Apostila - Drenagem
Apostila - Drenagem
Apostila - Drenagem
Márcio Mendes
Drenagem
Belo Horizonte
Janeiro - 2014
SUMÁRIO
1 DRENAGEMSUPERFICIAL .................................................................................... 4
1.1 Micro Drenagem ............................................................................................ 4
1.1.1 Parâmetros Hidrológicos ......................................................................... 6
1.1.1.1 Área de Drenagem (A) ..................................................................... 6
1.1.1.2 Tempo de Recorrência (T) ............................................................... 7
1.1.1.3 Duração da Chuva (d) ...................................................................... 7
1.1.1.4 Intensidade da Precipitação (i) ......................................................... 7
1.1.2 Parâmetros Hidráulicos ........................................................................... 8
1.1.2.1 Coeficiente de Escoamento Superficial (C) ...................................... 8
1.1.2.2 Vazão de Projeto (Q) ....................................................................... 9
1.1.2.3 Capacidade de Escoamento em Vias Públicas ................................ 9
1.1.3 Dimensionamento de Sarjetas............................................................... 10
1.1.4 Dimensionamento de Bocas de Lobo .................................................... 12
1.1.5 Dimensionamento de Poços de Visita ................................................... 16
1.1.6 Dimensionamento de Caixas de Ligação .............................................. 18
1.1.7 Exercícios .............................................................................................. 19
1.2 Macro Drenagem ......................................................................................... 20
1.2.1 Parâmetros Hidrológicos ....................................................................... 20
1.2.1.1 Características Físicas da Bacia Hidrográfica ................................ 20
1.2.1.2 Tempo de Recorrência (T) ............................................................. 21
1.2.1.3 Duração da Chuva (d) .................................................................... 22
1.2.1.4 Intensidade da Precipitação (i) ....................................................... 24
1.2.1.5 Chuva Efetiva (Pe) .......................................................................... 24
1.2.2 Parâmetros Hidráulicos ......................................................................... 26
1.2.2.1 Coeficiente de Escoamento Superficial (C) .................................... 27
1.2.2.2 Vazão de Projeto (Q) ..................................................................... 27
1.2.2.3 Velocidades Máximas (vmáx) e Mínimas (vmín) do Escoamento
Superficial ...................................................................................... 30
1.2.2.4 Coeficiente de Rugosidade de Manning (n) ................................... 31
1.2.3 Dimensionamento de Canais................................................................. 33
1.2.3.1 Borda Livre ..................................................................................... 36
1.2.3.2 Sobrelevação em Curvas ............................................................... 36
1.2.4 Dimensionamento de Bueiros................................................................ 38
1.2.5 Dimensionamento de Escadas ou Descidas de Água ........................... 42
1.2.6 Dimensionamento de Dissipadores de Energia ..................................... 45
1.2.6.1 Rampa ou Calha Dissipadora ........................................................ 45
1.2.6.2 Dissipador de Impacto ................................................................... 47
1.2.6.3 Dissipador de Jato ......................................................................... 47
1.2.6.4 Bacia de Dissipação ....................................................................... 48
1.2.7 Exercícios .............................................................................................. 51
2 DRENAGEM SUBTERRÂNEA .............................................................................. 54
2.1 Escoamento em Meios Porosos .................................................................. 54
2.2 Infiltração e Percolação ............................................................................... 56
2.2.1 Determinação da Capacidade de Infiltração .......................................... 58
2.2.2 Estimativa da Percolação ...................................................................... 59
2.2.2.1 Estimativa pelo Método Suíço ........................................................ 59
2.2.2.2 Estimativa pelo Método Racional ................................................... 60
2.3 Sistemas de Drenagem Subterrânea – Espinha de Peixe ........................... 60
2.4 Exercícios .................................................................................................... 62
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 63
APÊNDICE A – Capacidade de Escoamento de Sarjeta e Boca de Lobo do
Padrão SUDECAP ................................................................................................ 65
APÊNDICE B – Considerações Sobre Energia Específica e Número de Froude ...... 66
APÊNDICE C – Considerações Sobre Geossintéticos .............................................. 68
1 DRENAGEMSUPERFICIAL
▪ evitar escoamento das águas pelas vias de circulação (ruas, avenidas etc)
que possam impedir a movimentação de veículos e pessoas;
▪ evitar o alagamento de áreas que possam causar danos a infraestruturas e
a bens móveis;
▪ evitar acidentes em decorrência da presença de água acumulada nas
superfícies (ex.: aquaplanagem);
▪ evitar a ocorrência de danos ao meio ambiente, tais como contaminação de
áreas por alagamento, quedas de taludes e assoreamentos de rios e
canais, por exemplo;
4
5
1.1.1 Parâmetros Hidrológicos
6
1.1.1.2 Tempo de Recorrência (T)
k Tm
i=
(d + t o )n
7
1.1.2 Parâmetros Hidráulicos
8
1.1.2.2 Vazão de Projeto (Q)
Q = 0,00278 C i A
11 ha = 10.000 m²
2 Calçada é a parte da via reservada ao trânsito de pedestre e implantação de mobiliário,
sinalização e vegetação. Passeio é a parte da calçada destinada à circulação exclusiva de pedestre.
