C Ál Culo Ban Code Capacitor Es
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Manobra de capacitores
Na ligação de capacitores a uma rede ocorre um processo transitório severo até que seja atingido o valor
nominal de carga. Durante este processo, podem surgir picos de corrente elevados (“in rush”), em
freqüências na faixa de centenas até milhares de Hertz, exigindo muito dos dispositivos de manobra. Os
fatores determinantes para a amplitude da freqüência e das correntes de ligação são a capacitância dos
capacitores, reatâncias do circuito e o valor instantâneo de tensão, no instante da alimentação.
Os picos de corrente serão limitados pela impedância dos cabos e, em condições favoráveis, pela indutância
dos capacitores e pelas indutâncias entre os vários estágios dos capacitores.
• pela relação entre a potência dos capacitores a serem ligados e os capacitores já alimentados
• pelo comprimento dos cabos de alimentação, ou seja, pela resistência dos cabos entre os capacitores
individuais
• pela indutância intrínseca dos capacitores. Por exemplo, no caso de módulo de capacitor de carcaça
cilíndrica com baixas perdas, poderá ser desprezada.
A correção do fator de potência do motor é feita utilizando-se capacitores conectados aos seus terminais e
que são ligados e desligados juntamente com o motor (figura 1). Somente a corrente ativa Iw será fornecida
pela rede. Esta corrente fluirá pelo contator e pelo relé de sobrecarga. O ajuste do relé de sobrecarga deverá
ser feito em base a esta corrente.
A corrente de ajuste do relé Ir é calculada em base aos dados básicos nas seguintes formas:
In . cos ϕ
Ir =
0,9
Exemplo
Motor trifásico assíncrono, quatro pólos, potência 30 cv / 22 kW em 380 V / 60 Hz. Corrente nominal In = 43 A,
e cosϕ = 0,83. Deverá ser feita correção para cosϕ = 0,9.
43.0,83
Ir =
0,9
Ir = 39,6 ≅ 40 A
Ie = In . cos ϕ
IL = In2 − I2e
Q c .10 3
Iq =
3.Un
Ir = I + (IL − Iq ) 2
2
e
Exemplo:
Motor trifásico assíncrono, quatro pólos, potência 10 cv / 7,5 kW com 380V / 60Hz. Corrente nominal In = 16 A
e cosϕ = 0,87. Potência do capacitor Qc = 3 kvar.
I e = 16.0,87 = 13,92A
IL = 16 2 − 13,92 2 = 7,88 A
3.1000
Iq = ≡ 4,56 A
1,73.380
Ir = 13,92 2 + (7,88 − 4,56) 2
Ir = 14,3 ≡ 14 A
L1
L2
L3
. ..
Iw
. . .
. .
M
3~
Figura 1
Proteção contra sobrecarga de um motor trifásico assíncrono com correção individual por capacitor
Capacitores devem ser dimensionados, segundo a norma DIN EN 60831-1 (VDE 560 Parte 46), para uma
corrente eficaz maior de 1,3 vezes a corrente de nominal para tensão e freqüência alternada.
Em função deste dimensionamento, na maioria dos casos de aplicação de capacitores, permite-se não utilizar
da proteção de sobrecarga.
Somente em redes com elementos que geram harmônicas elevadas (por ex., geradores e acionamentos com
semicondutores) os capacitores poderão sofrer sobrecargas. Os capacitores formam um circuito ressonante
paralelo, pela ligação em série do transformador como reatância de curto-circuito para rede. Há o surgimento
de fenômenos ressonantes quando a freqüência própria deste circuito oscilante for a mesma, ou estiver
próxima da corrente harmônica gerada por um semicondutor. Para evitar isto, os capacitores deverão ser
ligados a reatores. No lugar de um capacitor puro, é utilizado um circuito LC, cuja freqüência de ressonância
situa-se abaixo da harmônica de corrente de menor ordem (250 Hz). Desta forma, o banco de capacitores
assumirá uma característica indutiva para todas as harmônicas de corrente, não podendo mais formar um
circuito ressonante com a reatância de rede.
Uma outra possibilidade é a de utilizar filtros para eliminação de componentes harmônicas na rede. Os filtros
são circuitos ressonantes em série que, ao contrário do conjunto capacitor-reator, são calculados para
filtrarem as componentes harmônicas específicas da rede. A impedância, neste caso, será próxima a zero.
Os capacitores deverão, então, ser ligados a reatores ou deverão ser substituídos por filtros de rede.
No caso de utilização de relés de sobrecarga para a proteção contra sobrecargas, o relé poderá ser ajustado
a um valor de 1,3 a 1,43 vezes a corrente nominal do capacitor pois, considerando-se a tolerância permitida
do valor de corrente do capacitor, esta poderá atingir o valor de 1,1 x 1,3 = 1,43 vezes a corrente nominal do
capacitor.
