2021 01 14 Apeca - Manual AF CQM Benef Fiscais

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0 INVESTIMENTO NO SUCESSO

BENEFÍCIOS FISCAIS
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
(Casos PrátiCos)

FORMAÇÃO
01.21
BeneFíciOs FiscAis
Rcc, RFAi, DLRR e cFei ii
(Casos PrátiCos)

FORMADOR
Prof. Doutor Carlos Quelhas Martins

FORMAçãO

pOR sisteMA De

viDeOcOnFeRênciA

1
PLaNo DE sEssÃo

BeneFíciOs FiscAis:
Rcc, RFAi, DLRR e cFei ii
(Casos PrátiCos)

DesiGnAçãO DA AçãO

oBJEtiVos
• a formação sobre Benefícios Fiscais tem como objetivo principal fornecer elementos
necessários à compreensão, estudo e aplicação prática dos principais Benefícios Fiscais em
irC, nomeadamente a remuneração Convencional do Capital, o regime Fiscal de apoio ao
investimento, a Dedução por Lucros retidos e reinvestidos e o Crédito Fiscal Extraordinário
ao investimento ii.

DUraÇÃo
8h00
9h00 - abertura | 10h45 - intervalo de 15 min. | 13h00 - almoço
14h00 - Continuação | 15h45 - intervalo de 15 min. | 18h00 – Encerramento

ForMaDor

Prof. Doutor Carlos Quelhas Martins


(Especialista em Contabilidade e Contabilista Certificado Especialista em
Contabilidade Financeira)

DEstiNatários
Empresas associadas da aPECa, podendo qualquer colaborador dessas empresas frequentar
a formação, nomeadamente Contabilistas Certificados e técnicos de Contabilidade.

3
cOnteÚDOs pROGRAMÁticOs

BENEFÍCIOS FISCAIS: RCC, RFAI, DLRR e CFEI II


(Casos Práticos)
Esta formação dotará os Formandos dos conteúdos teóricos e exemplificações práticos
suficientes sobre a temática em apreço.

0. Introdução e Enquadramento da Temática

atiViDaDEs
Exposição de conceitos, apresentação em power point, análise e resolução de casos práticos
DUraÇÃo
10 MinUtOs

1. RCC – Remuneração Convencional do Capital;

atiViDaDEs
Exposição de conceitos, apresentação em power point, análise e resolução de casos práticos
DUraÇÃo
50 MinUtOs

2. RFAI – Regime Fiscal de Apoio ao Investimento;

atiViDaDEs
Exposição de conceitos, apresentação em power point, análise e resolução de casos práticos
DUraÇÃo
180 MinUtOs

3. DLRR – Dedução por Lucros Retidos e Reinvestidos;

atiViDaDEs
Exposição de conceitos, apresentação em power point, análise e resolução de casos práticos
DUraÇÃo
120 MinUtOs

4. CFEI II – Crédito Fiscal Extraordinário ao Investimento II;

atiViDaDEs
Exposição de conceitos, apresentação em power point, análise e resolução de casos práticos
DUraÇÃo
120 MinUtOs

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MÉTODOS E TÉCNICAS PEDAGÓGICAS
Método expositivo, debate, método interrogativo, método demonstrativo

RECURSOS TÉCNICO-PEDAGÓGICOS
Quadro branco, manuais e legislação, computador, portáteis, projetores

AVALIAÇÃO
avaliação decorre no final da formação através do preenchimento de
questionários de avaliação do desempenho do formador e condições do
processo formativo

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BENEFÍCIOS FISCAIS
RCC, RFAI, DLRR E CFEI II
(CASOS PRÁTICOS)

FORMADOR
Prof. Doutor Carlos Quelhas Martins

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Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

ÍNDICE
ÍNDICE

• Introdução

• Remuneração Convencional do Capital Social (RCC)

• Regime Fiscal de Apoio ao Investimento (RFAI)

• Dedução por Lucros Retidos e Reinvestidos (DLRR)

• Crédito Fiscal Extraordinário ao Investimento II (CFEI II)

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Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

INTRODUÇÃO

• Enquadramento da Temática

• De acordo com o art.º 2 n.º 1 do Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF) consideram-se
Benefícios Fiscais:

…” As medidas de carácter excecional instituídas para tutela de interesses


públicos extrafiscais relevantes que sejam superiores aos da própria tributação que
impedem…”

• Ou seja, são medidas de caráter excecional que impedem que se processe a tributação
em termos totais ou parciais (desagravamento fiscal).

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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

INTRODUÇÃO
• Enquadramento da Temática - Tipologia
• O art.º 2 n.º 2 do EBF enumera os diversos tipos de Benefícios Fiscais:

- As isenções;

- As reduções de taxas;

- As deduções à matéria coletável e à coleta (inclui deduções ao lucro tributável);

- As amortizações e reintegrações aceleradas; e,

- Outras medidas fiscais que obedeçam às caraterísticas enunciadas no n.º 1 do


art.º 2 do EBF.

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APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

INTRODUÇÃO

• Enquadramento da Temática
• De acordo com o art.º 6 n.º 1 do EBF:

• A definição dos pressupostos objetivos e subjetivos dos benefícios fiscais deve ser feita
em termos genéricos, e:

- tendo em vista a tutela de interesses públicos relevantes, só se admitindo


benefícios de natureza individual por razões excecionais devidamente justificadas no
diploma que os instituir;

• A formulação genérica dos benefícios fiscais deve obedecer ao princípio da igualdade,


de modo a não falsear ou ameaçar falsear a concorrência.

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RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

INTRODUÇÃO

• Enquadramento da Temática – Despesa Fiscal

• De acordo com o art.º 2 n.º 3 do EBF os Benefícios Fiscais são considerados despesas
fiscais, as quais podem ser previstas no Orçamento do Estado ou em documento anexo
e, sendo caso disso, nos Orçamentos das Regiões Autónomas e das Autarquias Locais.

• O art.º 106 n.º 3 al. g) da Constituição da República Portuguesa (CRP) relativo à


elaboração do Orçamento refere que a proposta do Orçamento deve ser acompanhada
de relatórios sobre os Benefícios Fiscais e a estimativa de Receita Cessante.

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INTRODUÇÃO
• Enquadramento da Temática – Classificação
• De acordo com o art.º 5 n.º 1 do EBF os Benefícios Fiscais podem ser classificados em:

- Automáticos: quando resultam direta e imediatamente da Lei (ex: Art.º 21 –


Fundos de poupança-reforma e Planos de poupança-reforma);

- Dependentes de Reconhecimento: que pressupõem um ou mais atos posteriores


de reconhecimento (ex: Art.º 45 – Prédios urbanos objeto de reabilitação).

• O reconhecimento dos benefícios fiscais pode ter lugar por ato administrativo ou por
acordo entre a Administração e os interessados, tendo, em ambos os casos, efeito
meramente declarativo, salvo quando a lei dispuser em contrário.

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INTRODUÇÃO

• Enquadramento da Temática – Classificação

• Os Benefícios Fiscais podem ainda ser classificados em:

- Permanentes: quando são fixados sem referência à sua durabilidade temporal;

- Temporários: quando a lei determina expressamente o prazo da sua vigência.

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INTRODUÇÃO

• Enquadramento da Temática – Constituição do Direito

• De acordo com o art.º 12 do EBF o direito aos Benefícios Fiscais deve reportar-se à
data da verificação dos respetivos pressupostos, ainda que esteja dependente de
reconhecimento declarativo pela administração fiscal ou de acordo entre esta e a
pessoa beneficiada, salvo quando a lei dispuser de outro modo.

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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

INTRODUÇÃO
• Enquadramento da Temática – Impedimento de Reconhecimento do Direito
• De acordo com o art.º 13 n.º 1 do EBF os Benefícios Fiscais dependentes de reconhecimento
não podem ser concedidos quando:

a) No final do ano civil anterior ao pedido, o sujeito passivo tenha deixado de efetuar o
pagamento de qualquer imposto sobre o rendimento, a despesa ou o património, e a situação
se mantenha no termo do prazo para o exercício do direito de audição no âmbito do
procedimento de concessão do benefício;

b) O sujeito tenha deixado de efetuar o pagamento de contribuições relativas ao


sistema da segurança social, se, no momento em que ocorre a consulta, a situação
contributiva não se encontrar regularizada.

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INTRODUÇÃO

• Enquadramento da Temática – Impedimento de Reconhecimento do Direito

• Segundo o art.º 13 n.º 2 do EBF a existência de dívidas só é impeditiva do reconhecimento


dos benefícios fiscais se a dívida tributária em causa, sendo exigível, não tenha sido objeto
de reclamação, impugnação ou oposição e prestada garantia idónea, quando devida.

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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

INTRODUÇÃO

• Enquadramento da Temática – Extinção


• O art.º 14 n.º 1 do EBF refere que a extinção dos Benefícios Fiscais tem por consequência
a reposição automática da tributação-regra.

• Os benefícios fiscais, quando temporários, caducam pelo decurso do prazo por que foram
concedidos e, quando condicionados, pela verificação dos pressupostos da respetiva
condição resolutiva ou pela inobservância das obrigações impostas, imputável ao
beneficiário (art.º 14 n.º 2 do EBF).

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INTRODUÇÃO

• Enquadramento da Temática – Extinção

• O art.º 14 n.º 7 do EBF veio clarificar as regras que determinam a extinção dos Benefícios
Fiscais dos sujeitos passivos que possuam dívidas.

• A verificação da existência de dívidas é feita da seguinte forma:

• Impostos sobre o Rendimento: no final do ano ou período de tributação em que se


verificou o facto tributário e se mantenham no termo do prazo para o exercício do direito
de audição no âmbito do procedimento de liquidação do imposto a que o benefício respeita.

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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

INTRODUÇÃO

• Enquadramento da Temática – Extinção

• Caso Prático n.º 1 – Benefícios – Impostos sobre o Rendimento:

A Sociedade Mar Azul, Lda. possui dívidas fiscais em 31 de dezembro de 2020 e as mesmas
não foram objeto de reclamação, impugnação ou oposição. O Gerente da sociedade pretende
saber se a sociedade perde o direito aos benefícios fiscais em sede de IRC aquando da
entrega da declaração Modelo 22 em 2021 relativa ao período de 2020?

Resposta: A sociedade não perde o direito aos Benefícios Fiscais, desde que regularize a
situação até ao termo do prazo para o exercício do direito de audição no âmbito do
procedimento de liquidação do IRC.

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Benefícios Fiscais:
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INTRODUÇÃO

• Enquadramento da Temática – Extinção

• O art.º 14 n.º 7 do EBF veio clarificar as regras que determinam a extinção dos Benefícios
Fiscais dos sujeitos passivos que possuam dívidas.

• A verificação da existência de dívidas é feita da seguinte forma:

• Impostos Periódicos sobre o Património: no momento em que se verificou o facto tributário


e se mantenham no termo do prazo para o pagamento voluntário do imposto ou da
primeira prestação, quando aplicável.

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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

INTRODUÇÃO

• Enquadramento da Temática – Extinção

• Caso Prático n.º 2 – Benefícios – Impostos Periódicos sobre o Património:

O Sr. Manuel Joaquim possui dívidas fiscais em 31 de dezembro de 2020 e pretende saber se
perde o direito à isenção do IMI para a habitação própria e permanente, relativa ao ano de
2020, que adquiriu no ano anterior?

Resposta: O Sr. Manuel Joaquim não perde o direito aos Benefícios Fiscais, desde que
regularize a situação até ao termo do prazo para o pagamento voluntário do imposto ou da
primeira prestação do IMI, a pagar em 2021.

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Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

INTRODUÇÃO

• Enquadramento da Temática – Extinção

• O art.º 14 n.º 7 do EBF veio clarificar as regras que determinam a extinção dos Benefícios
Fiscais dos sujeitos passivos que possuam dívidas.

• A verificação da existência de dívidas é feita da seguinte forma:

• Impostos de Obrigação Única: na data em que o facto tributário ocorreu (exemplo IMT);

• Contribuições relativas ao sistema da Segurança Social: se, no momento em que ocorre a


consulta, a situação contributiva não se encontre regularizada.

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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

INTRODUÇÃO
• Enquadramento da Temática – Transmissão
• O art.º 15 n.º 1 do EBF refere que o direito aos Benefícios Fiscais, é por regra intransmissível inter
vivos, sendo porém, transmissível mortis causa se se verificarem no transmissário os pressupostos do
benefício, salvo se este for de natureza estritamente pessoal.

• É transmissível inter vivos o direito aos benefícios fiscais objetivos que sejam indissociáveis do regime
jurídico aplicável a certos bens, designadamente os que beneficiem os rendimentos de obrigações,
títulos de dívida pública e os prédios sujeitos ao regime de renda limitada (art.º 15 n.º 2 EBF).

• É transmissível mortis causa a isenção de IMI para habitação própria e permanente, se a mesma for
considerada habitação própria e permanente para todos os herdeiros.

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Benefícios Fiscais:
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INTRODUÇÃO

• Enquadramento da Temática – Obrigação Declarativa

• O Anexo D da Modelo 22 é obrigatoriamente apresentado pelas entidades que exercendo a


título principal, uma atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola:

- Usufruam de regimes de isenção ou de qualquer outro Benefício Fiscal que se traduza


em deduções ao rendimento ou à coleta no período a que respeita a declaração.

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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

INTRODUÇÃO
• Enquadramento da Temática – Impostos Diferidos

• Ativos por impostos diferidos: são as quantias de impostos sobre o rendimento recuperáveis
em períodos futuros respeitantes a:
a) Diferenças temporárias dedutíveis;
b) Reporte de prejuízos fiscais não utilizados; e
c) Reporte de créditos tributáveis não utilizados.

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REMUNERAÇÃO CONVENCIONAL DO CAPITAL
SOCIAL (RCC)

FORMADOR
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APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REMUNERAÇÃO CONVENCIONAL DO CAPITAL SOCIAL (RCC)

• CARATERIZAÇÃO

• De acordo com o previsto no Relatório do Orçamento do Estado para 2017, através da Lei
n.º 42/2016, de 28 de dezembro foram introduzidas alterações substanciais ao benefício
regulado pelo art.º 41.º-A do EBF – Remuneração Convencional do Capital Social (RCC):

…“Cumprindo o estabelecido no programa Capitalizar, é alterado o regime de


remuneração convencional do capital social, aumentado a taxa e eliminando restrições à sua
aplicabilidade, incentivando que o financiamento das empresas se faça através do reforço
dos capitais próprios…”.

• O Benefício Fiscal da Remuneração Convencional do Capital é uma Dedução ao Lucro


Tributável.

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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

REMUNERAÇÃO CONVENCIONAL DO CAPITAL SOCIAL (RCC)

• CARATERIZAÇÃO

• Com a Lei do Orçamento do Estado para 2017, o Benefício Fiscal da Remuneração


Convencional do Capital:

- Deixa de estar sujeito às regras europeias aplicáveis em matéria de auxílios de


minimis;

- Deixa de se exigir que os sócios que participem na constituição da sociedade


ou no aumento do capital social sejam exclusivamente pessoas singulares, sociedades de
capital de risco ou investidores de capital de risco, bem como que a sociedade beneficiária
seja qualificada como micro, pequena ou média empresa.

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REMUNERAÇÃO CONVENCIONAL DO CAPITAL SOCIAL (RCC)

• CARATERIZAÇÃO

• Com a Lei do Orçamento do Estado para 2017, o Benefício Fiscal da Remuneração


Convencional do Capital:

- Às entradas e aumentos de capital realizados até à data da entrada em vigor da


Lei do Orçamento do Estado para 2017, continua a aplicar-se, relativamente às
importâncias aplicadas até essa mesma data, o disposto no artigo 41.º-A do EBF na
redação anteriormente em vigor.

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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REMUNERAÇÃO CONVENCIONAL DO CAPITAL SOCIAL (RCC)

• CARATERIZAÇÃO

• Com a Lei do Orçamento do Estado para 2018, o Benefício Fiscal da Remuneração


Convencional do Capital é alargado o benefício, passando a compreender também:

- As entradas em espécie correspondentes à conversão de quaisquer créditos;

- O aumento de capital com recurso aos lucros gerados no próprio exercício, desde
que o registo do aumento de capital se realize até à entrega da declaração de rendimentos
relativa ao exercício em causa.

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Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REMUNERAÇÃO CONVENCIONAL DO CAPITAL SOCIAL (RCC)

• ÂMBITO SUBJETIVO

• O benefício fiscal da Remuneração Convencional do Capital abrange as seguintes


entidades, com sede ou direção efetiva em território português:

- Sociedades comerciais ou civis sob forma comercial;

- Cooperativas;

- Empresas públicas, e demais pessoas coletivas de direito público ou privado.

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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

REMUNERAÇÃO CONVENCIONAL DO CAPITAL SOCIAL (RCC)

• BENEFÍCIO FISCAL

• Dedução ao lucro tributável de uma importância correspondente à remuneração


convencional do capital social, calculada mediante a aplicação, limitada a cada exercício,
da taxa de 7% ao montante das entradas realizadas até 2.000.000 € por
entregas em dinheiro ou através da conversão de créditos, ou do recurso aos lucros do
próprio exercício no âmbito da constituição de sociedade ou do aumento do capital
social.