9
Além disso, um critério adotado pela SUDECAP é:
1 2
Q= A Rh 3 I
n
y0
1
z
8 z
Q s = 0,375 y 0 3 I
n
10
onde: Qs é a capacidade da sarjeta (m³/s); y0 é a altura da lâmina de água (m); z é o
inverso da declividade transversal dada em m/m (z = tg = [Itransversal]-1); n é o
coeficiente de rugosidade de Manning (adota-se n = 0,015); e, I é a declividade
longitudinal da sarjeta (m/m)
Para sarjetas compostas, tem-se:
y0’ ’
1
y0 z’
1
z
Q s = Q s1 (y 0 ; ) − Q s2 (y 0 ; ) + Q s3 (y 0 ; )
I
z (y 0 ) 3 − z (y 0 ) 3 + z (y 0 ) 3
8 8 8
Q s = 0,375
n
11
Sarjetas – Padrão SUDECAP
Altura máxima de lâmina de água na sarjeta
Declividade Tipo de Sarjeta
Longitudinal L = 1,67 m L = 2,17 m
I > 16% A 5,0 cm (5,0 + 1,5) cm
16% ≥ I ≥ 0,5% B 11,0 cm (11,0 + 1,5) cm
I < 0,5% C 16,0 cm (16,0 + 1,5) cm
12
Boca de Lobo – Padrão SUDECAP.
13
A capacidade de “engolimento” de bocas de lobo pode ser estimada através
das seguintes fórmulas:
14
d) Boca de lobo combinada
A capacidade de “engolimento” das bocas de lobo combinadas é
aproximadamente a soma das capacidade de “engolimento” pela grelha e
pela abertura da guia, isoladamente.
15
A localização das bocas de lobo deve levar em conta a capacidade de
“engolimento” e a máxima inundação da via. Além disso, deve-se considerara as
seguintes recomendações:
16
A fim de permitir o movimento vertical de um operador, a chaminé, bem como
o tampão, terá um diâmetro mínimo útil de 0,60m.
O balão, sempre que possível, uma altura útil mínima de 2,0 metros, para que
o operador maneje com liberdade de movimentos, os equipamentos de limpeza e
desobstrução no interior do mesmo.
A chaminé, não deverá ter altura superior a 1,0 m, por recomendações
funcionais, operacionais e, até, psicológicas para o operador.
A tabela a seguir mostra as dimensões mínimas recomendáveis para chaminé
e balão em função da profundidade e do diâmetro "D" da tubulação de jusante, ou
seja, a que sai do poço de visita.
17
PV em pré-moldado PV em alvenaria
18
1.1.7 Exercícios
20
A área contida no interior da Bacia Hidrográfica é definida como a Área de
Drenagem (A) da mesma; o comprimento do divisor de águas é denominado
Perímetro da Bacia (P); a extensão plana do rio principal da bacia é definida como
Comprimento do Álveo ou do Rio Principal da Bacia (L); e, a declividade longitudinal
do fundo desse mesmo rio é chamada de Declividade Média do Álveo ou do Rio
Principal da Bacia (S).
Entende-se por rio principal da bacia o rio de maior volume de água ou de
maior comprimento.
A área de drenagem é determinada por planimetria de plantas ou cartas
topográficas, assim como o perímetro e o comprimento do álveo são determinados
por curvimetria.
