UFF TRM2020 SUPERIOR LinguaPortuguesa

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

2020
TRANSFERÊNCIA LÍNGUA
FACULTATIVA PORTUGUESA

CADERNO DE QUESTÕES
INSTRUÇÕES AO CANDIDATO

 Você deverá ter recebido o Caderno com a Proposta de Redação, a Folha de Redação,
dois Cadernos de Questões e o Cartão de Respostas com o seu nome, o seu número de
inscrição e a modalidade de ingresso. Confira se seus dados no Cartão de Respostas
estão corretos e, em caso afirmativo, assine-o e leia atentamente as instruções para seu
preenchimento.
 Verifique se este Caderno contém enunciadas 20 (vinte) questões de múltipla escolha de
LÍNGUA PORTUGUESA e se as questões estão legíveis, caso contrário informe
imediatamente ao fiscal.
 Cada questão proposta apresenta quatro opções de resposta, sendo apenas uma delas a
correta. A questão que tiver sem opção assinalada receberá pontuação zero, assim como
a que apresentar mais de uma opção assinalada, mesmo que dentre elas se encontre a
correta.
 Não é permitido usar qualquer tipo de aparelho que permita intercomunicação, nem
material que sirva para consulta.
 O tempo disponível para a realização de todas as provas, incluindo o preenchimento do
Cartão de Respostas é, no mínimo, de uma hora e trinta minutos e, no máximo, de
quatro horas.
 Para escrever a Redação e preencher o Cartão de Respostas, use, exclusivamente,
caneta esferográfica de corpo transparente de ponta grossa com tinta azul ou preta
(preferencialmente, com tinta azul).
 Certifique-se de ter assinado a lista de presença.
 Quando terminar, entregue ao fiscal a Folha de Redação, que será desidentificada na sua
presença, e o Cartão de Respostas, que poderá ser invalidado se você não o assinar. Se
você terminar as provas antes de três horas do início das mesmas, entregue também ao
fiscal os Cadernos de Questões e o Caderno com a Proposta de Redação.

AGUARDE O AVISO PARA INICIAR SUAS PROVAS.

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2
Texto 1

Foto: Anelizze Tozzeto

Baseada em um dos maiores romances da literatura brasileira, a peça-instalação de Bia Lessa


chega a Niterói, no palco do Teatro Popular Oscar Niemeyer, depois de um ano em cartaz por
11 cidades brasileiras. Concebida a partir da obra de mesmo nome, escrita por Guimarães
Rosa, "Grande Sertão Veredas" encena a história da obra prima do autor, lançada em 1956. A
5 peça já ganhou oito dos principais prêmios do teatro brasileiro, entre as mais de 40 indicações.
O espetáculo faturou títulos como melhor espetáculo, direção, melhor ator protagonista (Caio
Blat) e arquitetura cênica. No XIII Prêmio APTR, foi vencedor nas categorias de melhor
espetáculo, melhor direção, melhor cenografia e melhor ator, sendo o espetáculo com mais
indicações e troféus desta edição, dentre os 350 espetáculos participantes do prêmio.

10 O elenco conta com grandes nomes, como Caio Blat, Luiza Lemmertz e Luisa Arraes, além de
Fábio Lago, José Maria Rodrigues, Balbino de Paula, Daniel Passi, Elias de Castro, Lucas
Oranmian e Clara Lessa. Bia Lessa, a idealizadora e diretora geral do espetáculo, inaugurou a
exposição ‘Grande Sertão: Veredas’, em 2006, no Museu da Língua Portuguesa, em São
Paulo. Treze anos depois, a artista volta a entrar em contato com a obra prima de Guimarães
15 Rosa, desta vez com uma adaptação para o teatro.

Agradecimento especial à viúva do Autor, a quem a obra foi dedicada, Aracy Moebius de
Carvalho Guimarães Rosa, à Nonada Cultural e a Tess Advogados. © Nonada Cultural Ltda.

SERVIÇO
Grande Sertão Veredas
Data: 14 a 30 de junho de 2019, sexta a domingo
Horário: 19h
Ingresso: R$20 (a inteira)
Teatro Popular Oscar Niemeyer
Avenida Jornalista Rogério Coelho Neto, s/n, Caminho Niemeyer, Centro, Niterói.
Adaptado. https://culturaniteroi.com.br/blog/?id=4140&equ=popular.
Acesso em: 17 set. 2019

01 O texto em questão pertence ao gênero discursivo denominado

(A) crônica.
(B) editorial.
(C) propaganda.
(D) crítica de arte.

