Manual-De-Contabilidade Das EFPC
Manual-De-Contabilidade Das EFPC
Manual-De-Contabilidade Das EFPC
APLICADO ÀS ENTIDADES
FECHADAS DE PREVIDÊNCIA
COMPLEMENTAR
Organizadores:
Aziz Xavier Beiruth
Fábio Moraes da Costa
Fernando Caio Galdi
Geraldo de Assis Souza Júnior
Revisores:
Andréia Hartwig
João Evangelista de Souza Neto
São Paulo
2021
Revisores: Andréia Hartwig
João Evangelista de Souza Neto
Projeto gráfico: PoloBooks
1ª edição: 2021
337p.; 16x23cm.
ISBN: 978-65-89735-30-4
CDD 657
Editora PoloBooks
Rua Américo Brasiliense, 2171 - Cj. 102 - São Paulo - SP - Brasil
Fone: +55 11 3791-2965 e +55 11 9-6911-7484
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Livraria: livrariapolobooks.com.br
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CARTA DE
APRESENTAÇÃO
Foi com muita satisfação e surpresa que recebi o convite para escrever
o prefácio desta obra, que traz a público uma visão detalhada e prática sobre a
contabilidade aplicada às Entidades Fechadas de Previdência Complementar
(EFPC), consubstanciada neste 1º Manual de Contabilidade Aplicado às Enti-
dades Fechadas de Previdência Complementar.
O Manual, em seus catorze (14) capítulos, é uma obra extensa, resul-
tado de um esforço exemplar, individual e coletivo, dos membros da Comis-
são Técnica de Contabilidade da Abrapp, das diversas regiões brasileiras e
ANCEP.
A leitura do Manual proporciona uma verdadeira viagem sobre os te-
mas atuais da contabilidade das Entidades Fechadas de Previdência Comple-
mentar (EFPC) no Brasil, logo após as recentes e relevantes alterações regu-
latórias promovidas pela Conselho Nacional de Previdência Complementar
(CNPC) e Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PRE-
VIC), apresentando uma visão previlegiada dos autores de cada capítulo, que
tem vasta experiência nas suas respectivas áreas de atuação, sobre sua apli-
cação, incluindo exemplos práticos, que certamente auxiliarão em muito os
profissionais da contabilidade e gestores na aplicação prática dos principais
dispositivos regulatórios.
Aos aficionados pelo tema e pela indústria de fundos de pensão, gru-
po no qual me incluo, e que puderam acompanhar a evolução das práticas
contábeis e da governança corporativa vivenciada nas últimas décadas, será
uma referência prática para o estudo e acompanhamento dos temas atuais
e futuros.
1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS............................................................................17
Cibele de Paula Deis; Geraldo de Assis Souza Júnior..........................................17
1.1 Introdução......................................................................................................17
1.2 A contabilidade nas Entidades Fechadas de Previdência
Complementar...............................................................................................18
1.3 Segregação patrimonial................................................................................19
1.3.1 Planos previdenciais...........................................................................20
1.3.2 Plano de Gestão Administrativa.......................................................22
1.3.3 Planos de autogestão assistencial com registro na Agência
Nacional de Saúde Suplementar (ANS)..........................................22
1.3.4 CNPJ por plano ..................................................................................23
1.4 Registros contábeis........................................................................................24
4. GESTÃO PREVIDENCIAL..................................................................................61
Enecila Morais Pinho da Silva; Maria Elizabete da Silva...................................61
4.1 Realizável previdencial.................................................................................61
4.2 Exigível operacional previdencial...............................................................63
4.3 Exigível contingencial previdencial............................................................64
4.4 Patrimônio Social..........................................................................................66
4.4.1 Patrimônio de cobertura do plano...................................................67
4.5 Adições previdenciárias................................................................................77
4.6 Adição por migração entre os planos previdenciários.............................78
4.7 Adição de portabilidade de recursos previdenciários..............................78
4.8 Outras adições previdenciárias....................................................................78
4.9 Deduções previdenciárias operacionais.....................................................79
4.10 Contingência previdencial ..........................................................................81
4.11 Cobertura e reversão de despesas administrativas...................................81
4.12 Fluxo dos investimentos previdenciários..................................................82
4.13 Constituição e reversão das provisões atuariais previdenciárias............83
4.14 Constituição e reversão de Fundos Previdenciários.................................83
5. GESTÃO ADMINISTRATIVA............................................................................84
Carlos Henrique Campos; Edgar Silva Grassi†.....................................................84
5.1 Do que se trata este capítulo?......................................................................84
5.2 Normas aplicáveis.........................................................................................85
5.3 Regulamento do Plano de Gestão Administrativa...................................86
5.4 Custeio administrativo.................................................................................88
5.4.1 limites para cobertura das despesas administrativas.....................92
5.5 Despesas administrativas.............................................................................96
5.5.1 Rateio das despesas administrativas..............................................102
5.6 Acompanhamento e gestão das despesas administrativas.....................109
5.6.1 Indicadores de gestão.......................................................................110
5.6.2 Transparência das informações......................................................113
5.6.3 Fomento.............................................................................................114
5.7 Referências ..................................................................................................115
6. ATIVO IMOBILIZADO......................................................................................116
Evenilson de Jesus Balzer; Dionísio Jorge da Silva.............................................116
6.1 Do que se trata este capítulo?....................................................................116
6.2 Conceitos básicos e definições...................................................................116
6.2.1 Definição ............................................................................................116
6.2.2 Valor contábil ....................................................................................117
6.2.3 Custo ...................................................................................................117
6.2.4 Valor depreciável ..............................................................................117
6.2.5 Valor específico para a entidade......................................................118
6.2.6 Valor recuperável...............................................................................118
6.2.7 Valor residual de um Ativo..............................................................118
6.2.8 Vida útil...............................................................................................118
6.3 Normas aplicáveis.......................................................................................118
6.4 Reconhecimento e mensuração inicial.....................................................119
6.5 Mensuração após o reconhecimento........................................................121
6.6 Aspectos principais da aplicação do teste de recuperabilidade
(impairment test).........................................................................................123
6.7 Baixa..............................................................................................................124
6.8 Divulgação....................................................................................................125
INTRODUTÓRIAS
Cibele de Paula Deis
Membro da Comissão Técnica de Contabilidade da Abrapp - Região Sudoeste e ANCEP
1.1 INTRODUÇÃO
I – LIVRO DIÁRIO:
a) Os lançamentos deverão ser executados em conformidade com a
Plano de Contas Contábil Padrão estabelecido pelo CNPC e pela
PREVIC, em ordem cronológica de dia, mês e ano;
b) Os lançamentos contábeis deverão ter a indicação dos Planos de Be-
nefícios Previdenciais a que pertencem, plano assistencial e do Plano
de Gestão Administrativa;
c) A escrituração contábil deverá permanecer atualizada, não sendo
permitido atraso superior a 30 (trinta) dias nos registros contábeis; e
d) As demonstrações contábeis obrigatórias e facultativas e as notas
explicativas anuais deverão ser transcritas ou anexadas ao Livro Di-
ário, cuja entrega e registro obedecerá a legislação vigente à época.
II – LIVRO RAZÃO:
a) O saldo anterior individualizado por rubrica contábil;
b) A movimentação diária (devedora ou credora);
c) O histórico dos lançamentos processados;
d) O saldo atual obtido pela equação saldo inicial +/- movimentações; e
e) A identificação da totalidade do plano de origem de cada um dos
lançamentos contábeis processados.
RELATÓRIOS CONTÁBEIS
Cibele de Paula Deis
Membro da Comissão Técnica de Contabilidade da Abrapp - Região Sudoeste e ANCEP
CÓDIGO CONTA
1. Ativo
1.01. Disponível
1.02. Realizável
1.02.01. Gestão Previdencial
1.02.02. Gestão Administrativa
1.02.03. Investimentos
4.02. Despesas
4.03. Constituições/Reversões de Provisões Contingenciais
4.04. Reversão de Recursos para o Plano de Benefícios
4.05. Fluxo dos Investimentos
4.07. Constituição/Reversão de Fundos
5. Fluxo dos Investimentos
5.01. Rendas/Variações Positivas
5.02. Deduções/Variações Negativas
5.03. Constituições/Reversões de Contingências
5.04. Cobertura/Reversão de Despesas Administrativas
5.07. Constituição/Reversão de Fundos
5.08. Apuração do Fluxo dos Investimentos
6. Gestão Assistencial
7. Operações Transitórias
8. Encerramento do Exercício
• PERIODICIDADE MENSAL
I– Balancete do Plano de Benefícios, balancete do Plano de Gestão
Administrativa, balancete do consolidado e informações extra-
contábeis do anexo IV da referida Instrução Normativa.