A declividade média do álveo é determinada por curvimetria e através da
seguinte equação:
2
Li
S=
L i
Si
21
Tipo de Estrutura TR (anos)
Bueiros Rodoviários:
- Tráfego baixo; 5 -- 10
- Tráfego intermediário; 10 -- 25
- Tráfego alto. 50 -- 100
Pontes Rodoviárias:
- Estradas secundárias; 10 -- 50
- Estradas principais. 50 -- 100
Drenagem Urbana:
- Galerias de pequenas cidades; 2 -- 25
- Galerias de grandes cidades; 25 -- 50
- Canalização de córregos. 50 -- 100
Diques:
- Área rural: 2 -- 50
- Área urbana. 50 -- 200
Barragens:
- Sem risco de vidas humanas; 200 -- 1.000
- Com risco de vidas humanas. 10.000
A duração crítica da chuva é aquela duração que resulta em maior valor para
a vazão de dimensionamento de estrutura hidráulica.
Em geral, adota-se o tempo de concentração da bacia como duração crítica
da chuva de uma pequena bacia (A < 5 km2) e duração igual a 24 h para bacias
maiores.
Além disso, pode-se ainda adotar o seguinte critério:
22
O Tempo de Concentração da Bacia (tc) é definido como intervalo de tempo
contado a partir do início de uma precipitação para que toda a bacia hidrográfica
passe a contribuir para o escoamento superficial na seção de saída da mesma.
Existem várias fórmulas e ábacos que fornecem o valor do tempo de
concentração em função das características físicas da bacia. São apresentadas a
seguir algumas delas.
Seja uma bacia hidrográfica qualquer onde: L é o comprimento do talvegue
principal (km); S é a declividade desse talvegue (%); e A é a área de drenagem
(km2), tem-se:
L2
0,385
A 0,41 0,61 L
t c = 21,88 0,17 (h) tc = (h)
t c = 0,39 (h) A S0,20
0,11
S S
Bacias rurais Bacias rurais Bacias ruais
(A < 0,5 km2; S < 10%) (A > 100 km2)
L
tc = (h)
v 3,6
23
1.2.1.4 Intensidade da Precipitação (i)
k Tm
i=
(d + t o )n
24
O método desenvolvido pelo SCS (1957) utiliza a seguinte formulação:
Pe = 0 se P Ia 25.400
S= − 254
(P − Ia )2 com: CN
e
P = se P Ia
P − Ia + S Ia = 0,2 S
Grupos Hidrológicos:
25
Parâmetro CN para a Condição II de Umidade
Uso do Solo Superfície A B C D
Áreas Rurais
Solo lavrado Com sulcos retilíneos 77 86 91 94
Cobertura esparsa 45 66 77 83
Bosques ou Zonas Florestais
Cobertura densa 25 55 70 77
Grama em mais de 75% da área 39 61 74 80
Campos
Grama em mais de 50 a 75% da área 49 69 79 84
< 50% coberto 68 79 86 89
Pastagens, gramados 50% a 75% coberto 49 69 69 84
> 75% coberto 39 61 74 80
Capim para gado - 30 58 71 78
< 50% coberto 48 67 77 83
Vegetação arbustiva 50% a 75% coberto 35 56 70 77
> 75% coberto 30 48 65 73
Áreas urbanizadas de fazendas - 59 74 82 86
Áreas urbanas
Terrenos Baldios - 39 61 74 80
Zonas Comerciais - 89 92 94 95
Lotes < 500 m² e 65% impermeáveis 77 85 90 92
Lotes < 1.000 m² e 38% impermeáveis 61 75 83 87
Zonas Residenciais Lotes < 1.300 m² e 30% impermeáveis 57 72 81 86
Lotes < 2.000 m² e 25% impermeáveis 54 70 80 85
Lotes < 4.000 m² e 20% impermeáveis 51 68 79 84
Asfaltados com drenagem 98 98 98 98
Arruamentos e estradas Paralelepípedos 76 85 89 91
Terra 72 82 87 89
Parques, estacionamentos, etc - 98 98 98 98
26
1.2.2.1 Coeficiente de Escoamento Superficial (C)
Superfície C
Superfícies Impermeáveis 0,90 – 0,95
Terreno Estéril Montanhoso 0,80 – 0,90
Terreno Estéril Ondulado 0,60 – 0,80
Terreno Estéril Plano 0,50 – 0,70
Prados, campinas em terrenos ondulados 0,40 – 0,65
Matas decíduas, folhagem caduca 0,35 – 0,60
Matas coníferas, folhagem permanente 0,25 – 0,50
Pomares 0,15 – 0,40
Terrenos cultivados em zonas altas 0,15 – 0,40
Terrenos cultivados em vales 0,10 – 0,30
Grama em solo pesado 0,15 – 0,30
Grama em solo arenoso 0,08 – 0,18
A vazão de projeto (Q) pode ser estimada através de diversos métodos. Aqui
serão comentados os dois mais comumente utilizados: método Racional e método
do Hidrograma Unitário.