No caso de utilização de relés de sobrecarga de disjuntores com transformadores de corrente poderá ocorrer,
através da alteração da relação do transformador causada pelas harmônicas, uma elevação da corrente
secundária do transformador. Em função disso, poderão ocorrer desligamentos indevidos, a um valor de
corrente mais baixo.
Na manobra de capacitores deverá ser observado que os capacitores, dependendo do teor de harmônicas
presentes na rede, acrescerão um determinado valor de correntes harmônicas. O valor eficaz da corrente e
suas correntes harmônicas não deverão ultrapassar a corrente nominal do disjuntor. Em função disso, a
corrente nominal do capacitor, em geral, não deve ser superior a 75% da corrente nominal do disjuntor.
Na manobra de capacitores através de contatores (veja tabela 1), os capacitores deverão estar
descarregados, por meio de resistores de descarga ou por reatores antes da sua ligação.
Tamanho S0
8 – 15 14 – 25 18 – 30 24 – 42 1 NA 24 V, 50/60 Hz 3RT16 27-1AC21
110 V, 50/60 Hz 3RT16 27-1AG21
220 V, 50/60 Hz 3RT16 27-1AN21
3RT16 47-1A.01
Tamanho S3
16 - 30 28 - 50 36 - 60 48 - 84 1 NA 24 V, 50/60 Hz 3RT16 47-1AC21
110 V, 50/60 Hz 3RT16 47-1AG21
220 V, 50/60 Hz 3RT16 47-1AN21
Na ligação de capacitores em paralelo com outros já alimentados, estes atuarão como uma fonte de energia
adicional, representando uma carga adicional ao contator no período transitório de partida. Para elevar a
capacidade de manobra de contatores na ligação dos capacitores, deverão ser utilizados resistores de pré-
carga ou reatores (veja figura 2).
F0
..
F0
. .
. .
A1 1 3 5 13 43 A1 1 3 5 43
A2 2 4 6 14 44 A2 2 4 6 44
.. ..
. .
3RT16 17 3RT16 27
3RT16 47
Figura 2
Esquema de ligação de contatores para manobra de capacitores 3RT16
Princípios básicos
Diversas cargas elétricas absorvem da rede, além da potência ativa, potência reativa necessária, por
exemplo, para a magnetização de motores e transformadores, e no caso de semicondutores.
Conduzir potência reativa implica em gastos desnecessários, pois ela não pode ser utilizada. Nos capítulos
seguintes são abordados os princípios básicos da compensação da energia reativa, a aplicação prática de
sistemas de compensação e a compensação em redes com cargas alimentadas por inversores.
A relação entre a potência ativa P e a potência reativa S é proporcional ao co-seno do ângulo ϕ (fator de
potência) (figura 3):
P
cos ϕ =
S
Q = S 2 − P 2 (kvar)
Um capacitor com a mesma potência reativa Qc compensaria esta potência reativa, levando a um valor de
fator de potência (cos ϕ) igual a 1.
Na prática não é usual a compensação do fator de potência com capacitor com valor unitário fixo, pois isto
poderia provocar uma sobrecompensação nos momentos de flutuação de carga e pela inércia do regulador.
Normalmente as concessionárias de energia indicam qual o valor final de fator de potência, para o qual deve
ser feita a compensação.
Potência reativa
Q = S 2 .P2
kvar Q1
p Q2 Qc
Potência
ativa S2 ϕ = ângulo de defasagem
P = S 2 .Q 2 Potência S1
aparente S1 = potência aparente não
kW ϕ ϕ1
S = P .Q
2 2 ϕ2
compensada
kVA
S2 = potência aparente com
compensação através de capacitores
Figura 3
Fator de potência em função da potência ativa e da potência aparente
Em redes com cargas indutivas (por ex., motores), o fator de potência cos ϕ altera-se com manobras e
flutuações da carga. A concessionária exige que a relação entre a potência ativa P e a potência reativa S não
ultrapasse determinado valor.
Na decisão para escolha se o fator de potência de cargas individuais deva ser corrigido com capacitores fixos
ou através de sistema de banco de capacitores centralizado, aspectos econômicos e técnicos devem ser
levados em conta. Sistemas para compensação automática centralizada do fator de potência possuem um
custo mais alto por carga instalada. Se for considerado, porém, que na maioria das plantas elétricas as
cargas não estarão ligadas simultaneamente, um sistema de compensação automático centralizado terá um
valor menor do que o necessário para compensar toda a potência instalada.
Correção individual
Na correção individual os capacitores são conectados diretamente aos terminais das cargas individuais,
sendo ligados simultaneamente (figura 4).
