E-GOVERNMENT e GLOBALIZACAO

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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Os novos estágios do Governo Electrónio em Moçambique: Estratégias


Práticas e sua Implementação

Almeida Vasco Marcizar e 708170429

Curso: Administração Pública


Disciplina: E-Governament e
Globalização.
Ano de Frequência: 2º

Pemba, Outubro, 2020


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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Os novos estágios do Governo Electrónio em Moçambique: Estratégias


Práticas e sua Implementação

Almeida Vasco Marcizar e 708170429

Trabalho de carácter avaliativo da


cadeira de Contabilidade Geral
referente ao primeiro semestre
curso de Administração Pública.

Curso: Administração Pública


Disciplina: E-Governament e
Globalização.
Ano de Frequência: 2º

Pemba, Outubro, 2020


Introdução

De acordo com as palavras proferidas na Conferência Mundial sobre Governação


electrónica, em Manila (1999) o “Governo Electrónico é o uso das tecnologias de
informação e comunicação para promover maior eficiência e eficácia governamentais,
facilitando o acesso aos serviços públicos, permitindo ao cidadão e ao empresário o acesso
à informação, e tornando o governo mais responsável perante o cidadão.” - Gartner Group
(2000). Motiva-me de certo modo mostrar quão importante é a ponte da tecnologia de
informação e comunicação, o processo de difusão das novas mídias e as políticas do
Governo Electrónico em andamento nos países subdesenvolvidos particularmente as
estratégias de implementação em Moçambique, sendo estas as planeadas pelos governos
conduzindo assim a uma profunda reflexão teórica sobre os conceitos que possam ser
abandonados.

Diante da natureza eminentemente nova do tema, pelo menos como é abordado nos
debates de hoje em Moçambique, e diante das limitações dos materiais que circulam dentro
e fora dos círculos de conhecimento do fenómeno como um todo.

Objectivo Geral:

 Analisar os novos estágios do Governo Electrónio em Moçambique: Estratégias Práticas e


sua Implementação.

Objectivos específicos:

 Trazer o conceito governo electrónico;


 Discutir os pontos estratégicos de implementação do governo electrónico em
Moçambique;
 Analisar possíveis estratégias praticas;

Quanto aos métodos usados na pesquisa é o método dedutivo, uma vez que visa
descobrir conhecimentos particulares através do conhecimento geral, é um processo de
análise de informação que nos leva a uma conclusão.
1. OS NOVOS ESTÁGIOS DO GOVERNO ELECTRÓNIO EM MOÇAMBIQUE:
ESTRATÉGIAS PRÁTICAS E SUA IMPLEMENTAÇÃO

1.1 Conceitos Preliminares

1.2 Governo Electrónico

São várias as conceitualizações do governo electrónico mas daria dois conceitos


mais referidos a nível mundial.

Segundo Gartner Group (2000) o Governo electrónico é a contínua optimização de


oferta de serviço, participação do eleitorado e governação mediante transformação de
relacionamentos internos e externos com uso da tecnologia, da internet e da nova mídia.

A Pacific Council no Internacional Policy, 2002, define o governo electrónico como


uso da tecnologia de informação e da comunicação para promover maior eficiência
governamental, facilitando o acesso à informação, e tornando o governo mais perspicaz
para o cidadão.

Este conceito não quer de certa maneira referir que os cidadãos se acomodarão
fazendo do Governo electrónico um atalho para o desenvolvimento económico, o
salvamento orçamental ou a eficiência governamental.

O Governo electrónico é um processo chamado evolução e também um grande


esforço que apresenta custos e riscos financeiros e políticos. Esse risco pode ser
significativo se não forem bem conceitualizadas e implementadas as estratégias do
Governo Electrónico podendo desperdiçar recursos, falhar com as suas promessas de
entrega útil de serviços e, assim, aumentar a frustração com a administração pública por
parte do cidadão. Particularmente nos países em desenvolvimento, os recursos são escassos,
de modo que o Governo Electrónico pode ter como alvo áreas com alta possibilidade para
sucesso e produzir ganhos. Além disso, o Governo Electrónico nos países em
desenvolvimento podem acomodar certas condições únicas, necessidades e obstáculos
(Pacific Council in International Policy, 2002).