• É efetuada no apuramento do lucro tributável relativo ao período de tributação em que


sejam realizadas as entradas e nos cinco períodos de tributação seguintes.

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Benefícios Fiscais:
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REMUNERAÇÃO CONVENCIONAL DO CAPITAL SOCIAL (RCC)

• CONDIÇÕES

• Desde que:

- O seu lucro tributável não seja determinado por métodos indiretos;

- A sociedade beneficiária não reduza o seu capital social com restituição aos sócios,
quer no período de tributação em que sejam realizadas as entradas relevantes para
efeitos da remuneração convencional do capital social, quer nos cinco períodos de
tributação seguintes.

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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REMUNERAÇÃO CONVENCIONAL DO CAPITAL SOCIAL (RCC)

• CONDIÇÕES

• Apenas considera as entradas em espécie correspondentes à conversão de suprimentos


ou de empréstimos de sócios realizadas a partir de 1 de janeiro de 2017 ou a partir do
primeiro dia do período de tributação que se inicie após essa data, quando este não
coincida com o ano civil; (Nota: A Autoridade Tributária veio posteriormente esclarecer
que ainda que os suprimentos tenham sido realizados em data anterior, desde que se
comprovasse a entrada efetiva de capital, estes também seriam aceites para a RCC)

• Apenas considera as entradas em espécie correspondentes à conversão de créditos de


terceiros realizadas a partir de 1 de janeiro de 2018 ou a partir do primeiro dia do
período de tributação que se inicie após essa data, quando este não coincida com o ano
civil.

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REMUNERAÇÃO CONVENCIONAL DO CAPITAL SOCIAL (RCC)

• INCUMPRIMENTO

• Caso a sociedade beneficiária reduza o seu capital social com restituição aos sócios, quer
no período de tributação em que sejam realizadas as entradas relevantes, quer nos cinco
períodos de tributação seguintes:

- deverá considerar como rendimento do período de tributação em que ocorra a


redução do capital com restituição aos sócios, do somatório das importâncias deduzidas a
título de remuneração convencional do capital social, majorado em 15%.

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RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

REMUNERAÇÃO CONVENCIONAL DO CAPITAL SOCIAL (RCC)

• MEDIDA ANTIABUSO

• O regime da remuneração convencional do capital social não se aplica quando, no


mesmo período de tributação ou num dos cinco períodos de tributação anteriores, o
mesmo seja ou haja sido aplicado a sociedades que detenham direta ou indiretamente
uma participação no capital social da empresa beneficiária, ou sejam participadas, direta
ou indiretamente, pela mesma sociedade, na parte referente ao montante das entradas
realizadas no capital social daquelas sociedades que haja beneficiado do presente
regime.

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REMUNERAÇÃO CONVENCIONAL DO CAPITAL SOCIAL (RCC)

• OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

• Dedução no campo 774 do quadro 07 da declaração modelo 22 do IRC,

e consequentemente, preencher o campo 409 do quadro 04 do Anexo D da declaração


modelo 22 do IRC.

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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REMUNERAÇÃO CONVENCIONAL DO CAPITAL SOCIAL (RCC)

• Caso Prático n.º 3 – Benefício Fiscal RCC:

A empresa Tudo Azul, Lda., procedeu em 2020 a um aumento de capital com entregas em
dinheiro pelos sócios no montante de 100.000 €.

Qual o valor do benefício fiscal?

Resolução:

• 7% * 100.000 € = 7.000 € - a deduzir ao Lucro tributável (Q07) nos exercícios de 2020,


2021, 2022, 2023, 2024 e 2025.

[Poupança Fiscal no cômputo dos seis anos = 7.000 * 6 anos * (21% + 1,5%) = 9.450 €.]

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• Caso Prático n.º 3 – Benefício Fiscal RCC - OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

• Dedução no campo 774 do quadro 07 da declaração modelo 22 do IRC, (2020 a 2025)

7.000,00

e consequentemente, preencher o campo 409 do quadro 04 do Anexo D da declaração


modelo 22 do IRC.

7.000,00

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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

REMUNERAÇÃO CONVENCIONAL DO CAPITAL SOCIAL (RCC)

• Caso Prático n.º 4 – Benefício Fiscal RCC:

A empresa A Ver o Mar, Lda., procedeu em 2020 a um aumento de capital por conversão de um
crédito de um fornecedor no montante de 70.000 €.

Qual o valor do benefício fiscal?

Resolução:

• 7% * 70.000 € = 4.900 € - a deduzir ao Lucro tributável (Q07) nos exercícios de 2020,


2021, 2022, 2023, 2024 e 2025.

[Poupança Fiscal no cômputo dos seis anos = 4.900 * 6 anos * (21% + 1,5%) = 6.615 €.]

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Benefícios Fiscais:
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REMUNERAÇÃO CONVENCIONAL DO CAPITAL SOCIAL (RCC)

• Caso Prático n.º 4 – Benefício Fiscal RCC - OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

• Dedução no campo 774 do quadro 07 da declaração modelo 22 do IRC, (2020 a 2025)

4.900,00

e consequentemente, preencher o campo 409 do quadro 04 do Anexo D da declaração


modelo 22 do IRC.

4.900,00

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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REMUNERAÇÃO CONVENCIONAL DO CAPITAL SOCIAL (RCC)

• Caso Prático n.º 5 – Benefício Fiscal RCC:

A empresa Tudo Fixe, Lda., foi constituída em 2020 e os sócios subscreveram e realizaram o
capital social no montante de 2.700.000 €.

Qual o valor do benefício fiscal?

Resolução:

• 7% * 2.000.000 € = 140.000 € - a deduzir ao Lucro tributável nos exercícios de 2020, 2021,


2022, 2023, 2024 e 2025. (O valor da dedução ao lucro tributável está limitado a cada
exercício, à aplicação da taxa de 7% ao montante das entradas realizadas até 2.000.000 €).

[Poupança Fiscal no cômputo dos seis anos = 140.000 * 6 anos * (21% + 1,5%) = 189.000 €.]

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Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REMUNERAÇÃO CONVENCIONAL DO CAPITAL SOCIAL (RCC)

• Caso Prático n.º 5 – Benefício Fiscal RCC - OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

• Dedução no campo 774 do quadro 07 da declaração modelo 22 do IRC, (2020 a 2025)

140.000,00

e consequentemente, preencher o campo 409 do quadro 04 do Anexo D da declaração


modelo 22 do IRC.

140.000,00

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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

REMUNERAÇÃO CONVENCIONAL DO CAPITAL SOCIAL (RCC)

• Caso Prático n.º 6 – Benefício Fiscal RCC:

A empresa Tudo Fixe, Lda., que em 2020 tinha subscrito e realizado capital social no montante
de 2.700.000 €, em 2022 procedeu à redução do capital social com restituição aos sócios no
montante de 2.500.000 €.

Qual o valor do benefício fiscal a restituir?

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• Caso Prático n.º 6 – Benefício Fiscal RCC:

Resolução:

• Uma vez que a sociedade beneficiária reduziu o seu capital social com restituição aos sócios,
no segundo período de tributação seguinte, deverá considerar como rendimento do período
de tributação em que ocorra a redução do capital com restituição aos sócios, ou seja 2021, o
somatório das importâncias deduzidas a título de remuneração convencional do capital social,
majorado em 15%.

• 140.000 € * 2 anos * 1,15 = 322.000 € - a acrescer campo 752 do quadro 07 da modelo 22,
ao Lucro tributável no exercício de 2022 (da dedução relativa nos anos de 2020 e 2021).

322.000,00

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• Caso Prático n.º 7 – Benefício Fiscal RCC:

A empresa Mais Azul, Lda., em 2018 procedeu a um aumento do capital social através da
realização de entradas no montante de 500.000 € o que lhe permitiu obter uma dedução ao
lucro tributável, do benefício fiscal da RCC, desse ano e em 2019 de 500.000 € * 7% =
35.000 €.

Em 2020 a sociedade efetuou novo aumento do capital social no montante de 2.000.000 €,


pelo que segundo o Contabilista Certificado tal aumento permitirá obter uma dedução ao lucro
tributável desse ano de 2.000.000 € * 7% = 140.000 €. No entanto o Contabilista Certificado
tem dúvidas se poderá beneficiar do Benefício Fiscal conjunto dos dois aumentos de capital
social realizados, pelo que solicita-lhe ajuda nesta temática.

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• Caso Prático n.º 7 – Benefício Fiscal RCC:

Resolução:
• De acordo com o n.º 1 do art.º 41-A do EBF o benefício fiscal aplicável à Remuneração
Convencional do Capital está limitada a cada exercício ao montante máximo de 7% *
2.000.000 € = 140.000 €.
• Pelo que, em 2020, a Sociedade poderá beneficiar de uma dedução de 35.000 € relativa ao
aumento do capital social de 2018 e de 105.000 € do aumento do capital social realizado em
2020.
• Nos anos de 2024 e 2025, anos em que a dedução do benefício fiscal do aumento do capital
social de 2018 não existe em virtude de já ter terminado em 2023, a sociedade poderá
utilizar relativamente ao aumento do capital social realizado em 2020 o benefício fiscal total
de 140.000 € em cada um desses anos.

(Adaptado do Oficio Circulado n.º 20226, de 16-12-2020)

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• OFICIO CIRCULADO N.º 20226 de 16-12-2020

• Norma transitória – art.º 226 da Lei n.º 42/2016, de 28 de dezembro

• Tendo em conta a norma transitória constante do art.º 226 da Lei n.º 42/2016, de 28 de
dezembro, às entradas realizadas antes das alterações introduzidas por este diploma não
é aplicável o limite da dedução ao lucro tributável por cada período de tributação (7% *
2.000.000 € = 140.000 €), previsto no n.º 1 do artigo 41.º-A do EBF, podendo as
deduções efetuadas ao abrigo da anterior legislação (por se encontrar ainda em curso o
prazo de dedução) ser cumuláveis com as deduções efetuadas após a entrada em vigor
das alterações introduzidas pela Lei n.º 42/2016.

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• Caso Prático n.º 8 – Benefício Fiscal RCC:

A empresa Amanhã Talvez, Lda., está enquadrada no regime de Transparência Fiscal e


pretende realizar um aumento do capital social em 2020 de 400.000 € por entradas em
dinheiro dos sócios. O contabilista certificado tem dúvidas se o mesmo é enquadrado no
Benefício Fiscal da RCC?

Resposta: Uma entidade enquadrada no Regime da Transparência Fiscal, cumprindo o


disposto no art.º 41-A do EBF pode beneficiar do Benefício Fiscal da RCC.

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• Caso Prático n.º 9 – Benefício Fiscal RCC:

A empresa Amanhã é Tarde Demais, Lda., está enquadrada no Regime Simplificado de IRC e
pretende realizar um aumento do capital social em 2020 de 400.000 € por entradas em
dinheiro dos sócios. O contabilista certificado tem dúvidas se o mesmo é enquadrado no
Benefício Fiscal da RCC?

Resposta: Uma entidade enquadrada no Regime Simplificado não pode beneficiar do


Benefício Fiscal da RCC, em virtude do mesmo ser uma dedução ao Lucro Tributável.

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• Caso Prático n.º 10 – Benefício Fiscal RCC:


A empresa Sem Fim à Vista, Lda., pretende efetuar um aumento do capital social em 2020
com recurso aos lucros do próprio período obtidos pelo Resultado do Período de 2019 de modo
a usufruir do Benefício Fiscal da RCC ainda na Modelo 22 de 2019. O contabilista certificado da
entidade questiona-o a si enquanto estudioso destas temáticas se tal é possível e quais os
procedimentos a adotar?

Resposta: O aumento do capital social por incorporação dos lucros do período anterior,
transferidos em 01 de janeiro de 2020 para resultados transitados, tem de ser aprovado em
Assembleia Geral - Ata de Aumento do Capital. Posteriormente é necessário efetuar o registo
na Conservatória do Registo Comercial do aumento do capital, previamente ao envio da
Declaração Modelo 22 (31 de julho de 2020). Cumpridos estes formalismos a entidade
beneficia da RCC no período de tributação de 2019 e seguintes.

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• Caso Prático n.º 11 – Benefício Fiscal RCC:


A empresa Sol Poente, Lda., pretende efetuar um aumento do capital social em 2020 com
recurso a suprimentos realizados pelos sócios em 2018. O contabilista certificado da entidade
questiona-o a si enquanto estudioso destas temáticas se tal é enquadrável na RCC e quais os
procedimentos a adotar?

Resposta: O aumento de capital social por conversão de suprimentos é considerado um


aumento por entradas em espécie (art.º(s) 87 a 93 CSC). Para efeitos de verificação das
entradas, no caso de conversão de suprimentos, é suficiente declaração do contabilista
certificado ou revisor oficial de contas, sempre que a revisão de contas seja legalmente
exigida, mencionando que a quantia consta dos regimes contabilísticos bem como a
proveniência e a data (art.º 89 n.º 4 CSC). O aumento do capital social por conversão de
suprimentos é enquadrável no Benefício Fiscal da RCC.

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• Caso Prático n.º 12 – Benefício Fiscal RCC:

A empresa Tudo a Postos, Lda., foi constituída em Janeiro de 2019, tendo sido subscrito e
realizado um capital social de 100.000 euros. Em formação assistida em Novembro de 2020 o
contabilista certificado apercebe-se que não considerou o Benefício Fiscal da RCC desta
entidade na Modelo 22 de 2019. Questiona se é possível beneficiar da RCC nos restantes
anos, nomeadamente 2020, 2021, 2022, 2023 e 2024?

Resposta: O facto do benefício fiscal da RCC não ter sido utilizado em 2019 não é impeditivo
de ser utilizado nos anos seguintes. Relativamente à Modelo 22 de 2019, poderá ter acesso ao
benefício desse período mediante entrega de uma declaração modelo 22 de substituição (art.º
122 n.º 2 do CIRC) ou reclamação graciosa, nos termos do art.º 131 do CPPT.

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REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO
(RFAI)

FORMADOR
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REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

INTRODUÇÃO

• De acordo com o art.º 1 n.º 2 do Código Fiscal do Investimento (CFI) o RFAI constitui:

- Um regime de auxílios de Estado com finalidade regional, aprovado nos termos do


Regulamento (UE) n.º 651/2014 da Comissão, de 16 de junho de 2014, que declara certas
categorias de auxílio compatíveis com o mercado interno, em aplicação dos artigos 107.º e
108.º do Tratado, publicado no Jornal Oficial da União Europeia n.º L 187, de 26 de junho de
2014 (ao abrigo do qual foi aprovado e, quando aplicável, das orientações relativas aos auxílios com
finalidade regional para o período 2014-2020, publicadas no Jornal oficial da União Europeia, n.º C
209, de 23 de julho de 2013).

• O RFAI está regulamentado nos artigos 22.º a 26.º do CFI, Portaria 297/2015, de 21 de
dezembro e Portaria 282/2014, de 30 de dezembro.

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REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

ÂMBITO DE APLICAÇÃO

• De acordo com o art.º 22 n.º 1 do CFI o RFAI é aplicável aos sujeitos passivos de IRC que
exerçam uma atividade nos setores especificamente previstos no n.º 2 do art.º 2 do CFI,
tendo em consideração os códigos de atividade definidos na portaria prevista no n.º 3 do
referido artigo (Portaria 282/2014, de 30 de dezembro), com exceção das atividades
excluídas do âmbito setorial de aplicação das OAR (Orientações de Auxílios Regionais) e do
RGIC (Regulamento Geral de Isenção por Categoria).

Nota: O art.º 22 n.º 1 do CFI evidencia que o RFAI aplicasse aos sujeitos passivos que
exerçam determinadas atividades específicas, entendidas como atividades principais e/ou
secundárias.

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REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

ÂMBITO DE APLICAÇÃO SETORIAL

• De acordo com o estipulado no art.º 2 da Portaria 282/2014, de 30 de dezembro, e sem


prejuízo das restrições previstas no art.º 1 da presente portaria, as atividades económicas
previstas, correspondem aos seguintes códigos da Classificação Portuguesa de Atividades
Económicas, Revisão 3 (CAE-Rev.3), aprovada pelo Decreto-Lei n.º 381/2007, de 14 de
novembro:

a) Indústrias extrativas — divisões 05 a 09;

b) Indústrias transformadoras — divisões 10 a 33;

c) Alojamento — divisão 55;

d) Restauração e similares — divisão 56;

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ÂMBITO DE APLICAÇÃO SETORIAL

e) Atividades de edição — divisão 58;


f) Atividades cinematográficas, de vídeo e de produção de programas de televisão —
grupo 591;
g) Consultoria e programação informática e atividades relacionadas — divisão 62;
h) Atividades de processamento de dados, domiciliação de informação e atividades
relacionadas e portais Web — grupo 631;
i) Atividades de investigação científica e de desenvolvimento — divisão 72;
j) Atividades com interesse para o turismo — subclasses 77210, 90040, 91041,
91042, 93110, 93210, 93292, 93293 e 96040;
k) Atividades de serviços administrativos e de apoio prestados às empresas —
classes 82110 e 82910.

