Estudo de Caso Conflito de Gerações

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Departamento de Administração

Disciplina: Criação de Negócios -2021


Prof. Dr. Antonio N. Junior
Alunos: Samara Sousa de Lima, Luiz Fernando Correa da Silva Paranhos Néris ;
Rodrigo Alves dos Santos
Matricula: 19/0098376, 14/0152016; 13/0132535

Estudo de Caso: Conflito de Gerações


O objetivo fundamental do método de estudo de caso é maximizar o aprendizado
através do desenvolvimento das seguintes habilidades: analítica, tomada de decisão,
prática na utilização de ferramentas de gestão, comunicação oral e escrita,
administração de tempo, relacionamento interpessoal e aproximação entre teoria e
pratica.

 
 
ABCD Metalurgia é uma empresa familiar fundada por um imigrante europeu. A nova
geração está tentando assumir o controle e instalar técnicas mais modernas de gestão. A
nova geração visa o aumento da eficiência, enquanto o patriarca focaliza em outros
valores que foram responsáveis pela sobrevivência da empresa nos últimos 45 anos.
Era sexta-feira e César já começava a ficar angustiado. Só conseguia pensar que
faltavam apenas dois dias para que tudo começasse de novo. Já tinha ouvido falar da
síndrome da segunda-feira, mas isso já era demais. Ele começava a sofrer na sexta-feira.
Realmente tinha de fazer alguma coisa, se continuasse assim iria ter um colapso. Só não
sabia como encaminhar o assunto sem se envolver em conflitos com o seu pai.
César administrava a empresa da família há cinco anos. Ele representava a terceira
geração de mestres metalúrgicos oriundos da Europa que se instalaram em Curitiba
(PR) após a Segunda Guerra Mundial. Seu avô era um dos artesãos que ajudaram a
divulgar a utilização de calhas, esquadrias (portas e janelas) e grades ao estilo europeu,
tornando as casas mais confortáveis e protegidas.
César se orgulhava de ter conseguido unir a experiência dos imigrantes europeus com as
novas tecnologias de fabricação. Hoje a ABCD fornecia produtos de qualidade, um
ótimo serviço de instalação e preços extremamente competitivos. A empresa atendia
todos os tipos de obras e dimensões, desde instalações residenciais a amplos projetos
industriais, construção Civil, shopping centers e supermercados.

Estudo de Caso elaborado pelo Prof. Marcos S. Piaskowy


O leque de serviços e produtos era imenso. Todos os produtos eram produzidos sob
medida e o processo era basicamente artesanal. A variedade de perfil de clientes,
demandas e exigências era significante. Para dar uma ideia, a ABCD Metalurgia
fabricava mais de 50 modelos de portas e janelas em alumínio e ferro, que poderiam ter
quatro tipos de acabamento - pintura epóxi, anodização, galvanização, pintura esmalte –
na mais variada gama de cores.
O portfólio de grades de proteção tinha mais de 80 modelos. As escadas, corrimões e
guarda-corpos eram oferecidos em vários modelos e materiais – ferro, aço inox,
alumínio, latão. Além disso, a empresa desenvolvia projetos especiais como móveis,
jardins de inverno, coberturas, fachadas para prédios. Esta obsessão por desafios era
hereditária.
Seu pai costumava dizer: “se pode ser feito, nós faremos”. Apesar de beirar os setenta
anos de idade, continuava ativo na empresa. “Seu Gunter”, como era conhecido, iniciou
na empresa criada por seu pai, há quase 45 anos, quando havia apenas quatro ajudantes.
Com uma personalidade forte, construiu um nome e uma reputação baseada em
qualidade e honestidade. Tinha verdadeiro orgulho de seu trabalho. Construiu a empresa
com o único sistema gerencial que conhecia.
Era extremamente centralizador e mantinha um controle minucioso de todos os detalhes
da operação da empresa. Muitas vezes era o primeiro a chegar à fábrica e controlava o
horário de chegada dos funcionários. Entretanto, com o crescimento da fábrica, este
método se tornou pouco eficiente.
César tentou programar sistemas mais modernos de gestão, mas era constantemente
freado pelo seu pai. Seu Gunter fazia questão de lembrar seu filho de que a empresa
havia sido construída por ele e as coisas, portanto, precisam ser do jeito dele. Esta era
uma fonte constante de conflitos entre as duas gerações.
A ABCD estava completando 45 anos de atividades e atendia clientes de todos os tipos
e tamanhos. A empresa havia sobrevivido a vários planos econômicos, crises financeiras
e estava em um momento decisivo. Tinha 82 funcionários distribuídos entre a matriz e a
filial, contava com um departamento de vendas com seis pessoas, uma frota de dois
caminhões e quatro vans para fazer entregas. A ABCD tornara-se grande demais para
continuar administrada como nos últimos anos. Precisava de algumas mudanças para
enfrentar o mercado.