• PERIODICIDADE ANUAL
II– Balanço Patrimonial Consolidado comparativo com o exercício
anterior;
III– Demonstração da Mutação do Patrimônio Social (DMPS), de
forma consolidada, comparativa com exercício anterior;
IV– Demonstração do Plano de Gestão Administrativa (DPGA), de
forma consolidada, comparativa com o exercício anterior;
V– Demonstração do Plano de Gestão Administrativa, por plano,
comparativa com o exercício anterior;
VI– Demonstração do Ativo Líquido (DAL), por Plano de Benefícios
Previdencial, comparativa com o exercício anterior;
VII– Demonstração da Mutação do Ativo Líquido (DMAL), por Pla-
no de Benefícios Previdencial, comparativa com o exercício an-
terior;
VIII– Demonstração das Provisões Técnicas do Plano de Benefícios
(DPT), por Plano de Benefícios Previdencial, comparativa com o
exercício anterior;
IX– Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis consolidadas;
X– Parecer do Conselho Fiscal com opinião sobre as Demonstrações
Contábeis;
XI– Manifestação do Conselho Deliberativo relativa à aprovação das
Demonstrações Contábeis; e
XII– Relatórios de Auditor Independente, descritos a seguir:
a) Relatório do auditor independente sobre as demonstrações
contábeis;
b) Relatório circunstanciado sobre as deficiências de controles
internos; e
c) Relatório para propósito específico, exigido das EFPC classi-
ficadas pela PREVIC com Entidades Sistemicamente Impor-
tantes (ESI), nos termos da Instrução PREVIC nº 05, de 29 de
maio de 2017.
Contas de Ativo:
Disponível, Realizável, Permanente e Gestão Assistencial.
CÓDIGO CONTA
1. ATIVO
1.1 DISPONÍVEL
1.2 REALIZÁVEL
1.3 PERMANENTE
1.4 GESTÃO ASSISTENCIAL
ATIVO TOTAL
CÓDIGO CONTA
2 PASSIVO
2.1 EXIGÍVEL OPERACIONAL
2.2 EXIGÍVEL CONTINGENCIAL
2.3 PATRIMÔNIO SOCIAL
2.3.1 Patrimônio de Cobertura do Plano
2.3.2 Fundos
2.4 GESTÃO ASSISTENCIAL
PASSIVO TOTAL
I – OPERACIONAL
• Gestão Previdencial: Registra as obrigações relativas à folha de pa-
gamentos de benefícios previdenciários dos participantes em gozo
de benefícios, tributos pertinentes, compromissos com terceiros e
outras;
• Gestão Administrativa: Registra as obrigações relativas à gestão ad-
ministrativa, tais como folha de pagamento de empregados e seus
encargos, dívidas decorrentes da prestação de serviços nas áreas
contábil, atuarial, financeira e jurídica, tributos e outras; e
• Investimentos: Registra as obrigações relativas às aplicações de re-
cursos, tais como taxas de corretagem, taxas de custódia, encargos
bancários, tributos, liquidações de operação e outras.
II – CONTINGENCIAL
• Gestão Previdencial: São contingências relativas aos Planos de Be-
nefícios administrados pela EFPC, tais como reclamações de parti-
II – FUNDOS
São valores constituídos com finalidades específicas de acordo sua natu-
reza previdencial, administrativa e investimentos.
• Gestão Assistencial: Demonstra os resultados dos registros contá-
beis referentes aos Planos de assistência à saúde, administrados pelas
EFPC. Como relatado no capítulo 1, as normas contábeis relaciona-
das aos planos assistenciais são emitidas pela Agência Nacional de
Saúde Suplementar.
IMOBILIZADO E
Superávit Técnico Acumulado
INTANGÍVEL
Imobilizado (-) Déficit Técnico Acumulado
Intangível Resultados a Realizar
Fundos
Fundos Previdenciais
Fundos Administrativos
Fundos para Garantia das
operações com participantes
GESTÃO ASSISTENCIAL GESTÃO ASSISTENCIAL
TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO
Fundos Previdenciais
6. Apuração do Equilíbrio Técnico Ajustado
a) Equilíbrio Técnico
b) (+/-) Ajuste de Precificação
c) (+/-) Equilíbrio Técnico Ajustado = (a + b)
2.10 REFERÊNCIAS
CAIXA E BANCOS
Evenilson de Jesus Balzer
Membro da Comissão Técnica de Contabilidade da Abrapp - Região Sul e ANCEP
3.2.1 CAIXA
Consiste em dinheiro em espécie na entidade, sendo o item de maior
liquidez. Quando for necessário usar esse recurso, ele estará à disposição na
entidade. Além dos recursos em espécie, a conta Caixa também inclui cheques
recebidos em nome da entidade e ainda não depositados.
Normalmente, o saldo do caixa pode estar registrado na entidade, em
uma ou diversas contas, dependendo das necessidades operacionais, mas seus
registros devem ser alocados nos Planos de Benefícios Previdenciais e no Pla-
no de Gestão Administrativa. Há dois tipos básicos de controle da conta Cai-
xa, sendo eles: Fundo Fixo ou Caixa Flutuante.
Uma provisão deve ser reconhecida quando: (a) a entidade tem uma
obrigação presente (legal ou não formalizada) como resultado de
evento passado; (b) seja provável que será necessária uma saída de
recursos que incorporam benefícios econômicos para liquidar a obri-
gação; e (c) possa ser feita uma estimativa confiável do valor da obri-
gação. Se essas condições não forem satisfeitas, nenhuma provisão
deve ser reconhecida.
PROVISÕES MATEMÁTICAS
As Provisões Matemáticas, também conhecidas como Passivo Atuarial,
são caraterizadas pela expressão monetária proveniente da expectativa líquida
de compromisso futuro do Plano de Benefícios para com seus participantes e
assistidos, cujo fato contábil já foi gerado. Tal compromisso deve ser mensu-
rado de acordo com a melhor estimativa de desembolso, em plena aderência
às características dos Planos de Benefícios a que se referem, enquanto aguarda
a efetiva liquidação financeira dos eventos, conforme estabelecido no regula-
mento do plano.
O termo atuarial representa a forma que definiu a origem dos Pla-
nos de Benefícios, quando todos os compromissos previdenciários estavam
baseados exclusivamente na projeção atuarial para apuração do fluxo de
benefícios a pagar e das respectivas contribuições a receber, cujo montan-
te contabilizado refletia exclusivamente as estimativas técnicas calculadas
com base em riscos, expectativas, probabilidades relacionadas ao negócio de
Fundo de Pensão.
Equilíbrio Técnico
Equilíbrio Técnico corresponde à diferença apurada entre os recursos
patrimoniais do Plano de Benefícios e seus compromissos com as rendas pre-
videnciárias futuras. Sendo assim:
Equilíbrio Técnico =
Patrimônio de Cobertura do Plano – Provisões Matemáticas
Resultado a Realizar
Ajuste de rentabilidade dos títulos mantidos até o vencimento
Evidencia os valores correspondentes ao valor presente da variação
entre o resultado auferido com títulos na condição de “mantidos até o ven-
cimento” e com o resultado desses títulos calculado a partir da taxa de des-
conto utilizada na última avaliação atuarial, com a devida anuência do órgão
fiscalizador.
4.16 REFERÊNCIAS
ADMINISTRATIVA
Carlos Henrique Campos
Membro da Comissão Técnica de Contabilidade da Abrapp - Região Sudeste e ANCEP
RECEITAS
(I) Gestão Previdencial
Correntes
Remuneração das Contribuições em Atraso
Doações
(II) Investimentos
Custeio Administrativo
Taxa de Administração de Empréstimos e Financiamentos
(III) Gestão Assistencial
(IV) Diretas
(V) Atualização de Depósitos Judiciais/Recursais
(VI) Dotação Inicial
(VII) Outras
a) Taxa de Administração
A taxa de administração é o custeio administrativo calculado sobre um
percentual dos recursos garantidores de um determinado Plano de Benefício.