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ÂMBITO DE APLICAÇÃO SETORIAL – ATIVIDADES EXCLUÍDAS

• Não são elegíveis para a concessão de benefícios fiscais os projetos de investimento que
tenham por objeto as atividades económicas dos setores:

- Siderúrgico;

- Carvão;

- Pesca e Aquicultura;

- Produção Agrícola Primária;

- Transformação e comercialização de produtos agrícolas enumerados no anexo I do


Tratado sobre funcionamento da União Europeia;

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ÂMBITO DE APLICAÇÃO SETORIAL – ATIVIDADES EXCLUÍDAS

• Não são elegíveis para a concessão de benefícios fiscais os projetos de investimento que
tenham por objeto as atividades económicas dos setores:

- Silvicultura;

- Construção Naval;

- Fibras Sintéticas;

- Transportes e das Infraestruturas conexas; e

- Produção, Distribuição e Infraestruturas Energéticas.

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• Caso Prático n.º 13 – Atividades Excluídas:

A empresa Agrícola Castanha Mais, Lda., tem como atividades o CAE Principal 10394 –
Descasque e transformação de frutos de casca rija comestíveis e o CAE Secundário 10391
– Congelação de frutos e de produtos agrícolas. A atividade exercida é um “mix” das duas
atividades e a empresa pretende saber se as atividades exercidas se enquadram no
âmbito das atividades que podem beneficiar do RFAI?

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• Caso Prático n.º 13 – Atividades Excluídas:

Resolução:

• No caso em apreço as atividades exercidas pela entidade estão excluídas no âmbito de


aplicação do RFAI por se tratarem de atividades relacionadas com a produção agrícola
primária e a transformação e comercialização de produtos agrícolas, conforme enumeradas
no Anexo I do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia.

(Adaptado da Informação Vinculativa – Processo 2018 002453, PIV n.º 14059)

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INVESTIMENTOS RELEVANTES

• De acordo com o art.º 22 n.º 2 do CFI consideram-se aplicações relevantes os


investimentos nos seguintes ativos, desde que afetos à exploração da empresa:

a) Ativos fixos tangíveis, adquiridos em estado de novo, com exceção de:


i) Terrenos, salvo no caso de se destinarem à exploração de concessões
mineiras, águas minerais naturais e de nascente, pedreiras, barreiros e areeiros em
investimentos na indústria extrativa;
ii) Construção, aquisição, reparação e ampliação de quaisquer edifícios, salvo
se forem instalações fabris ou afetos a atividades turísticas, de produção de audiovisual ou
administrativas;

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INVESTIMENTOS RELEVANTES

• De acordo com o art.º 22 n.º 2 do CFI consideram-se aplicações relevantes os


investimentos nos seguintes ativos, desde que afetos à exploração da empresa:

a) Ativos fixos tangíveis, adquiridos em estado de novo, com exceção de:

iii) Viaturas ligeiras de passageiros ou mistas;

iv) Mobiliário e artigos de conforto ou decoração, salvo equipamento hoteleiro


afeto a exploração turística;

v) Equipamentos sociais;

vi) Outros bens de investimento que não estejam afetos à exploração da


empresa.

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INVESTIMENTOS RELEVANTES

• De acordo com o art.º 22 n.º 2 do CFI consideram-se aplicações relevantes os


investimentos nos seguintes ativos, desde que afetos à exploração da empresa:

b) Ativos intangíveis, constituídos por despesas com transferência de tecnologia,


nomeadamente através da aquisição de direitos de patentes, licenças, «know how» ou
conhecimentos técnicos não protegidos por patentes.

• Para os sujeitos passivos de IRC que não se enquadrem na categoria de micro, pequenas e
médias empresas, tal como definidas na Recomendação n.º 2003/361/CE (Qualificação
IAPMEI), as aplicações relevantes em ativos intangíveis não podem exceder 50% das
aplicações relevantes (art.º 22 n.º 3 do CFI).

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• QUALIFICAÇÃO - IAPMEI

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CONDIÇÕES

• De acordo com o art.º 22 n.º 4 do CFI podem beneficiar do RFAI os sujeitos passivos de IRC
que preencham cumulativamente as seguintes condições:

a) Disponham de contabilidade regularmente organizada, de acordo com a


normalização contabilística e outras disposições legais em vigor para o respetivo setor de
atividade;

b) O seu lucro tributável não seja determinado por métodos indiretos;

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CONDIÇÕES

• De acordo com o art.º 22 n.º 4 do CFI podem beneficiar do RFAI os sujeitos passivos de IRC
que preencham cumulativamente as seguintes condições:

c) Mantenham na empresa e na região durante um período mínimo de três anos a


contar da data dos investimentos, no caso micro, pequenas e médias empresas, ou cinco anos
nos restantes casos, os bens objeto do investimento;
- ou, quando inferior, durante o respetivo período mínimo de vida útil (Dec.
Regulamentar 25/2009)
- ou, até ao período em que se verifique o respetivo abate físico, desmantelamento,
abandono ou inutilização, observadas as regras previstas no artigo 31.º-B do CIRC.

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CONDIÇÕES

• De acordo com o art.º 22 n.º 4 do CFI podem beneficiar do RFAI os sujeitos passivos de IRC
que preencham cumulativamente as seguintes condições:

d) Não sejam devedores ao Estado e à Segurança Social de quaisquer contribuições,


impostos ou quotizações ou tenham o pagamento dos seus débitos devidamente assegurado;

e) Não sejam consideradas empresas em dificuldade;

f) Efetuem investimento relevante que proporcione a criação de postos de trabalho e a


sua manutenção até ao final do período de manutenção dos bens objeto de investimento nos
termos da alínea c).

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CONDIÇÕES – NÃO SER EMPRESAS EM DIFICULDADE

• De acordo com o n.º 1 do art.º 2 da Portaria 297/2015 o conceito de empresas em dificuldade


deve ser interpretado nos termos do §18 do art.º 2 do RGIC. Assim, considera-se uma
empresa em dificuldade aquela em que se verifique uma das seguintes situações:

a) Perda de mais de metade do capital subscrito, com exceção das PME existentes há menos de
três anos;

b) Estar sujeita a um processo de insolvência ou se verificar os requisitos para que qualquer


credor possa dar início ao processo;

c) Ter beneficiado de um auxílio de emergência ainda não reembolsado ou ter beneficiado de um


auxílio à reestruturação encontrando-se a seguir o respetivo plano;

d) Se não se tratar de uma PME, o rácio dívida contabilística/fundos próprios seja superior a 7,5
e o rácio de cobertura dos juros calculados com base no EBITDA, ser inferior a 1, para os últimos
dois anos.

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CONDIÇÕES

• De acordo com o n.º 2 do art.º 2 da Portaria 297/2015:

b) Não podem beneficiar do RFAI os sujeitos passivos sujeitos a uma injunção de


recuperação na sequência de uma decisão da Comissão, ainda pendente, que declare um
auxílio ilegal e incompatível com o mercado interno;

c) A contribuição financeira dos sujeitos passivos, a partir dos seus recursos próprios ou
mediante financiamento externo que assuma uma forma isenta de qualquer apoio público,
deve corresponder, pelo menos, a 25% das aplicações relevantes.

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CONDIÇÕES – POSTOS DE TRABALHO

• Para efeitos de preenchimento da condição de acesso relativa ao entendimento de “criação


de postos de trabalho” a letra da Lei é omissa.

• O Regulamento (UE) n.º 651/2014, de 17 de junho de 2014, determina que um projeto de


investimento deve conduzir a um aumento líquido do número de trabalhadores do
estabelecimento em causa, em comparação com a média dos 12 meses anteriores, ou
seja, qualquer perda de postos de trabalho deve ser deduzida do número aparente de
postos de trabalho criados nesse período. E cada posto de trabalho criado através do
investimento deve ser mantido na zona em causa durante um período mínimo de 5 anos
a contar da data em que a vaga foi preenchida, ou 3 anos no caso de PME.

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CONDIÇÕES – POSTOS DE TRABALHO

• A Informação Vinculativa relativa ao Processo n.º 2010 001800, PIV n.º 818 de 04-04-2011
referia que no entendimento da Autoridade Tributária a criação líquida de postos de trabalho
era garantida única e exclusivamente na admissão de trabalhadores através de celebração
de contrato de trabalho sem termo, ou por tempo indeterminado, ou na conversão de
trabalho com termo em trabalho sem termo.

• Na Informação Vinculativa relativa ao Processo n.º 2016 000717, de 04-07-2017 a


Autoridade Tributária refere que “desde que esses postos de trabalho sejam mantidos até
ao final do período de manutenção dos bens objeto de investimento mostra-se observada a
condição imposta pela alínea f) do n.º 4 do art.º 22 do CFI”.

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CONDIÇÕES – POSTOS DE TRABALHO

• A condição dos Postos de Trabalho considera-se cumprida, quando, à data de 31 de


dezembro do ano em análise, se verifique um aumento líquido do número de trabalhadores
relativamente à média dos 12 meses precedentes;

• No caso em que o investimento realizado constitua, tão só, adições aos investimentos em
curso, elegíveis, a criação dos postos de trabalho só pode ser aferida no final do período de
tributação em que o investimento estiver concluído.

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CONDIÇÕES – INVESTIMENTOS INICIAIS

• De acordo com a al. d) do n.º 2 do art.º 2 da Portaria 297/2015 os benefícios fiscais apenas
são aplicáveis relativamente a investimentos iniciais:

- Os investimentos relacionados com a criação de um novo estabelecimento;

- O aumento da capacidade de um estabelecimento já existente (ex: variação VBP);

- A diversificação da produção de um estabelecimento no que se refere a produtos não


fabricados anteriormente nesse estabelecimento;

- Ou, uma alteração fundamental do processo de produção global de um estabelecimento


existente.

Nota: VBP = Vol. Negócios + Inventários de Produção + Trabalhos P.P. Entidade + Rend. Suplementares + Subsídios à Exploração

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CONDIÇÕES

• Nos termos do n.º 3 do art.º 2 da Portaria 297/2015, o período de três ou cinco anos
conta-se a partir da data em que se considera concluído o investimento.

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INVESTIMENTO REALIZADO

• De acordo com o n.º 5 do art.º 22 do CFI considera-se investimento realizado o


correspondente às adições, verificadas em cada período de tributação, de ativos fixos
tangíveis e ativos intangíveis e bem assim o que, tendo a natureza de ativo fixo tangível e
não dizendo respeito a adiantamentos, se traduza em adições aos investimentos em curso.

• Não se consideram as adições de ativos que resultem de transferências de investimentos


em curso transitado de períodos anteriores, exceto se forem adiantamentos. (n.º 6 do
art.º 22 do CFI)

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INVESTIMENTO REALIZADO

• Segundo n.º 7 do art.º 22 do CFI nas regiões elegíveis para auxílios nos termos da alínea
c) do n.º 3 do art.º 107 do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia constantes
da tabela do art.º 43 do CFI (Algarve, Península de Setúbal, Mafra, Loures, Vila Franca de
Xira, S. João das Lampas e Terrugem), no caso de empresas que não se enquadrem na
categoria de micro, pequenas e médias empresas, apenas podem beneficiar do RFAI os
investimentos que respeitem a uma nova atividade económica, ou seja:

- a um investimento em ativos fixos tangíveis e intangíveis relacionados com a


criação de um novo estabelecimento; ou,

- com a diversificação da atividade de um estabelecimento, na condição de a nova


atividade não ser a mesma ou uma atividade semelhante à anteriormente exercida no
estabelecimento (novo CAE).

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3
5
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47
Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

INVESTIMENTO REALIZADO

• Segundo n.º 1 do art.º 3 da Portaria 297/2015, nos casos em que o investimento inicial,
respeite a:

- Uma alteração fundamental do processo de produção, o montante das aplicações


relevantes deve exceder o montante das amortizações e depreciações dos ativos associados
à atividade a modernizar contabilizadas nos três períodos de tributação anteriores ao do
início da realização do projeto de investimento.

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6
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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

INVESTIMENTO REALIZADO

• Segundo n.º 2 do art.º 3 da Portaria 297/2015, nos casos em que o investimento inicial,
consiste na:

-Na diversificação da atividade de um estabelecimento existente, as aplicações


relevantes devem exceder em, pelo menos, 200 % o valor líquido contabilístico dos ativos
que são reutilizados, tal como registado no período de tributação anterior ao do início da
realização do investimento.

77
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48
Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

INVESTIMENTO REALIZADO

• Segundo n.º 3 do art.º 3 da Portaria 297/2015, para efeitos do investimento em ativos


intangíveis, conforme disposto na alínea b) do n.º 2 do artigo 22.º do CFI,
independentemente da forma que assuma o investimento inicial, apenas se consideram
aplicações relevantes os ativos aí previstos que:

a) Sejam exclusivamente utilizados no estabelecimento objeto dos benefícios fiscais;

b) Sejam amortizáveis, nos termos das regras contabilísticas em vigor;

c) Sejam adquiridos em condições de mercado a terceiros não relacionados com o


adquirente; e

d) Permaneçam associados ao investimento a favor do qual o auxílio é concedido


durante pelo menos cinco anos, ou três anos no caso de micro, pequenas e médias empresas.

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4
2
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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

• Caso Prático n.º 14 – Investimento Realizado:

A empresa Transforma, Lda., enquadrável em RFAI, pretende saber em que período de


tributação deverá ser considerado o benefício fiscal do RFAI relativo ao investimento
efetuado em ativo fixo tangível em curso em 2019 e que entrou em funcionamento em
2020?

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3
5
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Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

• Caso Prático n.º 14 – Investimento Realizado:


Resolução:

• De acordo com o n.º 5 do art.º 22 do CFI “considera-se investimento realizado o


correspondente às adições, verificadas em cada período, de ativos fixos tangíveis e ativos
intangíveis e bem assim o que, tendo a natureza de ativo fixo tangível e não dizendo
respeito a adiantamentos, se traduza em adições aos investimentos em curso” e o n.º 6
deste artigo refere “para efeitos do disposto no número anterior, não se consideram as
adições de ativos que resultem de transferências de investimentos em curso transitado de
períodos anteriores, exceto se forem adiantamentos”.

• Nestes termos, os investimentos em curso realizados em 2019 que não tenham a natureza
de adiantamentos e que assumam a natureza de ativo fixo tangível devem ser considerados
para efeitos de dedução do RFAI em 2019.

(Adaptado da Informação Vinculativa – Processo 399/2017)

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6
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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

• Caso Prático n.º 15 – Investimento Realizado:

A empresa Tudo Fixe, Lda., solicita-se a si enquanto estudioso destas temáticas, um


esclarecimento sobre o enquadramento em RFAI da aquisição a um locador financeiro de
um pavilhão para utilização produtiva e administrativa. A empresa pretende saber se é
elegível para efeitos de RFAI o pavilhão tendo em consideração que o pavilhão (i) já foi
utilizado, (ii) se encontra em estado de novo e (iii) nunca teve um titular?

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50
Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

• Caso Prático n.º 15 – Investimento Realizado:


Resolução:

• Nem o CFI nem o RGIC contêm a definição de “estado de novo”, pelo que a Autoridade
Tributária tem vindo a considerar que um Ativo Fixo Tangível é considerado em “estado de
novo” se não integrou anteriormente o ativo não corrente da empresa que pretende usufruir
do RFAI ou de qualquer outra empresa.

• Neste caso a aquisição foi feita a um locador financeiro e o pavilhão já foi utilizado, pelo que
se conclui que essa utilização foi perpetrada ou pela própria requerente ou por outro sujeito
passivo numa fase anterior, ao abrigo de um contrato de locação financeira. O que, de acordo
com a NCRF 9 – Locações, este bem já foi contabilizado como Ativo Fixo Tangível noutra
empresa, pelo que não se está na presença de um ativo adquirido em estado de novo.

(Adaptado da Informação Vinculativa – Processo 2015 001110 – PIV N.º 8602)

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4
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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

• Caso Prático n.º 16 – Investimento Realizado Elegível:

A empresa Fixe Mais, Lda., com sede em Matosinhos e com o CAE 13930 Fabricação de
Tapetes e Carpetes decidiu criar um novo estabelecimento fabril em Vila do Conde.

O investimento realizado foi o seguinte:

- Aquisição do Terreno - 150.000 €;

- Construção do Edifício Fabril – 1.500.000 €;

- Aquisição de Máquinas Industriais – 2.000.000 €;

- Adiantamento para ativo fixo tangível em curso – 250.000 €;

- Aquisição de uma viatura ligeira de passageiros – 25.000 €.

Pedido: Qual o montante dos investimentos realizados é elegível para RFAI?

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3
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Benefícios Fiscais:
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REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

• Caso Prático n.º 16 – Investimento Realizado:

Resolução:

• O Investimento Realizado Elegível para RFAI:

- Construção do Edifício Fabril – 1.500.000 €;

- Aquisição de Máquinas Industriais – 2.000.000 €;

Total do Investimento Realizado Elegível : 3.500.000 €.

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6
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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

• Caso Prático n.º 17 – Investimentos Relevantes:

A empresa Tudo Azul, Lda., possuía um investimento enquadrável em RFAI, relativo a um


investimento inicial de construção de uma nave/pavilhão industrial para aumento da
capacidade produtiva a ser construído entre 2017 e 2020. No entanto em 2019 em face de
um incêndio ocorrido no pavilhão industrial, que estava a ser construído, ficou queimado
as chapas de cobertura e o revestimento do mesmo, pelo que em 2020 foi necessário
proceder à substituição dos mesmos.