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A concorrência era enorme e feroz. Além de empresas tradicionais do ramo, o mercado
era assolado por empresas do tipo “fundo de quintal” e empreiteiros que trabalhavam na
informalidade, sem pagar impostos.
Os próprios funcionários da ABCD trabalhavam como concorrentes nos finais de
semana. E a carteira de clientes, essa sim era uma confusão. A empresa atendia
pequenos consertos, pedidos de uma janelinha, obras de estruturas metálicas, esquadrias
para prédios inteiros, projetos especiais. Seu pai se orgulhava de atender a todos da
mesma maneira, sem distinção e dizia sempre “o cliente tem sempre razão”. Essa
política fazia com que a ABCD perdesse agilidade para atender os clientes que eram
responsáveis por quase 70% do faturamento – construtores de projetos especiais e
arquitetos. Desgastava o pessoal do atendimento que precisava se desdobrar para
conciliar as demandas.
Enlouquecia a equipe da entrega que não sabia o que deveria ser priorizado. E fazia com
que a ABCD gastasse recursos, tempo e dinheiro atendendo pedidos muito pequenos e
pouco rentáveis. Normalmente eram esses pedidos pequenos que mais davam dor de
cabeça e, pior, exigiam retrabalho.
A empresa tinha uma carteira de cerca de 1.700 clientes de todos os tipos. Seu Gunter,
apesar de supervisionar a fábrica diariamente, gostava da área comercial e se
encarregava de receber os pedidos e negociar com os clientes. Jamais recusava um
trabalho, por mais simples ou complicado que pudesse ser. Quanto mais desafiante era o
pedido, melhor. No primeiro momento, muitos projetos pareciam altamente rentáveis,
mas, depois da entrega, uma quantidade substancial apresentava prejuízos.
César precisava dar um jeito nesta situação. Primeiro teria que enfrentar seu pai que, aos
70 anos, insistia em trabalhar dessa maneira. “Eu sempre fiz assim e sempre deu certo”.
Ele não sabia como explicar para o seu pai que nem todos os clientes são iguais. Mesmo
alguns clientes tradicionais teriam de ser colocados de lado se os projetos não fossem
lucrativos. Para sobreviver, a empresa precisaria conhecer as características dos clientes,
as peculiaridades de cada projeto e atende-los de acordo.
César havia estudado administração e feito pós-graduação em marketing. Conhecia bem
todos os processos industriais e o mercado. Gunter, por outro lado, esperava que ele
assumisse o comando das empresas de forma integral, mas discordava dos
“modernismos” que seu filho insistia em implementar. César tinha uma boa briga a
travar com seu pai e a cultura da empresa. Mas ele sabia que valia a pena, pois o futuro

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da ABCD dependia disso. ​Ele não queria entrar para as estatísticas que reforçam a
tese de “pai rico, filho nobre e neto pobre”.

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Questões para discussão
Parte 1 - Percepções de competências
1.1 Após as observações sobre a estrutura atual da ABCD descreva os pontos
conflitantes entre o Sr. Gunter e César.
R: Principalmente no que tange ao ajuste das diretrizes comerciais da empresa
e maneira de gestão, tais como: conflitos internos sobre o dono da empresa não
aceitar novos meios de gerenciamento.
1.2 descreva pontos positivos do sr. Gunter como gestor.
R: A dedicação, força de vontade e atenção constante ao negócio são
características marcantes, mas insuficientes para conduzir a uma excelência na
gestão. Além de oferecer o serviço é necessário entender e conhecer seus
clientes, bem como ter inteligência governamental para maximizar os
resultados.
1.3 Apesar da formação acadêmica identifique pontos falhos nas competências de
César.
R: A ausência de experiência ativa, embora esteja há cinco anos administrando
a empresa, há situações de ocorrências de sucesso ou fracasso vivenciadas
apenas pelo patriarca.
1.4 Descreva os pontos positivos de César como gestor
R: César busca inovação, tem um perfil analítico e tenta maximizar os
resultados, tendo a noção da logística e as necessidades do atual momento.
1.5 Como vocês descreveriam as principais diferenças entre as visões de negócio e os
modelos de gestão adotados pelo pai e pelo filho?
R: Cesar tem uma visão expansionista, onde o interesse reflete na maximização
dos resultados, diferente do seu pai que tem uma visão focada na qualidade e
atendimento amplo.
1.6 Identifique e descreva 2 pontos negativos na Empresa ABCD.
R: Diversificação demasiada de produtos e serviços sem especificação e seleção
de nichos para atuação. Com a diversificação a atenção devida aos clientes fica
comprometida.
1.7 Identifique e descreva dois pontos positivos da Empresa
R: Capacidade produtiva ampla para produção e entrega, qualidade dos
produtos.

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1.8 Vocês foram convidados para ajudar na organização da Empresas ABCD. Cite duas
estratégias organizacionais que vcs acham pertinente para o ajuste organizacional da
ABCD.
R: Definição de nicho de atuação; fortalecimento da estrutura organizacional
com estabelecimento de processos de atendimento, com as devidas prioridades.

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