Perfilagressores
Perfilagressores
Perfilagressores
Antonio de Pádua Serafim1, Fabiana Saffi1, Sérgio Paulo Rigonatti1, Ilana Casoy2, Daniel Martins de Barros1
1
Núcleo de Psiquiatria e Psicologia Forense (Nufor), Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
2
Escritora e pesquisadora sobre crimes seriais.
Resumo
Contexto: A prática de abuso sexual contra crianças é um fenômeno universal. Ela ocorre em todos os tempos e
lugares e atinge todas as classes socioeconômicas. Enquanto a maioria dos estudos investiga as vítimas, os poucos
estudos sobre agressores se concentram principalmente em dados demográficos. Objetivo: Apresentar revisão da
literatura quanto à classificação de molestadores sexuais de crianças, de acordo com o perfil psicológico e comporta-
mental. Métodos: Revisão da literatura e discussão do material utilizado. Resultados: Apresentação das principais
classificações dos criminosos sexuais contra crianças, identificando as tipologias mais utilizadas com suas possíveis
contribuições à psiquiatria e à psicologia forense. Conclusão: A utilização do perfil psicológico em crimes sexuais é
de fundamental relevância no contexto médico-legal, mas ainda carece de bases científicas mais sólidas.
Abstract
Background: Sexual violence against children is a universal problem, occurring since ever, everywhere and regard-
less the socio-economic status. Whist most studies have been dedicated to the victim of such crime, there is little
information regarding their perpetrators, which is largely limited to the description of demographic data. Objective:
Review the literature regarding children sexual aggressors according to psychological and behavioral profile. Meth-
ods: Literature review and discussion. Results: Presentation of the major classifications of offenders, pointing out the
most widely used ones and the implications to forensic psychiatry and psychology. Conclusion: The psychological
and behavioral profile use is very important for medico-legal practice, but still needs better scientific validation.
Endereço para correspondência: Antonio de Pádua Serafim, Rua Dr. Ovídeo Pires de Campos, 785, 1º andar, Ala Sul, Nufor, Cerqueira César – 05403-010 – São Paulo, SP. E-mail: [email protected]
106 Serafim AP, et al. / Rev Psiq Clín. 2009;36(3):101-11
invasiva (usam de carícias discretas) e dificilmente age problemas com a baixa auto-estima, que provavelmente
com violência, o que na maioria das vezes dificulta que o acometem, e mantém várias vítimas seduzidas em
a criança e as pessoas ao seu redor notem o fato. Tende estágios diferentes, esperando sua ação19,24.
a se envolver com pornografia infantil, pela internet ou A internet é um meio de busca de alvos bastante
utilizando fotografias diferentes dos molestadores16-19. comum para esse tipo de agressor, cujo comportamento
sexual é composto de sexo oral e vaginal. O uso de por-
b) Pedófilo molestador nografia infantil melhora seu desempenho e a conquista
da vítima. É frequente esse tipo de molestador infantil
Como dito, a característica marcante do pedófilo mo- colecionar filmes caseiros e/ou fotografias das crianças
lestador é o padrão de comportamento invasivo com que foram suas vítimas16,19.
utilização frequente de violência. Esse tipo também pode
ser dividido em dois grupos: molestadores situacionais b.1.2) Molestador situacional inescrupuloso
e preferenciais16-19,24. (moral ou sexual)
Esse agressor abusa de quem está disponível para
b.1) Molestador situacional (pseudopedófilo) satisfazer suas necessidades sexuais e o fato de atacar
crianças faz parte desse contexto, não sendo a sua priori-
Para esse indivíduo a criança não é especialmente o dade. Molestar uma criança é parte do padrão de abuso
objeto central de sua fantasia, logo não pode ser diag- geral em sua vida, pois tem como hábito usar e abusar
nosticado como pedófilo, na acepção estrita do termo. das pessoas. Esse indivíduo mente, trapaceia, furta e
Alguma circunstância contingente o impele a obter não vê motivo para não molestar crianças. Usa força,
gratificação sexual através da criança, o que ocorre sedução ou manipulação para conquistar sua vítima.
muito mais pela fragilidade dela e pela dificuldade de É um indivíduo charmoso, considerado agradável pelas
ser descoberto do que pelo fato de ser pré-púbere – daí pessoas e crianças à sua volta. Se for casado, é o tipo de
a denominação “situacional”16-19. homem que troca de mulher a toda hora16,18.
