Apostila BPC LOAS
Apostila BPC LOAS
Apostila BPC LOAS
Legislação..................................................................
03
Aspectos Gerais........................................................
04
Família/Grupo Familiar...........................................
05
Miserabilidade..........................................................
13
Deficiência.................................................................
26
Operacionalização do BPC......................................
37
45
Padrão Médio à Avaliação Social
ou Avaliação Social Média......................................
1. Legislação
- Definição
3
2. Aspectos Gerais
•Valor de 1 Salário-Mínimo;
•Benefício assistencial (portanto, não necessita de contribui-
ções);
•Destinado a brasileiros, naturalizados brasileiros e estran-
geiros com domicílio no Brasil (Memorando-Circular Conjunto
nº 13 DIRBEN/PFE/INSS, de 09 de maio de 2017);
•Não é vitalício, poderá ser revisto a cada dois anos;
•Pode ser requerido mais de uma vez;
•Possui caráter personalíssimo;
•Intransferível (não gera pensão por morte aos dependen-
tes);
•Não está sujeito a desconto de qualquer natureza
(empréstimo consignado);
•Não gera direito ao pagamento de abono anual (13º);
•O valor residual não recebido em vida será pago aos seus
sucessores (alvará judicial);
•Não pode ser acumulado com outros benefícios previden-
ciários (RGPS ou RPPS), salvo Pensão Especial de Natureza
Indenizatória ou Assistência Médica);
•O beneficiário de BPC pode recolher na filiação de
segurado facultativo, exceto baixa renda, a fim de garantir,
futuramente, um melhor benefício ou para deixar Pensão por
Morte aos seus dependentes.
4
3. Família/Grupo Familiar
5
O Decreto nº 8.805, em 07 de julho de 2016, determinou
que o Cadastro Único fosse obrigatório para concessão do
BPC. Entretanto, tal requisito passou a ser, de fato, obrigató-
rio apenas com o advento da Medida Provisória nº 871, de
18/01/2019. Assim, o INSS passou a utilizar como base a
família e o rendimento descritos no CadÚnico.
II. Conceitos
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Além disso, o Cadastro Único ainda delimita a figura do
Responsável pela Unidade Familiar (RF), sendo aquele que
fornece as informações do grupo familiar ao CadÚnico e que,
por questões sociais, deverá ser PREFERENCIALMENTE
uma mulher.
•Família CadÚnico
7
•Família BPC
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Atenção: Judicialmente, o entendimento em voga quanto
ao rol definido no art. 20, § 1º, da LOAS, é que este possui
caráter taxativo, sendo este rol observado na análise do re-
querimento de Benefício de Prestação Continuada.
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Família: Família BPC, desde que convivam com o reque-
rente na mesma situação, devendo ser relacionadas na
Declaração da Composição e Renda Familiar.
1
Neste caso, há possibilidade de cadastramento no CadÚnico no domicílio da família de
origem, hipótese em que o Conselho Tutelar (ou Assistente Social) deverá confeccionar
parecer que ateste a possibilidade de reintegração da criança ou adolescente à família,
conforme art. 8º da Portaria MDS nº 177/11.
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Nestes casos, o Gestor ou Responsável pelo CadÚnico
do Município deverá preencher, carimbar e assinar o “For-
mulário de Impossibilidade de Inclusão ou Atualização no
Cadastro Único”. Com o documento em mãos, o Requerente
ou seu procurador deverá apresentar ao INSS o formulário
e os outros documentos necessários para o requerimento do
benefício, conforme item 4.3 do Memorando-Circular Con-
junto DIRBEN/DIRAT/DIRSAT/INSS nº 51/18.
11
IV. Caso Prático da Análise do Grupo Familiar
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4. Miserabilidade
I. Conceitos
Miserabilidade
Renda
13
Art. 4º, VI, Decreto nº 6.214/07: renda mensal bruta fami-
liar: a soma dos rendimentos brutos auferidos mensalmente
pelos membros da família composta por salários, proventos,
pensões, pensões alimentícias, benefícios de previdência pú-
blica ou privada, seguro-desemprego, comissões, pro-labore,
outros rendimentos do trabalho não assalariado, rendimentos
do mercado informal ou autônomo, rendimentos auferidos do
patrimônio, Renda Mensal Vitalícia e Benefício de Prestação
Continuada, ressalvado o disposto no parágrafo único do art.
19.
