3968-Texto Do Artigo-7086-1-10-20170927
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RESUMO
A base da autonomia acontece na presença do outro, através do diálogo.
Pensando nisso e preocupadas em oferecer ferramentas para o educador é que
temos desenvolvido oficinas com dinâmicas, pois elas favorecem o filosofar,
possibilitam ao profissional da educação infantil um espaço para ressignificar sua
atuação e sua prática diante da reflexão e de vivências que o levem a experimentar
o saber de si enquanto sujeito aberto ao diálogo e a novas aprendizagens.
Cabe ao professor conduzir bem essas discussões de forma que o diálogo seja
otimizado, esperando que os alunos desenvolvam sua capacidade crítica e criativa,
interiorizando-a de tal forma que saiba aplicá-la nas situações da vida cotidiana.
Ao potencializar sua capacidade de raciocinar e compreender, espera-se que a
criança possa ampliar sua atuação nas demais disciplinas, na participação do
convívio social e na sua vida pessoal.
Um fator importante é a relação entre a educação e significado. Este não pode ser
ensinado apenas; é preciso que cada um consiga descobri-lo, captá-lo e isso se dá
através do pensar bem, através da reflexão.
Não é nada fácil para o educador, devido a sua própria formação, lidar com este
aluno que não aprende apenas mecanicamente, nem aceita tudo passivamente
sabendo questionar as questões que lhe são relevantes, argumentar sobre elas. A
base da autonomia, o pensar por si mesmo, acontece na presença do outro,
através do diálogo - aprendizado pelo qual também o próprio educador deverá
passar.
O ser humano é um ser de possibilidades. Não nasce pronto. Deve construir seu
ser, tornar-se pessoa. Essa tarefa de construção de si mesmo é o sentido
fundamental da liberdade. Vai se tornando pessoa e construindo o seu ser através
da ação. Precisa decidir que ações realizam o seu ser, que dão sentido ao seu
existir e assumir a responsabilidade de organizar o seu modo de ser e de agir.
A ação ética é uma decisão de foro íntimo, não carece de aprovação dos demais.
Quando acreditamos nos nossos valores realmente não precisamos nem queremos
aprovação nem o reconhecimento alheios. Eles passam a fazer parte de nós
mesmos, passam a construir o nosso próprio ser e todas as ações decorrem de e
para eles. (ZAGURI,1997: 105)
É na troca de idéias que as pessoas têm a grande chance de estarem expondo suas
idéias aos outros, de estarem escutando as idéias dos outros sobre o mesmo tema
ou assunto, de estarem comparando as suas idéias com as dos outros e as dos
outros entre si e de estarem a partir daí, podendo melhorar, completar ou mesmo
modificar o que pensam ou, então, confirmar ainda mais seus pontos de vista.
Costumamos dizer que, na situação de diálogo, as pessoas trocam, além de suas
convicções, expressas em afirmações ou em seus argumentos, as suas razões
relativas às próprias convicções. É nessas trocas de razões que as mesmas podem
ficar mais fortalecidas, menos fortalecidas, ou até claramente frágeis e sem
sustentação. (LORIERI; 35 ) (2)
Nosso propósito tem sido sociabilizar com os demais educadores, o grande desafio:
viver de maneira livre e criativa. Diante das experiências que vivenciamos na área
da educação, sobretudo nas oficinas em atenção ao desenvolvimento do
profissional da educação, percebemos grande carência no que se refere ao
processo criador.
Uma educação repressora e inibidora parece não ter permitido um espaço voltado
para a descoberta e o pensamento criativo em nossas instituições, onde o sujeito
por sua vez , não encontra liberdade de expressão necessária para expor seus
pensamentos , idéias e sugestões , ocasionando verdadeiro mal estar docente,
refletidas na sua prática cotidiana.
Situações como esta nos levam, portanto, à tentativa de refletir sobre estas
questões e organizar sugestões de técnicas e procedimentos que poderão contribuir
para uma metodologia mais dialógica reduzindo os conflitos existentes no cotidiano
escolar através da reflexão e da busca de sentidos para a própria existência. As
oficinas, enquanto processo facilitador do diálogo, tornará o grupo mais dinâmico
na busca de desenvolver sua própria criatividade, permitindo descobrir ou
redescobrir seu jeito próprio de ensinar bem como de aprender. Cada pessoa que
se reúne acaba confrontando seus padrões, comportamentos, respostas e buscas,
sugerindo um estado de questionamento, para novos olhares, novas descobertas,
nova postura diante de si e do outro, enfim, diante da própria vida.
Para ilustrar melhor em que consiste essas dinâmicas, tentaremos descrever pelo
menos uma delas, deixando claro que o leitor passará por uma experiência
diferente quando ele próprio puder vivenciá-la.
Desenvolvimento:
Com adultos podemos chegar a pedir até dez mudanças. Existirá por parte do
grupo uma resistência a estas mudanças que serão verbalizadas durante a
execução. Cabe ao facilitador e ao ego observador anotar todas as interferências
para serem posteriormente colocadas em discussão.
Diante dos levantamentos feitos pelo grupo é que se iniciará o diálogo filosófico em
cima de alguns temas, que será mediado pelo facilitador com perguntas que
colaborem para o aprofundamento de uma discussão filosófica.
Por exemplo: - Quem não gostou da proposta de mudar algo em si?/ Pode
esclarecer por quê?/ Que tipo de mudanças foram propostas? /Quando aumentou
o números de mudanças como você se sentiu?/ Que saídas você encontrou para
mudar X coisas?/ Como foi pensar nessas mudanças?/ O que são mudanças?/ Elas
são necessárias? O que você acha?/ Quem conseguiu descobrir, ou não, as
mudanças que foram feitas?/ Após a atividade realizada você continua pensando
da mesma forma? Podemos relacionar essa atividade com a forma como temos
nos relacionado com as pessoas? Que tipo de olhar temos lançado sobre o nosso
aluno/ Estamos olhando ou estamos vendo? Olhar é diferente de ver?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS