Uso Do Canabiol em Pacientes Epilépticos
Uso Do Canabiol em Pacientes Epilépticos
Uso Do Canabiol em Pacientes Epilépticos
RESUMO
ABSTRACT
Epilepsy is a common neurological condition with significant consequences for the
psychosocial conformation of the patient and family. It is a common feature that is given by the
recurrence of seizures , can alter consciousness and motor function, sensory, cognitive,
1
Graduandas do Curso de Farmácia do Centro Universitário de Jales.
2
Professora Orientadora, Mestre em Ciência Ambiental.
1 INTRODUÇÃO
Indivíduos com epilepsia apresentam duas ou três vezes mais chances de morrerem
subitamente quando comparados com indivíduos sem epilepsia, o fenômeno da morte súbita e
inesperada é a categoria de morte mais comum (SANDER, 2003). Para o diagnóstico de
epilepsia é necessário que o indivíduo tenha apresentado duas ou mais crises não causadas por
Atualmente, são muitos os estudos que provam o potencial terapêutico da maconha, nos
mais diversos casos da medicina, sendo que as melhores perspectivas de sucesso nos tratamento
dos mais diversos males que ainda não têm tratamento adequado estão nos canabinoides. O
Canabidiol (CBD) é um dos 80 canabinoides presentes na planta Cannabis sativa (IZZO et al.,
2009) e não produz os efeitos psicoativos 3típicos da planta (HOLLISTER, 1973; MARTIN-
SANTOS et al., 2012).
Uma pesquisa feita nos Estados Unidos, em 2004 revelou que 21% dos pacientes
entrevistados que sofriam com epilepsia, testaram a maconha como tratamento e quase por
unanimidade disseram ter resultados satisfatórios, com diminuição das convulsões
(MALCHER-LOPES; RIBEIRO, 2007). Alguns exemplos das aplicações terapêuticas dos
canabinoides são analgésicos (HILL et al., 1974; BROOKS, 2002), tratamento de glaucoma e
efeito broncodilatador (TASHKIN et al., 1976), controle de espasmos em pacientes portadores
de esclerose múltipla (BAKER et al., 2000), efeito anticonvulsivo (CUNHA et al., 1980;
CARLINI; CUNHA, 1981), para aliviar sintomas relacionados ao tratamento de câncer, AIDS,
esclerose múltipla e síndrome de Tourette (que causa movimentos involuntários) (ROBSON,
2001; IVERSEN, 2003), ansiolíticos, epilepsia, esquizofrenia, doença de Parkinson, doença de
Alzheimer, isquemias4, diabetes, náuseas, imunossupressor, distúrbios de ansiedade, do sono
(ZUARDI, 2008; IZZO et al., 2009), antidepressivos (ZANELATI et al., 2010), antipsicóticos
similares aos atípicos (ZUARDI et al., 2006). O objetivo deste artigo é analisar os efeitos
terapêuticos do canabidiol no tratamento da epilepsia e seus benefícios em pacientes portadores
de sintomas severos da doença.
3
Aquelas que alteram alguns aspectos da mente, incluindo o comportamento, humor, ansiedade, cognição e bem-
estar (BERTOLOTE; GIROLAMO, 1993).
4
A palavra isquemia origina-se do grego e significa “constrição sanguínea”. Em outras palavras, uma obstrução
em uma artéria coronária causa falta de suprimento sanguíneo ao músculo do coração (miocárdio).
5
A presença de indivíduos masculinos e femininos dentro de populações de plantas caracteriza o sistema sexual
conhecido por dioicia. Este sistema sexual ocorre em aproximadamente 6% das angiospermas (RENNER &
RICKLEFS 1995).
Fonte: http://cadernodebiologia.blogspot.com.br/2015/01/bionews-liberacao-do-canabidiol-o-que.html
Há milhares de anos a planta Cannabis sativa vem sendo usada para fins medicinais,
por diferentes povos e em diversas culturas (ZUARDI, 2006).
O primeiro relato medicinal da planta Cannabis foi atribuído aos chineses, há 2.700 aC
para tratar disturbios menstruais, malária, constipação intestinal, gota, reumatismo, dores,
expectoração, epilepsia, tuberculose, entre outras (ADAMS et al., 1940; ABEL, 1980). Já nos
tempos medievais, os médicos islâmicos utilizavam a Cannabis como opção para o tratamento
de náuseas e vômitos, inflamação, eplepsia e até mesmo dor e febre. Portanto na medicina
ocidental anteriormente a Cannabis era utilizada apenas como um analgésico, sendo que,
atualmente ela passa a ser usada para o tratamento de glaucoma, náuseas, espasmo muscular,
ansiedade, epilepsia e insonia (PHILLIPS et al., 2010). Do mesmo modo, sabe-se que a
maconha também vem sendo usada há muito tempo para o alívio de sintomas psiquiátricos. Há
descrições de seu uso na índia há mais de 1.000 anos a.C, como hipnótico e tranquilizante para
o tratamento de ansiedade, mania e histeria (MECHOULAM et al., 1970). Também os assírios
inalavam a Cannabis para melhorar sintomas de depressão. No início do século XX, extratos
de Cannabis chegaram a ser comercializados para tratamento de transtornos mentais,
principalmente como sedativos e hipnóticos para tratar insônia, melancolia, mania, Delirium
tremens7, entre outros (RUSSO et al., 2006). Na década de 90, um volume crescente de
pesquisas tem emergido focalizando a Cannabis em transtornos psiquiátricos, tais como
ansiedade, esquizofrenia, transtorno afetivo bipolar (TAB) e depressão maior entre outros
(CASTLE, 2004; ZUARDI, 2008).