Recomenda-se uma compensação individual para os casos onde haja grandes cargas de utilização constante
e longos períodos de operação.
Os capacitores geralmente podem ser conectados diretamente aos terminais das cargas, sendo manobrado
por meio de um único contator.
. .
. . . . .
M M M M
3~ 3~ 3~ 3~
Figura 4
Correção individual
.
meio de um contator ou de disjuntor (figura 5).
. .
Figura 5 M M M
3~ 3~ 3~
Correção para grupo de cargas
Para a compensação centralizada são normalmente utilizados bancos de capacitores ligado diretamente a um
alimentador principal (figura 6). Isto é particularmente vantajoso quando a planta elétrica for constituída de
diversas cargas com diferentes potências e períodos de operação.
• os bancos de capacitores, por estarem centralizados, podem ser supervisionados mais facilmente
• ampliações futuras tornam-se mais simples
• a potência dos capacitores pode ser adaptada constantemente por aumento de potência da planta elétrica
• considerando-se o fator de simultaneidade, geralmente a potência reativa necessária é inferior à potência
necessária para a compensação das cargas individualmente
. . . . .
Regulador
.
M M M M M M
3~ 3~ 3~ 3~ 3~ 3~
Figura 6
Correção centralizada das cargas
Numa planta elétrica pode-se partir do princípio que as cargas operem, de forma usual com um fator de
potência médio de cós ϕ = 0,7. Para a correção para cós ϕ = 0,9, será necessária uma potência reativa Qc,
correspondente a cerca de 50% da potência ativa P. Assim:
Qc = 0,5 . P
A potência necessária para o banco de capacitores para a correção do fator de potência, em função do fator
de potência atual do sistema, pode ser determinada pela tabela 2.
Exemplo
O fator de potência atual de uma instalação, de cós ϕ1 = 0,76, deverá ser corrigido para cós ϕ2 = 0,9. De
acordo com a tabela 2, para cada kW de potência ativa, são necessários 0,37 kvar para correção.
Para uma potência total ativa (por ex., obtidos por medição) de 140 kW, será necessário um banco de
capacitores de potência: 140 x 0,37 = 51,8 kvar; será selecionado então um banco de 50 kvar.
A potência Qc de bancos de capacitores para motores assíncronos trifásicos não poderá exceder 90% da
potência reativa em vazio do motor, pois neste caso poderá ocorrer auto-excitação do motor no desligamento
do mesmo, ocasionando uma elevada sobretensão nos terminais do motor.
Na correção do fator de potencia individual em motores com partida direta, os capacitores podem ser
conectados diretamente nos terminais do motor. Motor e capacitores são ligados simultaneamente.
Na partida estrela- triângulo, se o banco de capacitores for conectado diretamente nos terminais do motor,
poderá ocorrer uma auto-excitação perigosa no motor no desligamento da rede na transição de estrela para
triângulo. O motor torna-se gerador, sendo excitado pelos capacitores.
Neste momento, o transiente de tensão ocasionará correntes transitórias instantâneas, que provocarão
elevadas sobrecargas no motor e no capacitor acarretando, acima de tudo e principalmente soldagem nos
contatos dos contatores. Na utilização de partidas estrela-triângulo, para evitar a auto-excitação, a
ressonância série e sua ligação à rede em oposição de fases deve ser utilizado um contator próprio para
manobra dos capacitores (figura 7).
Pelo esquema o contator (K5) deve ser preferencialmente comandado pelo botão de partida da estrela-
triângulo. Deverá ser previsto um elemento de descarga (ED) do capacitor.
L1, L2, L3
. . L1 .
1/N/PE-50 Hz ... V
F3
.
F0 F2 F1
K1 K3 K2 K5
S1
.
. S1
. .
K1
.
. .
F1
ED
M
3~ C
.
K4 K1 K2
a) Circuito de potência K3 K2
. . . .
K5 K4 K2 K3 K1
N/L2
b) Circuito de comando
Figura 7
Esquema de ligação de capacitor na partida estrela- triângulo de um motor
i 0 .S r
Q0 ≅ S0 =
100
Projeto
Existem várias possibilidades para a determinação da potência Qc do banco de capacitores. Uma delas
consiste em determiná-la pelos valores da tangente do ângulo (tabela 3), pela fórmula:
Em plantas elétricas onde diversas cargas são manobradas durante o processo produtivo, o valor de cos ϕ
altera-se constantemente. Neste caso aconselha-se a implantação de um sistema de correção de fator de
potência centralizado automático com regulador, que verifica constantemente os valores instantâneos da
rede, comandando os estágios do banco de capacitores. Em função do processo produtivo, poderá ser
adotada solução mista, na qual os fatores de potência das grandes cargas, que tenham longos períodos de
operação, são corrigidos individualmente, enquanto que as demais cargas serão corrigidas de forma
centralizada.