Consideram-se recursos garantidores dos Planos de Benefícios admi-
nistrados por entidades fechadas de previdência complementar os Ativos dis-
poníveis e de investimentos, deduzidos de suas correspondentes exigibilida-
des, sendo o Exigível Operacional de investimentos e o Exigível Contingencial
de investimentos.
Seguindo a Planificação Contábil vigente, os recursos garantidores se-
riam calculados da seguinte maneira:
5.04.00.00.00.00.00 - Cobertura/Reversão de
Despesas Administrativas Taxa de
=
Administração efetiva
Recursos Garantidores
b) Taxa de Carregamento
A Resolução CGPC nº 29, de 31 de agosto de 2009, define a Taxa de
Carregamento como o percentual incidente sobre a soma das contribuições
e dos benefícios. Em outras palavras, o normativo define a Taxa de Carrega-
mento como o custeio administrativo calculado sobre um percentual do Fluxo
Previdenciário.
A) Despesas administrativas
1. Administração dos Planos Previdenciais
(I) Pessoal e encargos
(II) Treinamentos, congressos e seminários
(III) Viagens e estadias
(IV) Serviços de terceiros
(V) Despesas gerais
(VI) Depreciações e amortizações
(VII) Tributos
(VIII) Outras despesas
(IX) Provisão para perdas estimadas
2. Gestão Assistencial
3. Remuneração com a Antecipação de Contribuições de Patrocinadores
4. Despesas com Fomento
B) Constituições e reversões de provisões contingenciais
C) Reversão de recursos para o Plano de Benefícios
D) Fluxo dos investimentos
E) Constituição e reversão de fundos
2. Gestão Assistencial
No grupo contábil, Despesas da Gestão Assistencial representam os
gastos, pagos ou incorridos relacionados a prestação direta dos serviços
de assistência à saúde, para direção ou gestão da Entidade, e se consti-
tuem de várias atividades gerais que beneficiam todas as fases da admi-
nistração do(s) plano(s) de benefícios. Constam deste grupo contábil
pagamentos a diretoria, conselhos, salários e encargos de pessoal, des-
pesas com treinamentos, serviços de terceiros, despesas gerais etc.
3. Remuneração com a Antecipação de Contribuições de Patrocina-
dores
Despesas com a remuneração e encargos proveniente da antecipação de
contribuições de patrocinador, conforme acordo formal entre as partes.
4. Despesas com Fomento
Regista-se neste grupo as despesas com prospecção, elaboração, im-
plantação e fomento de Planos de Benefícios de Previdência Com-
plementar, compreendendo: estudo de mercado, negociação com
potenciais interessados, planejamento das atividades, esboço do regu-
lamento do plano, implantação, preparação da infraestrutura da EFPC,
aprovação do regulamento, divulgação, captação de participantes e
para cobertura parcial das despesas administrativas de novos Planos
de Benefícios pelo período máximo de 60 (sessenta) meses após início
de seu funcionamento.
Se, por um lado, fica claro que um plano não deve custear obrigações de
outros planos, é fato que, para ganho de escala na gestão dos investimentos e
maior economia nas questões administrativas, os Planos de Benefícios Previ-
denciais administrados pela EFPC, compartilham de uma mesma estrutura de
gestão, a qual deve ter seu registro contábil centralizado no Plano de Gestão
Administrativa.
Diante do exposto, para o fiel cumprimento do citado dispositivo legal e
para continuar se utilizando de uma estrutura compartilhada de gestão, faz-se
Salário Salário
Colabo- ponderado ponderado
Cargo Salário
rador pelo % gestão pelo % gestão
previdencial investimentos
Ana Diretora de Seguridade $ 40 $ 36 $4
Antônio Contador $ 20 $ 10 $ 10
João Analista Previdencial $5 $5 $0
José Analista de Investimento $ 10 $0 $ 10
Juliana Diretora de Investimentos $ 50 $3 $ 47
Lucas Atendimento ao Participante $4 $2 $2
Márcia Analista de Empréstimos $5 $0 $5
Maria Atuário $ 10 $8 $2
Paula Analista de TI $ 15 $5 $ 10
Pedro Analista de Benefício $5 $5 $0
TOTAL $ 164 $ 74 $ 90
RATEIO 100% 45,12% 54,88%
INDICADORES DE PONDERAÇÃO
Planos de
Modalidade Ativos Autopatrocinado BPD Assistidos
Benefícios
Plano A BD 5 7 4 9
Plano B CV 3 4 1,5 6
Plano C CD 1 1,5 1 2
QUADRO PONDERADO
Planos de Autopa-
Modalidade Ativos BPD Assistidos TOTAL
Benefícios trocinado
Plano A BD 500 70 20 27.000 27.590
Plano B CV 6.000 200 45 9.000 15.245
Plano C CD 5.000 300 100 2.000 7.400
TOTAL 11.500 570 165 38.000 50.235
INDICADORES DE PONDERAÇÃO
Segmentos Renda Renda Operações com
Imóveis
de Aplicação Fixa Variável Participantes
FATOR 1 4 3 2
QUADRO PONDERADO
Planos de Renda Renda Operações com
Imóveis TOTAL
Benefícios Fixa Variável Participantes
Plano A $ 6.000 $ 400 $6 $ 100 $ 6.506
Plano B $ 8.000 $ 12.000 $ 2.550 $ 2.000 $ 24.550
Plano C $ 10.000 $ 32.000 $ 3.000 $ 1.800 $ 46.800
TOTAL $ 24.000 $ 44.400 $ 5.556 $ 3.900 $ 77.856
TAXA DE CARREGAMENTO
Percentual incidente no custeio administrativo previdencial sobre a
Descrição
soma das contribuições e dos benefícios
Análise Acompanhamento da evolução do custeio previdencial
Aplicação Consolidado e por Plano de Benefício
Medida Percentual
5.6.3 FOMENTO
A EFPC pode amortizar as despesas com fomento como os gastos com
prospecção, elaboração e implantação de novos planos de previdência com-
plementar, desde que tenha a comprovação, por meio de estudo de viabili-
dade, da capacidade (potencial) do Plano de Benefícios de gerar receitas su-
ficientes para cobrir suas respectivas despesas administrativas e a existência
de recursos suficientes no Fundo Administrativo. Para isso, os gastos com a
instituição de novo Plano de Benefícios poderão ser registrados no intangível
e amortizados em até 60 (sessenta) meses, contados a partir da data de início
de funcionamento do plano.
A Resolução CNPC n° 43, de 2021, define o que é gasto com prospecção:
5.7 REFERÊNCIAS
IMOBILIZADO
Evenilson de Jesus Balzer
Membro da Comissão Técnica de Contabilidade da Abrapp - Região Sul e ANCEP
6.2.1 DEFINIÇÃO
De acordo com a Lei nº 11.638, Ativos imobilizados representam “(...)
direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das
atividades da entidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram
benefícios, riscos e controle desses bens”. Adicionalmente, de acordo com o
CPC 27, item 6:
Ativo imobilizado é o item tangível que:
(a) é mantido para uso na produção ou no fornecimento de mercado-
rias ou serviços, para aluguel a outros, ou para fins administrativos; e
(b) se espera utilizar por mais de um período.
Correspondem aos direitos que tenham por objeto bens corpóreos des-
tinados à manutenção das atividades da entidade ou exercidos com essa finali-
dade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram a ela os benefícios,
os riscos e o controle desses bens (fonte CPC 27).
As definições apresentadas anteriormente estão alinhadas normalmen-
te aos Ativos tangíveis (ou corpóreos) e de longo prazo, que sejam usados
para o desenvolvimento das atividades da EFPC e são classificados no Ativo
Imobilizado. Assim, são exemplos de Ativo imobilizado: móveis e utensílios,
máquinas e equipamentos, computadores e periféricos, veículos e imóveis de
uso próprio adquiridos com recursos administrativos não pertencentes aos
Planos de Benefícios.
