizando a cultura; pois há a possibilidade de existir uma
cultura que não seja conveniente e se apropriar dela – mas, veja que essa informação
nada mais é do que cultura. Então é a relação ou relação entre o leitor e a informação.
Vários motivos.
O mais importante é mostrar para a criança que existem várias finalidades para a
leitura. Não é apenas a leitura para se fazer uma prova para ser avaliada, examinada.
A leitura é uma prática, uma ação, entretanto, ela não terá utilidade se não houver
compreensão daquilo que se lê.
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LUDOTERAPIA: O JOGO E O BRINCAR COMO FERRAMENTAS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA │ UNIDADE III
A partir do momento que lemos o texto até o final é possível conferir com mais
precisão se as hipóteses que foram levantadas eram hipóteses coerentes, se as
previsões eram coerentes e se a interpretação feita também era coerente. Podemos
construir uma interpretação, mas, também, reconstruir.
Quando a escola trabalha dessa forma, levando a esse processo de leitura e buscando
a compreensão, ela vai gerar no aluno a autonomia. Então, a finalidade da prática
escolar é justamente levar o aluno a desenvolver a autonomia, desenvolvendo sua
capacidade de habilidade leitora para que ele possa ler com autonomia e encontrar
as respostas sozinho. Isso, obviamente, tem relação com o hábito de ler, as atividades
na escola, o ambiente familiar...
Vamos observar a relação da criança com o livro por meio da animação A menina que
odiava livros. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=geQl2cZxR7Q>.
Acesso em: 25 maio 2019.
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UNIDADE III │ LUDOTERAPIA: O JOGO E O BRINCAR COMO FERRAMENTAS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA
(Finlândia, Dinamarca), teremos uma média de 15 a 18 livros por ano. A região sul da
Europa apresenta uma média de oito a doze livros.
Há pessoas que passam anos sem ler um livro. E isso atrasa muito o fluxo de
informações e a formação do cidadão. A leitura é, sim, fundamental. Não é um mero
tradicionalismo defender a leitura. Não se trata de conservadorismo. Trata-se de
uma necessidade do ser humano.
O que podemos dizer é que a leitura deve ser estimulada antes do período de
escolarização. Pois a escolarização obrigatória no Brasil se inicia aos quatro anos. Nós
estamos, na verdade, desenvolvendo essas ideias, pois aos quatro anos talvez não se
trate de escolarização obrigatória, mas de uma matrícula obrigatória.
Aos quatro anos a criança começa a conviver socialmente com os alunos. À medida
que convive com outras crianças surge a organização social. E o desenvolvimento
cognitivo vai sendo estimulado para quando chegar ao ensino fundamental, ela ter
condições de se adaptar àquela nova estrutura didática que será oferecida a ela.
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LUDOTERAPIA: O JOGO E O BRINCAR COMO FERRAMENTAS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA │ UNIDADE III
Podemos ir além, não se trata apenas de iniciar na pré-escola, mas se trata do papel
da família também. A família vai introduzir a criança nos processos de leitura porque
os pais vão, de repente, oferecer estímulos à criança. Contar uma história, ler para a
criança antes de ela dormir, apresentar um livro, ter conversas informais – isso tudo
surge na família. Apresentar placas, símbolos que representam informações que têm
sentido em vários lugares que passamos com a criança.
Outro ponto é ter o conceito de que a leitura não se trata de mero processo de
codificação e de decodificação. Esse conceito é importante para trabalharmos com
estratégias de leitura.
Entretanto, para a criança fazer essa escrita, ela só pode usar as nossas 26 letras
do alfabeto – que, na verdade, são 27, pois o ç é uma letra que não existe no
alfabeto e se não mostrarmos isto para à criança, ela não saberá que existe.
Então, quando a criança percebe que tudo que ela fala tem jeito de escrever, ela já
está caminhando na consciência fonológica.
A criança precisa descobrir a lógica do som. Quando ela consegue descobrir isso, ela
descobre o ‘‘ponto do doce’’, ‘‘o pulo do gato’’ e, assim, ela vai embora – com professor,
sem professor (apesar de – a princípio – ter o professor perto).
