O FRUTO DO ESPÍRITO - A Verdadeira Longanimidade
O FRUTO DO ESPÍRITO - A Verdadeira Longanimidade
O FRUTO DO ESPÍRITO - A Verdadeira Longanimidade
Introdução
Na vida cristã também tem acontecido assim. Temos pressa para receber as bençãos do
Senhor. Ficamos impacientes quando há demora para as portas se abrirem. Somos
impacientes quando não chega logo a nossa vez de assumir o cargo tão esperado. Ficamos
impacientes quando tudo parece demorar para acontecer.
O grande problema não é ser longânimo em si mesmo, mas os pecados que cometemos
por não sermos longânimos. Pecamos com murmurações. pensamentos, competições e
práticas vingativas quando, aparentemente, fomos esquecidos. A impaciência produz ira
em nosso coração e, portanto, nos leva a práticas pecaminosas maiores contra o próximo
e a nós mesmos. Por não saber esperar, tomamos decisões precipitadas que, mais tarde,
resultarão em prejuízos, tristezas, desilusões, decepções e arrependimentos.
Com isso, guardamos ressentimentos pecaminosos. Ficamos irados com a demora das
coisas acontecerem e como aconteceram; e, até com as falhas dos neófitos na fé,
rompemos amizades e deixamos de praticar o amor, a misericórdia e o bom testemunho
de Cristo para nossos irmãos. “A falta de longanimidade, expressa por meio da ira
prolongada, é uma brecha que abrimos para a atuação do Diabo em nossas vidas” 1.
1
Israel Belo de Azevedo. O fruto do Espírito p. 52, Vida Nova, edição do Kindle.
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Elucidação
O que o apóstolo Paulo faz nessa parte de sua carta aos gálatas é estimular esses irmãos
recém convertidos ao cristianismo à piedade prática, uma vez que agora precisão
compreender que a verdadeira guerra é contra as obras da carne e não um contra o outro.
O apóstolo exorta esses cristãos a uma devoção prática séria, como o melhor antídoto
contra as ciladas dos falsos mestres.
Esboço
No idioma que o apóstolo Paulo escreveu sua carta aos Gálatas, a palavra longanimidade
vem do grego μακροθυμια m akrothum ia que significa paciência, tolerância,
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constância, firmeza e perseverança. Ser longânimo significa ser equilibrado em vez de
ter pavio curto; ser demorado em irritar-se, ter boa vontade para com quem fere. No latim,
longânimo é “ânimo longo”.
Na mente de Jesus (Mt 5.43-45), ser longânimo é não retaliar, é não vingar a ofensa, é
amar os inimigos (que são todos aqueles que nos fazem mal), é andar o segundo
quilômetro. Essa qualidade, no Antigo Testamento, é geralmente atribuída a Deus, por
sua capacidade de reter sua indignação diante da provocação humana. Nosso pecado
provoca a ira de Deus, mas ele não a descarrega sobre nós por ser longânimo em sua
essência.
É por essa razão que precisamos compreender essa palavra a luz do próprio Deus.
Vejamos:
A paciência é outra forma de Deus expressar a sua bondade para com os homens. Há
várias passagens nas Escrituras que descrevem a paciência de Deus:
Pink define a paciência de Deus dizendo ser ela aquele poder de controle que Deus exerce
sobre Si mesmo, levando-O a tolerar os ímpios e a Se demorar em castigá-los (Rm 9.22).
Ele ainda comenta dizendo que, se Deus despedaçasse imediatamente esses vasos
reprovados, Seu poder de autocontrole não apareceria tão eminentemente; tolerando a
iniquidade deles e adiando o castigo por tanto tempo, o poder da Sua paciência fica
demonstrado gloriosamente 2.
Ou seja, a longanimidade que o apóstolo Paulo ensina aos gálatas é, de fato, uma obra do
Espírito de Deus, pois somente ele pode aplicar plenamente esse fruto em nós. Do
contrário, sem o Espírito de Deus, agiríamos conforme as obras da carne.