Antes da discussão sobre os requisitos de reconhecimento e mensura-
ção de Ativos imobilizados, torna-se relevante apresentar os principais con-
ceitos e definições, extraídos de maneira literal do item 6 do CPC 27, que são
relevantes para a adequada compreensão de seu tratamento contábil.
6.2.3 CUSTO
Custo é o montante de caixa ou equivalente de caixa pago ou o valor
justo de qualquer outro recurso dado para adquirir um Ativo na data da sua
aquisição ou construção, ou ainda, se for o caso, o valor atribuído ao Ativo
quando inicialmente reconhecido.
O custo de um item do Ativo imobilizado compreende: (a) quaisquer
custos diretamente atribuíveis para colocar o Ativo no local e condição neces-
sárias para o mesmo ser capaz de funcionar da forma pretendida pela admi-
nistração; (b) seu preço de aquisição, acrescido de impostos não recuperáveis
sobre a compra e impostos de importação e depois de deduzidos os descontos
comerciais e abatimentos; e (c) a estimativa inicial dos custos de desmontagem
e remoção do item e de restauração do local (sítio) no qual este está localizado.
D – Ativo imobilizado
C – Receita administrativa R$ 50
D – Despesa administrativa
C – Ativo imobilizado
D – Despesa de depreciação
C – Depreciação acumulada (conta retificadora do Ativo) $ 6.000
6.7 BAIXA
D – Caixa/Bancos R$ 135.000
D – Depreciação acumulada R$ 217.000
C – Custo do Ativo imobilizado R$ 325.000
C – Ganho na alienação de imobilizado R$ 27.000
6.8 DIVULGAÇÃO
(i) adições;
(ii) Ativos classificados como mantidos para venda ou incluídos em um
grupo classificados como mantidos para venda de acordo com o Pro-
nunciamento Técnico CPC 31 – Ativo Não Circulante Mantido para
Venda e Operação Descontinuada e outras baixas;
(iii) aquisições por meio de combinações de negócios;
(iv) aumentos ou reduções decorrentes de reavaliações nos termos dos
itens 31, 39 e 40 e perdas por redução ao valor recuperável de Ati-
vos reconhecidos ou revertidos diretamente no patrimônio líquido de
acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor
Recuperável de Ativos;
(v) provisões para perdas de Ativos, reconhecidas no resultado, de
acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor
Recuperável de Ativos;
(vi) reversão de perda por redução ao valor recuperável de Ativos,
apropriada no resultado, de acordo com o Pronunciamento Técnico
CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos;
(vii) depreciações;
(viii) variações cambiais líquidas geradas pela conversão das demons-
trações contábeis da moeda funcional para a moeda de apresentação,
incluindo a conversão de uma operação estrangeira para a moeda de
apresentação da entidade; e
(ix) outras alterações.
7.2.1 DEFINIÇÃO
O Pronunciamento Técnico CPC 04 (R1) define Ativo intangível como
“(...) um Ativo não monetário identificável sem substância física”. Assim, além
da característica de ser incorpóreo, o Ativo intangível é definido como sendo
não monetário (ou seja, não é caixa nem valor a receber em montantes fixos
7.2.2 AMORTIZAÇÃO
É a alocação sistemática do valor amortizável, ou seja, o valor deduzido
do Ativo intangível ao longo de toda a sua vida útil.
A taxa de amortização mensal ou anual deve ser aquela mais adequada às
condições estabelecidas na contabilização do intangível, ou, no mínimo, aque-
la estabelecida em norma contábil, considerando a característica do mesmo.
7.2.5 DESENVOLVIMENTO
É a aplicação dos resultados da pesquisa ou de outros conhecimentos
em um plano ou projeto visando à produção de produtos, processo, materiais,
dispositivos, sistemas ou serviços novos ou substancialmente aprimorados,
antes do início da sua produção comercial ou do seu uso.
7.2.9 PESQUISA
É a investigação original realizada, conforme planejada com a expecta-
tiva de adquirir novo conhecimento técnico ou entendimento científico.
Assumindo, além disso, que a entidade gastou mais R$ 1.000 com servi-
ços diretamente atribuíveis ao esforço de deixá-lo em condições operacionais.
Assim, como os montantes são diretamente atribuíveis, o montante também
deve ser lançado em seu custo:
não exista valor residual. Portanto, a amortização anual deverá ser calculada
da seguinte maneira: (R$ 20.000 - R$ 0) ÷ 20 anos = R$ 1.000/ano. Nesse caso,
o lançamento anual da despesa seria o seguinte:
D – Despesa de amortização
C – Amortização acumulada R$ 1.000
No caso de Ativo intangível com vida útil indefinida, assim como para
aquele que ainda não esteja próprio para o uso (caso dos gastos com desen-
volvimento que atenderam aos critérios de reconhecimento), a entidade não
deverá amortizá-los. E, diferentemente dos demais intangíveis – que só são
testados para fins de avaliação se há perda por redução ao valor recuperável
quando há indícios de perda –, tais intangíveis deverão ser testados pelo menos
uma vez ao ano. A realização do teste de recuperabilidade é discutida a seguir.
7.8 BAIXA
7.9 DIVULGAÇÃO
¾ Primeira Geração
• contratos a termo (forward);
• contratos a futuro;
• opções de compra (call) e opções de venda (put); e
• contratos de swaps.
¾ Segunda Geração
• Straddle (compra de uma call e uma put pelo mesmo preço de exer-
cício);
• Strangel (igual ao Straddle, mas com preço de exercício diferente);
• Strap (compra de duas calls e uma put);
• Butterfly (compra de uma call de exercício baixo, venda de duas calls
de exercício médio e compra de uma call de exercício baixo);
• Condor, box (que, se usada como futuro de índice, transforma uma
aplicação de renda variável em renda fixa);
• Swaption (opção de se entrar em um swap): neste caso, um dos agen-
tes (titular) tem o direito de comprar ou vender a correlação entre
duas variáveis financeiras quaisquer estabelecidas na mesma forma
dos contratos de swap tradicionais. A diferença básica entre as swap-
tions e os swaps se refere à inexistência de obrigatoriedade para com-
pra/venda por parte do titular da operação;
• Derivativos Exóticos: são contratos envolvendo características não
padronizadas. Existem contratos que impõem limites de alta (caps)
ou de baixa (floor) em um produto financeiro. Também existem de-
rivativos baseados em variáveis climáticas, ambientais, energéticas,
entre muitas outras especificações. Não está no escopo deste traba-
lho o estudo desses produtos. Para um aprofundamento nesses deri-
vativos, ver Willmott (1998).
• Derivativos Inseridos (embutidos) em outros Instrumentos Finan-
ceiros (Embedded Derivatives): são, normalmente, cláusulas contra-
tuais que possuem comportamento semelhante ao de um derivativo
tradicional e que podem alterar significativamente o fluxo de caixa
oriundo do contrato base. Um exemplo bastante clássico desse tipo
de produto são as cláusulas call em debêntures conversíveis em ações.
Nesse tipo de contrato, tem-se uma debênture normal e uma opção
de compra nas ações da empresa em situações de mercado favoráveis.
(d) um contrato que seja ou possa vir a ser liquidado por instrumentos
patrimoniais da própria entidade, e que:
(i) não é um derivativo no qual a entidade é ou pode ser obrigada
a receber um número variável de instrumentos patrimoniais
da própria entidade; ou
(ii) um derivativo que será ou poderá ser liquidado de outra
forma que não pela troca de um montante fixo de caixa ou
outro Ativo financeiro, por número fixo de instrumentos pa-
trimoniais da própria entidade. Para esse propósito, os ins-
trumentos patrimoniais da própria entidade não incluem os
instrumentos financeiros com opção de venda classificados
como instrumentos patrimoniais, os instrumentos que im-
ponham a obrigação a uma entidade de entregar à outra par-
te um pro rata como parte dos Ativos líquidos da entidade
apenas na liquidação e são classificados como instrumentos
patrimoniais, ou os instrumentos que são contratos para fu-
turo recebimento ou entrega de instrumentos patrimoniais
da entidade.
