Aula Incerteza Completa

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 22

Comportamento sob Incerteza

Microeconomia

Anderson M. Teixeira

Economia

Março, 2018

Anderson M. Teixeira (UFG) Comportamento sob Incerteza Março, 2018 1 / 22


Introdução
A teoria do consumidor (teoria da escolha) é desenvolvida em um
contexto determinı́stico. Naquela situação, nós geralmente tı́nhamos
um conjunto de consequências (escolhas), X e nós trabalhavamos
com a hipótese de que o nosso agente tinha um relação de
preferências < definida sobre X.
Ou seja, para qualquer par de consequências/escolhas x e y no
conjunto X, a relação de preferências nos dizia se o agente
considerava x melhor, x  y , x indiferente x ∼ y , ou x pior do que y.
Vimos sobre que condições uma relação de preferências < pode ser
representada por uma função de utilidade. Ou seja, sob que condições
existe uma função u definida sobre o conjunto X tal que para
qualquer par de alternativas x e y em X:
x<y se e somente se u(x) > u(y).
Observe que a situação é totalmente determı́nistica.
Existe um conjunto de consequências/escolhas e o agente tem uma
relação de preferências definida sobre este conjunto de consequências.
Anderson M. Teixeira (UFG) Comportamento sob Incerteza Março, 2018 2 / 22
Incerteza
Agora vamos supor uma situação um pouco diferente. Vamos supor
que ainda tenhamos um conjunto de consequências/escolhas, mas que
o agente não possa escolher diretamente os elementos de X.
O mundo agora, o agente têm que escolher ações que vão
posteriormente implicar alguma consequência em X, mas na hora da
escolha da ação o agente não sabe exatamente que consequência será
esta.
Porém, para facilitar um pouco a vida do nosso agente, e a nossa,
vamos fazer a hipótese de que quando o agente escolhe uma ação,
embora ele nao saiba exatamente que consequência aquela ação
implicará no futuro, ele pelo menos conhece a probabilidade de que
uma determinada consequência irá ocorrer, dada a ação escolhida por
ele.
Chance ganhar na loteria; loterias em um cassino; corrida de cavalo;
Compra de um carro usado; aplicações financeiras; Contração de um
seguro para o carro;
Anderson M. Teixeira (UFG) Comportamento sob Incerteza Março, 2018 3 / 22
Incerteza: Preferências sobre Loterias
Mundo Real
Nas decisões cotidianas, o tomador de decisão não sabe ao certo qual vai
ser a consequência ou o resultado de uma determinada escolha. Isso
ocorre porque, diante das escolhas com as quais se deparam diariamente, o
tomador de decisão de fato se comporta como se estivesse apostando em
uma determinada loteria, cujo resultado obtido está vinculado ao estado
da natureza.

A incorporação da incerteza no problema do consumidor significa que


este não saberá exatamente qual vai ser o resultado.
Seja X um conjunto finito. Nossa interpretação é que X é o nosso
conjunto de consequências. (pode ser chamado de A também ou
qualquer nomenclatura).
A idéia agora é que os objetos de escolha do nosso agente não são
consequências em X diretamente,mas ações que posteriormente
levarão a alguma daquelas consequências.
Anderson M. Teixeira (UFG) Comportamento sob Incerteza Março, 2018 4 / 22
Incerteza: Preferências sob lotérias
Lembre-se, também, que a nossa hipótese é que, dada uma ação, o
agente sabe exatamente a probabilidade de obter uma determinada
consequência no futuro.
Uma forma conveniente de modelar as ações é associar a cada ação
um objeto que nós chamamos de ”loteria”.
Então o agente deve escolher um objeto que contém resultados e
probabilidiades.
Suponha que X tem N elementos. Neste caso, uma loteria é
simplesmente
P∞ um vetor p = (p1 , ...., pN ) tal que Pi > 0 para todo i e
i=1 = p1 = 1. A interpretação é que dada a loteria p, a
probabilidade de obtermos a consequência xi é exatamente p.
De forma análoga: Suponha que A = a1 , ..., an é um conjunto finito.
Uma loteria g = (p1 ◦ a1 , ..., pn ◦n ) assinala a probabilidade pP
i ao
resultado ai , para todo resultado i = 1,2,...n, onde Pi > 0 e ∞ i=1 =
p1 = 1.