Estratégias do Governo Electrónico de Moçambique, (2005), O Governo


Electrónico é reconhecido mediante formas, tipos de relacionamento e estágios de
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integração pelos quais se manifesta. Como formas fazem Governo Electrónico, são um
explícita de mais de manifestação, porque concretizam os diferentes tipos de
relacionamento que o Governo forja de Electrónico, indo de um simples centro de
atendimento ao cidadão (call center), passando por um portal corporativo governamental
(lugar de trabalho) até um quiosque de auto-atendimento.

2.Causas que levam o estado moçambicano a integrar as formas do Governo Electrónico

O Estado desde as décadas de 70, não vem conseguindo ser tão providencial em
relação ao seu atendimento das demandas cada vez maiores e heterogéneas da sociedade
(Banco Mundial, 1997).

BANCO MUNDIAL. (1999), Não somente o contingente de exclusão vem


aumentando, mas também a diversidade de interesses domésticos e a realidade dos
interesses externos vem sugando sua capacidade resolutiva, de maneira que parece razoável
sustentar que o Governo Electrónico nada mais é do que um movimento de absorção
compulsória pelo Estado de uma série de mecanismos arrojados da re-oferta de serviços,
interacções sofisticadas com os grupos com os quais deve negociar e gestão interna de novo
tipo, afim de não somente melhorar a sua solvência, aumentar a sua presença formal e, pelo
menos em tese, tornar mais rápida, capilar e densa a sua acção junto aos governados, mas
também socorrer mediante subsídios ou incentivos, os agentes económicos que ainda não
possuem instrumentos tecnológicos para participarem de modo competitivo na venda de
produtos e os agentes portadores desse instrumental, que dependem de modo substancial da
demanda dos governos que dele dependem.

BARBOZA, Elza Maria Ferraz; NUNES, Eny Marcelino de Almeida; SENA,


Nathália Kneipp, (2008), O entendimento sobre tudo aquilo a que se chama actualmente de
Governo Electrónico não pode ser, pois, separado da análise de longo período do próprio
Estado em relação à sua posição nas formações sociais dos últimos duzentos anos e de suas
três principais tarefas imanentes:

1. Dispor de uma máquina pública, que preste serviço à sociedade, geralmente não toda ela,
de modo não somente matizado, como também contraditório, devido aos interesses a que
precisa submeter-se na provisão de bens e serviços, na manutenção de consensos e na
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transmissão das directrizes dos grupos de controle junto aos grupos subalternos;

2. Representar a guarda e distribuição dos direitos e deveres nominais dos governados;

3. Prestar assistência à tensão permanente entre soberania e interesses externos.


Essa origem peculiar do Governo Electrónico, um pouco diferente da origem que
normalmente lhe atribuem o senso comum e a percepção parcial da realidade, parece
diminuir sua importância e desactivar seu próprio surgimento. Desse modo, a reflexão
teórica sobre o Governo Electrónico, não pode fugir da resposta às questões levantadas por
Eisemberg (2001): quais os problemas políticos dos atributos técnicos dos meios de
informação e de comunicação?

2.1 Portal do Governo de Moçambique

O Portal do Governo de Moçambique é um projecto que está a ser desenvolvido


pela Unidade Técnica para a Implementação da Política de Informática (UTICT) em
conjunto com os Ministérios e outras instituições do Governo, no âmbito do Projecto Rede
Electrónica do Governo de Moçambique, de acordo com as seguintes documentos:
    

 Resolução do Conselho de Ministros Nº 28/2000 de 12 de Dezembro, documento que


aprova a Política de Informática, que fornece o quadro de referência para o
desenvolvimento da sociedade de Informação em Moçambique;

 Estratégia de Implementação da Política de Informática;

 Estratégia do Governo Electrónico.