O método Racional é o método utilizado no cálculo da vazão máxima da
hidrógrafa geradas em pequenas bacias (A 1,0 km2) que não possuem estações
fluviométricas, sendo muito utilizado no dimensionamento de bueiros e galerias de
drenagem pluvial.
O método Racional, para a estimativa do pico da cheia resume-se
fundamentalmente no emprego da chamada “fórmula racional”, que, apesar da
denominação racional, deve ser utilizada com extrema cautela, pois envolve
27
diversas simplificações e coeficientes cuja compreensão e avaliação são muito
subjetivas.
Q = 0,278 C i A
1− 1
Q = 0,278 C i A n
28
O HU é uma constante da bacia hidrográfica, refletindo as suas propriedades
com relação ao escoamento superficial. Desta forma, as diversas características
físicas da área de drenagem devem influenciar as condições do escoamento e
contribuir para a forma final do HU.
Esse fato, associado à frequente necessidade de se estabelecer relações
hidrológicas para rios desprovidos de estações fluviométricas, fez surgir métodos
para a determinação dos chamados HU Sintéticos.
O número de métodos existentes é muito grande para que se possa incluir a
sua totalidade aqui. Desta forma, apresentaremos apenas o método do HU
Triangular Sintético do SCS, desenvolvido pelo U.S. Soil Conservation Service
(USA):
tc
t = (horas)
5
t
tp = + 0,6 t c
2
t d = 1,67 t p
0,208 A m 3
qp =
tp s mm
29
1.2.2.3 Velocidades Máximas (vmáx) e Mínimas (vmín) do Escoamento Superficial
30
1.2.2.4 Coeficiente de Rugosidade de Manning (n)
Canais Naturais
Rugosidade (n)
Tipo Característica
Mínima Usual Máxima
31
Além disso, as seções de escoamento podem apresentar variações de
rugosidade ao longo do seu contorno. Desta forma, é necessária a estimativa de um
valor médio para representar o coeficiente de rugosidade de Manning.
Para seções simples onde há variação de rugosidade ao longo do perímetro,
pode-se estimar o coeficiente de rugosidade de Manning através da seguinte
fórmula.
2
3
2
3
Pi n i
n=
P
(A i ni )
n=
A
32
1.2.3 Dimensionamento de Canais
1 2
Q= A Rh 3 I
n
33
Característica Geométricas das seções Seções de Máxima Eficiência
34
No caso particular das seções circulares, que são utilizadas nas redes de
esgoto e de drenagem de águas pluviais, o dimensionamento pode ser feito através
de tabelas que relacionam a vazão relativa (Qx/Qp) e a velocidade relativa (Ux/Up)
com a altura relativa da lâmina de água no interior do conduto (y/D).
As vazões e as velocidades à seção plena, Qp e Up respectivamente podem
ser dadas pelas seguintes equações:
0,1 8 0,4 2
Qp = D 3 I e Up = D 3 I
n n
35
Inclinação Máxima do Talude
Material do Canal
H:V z(H):1(V)
Rocha sã vertical 0
Rocha alterada ¼:1 0,25
Solo argiloso compactado ½:1 a 1:1 0,50 a 1,00
Solo em geral, canais largos 1:1 1,00
Solo em geral, canais estreitos 1½:1 1,50
Solo arenoso solto 2:1 2,00
Solo argiloso poroso 3:1 3,00
( )
= arcsen Fr−1 (
y = Fr2 sen 2
2
)
onde Fr é o número de Froude do escoamento3.