Esse tipo de molestador frequentemente é casado e O incesto é comum para esse molestador, que não
vive com a família, mas, se alguma situação de estresse hesita em envolver seus filhos ou enteados na realização
acontece, ele é levado a sentir-se mais confortável com de seus desejos. Não é raro esse agressor fazer parte de
crianças. Na maioria das vezes ataca meninas. Se a pre- grupos de pornografia infantil, mas escolhe uma faixa
ferência for por meninos, é provável que, nesse caso, o etária definida de vítimas ao atacar crianças16-18.
agressor seja homossexual17.
A maioria dos agressores desse tipo pertence às clas- b.1.3) Molestador situacional inadequado
ses socioeconômicas mais baixas e é menos inteligente.
Seu comportamento sexual está a serviço das suas ne- Alguns autores17,19,24 enfatizam a possibilidade de que
cessidades básicas sexuais (excitação e desejo) ou não esse tipo de molestador sofra de alguma forma de
sexuais (poder e raiva). São oportunistas e impulsivos, transtorno mental (retardo mental, senilidade etc.) que o
focalizam as características gerais da vítima (idade, impossibilita de perceber a diferença entre certo e erra-
raça, gênero) e os primeiros critérios para a escolha do em suas práticas sexuais, ou seja, o caráter delituoso
dela são a disponibilidade e a oportunidade. Entre os de seus atos. Em geral, não manifesta comportamento
molestadores de criança situacionais existem três perfis agressivo, isto é, não machuca a criança fisicamente,
diferentes de indivíduos: o regredido, o inescrupuloso pois suas práticas sexuais envolvem abraçar, acariciar,
e o inadequado17,18. lamber ou outros atos libidinosos que raramente incluem
a relação sexual. Quando mantém relação sexual com a
criança, esta tende a ser anal ou oral.
b.1.1) Molestador situacional regredido
A tabela 1 expressa a síntese das principais caracte-
Segundo alguns autores16-18, o indivíduo com esse perfil, rísticas do molestador de crianças situacional.
em razão de vivências intensas de estresse, regride a es-
tágios anteriores do desenvolvimento e, para sentir-se se- b.2) Pedófilo molestador preferencial
guro e à vontade, passa a interagir melhor com pessoas
tão fragilizadas quanto ele naquele momento. Por esse Para o molestador desse grupo, a gratificação sexual só
motivo, não ataca apenas crianças. Para satisfazer seus será alcançada se a vítima for uma criança. Na realidade
desejos sexuais, utiliza-se de qualquer grupo vulnerável, americana os agressores desse grupo tendem a ser mais
como idosos e deficientes físicos ou mentais. inteligentes que a média da população e pertencem
Esse tipo de molestador apresenta estilo de vida a classes sociais mais elevadas. Seu comportamento
estável, financeira e geograficamente. Deve estar em- sexual está a serviço de suas parafilias e é persistente e
pregado, mas no seu histórico podem constar alguns compulsivo, orientado por suas fantasias. Focaliza sua
problemas relativos a abuso de substâncias alcoólicas. ação em vítimas específicas, no seu relacionamento
Tem prazer imenso em seduzir, diminuindo, assim, seus com elas ou no cenário dos fatos. Alguns colocam em
108 Serafim AP, et al. / Rev Psiq Clín. 2009;36(3):101-11
prática com a criança as fantasias que têm vergonha de O crime é premeditado e ritualizado, sendo resultado
executar com um parceiro adulto. O número de vítimas de elaborado plano de ataque. Ele não conhece a criança
desse tipo de molestador de crianças é altíssimo e ele que ataca e não a seduz: utiliza-se de truques para tirá-la
costuma atacar mais meninos do que meninas16-19. dos pais ou de armas para amedrontá-la ou simplesmente
A característica marcante desse tipo de molestador a leva a parquinhos, shopping centers e escolas19.
é a violência extrema, que chega até o homicídio. Ele A maioria dos molestadores desse tipo é do sexo
pode ser do tipo: sedutor, sádico e introvertido16. masculino, tem personalidade antissocial, trabalha em
empregos temporários e muda frequentemente de ende-
reço ou de cidade. Antecedentes criminais envolvendo
b.2.1) Pedófilo molestador preferencial sedutor
atos violentos, como estupro ou assalto, são comuns. Os
De acordo com Holmes e Holmes16, esse perfil represen- meninos se caracterizam como a principal vítima desse
ta um dos grupos mais perigosos, visto ser difícil para a molestador, que prefere o sexo anal. Machuca a crian-
criança escapar das suas mãos. Geralmente ele corteja, ça de forma fatal, e a prática do canibalismo pode ser
presenteia e seduz seus alvos e é capaz de percorrer frequente. Castração de meninos, brutalização da área
qualquer distância para alcançá-los. Em princípio, esse genital feminina e decapitação fazem parte do repertório
ofensor não quer machucar a criança. Fica íntimo dela de mutilações desse criminoso16-19.