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02 A construção do fragmento em análise configura uma sequência predominantemente:

(A) epistolar
(B) injuntiva
(C) narrativa
(D) expositiva

03 O termo sublinhado em “Baseada em um dos maiores romances da literatura brasileira,


a peça-instalação de Bia Lessa chega a Niterói, no palco do Teatro Popular Oscar Niemeyer,
depois de um ano em cartaz por 11 cidades brasileiras” (linhas 1-3) aparece topicalizado, isto
é, no início do período, a fim de

(A) criar suspense em relação à peça-instalação que será descrita a seguir.


(B) enfatizar uma informação relevante acerca da peça-instalação que é tema do texto.
(C) antecipar a característica da peça-instalação que justifica por si só sua vasta premiação.
(D) qualificar subjetivamente a peça-instalação que será adjetivada objetivamente depois.

04 O termo “a peça-instalação” (linha 1) é retomado por

(A) “o espetáculo”. (linha 6)


(B) “o elenco”. (linha 10)
(C) “a exposição ‘Grande sertão: veredas’”. (linhas 12-13)
(D) “obra prima de Guimarães Rosa”. (linhas 14-15)

05 As formas sublinhadas no enunciado “No XIII Prêmio APTR, foi vencedor nas categorias
de melhor espetáculo, melhor direção, melhor cenografia e melhor ator, sendo o espetáculo
com mais indicações e troféus desta edição, dentre os 350 espetáculos participantes do
prêmio” (linhas 7-9) evidenciam o mecanismo de coesão

(A) lexical por substituição.


(B) gramatical por referência.
(C) temporal por sequenciação.
(D) gramatical por paralelismo estrutural.

Leia o fragmento abaixo para responder às questões 06 e 07:

“Bia Lessa, a idealizadora e diretora geral do espetáculo, inaugurou a exposição ‘Grande


Sertão: Veredas’, em 2006, no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. Treze anos
depois, a artista volta a entrar em contato com a obra prima de Guimarães Rosa, desta vez
com uma adaptação para o teatro.” (linhas 12-15)

06 As expressões sublinhadas no trecho em estudo exercem, respectivamente, as


seguintes funções sintáticas:

(A) objeto direto, vocativo, sujeito


(B) vocativo, aposto, adjunto adnominal
(C) aposto, objeto direto, complemento nominal
(D) sujeito, adjunto adnominal, complemento nominal

07 Em “Treze anos depois, a artista volta a entrar em contato com a obra prima de
Guimarães Rosa, desta vez com uma adaptação para o teatro” (linhas 14-15), a expressão
“desta vez” reporta-se ao ano de

(A) 1956
(B) 2006
(C) 2018
(D) 2019

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Texto 2

Diadorim e eu*
Guimarães Rosa

Diadorim e eu, nós dois. A gente dava passeios. Com assim, a gente se diferenciava
dos outros – porque jagunço não é muito de conversa continuada nem de amizades estreitas: a
bem eles se misturam e desmisturam, de acaso, mas cada um é feito um por si. De nós dois
juntos, ninguém nada não falava. Tinham a boa prudência. Dissesse um, caçoasse, digo –
5 podia morrer. Se acostumavam de ver a gente parmente. Que nem mais maldavam.
E estávamos conversando, perto do rego – bicame de velha fazenda, onde o agrião dá flor.
Desse lusfús, ia escurecendo. Diadorim acendeu um foguinho, eu fui buscar sabugos.
Mariposas passavam muitas, por entre as nossas caras, e besouros graúdos esbarravam.
Puxava uma brisbisa. O ianso do vento revinha com o cheiro de alguma chuva perto. E o chiim
10 dos grilos ajuntava o campo, aos quadrados. Por mim, só, de tantas minúcias, não era o capaz
de me alembrar, não sou de à parada pouca coisa; mas a saudade me alembra. Que se hoje
fosse. Diadorim me pôs o rastro dele para sempre em todas essas quisquilhas da natureza. Sei
como sei. Som como os sapos sorumbavam. Diadorim, duro sério, tão bonito, no relume das
brasas. Quase que a gente não abria boca; mas era um delém que me tirava para ele – o
15 irremediável extenso da vida. Por mim, não sei que tontura de vexame, com ele calado eu a ele
estava obedecendo quieto.
*Título atribuído pela banca para o trecho do romance.
ROSA, Guimarães. Grande sertão: veredas. 20. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p. 27

08 “Grande sertão: veredas”, de Guimarães Rosa, é considerado um romance regionalista


cuja linguagem poética não só retrata a fala do homem simples do sertão, “cangaceiro”, como
revela grande inventividade. Em “De nós dois juntos, ninguém nada não falava”, a tripla
negação, no conjunto “ninguém”, “nada” e “não”, expressa

(A) realce.
(B) ironia.
(C) eufemismo.
(D) ininteligibilidade.

