Apostila Eja Ensino Medio 1 Ano
Apostila Eja Ensino Medio 1 Ano
Apostila Eja Ensino Medio 1 Ano
CADERNO DO ESTUDANTE
E N S I N O M é d io
VOLUME 1
Nos Cadernos do Programa Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho/CEEJA são
indicados sites para o aprofundamento de conhecimentos, como fonte de consulta dos conteúdos
apresentados e como referências bibliográficas. Todos esses endereços eletrônicos foram
verificados. No entanto, como a internet é um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria
de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação não garante que os sites indicados
permaneçam acessíveis ou inalterados após a data de consulta impressa neste material.
* Constituem “direitos autorais protegidos” todas e quaisquer obras de terceiros reproduzidas neste material que
não estejam em domínio público nos termos do artigo 41 da Lei de Direitos Autorais.
CDD: 372.5
FICHA CATALOGRÁFICA
Tatiane Silva Massucato Arias – CRB-8 / 7262
Geraldo Alckmin
Governador
Cláudio Valverde
Secretário-Adjunto
Maurício Juvenal
Chefe de Gabinete
Secretaria da Educação
Herman Voorwald
Secretário
Wanderley Messias da Costa Heder, Herbert Rodrigues, Jonathan Nascimento, Laís Schalch,
Diretor Executivo Liliane Bordignon de Souza, Marcos Luis Gomes, Maria Etelvina
R. Balan, Maria Helena de Castro Lima, Paula Marcia Ciacco da
Márgara Raquel Cunha
Silva Dias, Rodnei Pereira, Selma Borghi Venco e Walkiria Rigolon
Diretora Técnica de Formação Profissional
Autores
Coordenação Executiva do Projeto
Arte: Roseli Ventrella e Terezinha Guerra; Biologia: José Manoel
José Lucas Cordeiro
Martins, Marcos Egelstein, Maria Graciete Carramate Lopes e
Coordenação Técnica Vinicius Signorelli; Filosofia: Juliana Litvin de Almeida e Tiago
Impressos: Dilma Fabri Marão Pichoneri Abreu Nogueira; Física: Gustavo Isaac Killner; Geografia: Roberto
Vídeos: Cristiane Ballerini Giansanti e Silas Martins Junqueira; História: Denise Mendes
e Márcia Juliana Santos; Inglês: Eduardo Portela e Jucimeire
Equipe Técnica e Pedagógica de Souza Bispo; Língua Portuguesa: Claudio Bazzoni e Giulia
Ana Paula Alves de Lavos, Carlos Ricardo Bifi, Cláudia Beatriz de Murakami Mendonça; Matemática: Antonio José Lopes; Química:
Castro N. Ometto, Elen Cristina S. K. Vaz Döppenschmitt, Emily Olímpio Salgado; Sociologia: Dilma Fabri Marão Pichoneri e
Hozokawa Dias, Fabiana de Cássia Rodrigues, Fernando Manzieri Selma Borghi Venco
Mauro de Mesquita Spínola Leitão, Cláudia Letícia Vendrame Santos, David dos Santos
Presidente da Diretoria Executiva Silva, Eloiza Mendes Lopes, Érika Domingues do Nascimento,
Fernanda Brito Bincoletto, Flávia Beraldo Ferrare, Jean Kleber
José Joaquim do Amaral Ferreira
Silva, Leonardo Gonçalves, Lorena Vita Ferreira, Lucas Puntel
Vice-Presidente da Diretoria Executiva
Carrasco, Luiza Thebas, Mainã Greeb Vicente, Marcus Ecclissi,
Gestão de Tecnologias em Educação Maria Inez de Souza, Mariana Padoan, Natália Kessuani Bego
Maurício, Olivia Frade Zambone, Paula Felix Palma, Pedro
Direção da Área
Carvalho, Polyanna Costa, Priscila Risso, Raquel Benchimol
Guilherme Ary Plonski
Rosenthal, Tatiana F. Souza, Tatiana Pavanelli Valsi, Thaís Nori
Coordenação Executiva do Projeto Cornetta, Thamires Carolline Balog de Mattos e Vanessa Bianco
Angela Sprenger e Beatriz Scavazza Felix de Oliveira
Gestão Editorial Luiz Roberto Vital Pinto, Maria Regina Xavier de Brito, Natália
Nos Cadernos e vídeos que fazem parte do seu material de estudo, você perce-
berá a nossa preocupação em estabelecer um diálogo com o mundo do trabalho
e respeitar as especificidades da modalidade de ensino semipresencial praticada
nos CEEJAs.
Bons estudos!
Secretaria da Educação
Secretaria de Desenvolvimento
Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação
apresentação
Afinal, como grifar um texto, organizar uma anotação, produzir resumos, ficha-
mentos, resenhas, esquemas, ler um gráfico ou um mapa, apreciar uma imagem
etc.? Na maioria das vezes, esses procedimentos de estudo são solicitados, mas
não são ensinados. Por esse motivo, nem sempre os utilizamos adequadamente ou
entendemos sua importância para nossa aprendizagem.
Aprender a estudar nos faz tomar gosto pelo estudo. Quando adquirimos este
hábito, a atitude de sentar-se para ler e estudar os textos das mais diferentes disci-
plinas, a fim de aprimorar os conhecimentos que já temos ou buscar informações,
torna-se algo prazeroso e uma forma de realizar novas descobertas. E isso acontece
mesmo com os textos mais difíceis, porque sempre é tempo de aprender.
Por fim, é importante lembrar que todo hábito se desenvolve com a frequência.
Assim, é essencial que você leia e escreva diariamente, utilizando os procedimen-
tos de estudo que aprenderá e registrando suas conclusões, observações e dúvidas.
Conhecendo o Caderno do Estudante
O SUMÁRIO
Ao observar o Sumário, você perceberá que todos os
Cadernos se organizam em Unidades (que equivalem
a capítulos de livros) e que estas estão divididas em
Temas, cuja quantidade varia conforme a Unidade.
AS UNIDADES
Para orientar seu estudo, o início
de cada Unidade apresenta uma breve
introdução, destacando os objetivos e
os conteúdos gerais trabalhados, além
de uma lista com os Temas propostos.
OS TEMAS
A abertura de cada Tema é visualmente
identificada no Caderno. Você pode perceber
que, além do título e da cor da Unidade, o
número de caixas pintadas no alto da página
indica em qual Tema você está. Esse recurso
permite localizar cada Tema de cada Unidade
até mesmo com o Caderno fechado, facili-
tando o manuseio do material.
As seções e os boxes
Os Temas estão organizados em diversas seções que visam facilitar sua aprendi-
zagem. Cada uma delas tem um objetivo, e é importante que você o conheça antes
de dar início aos estudos. Assim, saberá de antemão a intenção presente em cada
seção e o que se espera que você realize.
Essa seção sempre aparece no início de cada Tema. Ela tem o objetivo
de ajudá-lo a reconhecer o que você já sabe sobre o conteúdo a ser estu-
dado, seja por estudos anteriores, seja por sua vivência pessoal.
Atividade
ORIENTAÇÃO DE ESTUDO
Essa seção enfoca diferentes proce-
dimentos de estudo, importantes para
a leitura e a compreensão dos textos
e a realização das atividades, como gri-
far, anotar, listar, fichar, esquematizar
e resumir, entre outros. Você também
poderá conhecer e aprender mais sobre
esses procedimentos assistindo aos dois
vídeos de Orientação de estudo.
DESAFIO
Essa seção apresenta questões
que caíram em concursos públicos
ou em provas oficiais (como Saresp,
Enem, entre outras) e que enfocam o
conteúdo abordado no Tema. Assim, PENSE SOBRE...
você terá a oportunidade de conhe-
cer como são construídas as provas Essa seção é proposta sempre que houver
em diferentes locais e a importân- a oportunidade de problematizar algum con-
cia do que vem sendo aprendido teúdo desenvolvido, por meio de questões
no material. As respostas tam- que fomentem sua reflexão a respeito dos
bém estão disponíveis na Hora da aspectos abordados no Tema.
checagem.
MOMENTO CIDADANIA
Os boxes são caixas de texto que você vai encontrar em todo o material.
Cada tipo de boxe tem uma cor diferente, que o destaca do texto
e facilita sua identificação!
GLOSSÁRIO
A palavra glossário significa “dicionário”.
Assim, nesse boxe você encontrará verbe-
tes com explicações sobre o significado de
palavras e/ou expressões que aparecem
nos textos que estará estudando. Eles têm
o objetivo de facilitar sua compreensão.
BIOGRAFIA
Esse boxe aborda aspectos
da vida e da obra de autores ou
artistas trabalhados no material,
para ampliar sua compreensão a
respeito do texto ou da imagem
que está estudando.
ASSISTA!
Esse boxe indica os vídeos do Programa,
que você pode assistir para complementar
os conteúdos apresentados no Caderno. São
indicados tanto os vídeos que compõem os
DVDs – que você recebeu com os Cadernos –
quanto outros, disponíveis no site do Programa.
Para facilitar sua identificação, há dois ícones
usados nessa seção.
FICA A DICA!
Nesse boxe você encontrará sugestões
diversas para saber mais sobre o conteúdo
trabalhado no Tema: assistir a um filme ou
documentário, ouvir uma música, ler um
livro, apreciar uma obra de arte etc. Esses
outros materiais o ajudarão a ampliar seus
conhecimentos. Por isso, siga as dicas
sempre que possível.
VOCÊ SABIA?
Esse boxe apresenta curiosidades relacio-
nadas ao assunto que você está estudando.
Ele traz informações que complementam
seus conhecimentos.