Os dois últimos documentos visam, sobretudo, tornar funcional as linhas gerais descritas
na Política.Criada pelo Decreto do Conselho de Ministros nº. 50/2002, de 26 de Dezembro,
como um órgão técnico com atribuição geral de apoiar a Comissão para a Política de
Informática, a Unidade Técnica de Implementação da Política de Informática (UTICT), é
dirigida, nos termos do nº. 1 do artigo 3 do mesmo Decreto, por um Director nomeado pelo
Primeiro-Ministro. Para o seu funcionamento, com vista à cobertura dos objectivos
específicos da Política de Informática, a UTICT incorpora as seguintes áreas operacionais,
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consagradas na Estratégia de Implementação da Política de Informática:

1.    Área de Governação Electrónica


2.    Área de Infra-estruturas e Aplicações
3.    Área de Formação e Certificação em informática
4.    Área de Políticas e Regulamentação
5.    Área de Coordenação de Projectos

2.2 Programa de acção da UTICT

Como órgão de apoio técnico à Comissão para a Política de Informática, tendo


concluído com sucesso o processo de assessoria à elaboração da Política de Informática e a
respectiva estratégia de implementação, a UTICT focalizou o seu Programa de Acção nas
áreas prioritárias da Estratégia de Implementação da Política de Informática, a saber:
 

1. Desenvolvimento da Capacidade Humana


2. Infra-estrutura
3. Conteúdos e Aplicações
4. Governação
5. Políticas e Regulamentação
6. Desenvolvimento Empresarial
7. Desenvolvimento nas Províncias

Para todas estas áreas, foram definidos vários projectos prioritários a curto, médio e
longo prazos, que estão a ser executados pelos diferentes parceiros envolvidos na
implementação da Política de Informática. A maior parte dos projectos encontram-se em
fases avançadas de execução, destacando-se entre eles os seguintes:

1.    Rede Electrónica do Governo


2.    Cadastro Digitalizado de Terras
3.    Portal de Desenvolvimento

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4.    Balcão Único de Atendimento
5.    Facilitação Empresarial
6.    Centros Provinciais de Recursos Digitais
7.    Telecentros
8.    Sistema de Identificação Civil
9.    SchoolNet – Internet para as Escolas
10.  Instituto de Tecnologias de Informação e Comunicação de Moçambique
11.  Sistema de Gestão dos Processos Eleitorais
12.  Sistema de Administração Financeira do Estado.

Hoje no Portal do Governo de Moçambique já se pode ter informação de como


tratar o bilhete de identidade e todos os custos, pagar impostos e obter benefícios fiscais,
tratar livrete de viatura, obter título de propriedade de uma viatura, obter vistos de entrada
em Moçambique, obter reconhecimento dos graus académicos, tratar licenças para
actividades comerciais e vários tipos de notícias de conselhos de ministros e discursos
presidenciais.

Todos estes assuntos são de carácter informativo e a sua disposição ainda não é de
fácil tratamento embora dia após dia esta ferramenta esteja a ter muitos assuntos novos e a
sua interface mais familiar.

3. O SISTAFE

O SISTAFE criado através da lei 9/2002 de 12 de Fevereiro e regulamentado pelo


Decreto 23/2004, de 20 de Agosto, estabelece e harmoniza regras e procedimentos de
programação, gestão, execução e controlo do erário público, de modo a permitir o seu uso
eficaz e eficiente, bem como a produzir a informação de forma integrada e atempada,
concernente à administração financeira dos orgãos e instituições do estado.

3.1 e-SISTAFE

O e-SISTAFE é o sistema informático que suporta o SISTAFE, dividido nos seguintes módulos,
a fim de atender a todos os procedimentos previstos no mesmo. Este sistema é desenvolvido,
mantido e disponibilizado, considerando: a criticidade e sigilo das informações; a função típica

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do Estado, estabelecida nos procedimentos do SISTAFE; as especificações para as empresas do
Estado.

Sendo uma ferramenta tipicamente para funcionamento das finanças do Estado, ele
é acessado pelos funcionários públicos com prerrogativas de operar o sistema informático
com o objectivo de operar um ou mais procedimentos do SISTAFE, cadastrado num único
órgão ou instituição do Estado, sendo este uma Unidade de Supervisão, Intermediária,
Gestora Executora Especial.