09 O enunciado – “Diadorim e eu, nós dois.” – representa uma frase:

(A) nominal
(B) imperativa
(C) de contexto
(D) de situação

Leia o trecho seguinte para responder às questões 10 e11:

“A gente dava passeios. Com assim, a gente se diferenciava dos outros – porque jagunço não
é muito de conversa continuada nem de amizades estreitas: a bem eles se misturam e
desmisturam, de acaso, mas cada um é feito um por si.” (linhas 1-3)

10 No fragmento acima, a expressão sublinhada veicula a ideia de:

(A) meio
(B) modo
(C) direção
(D) companhia

11 Empregam-se dois pontos no trecho em análise para anunciar:

(A) um vocativo
(B) uma citação
(C) uma enumeração explicativa
(D) um esclarecimento do que foi dito anteriormente

5
12 Dentre as formas seguintes, a opção que apresenta vocábulos onomatopaicos é:

(A) a gente parmente (linha 5) / perto do rego (linha 6)


(B) o chiim dos grilos (linhas 9-10) / os sapos sorumbavam (linha 13)
(C) rastro dele (linha 12) / quisquilhas da natureza (linha 12)
(D) bicame de velha fazenda (linha 6) / relume das brasas (linhas 13-14)

13 A relação semântica explicitada pelo conectivo que entre as orações sublinhadas no


trecho seguinte – “Por mim, só, de tantas minúcias, não era o capaz de me alembrar, não sou
de à parada pouca coisa; mas a saudade me alembra. Que se hoje fosse.” – veicula a ideia de:

(A) conclusão
(B) concessão
(C) comparação
(D) conformidade

14 Os vocábulos sublinhados “desmisturam” (linha 3), lusfús [corruptela de lusco-fusco]


(linha 7) e revinha (linha 9) são formados, respectivamente, pelos processos de:

(A) derivação regressiva, composição por locução, derivação sufixal


(B) derivação prefixal, composição por justaposição, derivação prefixal
(C) derivação sufixal, composição por aglutinação, derivação imprópria
(D) derivação imprópria, composição por prefixação, derivação prefixal

15 Em “Diadorim, duro sério, tão bonito, no relume das brasas” (linhas 13-14), o efeito de
sentido veiculado sobre o personagem corresponde ao de:

(A) nomeação identificatória


(B) valorização objetiva
(C) intensificação de qualificação
(D) localização da espacialização

16 Na oração sublinhada em – “Por mim, não sei que tontura de vexame, com ele calado eu
a ele estava obedecendo quieto” (linhas 15-16) – configura-se um caso de predicado:

(A) verbal
(B) nominal
(C) oracional
(D) verbo-nominal

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Texto 3

https://www.uai.com.br/app/noticia/e-mais/2014/02/05/noticia-e-mais,151204/se-estivesse-vivo-henfil-completaria-70-
anos-nesta-quarta-feira.shtml.
Acesso em: 24 set. 2019

Observe o quadrinho 2 – “Ah... filho, você vai ter que reprimir esse desejo aí! A caatinga é
muito pobre pra se poder ter desejos...” – para responder às questões 17 e 18:

17 A forma “filho”, sintaticamente, é:

(A) aposto
(B) sujeito
(C) vocativo
(D) predicativo

18 A locução verbal vai ter que reprimir, sublinhada na frase em destaque, veicula ideia de:

(A) possiblidade
(B) expectativa
(C) necessidade
(D) obrigatoriedade

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19 No quadrinho 3 – “Já pensaram? Se tem desejo pra um, daqui a pouco todos vão
querer...” – as formas sublinhadas evidenciam um caso de coesão:

(A) lexical
(B) espacial
(C) temporal
(D) referencial

20 No último quadrinho, a fala – “Peraí..., xô ver... eu lembro... falaram isto num discurso,
pô!” – , evidencia-se um caso de variação:

(A) rural de registro linguístico


(B) popular de registro linguístico
(C) regional de registro linguístico
(D) diacrônica de registro linguístico

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