GEOGRAFIA
SUMÁRIO
Temas
1. A elaboração e o uso de mapas
2. As modalidades de representação cartográfica
Introdução
Nesta Unidade, o tema principal será a linguagem cartográfica. O objetivo será
identificar os elementos que estruturam os mapas, como o título, a legenda e a
escala cartográfica. Você examinará também algumas das principais modalidades
de representação cartográfica existentes. Elas estão presentes não só em livros esco-
lares, mas também em jornais, revistas, sites ou trabalhos de pesquisa acadêmica.
© DEA/E.Papetti/DeAgostini/Getty Images
Mapa feito em barro cozido, descoberto nas ruínas Mapa gravado em uma rocha em 1500 a.C., no vale do
de Ga-Sur, antiga Babilônia, datado de 2500 a.C., Rio Pó, na Itália.
aproximadamente.
18 UNIDADE 1
Embora existam variações nos tipos e nas funções dos mapas atuais, eles apre-
sentam alguns elementos em comum, chamados de estruturais, por exemplo, título
e legenda. Como em textos escritos, o título tem a função de indicar assuntos,
dados, fenômenos ou espaços representados. As legendas facilitam a leitura e a
interpretação dos mapas. Elas revelam o que significam símbolos, sinais gráficos
(figuras, linhas, círculos, setas etc.) e cores. Assim, elas “traduzem” elementos da
linguagem cartográfica.
Para você, o que é um mapa? Para que serve? Algum mapa já foi útil para resol-
ver alguma situação em sua vida? Como?
O mapa pode ser definido como uma representação plana, simplificada e con-
vencional da superfície terrestre, em sua totalidade ou em partes dela. Muitos
mapas foram produzidos para atender a interesses, como os dos Estados nacionais
ou do poder econômico.
© IBGE
2
3
4 4
IBGE. 7 a 12. Disponível em: <http://7a12.ibge.gov.br/images/7a12/mapas/Brasil/brasil_grandes_regioes.pdf>. Acesso em: 31 out. 2014. Mapa original (adaptado para fins didáticos).
20 UNIDADE 1
1
2
3
4
5
6
O importante é que, para cada tipo de evento, deve-se utilizar uma determi-
nada forma de representação. De acordo com suas características, os fenômenos
podem ser anotados na forma de ponto, linha ou área. Assim, um mapa de rodo-
vias é constituído basicamente de linhas de diversas cores, que indicam o traçado
e a condição de cada estrada, isto é, se ela é, por exemplo, asfaltada ou de terra, ou
se são rodovias principais ou estradas secundárias.
Projeção cartográfica
© IBGE
terrestre, foram desenvolvidas diversas projeções cartográficas.
© IBGE
tante cartógrafo do século
XVI. Ele nasceu no território
que hoje é a Bélgica e, em
1569, publicou um mapa-
-múndi em 18 folhas, que
ficou conhecido como proje-
ção de Mercator. Seu mapa-
-múndi, que é uma projeção
cilíndrica, popularizou-se,
pois foi a primeira represen-
tação do mundo feita depois
que os europeus ampliaram
seus conhecimentos sobre
os continentes africano,
asiático e americano.
A projeção de Mercator
apresenta distorções no tama-
nho das terras emersas, como
no caso da Groenlândia, que,
apesar de ser menor que a
América do Sul, aparece IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012, p. 21 e 23. Mapa original.
Os mapas podem ter projeções equivalentes (não alteram as áreas), conformes (não
alteram formas e ângulos, como a de Mercator) ou equidistantes (representam os compri-
mentos de modo uniforme).
Projeção equidistante
IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE: 2012, p. 22. Mapas originais.
UNIDADE 1 23
Coordenadas geográficas
© IBGE
180° 120° 60° 0° 60° 120° 180°
90°
Paralelos
MERIDIANO DE GREENWICH
30°
TRÓPICO DE CÂNCER
Meridianos
LINHA DO EQUADOR 0°
Hemisfério Norte
TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO
30°
Hemisfério Sul
60°
ESCALA 1:360 000 000
CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO 1 800 0 3 600 km
90°
PROJEÇÃO DE ROBINSON
IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012, p. 34. Mapa original.
Sistemas de coordenadas são encontrados também nos guias de ruas das cidades
ou no sistema GPS (Sistema de Posicionamento Global, em português), existente em
aparelhos instalados em alguns veículos, em telefones celulares e tablets. Em des-
locamentos pelas cidades, guias e GPS são muito eficientes para localizar pontos e
definir trajetos.
Os mapas, de modo geral, trazem uma rosa dos ventos com as direções car-
deais ou colaterais, por exemplo, ou uma seta indicando a direção norte. Isso serve
para dispor a orientação no mapa e situar qualquer ponto em relação a outro.
24 UNIDADE 1
Por convenção, o Norte fica na parte superior do mapa e a Europa, no centro. Mas
há projeções que procuram apresentar outros pontos de vista, alterando essa visão
eurocêntrica que se “naturalizou” desde projeções como a de Mercator. A projeção
Dymaxion (a seguir) é um exemplo de como é possível mudar essas determinações
norte-sul dos mapas-múndi.
© Eric Gaba
A projeção Dymaxion foi criada por Buckminster Fuller (1895-1983). Ela dispõe outra visão do mundo e questiona a indicação da
orientação norte-sul no planisfério.
Observe também que nos mapas há nomes. São nomes próprios de municípios,
países, serras, oceanos, mares, continentes etc. Esse elemento recebe o nome de
toponímia, palavra de origem grega (topos = lugar + ónoma = nome).
É importante lembrar que o mapa também tem autoria, pois é produzido por
alguém ou alguma instituição. Assim, é sempre conveniente observar a fonte e a
autoria do mapa, bem como a data de sua publicação, informações normalmente
anotadas na parte inferior dos mapas.
A escala cartográfica
A escala cartográfica pode ser registrada com números (1:5.000; 1:450.000.000 etc.)
ou na forma gráfica (uma barra horizontal com medidas aproximadas em metros
UNIDADE 1 25
© Eduardo Dutenkefer
Minas Gerais Espírito Santo
cie. Por isso, não é possível verificar
os detalhes dos lugares representa-
dos (veja mapa ao lado). Em compen-
Rio de Janeiro
sação, neles pode-se ter uma grande
São Paulo
área representada, como acontece nos
Osasco
mapas-múndi.
Oceano Atlântico
KM
Vale lembrar também que escala cartográfica não é o mesmo que escala geo-
gráfica. Ambas estão presentes nos estudos de Geografia. Como você viu, a escala
cartográfica implica uma relação de proporção e medidas entre a realidade e a
sua representação. A escala geográfica, por sua vez, refere-se à abrangência espa-
cial dos fenômenos em diferentes situações: o deslocamento das pessoas de casa
para o trabalho em um município é um evento de escala geográfica local; já os
fluxos financeiros ou de bens realizados no mercado mundial são situações que
envolvem a escala geográfica planetária ou global.
26 UNIDADE 1
Geografia – Volume 1
O mundo da cartografia
O vídeo mostra a importância e a utilidade dos mapas no dia a dia. Observe como surgiram os
primeiros mapas e suas formas de utilização. Verifique como as convenções cartográficas são
organizadas para o aprimoramento da leitura universal das formas de representação e como
a tecnologia permite, com maior facilidade, o acesso e a consulta aos mapas.
Escandinávia
Canadá
Irlanda Rússia
Grã-Bretanha
Alemanha
Áustria-Hungria
Detroit Boston França
São Chicago Espanha
Francisco Itália
Estados Nova York Portugal
Unidos
Japão
China
Benoît Martin, nov. 2008
Número de migrantes
17 500 000
HORA DA CHECAGEM
1 Título.
2 Toponímia.
3 Orientação: norte.
4 Escala.
5 Legenda.
2 Resposta pessoal. Para realizar a leitura do mapa presente nesta atividade, você certamente
considerou elementos como título, legenda, escala cartográfica, coordenadas, fontes e autoria etc.
presentes nos mapas.
28 UNIDADE 1
2 Ao analisar a legenda, você pode ter observado que cada uma das setas representa uma quanti-
dade diferente de migrantes. As manchas azuis demarcam os polos e as regiões imigratórias naquele
período. É possível notar também, no canto inferior à esquerda, a presença de um pequeno gráfico
HORA DA CHECAGEM
3 Resposta pessoal. Você pode ter associado o mapa com conceitos trabalhados previamente na
própria disciplina de Geografia. O mapa destaca grandes fluxos de europeus em busca de trabalho
e de uma vida melhor, em especial nos Estados Unidos, no Canadá, na Argentina e no Brasil. Esse
movimento se refere à grande onda migratória no final do século XIX, da qual se pode mencionar
o exemplo da imigração de italianos rumo ao Brasil, sobretudo para trabalhar nas lavouras de café
no Estado de São Paulo.
29
Uma das variáveis visuais é a forma dos símbolos ou dos sinais escolhidos para
uma representação qualquer. Por exemplo, as cidades podem ser representadas
com pontos (pequenos círculos, geralmente na cor preta) em um mapa de escala
30 UNIDADE 1
Forma
Outra importante variável visual é a cor, que salta à vista no primeiro instante.
Há mapas com áreas (como os países) pintadas de cores diferentes. O que isso quer
dizer? Nesse caso, as cores também são usadas para separar elementos. Em mapas
de divisão política, elas indicam o contorno e a área dos países, delimitando clara-
mente seus territórios.
A cor pode ser usada ainda com base na variável valor, que expressa a intensidade
do fenômeno. Em mapas que contêm apenas tons da mesma cor (como os mapas de
população que utilizam diferentes tons de verde), o tom mais escuro indica maior
intensidade do fenômeno; por oposição, o tom mais claro é usado em áreas em que o
fenômeno é menos intenso.
