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Anais Eletrônico

IX EPCC – Encontro Internacional de Produção Científica UniCesumar


Nov. 2015, n. 9, p. 4-8
ISBN 978-85-8084-996-7

EFEITO DA FISIOTERAPIA NA SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ

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Mateus Dias Antunes ,Siméia Gaspar Palácio ,Sônia Maia Marques Gomes Bertolini

RESUMO: O indivíduo portador da Síndrome de Guillain-Barré apresenta uma desmielinização dos nervos
periféricos que ocasiona diferentes graus de fraqueza motora de predomínio distal de caráter progressivo e
ascendente podendo acometer membros inferiores, superiores, a face e os músculos respiratórios. Seu
prognóstico tem grande relação com a idade e a gravidade da degeneração axonal que excede a desmielinização,
também com o tratamento tardio, além da rápida progressão da doença. A fisioterapia auxilia a diminuir ou
eliminar a limitação funcional ou incapacidade do indivíduo, melhorar a força muscular, aumentar a amplitude de
movimento entre outros. Este estudo tem por objetivo verificar a efetividade da fisioterapia na Síndrome de
Guillain-Barré. Através de uma revisão bibliográfica na base de dados SCIELO (The Scientific Electronic Library
Online) no idioma inglês ou português, eu que as palavras chaves estivessem no título ou resumo, a fim de
identificar os artigos científicos indexados e publicados de 2004 a 2013. Os estudos encontrados revelam que a
fadiga muscular causada pela patologia pode ser amenizada com programa de fortalecimento e exercícios
funcionais propostos pela fisioterapia. Outros estudos relatam os benefícios do exercício físico pode diminuir o
quadro álgico, recuperar e/ou manter os graus de incapacidade do individuo favorecendo a melhora das funções
motoras e neurológicas que interferem positivamente na qualidade de vida dos indivíduos. Portanto, o presente
estudo possibilitou sintetizar com clareza o conhecimento sobre os benefícios da Síndrome de Guillain-Barré
evidenciando com clareza a contribuição para melhora da qualidade de vida, força muscular e amplitude de
movimento.

PALAVRAS-CHAVE: Fisioterapia; Neurologia; Polineuropatias.

1 INTRODUÇÃO

A Síndrome de Guillain-Barré (SGB) é uma polineuropatia inflamatória desmielinizante aguda que acomete
os nervos periféricos e ocasiona diferentes graus de fraqueza motora de predomínio distal, sendo esta de caráter
progressivo e ascendente, podendo comprometer os membros inferiores, superiores, a face e os músculos
respiratórios, sendo também acompanhada de disfunções autonômicas e alterações sensoriais, decorrentes da
perda dos reflexos tendinosos profundos (FERRARINI et. al., 2011).
Outras manifestações clínicas da síndrome consistem em visão turva, tonturas, taquicardia, disfagia,
incontinência urinária ou dificuldade para urinar, além de prejuízos na função respiratória (SOUZA; SOUZA,
2007).Anualmente, a taxa de incidência é de 1,1 e 1,8 a cada 100.000 indivíduos, aumentando exponencialmente
com a idade e indivíduos do sexo masculino são os mais afetados (RAJABALLY; UNCINI, 2012).
O prognóstico tem relação com a idade e a gravidade da degeneração axonal que excede a
desmielinização. De forma geral, o mesmo é favorável em boa parte das situações (RAJABALLY; UNCINI, 2012),
no entanto, pode haver seqüelas residuais em algumas circunstâncias, como nos casos de acometimento de
pacientes com idade superior a 60 anos, doença cardiorrespiratória preexistente, tratamento tardio, além de
progressão rápida da doença em menos de sete dias (ACOSTA et al., 2007).
A fisioterapia pode ajudar com o desígnio de reduzir ou eliminar a limitação funcional ou incapacidade,
além de ajudar na produção do líquido sinovial, diminuição da sintomatologia álgica, conservação da elasticidade
muscular e proporcionar o aperfeiçoamento das coordenações motoras para realização da funcionalidade dos
movimentos articulares (KISNER; COLBY, 2005).
Há uma escassez de estudos relacionados à atuação da fisioterapia na Síndrome de Guillain-Barré pelo
fato da pequena incidência e pelas progressões severas mais acentuadas no qual os enfoques são da parte
clínica médica. Este estudo objetivou verificar os efeitos da fisioterapia em pacientes com a Síndrome de Guillain-
Barré.