▪ Em seguida, calculam-se as alturas máxima e mínima de lâmina d’água no
escoamento:
hmáx = y máx h0 hmín = y mín h0
3 Vide Apêndice B
37
B
h0
38
Bueiro funcionando como canal
n2
Ic = 32,82 3 .............................................. para bueiros tubulares
D
4
2,6 n 2 4 H 3
Ic = 3 3 + .............................. para bueiros celulares
H B
39
0,305 8 3
Q = D I
adm
n
................................. para bueiros tubulares
U = 0 ,452 2
D I
3
n
(0,8 B H)5 I
adm
Q = 2
(B + 1,6 H) n ............................ para bueiros celulares
Q adm
U = 0,8 B H
5
Q adm = 1,533 D 2
....................................... para bueiros tubulares
U = 2,56 D
3
Q adm = 1,075 B H 2
................................... para bueiros celulares
U = 2,56 H
Hm = H j − I L + H
2 g n2 L U2
H = Ce + Cs + 2 g
4
3
Rh
41
Coeficientes de perda de carga na entrada para bueiros tubulares
Tipo de estrutura de entrada Concreto Metálico
“bolsa” saliente, com ou sem muro e alas 0,2 -
“ponta” saliente, com ou sem muro e ala 0,5 -
Saliente, sem muro e alas - 0,9
Saliente, com muro e alas - 0,5
Muro de testa, final do tubo arredondado 0,2 -
Muro de testa, sem alas - 0,2 a 0,5
Tubo bisetado 0,7 0,7
Seção terminal conformada com o aterro 0,5 0,5
42
O dimensionamento desse tipo de estrutura é feito através de um parâmetro
chamado Número de Queda dado pela seguinte equação:
Dn
(Q )
= B
2
g h3
Ld
= 4,30 Dn0,27
h
yp
= 1,00 Dn0,22
h
y1
= 0,54 Dn0,425
h
y2
= 1,66 Dn0,27
h
L = 6,9 (y 2 − y1 )
43
Ensaios de laboratório permitiram a determinação do coeficiente de Manning
equivalente para estes casos. Os gráficos, a seguir, foram obtidos dessa formulação.
Na utilização desses gráficos para largura da escada diferente de 1,0 m,
deve-se utilizar a vazão específica, ou seja, a vazão por unidade de largura.
A velocidade ao final da escada deve ser calculada dividindo-se a vazão pela
área molhada do escoamento, ou seja, o produto entre a largura da escada e a
profundidade obtida no gráfico.
Nesses gráficos, cada curva representa o ângulo de inclinação do terreno
onde será construída a escada.
44
Escada (skimming flow) para B =1,0 m e h = 0,5 m
4 Vide Apêndice B.
45
Esse tipo de dispositivo de dissipação de energia é apropriado para
escoamentos com vazão específica (Q/B) até 6 m³/sm e inclinação inferior a 1:2
(V:H). Porém, recomenda-se para vazões específicas entre 2 e 3 m³/sm.
A dimensão característica H é determinada a partir do valor da profundidade
crícita do escoamento (yc), dado por:
H = 0,8 y c
q2
yc = 3
g
U1 3 g q − 1,6
46
1.2.6.2 Dissipador de Impacto (tipo Peterca
47
Quando a saída está posicionada acima do NA de jusante a estrutura é
denominada salto esqui. Quando a saída está posicionada na mesma altura ou
abaixo do NA de jusante a estrutura é denominada concha de arremesso.
y1
y2 = 1 + 8 F12 − 1
2
48
A bacia de dissipação USBR Tipo I é apropriada para escoamentos como
número de Froude de montante (Fr1) entre 1,2 e 2,5.
Nesse tipo de bacia de dissipação deve-se garantir a horizontalidade por um
comprimento superior a 4 vezes a profundidade de jusante (LI ≥ 4Dsaída), onde
Dsaída 2y1.
D1 = y1
D2 = y2
49
A bacia de dissipação USBR Tipo III é apropriada para escoamentos como
número de Froude de montante maior do que 4,5 (Fr1 ≥ 4,5) e velocidade de
aproximação menor que 20 m/s (U1 < 20 m/s).
Nesse tipo de bacia de dissipação tem-se LIII = 2,7y2 e Dsaída = 1,05y2.
D1 = y1
D2 = y2
h3
= 0,1652 Fr1 + 0,6768
D1
h4
= 0,0542 Fr1 + 1,0167
D1
D1 = y1
D2 = y2
h4
= 0,0542 Fr1 + 1,0167
D1
50
1.2.7 Exercícios
5,0 m
1,5 m
21,0 m
51
5) A batimetria da seção natural de um rio onde existe uma ponte é conforme
apresentado na figura a seguir. Considerando que o coeficiente de rugosidade
de Manning varia ao longo da seção, conforme apresentado também na figura,
que a declividade do fundo é igual a 0,2% e que a longarina da ponte que
atravessa a seção tem altura igual a 2,0 m, pede-se calcular a vazão máxima do
escoamento nessa seção.
