Minuta de Resolução de Benefícios Eventuais
Minuta de Resolução de Benefícios Eventuais
Minuta de Resolução de Benefícios Eventuais
Capítulo I
III - Inseguranças sociais de acolhida, convívio, renda, autonomia, apoio e auxílio são
desproteções resultantes de vivências que ocasionam danos, perdas ou prejuízos e, por isso,
requer atenção imediata;
Art. 5º São consideradas seguranças afiançadas pelo SUAS, conforme a Norma Operacional
Básica do Sistema Único de Assistência Social – NOB-SUAS, 2012:
I – Acolhida;
II – Renda;
IV – Desenvolvimento de autonomia;
V – Apoio e auxílio.
III. ampla divulgação dos critérios de concessão dos Benefícios Eventuais nas unidades de
Atendimento da Política de Assistência Social;
IV. garantia da igualdade de condições no acesso aos Benefícios Eventuais, sem qualquer tipo
de constrangimento, comprovação vexatória ou estigma ao cidadão e sua família;
Capítulo II
Da Gestão e da concessão
Art.7º A concessão dos benefícios eventuais visa restaurar as seguranças sociais de acolhida,
convívio e sobrevivência aos indivíduos e às famílias com impossibilidade temporária de arcar,
por conta própria, com o enfrentamento de situações de vulnerabilidade decorrentes ou
agravadas por contingências que causam danos, perdas e riscos, desprotegendo e fragilizando
a manutenção e o convívio entre os indivíduos.
Parágrafo único: Os benefícios eventuais podem ser concedidos em forma de pecúnia, bens de
consumo ou serviços.
§ 3º Para fins de concessão de benefício eventual, deve-se considerar a família o núcleo básico,
vinculado por laços consanguíneos, de aliança ou afinidade circunscrito a obrigações
recíprocas e mútuas organizadas em torno de relações de geração, gênero e homoafetiva que
vivam sob o mesmo teto, bem como o núcleo social unipessoal.
§ 4º O Cadastro Único - CadÚnico será utilizado para fins de elegibilidade da prestação dos
benefícios eventuais, respeitada a supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre
as exigências de rentabilidade econômica.
Seção I
Comentário: O migrante tem direito a oferta das provisões em sua completude, por meio de
conjunto articulado de serviços, programas e benefícios. Não existe empecilho ao
cadastramento e concessão de benefícios eventuais para estrangeiros, que são públicos das
políticas sociais da mesma forma que os nacionais, desde que atendidos os aspectos de
vulnerabilidade social.
§ 2º – O benefício eventual deverá ser concedido em até xx dias, contados da data de seu
requerimento.
II – for identificada irregularidade na concessão ou nas informações que lhe deram origem;
Parágrafo Único. A concessão do benefício eventual poderá ser prorrogada mediante avaliação
técnica das necessidades de indivíduos e famílias nas ações de atendimentos e ou
acompanhamento familiar, realizadas pelos profissionais de nível superior das equipes de
referência dos serviços socioassistenciais.
Seção II
I - Nascimento;
II - Morte;
IV - Calamidade pública;
I - Necessidades dos familiares, da criança ou das crianças que vão nascer e de crianças recém-
nascidas;
II - Apoio à mãe e, ou à família nos casos em que crianças morrem logo após o nascimento;
Comentário: Cabe ressaltar que a criança recém-nascida e sua mãe nutriz requisitam cuidados
e proteção, por direito, por parte de várias políticas setoriais. Assim, não se pode confundir as
atribuições da Assistência Social com as da política de saúde ou de segurança alimentar.
Comentário: Algumas situações vivenciadas pela família poderão afetar o atendimento dos
prazos, o que não poderá ser motivo para a negativa da oferta.
§ 4º O Benefício Eventual por situação de nascimento será concedido à família em
número igual ao de nascimentos ocorridos.
Comentário: Neste inciso pode-se detalhar os bens de materiais, por exemplo: enxoval do
recém-nascido, incluindo itens de vestuário, utensílios para alimentação e de higiene,
observada a qualidade que garanta a dignidade e o respeito à família beneficiária. Definir se o
repasse será realizado em uma única oportunidade ou mais.
Comentário: Para ser ofertado em pecúnia, o benefício eventual deve ter como referência o
valor das despesas relacionadas às necessidades e demandas apresentadas pelas famílias, que
podem variar de acordo com a vulnerabilidade vivenciada. O valor estipulado não deve ser
fixo, seguindo um padrão rígido, mas deve ser uma referência que oriente a prestação do
benefício. Os valores devem ser definidos e regulados na legislação local, com a participação
do Conselho de Assistência Social, prevendo a possibilidade de variações. Deve se estabelecer
os prazos e a forma de repasse - se transferência, cartão, vales, cheques, dentre outras formas
(BRASIL, 2018).