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UNIDADE III │ LUDOTERAPIA: O JOGO E O BRINCAR COMO FERRAMENTAS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Então, é imprescindível que o professor desenvolva com os alunos atividades que façam
o educando identificar os sons, compreender o que é uma palavra – pois o conceito de
palavra é muito importante para uma criança que está em fase de alfabetização.
Porque em nosso idioma (português), temos as letras do alfabeto. Nós damos, então,
o alfabeto, os sons que as letras do alfabeto representam, como se desenha (escreve)
essas letras.
Então, a letra não é um som. Mas ela representa determinado som. E essa é uma
descoberta que a criança precisa fazer a partir do trabalho desenvolvido.
A criança também passa por uma fase chamada realismo nominal. Nesta fase
ela acredita que o tamanho do objeto está relacionado ao tamanho da palavra.
Então, Emilia Ferreiro tem um exemplo clássico: ela coloca duas fichas do mesmo
tamanho para uma criança que não sabe ler ainda. Em uma ficha está escrito
formiguinha e na outra ficha está escrito boi. E Emilia pergunta para a criança
‘‘onde está escrito boi e onde está escrito formiguinha?’’ E a criança aponta que
a ficha com a palavra boi é onde está escrito formiguinha. E formiguinha ela
aponta que é boi. Porque o boi é grande e como formiguinha tem muitas letras vai
representar boi, porque o boi é muito grande e vai ter muita letra (na concepção
da criança).
A criança precisa sair dessa fase, porque nesse realismo nominal ela associa o
nome do objeto ao tamanho do objeto. E a descoberta que a criança precisa fazer
na prática é: se eu demoro a falar uma palavra, ela tem que ter muitas letras.
Se eu falo uma palavra rapidamente ela tem que ter poucas letras. E essa é uma
descoberta que, às vezes, não é tão fácil para ela.
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LUDOTERAPIA: O JOGO E O BRINCAR COMO FERRAMENTAS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA │ UNIDADE III
Depois que ela passa pelo realismo nominal. É preciso trabalhar com a criança a
diferença que existe entre o significado e o significante. O que isso quer dizer?
A percepção não se desenvolve se falarmos com uma criança: “abre bem o olho que
você vai ficar perceptivo”.
Não!
Na verdade, não temos apenas cinco sentidos. Mas, sim 5 + 5. Quais são eles?
»» A visão: a criança precisa ver coisas que são bonitas, que são feias, em
preto e branco, que são coloridas.
Quando falamos mia, gato a criança que está de olhos vendados, vai ouvir o som.
Vai ouvir a voz de uma das crianças da turma (ou, se for o caso, de um atendimento
psicopedagógico em grupo) e ela vai descobrir de onde vem esse som (a direção) ou
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UNIDADE III │ LUDOTERAPIA: O JOGO E O BRINCAR COMO FERRAMENTAS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA
qual é esta voz. Quando ela consegue saber a voz de qual criança falou, ela já está
bem adiantada na percepção auditiva. Então, precisamos desenvolver essa percepção
auditiva. Apresentar diversos sons, batido de toquinho, movimento do corpo (batidas
no corpo) para a criança repetir, para ela fazer igual. E assim educar o ouvido para
conseguir ouvir sons diferentes e saber identificá-los.
Porque quando ela vai ouvir o som das letras, vai fazer a identificação. Essa letra
representa este som. Veja a conexão que existe entre a brincadeira e o conhecimento
que a criança precisa construir.
E, então, precisamos desenvolver o paladar. Como podemos fazer isso? Leve alimentos
azedos, doces, salgados, amargos para a criança experimentar. Perfeito!
Assim, ela vai notar, então, que o doce se percebe com a ponta da língua. O salgado fica
no meio. O azedo é lá atrás. Quando chupamos um limão, por exemplo, chega a criar
mais saliva em função do gosto azedo, cítrico. Correto?
