Manual Turismo Inclusivo Desafios e Oportunidades
Manual Turismo Inclusivo Desafios e Oportunidades
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CONTEÚDOS
CONCEITO DE TURISMO
A pessoa que sai do seu país ou de sua região para realizar um desses tipos de turismos é
conhecida como “turista”. No entanto, nem todos que viajam para outro país ou outra região
podem ser considerados como turistas. Aqueles, por exemplo, que vão para outro país a
trabalho, não são considerados turistas.
CONCEITO DE INCLUSÃO:
Pessoas com “necessidades especiais” que decorrem de diversos tipos de limitações (motoras,
visuais, auditivas, intelectuais, alérgicas e outras), relacionadas com as suas condições gerais
de saúde e que requerem dos serviços turísticos “cuidados especiais”, em matéria de
condições de acessibilidade e em matéria de condições de atendimento/serviço, diferentes das
da pessoa/turista comum e que, de um modo geral, muitas das empresas/entidades
prestadoras dos serviços não estão ainda em condições de proporcionar.
Trata-se de um grupo que sempre existiu na sociedade humana, mas que foi sendo quase
sempre bastante marginalizado ao longo dos séculos e que nas últimas décadas tem vindo a
conquistar progressivamente o acesso aos direitos comuns a qualquer cidadão (saúde,
educação, qualificação, emprego, família, convívio social, etc.), incluindo também o acesso ao
lazer, à viagem, ao turismo.
De acordo com as estatísticas, a dimensão deste grupo na população situa-se na ordem dos 10
a 15%. Admitindo que nem todas estas pessoas, quando fazem turismo, precisam de “cuidados
especiais” diferenciados dos prestados ao turista comum, pode-se considerar como estimativa
pertinente para as preocupações do turismo acessível e inclusivo uma percentagem de 10% da
população.
As estatísticas apontam para uma percentagem de cidadãos com mais de 65 anos na ordem
dos 20% da população. Sabe-se que o processo de envelhecimento conduz à diminuição
progressiva das capacidades das pessoas, perturbando / diminuindo não apenas as suas
capacidades físicas (mobilidade, força, resistência, equilíbrio, …), mas também as suas
capacidades sensoriais (visão, audição, …) e as suas capacidades intelectuais/cognitivas
(compreensão, memória, atenção, raciocínio, orientação no espaço, orientação no tempo,…).
Limitações que também elas, em contexto de viagem e de turismo, conduzem a “necessidades
especiais”, requerendo da oferta turística “cuidados especiais” em matéria de acessibilidade e
de serviço.
iii. Pessoas com redução pontual na sua mobilidade devida a acidentes (de viação, de
trabalho, nos desportos, domésticos, etc.), a circunstâncias de gravidez ou de deslocação com
crianças de colo ou com carrinhos de bebé, também elas podendo beneficiar do ajustamento
das condições de acessibilidade da oferta turística às necessidades das pessoas com
mobilidade reduzida.
Presumindo que pelo menos um terço das pessoas deste grupo apresentem necessidades que
requerem da “oferta” turística cuidados especiais/ específicos, acresce à dimensão do universo
do turismo acessível e inclusivo mais 10% da população.
A limitação das capacidades motoras de uma pessoa manifesta-se em diversos aspetos, tais
como: redução ou perturbação da sua mobilidade (membros inferiores), redução ou
perturbação da sua motricidade manual (membros superiores), na dificuldade ou
impossibilidade de controlo de determinados movimentos, em dificuldades de equilíbrio, em
diminuição do vigor/energia física. As suas consequências concretizam-se em vários tipos de
situações, nomeadamente: mobilidade condicionada, ou seja, deslocação em cadeira de rodas
ou com uso de auxiliares de marcha (bengalas, canadianas, andarilho); dificuldades na
coordenação dos movimentos; dificuldades de equilíbrio; tremuras; redução da agilidade,
vitalidade e vigor; fadiga; dificuldades de expressão oral (não confundir com
comprometimento das capacidades intelectuais).
