Maria, Mae de Deus e Nossa Mae
Maria, Mae de Deus e Nossa Mae
Maria, Mae de Deus e Nossa Mae
Mês de maio, mês oportuno para reverenciarmos aquela a quem chamamos de nossa
mãe e Rainha. Pequena por seu caráter humano e grande por sua generosidade, em
ter sido instrumento para que a obra salvífica de Deus pudesse manifestar-se em nós.
Os que não creem na misericórdia de Deus e em seu plano de amor e salvação, não
conseguem também crer, na maternidade divina de Maria.
Esta maternidade divina é o primeiro dos quatro dogmas marianos, proclamado pela
Igreja. Primeiro como razão de todos os outros, pois declara verdade de fé, que Maria
é mãe de Deus, e foi proclamado pelo Concílio de Éfeso em 431. Maria recebeu o
nome de “Theotokos”, palavra grega que significa “Mãe de Deus”.
O Papa Pio XII, na carta encíclica “Fulgens Corona”, em que comemora os cem anos
do dogma da Imaculada Conceição, nos recorda que a maternidade divina de Maria
constitui a mais alta missão, depois da que recebeu o Cristo, na face da terra, e que
esta missão, exige a graça divina em toda a sua plenitude. Afirma o Papa: “Na
verdade, desta sublime missão de Mãe de Deus nascem, como de uma misteriosa e
limpidíssima fonte, todos os privilégios e graças, que adornam, de uma forma
admirável e em uma abundância extraordinária, a sua alma e a sua vida”(n. 10).
O Concílio Vaticano II, na Constituição “Lumen Gentium”, nos diz: “A Virgem Maria,
que na Anunciação do anjo, recebeu o Verbo de Deus no coração e no corpo, e trouxe
ao mundo a Vida, é reconhecida e honrada como verdadeira Mãe de Deus e do
Redentor. Unida a Cristo por um vínculo estreito e indissolúvel, é dotada da missão
sublime e da dignidade de ser Mãe do Filho de Deus, e, por isso, filha predileta do Pai,
sacrário do Espírito Santo. Por este dom de graça exímia supera em muito todas as
outras criaturas, celestes e terrestres”(n.53).
E foi através do seu Sim, que ela abriu as portas à ação misericordiosa de Deus para
com a humanidade, “Eis aqui a serva do Senhor” (Lc 1,38). Escolhida para ser a Mãe
de Deus, não permitiu que a criatura fosse maior que seu criador, proclamando-se
serva, instrumento, e, reconhecida na voz do anjo a “cheia de graça’.
Com o sim de Maria, o Filho de Deus assumiu a carne humana; “subsistindo na
condição de Deus, não se apegou à sua igualdade com Deus, tornou-se solidário com
os seres humanos e apresentou-se como simples homem” (Fl 2,6-7).
A paternidade de Deus une-se para sempre à maternidade da jovem Maria de Nazaré.
O “faça-se” de Deus ao criar o universo soma-se ao “faça-se” de Maria para recriar,
em seu Filho, todas as coisas na face da terra. Em Jesus Cristo, Messias e Salvador,
não se separam mais: a paternidade de Deus que a tornou fecunda mediante o
Espírito Santo, e a maternidade de Maria, que acreditou no convite.
Por isso, não tenhamos medo de ao proclamar que Maria é mãe de Deus, corrermos o
risco de igualá-la a Ele, pois sabemos que em Deus, Cristo Jesus, o filho de Maria,
está acima de tudo e todos, e com Ele, por Ele, e para Ele, estão aqueles que, abertos
à sua Graça, permitem que o “sonho de Deus”, em resgatar a humanidade submersa
no pecado, possa tornar-se uma realidade para todos.