O esquema apresentado acima perdura até os dias atuais. Entretanto, hoje sabemos que
os botões gustativos estão espalhados pela superfície dorsal de toda a língua, na região
do palato, epiglote, faringe e laringe, de maneira que permite a percepção do gosto em
qualquer uma dessas partes. Sendo assim, o esquema demonstrado acima não deve
mais ser utilizado. #Fica a dica!
Vamos ao tato?
A criança precisa ter experiência com superfícies, formas, com consistências... Pegar
em objetos macios, leves, duros, pesados, flexíveis, ásperas... Aqui vale uma dica que
julgamos valiosa. E extremamente simples: a caixa sensorial. Se com a visão, vamos
vendar os olhos da criança, com o tato precisamos que ela tenha a experiência do toque
sem olhar.
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LUDOTERAPIA: O JOGO E O BRINCAR COMO FERRAMENTAS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA │ UNIDADE III
A Caixa sensorial 1
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UNIDADE III │ LUDOTERAPIA: O JOGO E O BRINCAR COMO FERRAMENTAS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Tapete sensorial 1
Tapete sensorial 2
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LUDOTERAPIA: O JOGO E O BRINCAR COMO FERRAMENTAS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA │ UNIDADE III
Caixa sensorial 2
E o olfato?
Enfim, inúmeros são os estímulos para que a criança faça associações para que ela
consiga dizer: isso é salgado, isso é cheiroso, isso é leve. Ela conseguiu construir o
significado das coisas.
Para que a criança possa construir o significado de uma tangerina. A criança precisa:
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UNIDADE III │ LUDOTERAPIA: O JOGO E O BRINCAR COMO FERRAMENTAS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Vamos a eles!
Entendidos os sentidos.
T-A-N-G-E-R-I-N-A
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LUDOTERAPIA: O JOGO E O BRINCAR COMO FERRAMENTAS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA │ UNIDADE III
Não!
Nada.
Absolutamente nada.
Mas, quando você lê a palavra tangerina a criança remete lá para a tangerina que ela
chupou, que ela sentiu o gosto...
Então, o significado é essa construção que ela faz e a percepção que ela tem por meio
dos órgãos dos sentidos.
Isso precisa ficar claro para a criança. E nós percebemos quando ela não entendeu isso
ainda. Quando você pergunta para ela: “O que você gosta de comer?”
Se ela ainda não sabe o que é significante, ela vai dizer: “coxinha é igual pastel?”
A criança precisa descobrir que para escrever a palavra coxinha ela tem que usar a
letra. Esse é um avanço enorme. Ela sai do significado e vai para o significante.
A criança nos dá respostas que, às vezes, não conseguimos entender. Mas, quando
ela fala alguma coisa errada, percebemos que – mesmo assim – existe uma lógica na
sua resposta.
A professora se vira para as crianças e diz: “Falem uma palavra que começa com o
primeiro som de cachorro”.
E as crianças ficam todas caladas. Quando a professora pergunta se elas não sabem
nenhuma palavra que comece com o som de cachorro.
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UNIDADE III │ LUDOTERAPIA: O JOGO E O BRINCAR COMO FERRAMENTAS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Um menino diz “Tia, o som de cachorro é ‘au au’, não sei nenhuma palavra que começa
com ‘au au’.”
Veja a lógica da criança. Mas, a pergunta que a professora fez também não deve ter
ajudado muito.
Então, a professora, decidida a fazer dar certo, resolve mudar a pergunta: “Cachorro
começa com o quê?”
Um aluno responde:
Podemos ver que essa criança estava associando a palavra cachorro com a ‘‘coisa’’.
Nosso papel é mostrar que as palavras existem e que cada palavra começa de um jeito.
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LUDOTERAPIA: O JOGO E O BRINCAR COMO FERRAMENTAS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA │ UNIDADE III
Qual é o último?
Nessa brincadeira que fazemos, e por meio de nossa análise é que descobrimos
várias questões da consciência fonológica.
Assim, temos três níveis de consciência fonológica. Antes, porém, podemos mostrar à
criança o que é aliteração e o que é a rima.