As variáveis visuais
As variáveis da imagem
y
2 dimensões
do plano
x
4 1 2 4
tamanho e também
valor e também
As variáveis de separação
granulação e também
orientação e também
forma
Por que é importante conhecer as variáveis visuais? Porque elas são essenciais
na leitura e na interpretação de mapas dos tipos: qualitativos, quantitativos, ordena-
dos e dinâmicos. É o que será visto a seguir.
Inglês
Francês
Árabe
Mapas qualitativos
O mapa apresentado na atividade anterior é do tipo qualitativo. Em geral, o
mapa qualitativo procura mostrar não só a existência e a localização de fenô-
menos, mas também sua diversidade interna. Assim, o fenômeno estudado é o
mesmo: as línguas oficiais de países da África. Mas as cores ressaltam as dife-
renças e a diversidade: a cor azul indica países que têm o inglês como língua ofi-
cial; a marrom, a língua francesa; a laranja, a língua portuguesa; e a amarela, a
língua árabe.
Observe que esse mapa traz também hachuras, que são os traçados diagonais
ou horizontais. É um recurso que usa as mesmas cores para mostrar combinações
do fenômeno – no caso, países com pelo menos duas línguas oficiais. Há, ainda, os
pequenos círculos, que assinalam países com uma ou mais línguas locais.
Mapas quantitativos
Toda vez que um mapa apresenta o mesmo símbolo com tamanhos diferentes,
é possível, de imediato, relacionar isso à representação de diferentes quantida-
des. Essa é a característica essencial dos mapas quantitativos. Assim, há sempre um
símbolo gráfico (círculo, quadrado etc.) ou pictórico (desenhos ou ícones de armas
nucleares, exércitos, dinheiro, navios etc.) que, disposto em diferentes tamanhos,
indica quantidades diversas. Os dados quantitativos também podem ser combina-
dos com outras formas de representação de fenômenos, como será apresentado
mais adiante.
2 Quais recursos da cartografia foram usados nesse mapa? Explique por que os
símbolos têm tamanhos diferentes.
UNIDADE 1 35
Marshall
Cook, Kiribati,
Micronésia, Nauru,
Quantidade de crianças Salomão, Samoa,
ausência Tonga, Tuvalu, Vanuatu
por mulher de dados Fiji, Palau
em idade de procriação 1 2 3 4,4 7,2
Nota: a maior parte dos países dispõe de valores relativos ao período 2005-2010,
com exceção de algumas ilhas do Pacífico, que têm dados relativos ao intervalo de 1991-2008.
Fonte: ONU, Divisão de População, www.un.org Ateliê de cartografia da Sciences Po, 2012
Obs.: A taxa de fecundidade refere-se ao número médio de filhos que uma mulher tem ao longo de sua idade
reprodutiva. No caso do Brasil, pelo critério do IBGE, essa faixa vai dos 15 aos 49 anos de idade.
Mapas ordenados
Desse modo, é possível perceber, em largas faixas do planeta, países com baixa
taxa de fecundidade, como o Japão, a China, a Rússia, a Austrália, o Canadá e boa
parte da Europa, e países com taxa de fecundidade elevada, como o Afeganistão,
o Iêmen e os da África central.
População mundial
Chamada por muitos de “deformação”, a representação cartográfica acima, na verdade, altera o fundo
de carta convencional, que mede distâncias em metros ou quilômetros. De acordo com o geógrafo Jacques
Lévy, trata-se de recurso utilizado para evidenciar diferenças, de modo que as superfícies de fundo de carta
sejam sensíveis às realidades ou temas representados. A representação em questão é conhecida como:
HORA DA CHECAGEM
2 Você deve ter percebido que o mapa usa cores variadas, hachuras e círculos. As cores destacam
países que possuem como língua oficial o inglês (azul), o francês (marrom), o português (laranja)
e o árabe (amarelo). As hachuras (faixas verticais ou diagonais) aparecem em países com mais de
uma língua oficial. Os pequenos círculos identificam países com uma ou mais línguas locais, como
é comum no continente africano. O texto Mapas qualitativos, do Tema 2, traz informações sobre
como esses mapas normalmente são representados e o que cada instrumento gráfico indica.
2 Ao observar o mapa, você verificou que ele apresenta círculos de diferentes tamanhos para
expressar o número de usuários em cada país. Como você pôde observar na legenda, localizada no
canto inferior direito, o círculo maior corresponde a 155 milhões de usuários, sendo encontrado ape-
nas nos Estados Unidos. Seguindo o mesmo critério, você deve ter notado que os círculos menores
referem-se a quantidades menores (40 milhões, 10 milhões e 1 milhão). Além disso, deve ter verifi-
cado que os países que não possuem círculos têm menos de 1 milhão de usuários, segundo informa-
ção que consta na parte inferior do mapa.
2 O mapa traz uma escala de tons de azul para mostrar a quantidade de filhos por mulher em idade
de reprodução nos países do mundo, entre os anos de 2005 e 2010. Após sua análise, você deve ter
percebido que, quanto mais escuro é o tom de azul, maior é o número médio de filhos por mulher, e
que, quanto mais claro é o tom, menor é o número de filhos por mulher. Portanto, esse é um mapa
ordenado, com tons de cor para estabelecer ordens ou hierarquias do fenômeno representado.
3 Nesta questão, você deve ter relacionado as diferenças entre os tons de azul e notado que o mapa
mostra que há taxa de fecundidade elevada em países da África central, ocidental e oriental e tam-
bém na Ásia central e no Oriente Médio. Por sua vez, as menores taxas de fecundidade são registra-
das, principalmente, na Rússia, na Europa ocidental, no Japão e em alguns países da América Latina.
2 Por meio de sua análise, você deve ter identificado que esse mapa foi elaborado com pro-
jeção centrada no Polo Norte, que permite observar f luxos entre todos os continentes. Você
deve ter observado também as setas e os círculos. No caso das setas, as diferentes larguras se
referem a valores obtidos com a exportação agrícola e alimentícia. As setas de cor verde indi-
cam fluxos e valores entre regiões do planeta. Os círculos (na cor laranja), por sua vez, indicam
o comércio agrícola dentro da mesma região. Um ponto em comum, presente tanto nas setas
quanto nos círculos, são os números, os quais você precisa ter reconhecido em cada um dos
elementos citados. Esses números são representações dos valores em dinheiro das transações
comerciais relativas a cada um desses casos. Trata-se, portanto, de um mapa dinâmico ou de
movimento, que mostra f luxos em escala mundial.
3 Entre tantas informações presentes no mapa, as que devem ter chamado sua atenção são os
fluxos significativos de bens agrícolas e alimentícios da América do Norte para a Ásia e da América
do Sul e Central para a Ásia e a Europa. Portanto, esse mapa possibilitou a você uma oportunidade
de analisar o papel de regiões produtoras e consumidoras de bens agrícolas e alimentos e os res-
HORA DA CHECAGEM
pectivos fluxos.
Desafio
Alternativa correta: c. Você deve ter percebido que o mapa desta atividade é uma anamorfose, uma
vez que as formas dos continentes sofreram propositalmente deformações para evidenciar diferen-
ças nas quantidades da população dos países do mundo. Para entender melhor esse instrumento
cartográfico, volte ao texto Anamorfoses.
GEOGRAFIA
GLOBALIZAÇÃO, UMA NOVA FACE DO MUNDO ATUAL
Unidade 2
TEMAS
1. Globalização: agentes e processos
2. Efeitos da globalização
Introdução
Esta Unidade aborda o tema globalização. Trata-se de um processo ainda em
andamento, associado a grandes transformações políticas, econômicas e sociais
ocorridas em especial nas últimas décadas, quando se ampliaram e se consolida-
ram múltiplas relações na escala global.
Você verá que, nesse novo quadro, diferentes setores da atividade econômica,
empresas, países e indivíduos passaram a atuar nessa escala, traçando estratégias
que possuem componentes espaciais. Você verá também que, paralelamente a
isso, aprofundaram-se diferenças sociais e entre as regiões.
O que é a globalização? Como ela vem se constituindo e quais são os seus prin-
cipais elementos? O que isso tem a ver com a vida de todos nós?
Para saber um pouco mais sobre esse processo, que hoje diz respeito ao mundo
todo e a cada país ou sociedade em particular, é preciso examinar algumas mudan-
ças ocorridas nos últimos anos do século XX.
Para você, o que é globalização? Quais ideias vêm à sua cabeça ao ouvir essa pala-
vra? Você possui ou tem acesso a aparelhos que permitem ficar “conectado”? Quais?
Para que você utiliza esses aparelhos? Para você, o uso desses aparelhos favorece ou
dificulta as relações pessoais? Escreva seus pontos de vista nas linhas a seguir.
O surgimento da globalização
O debate em torno de visões sobre a globalização e seus principais elementos
tem sido intenso nos últimos anos. Nesse processo, ainda em construção, são mui-
tos os pontos de vista e divergências. Levando isso em conta, pode-se dizer que
ela se refere a uma aceleração nos fluxos de bens, pessoas, serviços e informações,
que hoje circulam mais livremente e ultrapassam fronteiras nacionais.
Isso precisa ser avaliado criticamente. Por exemplo, nem todos os trabalhadores
imigrantes podem circular livremente. Mas é inegável que há um quadro de crescente
integração entre mercados, pessoas e países. Nele, empresas ou grupos ampliam sua
escala de atuação no espaço mundial. Esse ponto será retomado mais adiante.
