An Alise Semiotic A Guernica
An Alise Semiotic A Guernica
An Alise Semiotic A Guernica
Elementos
Signo: a pintura Guernica de Pablo Picasso.
Fundamento do Signo: A idéia de luta que se expressa na materialidade de
Guernica realçando dois elementos contraditórios e antagônicos: vida e morte. A
idéia de sofrimento humano.
Objeto Dinâmico ou Referente: bombardeio da cidade de Guernica.
Objeto Imediato: a qualidade da representação; o objeto tal como está
representado.
Interpretante Imediato: o sentido da pintura tal como o artista quis transmitir
através das atitudes e sentimentos dos personagens.
Interpretantes ou Referência: os significados produzidos pela pintura através
dos diversos interpretantes possíveis em relação ao objeto a que ela se refere.
Análise Sintática
Do Suporte:
A pintura-mural tem um formato de 7,8 X 3,5 metros, dando uma área de 27
metros quadrados, estando na relação de 1:2,2. É um formato tipicamente
horizontal e portanto narrativo. Este espaço de representação engole o espectador
pela sua monumentalidade.
Da Composição:
Como espaço plano de uma representação gráfica, o suporte estabelece uma clara
estrutura narrativa que se organiza em três compartimentos espaciais a modo de
tríptico, sendo que o espaço central está dividido ao meio como eixo de simetria do
suporte. Os elementos morfológicos básicos são: linha, plano e textura que junto
com o caráter monocromático em preto e variações organizam a luminosidade, o
ritmo, o contraste e toda a sintaxe visual da pintura.
O Guernica em Si:
Toda obra de arte é um existente singular. Um evento que ocorre uma única vez.
No caso da pintura, o que temos, neste nível de análise, são interações entre os
diversos elementos espaciais, tais como manchas, formas, áreas internas e
externas em permanente conflito e contraste. Seu objeto imediato nos mostra uma
pintura em preto e branco e tons de cinza, onde predominam os contrastes e o
dinamismo das áreas ocupadas, por essas, não cores.
Seu conjunto iconográfico, as figuras, se apresenta como um modelo, isto é, são
figuras singulares, esquemáticas e não figuras óticas e realistas. A cor está
ausente. O espaço de representação do quadro é do tipo ideográfico e não ótico ou
fotográfico. Daí, a ênfase no preto e branco e não na cor, é uma composição com
elementos predominantemente físicos.
Os códigos em Guernica:
A distribuição na forma triádica (narrativa), o plano quase centralizado, que
delimita o meio do quadro e o triangulo que dá equilíbrio estático à cena,
recuperam formas compositivas clássicas. Aliás, o Guernica é uma síntese dos
diversos códigos de representação da história, e constitui-se, por isso, mesmo num
"texto" plural ou hipertexto. Os códigos cubistas (simultaneidade), egípcios
(frontalidade/ esquematismo/ postura típica), ideográficos (idéias) topológicos
(lugar da pintura), se acrescentam ao picassiano como estilos (de caracteres
primitivos) próprios do autor.
Daí que se possa denominar qualitativa, este tipo de narrativa. Assim, os elementos
adquirem uma configuração diagramática por serem dispostos em paralelos mais
ou menos regulares. Entre uma figura e outra, existe uma gradação, uma oposição
ou uma relação de semelhança. Desse modo, ao invés de termos um
prosseguimento linear das seqüências (uma contígua à outra), teremos diagramas
os mais variados, dependendo das disposições de qualidades analógicas, que as
seqüências mantém entre si. Pode-se ver aqui, no Guernica, a diagrama do tríptico
que gera, uma oposição gradativa, ou ainda as duas metades centrais.
A congruência destes fatores demonstra que o Guernica está construído
solidamente na sua estrutura.
Em nível micro-estético, temos ainda alguns aspectos interessantes como:
Rimas visuais: paradigmas dos olhos, paradigmas da arquitetura, paradigmas
paronomásias ou trocadilhos: luz fogo.
Análise Semântica
Antecedentes Extrasígnicos:
Contexto histórico:
Análise Pragmática
O símbolo em Guernica:
Para começar, o título da pintura "Guernica" vem dado pelo nome da cidade vasca
o que cria um vínculo convencional e arbitrário, ou seja, de caráter simbólico, entre
pintura e lugar. Visto o caráter nada verossímil da pintura, vista a sua construção
altamente formalizada, vista a sua narrativa qualitativa que não remete aos
acontecimentos óticos e sim as idéias, abstratas de sofrimento da humanidade, a
pintura se nos apresenta como um símbolo da luta do homem pela vida com tudo o
que esta palavra representa.
Luz 1: Há na pintura dois tipos de luz. Uma lâmpada que parece observar a cena
de forma omniscente, como consciência sem consciência que observa a cena.
Aparece aqui como símbolo do olho de Deus, como luz irradiante que observa a
cena como testemunha muda. Pode-se dizer que simboliza a verdade da história.
Metáfora do sol, do divino, da verdade.
Triangulo: serve de base para a composição. Pode ser identificado como símbolo
de morte pelo seu caráter estático, acentuado ainda pela estátua destruída do
guerreiro.
Conclusão
Bibliografia:
ARNHEIM, R. (1976). Gênese de uma pintura: El Guernica de Picasso. Colección Comunicatión. Espanha,
Editorial Gustavo Gilli.