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UNIDADE III │ LUDOTERAPIA: O JOGO E O BRINCAR COMO FERRAMENTAS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Quando a criança está na educação infantil é possível solicitar que ela fale uma
palavra que comece igual mamão. Ela pode dizer: laranja, abacaxi, pera, uva... Ela
está no campo semântico, ou seja, ela fala palavras que pertencem ao mesmo campo
semântico que estão na mesma categoria.
E nós precisamos fazer com que ela perceba que há sons que são emitidos que têm
mais de uma letra. Por exemplo: chácara. A palavra é com ch – soa como x – mas a
criança não vai usar x e, sim, ch para escrever corretamente.
A criança vai perceber a diferença dos fonemas quando ela analisa essas palavras.
Exemplo:
FACA
VACA
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LUDOTERAPIA: O JOGO E O BRINCAR COMO FERRAMENTAS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA │ UNIDADE III
Quando mostramos e falamos essas duas palavras para a criança, ela vai ver que só
uma letra que é diferente.
O som é uma letra diferente da outra. Quando dizemos FACA para quando dizemos
VACA.
O que diferencia é uma letra, na hora de escrever. Não cabe em uma frase ‘‘eu guardei
a vaca na gaveta’’. Guarda-se a faca.
A criança tem que possuir a noção de que uma letra que ela mude na palavra altera
a palavra toda.
Outro exemplo:
___ATO
E pedimos que ela complete a letra que está faltando. Cada letra que ela colocar,
tornará a palavra diferente.
RENATA
E cobrimos com nossa mão o RE. Logo, perguntamos à criança: e agora, o que
ficou? Qual a palavra? NATA
E segue:
A criança vai perceber, então, que os sons podem ser retirados e colocados nas
palavras.
Outra questão interessante ocorre quando a criança descobre que dentro de algumas
palavras existem outras. São palavras-canguru.
Exemplo:
MARIANA
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UNIDADE III │ LUDOTERAPIA: O JOGO E O BRINCAR COMO FERRAMENTAS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA
»» Esquema corporal.
»» Lateralidade posição.
»» Direção.
»» Espaço.
»» Tamanho.
»» Quantidade.
»» Forma.
»» Sequência lógica.
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LUDOTERAPIA: O JOGO E O BRINCAR COMO FERRAMENTAS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA │ UNIDADE III
Consequências
Resposta
Instrução
Elogio e acesso a
“Mostre o carro Apontar para a
um objeto ou
amarelo”. imagem
atividade do
correspondente.
interesse do aluno.
Ensino incidental
É preciso ensinar que o mesmo não acontece com as letras. Formatos idênticos
em posições diferentes significam letras diferentes:
p ≠ b ≠ q; n ≠ u
É preciso fazer com que a criança discrimine diferentes posições dos estímulos e
fique sob controle destas posições.
Ensino incidental
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UNIDADE III │ LUDOTERAPIA: O JOGO E O BRINCAR COMO FERRAMENTAS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA
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LUDOTERAPIA: O JOGO E O BRINCAR COMO FERRAMENTAS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA │ UNIDADE III
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<https://www.youtube.com/watch?v=d6BhLWOLClg>.
Outros conceitos
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LUDOTERAPIA: O JOGO E O BRINCAR COMO FERRAMENTAS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA │ UNIDADE III
Discriminações auditivas
Ensino Incidental
O adulto fala sons, sílabas ou palavras iguais e, quando falar algo diferente, a
criança deve correr até o outro lado da sala; pular na piscina; cair sentado na cama
elástica etc.
Bater uma mão na outra (igual Adoletá) falando sons, sílabas ou palavras iguais e
marcando cada som. Quando falar algo diferente, fazer cócegas na criança.
Quadro Fonético
Análise – Síntese
Dada uma palavra ou figura, identificar suas partes componentes (letras e sílabas ou
detalhes da figura) e vice-versa.
Exemplo:
Fluxograma 1.
Fonte: autora.
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UNIDADE III │ LUDOTERAPIA: O JOGO E O BRINCAR COMO FERRAMENTAS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Como funciona?
O aprendizado muitas vezes depende da visão de uma criança para ver textos e
imagens e ler informações. Também depende da audição de uma criança para ouvir
o que o professor está dizendo.