A empresa pretende saber da elegibilidade, ou não, em sede de RFAI, da parte do


investimento relativo à substituição de chapas na cobertura e revestimento do pavilhão
industrial que ocorreu em 2020, motivada pelo incêndio de 2019.

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Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

• Caso Prático n.º 17 – Investimentos Relevantes:

Resolução:

• De acordo com o n.º 5 do art.º 22 do CFI apenas se consideram elegíveis as aplicações


relevantes em ativos fixos tangíveis adquiridos em estado de novo que se traduzam em
adições, pelo que os investimentos de substituição estão excluídos do enquadramento em
RFAI.

(Adaptado da Informação Vinculativa – Processo 2020 004282, PIV n.º 18369)

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4
2
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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

BENEFÍCIOS FISCAIS – DEDUÇÃO À COLETA IRC

• Segundo art.º 23 n.º 1 al. a) ponto 1 do CFI – Regiões elegíveis da alínea a) do n.º 3 do
art.º 107 do Tratado de Funcionamento da União Europeia constantes da tabela prevista
no n.º 1 do art.º 43.º:

- 25% das aplicações relevantes, relativamente ao investimento realizado até ao


montante de 15.000.000 €;

- 10% das aplicações relevantes, relativamente à parte do investimento realizado


que exceda o montante de 15.000.000 €.

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Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

BENEFÍCIOS FISCAIS – DEDUÇÃO À COLETA IRC

• Segundo art.º 23 n.º 1 al. a) ponto 2 do CFI – Regiões elegíveis da alínea c) do n.º 3 do
art.º 107 do Tratado de Funcionamento da União Europeia constantes da tabela prevista
no n.º 1 do art.º 43.º:

- 10% das aplicações relevantes, relativamente ao investimento realizado.

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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

BENEFÍCIOS FISCAIS – LIMITES

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Benefícios Fiscais:
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REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

• Caso Prático n.º 18 – Regiões Elegíveis:

A empresa Contas Mais que Certas, Lda., com a CAE 69200 – Atividades de contabilidade e
auditoria, possui a sua sede no Prior Velho, concelho de Loures. A empresa pretende
diversificar a sua atividade abrangendo o CAE 18130 – Atividades de preparação da
impressão e de produtos media, fazendo investimento em máquinas de impressão, tendo
como objetivo sedear esta atividade na freguesia de Rio de Mouro, concelho de Sintra.

A Empresa pretende obter informações da elegibilidade deste investimento na freguesia de


Rio de Mouro, concelho de Sintra, para efeitos de enquadramento de RFAI?

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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

• Caso Prático n.º 18 – Regiões Elegíveis:

Resolução:

• No caso em apreço a entidade pretende diversificar a sua atividade a qual será abrangida
pelo CAE 18130 – Atividade de preparação da impressão e de produtos media, a qual é
elegível. No entanto, na região da Grande Lisboa apenas são elegíveis as regiões de Mafra,
Loures, Vila Franca de Xira e S. João das Lampas, pelo que, a freguesia de Rio de Mouro,
concelho de Sintra e distrito de Lisboa, não é elegível para efeitos de RFAI.

(Adaptado da Informação Vinculativa – Processo 2019 000084, PIV n.º 14838)

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55
Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

BENEFÍCIOS FISCAIS – LIMITES

• Segundo o art.º 23 n.º 5 do CFI os benefícios fiscais devem respeitar os limites máximos
aplicáveis aos auxílios com finalidade regional em vigor na região na qual o investimento
seja efetuado, nos termos do art.º 43 do CFI.

• De acordo com o art.º 43 n.º 1 do CFI para o período de 01 de julho de 2014 a 31 de


dezembro de 2020 os limites máximos são os evidenciados na figura evidenciada
Benefícios Fiscais - Limites.

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6
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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

BENEFÍCIOS FISCAIS – LIMITES

• Ainda de acordo com o n.º 2 do art.º 43 do CFI os limites evidenciados são majorados em
10 pontos percentuais para as médias empresas e em 20 pontos percentuais para as micro
e pequenas empresas, exceto quanto a projetos de investimento cujas aplicações relevantes
excedam € 50.000.000,00.

• Exemplo: Microentidade e Pequena Empresa na Zona Norte: Limite = 25% + 20% = 45%
Média Empresa na Zona Norte: Limite = 25% + 10% = 35%

• No caso de projetos de investimento cujas aplicações relevantes excedam € 50.000.000,00,


independentemente da dimensão da empresa, os limites previstos no n.º 1 do art.º 43
estão sujeitos ao ajustamento previsto no estabelecido no § 20 do art.º 2 do RGIC. ( art.º
43 n.º 3)

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Benefícios Fiscais:
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REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

BENEFÍCIOS FISCAIS – DEDUÇÃO À COLETA IRC

• Segundo art.º 23 n.º 2 do CFI a dedução à coleta é efetuada na liquidação de IRC


respeitante ao período de tributação em que sejam realizadas as aplicações relevantes,
com os seguintes limites:

a) No caso de investimentos realizados no período de tributação do início de


atividade e nos dois períodos de tributação seguintes, exceto quando a empresa resultar de
cisão, até à concorrência do total da coleta do IRC apurada em cada um desses períodos de
tributação;

b) Nos restantes casos, até à concorrência de 50% da coleta do IRC apurada em


cada período de tributação.

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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
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BENEFÍCIOS FISCAIS – DEDUÇÃO À COLETA IRC

• De acordo com o art.º 23 n.º 3 do CFI quando a dedução à coleta não possa ser efetuada
integralmente por insuficiência de coleta, a importância ainda não deduzida pode sê-lo nas
liquidações dos 10 períodos de tributação seguintes:

- até à concorrência da coleta de IRC apurada em cada um dos períodos de


tributação, no caso de investimentos abrangidos pela alínea a) do número anterior, ou

- com o limite previsto na alínea b) do mesmo número, nos casos aí previstos.

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BENEFÍCIOS FISCAIS – DEDUÇÃO À COLETA IRC

• Nota Importante: Publicação da Informação Vinculativa relativa ao Processo 2019 001093,


PIV n.º 15306 relativa aos Limites Passíveis de Dedução à Coleta de IRC – RFAI e DLRR

• No caso em concreto pretendia-se saber quais os montantes e limites passíveis de dedução


à coleta do período de tributação de 2018, relativos aos benefícios fiscais respeitantes ao
Regime Fiscal de Apoio ao Investimento (RFAI) e à Dedução por Lucros Retidos e
Reinvestidos (DLRR), tendo em consideração a existência de RFAI de vários anos.

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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)


BENEFÍCIOS FISCAIS – DEDUÇÃO À COLETA IRC

• Nota Importante: Publicação da Informação Vinculativa relativa ao Processo 2019 001093,


PIV n.º 15306 relativa aos Limites passíveis de dedução à coleta – RFAI e DLRR

• Quanto ao valor total de benefícios fiscais passiveis de dedução à coleta do IRC, o limite da
dedução a efetuar em cada um dos 10 períodos de tributação está subordinado à coleta
apurada nesse mesmo período de tributação em que é efetuada a dedução,
independentemente de o limite ser até à concorrência da coleta ou até à concorrência de
50% da coleta.

• Havendo reporte de RFAI de mais do que um período de tributação, poderá ser absorvida a
totalidade da coleta, desde que o RFAI a deduzir, relativo a cada um dos períodos em reporte
e/ou do próprio período, não ultrapasse, cada um “per si”, o montante correspondente a
50% da coleta do IRC (percentagem aplicável ao caso em análise) do período de tributação
em que é efetuada a dedução.

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Benefícios Fiscais:
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REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

BENEFÍCIOS FISCAIS – DEDUÇÃO À COLETA IRC

• Nota Importante: Publicação da Informação Vinculativa relativa ao Processo 2019 001093,


PIV n.º 15306 relativa aos Limites passíveis de dedução à coleta – RFAI e DLRR

• Quanto à operacionalidade dos benefícios que operam por dedução à coleta, a dedução pode
ser feita em função da antiguidade do nascimento do direito aos benefícios (FIFO), sendo
que, quando tenham origem no mesmo período de tributação, mostra-se razoável que se
possa deduzir, em primeiro lugar, o benefício que não é reportável e/ou a parcela do
benefício cujo período de dedução é mais curto.

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Benefícios Fiscais:
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BENEFÍCIOS FISCAIS – TRIBUTAÇÃO AUTÓNOMA

• Segundo art.º 88 n.º 21 do CIRC a liquidação das tributações autónomas em IRC é efetuada
nos termos previstos no artigo 89.º e tem por base os valores e as taxas que resultem do
disposto nos números anteriores, não sendo efetuadas quaisquer deduções ao montante global
apurado, ainda que essas deduções resultem de legislação especial.

• Ou seja, o Benefício Fiscal da dedução à coleta do RFAI não permite a dedução ao montante a
pagar das Tributações Autónomas.

• (Acórdão n.º 516/2020, de 31/12 do Tribunal Constitucional – Não julga inconstitucional o


afastamento da dedução relativa a benefícios fiscais da coleta apurada em sede de tributações
autónomas)

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BENEFÍCIOS FISCAIS – IMPOSTOS SOBRE O PATRIMÓNIO

• Segundo art.º 23 n.º 1 do CFI aplicam-se as seguintes isenções ou reduções de impostos


sobre o Património (condicionadas ao reconhecimento pela Assembleia Municipal):

b) Isenção ou redução de IMI, por um período até 10 anos a contar do ano de


aquisição ou construção do imóvel, relativamente aos prédios utilizados pelo promotor no
âmbito dos investimentos que constituam aplicações relevantes nos termos do art.º 22;

c) Isenção ou redução de IMT relativamente às aquisições de prédios que constituam


aplicações relevantes nos termos do art.º 22;

d) Isenção de Imposto do Selo relativamente às aquisições de prédios que


constituam aplicações relevantes nos termos do art.º 22.

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BENEFÍCIOS FISCAIS – LIMITES

• Segundo art.º 23 n.º 5 do CFI os benefícios fiscais previstos (dedução à coleta de IRC,
Isenção ou Redução de IMI e IMT e Isenção de Imposto do Selo) devem respeitar os
limites máximos aplicáveis aos auxílios com finalidade regional, nos termos do art.º 43.

• Caso os investimentos beneficiem de outros auxílios de Estado (exemplo Portugal 2020) o


cálculo dos limites referidos no art.º 23 n.º 5 deve ter em consideração o montante total
dos auxílios de Estado com finalidade regional concedidos ao investimento em questão,
provenientes de todas as fontes (art.º 23 n.º 6 do CFI).

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BENEFÍCIOS FISCAIS – EXCLUSIVIDADE

• De acordo com o art.º 24 n.º 1 do CFI o RFAI não é cumulável com quaisquer benefícios
fiscais da mesma natureza, incluindo os benefícios fiscais de natureza contratual,
relativamente às mesmas aplicações relevantes, previstos neste ou noutros diplomas
legais;

• O RFAI é cumulável com a DLRR (Dedução por Lucros Retidos e Reinvestidos), desde, e na
medida em que, não sejam ultrapassados os limites máximos previstos nos n.º(s) 5 e 6 do
art.º 23 do CFI.

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4
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Benefícios Fiscais:
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REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

• Caso Prático n.º 19 – Acumulação RFAI:

A empresa Transforma Tudo, Lda., enquadrável em RFAI, pretende saber da possibilidade


de acumulação do RFAI com o benefício financeiro constante da candidatura que efetuou
no âmbito do programa Portugal 2020?

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• Caso Prático n.º 19 – Acumulação RFAI:

Resolução:

• No caso em apreço o benefício financeiro constante da candidatura que efetuou no âmbito do


Programa Portugal 2020 poderá ser cumulável com o RFAI dado que a candidatura assume a
natureza de benefícios financeiros.

• No entanto a empresa deverá ter em consideração no cálculo dos limites o montante total dos
auxílios de Estado com finalidade regional concedidos ao investimento em questão,
proveniente de todas as fontes.

(Adaptado da Informação Vinculativa – Processo 399/2017)

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BENEFÍCIOS FISCAIS – OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS

• De acordo com o art.º 25 n.º 1 do CFI a dedução à coleta de IRC é justificada por
documento a integrar o processo de documentação fiscal a que se refere o art.º 130 do
CIRC (Dossier Fiscal) que identifique discriminadamente as aplicações relevantes, o
respetivo montante e outros elementos considerados relevantes;

• Do processo de documentação fiscal relativo ao exercício da dedução deve ainda constar


documento que evidencie o cálculo do benefício fiscal, bem como documentos
comprovativos das condições de elegibilidade prevista no art.º 22.

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BENEFÍCIOS FISCAIS – PROCESSO DE DOCUMENTAÇÃO FISCAL

• De acordo com o art.º 7 n.º 1 da Portaria 297/2015 e para efeitos do disposto nos n.º(s) 1
e 2 do artigo 25.º do CFI, os sujeitos passivos devem incluir no processo de documentação
fiscal a que se refere o artigo 130.º do Código do IRC os seguintes elementos:

a) Descrição do investimento inicial, indicando designadamente os objetivos, áreas


de intervenção e os principais investimentos, bem como o respetivo enquadramento numa
das tipologias previstas na alínea d) do n.º 2 do artigo 2.º da presente portaria;

b) Formulário referido no n.º 2 do artigo anterior, quando aplicável;

c) Documentos suscetíveis de comprovar o cenário contrafactual descrito nos termos


dos n.º(s) 2 e 3 do artigo anterior, quando aplicável;

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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
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BENEFÍCIOS FISCAIS – PROCESSO DE DOCUMENTAÇÃO FISCAL

• De acordo com o art.º 7 n.º 1 da Portaria 297/2015 e para efeitos do disposto nos n.º(s) 1
e 2 do artigo 25.º do CFI, os sujeitos passivos devem incluir no processo de documentação
fiscal a que se refere o artigo 130.º do Código do IRC os seguintes elementos:

d) Identificação da data e custo de aquisição de todas as aplicações relevantes, bem


como listagem das faturas que titulem a respetiva aquisição;

e) Identificação da região ou regiões em que foi realizado o investimento e das


respetivas aplicações relevantes;

f) Cálculo dos benefícios fiscais previstos no n.º 1 do artigo 23.º do Código Fiscal do
Investimento relativos ao investimento realizado em aplicações relevantes no período e
tributação e respetivos valores atualizados de acordo com o disposto nas alíneas b) e c) do
n.º 1 e nos n.º(s) 2 e 3 do artigo 4.º da presente portaria;

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Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

BENEFÍCIOS FISCAIS – PROCESSO DE DOCUMENTAÇÃO FISCAL

• De acordo com o art.º 7 n.º 1 da Portaria 297/2015 e para efeitos do disposto nos n.º(s) 1
e 2 do artigo 25.º do CFI, os sujeitos passivos devem incluir no processo de documentação
fiscal a que se refere o artigo 130.º do Código do IRC os seguintes elementos:

g) Identificação de outros auxílios de Estado concedidos ao mesmo investimento e


cálculo do montante dos auxílios, atualizado de acordo com o disposto nas alíneas b) e c) do
n.º 1 e nos n.º(s) 2 e 3 do artigo 4.º da presente portaria;

h) Determinação da intensidade dos auxílios concedido ao mesmo investimento, em


percentagem, resultante do quociente entre o montante total dos auxílios de Estado e o
montante das aplicações relevantes;

i) Cálculo do limite máximo de auxílio, de acordo com o disposto no artigo 43.º do


Código Fiscal do Investimento;

108
6
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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

BENEFÍCIOS FISCAIS – PROCESSO DE DOCUMENTAÇÃO FISCAL

• De acordo com o art.º 7 n.º 1 da Portaria 297/2015 e para efeitos do disposto nos n.º(s) 1
e 2 do artigo 25.º do CFI, os sujeitos passivos devem incluir no processo de documentação
fiscal a que se refere o artigo 130.º do Código do IRC os seguintes elementos:

j) Apuramento, quando aplicável, do excesso entre o limite máximo de auxílio e o


montante dos auxílios de Estado concedidos ao mesmo investimento, calculado nos termos
da alínea g).

109
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64
Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

BENEFÍCIOS FISCAIS – PROCESSO DE DOCUMENTAÇÃO FISCAL

• Refere o n.º 2 do art.º 7 n.º 1 da Portaria 297/2015 que nas situações em que o
investimento compreenda aplicações relevantes em mais do que uma região e a estas
correspondam, nos termos do artigo 43.º do Código Fiscal do Investimento, limites de
auxílio diferenciados, o cálculo do limite máximo do auxílio deve ter em consideração o
limite máximo de auxílio aplicável em cada região em que o investimento tenha sido
realizado.

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4
2
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RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

BENEFÍCIOS FISCAIS – OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS


• O Benefício Fiscal do RFAI obriga ao preenchimento do campo 355 do Quadro 10 da
declaração Modelo 22:

e, consequentemente:

• Preenchimento do Anexo D – Campos do Quadro 074 da Modelo 22;

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3
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Benefícios Fiscais:
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BENEFÍCIOS FISCAIS – OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS
• Preenchimento do Anexo D – Campos do Quadro 078-A da Modelo 22 ( decomposto pelo
Quadro 078-A1; Quadro 078-A2 e Quadro 078-A3.