A sua mobilidade horizontal se possa fazer sem obstáculos, em piso contínuo, uniforme e não
derrapante, com portas de dimensão e funcionalidade adequadas;
A sua mobilidade vertical seja possível mediante rampas e elevadores com as condições
requeridas;
As informações que lhe sejam fornecidas sobre as condições de acessibilidade dos serviços
turísticos e de outros serviços comuns que irá ter necessidade de utilizar nas suas viagens e
estadias turísticas sejam verdadeiras, precisas e atualizadas.
Necessidade de que o profissional adote uma atitude simpática, tranquila, disponível, mas
sem se tornar intrometido;
Necessidade de que o profissional lhe preste apoio, mas sem impor a sua ajuda.
Precisam que a sua mobilidade se possa fazer sem obstáculos e sem risco de acidentes (piso
contínuo, uniforme, não derrapante; escadas e rampas com corrimão; portas fáceis de abrir;
pontos de orientação; boas condições de iluminação);
Precisam que as informações que lhe sejam fornecidas sobre as condições dos serviços que
irá ter necessidade de utilizar nas suas viagens e estadias turísticas sejam verdadeiras, precisas
e atualizadas.
Necessidade de ser tratado e respeitado como qualquer outro cliente; Necessidade de que
o profissional adote uma atitude simpática, tranquila, disponível, mas sem se tornar
intrometido;
Necessidade de que o profissional lhe preste apoio, mas sem impor a sua ajuda.
O foco das suas necessidades especiais tem a ver com a comunicação interpessoal, com o
acesso a informações comummente veiculadas em suporte vocal, sonoro, áudio, e com o
acesso a informações em suporte escrito, utilizando linguagem complexa (dado o escasso
domínio que frequentemente têm das línguas, incluindo da do seu próprio grupo cultural /
país).
Assim, o esforço de ajustamento da oferta de serviços passa pela mobilização de meios que
ajudem a ultrapassar as dificuldades de comunicação:
○ Indicadores visuais (lâmpada) que convertam sinais sonoros em sinais luminosos (adaptados
a campainhas de telefones e toques / alarmes de emergência);
Ter profissionais com capacidade de comunicação com este tipo de clientes. No que se
refere a atitudes de relacionamento interpessoal, a pessoa com limitações auditivas quer ser
tratada como pessoa e como cliente que merece o mesmo respeito e consideração que
qualquer outro.
Necessidade de que o profissional adote uma atitude simpática, tranquila, disponível, mas
sem se tornar intrometido;
Necessidade de que o profissional lhe preste apoio, mas sem impor a sua ajuda.
A situação de uma pessoa com deficiência intelectual caracteriza-se por dois aspetos
principais:
Limitações no seu funcionamento intelectual, que se organiza num patamar bastante abaixo
da média, em termos de diversos tipos de capacidades, tais como: raciocínio, pensamento
abstrato, memória, atenção, compreensão de situações complexas, aprendizagem,
planeamento, resolução de problemas, etc.
Subconjunto A:
○ A tomada de decisões (o que podem ou não podem comer ou beber, que serviços podem ou
não podem utilizar, que atividades podem ou não podem fazer, o que podem ou não podem
comprar, …). De um modo geral, estas pessoas não viajam sozinhas. Viajam na companhia de
familiares, amigos ou técnicos, mas utilizam frequentemente diversos serviços com
autonomia.
Subconjunto B:
Para que a oferta turística possa satisfazer adequadamente as necessidades especiais acima
referidas precisa de assegurar, de forma cumulativa e integrada, três subconjuntos de
requisitos:
Abordagem holística da prestação dos serviços, ou seja: ○ Dispor de uma cadeia articulada de
serviços turísticos acessíveis e qualificados com competências de atendimento, cobrindo os
elos essenciais da cadeia (viagem, alojamento, alimentação, informação, animação); ○ Dotar os
contextos em que decorrem as estadias turísticas (espaço público, serviços comuns e interação
social) com condições físicas e competências pessoais de cidadania inclusiva; ○ Desenvolver
uma cultura de trabalho em rede entre os agentes envolvidos para poderem potenciar
experiências/estadias turísticas de qualidade a este tipo de clientes.
REFERÊNCIAS E RECURSOS
Diplomas legais de caracter transversal (Diploma da não Discriminação - Lei n.º 46/2006;