O ensino multissensorial não se limita apenas a ler e ouvir. Em vez disso, ele tenta
usar todos os sentidos. Cada lição não usará todos os sentidos da criança (gosto,
olfato, tato, visão, audição e movimento). Mas na maioria das lições multissensoriais,
os alunos se envolvem com o material de mais de uma maneira.
Por exemplo, digamos que a turma do seu filho está estudando maçãs. Seu filho pode
ter a chance de examinar visualmente, tocar, cheirar e provar maçãs – em vez de
apenas ler e ouvir o professor falar sobre como elas crescem. Então ele pode segurar
uma maçã cortada ao meio e contar o número de sementes dentro, uma a uma.
Onde é utilizada?
Por exemplo, uma das técnicas utilizadas pelo Sistema de Leitura Wilson é um sistema
de “escuta sonora”. Os alunos tiram cada som de uma palavra com os dedos e os
polegares para ajudá-los a quebrar as palavras.
Até mesmo músicas e cantos que ensinam coisas como os dias da semana ou os
nomes dos estados são exemplos de aprendizado multissensorial.
Quem se beneficia?
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UNIDADE III │ LUDOTERAPIA: O JOGO E O BRINCAR COMO FERRAMENTAS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Mas o aprendizado multissensorial pode ser particularmente útil para crianças com
problemas de aprendizado e atenção. Por exemplo, essas crianças podem ter problemas
com o processamento visual ou auditivo. Isso pode dificultar a aprendizagem de
informações apenas lendo ou escutando.
Usar vários sentidos dá a essas (e outras) crianças mais formas de se conectar com o
que estão aprendendo. Esse tipo de aprendizado prático pode facilitar para os alunos:
»» coletar informação;
Para ter uma ideia do que é uma aprendizagem personalizada, tente imaginar uma
sala de aula que não tenha uma abordagem de “tamanho único” para a educação. O
professor não conduz todos os alunos pelas mesmas lições. Em vez disso, o professor
orienta cada aluno em uma jornada individualizada. O que, quando, onde e como da
aprendizagem é adaptado para atender aos pontos fortes, habilidades, necessidades e
interesses de cada aluno.
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LUDOTERAPIA: O JOGO E O BRINCAR COMO FERRAMENTAS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA │ UNIDADE III
Os alunos podem aprender algumas habilidades em ritmos diferentes. Mas seus planos
de aprendizado ainda os mantêm no caminho certo para atender aos padrões de um
diploma do ensino médio.
Esse tipo de sala de aula não é a realidade para a maioria dos alunos. Mas é o
objetivo final do aprendizado personalizado, que já está sendo usado com sucesso
em algumas escolas e está se expandindo em vários estados.
Os alunos trabalham com os professores para definir metas de curto e longo prazo.
Esse processo ajuda os alunos a se apropriarem de seu aprendizado.
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UNIDADE III │ LUDOTERAPIA: O JOGO E O BRINCAR COMO FERRAMENTAS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA
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LUDOTERAPIA: O JOGO E O BRINCAR COMO FERRAMENTAS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA │ UNIDADE III
Por exemplo, as escolas podem procurar maneiras de dar aos professores mais tempo
para instrução em pequenos grupos. Não é fácil reprojetar a forma como os professores
usam espaço, tempo e recursos na sala de aula. Mas esse tipo de “design thinking” pode
ajudar as necessidades dos alunos a reformular o ambiente de aprendizado.
A aprendizagem personalizada tem muito potencial, mas também tem alguns riscos.
Os professores podem não ter treinamento de inclusão suficiente para tornar essa
abordagem acessível a todos os alunos. Eles podem não saber como apoiar crianças
com problemas de funcionamento executivo. Eles podem não saber como acompanhar
as competências ou analisar outros tipos de dados dos alunos.
