Petição - Usucapião Ordinário
Petição - Usucapião Ordinário
Petição - Usucapião Ordinário
AÇÃO DE USUCAPIÃO
DE ESPÉCIE ORDINÁRIA DE BEM IMÓVEL URBANO
Contra Imobiliária de Tal LTDA, pessoa jurídica de direito privado, com endereço sito na
na Rua dos Coqueiros, nº 1000, em Cidade Sobral – CEP nº 62.333-33, inscrita no
CNPJ(MF) sob o nº. 77.666.555/0001-44, pelas razões de fato e direito que a seguir
passa a expor.
DOS FATOS
Nesse ínterim, o Autor está na posse contínua, mansa e pacífica do bem desde
11/66/8888. Desse modo, há mais de dez(10) anos sendo o mesmo utilizado para fins
residenciais.
Frise-se, de outro norte, que o imóvel em liça se encontra registrado em nome da
Promovida, qualificando-a a figurar no polo passivo desta ação.
Resta saber, mais, que o Autor, logo no terceiro mês após assinatura do contrato, mudou-
se para o imóvel vertente, passando inclusive a pagar a conta de luz, água, telefone,
IPTU, tudo ora devidamente anexados. Isso, sem sombra de dúvidas, evidencia uma
postura de animus domini do usucapiente.
Justificando a propositura desta ação, delimita-se que o Autor, quando quitou a última
prestação, procurou os representantes legais da Ré com a finalidade de promover a
assinatura escritura pública definitiva. Contudo, deparou-se com a empresa fechada,
tornando-se inviável o intento de transferir a propriedade do bem em liça. Assim, não lhe
restou outro caminho senão adotar a providência de procurar um provimento judicial
nesse sentido (novo CPC, art. 17 c/c art. 12, inc. I, do Estatuto da Cidade).
DO DIREITO
a. Prescrição aquisitiva
Ressalte-se que o bem em questão não se trata de bem público, mas de imóvel particular
(Dec. nº. 22.785/33, art. 2º).
Portanto, não se trata de bem que, de alguma forma, seja protegido por lei de alienação
ou mesmo objeto de cláusula de inalienabilidade.
Além disso, vale ainda ressaltar que, o imóvel não é de propriedade de pessoa incapaz.
(CC, art. 198, inc. I).
b. Quanto à posse
Segundo os documentos colacionados com esta petição inicial, a posse do Autor no
imóvel se reveste com ânimo de proprietário, exercendo, com legítimo possuidor, todos os
poderes inerentes à propriedade. Ademais, resta saber que o Autor fizera inúmeras
reformas no imóvel em apreço, o que também denota o animo domini. Para comprovar
isso, revelamos as notas fiscais de venda e prestação de serviços anexas.
Além disso, a posse em questão é mansa e pacífica, exercida sem qualquer oposição
durante mais de uma década, ou seja, enquanto se encontra na posse do bem em
aspiração.
c. Do tempo na posse
O Autor figurou na posse do bem por todo o tempo ora revelado, sem qualquer
interrupção, ou seja, de forma contínua.
JUSTO TÍTULO
A jurisprudência, anuncia os requisitos indispensáveis para a configuração da ação de
usucapião ordinária e esclarece, ainda, a conceituação do que seria justo título, conforme
julgados do TJ/MG:
APELAÇÃO CÍVEL - USUCAPIÃO ORDINÁRIO - REQUISITOS
PREENCHIDOS - PROCEDÊNCIA DO PEDIDO INICIAL. Para o
reconhecimento da prescrição aquisitiva delineada pelo artigo 551 do antigo
Código Civil erigem-se como requisitos a) posse mansa, pacífica, e
ininterrupta, exercida com intenção de dono; b) decurso do tempo de dez
anos entre presentes, ou de quinze anos entre ausentes; c) justo título,
mesmo que este contenha algum vício ou irregularidade; e boa-fé. Justo
título não quer dizer título perfeito. É qualquer fato jurídico apto à
transmissão de domínio, ainda que não registrado. A ação de usucapião
compete também ao possuidor a non domino. (Número do processo:
2.0000.00.446409-7/000 1 Relator: DOMINGOS COELHO Data do acordão:
23/02/2005. Data da publicação: 05/03/2005).
Assim como Maria Helena Diniz bem diz acerca da usucapião ordinária, mais
acentuadamente no tocante ao “justo título”, professa que:
“ Há uma espécie de usucapião em que a lei exige que o possuidor tenha
justo título (CC, art. 1.242), isto é, que seja portador de documento capaz
de transferir-lhe o domínio. Deve ser esse título translativo justo, isto é,
formalizado, devidamente registrado, hábil ou idôneo à aquisição da
propriedade. P. ex.: escritura pública de compra e venda, doação, legado,
carta de arrematação, adjudicação, formal de partilha, etc., com aparência
de legítimos e válidos. A lei impõe ao prescribente o encargo de exibir tal
título, mesmo que tenha algum vício ou irregularidade, uma vez que o
decurso do tempo legal tem o condão de escoimá-la de seus defeitos,
desde que concorram, como veremos, os demais requisitos para a
configuração dessa modalidade de usucapião”.
DOS PEDIDOS
DO VALOR DA CAUSA