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6
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REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

BENEFÍCIOS FISCAIS – OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS – Valores Atualizados


• A Informação Vinculativa relativa ao Processo 2016 000717 de 04-07-2017 evidencia
explicação do cálculo dos valores atualizados, bem como dos limites máximos a que se
refere o art.º 43 do CFI.

• De acordo com a Informação Vinculativa e relativamente aos benefícios que integram o


RFAI e que são utilizados em “tranches” (a dedução à coleta de IRC e o IMI), é necessário
que em cada período de tributação em que os benefícios são utilizados/usufruídos, se
proceda ao cálculo do seu valor atual, reportado ao termo do período de tributação em que
sejam realizadas as aplicações relevantes.

• Para este cálculo devem ter-se em consideração as taxas de atualização aplicáveis aos
vários momentos em que os benefícios são utilizados (cf. alínea c) do n.º 1 do art.º 4.º da
Portaria n.º 297/2015, de 21 de setembro).

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66
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BENEFÍCIOS FISCAIS – OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS – Valores Atualizados
• As várias taxas (de referência e de atualização) vão sendo publicadas num mapa, na página
da Comissão Europeia, no seguinte endereço:
http://ec.europa.eu/competition/state_aid/legislation/reference_rates.html

• Para o cálculo da taxa de atualização, deve ser adicionada uma margem de cem pontos de
base. O valor atualizado dos benefícios fiscais é calculado usando a seguinte fórmula:

ou seja: Valor atual = Σ_(t=1)^n Fct/〖(1+i)〗^t


• em que:
t é o número de períodos de tributação em que os benefícios fiscais são utilizados;
i é a taxa de atualização em vigor no termo do período de tributação em que o benefício fiscal é
utilizado;
Fct é o valor (nominal) dos benefícios fiscais respeitante a cada um dos períodos de tributação
em que são utilizados.

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4
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BENEFÍCIOS FISCAIS – OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS – Valores Atualizados

• Apesar de o limite máximo ser calculado a partir de valores atuais, os valores a inscrever no
quadro 07 - Deduções à coleta do Anexo D à declaração modelo 22 são apresentados em
valores nominais, os quais são calculados nos termos do art.º 23.º do CFI.

• Porém, em cada período de tributação em que os benefícios fiscais são utilizados (deduzidos à
coleta), há que confirmar se, por força do montante deduzido à coleta (atualizado), já se
encontra excedido o limite máximo inicialmente calculado.

• Para isso, tem de se atualizar os valores de todos os benefícios fiscais utilizados nesse período
de tributação, adicioná-los aos valores atuais dos benefícios fiscais já utilizados no(s)
período(s) anterior(es) (relacionados com o mesmo investimento inicial) e verificar se o
respetivo somatório já é superior ao limite máximo que foi apurado no ano da concessão do
incentivo financeiro e em que tiveram início as aplicações relevantes.

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3
5
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67
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BENEFÍCIOS FISCAIS – OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS – Valores Atualizados

• Se for esse o caso, o valor excedente tem de ser acrescido no campo 372 - Reposição de
benefícios fiscais do quadro 10 - Cálculo do Imposto da Declaração modelo 22, em
obediência ao n.º 4 do art.º 4.º da Portaria n.º 297/2015, de 21 de setembro.

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6
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Benefícios Fiscais:
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REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

BENEFÍCIOS FISCAIS – OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS – Intensidade Auxílios


Concedidos ao mesmo Investimento

• Para efeitos de cumprimento do disposto na alínea h) do n.º 1 do art.º 7.º da Portaria n.º
297/2015, a intensidade dos auxílios concedidos ao mesmo investimento, em percentagem,
obtém-se, em cada período de tributação, dividindo o somatório do valor atualizado do
incentivo financeiro não reembolsável, do valor atualizado dos juros que seriam calculados
sobre a parte reembolsável se fossem devidos e do valor atualizado dos benefícios fiscais já
utilizados até esse período de tributação, pelo valor total atualizado das aplicações
relevantes associadas ao projeto em causa.

• Este cálculo tem por objetivo confirmar se foram ou não excedidos os limites máximos
aplicáveis aos auxílios de investimento com finalidade regional (cf. art.º 43.º do CFI).

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68
Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

• Caso Prático n.º 20 – Dedução à Coleta de IRC:

A empresa Têxtil Mais, Lda., que iniciou a sua atividade em 2019 e é uma pequena
empresa, com o CAE 13910 - Fabricação de Tecidos de Malha, localizada em Vila Nova de
Cerveira realizou em 2020 todos os investimentos relevantes em ativos fixos tangíveis no
montante de 400.000 € relativos a aumento da sua capacidade produtiva e pretende
usufruir do benefício fiscal do RFAI.

Sabendo que em 2020 a empresa teve uma coleta de IRC de 125.000 €, qual a dedução à
coleta de IRC do Benefício Fiscal RFAI?

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4
2
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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

• Caso Prático n.º 20 – Dedução à Coleta de IRC:

Resolução:

• Cálculo da dedução à coleta = 25% * 400.000 € = 100.000 €

• Limite Dedução à Coleta = 100% * 125.000 € = 125.000 €

• Benefício Fiscal do RFAI a considerar em 2020 = 100.000 €

119
3
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Benefícios Fiscais:
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REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

• Caso Prático n.º 20 – Dedução à Coleta de IRC:


Rubricas Ano 2020
n 1
Dedução RFAI 100 000,00
Resolução: RFAI atualizado 99 413,46

Investimento 400 000,00


• Cálculo dos valores atualizados Investimento atualizado 397 653,84

Incentivo financeiro 0,00


Incentivo financeiro atualizado 0,00

TOTAL BENEFÍCIOS 100 000,00


TOTAL INVESTIMENTO 400 000,00

Tx base -0,41
tx desconto (tx base + 100pb) 0,59
tx desconto % 0,59%

120
6
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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

• Caso Prático n.º 20 – Dedução à Coleta de IRC - OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

• Dedução no campo 355 do quadro 10 da declaração modelo 22 do IRC,

100.000,00

e consequentemente, preencher os campos do quadro 074 do Anexo D da declaração modelo 22


do IRC.

742 2020 100.000,00 100.000,00 0,00


100.000,00 100.000,00 0,00

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70
Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)
• Caso Prático n.º 20 – Dedução à Coleta de IRC - OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

e também, preencher os campos do quadro 078-A do Anexo D da modelo 22 do IRC.

1 Único 1 01-01-2020 31-12-2020 002 PT111 13910 400.000,00 397.653,84

1 400.000,00 397.653,84 100.000,00 99.413,46 99.413,46

1 397.653,84 99.413,46 99.413,46 25 %

122
4
2
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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

• Caso Prático n.º 21 – Dedução à Coleta de IRC:

A empresa Têxtil Mais, Lda., que iniciou a sua atividade em 2010 e é uma pequena
empresa, com o CAE 13910 - Fabricação de Tecidos de Malha, localizada em Vila Nova de
Cerveira realizou em 2020 todos os investimentos relevantes em ativos fixos tangíveis no
montante de 400.000 € relativos a aumento da sua capacidade produtiva e pretende
usufruir do benefício fiscal do RFAI.

Sabendo que em 2020 a empresa teve uma coleta de IRC de 50.000 €, qual a dedução à
coleta de IRC do Benefício Fiscal RFAI?

123
3
5
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71
Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

• Caso Prático n.º 21 – Dedução à Coleta de IRC:

Resolução:

• Cálculo da dedução à coleta = 25% * 400.000 € = 100.000 €

• Limite Dedução à Coleta = 50% * 50.000 € = 25.000 €

• Benefício Fiscal do RFAI a considerar em 2020 = 25.000 €, os restantes 75.000 € poderão ser
deduzidos nas liquidações de IRC dos 10 períodos de tributação seguintes.

124
6
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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

• Caso Prático n.º 21 – Dedução à Coleta de IRC:


Rubricas Ano 2020
n 1
Dedução RFAI 25 000,00
Resolução: RFAI atualizado 24 853,37

Investimento 400 000,00


• Cálculo dos valores atualizados Investimento atualizado 397 653,84

Incentivo financeiro 0,00


Incentivo financeiro atualizado 0,00

TOTAL BENEFÍCIOS 25 000,00


TOTAL INVESTIMENTO 400 000,00

Tx base -0,41
tx desconto (tx base + 100pb) 0,59
tx desconto % 0,59%

125
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72
Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

• Caso Prático n.º 21 – Dedução à Coleta de IRC - OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

• Dedução no campo 355 do quadro 10 da declaração modelo 22 do IRC,

25.000,00

e consequentemente, preencher os campos do quadro 074 do Anexo D da declaração modelo 22


do IRC.

742 2020 100.000,00 25.000,00 75.000,00


100.000,00 25.000,00 75.000,00

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4
2
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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)
• Caso Prático n.º 21 – Dedução à Coleta de IRC - OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

e também, preencher os campos do quadro 078-A do Anexo D da modelo 22 do IRC.

1 Único 1 01-01-2020 31-12-2020 002 PT111 13910 400.000,00 397.653,84

1 400.000,00 397.653,84 25.000,00 24.853,37 24.853,37

1 397.653,84 24.853,37 24.853,37 6,25 %

127
3
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73
Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

• Caso Prático n.º 22 – Dedução à Coleta de IRC:

A empresa Têxtil Mais, Lda., que iniciou a sua atividade em 2010 e é uma pequena
empresa, com o CAE 13910 - Fabricação de Tecidos de Malha, localizada em Vila Nova de
Cerveira realizou em 2020 todos os investimentos relevantes em ativos fixos tangíveis no
montante de 17.000.000 € relativos a aumento da sua capacidade produtiva e pretende
usufruir do benefício fiscal do RFAI.

Sabendo que em 2020 a empresa teve uma coleta de IRC de 1.500.000 €, qual a
dedução à coleta de IRC do Benefício Fiscal RFAI?

128
6
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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

• Caso Prático n.º 22 – Dedução à Coleta de IRC:

Resolução:

• Cálculo da dedução à coleta = 25% * 15.000.000 € + 10 % * 2.000.000 € = 3.950.000 €

• Limite Dedução à Coleta = 50% * 1.500.000 € = 750.000 €

• Benefício Fiscal do RFAI a considerar em 2020 = 750.000 €, os restantes 3.200.000 € poderão ser
deduzidos nas liquidações de IRC dos 10 períodos de tributação seguintes.

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74
Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

• Caso Prático n.º 22 – Dedução à Coleta de IRC:


Rubricas Ano 2020
n 1
Dedução RFAI 750 000,00
Resolução: RFAI atualizado 745.600,95

Investimento 17.000 000,00


• Cálculo dos valores atualizados Investimento atualizado 16.900.288,30

Incentivo financeiro 0,00


Incentivo financeiro atualizado 0,00

TOTAL BENEFÍCIOS 750 000,00


TOTAL INVESTIMENTO 17.000 000,00

Tx base -0,41
tx desconto (tx base + 100pb) 0,59
tx desconto % 0,59%

130
4
2
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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

• Caso Prático n.º 22 – Dedução à Coleta de IRC - OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

• Dedução no campo 355 do quadro 10 da declaração modelo 22 do IRC,

750.000,00

e consequentemente, preencher os campos do quadro 074 do Anexo D da declaração modelo 22


do IRC.

742 2020 3.950.000,00 750.000,00 3.200.000,00


3.950.000,00 750.000,00 3.200.000,00

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3
5
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75
Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)
• Caso Prático n.º 22 – Dedução à Coleta de IRC - OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

e também, preencher os campos do quadro 078-A do Anexo D da modelo 22 do IRC.

1 Único 1 01-01-2020 31-12-2020 002 PT111 13910 17.000.000,00 16.900.288,30

1 17.000.000,00 16.900.288,30 750.000,00 745.600,95 745.600,95

1 16.900.288,30 745.600,95 745.600,95 4,41 %

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6
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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

• Caso Prático n.º 23 – Dedução à Coleta de IRC:

A empresa Comer Bem, Lda., que iniciou a sua atividade em 2015 e é uma pequena
empresa, com o CAE 56101 – Restaurantes Tipo Tradicional, localizada em Portimão
pretende abrir um novo restaurante em Albufeira pelo que realizou em 2020 todos os
investimentos relevantes em ativos fixos tangíveis no montante de 2.000.000 € relativos
à criação de um novo estabelecimento e pretende usufruir do benefício fiscal do RFAI.

Sabendo que em 2020 a empresa teve uma coleta de IRC de 200.000 €, qual a dedução à
coleta de IRC do Benefício Fiscal RFAI?

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Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

• Caso Prático n.º 23 – Dedução à Coleta de IRC:

Resolução:

• Cálculo da dedução à coleta = 10 % * 2.000.000 € = 200.000 €

• Limite Dedução à Coleta = 50% * 200.000 € = 100.000 €

• Benefício Fiscal do RFAI a considerar em 2020 = 100.000 €, os restantes 100.000 € poderão ser
deduzidos nas liquidações de IRC dos 10 períodos de tributação seguintes.

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4
2
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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

• Caso Prático n.º 23 – Dedução à Coleta de IRC:


Rubricas Ano 2020
n 1
Dedução RFAI 100 000,00
Resolução: RFAI atualizado 99.413,46

Investimento 2.000 000,00


• Cálculo dos valores atualizados Investimento atualizado 1.988.269,21

Incentivo financeiro 0,00


Incentivo financeiro atualizado 0,00

TOTAL BENEFÍCIOS 100 000,00


TOTAL INVESTIMENTO 2.000 000,00

Tx base -0,41
tx desconto (tx base + 100pb) 0,59
tx desconto % 0,59%

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3
5
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77
Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

• Caso Prático n.º 23 – Dedução à Coleta de IRC - OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

• Dedução no campo 355 do quadro 10 da declaração modelo 22 do IRC,

100.000,00

e consequentemente, preencher os campos do quadro 074 do Anexo D da declaração modelo 22


do IRC.

742 2020 200.000,00 100.000,00 100.000,00


200.000,00 100.000,00 100.000,00

136
6
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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)


• Caso Prático n.º 23 – Dedução à Coleta de IRC - OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

e também, preencher os campos do 078-A do Anexo D da modelo 22 do IRC.

1 Único 1 01-01-2020 31-12-2020 001 PT150 56101 2.000.000,00 1.988.269,21

1 2.000.000,00 1.988.269,21 100.000,00 99.413,46 99.413,46

1 1.988.269,21 99.413,46 99.413,46 5%

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78
Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

• Caso Prático n.º 24 – Dedução à Coleta de IRC:

A empresa Moldes Mais, Lda., que iniciou a sua atividade em 2010 e é uma pequena
empresa, com o CAE 25734 - Fabricação de Moldes Metálicos, localizada em Oliveira de
Azeméis, realizou entre 2018 e 2020 investimentos relevantes em ativos fixos tangíveis no
montante global de 3.500.000 € (2018 – 1.000.000 €, 2019 – 2.000.000 €, 2020 –
500.000 €) relativos a aumento da sua capacidade produtiva, que está concluído em 2020
e a empresa está a usufruir do benefício fiscal do RFAI.

Sabendo que em 2018 a Entidade teve de coleta de IRC 40.000 €, em 2019 teve de coleta
de IRC 60.000 € e em 2020 teve de coleta de IRC 100.000 €, qual a dedução à coleta de
IRC do Benefício Fiscal RFAI em 2018, 2019 e 2020 e preenchimento dos campos da
modelo 22 de 2020?

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4
2
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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

• Caso Prático n.º 24 – Dedução à Coleta de IRC:

Resolução:

Ano 2018

• Cálculo da dedução à coleta = 25% * 1.000.000 € = 250.000 €

• Limite Dedução à Coleta = 50% * 40.000 € = 20.000 €

• Utilizado na Dedução à Coleta = 20.000 €

• Benefício Fiscal do RFAI a considerar em 2018 = 20.000 €, os restantes 230.000 € poderão ser
deduzidos nas liquidações de IRC dos 10 períodos de tributação seguintes.

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3
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79
Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

• Caso Prático n.º 24 – Dedução à Coleta de IRC:

Resolução:

Ano 2019

• Cálculo da dedução à coleta = 25% * 2.000.000 € = 500.000 €

• Limite Dedução à Coleta = 50% * 60.000 € = 30.000 €

• Utilizado na Dedução à Coleta = 60.000 € (30.000 € RFAI 2018 , 30.000 € RFAI 2019)

• Benefício Fiscal do RFAI a considerar em 2019 = 60.000 €, respeitante ao RFAI de 2018 o montante de
30.000 € ficando a reportar para os próximos 9 períodos de tributação seguintes o montante de 200.000
€ (250.000 – 20.000 – 30.000) e respeitante ao RFAI de 2019 o montante de 30.000 € ficando a reportar
para os próximos 10 períodos de tributação seguintes o montante de 470.000 € (500.000 – 30.000).