É exatamente por causa da oposição as obras da carne (inimizades, rixas, ciúmes, iras,
discórdias, divisões e facções), que são frutos de uma vida aprisionada pelas paixões
2
A. W. Pink, 2016, páginas 98-100
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carnais, que o apóstolo Paulo apresenta o Fruto do Espírito como a solução para o mal
que o homem sem Deus abriga dentro de si.
Vimos que a verdadeira longanimidade é expressa em Deus, por meio de Cristo, ao não
derramar sua ira sobre nós como merecíamos; e, agora, compreenderemos a expressão
dessa longanimidade em reação às demais pessoas. Veremos que, em relação aos outros,
precisamos desenvolver a tolerância máxima, não a tolerância zero, como é o padrão de
muitos.
Em Lucas 9.51-56 nos deparamos com a falta de hospitalidade por parte dos samaritanos,
e os discípulos Tiago e João perguntaram: — Senhor, quer que mandemos descer fogo
do céu para os consumir? A resposta do discipulador foi rápida: — Vocês não sabem
de que espírito são vocês, pois o Filho do Homem não veio para destruir as almas
dos homens, mas para salvá-las. A longanimidade de Deus nos salva. Devemos ser
gratos a ele por isso. Nossa longanimidade deve salvar outras pessoas, mesmo que elas
não nos agradeçam.
Somos chamados a exercer esse dom do Espírito porque também desfrutamos dele em
nossa salvação e sustento da parte do Senhor Jesus. É unicamente por causa de sua plena
paciência que Deus não nos pune como merecíamos, mas nos ensina a exercer o perdão
e a tolerância com aqueles que tropeçam em suas paixões carnais.
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Nossas mãos estendidas também não significarão que temos apenas amor para oferecer.
Também somos chamados para corrigir e exortar em amor aqueles que estão em pecado.
Fazemos isso em amor, mas sem deixar de exercer a justiça de Deus ao apontar os erros
e o melhor caminho para ajudar o faltoso a voltar à presença do Santo dos santos.
Foi exatamente isso que Cristo fez na cruz do Calvário. Foi lá que Deus, em Cristo,
aplacou sua ira que era sobre nós. Foi lá que Ele plenamente manifestou a sua
longanimidade. Paulo diz essa mesma verdade quando escreve aos colossenses, dizendo
“tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de
ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu- o inteiramente, encravando-o na
cruz” (Cl 2.14 [ARA]).
Aplicação
Conclusão
Quanto as coisas que tanto esperamos e que parecerem demorar em acontecer, que
mantenhamos a paciência pois, no final de tudo, compreenderemos que o tempo de Deus
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não é o nosso e que seus pensamentos não são os nossos pensamentos. Também
compreenderemos que Ele é soberano e nós não somos.
Quanto o que já recebemos da parte de Deus, busquemos com zelo e perseverança nos
mantermos fiéis no compromisso com sua santidade e o progresso de nossa fé; no final,
tudo passará, mas as palavras do Senhor não passarão (Mt 24.35). O que Ele prometeu se
cumprirá; precisamos apenas ser longânimos.
Quanto o que ainda vamos receber e desfrutar na presença do Senhor, precisamos crer
plenamente que a sua vontade é boa, perfeita e agradável, portanto, vale muito a pena
aguardar no Senhor; seja o casamento, o emprego, a faculdade, o ministério e qualquer
outra coisa.
Referências
Azevedo, I. B. (2013). O fruto do Espírito: como deve ser a vida cristã. São Paulo, SP: Vida Nova.
Campos, H. C. (2012). O ser de Deus e o seus atributos. São Paulo, SP: Cultura Cristã.
Gomes, O. (2016). As obras da carne e o Fruto do Espírito. Rio de Janeiro, RJ: CPAD.
Pink, A. W. (2016). Os atributos de Deus. São Paulo, SP: PES: Publicações Evangélicas Selecionadas.
Sociedade Bíblica do Brasil. (2018). Bíblia de Estudo NAA. Barueri, SP: SBB.
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