Lançamento Inicial:
Pelo reconhecimento da aquisição dos TVMs
D – Ativo: TVM 30.000.000
D – DMAL: Deduções/Variações Negativas 100.000
C – Ativo: Caixa/Disponibilidades 30.100.000
Corretagem3
Recebimento
Amortização
Amortização
Corretagem5
Contábil6
Principal
Deságio2
Deságio4
Juros1
Valor
Saldo
Saldo
Ano
Lançamento Inicial:
Pelo reconhecimento da aquisição dos TVMs
D – Ativo: TVM 1.015.000
C – Deságio (conta redutora de TVM) 65.000
C – Ativo: Caixa/Disponibilidades 950.000
Reconhecimento em X1
D – Deságio (conta redutora de TVM) 12.653
D – Ativo: Caixa 60.000
C – Ativo: TVM 3.998
C – DMAL: Rendimento/Rendas Variações Positivas 68.655
Reconhecimento em X2
D – Deságio (conta redutora de TVM) 12.824
D – Ativo: Caixa 60.000
C – Ativo: TVM 3.543
C – DMAL: Rendimento/Rendas Variações Positivas 69.281
Reconhecimento em X3
D – Deságio (conta redutora de TVM) 12.998
D – Ativo: Caixa 60.000
C – Ativo: TVM 3.046
C – DMAL: Rendimento/Rendas Variações Positivas 69.951
Reconhecimento em X4
D – Deságio (conta redutora de TVM) 13.174
D – Ativo: Caixa 60.000
C – Ativo: TVM 2.503
C – DMAL: Rendimento/Rendas Variações Positivas 70.671
Reconhecimento em X5
D – Deságio (conta redutora de TVM) 13.352
D – Ativo: Caixa 1.060.000
C – DMAL: Rendimento/Rendas Variações Positivas 71.442
C – Ativo: TVM 1.001.910
(...)
§ 1º As operações de alienação de títulos públicos federais,
classificados como títulos mantidos até o vencimento, realizadas em
até trinta dias da aquisição de novos títulos da mesma natureza, com
prazo de vencimento superior e em montante igual ou superior aos dos
títulos alienados, não descaracterizam a intenção da EFPC quando da
classificação dos mesmos na referida categoria. (NR)
§ 2º Devem ser divulgados, em notas explicativas das demonstrações
contábeis relativas ao exercício em que houver a negociação, os títulos
públicos federais classificados na categoria títulos mantidos até o
vencimento negociados no período, especificando data da negociação,
quantidade negociada, valor total negociado, o efeito no resultado das
demonstrações contábeis e a justificativa para a negociação. (NR)
Reconhecimento de título de renda fixa na categoria de títulos para
negociação
O artigo 33 da Resolução nº 43/21 do CNPC explicita que os rendimen-
tos produzidos pelos títulos e valores mobiliários devem ser computados e
registrados diretamente no resultado do período, independentemente da cate-
goria em que são classificados. Assim, nos casos de TVMs classificados como
títulos para negociação que tenham a característica de renda fixa – portanto
rendam juros –, deve-se apropriar os rendimentos, bem como realizar a sua
atualização do valor justo, no mínimo mensalmente. Deve-se também atentar
para a não capitalização dos custos de transação, conforme expresso no item
II do art. 12 Instrução PREVIC nº 31/20.
• Principal = $ 1.000.000
• Cupom = 6,0% ao ano
• Preço Unitário (PU) = $ 935.000
• Corretagem = $ 15.000
• Prazo de Vencimento = cinco anos
• Pagamentos anuais de cupom e pagamento do principal ao final do
prazo do título
• Ao final do ano X1, o título é negociado por $ 965.000.
Lançamento Inicial:
Pelo reconhecimento da aquisição dos TVMs
D – Ativo: TVM 935.000
D – DMAL: Deduções/Variações Negativas 15.000
C – Ativo: Caixa/Disponibilidades 950.000
Reconhecimento em X1
Pela apropriação dos rendimentos/juros
D – Ativo: TVM 11.166
D – Ativo: Caixa 60.000
C – DMAL: Rendas Variações Positivas 71.166
to inicial. De acordo com o CPC 48, ao fazer essa avaliação, a entidade deve
utilizar a alteração no risco de inadimplência ao longo da vida esperada do
Ativo Financeiro, e não a alteração no valor de perdas de crédito esperadas.
Para fazer essa avaliação, a entidade deve comparar o risco de inadimplência
no instrumento financeiro na data do balanço com o risco de inadimplência na
data de reconhecimento inicial e considerar informações razoáveis e susten-
táveis, disponíveis sem custo ou esforço excessivos, que sejam um indicativo
de aumentos significativos no risco de crédito desde o reconhecimento inicial.
A entidade pode presumir que o risco de crédito do instrumento fi-
nanceiro não aumentou significativamente desde o reconhecimento inicial se
for determinado que o instrumento financeiro possui baixo risco de crédito
na data do balanço. Independentemente da forma como a entidade avalia os
aumentos significativos no risco de crédito, existe uma presunção refutável
de que o risco de crédito de Ativo Financeiro aumentou significativamente
desde o reconhecimento inicial quando os pagamentos contratuais estiverem
vencidos há mais de 30 (trinta) dias.
A entidade deve reconhecer no resultado do exercício, como ganho ou
perda na redução ao valor recuperável, o valor das perdas de crédito esperadas
(ou reversão) requerido para ajustar a provisão para perdas.
A entidade deve mensurar as perdas de crédito esperadas de instrumen-
to financeiro, de modo que reflita:
(a) o valor imparcial e ponderado pela probabilidade que seja determi-
nado ao avaliar um intervalo de resultados possíveis;
(b) o valor do dinheiro no tempo; e
(c) as informações razoáveis e sustentáveis disponíveis, sem custo ou
esforço excessivos, na data do balanço sobre eventos passados, con-
dições atuais e previsões de condições econômicas futuras.
Evidenciação
É obrigatória a divulgação, em notas explicativas às demonstrações
contábeis, de informações que abranjam, no mínimo, os seguintes aspectos
relativos a cada categoria de classificação:
I. o montante, a natureza e as faixas de vencimento;
II. os valores de custo e de mercado, segregados por tipo de título, bem
como os parâmetros utilizados na determinação desses valores;
III. o montante dos títulos reclassificados, o reflexo no resultado e os
motivos que levaram à reclassificação.
No caso de EFPC que adote a segregação real dos Ativos por Plano de
Benefícios, modelo multifundo, as divulgações dos itens anteriormente elen-
cados deverão ser realizadas por Plano de Benefícios.
Em 31/10:
Deve-se reconhecer a alteração do valor justo2 do contrato:
D – Ativo: Obrigações por Compra a Termo a Receber 4.953
C – Rendas/Variações Positivas com Contrato a Termo
Em 30/11:
Deve-se reconhecer a nova alteração do valor justo3 do contrato:
D – Ativo: Obrigações por Compra a Termo a Receber 5.047
C – Rendas/Variações Positivas com Contrato a Termo
1 De acordo com os pronunciamentos técnicos do CPC e IFRSs, o lançamento inicial não seria este.
Seria registrado o valor justo inicial do instrumento, que, via de regra, em condições de mercado, seria
nulo. Por conta da Instrução nº 31, há o lançamento do valor nocional do contrato e, na liquidação, há
o ajuste.
2 Valor Justo = [(120-110) x 500]/1,121/12 = 4.953
3 Calculado como: [(130-110) x 500] = 10.000
Na compra da opção:
D – Ativo: opções de compra 2.000
C – Ativo: Caixa
Em 31/12/X0:
D – Ativo: opções de compra 3.000
C – DMAL: Rendas/Variações Positivas com Opções
Em 15/03/X1:
D – Ativo: opções de compra 4.000
C – DMAL: Rendas/Variações Positivas com Opções 4.000
D – Ativo: Investimento em Ações 59.000
C – Ativo Caixa 50.000
C – Ativo: opções de compra 9.000
4 GALDI, F. C.; BARRETO, E.; FLORES, E. Contabilidade de instrumentos financeiros IFRS 9/CPC
48. São Paulo: Atlas, 2018.
8.6 REFERÊNCIAS
CONTINGENCIAL
Leila Batista Mello
Membro da Comissão Técnica de Contabilidade da Abrapp - Região Sudeste e ANCEP
ser feita, existe um Passivo que não pode ser reconhecido. Esse Passivo é
divulgado como Passivo Contingente (CPC 25, item 25).