2m
n = 0,035 n = 0,035
3m
7m 22 m 11 m 31 m 9m
52
9) Uma pilha de rejeito de altura igual a 2,0 m é transposta por um BSTC 0,80 m,
assentado com declividade de 0,4%. Sabendo-se que a vazão afluente à obra é
de 1,81 m³/s, pede-se:
a) Avaliar as condições de funcionamento, considerando que não há afogamento
a jusante. Caso haja necessidade, indicar complementação utilizando tubos
de concreto de 0,80m.
b) Avaliar as condições de funcionamento, considerando que haja uma lâmina
d’água na saída de altura igual a 1,00 m. Sabe-se que a entrada do bueiro é
conformada com o aterro e o comprimento deste é de 50 m.
13) Um canal retangular com declividade alta foi dimensionado com largura igual a
20,0 m para escoar uma vazão igual a 80 m³/s. Estudos preliminares indicam
que a velocidade no final desse canal é da ordem de 14,5 m/s. Pede-se
dimensionar uma bacia para dissipação da energia do escoamento.
53
2 DRENAGEM SUBTERRÂNEA
VV
p=
VT
VVD
p ef =
VT
54
onde: pef é a porosidade efetiva; VVD é o volume de vazios drenáveis; e, V T é o
volume total.
Henry Darcy (1856) concluiu que a vazão do escoamento em meios porosos
era diretamente proporcional à seção e à carga hidráulica e inversamente
proporcional à extensão do escoamento, ou seja:
h
Q =KA
L
Q
q=
A
A poros = p ef A total
Q q
v= =
p ef A p ef
55
Logo, a lei de Darcy pode ser generalizada da seguinte forma:
q Q K h
v= = =
p ef p ef A p ef L
56
Os fatores que influenciam na infiltração são: topografia, ocupação do solo,
tipo de solo, grau de compactação do solo e umidade do solo; e a geologia.
À medida que a água vai infiltrando no solo e percolando pelo subsolo, as
camadas do solo vão saturando. Desta forma, a capacidade de infiltração (fp) é
maior (fo) no início da chuva e varia até um valor menor constante (fc) quando o solo
tende para a saturação.
fp
fo
fc
57
Segundo Horton, a capacidade de infiltração tende para o valor final entre 1 e
3 horas após o início da chuva.
Vi
h= 0,1
Ac
58
h
fp = 60
t
Capacidade de Infiltração
60,00
50,00
40,00
I (mm/h)
30,00
20,00
10,00
0,00
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
t (h)
59
P A k
QP =
t
P (1 − C) − EP A
QP = t
1.000
60
O espaçamento entre os drenos podem ser facilmente calculados pela
seguinte equação:
K
E = 2h
q
61
2.4 Exercícios
62
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
NEVES, E. T. Curso de Hidráulica. 8ª ed. Rio de Janeiro: Editora Globo. 1986. 577
p.
63
SÃO PAULO. Manual de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais. Aspectos
Tecnológicos: Diretrizes para Projetos. São Paulo: SMDU, 2012. v. I, II e III.
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APÊNDICE A – Capacidade de Escoamento de Sarjeta e Boca de Lobo do
Padrão SUDECAP
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APÊNDICE B – Considerações Sobre Energia Específica e Número de Froude
U2
H= z+ y +
2g
onde: H é carga total (m); z é a cota do fundo do canal (m); y é a altura da lâmina de
água (m); é o coeficiente de Coriolis; U é a velocidade média do escoamento
(m/s); e, g é a aceleração da gravidade (9,81 m/s²).
Considerando-se a energia contada a partir do fundo do canal, obtêm-se a
Energia Específica (E):
U2
E = y+
2g
Q2
E=y+
2 g A2
Q2 1 1
E = E 2 − E1 = y 2 − y1 + 2 − 2
2 g A 2 A1
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U
Fr =
g yh
y h = A ).
B
O Número de Froude pode ser explicado fisicamente como a relação entre as
forças inerciais e as forças gravitacionais ( g y h ). As forças inerciais são
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APÊNDICE C – Considerações Sobre Geossintéticos
geossintético
Q
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ser pequena para que, sob carga, não haja diminuição excessiva da
transmissividade). Além disso, a diminuição das aberturas deve ser tal que impeça a
passagem das partículas sólidas sem blocagem ou colmatação.
Um geossintético atua como filtro quando permite a passagem de fluídos
perpendicularmente ao seu plano, evitando em simultâneo o atravessamento e
arrastamento de partículas sólidas.
geossintético
Os n Ds
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um diâmetro representativo do tamanho dos grãos do solo (geralmente D 85, diâmetro
para o qual 85% em peso dos grãos do solo são menores que aquele diâmetro).
kG N kS
70