140
6
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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

• Caso Prático n.º 24 – Dedução à Coleta de IRC:

Resolução:

Ano 2020

• Cálculo da dedução à coleta = 25% * 500.000 € = 125.000 €

• Limite Dedução à Coleta = 50% * 100.000 € = 50.000 €

• Utilizado na Dedução à Coleta = 100.000 € ( 50.000 € RFAI 2018 , 50.000 € RFAI 2019)

• Benefício Fiscal do RFAI a considerar em 2020 = 100.000 €, respeitante ao RFAI de 2018 o montante de
50.000 € ficando a reportar para os próximos 8 períodos de tributação seguintes o montante de
150.000 € (250.000 – 20.000 – 30.000 – 50.000), respeitante ao RFAI de 2019 o montante de 50.000
€ ficando a reportar para os próximos 9 períodos de tributação seguintes o montante de 420.000 €
(500.000 – 30.000 – 50.000) e respeitante ao RFAI de 2020 o montante de 125.000 € fica a reportar
para os próximos 10 períodos de tributação seguintes.

141
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80
Benefícios Fiscais:
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REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

• Caso Prático n.º 24 – Dedução à Coleta de IRC:


Rubricas Ano 2018 Ano 2019 Ano 2020
n 1 2 3
Resolução: Dedução RFAI 20 000,00 60 000,00 100 000,00
RFAI atualizado 19 837,33 59 204,01 98 250,68
Soma RFAI atualizado 177 292,02
• Cálculo dos valores atualizados
Investimento 1 000 000,00 2 000 000,00 500 000,00
Investimento atualizado 991 866,69 1 973 466,95 491 253,41
Soma Investimento atualizado 3 456 587,06

Incentivo financeiro 0,00 0,00 0,00


Incentivo financeiro atualizado 0,00 0,00 0,00

TOTAL BENEFÍCIOS 100 000,00


TOTAL INVESTIMENTO 3 500 000,00

Tx base -0,18 -0,33 -0,41


tx desconto (tx base + 100pb) 0,82 0,67 0,59
tx desconto % 0,82% 0,67% 0,59%

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2
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• Caso Prático n.º 24 – Dedução à Coleta de IRC - OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

• Dedução no campo 355 do quadro 10 da declaração modelo 22 do IRC,

100.000,00

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3
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REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

• Caso Prático n.º 24 – Dedução à Coleta de IRC - OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

e consequentemente, preencher os campos do quadro 074 do Anexo D da declaração modelo 22


do IRC.

742 2020 0,00 125.000,00 0,00 125.000,00


742 2019 470.000,00 0,00 50.000,00 420.000,00
742 2018 200.000,00 0,00 50.000,00 150.000,00
670.000,00 125.000,00 100.000,00 695.000,00

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RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)


• Caso Prático n.º 24 – Dedução à Coleta de IRC - OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

e também, preencher os campos do quadro 078-A do Anexo D da modelo 22 do IRC.

1 Único 1 01-01-2018 31-12-2020 002 PT16D 25734 3.500.000,00 3.456.587,06

1 500.000,00 491.253,41 100.000,00 98.250,68 98.250,68

1 3.456.587,06 177.292,02 177.292,02 5,13 %

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REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS

• A contabilidade dos sujeitos passivos de IRC beneficiários do RFAI deve evidenciar o imposto
que deixe de ser pago em resultado da dedução a que se refere o artigo 3.º, mediante
menção do valor correspondente no anexo ao balanço e à demonstração de resultados
relativa ao exercício em que se efetua a dedução.

• No caso das ME que estão dispensadas da elaboração do anexo, mas devem preencher a
informação adicional/complementar é aconselhável acrescentar um ponto 8. Benefícios
Fiscais.

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4
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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI)

BENEFÍCIOS FISCAIS – INCUMPRIMENTO

• De acordo com o art.º 26 do CFI em caso de incumprimento do disposto na alínea c) do


n.º 4 do art.º 22 do CFI (período mínimo de permanência) é adicionado ao IRC relativo ao
período de tributação em que o sujeito passivo alienou os bens objeto do investimento o
imposto que deixou de ser liquidado em virtude do presente regime, acrescido dos
correspondentes juros compensatórios majorados em 10 pontos percentuais.

• Modelo 22 Quadro 10 Campo 372

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3
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83
DEDUÇÃO POR LUCROS RETIDOS E
REINVESTIDOS (DLRR)

FORMADOR
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DEDUÇÃO POR LUCROS RETIDOS E REINVESTIDOS (DLRR)

OBJETO

• De acordo com o art.º 27 do Código Fiscal do Investimento (CFI) a DLRR constitui:

- Um regime de incentivos fiscais ao investimento em favor de micro, pequenas e médias


empresas (Classificação IAPMEI) nos termos do RGIC.

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6
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RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

DEDUÇÃO POR LUCROS RETIDOS E REINVESTIDOS (DLRR)

ÂMBITO DE APLICAÇÃO SUBJETIVO

• De acordo com o art.º 28 do CFI podem beneficiar da DLRR os sujeitos passivos de IRC
residentes em território português, bem como os sujeitos passivos não residentes com
estabelecimento estável neste território, que exerçam, a título principal, uma atividade
comercial, industrial ou agrícola, que preencham, cumulativamente, as seguintes condições:

a) Sejam micro, pequenas e médias empresas, tal como definidas na Recomendação


n.º 2003/361/CE, da Comissão, de 6 de maio de 2003 (Classificação IAPMEI);

b) Disponham de contabilidade regularmente organizada, de acordo com a


normalização contabilística e outras disposições legais em vigor para o respetivo setor de
atividade;

c) O seu lucro tributável não seja determinado por métodos indiretos;

d) Tenham a situação fiscal e contributiva regularizada.

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86
Benefícios Fiscais:
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DEDUÇÃO POR LUCROS RETIDOS E REINVESTIDOS (DLRR)

ÂMBITO DE APLICAÇÃO SUBJETIVO

• De acordo com o art.º 9 da Portaria 297/2015 a DLRR não é aplicável nos setores da pesca,
da aquicultura e da produção agrícola primária, tal como definida no § 9 do art.º 2 do RGIC.

• Também não podem beneficiar da DLRR os sujeitos passivos que:

a) Estejam sujeitos a uma injunção de recuperação na sequência de uma decisão da


Comissão Europeia, ainda pendente, que declare um auxílio ilegal e incompatível com o
mercado interno;

b) Sejam consideradas empresas em dificuldades nos termos do § 18 do art.º 2 do


RGIC.

151
42
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DEDUÇÃO POR LUCROS RETIDOS E REINVESTIDOS (DLRR)

BENEFÍCIO FISCAL

• Segundo o art.º 29 n.º 1 do CFI os sujeitos passivos podem deduzir à coleta do IRC, nos
períodos de tributação que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2014, até 10% dos
lucros retidos que sejam reinvestidos em aplicações relevantes nos termos do art.º 30, no
prazo de quatro anos contados a partir do final do período de tributação a que
correspondam os lucros retidos. (atualizado a 01/01/2020 e de aplicação aos prazos ainda
em curso em 1 de janeiro de 2020)

• Para efeitos desta dedução, o montante máximo dos lucros retidos e reinvestidos, em cada
período de tributação, é de 12.000.000 €, por sujeito passivo, de acordo com o art.º 29
n.º 2 do CFI. (atualizado a 01/01/2020)

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3
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Benefícios Fiscais:
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DEDUÇÃO POR LUCROS RETIDOS E REINVESTIDOS (DLRR)

• Caso Prático n.º 25 – Aplicação do alargamento, sucessivo, do prazo de


reinvestimento:

A empresa Sempre In Off, Lda., pretende saber se as alterações ocorridas,


sucessivamente, ao prazo de reinvestimento, previsto no n.º 1 do art.º 29 do CFI, são
aplicáveis aos lucros retidos relativos ao período de tributação de 2017?

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6
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• Caso Prático n.º 25 – Aplicação do alargamento, sucessivo, do prazo de


reinvestimento:

Resposta: Uma vez que encontra-se em curso o referido prazo de reinvestimento


relativo aos lucros retidos respeitantes ao período de 2017 (na sequência da alteração
legislativa operada pela Lei n.º 114/2017, de 29 de dezembro), atento o disposto no art.º
360 da Lei n.º 2/2020 (OE 2020), o alargamento do prazo de reinvestimento também lhe
é aplicável, pelo que os lucros retidos relativos ao período de tributação de 2017, poderão
ser reinvestidos até ao final do período de 2021.

(Adaptado da Informação Vinculativa Processo 2020 002726, PIV n.º 17870)

154
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BENEFÍCIO FISCAL

• De acordo com o art.º 29 n.º 3 do CFI a dedução é feita, nos termos da alínea c) do n.º 2
do art.º 90 do CIRC, até à concorrência de 25% da coleta de IRC.

• No caso de sujeitos passivos que sejam micro e pequenas empresas a dedução é feita até à
concorrência de 50% da coleta de IRC (art.º 29 n.º 4 do CFI)

• Refere o n.º 6 do art.º 29 do CFI que a dedução à coleta abrange as situações em que
durante o período de tributação se encontram reunidos os requisitos previstos na legislação
comercial para adiantamento por conta de lucros, não podendo essa dedução ser superior
àquela que seria obtida com base no lucro apurado no final desse período de tributação.

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4
2
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BENEFÍCIO FISCAL – NÃO REPORTE

• Na DLRR não existe reporte de dedução do benefício fiscal não utilizada para os
anos seguintes, como definido no RFAI.

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3
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BENEFÍCIO FISCAL - RETGS

• Aplicando-se o Regime Especial de Tributação de Grupos de Sociedades, a dedução à coleta:

a) Efetua-se ao montante apurado nos termos da alínea a) do artigo 90.º do CIRC,


com base na matéria coletável do grupo;

b) É feita até 25% do montante mencionado na alínea anterior e não pode ultrapassar,
em relação a cada sociedade e por cada período de tributação, o limite de 25% da coleta que
seria apurada pela sociedade que realizou as aplicações relevantes caso não se aplicasse o
regime especial de tributação de grupos de sociedades.

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BENEFÍCIO FISCAL – APLICAÇÕES RELEVANTES

• De acordo com o art.º 30 n.º 1 do CFI consideram-se aplicações relevantes, os ativos fixos
tangíveis, adquiridos em estado de novo, com exceção de:

a) Terrenos, salvo no caso de se destinarem à exploração de concessões minerais,


águas minerais naturais e de nascente, pedreiras, barreiros e areeiros em projetos de
industria extrativa;
b) Construção, aquisição, reparação e ampliação de quaisquer edifícios, salvo quando
afetos a atividades produtivas ou administrativas;
c) Viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, salvo quando afetas à exploração de
serviço público de transportes ou destinadas a serem alugadas no exercício da atividade
normal do sujeito passivo, barcos de recreio e aeronaves de turismo;

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BENEFÍCIO FISCAL – APLICAÇÕES RELEVANTES

• De acordo com o art.º 30 n.º 1 do CFI consideram-se aplicações relevantes, os ativos fixos
tangíveis, adquiridos em estado de novo, com exceção de:

d) Artigos de conforto ou decoração, salvo equipamento hoteleiro afeto à exploração


turística;

e) Ativos afetos a atividades no âmbito de acordos de concessão ou de parceria


público-privada celebrados com entidades do setor público.

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4
2
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Benefícios Fiscais:
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BENEFÍCIO FISCAL – APLICAÇÕES RELEVANTES

• De acordo com o art.º 30 n.º 2 do CFI consideram-se também aplicações relevantes, os


ativos intangíveis, constituídos por despesas com transferência de tecnologia,
nomeadamente através da aquisição de direitos de patentes, licenças, know-how ou
conhecimentos técnicos não protegidos por patente, desde que cumpridos cumulativamente
os seguintes requisitos:

a) Estejam sujeitos a amortizações ou depreciações para efeitos fiscais;

b) Não sejam adquiridos a entidades com as quais existam relações especiais nos
termos do n.º 4 do art.º 63 do CIRC.

160
3
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BENEFÍCIO FISCAL – APLICAÇÕES RELEVANTES

• Considera-se investimento realizado em aplicações relevantes o correspondente às adições,


verificadas em cada período de tributação, de ativos fixos tangíveis ou ativos intangíveis e
bem assim o que, tendo a natureza de ativo fixo tangível e não dizendo respeito a
adiantamentos, se traduza em adições aos investimentos em curso. (art.º 30 n.º 3 do CFI)

• Não se consideram as adições de ativos que resultem de transferências de investimentos em


curso. (art.º 30 n.º 4 do CFI)

• No caso de ativos adquiridos em regime de locação financeira, a dedução à coleta é


condicionada ao exercício da opção de compra pelo sujeito passivo no prazo de sete anos
contado da data da aquisição. (esta alteração de cinco para sete anos é aplicável aos prazos
em curso a 1 de janeiro de 2020) (art.º 30 n.º 5 do CFI)

161
6
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Benefícios Fiscais:
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DEDUÇÃO POR LUCROS RETIDOS E REINVESTIDOS (DLRR)

BENEFÍCIO FISCAL – APLICAÇÕES RELEVANTES

• De acordo com o art.º 30 n.º 6 as aplicações relevantes em que seja concretizado o


reinvestimento dos lucros retidos devem ser detidas e contabilizadas de acordo com as
regras que determinaram a sua elegibilidade, por um período mínimo de cinco anos.

• Quando ocorra a transmissão onerosa dos ativos em que seja concretizado o reinvestimento
dos lucros retidos antes de decorrido o prazo previsto no número anterior, o sujeito passivo
deve reinvestir, no mesmo período de tributação ou no período de tributação seguinte, o
respetivo valor de realização em aplicações relevantes nos termos do presente artigo, os
quais devem ser detidos, pelo menos, pelo período necessário para completar aquele prazo.
(art.º 30 n.º 7 do CFI)

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DEDUÇÃO POR LUCROS RETIDOS E REINVESTIDOS (DLRR)

BENEFÍCIO FISCAL – APLICAÇÕES RELEVANTES

• De acordo com o art.º 11 da Portaria 297/2015 e para efeitos do disposto no n.º 1 do


art.º 30 do CFI, apenas são elegíveis as aplicações relevantes em ativos aí previstos que
respeitem a um investimento inicial, tal como definido nos termos da alínea d) do n.º
1 do art.º 2 da presente portaria.

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4
2
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Benefícios Fiscais:
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DEDUÇÃO POR LUCROS RETIDOS E REINVESTIDOS (DLRR)

BENEFÍCIO FISCAL – APLICAÇÕES RELEVANTES

• De acordo com a al. d) do n.º 1 do art.º 2 da Portaria 297/2015, os benefícios fiscais


previstos no artigo 23.º do CFI apenas são aplicáveis relativamente a investimentos iniciais,
nos termos da alínea a) do parágrafo 49 do artigo 2.º do RGIC, considerando-se como tal:

- os investimentos relacionados com a criação de um novo estabelecimento,

- o aumento da capacidade de um estabelecimento já existente,

- a diversificação da produção de um estabelecimento no que se refere a produtos não


fabricados anteriormente nesse estabelecimento, ou

- uma alteração fundamental do processo de produção global de um estabelecimento


existente.

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3
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• Caso Prático n.º 26 – Aplicações Relevantes - Reinvestimento em DLRR:

A empresa Bovino Latino, Lda., com o CAE 1410 – Criação de Bovinos para Produção de
Leite, pretende saber se a aquisição de um terreno rústico, que a empresa considera
essencial à atividade agrícola, seria enquadrável na al. a) do n.º 1 do art.º 30 do CFI, no
período de 2020, uma vez que no período de tributação do ano de 2019 beneficiou do
benefício fiscal da DLRR.

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• Caso Prático n.º 26 – Aplicações Relevantes - Reinvestimento em DLRR:

Resposta: Cabe referir que a DLRR não é aplicável ao reinvestimento de lucros retidos nos setores
da pesca, da aquicultura e da produção agrícola primária, pelo que a atividade desenvolvida pela
empresa Bovino Latino, Lda. encontra-se nos setores excluídos do âmbito do referido benefício fiscal,
pelo que a empresa não poderia ter considerado o benefício DLRR em 2019.

Acresce ainda que, apenas são elegíveis as aplicações relevantes em ativos aí previstos que
respeitem a um “investimento inicial” pelo que não se considera relevante a “aquisição isolada” de
ativos que não integrem tal conceito.

Além do mais, de acordo com o art.º 30 n.º 1 do CFI os Terrenos não são considerados aplicações
relevantes, exceto se destinarem-se à exploração de concessões minerais, águas minerais naturais e
de nascente, pedreiras, barreiros e areeiros em projetos de industria extrativa, o que não é o caso
em análise, pelo que também por esta via não poderia beneficiar da DLRR.

(Adaptado da Informação Vinculativa Processo 2020 003259, PIV n.º 18042)

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BENEFÍCIO FISCAL – NÃO CUMULAÇÃO

• De acordo com o art.º 31 n.º 1 do CFI a DLRR não é cumulável, relativamente às mesmas
aplicações relevantes elegíveis, com quaisquer outros benefícios fiscais ao investimento da
mesma natureza.

• A DLRR é cumulável com o regime de benefícios contratuais e com o RFAI, nos termos e
condições previstos nos artigos 13.º e 24.º, respetivamente.

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4
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BENEFÍCIO FISCAL – RESERVA ESPECIAL

• De acordo com o art.º 32 n.º 1 do CFI os sujeitos passivos que beneficiem da DLRR devem
proceder à constituição no balanço, de reserva especial correspondente ao montante dos
lucros retidos e reinvestidos.

• A reserva especial não pode ser utilizada para distribuição aos sócios antes do fim do quinto
exercício posterior ao da sua constituição, sem prejuízo dos demais requisitos legais
exigíveis (art.º 32 n.º 2 do CFI).