Provisões Baixa e
Exercício Reclassifi- Exercí-
Exigível Contingencial Adicionais/ Reversões de
Anterior cações cio Atual
Novos Processos Provisões
Gestão Previdencial
Processos Judiciais
Plano A
Plano B
Outros
Gestão Administrativa
Processos Judiciais
Outras Provisões
Investimentos
Total
Fonte: Elaborado pelos autores.
9.10 REFERÊNCIA
Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamento Técnico CPC 25 – Provi-
sões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes.
10.1 INTRODUÇÃO
a “entidade” que o administrava, e esta, muitas vezes, era vista por terceiros
como mera extensão da empresa patrocinadora, sendo estatal ou privada. Foi
somente em 2001, com a promulgação das Leis Complementares nº 108 e nº
109, que foi estabelecida uma estrutura mínima de governança para as Entida-
des Fechadas de Previdência Complementar.
Stakeholders
De acordo com os artigos 9 e 35, respectivamente, das Leis nº 108 e nº
109, as EFPC devem manter estrutura mínima composta por Conselho Deli-
berativo (CD), Conselho Fiscal (CF) e Diretoria Executiva (DIREX), confor-
me exemplo apresentado a seguir:
Conselho Deliberativo
É o órgão máximo da estrutura organizacional das EFPC, responsável
pela definição da política geral de administração da entidade e de seus Planos
de Benefícios, sendo equivalente ao Conselho de Administração nas demais
Conselho Fiscal
É a instância de controle interno e supervisão da EFPC, sendo o ór-
gão responsável pela fiscalização e pelo controle da gestão da EFPC e de seus
Planos de Benefícios. Sua forma de atuação deverá ser sempre pautada pela
independência dos demais órgãos de governança e deve ter como foco princi-
pal a verificação da consonância (compliance) dos atos de gestão em relação à
legislação, aos normativos internos e às políticas da EFPC. Seu papel de guar-
dião não se confunde ou dispensa os trabalhos similares e concomitantes do
Conselho Deliberativo, dos Comitês ou mesmo da Auditoria.
Para as entidades regidas pela LC 109/2001, não há limitação para o
número máximo de integrantes do Conselho Fiscal; no entanto, um terço das
vagas deverá ser preenchido por representantes dos participantes e assistidos
(art. 35, § 1º). Já nas entidades patrocinadas pela administração pública direta
ou indireta (art. 15 da LC 108/2001), a composição do Conselho Fiscal deverá
ser constituída por, no máximo, quatro membros, com representação paritá-
ria entre patrocinadores, participantes e assistidos, cabendo a esses a indicação
do conselheiro presidente, que terá, além do seu, o voto de qualidade. O man-
dato dos membros é de quatro anos, sendo vetada a recondução.
Diretoria Executiva
É o órgão estatutário responsável pela preparação e implementação de
todos os processos operacionais, financeiros, de gestão de riscos, de controle
e de comunicação com o sistema e demais partes interessadas. Possui em sua
essência a mesma constituição e o propósito da liderança diretiva das orga-
nizações: gerir processos e recursos organizacionais, em consonância com as
políticas e diretrizes do Conselho Deliberativo e com a regulação vigente, de
forma a garantir a consecução de sua missão institucional.
Os membros da Diretoria Executiva são os administradores da entida-
de. A composição da diretoria depende do porte da entidade, do montante de
recursos administrados, do grau de complexidade dos Planos de Benefícios
que administra. Normalmente, a composição da Diretoria Executiva possui
um presidente ou um diretor-superintendente, um diretor de investimentos
ou financeiro, um diretor de benefícios ou de seguridade e um de adminis-
tração. Entre os membros da diretoria, é informado ao órgão regulador e fis-
calizador o diretor responsável pelas aplicações dos recursos da entidade de
previdência – AETQ (LC 109/2001, art. 35, § 5º), o diretor responsável pelo
Plano de Benefícios – ARPB (Resolução CNPC nº 30/2018, art. 36) e o diretor
responsável pela Contabilidade – DRC (Resolução CNPC nº 27/2017, art. 5º).
Como instrumento de apoio aos processos decisórios desses órgãos (CD,
CF e DIREX), comitês específicos e multidisciplinares podem ser formados nas
entidades, conforme orienta a PREVIC por meio do Guia de Melhores Práticas
de Governança para as EFPC. Ademais, é considerado como boa prática criar
comitês (investimentos, ética, comunicação etc.) formados por membros com
reconhecida capacidade e conhecimentos técnicos suficientes para auxiliar
os membros dos órgãos estatutários (CD, CF e DIREX) na gestão da entida-
de, sem, logicamente, eximir de suas responsabilidades e do dever fiduciário.
Comitês Multidisciplinares
Os Comitês são unidades de criação voluntária, estatutários ou não,
atuantes no apoio à administração das EFPC. Sua função básica está voltada
para um ou mais objetivos, tais como: elaborar pareceres voltados a subsidiar
tomadas de decisão; deliberar, em casos particulares de delegação de alçadas
específicas; acompanhar temas específicos em maior profundidade; ou moni-
torar operações das referidas EFPC.
CONSELHO DELIBERATIVO
• Considerar a complementaridade de competências na composição do
conselho, a partir da alta qualificação de seus membros, os quais devem
atuar sempre em interesse da EFPC;
• Garantir o adequado funcionamento, a partir da definição de periodi-
cidade e boa dinâmica das reuniões; disponibilizar com qualidade as
informações gerenciais que serão objeto de análise; dar suporte técnico
adequado à complexidade dos temas a serem avaliados; e disponibilizar
tempo para os conselheiros atuarem nas reuniões, no estudo prévio dos
temas pautados, entre outras eventuais demandas.
CONSELHO FISCAL
• Considerar a competência e a alta qualificação de seus membros na for-
mação do Conselho, com destaque para as áreas jurídica, atuarial, contá-
bil, financeira, de controles internos e administrativa em geral;
• Possuir acompanhamento constante dos atos de gestão, dos trabalhos de
auditoria, da gestão de risco e de controle, devendo, ainda, possuir for-
malização de suas atribuições por meio de regimento interno; e
• Garantir o adequado funcionamento, a partir da definição de periodici-
dade e da boa dinâmica das reuniões; disponibilizar com qualidade as
informações gerenciais que serão objeto de análise; dar suporte técnico
adequado à complexidade dos temas a serem avaliados; e disponibilizar
tempo para os conselheiros atuarem nas reuniões, no estudo prévio dos
temas pautados, entre outras eventuais demandas.
DIRETORIA EXECUTIVA
• Atuar de forma colegiada no processo decisório e na liderança das áreas
táticas e operacionais da EFPC, responsáveis pela efetivação dos proces-
sos organizacionais. Para tal, seus membros precisam ter boa capacitação
e possuir competências estratégicas, gerenciais e técnicas, na proporção
adequada de suas atribuições como Conselheiro e de suas responsabili-
dades estatutárias e regimentais;
• Desempenhar suas atividades de acordo com as definições estratégicas
estabelecidas pelo Conselho Deliberativo, como também alinhar o seu
trabalho de fiscalização e controle interno executado pelo Conselho Fis-
cal, visando assegurar suas atividades de acordo com os normativos in-
terno e externo;
• Possuir iniciativa com o propósito de estabelecer as políticas e as dire-
trizes estratégicas, as normas, os processos e os procedimentos formais,
coerentes com as melhores práticas de governança, gestão e controle, em
especial, com as definidas na autorregulação;
• Formalizar um regimento interno aprovado pelo Conselho Deliberativo,
com suas atribuições, competências e alçadas, com o objetivo de dire-
cionar a atuação e o funcionamento dos seus membros e a estrutura do
colegiado.
Fonte: Orientações sobre Comitês de Auditoria: Melhores Práticas no Assessoramento ao Conselho de Ad-
ministração (IBGC), 2017.
Não modificada:
• Opinião sem ressalvas: significa que o auditor conclui que as de-
monstrações contábeis foram preparadas de acordo com os Prin-
cípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de
Contabilidade.
Modificada:
• Opinião com ressalva: o auditor deve expressar uma opinião com
ressalva quando ele, tendo obtido evidência de auditoria apropria-
da e suficiente, conclui que as distorções, individualmente ou em
conjunto, são relevantes, mas não generalizadas nas demonstrações
contábeis.