Como ressalta o geógrafo Milton Santos, isso foi possível, entre outras razões,
por causa das inovações tecnológicas na informática, na microeletrônica e nas
telecomunicações. A primeira inovação, a da informática, refere-se a uma verda-
deira revolução, com o uso generalizado de computadores. O desenvolvimento da
UNIDADE 2 43
0
23 574
EUROPA Rússia
886
Reino U. Polônia AMÉRICA
DO NORTE Canadá
Rep. Tcheca
França 2 442
0
24 China EUA
Portugal Turquia
“Toyota City”
Paquistão ÁSIA 1 27 México
ORIENTE-
-MÉDIO 1534
Taiwan JAPÃO
482
Ateliê de cartografia da Sciences Po, 2010
Indonésia AMÉRICA
67
61 LATINA
294
14
ÁFRICA
4
201 Brasil
OCEANIA
231
África do Sul Argentina
Austrália
ATELIER de Cartographie de Sciences Po. Disponível em: <http://cartographie.sciences-po.fr/fr/toyota-locais-de-produ-o-e-mercados-2009>. Acesso em: 13 ago. 2014.
Mapa original. Foi adotado o recorte regional da própria Toyota, considerando o México junto aos países latino-americanos [nota do editor].
ESTADOS UNIDOS
Concepção e marca
dos produtos
mapa e no esquema?
CHINA CHINA
Montagem Alumínio; placas de
de baterias circuitos; montagem
MALÁSIA
ISRAEL Montagem de máscaras
Microprocessadores com circuitos; vidro
CHINA – TAIWAN
Monitores LCD
ou CRT
Dossiê Terra 2010 : o estado do Planeta. São Paulo: Ed. Abril/National Geographic, 2010, p. 54.
UNIDADE 2 45
O prefixo trans quer dizer “além de”, como na palavra transcender (“ir além de”,
“ultrapassar o limite”). As empresas transnacionais seriam, portanto, entidades que
ultrapassam os limites nacionais, independentemente de suas origens. Apesar de
46 UNIDADE 2
O mesmo se dá com os bens que elas fabricam, como o automóvel. Parte das
peças e componentes é fabricada em uma unidade, em certo país; os acessórios
são fabricados em outro; e a montagem final é feita em um terceiro. Este último,
por sua vez, exporta os bens prontos para outros países. Assim se organiza a pro-
dução do chamado carro mundial.
Desse modo, nesse sistema produtivo, as fábricas são mais enxutas, com quadro
reduzido de funcionários. Distintas, portanto, da grande empresa industrial de décadas
anteriores, com dezenas de Fordismo
milhares de operários. As Sistema produtivo criado pelo empresário estadunidense
empresas de hoje têm ape- Henry Ford, fundador da montadora de automóveis Ford.
nas algumas centenas de Baseia-se na produção em massa de um único ou de poucos
produtos, no uso da linha de montagem e na especialização de
trabalhadores, que podem
cada trabalhador, que deve desempenhar apenas uma tarefa
produzir mais do que as das etapas de produção. Henry Ford também voltou sua aten-
antigas unidades, que ope- ção para o consumo, aumentando os salários e a oferta de cré-
ravam no regime fordista. ditos para converter cada operário em consumidor.
© Minnesota Historical Society/Corbis/Latinstock
Nas empresas industriais, essa rede tem uma estrutura física implantada nos
territórios (fábricas, pátios, galpões de armazenagem, escritórios etc.), o que a dis-
tingue de outro importante ator global, o sistema financeiro global. A conexão e os
fluxos entre as unidades vão configurar a rede de cada empresa.
WWF
Criado em 1961, o WWF (Fundo Mundial para
Fiji
a Natureza, em português) tem por objetivo
a proteção da natureza e do meio ambiente,
em especial a preservação da biodiversidade.
Reúne cerca de 5 milhões de membros em
97 países.
Benoît Martin, 2008
ANISTIA INTERNACIONAL
escritório ações Criada em 1961 para defender o direito à
liberdade de expressão, estendeu suas ativi-
dades para a defesa das vítimas de tortura
e de desaparecimento, dos condenados à
Fontes: Relatórios de atividades; www.panda.org e www.amnesty.org pena de morte e dos direitos sociais. Conta
com 3 milhões de membros em mais de 150
ATELIER de Cartographie de Sciences Po. Disponível em: <http://cartographie. países e territórios.
sciences-po.fr/en/ongs-redes-mundiais-de-escrit-rios-de-algumas-ongs-2008>.
Acesso em: 3 dez. 2014. Mapas originais.
Para produzir um texto e compartilhar suas ideias, você deve planejá-lo anteci-
padamente. É útil, primeiro, fazer um rascunho com as ideias que deseja desenvol-
ver. Lembre-se de que um bom texto traz logo na introdução – no primeiro parágrafo
– a ideia central, apresentando ao leitor o assunto sobre o qual vai tratar.
50 UNIDADE 2
Com base no texto Uma sociedade civil global? e nos mapas apresentados, escreva
um texto dissertativo sobre a importância e as formas de organização de movimentos
sociais, relacionando-os ao espaço geográfico e ao uso de ferramentas da internet.
UNIDADE 2 51
HORA DA CHECAGEM
2 O mapa utiliza diversos elementos, por isso é necessário que você o tenha observado com atenção.
Ele combina recursos quantitativos, qualitativos, ordenados e dinâmicos. Você deve ter associado os
círculos, quadrados e triângulos à legenda, na qual é possível ver que eles se referem aos locais das
fábricas, dos centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D) ou aos mercados regionais. O mapa também
possui setas verdes que indicam a quantidade e a direção dos fluxos de exportação. Por fim, os tons do
amarelo ao laranja dos círculos representam a evolução das vendas nas regiões entre 2000 e 2009.
O esquema é outra forma de representação de informações. Ele traz um círculo no meio represen-
tando a Terra, dentro do qual há o desenho de um computador. Em torno do círculo, foram colocadas
52 UNIDADE 2
bandeiras de países que participam do processo produtivo. Você pôde verificar que os Estados Unidos
ocupam a parte superior do esquema, já que ali estão as etapas de criação dos produtos. A participa-
ção de Israel está associada aos microprocessadores, enquanto a Malásia contribui na montagem dos
circuitos e de objetos feitos de vidro.
3 Você deve ter observado, no mapa, que a empresa tem várias unidades distribuídas pelo pla-
neta, incluindo fábricas e centros de P&D. As unidades de montagem e exportações concentram-se
no Japão, mas há também grandes unidades em outros países e continentes, com destaque para
sua presença nos importantes mercados da Europa e dos Estados Unidos.
4 O esquema mostra a divisão do trabalho entre diferentes países para a produção de microcompu-
tadores. É importante observar que a concepção e a marca do produto – elementos mais valorizados –
estão nos EUA, conforme a resposta do exercício 2 relativa ao fluxo de produção da Toyota. A produção
de computadores é global, pois envolve países localizados em diferentes regiões do mundo. No entanto,
ainda assim, está concentrada em quatro países: Estados Unidos, China, Malásia e Israel.
HORA DA CHECAGEM
Efeitos da globalização T E M A 2
Você já ouviu falar de situações nas quais grandes empresas globais demi-
tiram funcionários em unidades espalhadas pelo mundo? Qual(is) foi(foram) a(s)
empresa(s)? Por que você acha que ela(s) fez(fizeram) isso? Escreva suas respostas
nas linhas a seguir.
Globalização e desemprego
Em função da crise econômica mundial ocorrida a partir de 2008, diversas
empresas globais resolveram fechar fábricas e demitir trabalhadores. Como elas
atuam em escala global, suas decisões provocam desemprego e turbulências eco-
nômicas mundo afora. Há, nesses casos, uma relação direta entre o seu modo de
operar e o aumento do desemprego ou a transferência de empregos. Mas é sempre
bom lembrar que o desemprego também pode resultar de políticas econômicas
nacionais, uma atribuição dos governantes dos países.
Certas empresas globais transferem unidades para outros países, seja porque
os salários serão mais baixos no lugar de destino ou porque terão vantagens na
instalação. Transfere-se, assim, todo o sistema produtivo e, com isso, os empre-
gos. Esse traço perverso da globalização não se dá apenas em períodos de crise.
É comum que haja deslocamento industrial (que alguns chamam de deslocalização)
de acordo com circunstâncias e interesses dos agentes. Isso também tem ocorrido
no Brasil, com algumas diferenças.
O município de São Paulo, por exemplo, deixou de sediar algumas das fábri-
cas que havia em seu território. Elas se transferiram para outros municípios da
Região Metropolitana, para o interior do Estado de São Paulo ou para outros Esta-
dos da federação – processo conhecido como desindustrialização. O mesmo ocor-
reu na aglomeração industrial do ABCD. Mas isso não significa, necessariamente,
decadência econômica. São Paulo é uma metrópole global que cada vez mais con-
centra sedes de grandes empresas e serviços modernos. A capital paulista não é
mais o espaço das fábricas, mas do comando dessa produção.
Em face da atual crise global, Espanha, Grécia, Itália e Portugal são países que
vivem o drama do desemprego de forma intensa. Nesses países, há casos de pes-
soas que ocultam de seus currículos sua formação para conseguir empregos. E nem
sempre os novos empregos atendem aos direitos trabalhistas, reforçando o trabalho
informal ou o trabalho precário.
Assista!
O vídeo expõe, por meio da história de dois trabalhadores que exercem a mesma ocupação,
diferenças entre trabalho formal e trabalho precário. Além disso, discute o trabalho terceiri-
zado, procurando responder à seguinte questão: Trabalho terceirizado é trabalho precário?
Com esse vídeo, você poderá refletir sobre os assuntos abordados neste tema, relativos a ques-
tões de emprego no mundo globalizado.