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3
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• Caso Prático n.º 27 – Cumulatividade DLRR e RCC:

A empresa Sempre Online, Lda., pretende afetar parte do resultado líquido do período de
2020 a aumento do capital social, nas condições do art.º 41.º-A do Estatuto dos
Benefícios Fiscais (RCC) e pretende saber se ao efetuar essa afetação cumpre
simultaneamente o requisito de constituição de uma reserva indisponível para efeitos de
aplicação do benefício fiscal da DLRR?

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DEDUÇÃO POR LUCROS RETIDOS E REINVESTIDOS (DLRR)

• Caso Prático n.º 27 – Cumulatividade DLRR e RCC:

Resposta: Para a empresa beneficiar do benefício fiscal da DLRR o art.º 32 do CFI obriga
à constituição de uma “reserva especial” correspondente aos lucros retidos e reinvestidos,
a qual não pode ser utilizada para distribuição aos sócios antes do fim do quinto exercício
posterior ao da sua constituição. Se o Legislador pretendesse que tal reserva fosse
substituível por um eventual aumento do capital social tê-lo-ia acautelado na redação do
normativo, pelo que não pode beneficiar cumulativamente dos dois benefícios.

(Adaptado da Informação Vinculativa Processo 2019 002008, PIV n.º 15692)

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BENEFÍCIO FISCAL – OUTRAS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS

• O art.º 33 n.º 1 do CFI refere que a dedução à coleta em sede de IRC é justificada por
documento a integrar o processo de documentação fiscal a que se refere o art.º 130 do
CIRC (Dossier Fiscal), que identifique discriminadamente:

- o montante dos lucros retidos e reinvestidos;

- as aplicações relevantes objeto de reinvestimento;

- o respetivo montante e outros elementos considerados relevantes.

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DEDUÇÃO POR LUCROS RETIDOS E REINVESTIDOS (DLRR)

BENEFÍCIO FISCAL – OUTRAS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS

• A contabilidade dos sujeitos passivos de IRC beneficiários da DLRR deve evidenciar o


imposto que deixe de ser pago em resultado da dedução a que se refere o art.º 29,
mediante menção do valor correspondente no anexo às demonstrações financeiras relativa
ao exercício em que se efetua a dedução. ( art.º 33 n.º 2 do CFI)

• No caso das ME que estão dispensadas da elaboração do anexo, mas devem preencher a
informação adicional/complementar é aconselhável acrescentar um ponto 8. Benefícios
Fiscais.

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APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
DEDUÇÃO POR LUCROS RETIDOS E REINVESTIDOS (DLRR)

BENEFÍCIOS FISCAIS – OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

• O Benefício Fiscal da DLRR obriga ao preenchimento do campo 355 do Quadro 10 da


declaração Modelo 22;

• Preenchimento do Anexo D – Campo 727 do Quadro 075 da Modelo 22;

• Preenchimento do Anexo D – Campos do Quadro 078-A da Modelo 22 ( decomposto pelo


Quadro 078-A1; Quadro 078-A2 e Quadro 078-A3.

• Nota: Se o sujeito passivo usufruir exclusivamente de incentivos financeiros e/ou da DLRR


não deve preencher o Quadro 078-A.

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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

DEDUÇÃO POR LUCROS RETIDOS E REINVESTIDOS (DLRR)

• Caso Prático n.º 28 – Dedução à Coleta de IRC:

A empresa Produção Mais, Lda., que iniciou a sua atividade em 2019, é uma pequena
empresa, com o CAE 25120 - Fabricação de Portas, Janelas e Caixilharia, localizada em
Vila do Conde, obteve um Resultado Líquido do Período em 2020 de 950.000 € e pretende
usufruir do benefício fiscal DLRR em virtude da necessidade de investimentos a realizar
nos próximos quatro anos em face do aumento da sua capacidade produtiva.

Sabendo que em 2020 a empresa teve uma coleta de IRC de 125.000 €, qual a dedução à
coleta de IRC do Benefício Fiscal DLRR e qual o valor máximo a considerar de reserva
especial DLRR?

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Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
DEDUÇÃO POR LUCROS RETIDOS E REINVESTIDOS (DLRR)

• Caso Prático n.º 28 – Dedução à Coleta de IRC:

Resolução:

• Cálculo do Limite Máximo Dedução à Coleta = 50% * 125.000 € = 62.500 €

• Constituição da Reserva Especial DLRR (montante dedução máximo) = 62.500 / 10% =


625.000 €.

• Montante mínimo a reinvestir nos próximos quatro anos (2021 até 2024) é de 625.000 €.

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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
DEDUÇÃO POR LUCROS RETIDOS E REINVESTIDOS (DLRR)

• Caso Prático n.º 28 – Dedução à Coleta de IRC - OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

• Dedução no campo 355 do quadro 10 da declaração modelo 22 do IRC,

62.500,00

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3
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99
Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
DEDUÇÃO POR LUCROS RETIDOS E REINVESTIDOS (DLRR)

• Caso Prático n.º 28 – Dedução à Coleta de IRC - OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

e consequentemente, preencher os campos do quadro 075 do Anexo D da declaração modelo 22


do IRC.

62.500,00

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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

DEDUÇÃO POR LUCROS RETIDOS E REINVESTIDOS (DLRR)

• Caso Prático n.º 29 – Dedução à Coleta de IRC:

A empresa Já Mais, Lda., é uma média empresa, com o CAE 43210 – Instalações
Elétricas, localizada na Póvoa de Varzim, obteve um Resultado Líquido do Período em
2020 de 1.950.000 € e pretende usufruir do benefício fiscal DLRR em virtude da
necessidade de investimentos a realizar nos próximos quatro anos em face do aumento
da sua capacidade produtiva.

Sabendo que em 2020 a empresa teve uma coleta de IRC de 500.000 € e considerou
aquando da decisão de aplicação do resultado líquido do período de 2020 a constituição
de uma Reserva Especial DLRR no montante de 1.400.000 €, qual a dedução à coleta de
IRC do Benefício Fiscal DLRR?

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100
Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
DEDUÇÃO POR LUCROS RETIDOS E REINVESTIDOS (DLRR)

• Caso Prático n.º 29 – Dedução à Coleta de IRC:

Resolução:

• Cálculo do Limite Máximo Dedução à Coleta = 25% * 500.000 € = 125.000 €

• Constituição da Reserva Especial DLRR (dedução potencial) = 1.400.000 € * 10% =


140.000 €.

• Dedução à Coleta de IRC = 125.000 €.

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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
DEDUÇÃO POR LUCROS RETIDOS E REINVESTIDOS (DLRR)

• Caso Prático n.º 29 – Dedução à Coleta de IRC - OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

• Dedução no campo 355 do quadro 10 da declaração modelo 22 do IRC,

125.000,00

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3
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101
Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
DEDUÇÃO POR LUCROS RETIDOS E REINVESTIDOS (DLRR)

• Caso Prático n.º 29 – Dedução à Coleta de IRC - OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

e consequentemente, preencher os campos do quadro 075 do Anexo D da declaração modelo 22


do IRC.

125.000,00

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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

DEDUÇÃO POR LUCROS RETIDOS E REINVESTIDOS (DLRR)

• Caso Prático n.º 30 – Dedução à Coleta de IRC – DLRR e RFAI:

A empresa Têxtil Mais, Lda., que iniciou a sua atividade em 2014, é uma pequena
empresa, com o CAE 13910 - Fabricação de Tecidos de Malha, localizada em Vila Nova de
Cerveira, pretende realizar investimentos relevantes com vista ao aumento da sua
capacidade produtiva. Em 2019 a empresa realizou investimentos relevantes em ativos
fixos tangíveis no montante de 400.000 € e em 2020 também irá realizar investimentos
relevantes em ativos fixos tangíveis de 600.000 €, concluído assim o seu investimento.

Sabendo que em 2019 a empresa teve uma coleta de IRC de 125.000 €, qual a dedução à
coleta de IRC do Benefício Fiscal RFAI e DLRR, considerando que foi constituída uma
reserva especial DLRR de 600.000 €?

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102
Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
DEDUÇÃO POR LUCROS RETIDOS E REINVESTIDOS (DLRR)

• Caso Prático n.º 30 – Dedução à Coleta de IRC:


Resolução: (Como a DLRR não tem Reporte, em termos de cálculo começamos pelo benefício DLRR)

• Cálculo da Dedução Potencial à coleta DLRR = 50% * 125.000 € = 62.500 €

• Constituição da Reserva Especial DLRR (dedução potencial) = 600.000 € * 10% = 60.000 €.

• Limite Dedução à Coleta DLRR = 60.000 €

• Cálculo da dedução à coleta RFAI = 25 % * 400.000 € = 100.000 €

• Limite Dedução à Coleta RFAI = 50% * 125.000 € = 62.500 €

• Benefício Fiscal do RFAI a considerar em 2020 = 2.500 € (em face de 60.000 € serem usufruídos
pela DLRR), os restantes 97.500 € poderão ser deduzidos nas liquidações de IRC dos 10 períodos
de tributação seguintes.

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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
DEDUÇÃO POR LUCROS RETIDOS E REINVESTIDOS (DLRR)

• Caso Prático n.º 30 – Dedução à Coleta de IRC:


Rubricas Ano 2019 Ano 2020
n 1 2
Resolução: Dedução RFAI + DLRR 62 500,00 0,00
RFAI + DLRR atualizado 62 084,04 0,00
Soma RFAI + DLRR atualizado 62 084,04
• Cálculo dos valores atualizados
Investimento 400 000,00 600 000,00
Investimento atualizado 397 337,84 592 982,17
Soma Investimento atualizado 990 320,01

Incentivo financeiro 0,00 0,00


Incentivo financeiro atualizado 0,00 0,00

TOTAL BENEFÍCIOS 62 500,00


TOTAL INVESTIMENTO Previsto 1 000 000,00

Tx base -0,33 -0,41


tx desconto (tx base + 100pb) 0,67 0,59
tx desconto % 0,67% 0,59%

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3
5
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103
Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
DEDUÇÃO POR LUCROS RETIDOS E REINVESTIDOS (DLRR)

• Caso Prático n.º 30 – Dedução à Coleta de IRC - OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

• Dedução no campo 355 do quadro 10 da declaração modelo 22 do IRC,

62.500,00

e consequentemente, preencher os campos do quadro 074 do Anexo D da declaração modelo 22


do IRC.

742 2020 100.000,00 2.500,00 97.500,00


100.000,00 2.500,00 97.500,00

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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

DEDUÇÃO POR LUCROS RETIDOS E REINVESTIDOS (DLRR)

• Caso Prático n.º 30 – Dedução à Coleta de IRC - OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

e consequentemente, preencher os campos do quadro 075 do Anexo D da declaração modelo 22


do IRC.

60.000,00

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104
Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
DEDUÇÃO POR LUCROS RETIDOS E REINVESTIDOS (DLRR)
• Caso Prático n.º 30 – Dedução à Coleta de IRC - OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

e também, preencher os campos do quadro 078-A do Anexo D da modelo 22 do IRC.

1 Único 1 01-01-2019 31-12-2020 002 PT111 13910 1.000.000,00 990.320,01

1 400.000,00 397.337,84 62.500,00 62.084,04 62.084,04

1 397.337,84 62.084,04 62.084,04 15,625 %

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4
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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
DEDUÇÃO POR LUCROS RETIDOS E REINVESTIDOS (DLRR)

• Caso Prático n.º 31 – Dedução à Coleta de IRC – DLRR, RFAI e Incentivo Financeiro:

A empresa Têxtil Mais, Lda., que iniciou a sua atividade em 2014 e é uma pequena empresa, com o
CAE 13910 - Fabricação de Tecidos de Malha, localizada em Vila Nova de Cerveira, pretende realizar
investimentos relevantes com vista ao aumento da sua capacidade produtiva. Em 2019 a empresa
realizou investimentos relevantes em ativos fixos tangíveis no montante de 400.000 € e em 2020
também realizou investimentos relevantes em ativos em ativos fixos tangíveis de 600.000 €,
concluído assim o seu investimento.

Sabe-se também que paralelamente a empresa candidatou-se a um incentivo do Portugal 2020,


tendo sido atribuído um Subsídio não Reembolsável de 30% do investimento realizado e que foi
recebido 100.000 € em 2019 e 200.000 € em 2020.

Considerando ainda que a empresa teve uma coleta de IRC de 625.000 € em 2020, qual o montante
de dedução à coleta de IRC em 2020, considerando o Benefício Fiscal RFAI relativo a 2020 e 2019
(sabendo que em 2019 foi utilizado RFAI 2.500 € e ficou a reporte 97.500 €), a dedução em 2019 de
60.000 € de Benefício da DLRR e também o incentivo financeiro recebido em 2019 e 2020?

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105
Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
DEDUÇÃO POR LUCROS RETIDOS E REINVESTIDOS (DLRR)

• Caso Prático n.º 31 – Dedução à Coleta de IRC:

Resolução:

• Cálculo da dedução à coleta RFAI = 25 % * 600.000 € = 150.000 €

• Limite Dedução à Coleta RFAI = 50% * 625.000 € = 312.500 €

• Benefício Fiscal do RFAI a considerar em 2020 = 247.500 € (150.000 € RFAI 2020, 97.500 €
RFAI 2019)

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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

DEDUÇÃO POR LUCROS RETIDOS E REINVESTIDOS (DLRR)

• Caso Prático n.º 31 – Dedução à Coleta de IRC:


Rubricas Ano 2019 Ano 2020
n 1 2
Dedução RFAI + DLRR 62 500,00 247 500,00
Resolução: RFAI + DLRR atualizado 62 084,04 244 605,14
Soma RFAI + DLRR atualizado 306 689,18
• Cálculo dos valores atualizados Investimento 400 000,00 600 000,00
Investimento atualizado 397 337,84 592 982,17
Soma Investimento atualizado 990 320,01

Incentivo financeiro 100 000,00 200 000,00


Incentivo financeiro atualizado 99 334,46 197 660,72
Soma Incentivo financeiro atualizado 296 995,18

TOTAL BENEFICIOS 162 500,00 447 500,00


TOTAL INVESTIMENTO 400 000,00 600 000,00

Tx base -0,33 -0,41


tx desconto (tx base + 100pb) 0,67 0,59
tx desconto % 0,67% 0,59%

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Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
DEDUÇÃO POR LUCROS RETIDOS E REINVESTIDOS (DLRR)

• Caso Prático n.º 31 – Dedução à Coleta de IRC:

Resolução:

• Cálculo da intensidade de auxílio acumulada em %

= (306.689,18 + 296.995,18) / 990.320,01 = 60,96%

• Logo, como o limite de auxilio acumulada a uma Pequena Entidade é de 45%, então será
necessário proceder à correção, acrescendo à coleta no campo 372 do Quadro 10 da Modelo
22 o montante de:

=(60,96% - 45%) * (306.689,18 + 296.995,18) = 96.348,02 €

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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
DEDUÇÃO POR LUCROS RETIDOS E REINVESTIDOS (DLRR)

• Caso Prático n.º 31 – Dedução à Coleta de IRC - OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS


Dedução no campo 355 do quadro 10 da declaração modelo 22 do IRC,

247.500,00

e consequentemente, preencher os campos do quadro 074 do Anexo D da declaração modelo 22


do IRC.

742 2020 0,00 150.000,00 150.000,00 0,00

742 2019 97.500,00 0,00 97.500,00 0,00

97.500,00 150.000,00 247.500,00 0,00

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107
Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
DEDUÇÃO POR LUCROS RETIDOS E REINVESTIDOS (DLRR)
• Caso Prático n.º 31 – Dedução à Coleta de IRC - OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

e também, preencher os campos do quadro 078-A do Anexo D da modelo 22 do IRC.

1 Único 1 01-01-2019 31-12-2020 002 PT111 13910 1.000.000,00 990.320,01

1 600.000,00 592.982,17 200.000,00 197.660,72 247.500,00 244.605,14 244.605,14

1 990.320,01 296.995,18 306.689,18 603.684,36 60,96 % 96.348,02

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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

DEDUÇÃO POR LUCROS RETIDOS E REINVESTIDOS (DLRR)

• Caso Prático n.º 31 – Dedução à Coleta de IRC - OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

e também, preencher o campo 372 do Quadro 10 da Modelo 22 do IRC.

