Carta de Cracovia (2000)
Carta de Cracovia (2000)
Carta de Cracovia (2000)
Reconhecendo o contributo dos indivíduos e das instituições que, ao longo de três anos,
participaram na preparação da Conferência Internacional sobre Conservação “Cracóvia
2000” e na sua Sessão Plenária com o título “o património cultural como fundamento do
desenvolvimento da civilização”, os signatários, participantes na Conferência
Internacional sobre Conservação “Cracóvia 2000”, conscientes dos profundos
significados associados ao património cultural, submetem aos responsáveis pelo
património os seguintes princípios como orientação dos seus esforços na salvaguarda
desses bens culturais.
PREÂMBULO
OBJECTlVOS E MÉTODOS
1. O património arquitectónico, urbano ou paisagístico, assim como os elementos que o
compõem resultam de uma dialéctica entre os diferentes
momentos históricos e os respectivos contextos sócio-culturais. A conservação deste
património é o objectivo desta Carta. A conservação pode ser realizada mediante
diferentes tipos de intervenções, tais como o controlo do meio ambiental, a manutenção,
a reparação, o restauro, a renovação e a reabilitação. Qualquer intervenção implica
decisões, escolhas e responsabilidades relacionadas com o património, entendido no seu
conjunto, incluindo os elementos que embora hoje possam não ter um significado
específico, poderão, contudo, tê-Io no futuro.
6. O objectivo da conservação dos monumentos e dos edifícios com valor histórico, que
se localizem em meio urbano ou rural, é o de manter a sua autenticidade e integridade,
incluindo os espaços interiores, o mobiliário e a decoração, de acordo com o seu aspecto
original. Tal conservação requer um “projecto de restauro” apropriado, que defina os
métodos e os objectivos. Em muitos casos, requer-se ainda um uso apropriado para os
monumentos e edifícios com valor histórico, compatível com os seus espaços e o seu
significado patrimonial. As obras em edifícios com valor histórico devem analisar e
respeitar todas as fases construtivas pertencentes a períodos históricos distintos.
GESTÃO
11. A gestão das cidades históricas e do património cultural em geral, tendo em conta os
contínuos processos de mudança, transformação e desenvolvimento, consiste na
adopção de regulamentos apropriados, na tomada de decisões, que implicam
necessariamente escolhas, e no controlo dos resultados. Um aspecto essencial deste
processo, é a necessidade de identificar os riscos, de antecipar os sistemas de prevenção
apropriados e de criar planos de actuação de emergência. O turismo cultural, apesar dos
seus aspectos positivos para a economia local, deve ser considerado como um risco.
Deve prestar-se uma particular atenção à optimização dos custos envolvidos.
A conservação do património cultural deve constituir uma parte integrante dos
processos de planeamento económico e gestão das comunidades, pois pode contribuir
para o desenvolvimento sustentável, qualitativo, económico e social dessas
comunidades.
12. A pluralidade de valores do património e a diversidade de interesses requerem uma
estrutura de comunicação que permita uma participação efectiva dos cidadãos no
processo, para além dos especialistas e gestores culturais. Caberá às comunidades
adoptar os métodos e as formas apropriadas para assegurar uma verdadeira participação
dos cidadãos e das instituições nos processos de decisão.
FORMAÇÃO E EDUCAÇÃO
MEDIDAS LEGAIS
ANEXO. DEFINIÇÕES