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UNIDADE III │ LUDOTERAPIA: O JOGO E O BRINCAR COMO FERRAMENTAS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Ajudar um aluno a identificar seus pontos fortes e fracos é o primeiro passo para
conseguir formar um vínculo de confiança e estabelecer práticas em sala de aula. Após
a identificação, os professores, pais e outros educadores podem trabalhar juntos para
estabelecer estratégias que ajudem o aluno a aprender matemática de forma mais
eficaz. A ajuda fora da sala de aula permite que um aluno e um tutor se concentrem
especificamente nas dificuldades que o aluno está tendo, eliminando a pressão de
mudar para novos tópicos com muita rapidez. O reforço repetido e a prática específica
de ideias diretas podem facilitar o entendimento. Outras estratégias para dentro e fora
da sala de aula incluem:
Atividades ludoterapêuticas
Por exemplo, o professor pode pedir aos alunos que listem múltiplos de
4. Eles começam a tocar em conjuntos de 4, contando como vão. Cada
quarto número recebe um toque mais alto e é escrito. (“1, 2, 3, 4! 5, 6, 7,
8! 9, 10, 11, 12!”) No final, os alunos têm uma lista que podem usar para
responder a problemas de multiplicação e divisão.
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UNIDADE III │ LUDOTERAPIA: O JOGO E O BRINCAR COMO FERRAMENTAS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA
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LUDOTERAPIA: O JOGO E O BRINCAR COMO FERRAMENTAS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA │ UNIDADE III
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GAMIFICAÇÃO UNIDADE IV
CAPÍTULO 1
A gamificação e a educação inclusiva
Para fazer uso da gamificação, portanto, não é preciso usar jogos prontos – apesar
de eles serem uma das possibilidades. Jogos como Minecraft – em que os jogadores
precisam encontrar recursos, construir estruturas e plantar para sobreviver
– tornaram-se populares não apenas entre crianças e adolescentes, mas entre
educadores. Tanto que uma versão especial foi lançada, o MinecraftEDU, que já é
utilizado por quase mil escolas em mais de 40 países.
90
GAMIFICAÇÃO │ UNIDADE IV
Cada jogo obedece a pelo menos uma das diretrizes de acessibilidade coletadas para
dispositivos móveis. Os jogos abrem janelas de conectividade para a linguagem,
raciocínio lógico, regras, uma infinidade de intervenções que podem ser trabalhadas
atav´rs da gameficação com alunos com deficiência. Os jogos permitem ao aprendente
compreender as diferentes instruções de cada jogo.
Jogos não acessíveis são uma limitação para pessoas com deficiências e
impedir o acesso equitativo à educação. Este é um direito definido no Art. 24
do Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência
(NAÇÕES UNIDAS, 2017). Então, se a educação é um direito para as pessoas
com deficiência e o uso de jogos terapêuticos na educação está aumentando, é
necessário garantir que jogos ‘sérios’ sejam acessíveis.
Por outro lado, o uso de dispositivos móveis aumentou nos últimos anos e este
aumento motivou o desenvolvimento de mais aplicativos que podem estar
disponíveis para mais pessoas.
91
UNIDADE IV │ GAMIFICAÇÃO
O primeiro passo é fazer uma proposta de novas categorias. Essas categorias irão
agrupar
92
GAMIFICAÇÃO │ UNIDADE IV
Uma vez que os níveis tenham sido definidos, cada diretriz é analisada para
atribuí-los ao categoria apropriada. Neste processo, é importante avaliar a
facilidade de implementação e o benefício para pessoas com deficiência.
Cada jogo obedece a pelo menos uma das diretrizes de acessibilidade coletadas
para dispositivos móveis. No Low-Level-Good, seis dos sete jogos fazem uso de
um simples linguagem que suporta o desenvolvimento do jogo. Além disso, quatro
jogos têm no jogo tutoriais e seis têm legendas que permitem compreender as
diferentes instruções de cada jogos. Neste mesmo nível, nenhum jogo considera
a personalização da fonte, seja em tamanho, cor ou tipo. Também nenhum deles
tem menus acessíveis para fornecer uma interface simplificada que exibe apenas
os controles mais usados nos menus.