96.348,02

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108
Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
DEDUÇÃO POR LUCROS RETIDOS E REINVESTIDOS (DLRR)

BENEFÍCIOS FISCAIS – INCUMPRIMENTO

• Segundo o art.º 34 do CFI:


a) A não concretização da totalidade do investimento até ao termo do prazo de
quatro anos implica a devolução do montante de imposto que deixou de ser liquidado na
parte correspondente ao montante de lucros não reinvestidos, ao qual é adicionado o
montante de imposto a pagar relativo ao quarto período de tributação seguinte, acrescido
dos correspondentes juros compensatórios majorados em 15 pontos percentuais; (não
atualizado pela alteração do art.º 29 n.º 1 do CFI)

b) O incumprimento do disposto nos n.º 4, 5 e 6 do art.º 30 implica a devolução do


montante de imposto que deixou de ser liquidado na parte correspondente aos ativos
relativamente aos quais não seja exercida a opção de compra ou que sejam transmitidos
antes de decorrido o prazo de cinco anos , o qual é adicionado ao montante de imposto a
pagar relativo ao período em que se verifiquem esses factos, acrescido dos correspondentes
juros compensatórios majorados em 15 pontos percentuais;

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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
DEDUÇÃO POR LUCROS RETIDOS E REINVESTIDOS (DLRR)

BENEFÍCIOS FISCAIS – INCUMPRIMENTO

• Segundo o art.º 34 do CFI:


c) A não constituição da reserva especial, nos termos do n.º 1 do art.º 32, implica a
devolução do montante de imposto que deixou de ser liquidado, ao qual é adicionado o
montante de imposto a pagar relativo ao quarto período de tributação seguinte, acrescido
dos correspondentes juros compensatórios majorados em 15 pontos percentuais; (não
atualizado pela alteração do art.º 29 n.º 1 do CFI)

d) O incumprimento do disposto nos n.º 2 do art.º 32 implica a devolução do


montante de imposto que deixou de ser liquidado correspondente à parte da reserva que
seja utilizada para distribuição aos sócios, ao qual é adicionado o montante de imposto a
pagar relativo ao quarto período de tributação seguinte, acrescido dos correspondentes juros
compensatórios majorados em 15 pontos percentuais; (não atualizado pela alteração do
art.º 29 n.º 1 do CFI)

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3
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109
CRÉDITO FISCAL EXTRAORDINÁRIO AO
INVESTIMENTO (CFEI II)

FORMADOR
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111
Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
CRÉDITO FISCAL EXTRAORDINÁRIO AO INVESTIMENTO (CFEI II)

INTRODUÇÃO

• A Lei n.º 27-A/2020, de 24 de julho (Orçamento de Estado Suplementar) que procedeu à


segunda alteração à Lei n.º 2/2020, de 31 de março (Orçamento do Estado para 2020)
aprovou um novo benefício fiscal o Crédito Fiscal Extraordinário ao Investimento II - CFEI II.

198
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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

CRÉDITO FISCAL EXTRAORDINÁRIO AO INVESTIMENTO (CFEI II)

ÂMBITO DE APLICAÇÃO SUBJETIVO

• Podem beneficiar do CFEI II os sujeitos passivos de IRC que exerçam, a título principal, uma
atividade comercial, industrial ou agrícola, que preencham, cumulativamente, as seguintes
condições:

a) Disponham de contabilidade regularmente organizada, de acordo com a


normalização contabilística e outras disposições legais em vigor para o respetivo setor de
atividade;
b) O seu lucro tributável não seja determinado por métodos indiretos;
c) Tenham a situação fiscal e contributiva regularizada.
d) Não cessem contratos de trabalho durante três anos, contados a partir da data de
produção de efeitos do presente benefício, ao abrigo das modalidades de despedimento
coletivo ou despedimento por extinção do posto de trabalho, previstos respetivamente nos
artigos 359.º e seguintes e 367.º e seguintes do Código do Trabalho, aprovado em anexo à
Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro.

199
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112
Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
CRÉDITO FISCAL EXTRAORDINÁRIO AO INVESTIMENTO (CFEI II)

INCENTIVO FISCAL

• O benefício fiscal a conceder aos sujeitos passivos corresponde a uma dedução à coleta de
IRC no montante de 20% das despesas de investimento em ativos afetos à exploração, que
sejam efetuadas entre 1 de julho de 2020 e 30 de junho de 2021.

• Para efeitos da dedução prevista o montante acumulado máximo das despesas de


investimento elegíveis é de 5 000 000 €, por sujeito passivo.

• A dedução prevista é efetuada na liquidação de IRC respeitante ao período de tributação


que se inicie em 2020 ou 2021, até à concorrência de 70% da coleta deste imposto, em
função das datas relevantes dos investimentos elegíveis.

200
4
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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
CRÉDITO FISCAL EXTRAORDINÁRIO AO INVESTIMENTO (CFEI II)

INCENTIVO FISCAL

• No caso de sujeitos passivos que adotem um período de tributação não coincidente com o
ano civil e com início após 1 de julho de 2020, são despesas relevantes para efeitos da
dedução prevista as efetuadas em ativos elegíveis desde o início do referido período até ao
final do décimo segundo mês seguinte.

201
3
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113
Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
CRÉDITO FISCAL EXTRAORDINÁRIO AO INVESTIMENTO (CFEI II)

INCENTIVO FISCAL - RETGS

• Aplicando-se o regime especial de tributação de grupos de sociedades, a dedução prevista à


coleta de IRC:

a) Efetua-se ao montante apurado nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 90.º do


Código do IRC, com base na matéria coletável do grupo;

b) É feita até 70% do montante mencionado na alínea anterior e não pode ultrapassar,
em relação a cada sociedade e por cada período de tributação, o limite de 70% da coleta que
seria apurada pela sociedade que realizou as despesas elegíveis, caso não se aplicasse o
regime especial de tributação de grupos de sociedades.

202
6
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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

CRÉDITO FISCAL EXTRAORDINÁRIO AO INVESTIMENTO (CFEI II)

INCENTIVO FISCAL - REPORTE

• A importância que não possa ser deduzida nos termos dos números anteriores pode sê-lo,
nas mesmas condições, nos cinco períodos de tributação subsequentes.

• Exemplo: - Se o investimento for realizado apenas em 2020, o reporte do benefício pode


ser utilizado até 2025.

- Se o investimento for realizado em 2021, o reporte do benefício pode ser


utilizado até 2026.

203
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114
Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
CRÉDITO FISCAL EXTRAORDINÁRIO AO INVESTIMENTO (CFEI II)

INCENTIVO FISCAL – REESTRUTURAÇÃO EMPRESARIAL

• Aos sujeitos passivos que se reorganizem, em resultado de quaisquer operações previstas


no artigo 73.º do Código do IRC (fusões, cisões, entrada de ativos e permutas de partes
sociais), aplica-se o disposto no n.º 3 do artigo 15.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais,
aprovado em anexo ao Decreto-Lei n.º 215/89, de 1 de julho (transmissibilidade dos
benefícios fiscais do CFEI II)

204
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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
CRÉDITO FISCAL EXTRAORDINÁRIO AO INVESTIMENTO (CFEI II)

DESPESAS DE INVESTIMENTO ELEGÍVEIS

• Consideram-se despesas de investimento em ativos afetos à exploração as relativas a ativos


fixos tangíveis e ativos biológicos que não sejam consumíveis, adquiridos em estado de
novo e que entrem em funcionamento ou utilização até ao final do período de tributação que
se inicie em ou após 1 de janeiro de 2021.

• São também elegíveis as despesas de investimento em ativos intangíveis sujeitos a


deperecimento efetuadas nos períodos referidos, designadamente:
a) As despesas com projetos de desenvolvimento;
b) As despesas com elementos da propriedade industrial, tais como patentes, marcas,
alvarás, processos de produção, modelos ou outros direitos assimilados, adquiridos a título
oneroso e cuja utilização exclusiva seja reconhecida por um período limitado de tempo.

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DESPESAS DE INVESTIMENTO ELEGÍVEIS

• Consideram-se ainda despesas de investimento elegíveis as correspondentes às adições de


ativos verificadas nos períodos referidos e as que, não dizendo respeito a adiantamentos, se
traduzam em adições aos investimentos em curso iniciados naqueles períodos.

• Não se consideram as adições de ativos que resultem de transferências de investimentos em


curso.

• Não é considerado despesas de investimento elegível as transferências realizadas para AFT


de investimentos em curso realizados antes de 1 de julho de 2020.

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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

CRÉDITO FISCAL EXTRAORDINÁRIO AO INVESTIMENTO (CFEI II)

DESPESAS DE INVESTIMENTO ELEGÍVEIS

• São excluídas as despesas de investimento em ativos suscetíveis de utilização na esfera


pessoal, considerando-se como tais:

a) As viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, barcos de recreio e aeronaves de


turismo, exceto quando tais bens estejam afetos à exploração do serviço público de transporte
ou se destinem ao aluguer ou à cedência do respetivo uso ou fruição no exercício da atividade
normal do sujeito passivo;

b) O mobiliário e artigos de conforto ou decoração, salvo quando afetos à atividade


produtiva ou administrativa;

c) As incorridas com a construção, aquisição, reparação e ampliação de quaisquer


edifícios, salvo quando afetos a atividades produtivas ou administrativas.

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CRÉDITO FISCAL EXTRAORDINÁRIO AO INVESTIMENTO (CFEI II)

DESPESAS DE INVESTIMENTO ELEGÍVEIS

• São igualmente excluídas as despesas efetuadas em ativos afetos a atividades no âmbito de


acordos de concessão ou de parceria público-privada celebrados com entidades do sector
público.

• Não se consideram despesas elegíveis as relativas a ativos intangíveis, sempre que sejam
adquiridos em resultado de atos ou negócios jurídicos do sujeito passivo beneficiário com
entidades com as quais se encontre numa situação de relações especiais, nos termos
definidos no n.º 4 do artigo 63.º do Código do IRC.

• Os terrenos não são ativos adquiridos em estado de novo.

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DESPESAS DE INVESTIMENTO ELEGÍVEIS

• Os ativos subjacentes às despesas elegíveis devem ser detidos e contabilizados de acordo


com as regras que determinaram a sua elegibilidade por um período mínimo de cinco anos
ou, quando inferior, durante o respetivo período mínimo de vida útil (aplicação das taxas
máximas de depreciação), determinado nos termos do Decreto Regulamentar n.º 25/2009,
de 14 de setembro, ou, até ao período em que se verifique o respetivo abate físico,
desmantelamento, abandono ou inutilização, observadas as regras previstas no artigo
31.º-B do Código do IRC.

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NÃO CUMULAÇÃO COM OUTROS REGIMES

• O CFEI II não é cumulável, relativamente às mesmas despesas de investimento elegíveis,


com quaisquer outros benefícios fiscais da mesma natureza previstos noutros diplomas
legais.

• O CFEI II é cumulável com outros incentivos de natureza financeira.

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CRÉDITO FISCAL EXTRAORDINÁRIO AO INVESTIMENTO (CFEI II)

RESULTADO DA LIQUIDAÇÃO

• O disposto no n.º 1 do artigo 92.º do Código do IRC não é aplicável aos benefícios fiscais do
CFEI II, ou seja,

- (a coleta de IRC pode ser inferior a 90% do montante que seria apurado se o sujeito
passivo não usufruísse de benefícios fiscais).

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BENEFÍCIOS FISCAIS – OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

• O Benefício Fiscal da DLRR obriga ao preenchimento do campo 355 do Quadro 10 da


declaração Modelo 22;

• Preenchimento do Anexo D da Modelo 22 (campo e quadro a divulgar na disponibilização da


Modelo 22 para 2020).

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OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS

• A dedução do CFEI II é justificada por documento a integrar o processo de documentação


fiscal a que se refere o artigo 130.º do Código do IRC (dossier fiscal) que identifique
discriminadamente as despesas de investimento relevantes, o respetivo montante e outros
elementos considerados relevantes.

• A contabilidade dos sujeitos passivos de IRC beneficiários do CFEI II deve evidenciar o


imposto que deixe de ser pago em resultado da dedução a que se refere o artigo 3.º,
mediante menção do valor correspondente no anexo ao balanço e à demonstração de
resultados relativa ao exercício em que se efetua a dedução.

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OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS

• No caso das ME que estão dispensadas da elaboração do anexo, mas devem preencher a
informação adicional/complementar é aconselhável acrescentar um ponto 8. Benefícios
Fiscais.

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CRÉDITO FISCAL EXTRAORDINÁRIO AO INVESTIMENTO (CFEI II)

• Caso Prático n.º 32 – Dedução à Coleta de IRC:

A empresa Contas Mais que Certas, Lda., que iniciou a sua atividade em 2015 e é uma
Microentidade, com o CAE 69200 – Atividades de Contabilidade, localizada na Póvoa de
Varzim, tendo conhecimento do benefício fiscal do CFEI II realizou em outubro de 2020
investimentos relevantes em ativos fixos tangíveis, nomeadamente a aquisição de
Portáteis Novos para os seus Colaboradores no montante de 8.000 €.

Sabendo que em 2020 a empresa teve uma coleta de IRC de 5.000 €, qual a dedução à
coleta de IRC do Benefício Fiscal CFEI II?

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• Caso Prático n.º 32 – Dedução à Coleta de IRC:

Resolução:

• Cálculo da dedução à coleta = 20% * 8.000 € = 1.600 €

• Limite Dedução à Coleta = 70% * 5.000 € = 3.500 €

• Benefício Fiscal do CFEI II a considerar em 2020 = 1.600 €

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CRÉDITO FISCAL EXTRAORDINÁRIO AO INVESTIMENTO (CFEI II)

• Caso Prático n.º 32 – Dedução à Coleta de IRC - OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

• Dedução no campo 355 do quadro 10 da declaração modelo 22 do IRC,

1.600,00

e consequentemente, preencher os campos do Anexo D da declaração modelo 22 do IRC.

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• Caso Prático n.º 33 – Dedução à Coleta de IRC:

A empresa Tudo Igual, Lda., pretender beneficiar do incentivo fiscal CFEI II para
investimentos a realizar após julho de 2020. No entanto a gerência pondera também
candidatar-se a um incentivo financeiro (Portugal 2020) para os mesmos investimentos.
O Contabilista Certificado da empresa tem dúvidas da acumulação destes incentivos, pelo
que solicita-lhe ajuda nesta temática?

Resposta: De acordo com o art.º 5 do CFEI II, o benefício fiscal do CFEI não é cumulável
com outros incentivos fiscais, como o caso do RFAI e DLRR. Como o incentivo a acumular
é financeiro e não fiscal é possível a sua acumulação.

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CRÉDITO FISCAL EXTRAORDINÁRIO AO INVESTIMENTO (CFEI II)

• Caso Prático n.º 34 – Benefício Fiscal CFEI II:

A empresa Amanhã em Forma, Lda., está enquadrada no regime de transparência fiscal e


pretende realizar investimento em ativos fixos tangíveis, sendo o mesmo enquadrado no
conceito das despesas elegíveis do CFEI II, em janeiro de 2021 no montante de 400.000 €. O
contabilista certificado tem dúvidas se tal investimento é enquadrado no Benefício Fiscal do
CFEI II?

Resposta: Uma entidade enquadrada no Regime da Transparência Fiscal, cumprindo o


disposto do CFEI II pode beneficiar do Benefício Fiscal.

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INCUMPRIMENTO

• Sem prejuízo do disposto no Regime Geral das Infrações Tributárias, aprovado em anexo à
Lei n.º 15/2001, de 5 de junho, o incumprimento das regras de elegibilidade das despesas
de investimento previstas nos artigos 4.º e 5.º e no n.º 1 do artigo 6.º implica a devolução
do montante de imposto que deixou de ser liquidado em virtude da aplicação do presente
regime, acrescido dos correspondentes juros compensatórios majorados em 15 pontos
percentuais.

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Benefícios Fiscais:
RCC, RFAI, DLRR e CFEI II
CRÉDITO FISCAL EXTRAORDINÁRIO AO INVESTIMENTO (CFEI II)

“Duas coisas só me deu o Destino:

uns livros de contabilidade e o dom de sonhar”


Fernando Pessoa

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Benefícios Fiscais:
APECA RCC, RFAI, DLRR e CFEI II

Muito obrigado pela Vossa atenção!

Carlos Quelhas Martins


Doutoramento em Gestão – Especialidade Contabilidade
Professor Especialista em Contabilidade
Contabilista Certificado Especialista em Contabilidade Financeira

Prof. Doutor Carlos Quelhas Martins

125
QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO

Caro(a) Colega, agradecemos a sua colaboração na resposta a este questionário para continuarmos
a melhorar na qualidade das nossas Ações de Formação.
Após o preenchimento, agradecemos a submissão do Questionário
Esta avaliação é importante. Por favor, responda, pois ajudará a melhorar os serviços prestados aos Associados.

ENTIDADE FORMADORA: APECA


Associação Portuguesa das Empresas de Contabilidade e Administração

AÇÃO DE FORMAÇÃO: Benefícios Fiscais: RCC, RFAI, DLRR e CFEI II (Casos Práticos)

FORMADOR Prof. Doutor Carlos Quelhas Martins

ASSINALE CONFORME A SUA INSCRIÇÃO: Contabilistas Certificados


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FORMAÇÃO À DISTÂNCIA

DE ACORDO COM O SEU gRAU DE ExIgêNCIA, CLASSIFIQUE COM:


Muito Bom Bom Razoável Fraco Mau

1. Organização:
1.1 Qualidade da plataforma utilizada (Zoom)
1.2 Adequação da estratégia às necessidades do(s)/
(a)s formandos(s)/as
2. Apreciação do Formador:
2.1 Método utilizado
2.2 Domínio e conhecimento do tema
2.3 Qualidade pedagógica
2.4 Cumprimento do Plano de Sessão
3. Análise total da ação de formação:
3.1 Importância da Formação para a atividade
profissional
3.2 Qualidade da documentação distribuída
3.3 De uma forma geral considerou a formação

4. Que outras Ações de Formação gostaria de frequentar:

5. Comentários/ Sugestões:

Muito obrigado pela sua colaboração


14/01 | 2021
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