1 Leia os títulos e as datas das notícias. Qual assunto elas têm em comum?
2 Quais são as empresas citadas? Em quais setores elas atuam? Indique também
como as cidades e os países mencionados foram afetados pelos acontecimentos.
http://www.voxeurop.eu/pt/content/news-brief/146541-belgica-impotente-perante-perda-de-empregos
VOX EUROP
27/11/2009
[...] A empresa alemã DHL acaba de anunciar a 788 empregados na Bélgica que os seus
postos de trabalho vão ser deslocados para Praga [República Tcheca], Leipzig ou Bonn
[Alemanha]. Uma deslocalização que se soma aos 2.000 lugares ameaçados na fábrica Opel
de Antuérpia e ao despedimento de 43 assalariados da Sanofi, em Diegem. A Bélgica, que
acolhe inúmeras empresas estrangeiras, “perdeu o controle sobre os empregos”, preocupa-se
o [jornal] Le Soir, que duvida da “pertinência da política econômica belga dos últimos vinte
anos”. “Poucos foram os que se manifestaram preocupados com a saída dos grandes centros
de decisão econômica do nosso país”. [...]
http://economia.estadao.com.br/noticias/negocios,ford-fechara-fabricas-e-cortara-5-7-mil-empregos-na-europa,132303e
Os fechamentos de fábricas incluem duas unidades no Reino Unido [...] e a outra [...] na
Bélgica [...]. Estas três unidades empregam atualmente cerca de 5.700 funcionários.
Os planos [...] afetam 6.200 pessoas ou cerca de 13% da força de trabalho europeia da Ford. [...]
http://www.estadao.com.br/noticias/economia,montadoras-chinesas-se-preparam-para-chegar-ao-brasil,426947,0.htm
2 Em sua opinião, o que são as vantagens fiscais e as disputas entre Estados bra-
sileiros citadas no texto?
UNIDADE 2 59
Um celular novo, um televisor cheio de recursos, um notebook mais leve – depois de certo
tempo, todos têm necessidade ou vontade de comprar novos produtos para substituir os que fica-
ram obsoletos. Surge, então, um problema: o que fazer com os eletrônicos antigos? Na maioria das
vezes o destino é o lixo. Com isso, a montanha de resíduos eletrônicos cresce em alta velocidade.
No Brasil, a luz amarela já acendeu há algum tempo. Após muita discussão, a Política
Nacional de Resíduos Sólidos prevê que as empresas sejam obrigadas a recolher e dar destino
adequado a seus produtos, enquanto o governo e os consumidores não podem fazer descaso do
assunto. Seria também proibida a eliminação de resíduos onde possa haver contaminação da
água ou do solo.
Fonte: JORDÃO, Priscila. A rota do lixo. Revista Exame, março de 2010. Disponível em: <http://planetasustentavel.abril.com.br> (com adaptações).
As medidas citadas buscam, pela primeira vez, distribuir a responsabilidade sobre o descarte
dos resíduos entre:
a) Fabricantes e ONGs.
b) Ambientalistas e Estado.
c) Setor privado, poder público e sociedade.
d) Empresas, poder estadual e trabalhadores rurais.
Viagem do Conhecimento/National Geographic, 2010. Disponível em: <http://viagemdoconhecimento.com.br/arquivos/PROVA_2_FINAL_V4.pdf>. Acesso em: 20 out. 2014.
60 UNIDADE 2
HORA DA CHECAGEM
2 São citadas a Ford, montadora de veículos criada nos Estados Unidos; a Opel, automobilística
de origem alemã, hoje uma empresa coligada à estadunidense General Motors; e a DHL, empresa
alemã que atua em serviços de correio expresso. Você deve ter notado que as cidades e os países
que sediavam essas empresas foram duramente afetados, pois passaram a ter maior número de
desempregados. Com isso, aumentou a demanda por assistência social e pela criação de novos
empregos. Em situações como essa, as pessoas sem emprego passam a consumir menos, afetando
estabelecimentos locais e ampliando a crise.
3 Resposta pessoal. Você deve ter observado que as demissões e a transferência ou deslocalização de
fábricas integram estratégias de empresas transnacionais em busca da redução de custos e do aumento
de lucros. As novas unidades são transferidas para outras cidades e até mesmo para outros países.
UNIDADE 2 61
2 Resposta pessoal. Você pôde notar que as montadoras buscam vantagens fiscais como isenção
ou redução de impostos para ficarem mais competitivas. Há disputas entre Estados brasileiros para
receber novas fábricas – cada Estado tenta oferecer melhores condições para as empresas, configu-
rando a chamada “guerra fiscal” – ou disputas entre lugares para atrair novos investimentos.
Desafio
HORA DA CHECAGEM
1 Alternativa correta: c. De acordo com o texto, o descarte de lixo eletrônico é responsabilidade
tanto do poder público como das empresas e da sociedade em geral.
2 Alternativa correta: c. No texto Globalização e desemprego, você viu que o trabalho flexível é uma
tendência da globalização, caracterizado pela descentralização e terceirização (que repassam tarefas
a indivíduos e pequenas empresas). Ele é, portanto, uma resposta às novas formas de organização
social com base nas tecnologias da informação.
GEOGRAFIA
CONFLITOS NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
Unidade 3
TEMAS
1. O mapa-múndi político atual
2. Conflitos e tensões no mundo atual
Introdução
Esta Unidade está voltada ao exame dos conflitos no mundo atual, sejam eles
confrontos entre países ou conflitos internos. A ideia é refletir sobre os motivos que
levaram à ocorrência de tais episódios. Para isso, é preciso estabelecer relações entre
as disputas e a formação social e territorial dos Estados nacionais. Nesse quadro,
é importante saber também o papel de grupos políticos em cada país e os possíveis
interesses externos no desfecho dos conflitos.
Hoje, no quadro das relações internacionais, cabe a cada país tomar suas
decisões de forma soberana. Mas é preciso reconhecer que há países mais
poderosos e países menos poderosos, tanto em termos econômicos como polí-
ticos e militares.
O mapa-múndi político
© Marcin Suder/Corbis/Latinstock
traz a divisão entre os países,
cada qual com seu nome ofi-
cial e suas fronteiras.
3 Para você, como podem ser explicadas as diferenças de tamanho entre os países?
Planisfério político
Planisfério Político
165º O 150º O 135º O 120º O 105º O 90º O 75º O 60º O 45º O 30º O 15º O 0º 15º L 30º L 45º L 60º L 75º L 90º L 105º L 120º L 135º L 150º L 165º L
© IBGE
BENIN
SERRA LEOA COSTA SUDÃO ETIÓPIA PA C Í F I C O
GANA
VENEZUELA REPÚBLICA Is.Nicobar
TOGO
DO
Atol Palmyra (EUA) GUIANA Guiana Francesa (Fra) CENTRO AFRICANA DO SUL SRI LANKA (Índ) BRUNEI
OCEANO LIBÉRIA MARFIM CAMARÕES PALAU ESTADOS FEDERADOS
COLÔMBIA SURINAME MALDIVAS M A L Á S I A DA MICRONÉSIA
Is. Galápagos (Eq) GUINÉ EQUATORIAL UGANDA
LINHA DO EQUADOR CONGO QUÊNIA CINGAPURA LINHA DO EQUADOR
0º 0º
I. Jarvis EQUADOR SÃO TOMÉ GABÃO
(EUA) & PRÍNCIPE RUANDA NAURU
REPÚBLICA I N D O N É S I A KIRIBATI
DEMOCRÁTICA BURUNDI
K I R I B A T I DO CONGO Território Britânico
PAPUA
Ascenção (R.Un) TANZÂNIA SEICHELLES NOVA GUINÉ
Atol Aldabra do Oceano Índico ILHAS TUVALU
TUVALU Tokelau (SEI) (R.Un)
(Nov.Zel) PERU I. Agalega TIMOR-LESTE SALOMÃO
Wallis e COMORES (Maurício)
Futuna SAMOA BRASIL ANGOLA
(Fra) Samoa MALAUÍ Mayotte OCEANO
St. Helena (R.Un) ZÂMBIA (FRA)
15º S Americana Is. Cook VANUATU 15º S
(EUA) (Nov.Zel) Polinésia Francesa (Fra)
TONGA BOLÍVIA MOÇAMBIQUE
Niue ZIMBÁBUE MADAGASCAR MAURÍCIO FIJI
FIJI Nova Caledônia
(Nov.Zel) NAMÍBIA (FRA)
TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO
AT L Â N T I C O BOTSUANA Reunião (FRA) TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO
Is. Pitcairn (R.Un) PARAGUAI
I. de Páscoa
(Chil) CHILE SUAZILÂNDIA AUSTRÁLIA
Is. Kermadec
(Nov.Zel)
ÁFRICA LESOTO
30º S 30º S
DO SUL
URUGUAI ÍNDICO
PA C Í F I C O Tristão da Cunha (R.Un)
ARGENTINA I.Amsterdam
Terras Austrais e (FRA)
Antár ticas Francesas NOVA ZELÂNDIA
(FRA)
Is. Chathan
(Nov.Zel) Is.Prince Edward Is.Crozet
45º S (Áfr.S) (FRA) 45º S
Is.Kerguelen
(FRA)
Is. Malvinas
60º S 60º S
SUÉCIA LETÔNIA
DINAMARCA FEDERAÇÃO
75º S 75º S LITUÂNIA RUSSA
MERIDIANO DE GREENWICH
A N T Á R T I D A Irlanda do FEDERAÇÃO
BAHAMAS Norte (R.Un) RUSSA
Is. Turks e Caicos (R.Un)
CUBA BELARUS
IRLANDA
120º O 105º O 90º O 75º O 60º O 45º O 30º O 15º O 0º 15º L 30º L 45º L 60º L 75º L 90º L 105º L 120º L
REINO UNIDO HOLANDA POLÔNIA
Escala no Equador
ALEMANHA
BÉLGICA
0 900 km Guernsey (R.Un)
Ilhas Virgens Fronteira REPÚBLICA TCHECA UCRÂNIA
Is. Cayman (R.Un) I. Navassa HAITI REPÚBLICA (R.Un) Jersey (R.Un) LUXEMBURGO
(EUA) internacional Projeção de Robinson ESLOVÁQUIA
DOMINICANA Anguilla (R.Un)
JAMAICA Porto Rico (EUA) Is. Virgens
(EUA) S.Martin (Fra) LIECHTENSTEIN ÁUSTRIA
Saint Rio HUNGRIA MOLDÁVIA
Eustatius ANTÍGUA E FRANÇA SUÍÇA
(Hol) O
à BARBUDA ESLOVÊNIA
ÓV ROMÊNIA
T CROÁCIA
O C RIS VIS n)
E R.U 45º N
Guadalupe (Fra) BÓSNIA
HONDURAS SÃ E N rat ( SAN MARINO
er HERZEGOVINA SÉRVIA
nts DOMINICA MÔNACO
Mo
15º N ANDORRA MONTENEGRO BULGÁRIA
Martinica (Fra) ITÁLIA
IBGE. Disponível em: <http://cod.ibge.gov.br/233fo>. Acesso em: 12 dez. 2014. Mapa original (supressão da escala numérica).