Nesse caso, o auditor deverá especificar que, em sua opinião, exceto
pelos efeitos dos assuntos descritos na seção “Opinião com ressal-
va”, as demonstrações contábeis estão apresentadas adequadamen-
te, em todos os aspectos relevantes (...), de acordo com as práticas
contábeis adotadas no Brasil, aplicáveis às entidades reguladas pelo
Conselho Nacional de Previdência Complementar.
• Opinião adversa: emitido quando o auditor conclui que as distor-
ções, individualmente ou em conjunto, são relevantes e genera-
lizadas para as demonstrações contábeis. O auditor deve descre-
ver os motivos e a natureza das divergências e especificar que, em
sua opinião, devido à relevância dos assuntos descritos na seção
“Base para opinião adversa”, as demonstrações contábeis não es-
tão apresentadas adequadamente (...), de acordo com as práticas
contábeis (...).
• Abstenção de opinião: emitido quando houver limitação significa-
tiva na extensão do exame que impossibilite o auditor de formar
opinião sobre as demonstrações contábeis. O auditor deve indicar
os procedimentos omitidos e descrever as circunstâncias de tal li-
mitação. Ele não expressa opinião, e sim especifica que, devido à re-
levância do(s) assunto(s) descrito(s) na seção “Base para abstenção
de opinião”, o auditor não conseguiu obter evidência de auditoria
apropriada e suficiente para fundamentar sua opinião de auditoria
sobre as demonstrações contábeis.
IX. verificar, por ocasião das reuniões previstas no inciso VII, o cum-
primento de suas recomendações pela Diretoria Executiva da
EFPC; e
X. reunir-se com o Conselho Fiscal e com o Conselho Deliberativo
da EFPC, por solicitação deles ou por iniciativa do Comitê, para
discutir sobre políticas, práticas e procedimentos identificados no
âmbito das suas respectivas competências.
10.8 REFERÊNCIAS
PRINCÍPIOS:
A Norma ISO 31000 dispõe sobre os seguintes princípios para a Gestão
de Risco:
11.3 ESTRUTURA
A Norma ISO 31000 é composta por sete componentes necessários para
gerenciar os riscos, os quais são adaptáveis à estrutura e às necessidades espe-
cíficas de cada organização.
Estabelecimento do Contexto: definição dos critérios e do escopo da
gestão, das áreas e dos setores envolvidos, os quais devem ser segrega-
dos em contexto interno e externo. No contexto interno, as fontes de
informações necessárias são o planejamento estratégico, o estatuto e os
regulamentos dos planos, os demonstrativos atuariais, as políticas de
investimentos dos Planos de Benefícios e do Plano de Gestão Admi-
nistrativa, os estudos de Asset Liability Matching (ALM), entre outras
fontes disponíveis na organização.
Identificação dos Riscos: elaboração de uma lista dos riscos internos
e externos que possam, de alguma forma, causar ameaça e/ou trazer
oportunidades na consecução de cada um dos objetivos e das metas
identificados no estabelecimento do contexto apresentado anterior-
mente, no item Riscos no Ambiente das EFPC.
Análise dos Riscos: baseada na lista de riscos elaborada na etapa ante-
rior (identificação dos riscos), esta etapa tem o objetivo de separar os
riscos mínimos aceitáveis dos riscos mais importantes, considerando
suas fontes, consequências positivas e/ou negativas e probabilidades de
que essas consequências possam ocorrer.
A avaliação de riscos deve ser feita por meio das análises quantitativas
e qualitativas ou da combinação de ambas, e, ainda, quanto à sua condição de
inerentes (risco bruto, sem considerar qualquer controle) e residuais (con-
siderando os controles identificados e avaliados quanto ao desenho e à sua
execução).
Governança
A referida legislação absorveu as mudanças em curso na estrutura de
Governança das EFPCs, trazendo o conceito de melhoria contínua, transpa-
rência, prestação de contas, entre outros, bem como garantiu o assento aos
participantes e assistidos nos Conselhos Deliberativo e Fiscal. Adicionalmen-
te, estabeleceu o desenvolvimento de uma cultura interna que enfatize e ado-
te princípios, regras e práticas de Governança não só pela Diretoria e pelos
Conselhos, mas também para os demais órgãos de Governança eventualmente
existentes (arts. 1º e 2º, CGPC 13).
Foco de Atuação:
• Estrutura de Governança e de Controles Internos;
• Análise da exposição a riscos relacionados à Governança;
• Políticas e Procedimentos; e
• Atos e Fatos da Gestão (Processos Decisórios).
Processos
Com a implantação da Resolução CGPC nº 13, o foco da fiscalização
passou a ser voltado para os processos e os respectivos controles. Ou seja, o
ambiente de controle deverá passar por todos os níveis e funções da EFPC,
com clara definição de processo e responsabilidades (art. 13, CGPC 13).
Foco de Atuação:
• Concessão de Benefícios;
• Folha de Benefícios;
• Contábil, Fiscal, Controladoria;
• Gestão de Investimentos;
• Arrecadação (contrib. Patroc/Partic/Assist);
• Contratos Administrativos;
• Avaliação Atuarial;
• Política de Gestão de Riscos;
• Cadastro de Participantes;
• Contingências.
Riscos
Para identificar os riscos, é fundamental compreender as origens do
perigo, ou seja, é preciso conhecer os eventos internos e externos que podem
comprometer os objetivos estratégicos da Entidade (art. 12, CGPC 13).
Foco de Atuação:
• Análise da gestão da carteira;
• Verificação processos decisório de aquisição de investimentos;
• Inadimplência de empréstimos;
• Riscos de TI (desenvolvimento/produção/homologação);
• Risco Jurídico (Contingências).
Controles
Os controles devem ser adequados ao porte, à complexidade e aos riscos
inerentes aos Planos de Benefícios por elas operados, de modo a assegurar o
pleno cumprimento de seus objetivos (art. 1º, CGPC 13).
Foco de Atuação:
• Controles na gestão de TI (backups/segurança de servidores/salva-
guarda da informação);
• Limites de investimentos/enquadramentos;
• Análise das Atas DIREX/CD/CF;
• Controle e acompanhamento orçamentário (PB/PGA);
• Ações Fiscais (PREVIC/RFB);
• Paridade Contributiva;
• Verificação da solvência e da aderência das premissas atuariais dos
planos;
• Solvência e acompanhamento de déficit;
• Avaliação dos planos de ações pendentes e/ou encerrados.
11.14 REFERÊNCIAS
12.1 INTRODUÇÃO
ponsável tributário dos tributos retidos –, bem como os incidentes sobre sua
atividade, como PIS/Pasep e Cofins, são contabilizados em contas específicas
do exigível operacional conforme o reconhecimento em função da gestão do
recurso. Exemplificando: na gestão previdencial, ocorre o registro no Passivo
das retenções tributárias efetuadas sobre as folhas de pagamento de benefícios
assumidos pelo plano; na gestão administrativa, há o registro no Passivo das
retenções tributárias decorrentes do pagamento de salários aos empregados,
prestadores de serviço e fornecedores.
Nos tópicos seguintes são descritos todos os tributos pertinentes às ati-
vidades das EFPC.
(=) R$ 867,97
(-) Parcela a deduzir: R$ 636,13
(=) A – IRRF a pagar: R$ 231,84
Descrição Características
Taxa de carregamento Custeio previdencial definido no plano de custeio
Receita oriunda de taxa cobrada sobre os recursos
Taxa de administração
garantidores dos Planos de Benefícios
Receitas diretas Receitas geradas pelo próprio PGA
Resultados dos
Rendas geradas pela aplicação do Fundo do PGA
investimentos
Outras Outras
Fonte: Elaborado pelos autores.