14
I. Medicamentos;
II. Alimentação Especial;
III. Fraldas Descartáveis;
IV. Consultas na Área da Saúde.
15
(TRF-4 - APELREEX: 50448742220134047100 RS 5044874-
22.2013.404.7100, Relator: VÂNIA HACK DE ALMEIDA,
Data de Julgamento: 27/01/2016, SEXTA TURMA, Data de
Publicação: D.E. 04/02/2016).
16
Em 23/03/2020, a Lei nº 13.981 alterou o limite de renda fa-
miliar per capita para menos de ½ salário-mínimo. Entre-
tanto, já em 02/04/2020, a lei seguinte, nº 13.982, retornou
o limite de renda para igual ou inferior a ¼, porém, apenas
até 31/12/2020.
17
I - Documentação médica que afirme a natureza contínua do
tratamento e a comprovação de sua não disponibilização gra-
tuita ou de sua negativa de disponibilização, no caso de des-
conto referente a tratamento não disponibilizado pelo SUS; ou
II - Documentação que demonstre a necessidade do reque-
rente de utilização do Serviço de Proteção Especial para
idosos, Pessoas com Deficiência e suas famílias (Centro-Dia) e
de sua não disponibilização, no caso de desconto referente a
serviço não prestado pelo SUAS.
Tabela 1
18
Tabela 2
19
§ 2º Não haverá prejuízo da aplicação do previsto no caput
se no período estabelecido para apuração da média de de-
dução o requerente não dispuser de um recibo mensal para
cada um dos medicamentos indicados como sendo de uso
contínuo, observado o disposto no § 1º.
§ 3º O disposto no § 1º também se aplica aos demais gas-
tos relacionados a tratamento de saúde, médicos, fraldas e
alimentos especiais.
§ 4º A comprovação de gastos por meio de recibos não
dispensa a necessidade de apresentação dos documentos
previstos no art. 1º.
20
Lei nº 8.742/93:
21
D) O recebimento de pensão alimentícia não impede o rece-
bimento do BPC, desde que observado o critério de renda per
capita mensal bruta familiar; e
E) A renda sazonal ou eventual, que consiste nos rendimen-
tos não regulares decorrentes de atividades eventuais exerci-
das em caráter informal, não será computada na renda bruta
familiar desde que o valor anual declarado dividido por doze
meses seja inferior a um quarto do salário-mínimo
22
A Portaria ME/INSS/DIRBEN nº 374, de 05 de maio de
2020, definiu quais seriam os benefícios a que se referem os
§§ 14 e 15:
23
Obs.: A Lei nº 14.176/21 incluiu no art. 20 da Lei nº 8.742/03
o “§ 11-A”, que amplia o limite de renda mensal per
capita para até ½ salário-mínimo. Para que ocorra essa am-
pliação, deverão ser utilizados “outros elementos probatórios
da condição de miserabilidade e da situação de vulnera-
bilidade do grupo familiar”. Entretanto, tal dispositivo tem vi-
gência condicionada a decreto regulamentador do
Poder Executivo que atenda aos requisitos fiscais.
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II. O STJ, em oposição ao determinado pelo STF anos antes,
julgou o Tema Repetitivo 185 em 2009, com trânsito em julga-
do em 2014, fixando a seguinte tese:
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“Aplica-se o parágrafo único do artigo 34 do Estatuto
do Idoso (Lei n. 10.741/03), por analogia, a pedido
de benefício assistencial feito por pessoa com defici-
ência a fim de que benefício previdenciário recebido
por idoso, no valor de um salário-mínimo, não seja
computado no cálculo da renda per capita prevista no
artigo 20, § 3º, da Lei n. 8.742/93”.
5. Deficiência
I. Conceitos
Deficiência
26
(...)
§ 10. Considera-se impedimento de longo prazo, para os fins
do § 2o deste artigo, aquele que produza efeitos pelo prazo
mínimo de 2 (dois) anos.
Barreiras
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D) Barreiras nas comunicações e na informação: Qual-
quer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que
dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de
mensagens e de informações por intermédio de sistemas
de comunicação e de tecnologia da informação;
E) Barreiras atitudinais: Atitudes ou comportamentos que
impeçam ou prejudiquem a participação social da pessoa
com deficiência em igualdade de condições e oportuni-
dades com as demais pessoas;
F) Barreiras tecnológicas: As que dificultam ou impedem o
acesso da pessoa com deficiência às tecnologias.