No nível médio – melhor, seis dos sete jogos permitem lembrar da corrente
objetivos durante o jogo e apenas quatro permitem ao usuário salvar as
configurações. Além disso, todos eles tem a capacidade de repetir as etapas
do jogo. Por outro lado, apenas neste nível um jogo oferece lembrete de
controles durante o jogo. Além disso, nenhum jogo oferece a oportunidade para
escolher arquivos de som alternativos e apenas dois têm níveis de treinamento.
Finalmente, neste nível, não jogo dá recompensas visuais explícitas.
No alto nível – o melhor, o cenário é mínimo porque a maioria dos jogos avaliados
não cumprem as diretrizes deste nível. Apenas três jogos oferecem a capacidade
de ajudar o jogador, oferecendo a opção de auto-alvo, ou auto centralização, a
capacidade de bloquear um alvo.
93
UNIDADE IV │ GAMIFICAÇÃO
desta maneira o educando especial é incluído por meio da ação lúdica. Isso porque
o mais importante nestas atividades é o desejo de estar junto com o outro, mesmo
que seja para competir, é poder usufruir do movimento que a atividade gera e suas
fruições. Qualquer tipo de atividade lúdica seja ela brincadeiras, jogos, brinquedos
cantados, favorecem o processo de inclusão, pois durante a brincadeira há o processo
de integração entre as crianças, elas estão aprendendo a compartilhar, a serem
cooperativas umas com as outras, a respeitar os limites impostos por elas mesmas
que participam da brincadeira ou jogo, a ludicidade constitui um traço fundamental
das culturas infantis. Brincar não é exclusivo das crianças, é próprio do homem e
uma das suas atividades sociais mais significativas.
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GAMIFICAÇÃO │ UNIDADE IV
transforma em autores e editores. Os blogs fazem com que os alunos tenham uma
redação cuidadosa e conscienciosa. Os alunos não estão mais escrevendo para
uma audiência de um. Em vez disso, suas palavras enfrentam uma audiência de
seus pares, assim como incontáveis outros, cujo objetivo principal não é apenas
ler, mas também fornecer comentários, feedback e até mesmo criticar e criticar
suas palavras. Ao usar os computadores da sala de aula para esses meios, os alunos
se tornam cada vez mais cautelosos e conscientes de sua gramática, ortografia
e escolha de palavras, sabendo que são os autores de uma obra publicada que
alcançará um público amplo.
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Para (não) Finalizar
Até breve!
Aquarela
Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo
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PARA (NÃO) FINALIZAR
Pinto um barco a vela branco, navegando, é tanto céu e mar num beijo azul.
Sem pedir licença muda nossa vida, depois convida a rir ou chorar.
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Referências
AMARAL, A.; OHY, J. Jogos cognitivos: um olhar multidisciplinar. RJ: WAK, 2018.
98
REFERÊNCIAS
99
REFERÊNCIAS
Fonte de imagens
<https://fortissima.com.br/2015/05/12/ludoterapia-ajuda-entender-problemas-
emocionais-das-criancas-14698625/>.
<https://ludovica.opopular.com.br/blogs/viva-a-diferen%C3%A7a/viva-a-
diferen%C3%A7a-1.925289/inclus%C3%A3o-escolar-o-que-%C3%A9-e-como-
est%C3%A1-1.1479751>.
100
REFERÊNCIAS
<http://www.luispellegrini.com.br/so-cinco-sentidos-nao-eles-sao-muitos-mais/>.
<https://professoraivaniferreira.blogspot.com.br/2014/02/plano-de-aulaeducacao-
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<https://www.reab.me/caixa-de-escrita-sensorial-versao-arco-iris/>.
<https://www.colegiodomus.com.br/m/index.php/noticias/detalhes/416/tapete-
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<http://crechecarmen.blogspot.com.br/2014/11/tapete-sensorial-atividade-da-
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<https://nadjafavero.wordpress.com/2013/06/14/atividade-sensorial-bolinha-de-
gel/>.
<http://www.mundoboaforma.com.br/14-beneficios-da-tangerina-para-que-serve-e-
propriedades/>.
<http://www.semprefamilia.com.br/por-que-e-bom-que-as-criancas-usem-os-dedos-
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