Para a determinação da potência do banco de capacitores em uma instalação nova, deverá ser somada a
potência reativa total das cargas individuais, considerando-se um fator de simultaneidade a.
Qc = 0,3 . a . S.
a Fator de simultaneidade
S Potência aparente instalada.
Nesta fórmula empírica, parte-se do princípio de que será feita compensação do fator de potência médio de
cos ϕ1 = 0,75 a um valor corrigido de cos ϕ2 = 0,9.
Em plantas elétricas já em operação, os valores necessários para correção do fator de potência podem ser
determinados através de medições. Esta é a forma mais fácil, quando houverem medidores de potência ativa
e reativa disponíveis.
Exemplo
131670k var(h)
= 1,33 = tan ϕ
99000kW (h)
O cos ϕ1 = 0,6 é obtido da tabela 3. Isso significa que, durante o período de medição, o sistema operou com
cos ϕ1 médio de 0,6.
Para corrigir este valor para cos ϕ2 = 0,9, deve-se determinar a potência do banco de capacitores através da
fórmula Qc = P x (tan ϕ1 - tan ϕ2). O valor de P é calculado a partir dos valores da potência ativa e do
intervalo de medição:
99000kWh
= 550kW
180h
550.0,85 = 467,5kvar
Esta fórmula, porém, é válida se a instalação operar com carga aproximadamente constante. No caso de
haver alta variação de carga - por ex., durante o dia por motores (cargas indutivas) e, durante a noite,
somente aquecimento e iluminação (cargas Ôhmicas) - a potência do banco de capacitores obtida pela
medição não será suficiente para os casos de picos de cargas indutivas. Nestes casos, sugere-se efetuar a
medição, por ex., durante uma hora no período com grandes cargas indutivas ou determinar os valores
instantâneos exatos com medidores de corrente, tensão e cos ϕ.
Tabela 3
Determinação da potência do banco de capacitores para correção de cos ϕ1 a cos ϕ2
Tensão U = 380V
Corrente (aparente) I = 1400A
cos ϕ1 0,6
Potência reativa
Q1 = S. sen ϕ1
Q1 = 920 . 0,8 ≅ 736kvar
P
S2 =
cos ϕ2
550
S2 = ≅ 610kVA
0,9
Qc = Q1 - Q2,
Q2 = S2 . sen ϕ2
Q2 = 610 . 0,44 ≅ 268kvar
ou
Q2 = P . tan ϕ
Q2 = 550 . 0,48 ≅ 264kvar
Qc = Q1 - Q2
Qc = 736 - 266 = 470kvar.
Quando uma corrente capacitiva flui através de um elemento indutivo, a tensão de saída será elevada, em
relação à tensão de entrada, em uma valor proporcional à queda de tensão presente no elemento indutivo.
Na prática, uma situação desta se dá quando um banco de capacitores estiver ligado após um transformador
e a carga indutiva, alimentada pelo trafo, e esta for desligada, sendo que os capacitores permanecem ligados.
ukr .Q
∆U = (%)
Sr
∆U Elevação de tensão em %
ukr Valor medido da impedância de curto circuito do transformador em %
Q Potência do banco de capacitores em kvar
Sr Potência aparente nominal do transformador em kVA.
Exemplo
6.200
∆U = = 1,9%
630
Na prática, nos dias de hoje, o surgimento de sobretensões perigosas estão limitadas em circuitos com a
utilização de bancos de capacitores que são manobrados automaticamente de forma controlada.
Um semicondutor tem condições de variar continuamente sua tensão de saída, através do corte da tensão.
Desta forma, as correntes dos semicondutores tornam-se cada vez mais indutivas, quanto maior for o ângulo
de disparo α.
A isso soma-se a potência reativa de manobra, que gera uma elevação limitada da corrente dos
semicondutores, estando presente também em ponte de semicondutores não- controladas. Para um ângulo
de superposição u, uma ponte de semicondutores absorve da rede uma potência reativa fundamental de:
u
Q1 = P1. tan( α + )
2
As correntes harmônicas impõem-se na rede. Como conseqüência da impedância de rede, surgem tensões
harmônicas que se sobrepõem à tensão fundamental da rede, ocasionando uma distorção na forma de onda
da tensão. Isto pode acarretar defeitos na rede e no desligamento de outras cargas alimentadas por ela.
A ordem da harmônica indica com qual múltiplo da freqüência de rede ela oscila.
Uma ponte de semicondutores a seis pulsos pode, portanto, gerar harmônicas de ordem 5., 7., 11., 13., etc.