1
Acadêmico do curso de Fisioterapia do Centro Universitário de Maringá - UNICESUMAR. [email protected]
² Professora do curso de Fisisoterapia do Centro Universitário de Maringá - UNICESUMAR. [email protected]
³ Coordenadora do Programa de Mestrado em Promoção da Saúde do Centro Universitário de Maringá - UNICESUMAR.
[email protected]

IX EPCC – Encontro Internacional de Produção Científica UniCesumar


03 a 06 de novembro de 2015
Maringá – Paraná – Brasil
Anais Eletrônico
IX EPCC – Encontro Internacional de Produção Científica UniCesumar
Nov. 2015, n. 9, p. 4-8
ISBN 978-85-8084-996-7

2 MATERIAL E MÉTODOS

Para a caracterização dos efeitos da fisioterapia na Síndrome de Guillain-Barré, este estudo consiste em
uma revisão de literatura realizadas através de busca eletrônica na base de dados SCIELO (The Scientific
Electronic Library Online) no idioma inglês ou português, eu que as palavras chaves estivessem no título ou
resumo, a fim de identificar os artigos científicos indexados e publicados de 2004 a 2013.
Todas as palavras-chaves estão contidas nos descritores em ciência da saúde: Fisioterapia, Neurologia e
Polineuropatias. Para critério de exclusão foram artigos que não continham as palavras fisioterapia, neurologia e
polineuropatias. Após a seleção dos artigos foi feita a leitura dos mesmos e os aspectos relevantes foram
descritos.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Com a união dos termos: fisioterapia, neurologia e polineuropatias, pesquisados no banco de dados
Scielo, foram encontrados artigos que relatam sobre o efeito da fisioterapia em pacientes portadores da Síndrome
de Guillain-Barré.
Segundo Wakerley e Yuki em 2013 afirmam que deve haver conhecimento e tratamento precoce na
Síndrome de Guillain-Barré, pois 60% dos pacientes apresentam paresia e fadiga muscular. Neste sentido
Matsushita et. al., (2013) enfatizam que a fadiga muscular, quando persistente, é amenizada por programa de
fortalecimento, aeróbica e exercícios funcionais.
Eckman (2004) descreve que os sinais e sintomas atingem um platô entre a segunda e quarta semana, e
pode regredir no período de resolução da doença até a oitava semana. Cerca de 80 a 85% dos casos a
recuperação é completa podendo ocorrer em um período de até dois anos, em 10% persistem com uma grave
incapacidade residual e 5%vão a óbito.
A reabilitação fisioterapeutica objetiva principalmente a restauração da força muscular que é essencial em
suas atividades de vida diária. Iniciando os exercícios no inicio que começa a serem evidenciados os primeiros
sinais de contrações musculares voluntárias decorrentes do processo de remielinização das fibras musculares,
desse modo inicia com cargas leves e progredindo conforme a resposta do individuo, a fim de prevenir lesões por
sobrecarga dos músculos que estão em processo de remielinização (ROWLAND, 2002).
A flexibilidade consiste em uma qualidade física treinável, independente do sexo e da idade, Bertolla et.
al., (2007) relata que os exercícios podem ser executados com uma maior amplitude de movimento, maior força e
conseqüentemente com maior facilidade de modo eficaz quando há uma boa flexibilidade.
A relação do exercício físico com a diminuição da dor há contradições que são evidenciadas por Souza
(2009) que a intensidade inadequada do exercício interfere, pois treinamentos realizados com intensidade muito
baixa não atingem os efeitos fisiológicos proporcionados pelo exercício físico, reduzindo as possibilidades de
efeito sobre o quadro álgico.
A fisioterapia busca recuperar e/ou manter os graus de incapacidade do individuo, favorecendo a melhora
das funções motoras e neurológicas. Para promoção da recuperação do individuo do estudo, as condutas foram
baseadas na promoção da independência nas habilidades funcionais baseadas na restauração da força muscular
(CARVALHO; LOPES, 2013).
Vaz et. al. (2012) também observaram resultados favoráveis da fisioterapia na Síndrome de Guillain-Barré
após reabilitar um paciente com a respectiva doença com exercícios de Frenkel, baseados em posturas gradativas
neuroevolutivas, ao fim do tratamento houve melhora na coordenação motora, propriocepção dos membros
inferiores, de tal modo que enfatizou a restauração dos movimentos funcionais.
Para Okuma (2012)há interferência da qualidade de vida do paciente com a Síndrome de Guillain-Barré
com as limitações que o mesmo apresenta, pois revelam que o tratamento fisioterapêutico promove a
independência das atividades diárias como vestir-se, comer, tomar banho sozinho dentre outras atividades.
Existem alguns estudos que comprovam a atuação da fisioterapia no portador da Síndrome de Guillain-
Barré. Khan et. al em 2011,através de um programa de reabilitação fisioterapêutica de alta e baixa intensidade
para indivíduos em fase crônica após a Síndrome de Guillain-Barré, em um estudo controlado randomizado.
Dividiu no Grupo teste com programa intensivo de reabilitação ambulatorial, já o grupo controle, realizava o
mesmo programa com uma intensidade menor baseado em programa domiciliar. Por fim do estudo, o grupo teste
obteve importantes ganhos para transferências, locomoção, mobilidades articulares e controle esfincteriano.
Nascimento etal (2012) evidenciam a atuação da hidrocinesioterapia no tratamento da Síndrome de
Guillain-Barré comparando pré e pós-intervenção, objetivando a melhora da qualidade de vida e o retorno as
atividades de vida diária. Através da hidrocinesioterapia foi realizado um protocolo de exercícios com
alongamento, exercícios terapêuticos gerais e específicos e relaxamento. Após as sessões, concluíram que a
hidrocinesioterapia junto com o exercício terapêutico apresentou-se útil para acelerar a melhora da qualidade de
vida e o retorno das atividades funcionais em um breve período de tempo, quando comparado com a história
natural da doença.

