Petição Inicial - Ação de Indenização Por Danos Morais

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EXMO(A). SR(A). DR(A).

JUIZ(A) DE DIREITO DA ______ VARA CÍVEL DA


COMARCA DE CIDADE.../ESTADO...

LUZIA DA SILVA, estado civil....., profissão......, portadora da Cédula de


Identidade RG nº......, inscrita no CPF/MF sob o nº....., usuária do endereço
eletrônico......, residente e domiciliada em Rua......, número....., bairro......,
CEP....., na cidade.../Estado..., vem, respeitosamente perante Vossa
Excelência, por seu advogado que a esta subscreve, com escritório em Rua.....,
número....., bairro......, CEP......, na cidade...../Estado....., com base nos arts.
186 e 927 do Código Civil, bem como no art. 5º, V e X, da Constituição Federal
e art. 14 do Código de Defesa do Consumidor, propor a presente

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

em face da empresa LINHAS AÉREAS PORTUGUESAS LTDA., pessoa


jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº....., usuária do endereço
eletrônico....., com sede em Rua....., número....., bairro....., na cidade
de...../Estado...., CEP......, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

I - DOS FATOS
A Autora, adquiriu da Ré uma passagem aérea, para viajar para
Portugal, afim de participar de um curso de especialização, que duraria dois
meses.
Como a Autora tinha conhecimento de que no primeiro dia do curso
haveria uma prova para avaliar os conhecimentos dos alunos e visando obter
descanso da viagem, comprou referida passagem aérea para viajar com dois
dias de antecedência, onde teria tempo para se preparar para a prova e
adquirir uma segurança para não perder sua prova, visto que a ausência à
prova implicaria em desistência do curso.
Ocorre que, por falhas da Ré, o voo foi cancelado, tendo o Autora que
aguardar mais de seis horas no aeroporto, sem ao menos receber assistência
da Companhia Aérea. Após isso, Luzia foi encaminhada a um hotel. E, seu voo
foi realizado com 48 horas de atraso, fazendo com que chegasse a Portugal
com atraso e sem poder descansar para a realização da prova.

II - DO DIREITO

A Constituição Federal estabelece em seu art. 5º a obrigatoriedade de


reparar o dano moral, onde a todo cidadão é “assegurado o direito de resposta,
proporcionalmente ao agravo, além de indenização por dano material, moral ou
imagem” (inciso V). Da mesma forma, dispõe em seu inciso X que “são
invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de
sua violação.”
Além disso, o art. 186 do Código Civil afirma que a prática do dano moral é
um ato ilícito:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito. (grifo nosso)

Portanto, todo aquele que comete ato ilícito, fica obrigado por lei a
repará-lo, de acordo com o art. 927, parágrafo único, do Código Civil. Vejamos:
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou
quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

Salienta-se também que há uma relação de consumo entre as partes,


sendo a Ré fornecedora de serviços (art. 3º do Código de Defesa do
Consumidor) e a Autora, consumidora (art. 2º do Código de Defesa do
Consumidor). Dito isso, é importante analisar que o “fornecedor de serviços
responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos
danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação de
serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua
fruição e riscos’’ (art. 14 do Código de Defesa do Consumidor). Assim, fica
claro a culpa da Requerida, ao prejudicar a Requerente com 48 horas de
atraso.
Em casos análogos, a jurisprudência pátria tem se manifestado pelo
cabimento dos danos morais:

TRANSPORTE AÉREO. CANCELAMENTO E ATRASO DE


VOO. DANOS MORAIS. JUROS MORATÓRIOS.  Verificada falha na
prestação do serviço e ausente qualquer excludente de
responsabilidade, deve ser mantida a sentença pela procedência
do pedido por danos morais. Tratando-se de responsabilidade
contratual, a incidência dos juros moratórios é desde a citação.
APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA. (Apelação Cível Nº
70049126691, Décima Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do
RS, Relator: Bayard Ney de Freitas Barcellos, Julgado em 15/08/2012)
(grifos nossos)

Além disso, o dano moral é um dano que independe de provas, que,


além de deter um caráter punitivo, tem caráter pedagógico. Dito isso, ressalta-
se que a Companhia Aérea deveria ter prestado seu serviço como foi contrato,
o que de fato não ocorreu, causando total desconforto e constrangimento para
a Autora. Dessa forma, a Ré tem o dever de indenizar, e conforme
entendimento jurisprudencial em casos semelhantes, o quantum indenizatório
chega a aproximadamente R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Vejamos:

TRANSPORTE AÉREO. VÔO INTERNACIONAL. ATRASO DO VOO


INICIAL E TROCA DE AEROPORTO QUE ACARRETARAM NA
PERDA DA CONEXÃO, COM ATRASO DE DEZESSETE HORAS NA
CHEGADA DO DESTINO FINAL. FALHA NA PRESTAÇÃO DO
SERVIÇO EVIDENCIADA. DEVER DE RESSARCIR A QUANTIA
DESEMBOLSADA COM A NOVA PASSAGEM. DANO MORAL
CONFIGURADO NO CASO CONCRETO, ANTE OS
TRANSTORNOS E SOFRIMENTOS CAUSADOS À AUTORA.
QUANTUM INDENIZATÓRIO ARBITRADO EM R$ 3.000,00, QUE
COMPORTA MAJORAÇÃO PARA R$ 5.000,00. SENTENÇA
MODIFICADA NO PONTO. RECURSO PROVIDO. (Recurso Cível Nº
71008406159, Quarta Turma Recursal Cível, Turmas Recursais,
Relator: Gisele Anne Vieira de Azambuja, Julgado em 26/04/2019).
(grifo nosso)

Isto posto, no caso em tela, fica evidente a necessidade da Ré, por total
culpa, indenizar a Autora pelos danos morais causados. Assim, pugna a
Requerente pelo pagamento de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a título de danos
morais, atentando-se à tríplice função do dano, ressarcindo, punindo e
prevenindo.

III – DO PEDIDO

Por todo exposto, pede e requer a Vossa Excelência:

a) A citação da Ré, para que compareça à audiência de conciliação a ser


designada e, querendo apresente contestação;

b) A aplicação das regras esculpidas no Código de Defesa do Consumidor, com


a inversão do ônus da prova (art. 6º, VI) e a responsabilização objetiva da Ré.
b) A total procedência da ação, para condenar a Ré ao pagamento de R$
5.000,00 (cinco mil reais) a título de danos morais, além de do pagamento de
custas processuais e honorários advocatícios;

b) A produção de todas as provas em direito admitidas, em especial pelo


depoimento pessoal da Ré, sob pena de confissão; oitiva de testemunhas, cujo
rol segue em anexo, para o caso de Vossa Excelência querer ouvi-las na
audiência de justificação;

Dá-se à presente causa o valor de 5.000,00 (cinco mil reais).

Termos em que,
Pede deferimento.

Cidade..., data....

Advogado, assinatura/OAB

ROL DE TESTEMUNHAS

1) Nome...., RG nº......, CPF nº......, residente e domiciliado (a) em Rua....,


número...., bairro....., CEP......, na cidade de...../Estado.....
2) Nome...., RG nº......, CPF nº......, residente e domiciliado (a) em Rua....,
número...., bairro....., CEP......, na cidade de...../Estado.....

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