antes de molestá-la e insinua gradativa e indiretamente
assuntos sexuais, usando pornografia infantil e parafer- b.2.3) Pedófilo molestador preferencial introvertido
nália sexual. Esse material tem como objetivo diminuir É um indivíduo que prefere crianças, mas não tem ha-
as inibições da vítima e criar a possibilidade de ela bilidade pessoal para seduzi-las. Tipicamente, mantém
manter sexo com um adulto. Normalmente é solteiro, mínima comunicação verbal com a criança que escolhe.
tem mais de 30 anos e estilo de vida e comportamento Em geral, ela é desconhecida e muito pequena para en-
infantilizados. tender o que está acontecendo. Sua área de ação envolve
Para que esse tipo de molestador infantil possa os parques infantis ou locais com grande concentração
estar em constante contato com seus alvos, deixando de crianças, onde observa e/ou tem breves encontros
crianças em vários estágios de sedução, é necessário sexuais19. Telefonemas obscenos e exibicionismo tam-
que o contato seja legítimo. Sendo assim, as profissões bém são ofensas comuns. Para realmente se relacionar
escolhidas por esse tipo de agressor serão aquelas da sexualmente utiliza prostituição infantil, turismo sexual,
qual as crianças são parte inquestionável, como funcio- internet ou se casa com a mãe das crianças que deseja
nários de escolas, monitores de acampamento, técnicos para ter acesso legítimo e seguro e com a frequência
esportivos, motoristas de ônibus escolar, fotógrafos, que necessita19.
padres etc.16-19. A tabela 2 apresenta as características entre moles-
tadores situacionais e preferenciais.
b.2.2) Pedófilo molestador preferencial sádico
Pedofilia, psicopatia e violência sexual
Esses agressores pretendem molestar crianças com
o expresso desejo de machucá-las. Seu excitamento Um importante aspecto associado aos molestadores de
sexual é diretamente proporcional à violência, que pode crianças é a psicopatia28-32. A presença de psicopatia em
ser fatal16,19. pedófilos colabora para a expressão de insensibilidade
Serafim AP, et al. / Rev Psiq Clín. 2009;36(3):105-11 109
necessário para a execução do crime, sendo construído como os crimes sexuais, uma vez que o comportamento
com base nas necessidades psicossexuais do agressor, e de agressores sexuais não apresenta uma causa única,
este aspecto é crítico para a satisfação dos seus desejos tem origem sabidamente multifatorial e envolve o com-
e impulsos16-19,24. plexo imbricamento de vários fatores. Só assim haverá,
Lanning18 ressalta que, se o MO é repetido frequen- de fato, possibilidades para uma contribuição de forma
temente durante a atividade sexual, alguns de seus técnica tanto para a possível identificação do ofensor
aspectos podem, por comportamento condicionado, como para o planejamento de tratamentos individualiza-
transformar-se em ritual e seus comportamentos subse- dos, auxiliando na definição de qual intervenção é mais
quentes são determinados pelas imagens eróticas e abas- efetiva e para quem.
tecidos pela fantasia e podem ter natureza bizarra.
O típico agressor é homem, começa a molestar por Referências
volta dos 15 anos, se engaja em vários comportamentos
pervertidos e molesta uma média de 117 jovens, cuja 1. Aded NL, Dalcin BLGS, et al. Abuso sexual em crianças e adolescentes:
maioria não dá queixa. Cerca de 30% são menores de revisão de 10 anos da literatura. Rev Psiquiatr Clín. 2006;33(4):204-13.
2. Arboleda-Florez J, Wade TJ. Childhood and adult victimization as risk
35 anos. Por volta de 80% têm inteligência normal ou factor for major depression. Int J Law Psychiatry. 2001;24:357-70.
acima da média16,18. 3. Deblinger E, Mcleer SV, Henry D. Cognitive behavioral treatment for
Lanning19 e Salfati e Canter25 ressaltam que 50% dos sexually abused children suffering post-traumatic stress: Preliminary
abusos infantis envolvem o uso de força física e que mo- findings. J Am Acad Child and Adolesc Psychiatry. 1990;29:747-52.