I – 35% (trinta e cinco por cento), para recursos com prazo de acumu-
lação inferior ou igual a 2 (dois) anos;
II – 30% (trinta por cento), para recursos com prazo de acumulação
superior a 2 (dois) anos e inferior ou igual a 4 (quatro) anos;
III – 25% (vinte e cinco por cento), para recursos com prazo de
acumulação superior a 4 (quatro) anos e inferior ou igual a 6 (seis)
anos;
IV – 20% (vinte por cento), para recursos com prazo de acumulação
superior a 6 (seis) anos e inferior ou igual a 8 (oito) anos;
V – 15% (quinze por cento), para recursos com prazo de acumulação
superior a 8 (oito) anos e inferior ou igual a 10 (dez) anos; e
VI – 10% (dez por cento), para recursos com prazo de acumulação
superior a 10 (dez) anos.
A opção pelo regime regressivo ocorre somente para os planos nas mo-
dalidades de contribuições definida e variável. Assim, as EFPC que possuam
apenas Planos de Benefícios Definidos aplicam o regime de tributação pela
tabela progressiva tanto no recolhimento sobre a folha de benefícios como no
resgate de contribuições. Outro ponto a ser destacado é que os rendimentos
sujeitos a esse regime de tributação são exclusivos na fonte, ou seja, o Imposto
de Renda será definitivo.
12.4 INVESTIMENTOS
12.6 REFERÊNCIAS
PÓS-EMPREGO
Carlos Augusto Pacheco Pereira
Membro da Comissão Técnica de Contabilidade da Abrapp – Região Centro-Norte e ANCEP
13.1 INTRODUÇÃO
• Eliminação do “corredor”; e
• Ganhos e perdas atuariais reconhecidos em outros resultados
abrangentes que, segundo o Pronunciamento Técnico CPC 26
(R1), é a “mutação que ocorre no patrimônio líquido durante um
período que resulta de transações e outros eventos que não deriva-
dos de transações com os sócios na sua qualidade de proprietários”.
tração própria dos recursos. Além disso, o retorno de seus investimentos teria
que ser significativamente maior para compensar, também, a tributação sobre
esses rendimentos, já que os rendimentos auferidos pelos recursos adminis-
trados pelos fundos de pensão são isentos (Lei nº 11.053/2004).
Ademais, exceto em planos instituídos, a patrocinadora adiciona sua
contribuição junto à do empregado no Plano de Benefícios. Essas contribuições
de patrocinadores são, em média, o mesmo valor aportado pelo participante.
Daí a relevância dos planos de aposentadoria como benefício pós-emprego.
Existem, praticamente, dois tipos de Planos de Benefícios – os de con-
tribuição definida e os de benefício definido –, dependendo da essência eco-
nômica do plano decorrente de seus principais termos e condições. No Brasil,
temos, ainda, um terceiro tipo de Plano de Benefícios, que deriva dos dois
já citados, denominado contribuição variável. Esse é um primeiro ponto em
que a norma internacional (Qual norma) apresenta divergência com a legis-
lação de previdência complementar fechada, uma vez que as regras das EFPC
estabelecem que os Planos de Benefícios podem ser classificados em planos
de CD, BD ou CV. No caso dos planos CD (ou CV), o desafio está na acumu-
lação de recursos suficientes com o esforço contributivo, no longo prazo, da
patrocinadora e dos participantes, bem como dos rendimentos auferidos com
os investimentos, de forma que sejam acumulados recursos suficientes para
pagamento dos compromissos devidos pós-emprego e não haja frustação do
participante no momento de optar pelo recebimento do benefício. Ou seja,
caso o participante não consiga uma acumulação de patrimônio compatível
com seu salário de participação, pode ser que seu benefício fique muito aquém
de suas expectativas na hora da entrega do “termo de opção” com a escolha do
recebimento de benefício.
No caso dos planos CD, o risco atuarial recai para os participantes, as-
sistidos e pensionistas, que, de modo geral, não conseguem acumular uma
reserva de poupança suficiente, de forma que o benefício seja próximo de sua
remuneração na fase laboral. O regulamento do plano não garante um benefí-
cio determinado. A reponsabilidade da patrocinadora limita-se em contribuir
ao Plano de Benefícios, que é uma contribuição previamente definida, e a ren-
da dependerá do retorno dos investimentos, da expectativa de vida etc. Com
isso, os riscos atuarial e de retorno dos investimentos são, eminentemente, do
empregado.
Exemplo 1
Uma EFPC é patrocinadora de um Plano de Benefícios para seus 50
empregados. O Plano de Benefícios é do tipo CD. A contribuição para
o plano é realizada pelos empregados e pela patrocinadora, de forma
paritária, até 10% da folha salarial, incluindo 13º salário. A entidade
realiza os repasses mensalmente, no último dia do mês, ou seja, assim
que o empregado presta serviço. Supondo que a folha de pagamento da
entidade seja de R$ 200.000/mês, o reconhecimento das contribuições
será realizado da seguinte forma:
Exemplo 2
Uma EFPC é patrocinadora de um Plano de Benefícios para seus 50
empregados. O Plano de Benefícios é do tipo CD. A contribuição para
o plano é realizada pelos empregados e pela patrocinadora, de forma
paritária, até 10% da folha salarial, incluindo 13º salário. A entidade re-
aliza os repasses anualmente, no último dia do exercício a que se refere.
Supondo que a folha de pagamento da entidade seja de R$ 200.000/mês,
o reconhecimento das contribuições será realizado da seguinte forma:
Exemplo 3
Uma EFPC é patrocinadora de um Plano de Benefícios para seus 50
empregados. O Plano de Benefícios é do tipo CD. A contribuição para
o plano é realizada pelos empregados e pela patrocinadora, de forma
paritária, até 10% da folha salarial, incluindo 13º salário. A entidade
costuma realizar os repasses apenas 60 meses após a prestação de servi-
Quadros Demonstrativos
Exemplo 1
Exemplo 2
Exemplo 3
Esses valores mobiliários que possuem valor de resgate fixo e que fo-
ram adquiridos para compatibilizar as obrigações do plano, ou suas
partes específicas, podem ser lançados pelos valores baseados no seu
último valor de resgate, assumindo taxa constante de retorno até o
vencimento.
1. PREMISSAS
PLANO BD SITUAÇÃO
PARTICIPANTE BD6 ATIVO
PARTICIPANTE BD7 ATIVO
PARTICIPANTE BD8 ATIVO
PARTICIPANTE BD9 ATIVO
PARTICIPANTE BD1O ATIVO
1.4 Rentabilidade: 1%
2. MOVIMENTAÇÃO E ESCRITURAÇÃO
PROCESSO 5: INVESTIMENTOS
Os investimentos são realizados por meio da gestão real ou compar-
tilhada. A gestão real são os investimentos identificados por plano e a
gestão compartilhada, os investimentos unificados de todos os planos,
sendo que, nesse caso, devem ser aplicados controles auxiliares para re-
alizar a apuração da rentabilidade por meio de rateios proporcionais
ao volume de cada patrimônio. A seguir, demonstramos o processo de
aplicação e de rendimentos:
3. BALANCETES
BALANCETE DO PLANO CD
Contas 1 – ATIVO
Contas 2 – PASSIVO
Contas 5 – INVESTIMENTOS
BALANCETE DO PLANO BD
Contas 1 – ATIVO
Contas 2 – PASSIVO
Contas 5 – INVESTIMENTOS
Contas 2 – PASSIVO
Contas 5 – INVESTIMENTOS
BALANCETE CONSOLIDADO
O balancete consolidado é o somatório de todos os planos previdenciais
e do Plano de Gestão Administrativo.
Contas 1 – ATIVO
Contas 2 – PASSIVO
Contas 5 – INVESTIMENTOS
4. DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS
CONTROLES INTERNOS
Para realizar os registros contábeis e, posteriormente, a realização das
conciliações dos saldos contábeis, é necessário o suporte dos controles inter-
nos. A seguir, apresentamos os controles de cada gestão, os quais foram utili-
zados na escrituração do movimento 1:
CRITÉRIOS DE RATEIOS
CONTROLE FINANCEIRO
Contas 2 – PASSIVO
Contas 5 – INVESTIMENTOS
Contas 2 – PASSIVO
Contas 2 – PASSIVO
4 – DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS
Os demonstrativos contábeis, após o segundo movimento, demonstra-
rão todo o processo, o qual deverá ser descrito nas notas explicativas:
I) Balanço Patrimonial Consolidado
Para o Plano BD, não houve alteração na DPT pois não apresentou ope-
rações no movimento 2.
CONTROLES INTERNOS
9 786589 735304