www.ibge.gov.br 0800 721 8181
UNIDADE 3 65
Em um mesmo Estado nacional podem existir diferentes nações, cada qual com
sua identidade cultural, língua ou origens próprias e distintas das demais. Não é
raro que uma dessas comunidades queira mais autonomia ou mesmo se separar
do Estado nacional ao qual está vinculada, ainda mais quando ocorre o enfraqueci-
mento, com o decorrer do tempo, dos laços culturais originais da comunidade. Por-
tanto, os grupos se valem da ideia de que existe uma identidade nacional e que isso
deve se traduzir em poder político, por exemplo, criando um novo Estado nacional.
O caso da Espanha pode ajudar a entender melhor essa questão. Os bascos, que
vivem ao norte do território espanhol, congregam um povo com língua e história
comuns. Essa comunidade se estende também ao sudoeste da França. Durante
décadas, os bascos buscaram se separar da Espanha, e grupos como o ETA (Pátria
Basca e Liberdade, em português) usaram de violência para atingir esse fim. No
nordeste do país, a Catalunha, cuja capital é Barcelona, também luta por mais
autonomia, e muitos de seus habitantes acreditam que seria melhor se ali fosse
criado um novo país, independente da Espanha.
Existem ainda países que tinham autonomia política e identidade cultural, mas
foram dominados. É o caso do Tibete, invadido e anexado pela China em 1951. Até hoje
os tibetanos lutam para manter tradições culturais e libertar-se do domínio chinês.
© crédito
BONIFACE, Pascal; VÉDRINE, Hubert. Atlas do mundo global. São Paulo: Estação Liberdade, 2009, p. 18. Tradução: Graziela Marcolin/ BONIFACE, Pascal; VÉDRINE, Hubert. Atlas du monde global. Paris:
Armand Colin/Fayard, 2008. Mapa original.
Obs.: Plano Marshall: plano de financiamento realizado pelos EUA para reconstrução da Europa no pós-2a Guerra Mundial.
UNIDADE 3 69
A charge satiriza Nikita Kruchev (à esquerda) e John Kennedy (à direita), líderes, respectiva-
mente, da URSS e dos EUA, durante a crise dos mísseis em Cuba, no ano de 1962.
• Um momento de grande tensão foi a crise dos mísseis, em 1962. Mísseis com ogi-
vas nucleares foram instalados pela URSS em Cuba, aliado soviético localizado a
apenas 180 km dos EUA. Um ataque aos estadunidenses teria retaliações, com alto
risco de conflito nuclear e efeito desastroso para a humanidade. Nenhum conflito
foi deflagrado, e o período seguinte foi chamado de coexistência pacífica, durante o
qual os dois lados assinaram acordos de redução de armas estratégicas.
Aqueles que apoiam a ideia de uma ordem multipolar dizem que a Rússia, potên-
cia militar e principal herdeira do aparato militar aeroespacial soviético, também
estava interferindo em conflitos pelo mundo (como no Cáucaso, instável região ao
sul da Rússia). Eles ainda lembram que, nos anos seguintes, além da União Europeia
e do Japão, começaram a se destacar também as chamadas economias emergentes:
China, Índia e Brasil.
Desse modo, o final da Guerra Fria não trouxe paz nem desarmamento. Alguns con-
flitos se encerraram e outros surgiram, com novos atores e novas motivações. Os
equipamentos militares se sofisticaram, assim como os meios de se obter e usar
informações. Os gastos militares nunca cessaram nos países e, em muitos casos,
até aumentaram.
72 UNIDADE 3
HORA DA CHECAGEM
2 Você certamente notou que há países de diferentes tamanhos, alguns muito extensos, como a
Rússia, e outros pequenos, como os países-ilhas do Oceano Pacífico.
3 Resposta pessoal. Você deve ter notado que a maior ou menor extensão dos países está asso-
ciada aos processos de conquista e expansão territorial e ao domínio de alguns povos sobre outros.
2 Baseando-se em seus estudos sobre a Guerra Fria, sua resposta deve ter informado que o
mundo estava dividido predominantemente de maneira bipolar, ou seja, que ele estava organi-
zado em dois blocos de países – capitalistas e socialistas – liderados respectivamente por EUA
e URSS. As duas superpotências detinham grande poderio militar. Isso pode ser visto no mapa
pelos tons de vermelho e laranja (áreas de influência soviética) e tons de azul (áreas de influên-
cia estadunidense).
3 Sua pesquisa deve ter trazido alguns exemplos dos diversos conflitos originados da influência
ou intervenção direta das superpotências e dos aliados. Entre eles, você pode ter citado os casos
da Guerra do Vietnã (1961-1975), das invasões dos EUA na América Latina, da participação da
URSS na descolonização de Angola e Moçambique e da intervenção soviética ao Afeganistão no
final da década de 1970.
UNIDADE 3 73
74
Você já ouviu falar de algum conflito político interno ou de alguma guerra entre
países que esteja ocorrendo no mundo neste momento? Escolha um ou dois exem-
plos e responda: O que motivou esse(s) episódio(s)? Quem está envolvido nele(s)?
Quais são os seus efeitos, tanto no passado recente como no momento atual?
Escreva suas reflexões nas linhas a seguir.
Rússia/Geórgia
Chechênia (Rússia)
Armênia/Azerbaijão
Coreia do Norte/Coreia do Sul
Afeganistão
Paquistão
Norte do México
Transnístria (Moldávia) Índia/Paquistão
Abkházia, Ossétia do Sul (Geórgia) Caxemira (Índia) China/Taiwan
Curdistão (Turquia)
Portanto, um rápido exame dos episódios revela que hoje predominam confli-
tos internos, embora sempre tenham em torno de si alguma participação ou inte-
resse estrangeiro. Esses conflitos podem ter a configuração de violentas guerras
civis, como na Líbia e na Síria após 2011, ou rebeliões populares, como no Egito e na
Tunísia, que contestavam governos instalados há décadas no poder.
em guerra com outro país nem vive conflito interno, mas Robert Mugabe governa
o país desde 1980, reelegendo-se com fortes suspeitas de fraudes. Não há guerra,
mas o país vive uma verdadeira crise humanitária.
Nos conflitos atuais, cresce a participação dos grupos identificados como terro-
ristas, não ligados oficialmente a nenhum país. Eles mantêm bases de treinamento
em diversos territórios e usam meios de comunicação para articular suas ações. São
grupos transnacionais, como a Al Qaeda, organizados em redes globais que ultrapas-
sam fronteiras. Sua ação não pode ser analisada da mesma forma que os conflitos
do século XX: não são confrontos entre dois ou mais exércitos regulares nacionais.
As reportagens, por sua vez, são textos expositivos que pretendem explicar algum assunto,
ajudando a defini-lo de forma a favorecer a compreensão do leitor pouco familiarizado com
a temática abordada. Algumas reportagens podem ser também argumentativas, tais como os
artigos de opinião.
UNIDADE 3 77
Le Monde Diplomatique/Dossiê, set. 2011. Disponível em:<http://www.diplomatique.org.br/edicoes_especiais_editorial.php?id=6>. Acesso em: 18 ago. 2014.
3 Houve uso de novas tecnologias nos protestos? Qual é sua opinião sobre isso?
UNIDADE 3 79
O país foi atingido por levantes populares em 2011, que logo se converteram em
confronto armado entre grupos rebeldes, formados por amplo leque de facções que têm
apoio do Ocidente e também por ativistas ligados à Al Qaeda, e o governo, que conta
com o apoio interno de minorias islâmicas e cristãs e, no plano externo, do Irã, da
Rússia e da China. Russos e chineses vetaram sistematicamente sanções à Síria na ONU.
As sanções são um mecanismo adotado em relações internacionais para pressionar
regimes políticos ou governantes em situações de crise. Uma das sanções – o mesmo
que pena ou punição – existentes é a do embargo econômico, tipo de bloqueio das trocas
comerciais realizadas pelo país alvo das medidas.
Geografia – Volume 1
Primavera Árabe
O vídeo apresenta o início dos conflitos internos e guerras civis em países do norte da África e do
Oriente Médio. Entenda a derrubada de governos autoritários na Tunísia, na Líbia, no Egito e como
isso suscitou manifestações em outros países árabes. Analise as relações atuais entre o poder
político e o islamismo e o interesse das intervenções internacionais nesses países.