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Avaliação Biopsicossocial
Fonte: https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/cpd/apresentacoes-em-eventos/
audiencias-publicas-2019/apresentacao-liliane-cristina-bernardes-mdh
29
A Portaria Conjunta MDS/INSS n° 02, de 30/03/2015,
dispõe sobre critérios, procedimentos e instrumentos para a
avaliação social e médica da pessoa com deficiência para
acesso ao Benefício de Prestação Continuada, com a finali-
dade de qualificar as barreiras enfrentadas, as alterações de
funções e/ou Estruturas do Corpo, as limitações de atividades
e restrições à participação social, em igualdade de condições
com as demais pessoas.
Essa portaria possui quatro anexos:
I e II, instrumento da avaliação;
III, conceito e critérios da Avaliação Social e Médico-Pericial;
IV, tabela conclusiva de qualificadores.
Instrumentos de Avaliação
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II- Avaliação da Pessoa com Deficiência para acesso ao BPC
– Espécie 87 – menor de 16 anos, conforme formulário pre-
visto no Anexo II.
Avaliação Social
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I - Fatores Ambientais, por meio dos domínios:
A) Produtos e Tecnologia; e1
B) Condições de Habitabilidade e Mudanças Ambientais; e2
C) Apoio e Relacionamentos; e3
D) Atitudes; e4
E) Serviços, Sistemas e Políticas; e5
Avaliação Médica
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I - Funções do Corpo, por meio dos domínios:
A) Funções Mentais; b1
B) Funções Sensoriais da Visão; b2
C) Funções Sensoriais da Audição; b2
D) Funções Sensoriais Adicionais e Dor; b2
E) Funções da Voz e da Fala; b3
F) Funções do Sistema Cardiovascular; b4
G) Funções do Sistema Hematológico; b4
H) Funções do Sistema Imunológico; b4
I) Funções do Sistema Respiratório; b4
J) Funções do Sistema Digestivo; b5
L) Funções do Sistema Metabólico e Endócrino; b5
M) Funções Geniturinárias e Reprodutivas; b6
N) Funções Neuromusculoesqueléticas e Relacionadas ao
Movimento; b7
O) Funções da Pele e Estruturas Relacionadas; b8
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O qualificador de Funções do Corpo pode ser majorado em
um nível (de N para L, de L para M, de M para G, de G para
C e C mantém como C ATIVIDADES E PARTICIPAÇÃO), de
forma não cumulativa, em caso de prognóstico desfavorável
ou em caso de presença de alterações em Estruturas do Corpo
que configurem maiores limitações ou restrições ao avaliado
do que as alterações observadas em Funções do Corpo.
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II - Atividades e Participação, por meio dos domínios:
A) Aprendizagem e Aplicação de Conhecimento; d1
B) Tarefas e Demandas Gerais; d2
C) Comunicação; d3
D) Mobilidade; d4
E) Cuidado Pessoal, com distintos pontos de corte para análi-
se, detalhados no Anexo III desta Portaria; d5
35
Ressalta-se que o estigma social havido contra algumas
doenças (como o HIV, por exemplo) pode ser razão suficiente
para a concessão do BPC, desde que verificado que a defici-
ência acarrete a impossibilidade de se desenvolver atividade
remunerada.
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6. Operacionalização do BPC
I. Conceito
37
VI- Analisar defesas, receber recursos pelo indeferimento e
suspensão do benefício, instruir e encaminhar os processos à
Junta de Recursos;
VII- Efetuar o repasse de recursos para pagamento do benefí-
cio junto à rede bancária autorizada ou entidade conveniada.
Etapas
Da Operacionalização
I- Requerimento
II- Concessão
III- Manutenção
IV- Revisão
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II. Operacionalização até 13/06/2021 (antes da implementação do Requeri-
mento Qualificado)
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40
41
III. Operacionalização a partir de 14/06/2021
(depois da implementação do Requerimento
Qualificado)
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Consulta Online ao CadÚnico
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I- Documentação médica que afirme a natureza contínua do
tratamento e a comprovação de sua não disponibilização
gratuita ou de sua negativa de disponibilização, no caso de
desconto referente a tratamento não disponibilizado pelo SUS;
Concessão do BPC
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§ 7º Excepcionalmente poderá ser:
III- Aplicado padrão médio à avaliação social que compõe
a avaliação da deficiência, desde que tenha sido realizada a
avaliação médica e constatado o impedimento de longo
prazo.
§ 11. O procedimento de que trata o inciso III do § 7º
deste artigo será aplicado exclusivamente se, combinado
com a avaliação médica, o resultado do instrumento de ava-
liação da deficiência permitir a concessão ou a manutenção
do benefício, sendo obrigatória a realização da avaliação
social nos demais casos. (Parágrafo acrescentado pela Porta-
ria Conjunta
MDC/INSS nº 14, de 07/10/2021).