6
Drogas que produzem uma mudança qualitativa no funcionamento do SNC. São alterações mentais que não
fazem parte da normalidade como, por exemplo, delírios, ilusões e alucinações, são produzidas por essas drogas.
Por essa razão, são chamadas de psicoticomiméticos, ou seja, drogas que mimetizam psicoses.
7
Caracterizado por alucinações, alteração do nível da consciência e desorientação. A mortalidade nos pacientes
que apresentam Delirium tremens é de 5 a 25% (TREVISAN et al., 1998).
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Efeito ansiolítico
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O sistema glutamatérgico envolve uma série de receptores que são ativados pelo aminoácido glutamato. O
glutamato é considerado o maior neurotransmissor excitatório do SNC (COTMAN, 1995).
9
A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico devastador que acomete aproximadamente 1% da população ao
longo da vida. Os indivíduos geralmente são acometidos no auge do seu potencial produtivo e o curso da doença
é crônico e debilitante.
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Substância química com efeito psicotrópico e antiemético, que é um derivado sintético do tetraidrocanabinol
(THC), princípio ativo da maconha.
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Efeito sedativo e sobre o sono
Zuardi et al. (2009) e Chagas et al. (2010) em seus estudos com o Canabidiol em
pacientes com doença de Parkinson (DP) relataram melhora da qualidade do sono, o que é
considerado um problema comum neste transtorno do movimento. Também foram observados
em voluntários saudáveis efeitos sedativos em pacientes com Transtorno de Ansiedade Social
(TAS), com o uso oral de altas doses de Canabidiol (300mg a 600mg) (ZUARDI et al., 1993;
CRIPPA et al., 2004; ZUARDI, 2008).
Efeito no glaucoma
A indicação mais citada para o uso da Cannabis é para o tratamento de glaucoma, mas
a droga só é utilizada em casos mais graves da doença (ASTHON; BR, 1999; BAKER et al.,
2003).
Efeito na Quimioterapia
Efeitos no SNC
Foi realizado um estudo com ratos para fazer uma analise de modulação com
monoaminas e as catecolaminas, para assim ser constatado como efeito anticonvulsivante
(GHOSH; BHATTACHARYA, 1978). Com os estudos feitos anteriormente dos canabinoides,
pode ser notado uma grande eficácia sobre os tipos pré-clinicos de convulsões focada no Δ9-
THC (ANDREW et al., 2013).
Segundo Cílio et al. (2014), acredita-se que o canabidiol possa inibir as crises, sendo o
maior psicoativo da cannabis o Δ9-tetrahydrocannabinol ocasionando efeitos psicosensoriais e
agindo como agonista parcial dos receptores CB1.
Documentação necessária:
Tabela 2. Produtos à base de Canabidiol em associação com outros canabinóides, dentre eles o
THC, em conformidade com o capítulo i - seção ii.
Cibdex Hemp CBD Complex Cibdex Inc. Hempmeds 12255 Crosthwaite Circle
(Cápsulas) -Poway, CA92064
(Estados Unidos da América)
Hemp CBD Oil 2000mg Bluebird Botanicals 580 Burbank St. Broomfield, CO
Canabidiol - 240mL 80020
(EstadosUnidos da América)
Real Scientific Hemp Oil Hemp Meds Px Hempmeds 12255 Crosthwaite Circle
(RSHO) CBD 14-25% 3- -Poway, CA92064
10G (Pasta) (Estados Unidos da América)
Cerca de 95% das importações englobam esses produtos, uma vez que há um conjunto
de iniciativas adotadas nos últimos anos, permitindo que pacientes brasileiros possuam acesso
a produtos à base de Canabidiol, mesmo não sendo registrado como medicamentos no Brasil e
países de origem. Sendo assim, a RDC 17/2015 foi aprovada pela Diretoria Colegiada da Anvisa
em Abril de 2015 e publicada em Diário Oficial dia 08 de maio de 2015.