4. Rivera B, Widom CS. Childhood victimization and violent offending.
lestadores de crianças produzem o mesmo percentual Violence Vict. 1990;5(1):19-35.
de ferimentos na vítima que os estupradores 5. Maxfield MG, Widom CS. The cycle of violence. Revisited 6 years later.
Mais da metade dos criminosos sexuais condenados Arch Pediatr Adolesc Med. 1996;150(4):390-5.
que acabam de cumprir pena voltam para a penitenciária 6. Widom CS, Ames MA. Criminal consequences of childhood sexual
victimization. Child Abuse Negl. 1994;8(4):303-18.
antes de um ano. Em dois anos esse percentual sobe 7. Ross CA, Miller SD, Bjornson L, Reagor P, Fraser GA, Anderson G. Abuse
para 77,9%. A taxa de reincidência varia entre 18% e 45%. histories in 102 cases of multiple personality disorder. Can J Psychiatry.
Quanto mais violento o crime, maior a probabilidade do 1991;36(2):97-101.
criminoso repeti-lo30. 8. Nagata T, Kiriike N, Iketani T, Kawarada Y, Tanaka H. History of childhood
sexual or physical abuse in Japanese patients with eating disorders:
relationship with dissociation and impulsive behaviours. Psychol Med.
Considerações finais 1999;29(4):935-42.
9. Garno JL, Goldberg JF, Ritzler BA. Impact of childhood abuse on the clin-
Analisado com minúcia, o crime sexual contra menores ical course of bipolar disorder. British J Psychiatry. 2005;186:121-5.
10. Hammersley P, Dias A, Todd G. Childhood trauma and hallucinations in
vem se mostrando complexo e variado, com diferentes bipolar affective disorder: preliminary investigation. Br J Psychiatry.
perfis de criminosos se engajando nessa prática, por 2003;182:543-7.
diferentes motivos. O perfil psicológico para identificar 11. Meyerson LA, Long P, Miranda Jr R, Marx BP. The influence of child-
criminosos sexuais, embora utilizado por alguns pesqui- hood sexual abuse, physical abuse, family environment, and gender
on the psychological adjustment of adolescents. Abuse and Neglect.
sadores, ainda requer melhor validação científica, visto 2002;25(7):387-405.
que seus procedimentos são em sua maioria decorrentes 12. Osofsky JD. The effects of exposure to violence on young children. Am
de pesquisas empíricas43. Psychol. 1995;50(9):782-8.
Diante do quadro exposto, todavia, tal prática é 13. D’Amora D. Presentation during the training program. In: Defense of
the community: effective community-based responses to sex offenders.
muitas vezes necessária na esfera da psiquiatria e da New York, Westchester County, Silver Spring; 1999.
psicologia forense, não só como forma de ampliação 14. Fernandez YM, Marshall WL, Lightbody S, O’Sullivan C. The child mo-
do conhecimento da dinâmica do indivíduo agressor, lester empathy measure: description and examination of its reliability
mas também contribuindo para a determinação da sua and validity. Sexual abuse. J Res Treat. 1999;11(1):17-31.
15. Murray JB. Psychological profile of pedophiles and child molesters. J
capacidade de entendimento e autocontrole. Psychol. 2000;134(2):211-24.
Reforça-se que estabelecer sólidas bases para a clas- 16. Holmes RM, Holmes ST. Profiling violent crimes: an investigative tool.
sificação de criminosos sexuais de acordo com compor- New Delhi: US; 2002.
tamento, tipo de vítima, motivação e risco de reincidên- 17. Kocsis RN, Cooksey RW, Irwin HJ. Psychological profiling of offender
characteristics from crime behaviors in serial rape offences. Int J
cia só é possível em um contexto interdisciplinar. Fica Offender Ther Comp Criminol. 2002;46(2):144-69.
claro que a confluência dos saberes do psiquiatra, apto a 18. Lanning KV. Ritual abuse: a law enforcement view or perspective. Child
diagnosticar transtornos mentais com seu instrumental Abuse Negl. 1991;15(3):171-3.
específico; do psicólogo, cuja expertise se dá na direção 19. Lanning KV. Child Molesters: a behavioral analysis – for law-enforce-
ment officers investigating the sexual exploitation of children by
da análise do comportamento, das motivações e da psico- acquaintance molesters. 4a ed. Federal Bureau of Investigation (FBI);
dinâmica subjacente aos atos; do assistente social, capaz 2001.
de identificar elementos do contexto socioeconômico e 20. Fuller AK. Child molestation and pedophilia. An overview for the physi-
familiar implicados nas situações; enfim, de equipe ver- cian. JAMA. 1989;261(4):602-6.