UNIDADE 3 81
Expor e debater a natureza dos conflitos no Oriente Médio é uma tarefa com-
plexa. Berço de culturas milenares e de três grandes religiões (judaísmo, cristia-
nismo e islamismo – ou religião muçulmana), a região foi dominada por chefes
árabes, turcos otomanos e colonizadores franceses e ingleses. Por isso mesmo, sua
história é repleta de lutas e resistências. Essa história se tornou mais complexa
após descobertas de reservas de petróleo, que acabaram por acirrar as disputas no
“xadrez” geopolítico que ali se desenrola.
Voronezh Aktyubinsk
Kharkiv
Lviv
Ti
Tabriz
gr
GRÉCIA Mazar-i-Sharif
e
Mersin Mosul Gorgan
Mashhad
Alepo SÍRIA TEERÃ
NICÓSIA
Eu Kirkuk Herat
CHIPRE BEIRUTE
fra Kermanshah Qom
Mar Mediterrâneo LÍBANO tes
DAMASCO
Sexta Frota ISRAEL BAGDÁ Natanz 150 000
dos Estados Unidos
IRAQUE
TEL AVIV 50 000 Ahvaz AFEGANISTÃO
AMÃ Isfahan
TERRITÓRIOS PALESTINOS Jerusalém
Alexandria Abadan IRÃ Kandahar
Suez JORDÂNIA Basra Kerman
CAIRO Shiraz
KUWAIT Quetta
Realização: Roberto Gimeno e Ateliê de cartografia da Sciences Po. © Dila, Paris, 2010
Zahedan
1 Bushehr
GOLFO
Bandar-e ’ Abbas PAQUISTÃO
BAREIN
N
Buraidah
EGITO
ilo
Dammam 2 CATAR
LÍBIA 3 DOHA
Medina Dubai
Assuan RIAD Karachi
ABU DHABI
Haradh EMIRADOS MASCATE
MAR
ÁRABES UNIDOS
Jeddah Meca OMÃ Quinta Frota
ARÁBIA
SAUDITA dos Estados Unidos
VERMELHO
Abha
OCEANO ÍNDICO
SUDÃO
SANA Salalah
ERITREIA
CARTUM IÊMEN Diego Garcia
Kassala
ASMARA
El Obeid Áden
DJIBUTI
ETIÓPIA
DJIBUTI Escala no Equador
SOMÁLIA 0 1 000 km
ATELIER de Cartographie de Sciences Po. Disponível em: <http://cartographie.sciences-po.fr/en/golfe-environnement-g-ostrat-gique>. Acesso em: 21 out. 2014.
Mapa original. Tradução: Benjamin Potet.
UNIDADE 3 83
O Afeganistão ainda tem tropas dos EUA em seu território. País de grande
diversidade cultural, ele convive há três décadas com invasões estrangeiras, gol-
pes de estado e atentados, desde a intervenção da URSS nos anos 1970. Em 1996,
o grupo extremista Talibã conquistou Cabul, a capital, e ganhou poder. Dois anos
depois, controlava 90% do país, implantando ali um opressivo regime baseado em
sua visão da sharia (a lei islâmica).
UNIDADE 3 85
© Denis Sinyakov/Reuters/Latinstock
dos estrangeiros, o retorno à vida normal
está distante e o Talibã continua atuando,
agora como milícia insurgente. Há ainda
muitos refugiados, abrigados em boa
parte no Paquistão. Note-se a posição
estratégica do território afegão, situado
em uma encruzilhada próxima da Rússia
e da China e com extensas fronteiras com
Crianças em distrito no sul do Afeganistão observam soldados
Irã e Paquistão. canadenses em patrulha no país no ano de 2010.
Os curdos formam uma antiga e numerosa comunidade nacional, mas que não
conseguiu formar um país independente nos arranjos feitos após a 1a Guerra Mundial.
Na época, o Curdistão integrava o Império Otomano, desfeito após o conflito. Atual-
mente, quase 40 milhões de curdos vivem espalhados pela Turquia, pela Síria, pelo Irã
e pelo Iraque, além dos que migraram para a Europa.
Outros conflitos também ocorrem na África, ao sul do Saara. Por ora, vale a
pena fazer alguns registros sobre a região:
Não há soluções fáceis e de curto prazo para conflitos como os citados. Eles se
somam a desafios como a ação das redes terroristas e os circuitos do crime organizado
global, que geram violência e provocam mortes. Os chefes de Estado devem buscar solu-
ções diplomáticas, evitando o uso das armas. Organizações sociais também têm papel a
cumprir, pressionando governos por mais democracia e respeito aos direitos humanos.
O ACNUR foi criado em 1950 para proteger e dar assistência a refugiados víti-
mas de perseguição (em função de etnia, religião, nacionalidade ou opção política),
de violência e de intolerância. Desde essa época, já ajudou mais de 50 milhões de
pessoas, convertendo-se em uma das principais agências humanitárias do mundo.
Publica o relatório Tendências Globais, com dados e ações voltadas a comunidades
mais atingidas.
No mundo árabe, países governados há décadas por regimes políticos centralizadores con-
tabilizam metade da população com menos de 30 anos; desses, 56% tem acesso à internet.
Sentindo-se sem perspectivas de futuro e diante da estagnação da economia, esses jovens
incubam vírus sedentos por modernidade e democracia. Em meados de dezembro, um tuni-
siano de 26 anos, vendedor de frutas, põe fogo no próprio corpo em protesto por trabalho, jus-
tiça e liberdade. Uma série de manifestações eclode na Tunísia e, como uma epidemia, o vírus
libertário começa a se espalhar pelos países vizinhos, derrubando em seguida o presidente do
Egito, Hosni Mubarak. Sites e redes sociais – como o Facebook e o Twitter – ajudaram a mobili-
zar manifestantes do norte da África a ilhas do Golfo Pérsico.
SEQUEIRA, C. D.; VILLAMEA, L. A epidemia da Liberdade. Istoé Internacional. 2 mar. 2011 (adaptado).
UNIDADE 3 87
HORA DA CHECAGEM
2 Lendo o mapa, você deve ter notado que estão destacadas as zonas de insegurança (quando o
monopólio da violência pelo Estado é desafiado por grupos armados – guerrilhas, milícias parami-
litares, piratas), conflitos que afetam a população civil, movimentos separatistas ou nacionalistas
e tensões interestatais diversas. Estão destacadas também as zonas nas quais os conflitos foram
suspensos, mas podem retornar caso as tensões aumentem.
3 Você deve ter observado que, entre as áreas afetadas, estão faixas da África Subsaariana, o
Afeganistão, o subcontinente indiano, o Sudeste Asiático e países do Oriente Médio. Na América
do Sul, há zonas de conflito na Colômbia (embate entre Estado e guerrilhas) e no Peru (tensão asso-
ciada às disputas socioambientais).
2 Com base nos textos, você observou que, entre os países envolvidos, estão Tunísia, Egito e
Líbia, no norte da África; e Iêmen, Barein, Síria e Jordânia, no Oriente Médio. Você pôde concluir,
portanto, que os manifestantes se insurgiram contra a falta de liberdades políticas e a situação de
pobreza e desemprego nos países.
3 De acordo com os textos, você deve ter respondido que os revoltosos utilizaram a internet e as
redes sociais para convocar e organizar protestos. Sobre o uso dessas novas tecnologias nessas situa-
ções e baseando-se nos textos e em seus estudos do Tema 2, você pôde dar sua própria opinião.
2 Você pôde ver na legenda do mapa que as jazidas de petróleo estão representadas pela cor
verde. Assim, as principais reservas de petróleo estão no leste da Península Arábica, nos territórios
da Arábia Saudita, do Kuwait, dos Emirados Árabes Unidos, do Catar, do Iraque e do Irã. As zonas
de tensão estão representadas por hachuras de cor vermelha, entre a cidade de Dubai e o Irã, e
entre a cidade de Djibuti, o Iêmen e a Arábia Saudita. Algumas dessas áreas são passagens estraté-
gicas de navios petroleiros.
3 A partir da legenda do mapa, você deve ter visto que há bases militares e frotas dos EUA (repre-
HORA DA CHECAGEM
sentadas por um círculo azul com uma estrela no centro), assim como bases da França (representadas
por um círculo vermelho e azul), revelando a presença e os interesses das potências nessa região
conturbada, além de rica em petróleo. Você também deve ter notado que Iraque e Afeganistão são
dois países que ainda contam com efetivos militares estadunidenses em seus territórios.
Desafio
Alternativa correta: e. A internet foi uma ferramenta utilizada para mobilizar as populações.
GEOGRAFIA
NATUREZA, SOCIEDADE E URGÊNCIAS AMBIENTAIS
Unidade 4
TEMAS
1. Aquecimento global e mudanças climáticas
2. Gestão da água no mundo
3. Biomas, biodiversidade e proteção ambiental
Introdução
Esta Unidade examina as interações entre clima, relevo, águas, solos, plantas
e animais, que resultam em diferentes ambientes naturais na superfície terrestre.
Alguns efeitos dessas ações são altamente nocivos. O sinal de alerta soou nas
últimas décadas. Ficou evidente a existência de uma crise ambiental no planeta.
Isso está ligado aos padrões de desenvolvimento atuais. Porém, especialmente
90 UNIDADE 4
nas últimas quatro décadas, diversas ações humanas têm se dedicado a proteger
biomas e ecossistemas, tratar resíduos ou replantar espécies nativas.