O funcionário cadastrado deve ser vinculado a um perfil de operação, o qual agrupa


diferentes transacções do e-SISTAFE, destinadas a possibilitar a execução de tarefas
específicas e correlacionadas, sendo eles o agente orçamental, agente orçamental, agente
financeiro, agente de receita, agente de programação financeira, agente de património,
agente de controlo interno e agente contabilista.

3.2 Níveis de acesso dos usuários no e-SISTAFE em Moçambique

O usuário do e-SISTAFE é cadastrado, observando o perfil de operação, o nível de


acesso, o qual estabelece a abrangência do acesso à base de dados do sistema, sendo eles:

1. Nível 1 – acesso às informações da unidade onde está registado;

2. Nível 2 – acesso às informações de todas as Unidades vinculadas àquela onde está


registado;

3. Nível 3 – acesso às informações de um conjunto pré-definido de Unidades vinculadas


àquela onde está registado;

4. Nível 4 - acesso às informações de um conjunto pré-definido de Unidades não


vinculadas àquela onde está registado;

5. Nível 5 – acesso às informações de todas as Unidades existentes no sistema

“A estratégia do Governo electrónico dará a qualquer moçambicano em qualquer


área de governação, em qualquer sector da economia, e a qualquer nível da sociedade, o
direito de aceder, processar e aplicar toda a informação necessária para cada um alcançar o

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máximo do seu potencial como indivíduo dotado do conhecimento, um cidadão responsável
e um competidor global”

Conclusão

Com base no factos que durante a abordagem deste trabalho foram sendo
apresentados, constatou-se que a Estratégia de Implementação do Governo Electrónico nos
Países menos Desenvolvidos como Moçambique devem ter em conta acima de tudo as suas
posses e capacidades financeiras visto ser um mecanismo que requer grandes investimentos
nas áreas de formação dos recursos humanos, aquisição dos equipamentos e construção de
infra-estruturas próprias para o efeito.

Alguns pontos me preocuparam como é o facto de exagerada falta de conhecimento


da ferramenta e a falta de computadores no seio dos cidadãos embora haja programas de
grandes investimentos nesta matéria com o enfoque na formação para o domínio deste meio
segundo os orçamentos previstos para 2006/2007. A preocupação na fidelização do
Governo Electrónico para o bem de todos os cidadãos e que preste os verdadeiros fins a que
se destina, faz com que muitas sejam as recomendações para um país como Moçambique
que apesar de ser novo na adopção e com possibilidade de se impor a nível da região até
2011 segundo o plano de implementação, devendo para isso fazer mais e maiores
publicidades para que esta ferramenta seja conhecida e tenha a adesão esperada.

É importante ressaltar que no processo para a realização deste trabalho muitas


foram as fontes contactadas, pois, além de ser uma matéria nova na abordagem deste
assunto em Moçambique como se chegou a concluir, muitos foram os entraves na recolha
de dados encontradas durante as entrevista que não poderão ser divulgados para garantir e
resguardar o bom nome dos funcionários entrevistados.

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Referência Bibliográfica

BANCO MUNDIAL. (1999). Informe sobre el desarrollo mundial: el conocimiento al servicio


del desarrollo. Banco Mundial: Washington,

BARBOZA, Elza Maria Ferraz; NUNES, Eny Marcelino de Almeida; SENA, Nathália Kneipp,
(2008) Web sites governamentais, uma esplanada à parte. Sociedade da Informação.

COELHO, Espartaco Madureira, (2001) Governo electrónico e seus impactos na estrutura e na


força de trabalho das organizações públicas.

Estratégias do Governo Electrónico de Moçambique, (2005) Colocar os Serviços Públicos Junto


do Cidadão, Maputo.

MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES. Ministério das Comunicações: Fust. Disponível em: <
http://www.mc.gov.br/fust/l_9998_17082000.htm>. Acesso em: 30/09/2020.

NAÇÕES UNIDAS. (1999). Development programme - human development report. Oxford:


Oxford University Press,

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