A atual classificação internacional das crises epilépticas foi proposta pela ILAE
(International League Against Epilepsy) em 1981. Os critérios então adaptados no processo de
classificação das crises compreendem a semiologia clínica e o registro electroencefalográfico,
ictal e interictal (KIM et al., 2002; SEINO, 2006).
Crises parciais simples que evoluem para parciais complexas e depois para
generalizadas.
Crises de ausência
Típicas
Atípicas
Crises Mioclónicas12
Crises clónicas
Crises tônicas
11
Os receptores somato-sensoriais relacionam-se a neurônios cujos corpos situam-se nos gânglios dorsais
(COHEN, 2001).
12
Epilepsia mioclônica juvenil (EMJ) é síndrome relativamente frequente, representando cerca de 4 a 12% de
todos os pacientes com epilepsia (WIRREL, 1996).
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Perda da consciência seguida de contrações sustentadas (tônica) dos músculos seguida de períodos de contrações
musculares alternadas com relaxamento (clônica).
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Crises atônicas 14
Síndrome de West
15
A síndrome de West é uma encefalopatia epiléptica idade-dependente diferenciada
16
pela tríade clínica de espasmos infantis. O tratamento inicial consiste na corticoterapia
(prednisona a 2 mg/kg/dia, dose única, por 2 semanas, com retirada gradual por mais 3
semanas), ACTH (hormônio adrenocorticotrófico) natural (75 UI/m2 IM duas vezes ao dia por
2 semanas, com retirada gradual por mais 2 semanas) ou ACTH sintético (10-20 UI IM uma
vez ao dia por 2 semanas, com retirada gradual por mais 6 semanas). Os cuidados adicionam
glicemia, coleta de glicosúria, monitorização da pressão arterial e eletrólitos (SEVERO;
NUNES, 2001; BATISTA; NUNES, 2002).
14
São crises que aparecem em cérebros anormais por uma encefalopatia generalizada e que se manifestam por
uma queda súbita com perda de consciência e perda súbita do tónus muscular que leva à queda.
15
As encefalopatias epilépticas, são síndromes clínico-eletrencefalográficas progressivas cuja deterioração é tida
como conseqüência das crises epilépticas freqüentes e da atividade epileptiforme abundante (VALENTE;
VALÉRIO, 2004).
16
A tríade clássica descrita por Wernicke é composta de oftalmoplegia, ataxia e distúrbio mentais e de consciência
(WERNICKE, 1981).
Foi publicada na mídia nacional uma reportagem em 2014, sobre a Síndrome de Rett,
uma desordem hereditária do desenvolvimento neurológico, relativamente rara associada ao
cromossomo X, que afeta 1 a cada 10.000 pessoas do sexo feminino. Embora não exista cura
para esta síndrome, foi abordado na reportagem o uso do canabidiol para o controle das crises
epiléticas, cujo acometimento ocorre em 9 de cada 10 indivíduos. As convulsões são tratadas
de maneira geral com antiepiléticos habituais, como carbamazepina, lamotrigina, clobazam,
acido valpróico e destinado aos casos refratários o uso medicinal do extrato da planta Cannabis
Sativa. Foram identificados até o momento mais de 500 compostos químicos na Cannabis
sativa, sendo que as folhas das plantas, além da ação psicoativa que permite o seu uso
recreacional, dispõem de varias propriedades medicinais (SIMÕES, 2003; GLOSS; VICKREY,
2014; DEVINSKY et al., 2014).
Síndrome de Lennox-Gastaut
17
A amônia é um composto tóxico, produzido fisiologicamente pelo metabolismo de proteínas e por processos de
desaminação. A elevação deste composto na circulação ocorre quando o fígado se torna incapaz de metabolizar a
amônia pelo ciclo da uréia (TADAY; LEITE, 2014).
18
Trata-se de crises nas quais ocorre contração muscular mantida com duração de poucos segundos a minutos. Em
geral, as crises tônicas duram de 10 a 20 segundos e podem comprometer apenas a musculatura axial (crises tônicas
axiais) ou também a das raízes dos membros (crises tônicas axorizomélicas) ou então todo o corpo, configurando
a crise tônica global (SAKAMOTO, 2006).
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Efeitos do canabidiol no tratamento da dor Neuropática
Outras Aplicações
O canabidiol nos Estados Unidos é estudado por alcançar novos mecanismos de ação
com descrição de efeitos adversos benéficos. Portanto, foram permitidas as terapias baseadas
em Cannabis sativa para varias condições como espasticidade, náuseas e angustia (DEVINSKY
et al., 2014).
19
Já a dor neuropá- tica é definida como dor iniciada por lesão ou disfunção do sistema nervoso, sendo melhor
compreendida como resultado da ativação anormal da via nociceptiva (fibras de pequeno calibre e trato
espinotalâmico) (MERSKEY; BOGDUK, 1994).
3. METODOLOGIA
4.CONSIDERAÇÕES FINAIS
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