21. Ames MA, Houston DA. Legal, social, and biological definitions of
dadeiramente comprometida com o trabalho conjunto, pedophilia. Arhc Sex Behav. 1999;19(4):333-42.
deve ser ativamente perseguido, se o objetivo é traçar 22. Hornor G. Child sexual abuse: psychosocial risk factors. J Pediatric
perfil fidedigno das pessoas envolvidas em atitudes, Health Care. 2002;16:187-92.
Serafim AP, et al. / Rev Psiq Clín. 2009;36(3):105-11 111
23. Craig LA, Browne KD, Beech A, Stringer IAN. Differences in personal- 34. Porter S, Woodworth M, Earle J, Drugge J, Boer D. Characteristics of
ity and risk characteristics in sex, violent and general offenders. Crim sexual homicides committed by psychopathic and non psychopathic
Behav Ment Health. 2006;16:183-94. offenders. Law Hum Behav. 2003;27(5):459-70.
24. Leclerc B, Beauregard E, Prulx J. Modus operandi and situational 35. Rigonatti SP, Serafim AP, Caires MAF, Guerra AH, Arboleda-Florez J.
aspects in adolescent sexual offenses against children: a further Personality disorders in rapists and murderers from a maximum security
examination. Int J Offender Ther Comp Criminol. 2008;52(1):46-61. prison in Brazil. Int J Law Psychiatry. 2006;29(5):361-9.
25. Salfati CG, Canter DV. Differentiating stranger murders: profiling of- 36. Woodworth M, Porter S. In cold blood: characteristics of criminal homicides
fender characteristics from behavioral styles. Behav Sci Law. 1999; as a function of psychopathy. J Abnorm Psychol. 2002;111(3): 436-45.
17(3):391-406. 37. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-IV).
26. Ortiz-Tallo M, Cardenal V, Blanca MJ, Sánchez LM, Morales I. Multiaxial Washington: American Psychiatric Association; 1994.
evaluation of violent criminals. Psychol Rep. 2007;100(3 Pt 2):1065-75. 38. Bradford J. The neurobiology, neuropharmacology and pharmacologi-
27. Sharma BR. Disorders of sexual preference and medicolegal issues cal treatment of the paraphilias and compulsive sexual behavior. Can
thereof. Am J Forensic Med Pathol. 2003;24(3):277-82. J Psychiatry. 2001;46:26-34.
28. Gacono CB, Meloy JR, Bridges MR. A Rorschach comparison of psy- 39. Cohen JA, Mannarino AP. Predictors of treatment outcome in sexually
chopaths, sexual homicide perpetrators, and nonviolent pedophiles: abused children. Child Abuse Negl. 2000;24(7):983-94.
where angels fear to tread. J Clin Psychol. 2000;56(6):757-77. 40. Dunsieth NW, Nelson EB, Brusman-Lovins LA, Holcomb Jl, Beckman
29. Hare RD. Psychopathy: a clinical and forensic overview. Psychiatr Clin D, Welge JA, et al. Psychiatric and legal features of 113 men convicted
North Am. 2006;29(3):709-24. of sexual offenses. J Clin Psychiatry. 2004;65(3):293-300.
30. Hill A, Habermann N, Klusmann D, Bener W, Briken P. Criminal re- 41. Firestone P, Bradford JM, Greenberg DM, Larose MR. Homicidal sex
cidivism in sexual homicide perpetrators. Int J Offender Ther Comp offenders: psychological, phallometric, and diagnostic features. J Am
Criminol. 2008;52(1):5-20. Psychiatry Law. 1998;26(4):537-52.
31. Langström N, Grann M. Psychopathy and violent recidivism among young 42. Mcelroy SL, Soutullo CA, Taylor PJR, Nelson EB, Beckman DA, Brusman
criminal offenders. Acta Psychiatr Scand Suppl. 2002;(412):86-92. LA, et al. Psychiatric features of 36 men convicted of sexual offenses.
32. Myers WC, Blashfield R. Psychopathology and personality in juvenile sexual J Clin Psychiatry. 1999;60(6):414-20.
homicide offenders. J Am Acad Psychiatry Law. 1995;25(4):497-508. 43. Goodwill AM, Alison LJ. When is profiling possible? Offense planning
33. Pinizzotto AJ, Finkel NJ. Criminal personality profiling: an outcome and and aggression as moderators in predicting offender age from victim
process study. Law Hum Behav. 1990;14:215-33. age in stranger rape. Behav Sci Law. 2007;25(6):823-40.