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03 a 06 de novembro de 2015
Maringá – Paraná – Brasil
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IX EPCC – Encontro Internacional de Produção Científica UniCesumar
Nov. 2015, n. 9, p. 4-8
ISBN 978-85-8084-996-7

Forsberg em 2006 acompanhou por dois anos com avaliações repetidas, 42 pacientes diagnosticados com
Síndrome de Guillain-Barré a deficiência, qualidade de vida e experiência. Estas avaliações continham testes de
força muscular geral, facial e preensão palmar, destreza manual, dor, fadiga, desempenho e função respiratória. A
média de idade foi de 52 anos, 57% eram do sexo masculino e 38% tinha uma doença pré-existente. Após a
reabilitação das condutas fisioterapêuticas, houve melhora significativa das variáveis analisadas, sendo que
especialmente nos primeiros seis meses a velocidade e força muscular destacam-se com melhores resultados.
A partir de uma revisão bibliográfica, Arruda e Mejia em 2012 registraram a atuação fisioterapêutica na
melhora da funcionalidade em pacientes pós Síndrome de Guillain-Barré. Através de artigos publicados nas bases
de dados Medline, Pubmed, Lilacs e Scielo entre os anos de 1978 e 2012. Verificou-se que a fisioterapia é capaz
de promover recuperação da funcionalidade do indivíduo, com ênfase na independência em suas atividades de
vida diária, com intuito de reduzir prováveis complicações neurológicas residuais.

4 CONCLUSÃO

Através do presente estudo possibilitou sintetizar com clareza o conhecimento sobre os benefícios da
fisioterapia na Síndrome de Guillain-Barré.Pode-se observar que a fisioterapia contribui para a melhora de
qualidade de vida, da forca muscular e amplitude de movimento.No entanto, vale ressaltar a necessidade de
realizações de outros estudos, tendo em vista o número reduzido de estudos sobre o assunto.

REFERÊNCIAS

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Nov. 2015, n. 9, p. 4-8
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