§7º O benefício poderá ser solicitado a partir do 8º mês de gestação até o 30º dia após
o nascimento.
IV – comprovante de residência;
- Famílias monoparentais;
Art. 13 - O benefício eventual na forma de auxílio por morte constitui-se em uma prestação
temporária, não contributiva da política de Assistência Social em prestação de serviço e, ou em
pecúnia, para reduzir a vulnerabilidade provocada por morte do membro da família, visa não
somente garantir funeral digno como também o enfrentamento de vulnerabilidades que
surgem ou se intensificam após a morte de algum membro da família.
Comentário: É fundamental que a gestão local preze pela garantia de dignidade e respeito aos
indivíduos e famílias requerentes, bem como pela oferta laica e com qualidade de bens e
serviços.
I – despesas de urna;
II - serviços funerários;
IV - velório;
Comentário: A situação de morte não deve ter a sua forma de provisão limitada às despesas
com o ente falecido. É preciso haver previsão de proteção para a família, que apresenta
insegurança social, principalmente em casos que o membro falecido era o provedor (GOMES,
2016).
§4º O requerimento do auxílio por morte pode ser realizado por um integrante da
família, pessoa autorizada mediante procuração, representante de instituição pública ou
privada, ou outro órgão municipal que acompanhou, acolheu ou atendeu a pessoa antes de
seu falecimento.
I – atestado de óbito;
II – comprovante de residência;
I - alimentação;
IV - mobilidade;
I - Bens materiais:
a) Alimentação;
Comentário: As provisões para alimentação, como cestas básicas, devem observar o critério da
temporalidade e excepcionalidade. Ou seja, a concessão do benefício eventual para prover as
necessidades alimentares deve atender o caráter emergencial e diz respeito à insegurança
social de renda e autonomia, sendo que a concessão e temporalidade do benefício eventual
devem ser avaliados pelos profissionais de nível superior das equipes de referência dos
serviços socioassistenciais.
Comentário: Podem ser definidos como documentação civil básica: Carteira de Identidade ou
Registro Geral – RG, Cadastro de Pessoa Física – CPF, Carteira de Trabalho e Previdência Social
– CTPS. Não é papel da Política de Assistência custear documentação civil. Quanto a segunda e
demais vias da Carteira de Identidade existe previsão legal de gratuidade operacionalizada
pelas Unidades de Atendimento do Instituto de Identificação da Polícia Civil. Para mais
detalhes, consulte PORTARIA N° 001 DE 18 DE MARÇO DE 2020.
c) quaisquer outros bens materiais que estejam em consonância com as seguranças
socioassistenciais da política de Assistência Social, que sejam identificados como necessidades
eventuais das famílias no ato do atendimento/acompanhamento realizado por profissionais de
nível superior das equipes de referência.
a) retorno de indivíduo ou família à cidade natal, por exemplo, para afastamento de situação
de violação de direitos;
e) visita familiar a membro que esteja preso, entre outras situações que promovam a
convivência familiar.
Comentário: Não há previsão normativa explícita sobre a oferta de benefício para atender
situações relativas à mobilidade. No entanto, esta oferta pode ser realizada quando
identificada a situação de vulnerabilidade temporária e necessidade de restabelecimento das
seguranças socioassistenciais.
III - A oferta do benefício eventual para pagamento urgente e temporário de aluguel deve ter
sua necessidade avaliada pela equipe de referência e deve ser concedido:
Capítulo III
Disposições Finais
Art. 16 – Cabe ao órgão gestor da política de assistência social operacionalizar a concessão dos
benefícios eventuais, de acordo com os critérios estabelecidos nesta Resolução. Além de:
II – Ofertar ações de capacitação aos profissionais envolvidos nos processos de concessão dos
benefícios e de acompanhamento dos beneficiários, visando à necessária integração de
serviços e benefícios socioassistenciais;
III – garantir as condições necessárias para inclusão e atualização dos dados dos beneficiários
no Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal;
IV- Apurar irregularidades referentes à concessão do benefício eventual;
BIBLIOGRAFIA
______. Lei 8.742, de 7 de dezembro de 1993. Lei Orgânica de Assistência Social. Brasília, 1993.
______. Lei nº 12.435 de julho de 2011. Altera a Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, que
dispõe sobre a organização da Assistência Social. Brasília, 2011
MINAS GERAIS. Conselho Estadual de Assistência Social – CEAS. Resolução nº 648 de dezembro
de 2018: Dispõe sobre a regulação dos benefícios eventuais. Minas Gerais, 2018