Glossário
Bioma
Grande conjunto de formas de vida (plantas, animais, micro-organismos, todos em equilíbrio com
o meio físico). Visualmente, pode ser identificado pelo agrupamento de coberturas vegetais seme-
lhantes, dando-lhe um aspecto relativamente homogêneo. Por exemplo: floresta tropical, floresta
temperada, savana etc. Em sua extensão, cada bioma também apresenta condições climáticas
similares e história compartilhada de mudanças, resultando em diversidade biológica própria.
Ecossistema
Sistema natural integrado e com funcionamento próprio, que consiste em interações entre ele-
mentos bióticos (seres vivos) e abióticos (meio físico, inorgânico), com dimensões territoriais
que podem variar consideravelmente – de um tronco de árvore em decomposição em uma flo-
resta a um ambiente formado pela foz de um rio.
Fonte: IBGE. Vocabulário básico de recursos naturais e meio ambiente. 2. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2004.
Espaço
Emitida pela
Emitida atmosfera em Atmosfera
gases atmosféricos pelas nuvens e ondas longas
aerossóis e nuvens absorvida
pela atmosfera
Gases de
efeito estufa
Terra
Da energia proveniente da radiação solar, aproximadamente a metade é absorvida pela superfície da Terra. A energia irradiada volta
para o espaço, onde é absorvida por nuvens e gases ou, dependendo da composição da atmosfera, é devolvida e aumenta o calor na
superfície. Outra parte da energia da superfície da Terra é transferida para a atmosfera por meio da evaporação e da transpiração.
Fonte: TEIXEIRA, Wilson et al. Decifrando a Terra. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 2009, p. 115.
UNIDADE 4 93
Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda (RJ), 2014. A empresa já foi multada devido à emissão de poluentes no ar.
© Hudson Calasans
EMISSÕES GLOBAIS DE CARBONO PARA A ATMOSFERA
Várias fontes contribuem para as emissões de gases de efeito estufa. As duas principais são a
queima de combustíveis fósseis e o desmatamento de regiões tropicais como a Amazônia
80% 20%
Queima de combustível Mudança no uso do solo
7,2 bilhões de toneladas 1,6 bilhão de toneladas
de carbono por ano de carbono por ano
A meta inicial era atingir redução média de 5,2% da emissão de gases do efeito
estufa em relação ao emitido pelos países ricos em 1990. Alguns assumiram compro-
missos maiores: Japão (6%) e União Europeia (8%). Para que o protocolo entrasse em
vigor, deveria ser assinado pelo bloco de países responsáveis por 55% das emissões
globais. Os EUA haviam se comprometido a reduzir as emissões em 7%. Porém, não
assinaram o acordo e ofereceram muitas resistências à contenção de emissões, ao
lado do Canadá e dos países produtores de petróleo. A vigência do protocolo passou
a depender da adesão da Rússia, feita só em 2004. No período 2004-2012, apenas os
países ricos tinham metas obrigatórias.
© Juca Varella/Folhapress
pesados investimentos em fon-
tes renováveis de energia, como a
eólica, a solar e a hidrelétrica.
das emissões.
HORA DA CHECAGEM
2 Os gases estufa estão presentes naturalmente na atmosfera e exercem o papel de reter calor e
aquecê-la. A partir disso, pode-se refletir sobre o papel da ação humana na intensificação do efeito
estufa e no aquecimento global. Nesse caso, é importante considerar a emissão de gases estufa
derivados de atividades humanas por uso de combustíveis fósseis e pelas indústrias. Entre as con-
sequências disso estão a elevação das médias térmicas e perturbações climáticas.
UNIDADE 4 99
100
© Hudson Calasans
Neve
Formação de nuvens
Evapotranspiração
Chuva Vento Neve e gelo
Vento
Evaporação
Evaporação
Infiltração
Rios e lagos
Oceano
Água subterrânea
Sua casa, seu bairro ou município já sofreu problemas de falta de água? Você
sabe dizer por que isso ocorreu? Esse é um problema frequente ou eventual?
Escreva suas impressões nas linhas a seguir.
UNIDADE 4 101
• usos que não consomem ou gastam água (geração hidrelétrica, pesca, turismo,
hidrovias etc.).
Contudo, como será visto, a maioria dos usos pode, em alguma medida, causar
impactos ambientais e sociais.
De modo geral, quem mais usa água é a agricultura, que responde por algo
em torno de 69% do consumo global de água doce. O restante é dividido entre
indústrias (21%) e uso doméstico (10%). Nesse quadro, é preciso dizer que há usos
que comprometem outros usos. No Brasil e em outros países em desenvolvimento, a
coleta e o tratamento de esgotos são precários e levam ao uso de rios, córregos,
lagos, baías, estuários e manguezais como locais de despejo de esgotos.
Esse uso contamina a água, que poderia ser usada para o abastecimento ou
mesmo para pesca, lazer ou transporte. Tais impactos são frequentes principal-
mente em países pobres da África, Ásia e América Latina.
É preciso levar em conta, antes de tudo, que a quantidade de água que circula
na natureza é sempre a mesma. Assim, qualquer comprometimento do recurso
vai resultar em perturbações na oferta e na qualidade da água. Entre as recomen-
dações estão a de reduzir o consumo e o desperdício e realizar controle permanente
da qualidade da água. Além disso, universalizar os sistemas de saneamento básico
(coleta e tratamento de esgotos, redes de água e coleta de lixo), que são decisivos
UNIDADE 4 103
as fronteiras. Isso pode evitar dispu- Assista também ao filme Erin Brockovich –
Uma mulher de talento (direção de Steven
tas pela água, como nos casos do Rio
Soderbergh, 2000). Baseado em uma história
Jordão (entre Israel, Síria e Jordânia) e real, conta a luta de uma mulher para com-
do Rio Colorado, que passa pelos EUA provar a contaminação da água por uma
empresa na Califórnia (EUA).
até chegar à fronteira com o México.
104 UNIDADE 4
Geografia – Volume 2
A água que nos resta
O vídeo mostra a concentração e a disponibilidade de água no planeta. Observe a distribuição
irregular de água e os déficits hídricos no Brasil. Verifique diferenças no consumo de água e reflita
sobre maneiras de economizar esse recurso. Entenda os processos de tratamento da água e a
importância da mobilização de diferentes setores da sociedade em prol do seu uso sustentável.
MARAFON, G. J. et al. O desencanto da terra: produção de alimentos, ambiente e sociedade. Rio de Janeiro: Garamond, 2011.
HORA DA CHECAGEM
Desafio
Alternativa correta: e. A retirada excessiva de água dos rios pode mudar o fluxo e a velocidade dos
cursos fluviais, alterando o regime hídrico, o que causa impactos no meio ambiente e provoca a
escassez de água potável. Caso você tenha dúvidas, consulte o professor do CEEJA.
106
Você conhece tipos de cobertura vegetal? E a fauna que habita esses tipos de
cobertura? Sabe como essas formas de vida se distribuem na superfície? Como a
distribuição de plantas e animais está relacionada ao clima e à oferta de água?
Como é a vegetação e a fauna em seu município ou sua região? Elas vêm sendo
afetadas pela ação humana? De que forma? Em seu caderno, escreva um texto que
exponha criticamente essas questões.
© IBGE
180° 120° 60° 0° 60° 120° 180°
90°
60°
30°
0°
30°
60°
Escala no Equador
90° 0 1 800 km
Projeção de Robinson
IBGE. Atlas geográfico escolar. Ensino Fundamental do 6o ao 9o ano. Rio de Janeiro, 2010, p 106. Mapa original (supressão de escala numérica).
© IBGE
IBGE. Atlas geográfico escolar. 2. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2004, p. 71. Mapa original (supressão de escala numérica).
108 UNIDADE 4
Geografia – Volume 1
Desmatamento e preservação
O vídeo demonstra as causas e consequências do desmatamento nos diferentes biomas do
Brasil, bem como as necessidades de contê-lo e de preservar nossas matas. Veja também
o que são hotspots (áreas mundiais com grande biodiversidade e potencial de vulnerabilidade
com prioridade de proteção) e como as políticas internas e externas de sustentabilidade estão
contribuindo para a diminuição da degradação ambiental e a preservação da flora e da fauna.
UNIDADE 4 111
GUERRA, A. J. T. Processos erosivos nas encostas. In: GUERRA, A. J. T.; CUNHA, S. B. Geomorfologia: uma atualização de bases e conceitos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007 (adaptado).
A preservação do solo, principalmente em áreas de encostas, pode ser uma solução para evitar
catástrofes em função da intensidade do fluxo hídrico. A prática humana que segue no caminho
contrário a essa solução é
a) a aração.
b) o terraceamento.
c) o pousio.
d) a drenagem.
e) o desmatamento.
Enem 2011. Prova azul. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/provas/2011/01_AZUL_GAB.pdf>. Acesso em: 20 out. 2014.
HORA DA CHECAGEM
2 Resposta pessoal. Você pode ter citado as florestas tropicais (América do Sul e Central, África
central, Sudeste Asiático etc.), de coníferas (norte da América do Norte, Rússia europeia e asiática etc.)
e savanas (Brasil central, norte da América do Sul, África ocidental e Subsaariana, sul da Ásia etc.).
3 As florestas têm sido sistematicamente desmatadas, por várias razões: exploração da madeira,
mineração, avanço da agropecuária, construção de estradas, cidades e usinas hidrelétricas etc. Isso
provoca redução da biodiversidade, perturbações climáticas locais, exposição de solos à chuva e
erosão, entre outros impactos. É importante que você tenha se lembrado de que o desmatamento
afeta também as comunidades que dependem da floresta para sobreviver.
Desafio
Alternativa correta: e. O desmatamento deixa os solos desprotegidos e vulneráveis à erosão pela
ação das chuvas, dos ventos e de outros fatores.
112 UNIDADE 4