45
Anexo II da Portaria Conjunta MC/MTP/INSS Nº 14, de 7
de outubro de 2021.
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8. Manutenção e Cessação do BPC
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§ 4º A cessação do benefício de prestação continua-
da concedido à pessoa com deficiência não impede
nova concessão do benefício, desde que atendidos os
requisitos definidos em regulamento.
Notificação
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I- Rede bancária;
II- Correios;
III- Canais remotos disponibilizado pelo INSS;
IV- Edital.
Defesa
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Nesta situação, o ideal é formular uma carta de Defesa
específica para cada caso concreto, combatendo a razão de
suspensão suscintamente.
Suspensão
50
Obs: Caso não for apresentada defesa ou esta for impro-
cedente, o beneficiário terá 30 dias para interpor recurso.
Passado esse período sem que tenha apresentado recurso, o
benefício será cessado.
Bloqueio Cautelar
Critérios:
51
Observações:
Recurso
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9. Considerações Importantes Antes do
Requerimento do BPC
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•Poderá juntar no requerimento os comprovantes com gas-
tos com tratamentos de saúde, médicos, fraldas, alimentos
especiais e medicamentos do idoso ou da pessoa com defici-
ência, não disponibilizados gratuitamente pelo Sistema Único
de Saúde (SUS), ou com serviços não prestados pelo Serviço
Único de Assistência Social (SUAS), desde que de natureza
contínua e comprovadamente necessários à preservação da
saúde e da vida.
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10. Benefício Assistencial ao Trabalhador
Portuário Avulso
55
VI- Comparecimento, no mínimo, a oitenta por cento dos
turnos de trabalho para os quais tenha sido escalado no perí-
odo.
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Observação: é vedada a acumulação do benefício com
outros do RGPS ou RPPS, salvo aqueles de assistência médica
e de pensões especiais de natureza indenizatória.
11. Auxílio-Inclusão
I. Conceito
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B) Que enquadre o beneficiário como segurado obrigató-
rio do Regime Geral de Previdência Social ou como filiado a
regime próprio de previdência social da União, dos Estados,
do Distrito Federal ou dos Municípios;
II- Tenha inscrição atualizada no CadÚnico no momento do
requerimento do auxílio-inclusão;
III- Tenha inscrição regular no CPF; e
IV- Atenda aos critérios de manutenção do benefício de pres-
tação continuada, incluídos os critérios relativos à renda fa-
miliar mensal per capita exigida para o acesso ao benefício,
observado o disposto no § 4º deste artigo.
Observações
58
II. Disposições Gerais do Benefício
Valor
Presunção da Deficiência
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Presunção da Miserabilidade
Restabelecimento do BPC
60
II- A partir da data do protocolo do requerimento, quando
requerido após 90 (noventa) dias, conforme o caso, da ces-
sação do contrato de trabalho, da última competência de
contribuição previdenciária recolhida como contribuinte in-
dividual ou do encerramento do prazo de pagamento do
seguro-desemprego.
§ 1º Poderá ainda ter o BPC restabelecido, mediante reque-
rimento, aquele que tiver o contrato de trabalho suspenso
sem remuneração ou que estiver em licença não remunerada,
observados os prazos do caput, sendo o recebimento do au-
xílio-inclusão indevido nestas situações.
§ 2º O auxílio-inclusão cessado para recebimento de bene-
fício por incapacidade temporária deverá ser restabelecido,
de forma automática, a partir do dia posterior à cessação do
benefício por incapacidade temporária, independentemente
de requerimento.
§ 3º O restabelecimento do BPC, na hipótese do caput, não
dependerá de nova avaliação da deficiência.
§ 4º Após o restabelecimento do BPC, caso se verifique
que o beneficiário se encontra há mais de 2 (dois) anos sem
reavaliação da deficiência, observado o disposto no pará-
grafo único do art. 7º, deverá ser agendada a avaliação de
deficiência para manutenção do benefício.
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§ 5º Deverão ser descontados do BPC restabelecido em va-
lor que não exceda 10% (dez por cento) da importância da
renda mensal do benefício, observado o disposto no inciso II
do art. 154 do Decreto nº 3.048, de 1999, os valores recebi-
dos do auxílio-inclusão:
I- Durante período de suspensão do contrato de trabalho sem
remuneração ou de licença não remunerada; e
II- Após a cessação do contrato de trabalho, o encerramento
da atividade empresarial, a última competência de contribui-
ção previdenciária recolhida como contribuinte individual ou
o encerramento do prazo de pagamento do seguro-desem-
prego.
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