Anderson M. Teixeira (UFG) Comportamento sob Incerteza Março, 2018 5 / 22


Incerteza: Preferências sob lotérias: Exemplo
Suponha que o nosso conjunto de consequências X seja composto de
apenas duas alternativas: ficar molhado, representada pela letra m, e
não ficar molhado, representado pela letra s. Suponha, também que a
probabilidade de que vá chover seja 1/2. O nosso agente tem duas
ações possı́veis: levar um guarda chuva, ou não levar um
guarda-chuva. De acordo com formalismo acima, a ação de levar um
guarda chuva pode ser representada pela loteria que diz que a
probabilidade do agente não fica molhado é 1 a probabilidade do
agente ficar molhado é zero.
Já o ato de não levar um guarda-chuva pode ser representado pela
loteria que diz que a chance do agente ficar molhado, bem como a
chance do agente não ficar molhado, são ambas iguais 1/2. Ou seja,
levar um guarda-chuva pode ser representado pelo vetor de
probabilidades (p(m), p(s)) = (0,1) e não levar um guarda-chuva
pode ser representado pelo vetor de probabilidade (p(m), p(s)) =
(1/2, 1/2);
Anderson M. Teixeira (UFG) Comportamento sob Incerteza Março, 2018 6 / 22
Incerteza: Loterias
Dado um conjunto de resultados A ou X qualquer, o conjunto de
todas as loterias simples definidas sobre A é denotado por GA ou
simplesmente G.
Dizemos que a loteria g é degenerada se p1 = 1, para qualquer i, isto
é, g equivale a um resultado certo.
Uma loteria não-degenerada corresponde a uma situação onde não
existe resultado certo. O consumidor decidirá entre loterias,
degeneradas ou não-degeneradas.
Agora loterias são o objeto de consumo agora. As loterias são planos
contigentes de consumo, ou seja contigente na incerteza existente.
Ou ainda, o que será consumido em cada estado da natureza.
Note que nessa estrutura teorica não consideramos mais cestas de
bens, mas loterias.
Isso exige um grau diferente de escolha do indivı́duo.

Anderson M. Teixeira (UFG) Comportamento sob Incerteza Março, 2018 7 / 22


Definição: Utilidade Esperada

A utilidade UE: G - R possui a propriedade de utilidade esperada se,


para toda loteria g = (p1 ◦ a1 , ..., pn ◦n ) temos que:

X
UE (p1 ◦ a1 , ..., pn ◦n ) = pi u(ai )
i=1
Portanto, a utilidade esperada UE é linear nas probabilidades e
determinada pelos valores que assume no conjunto dos resultados.
Veremos que a função utilidade u determina o comportamento em
relação ao risco da pessoa.
A utilidade pode ser escrita como uma soma ponderada de alguma
função de consumo em cada estado da natureza, na qual os pesos são
dados pelas probabilidades associadas.
Também descrita como uma função de utilidade esperada ou Função
de utilidade Von Neuman-Morgensten.

Anderson M. Teixeira (UFG) Comportamento sob Incerteza Março, 2018 8 / 22


Exemplo
Um indivı́duo possui uma riqueza avaliada em R$ 100,000.000. Parte
dessa riqueza consiste em um carro avaliado em R$ 20.000. A
probalidade de o carro ser roubado é de 20% caso não seja instalado
um alarme anti-fruto. O alarme custa R$ 2.000 e, se instalado, reduz
a probabilidade de roubo para 5%. Suponha que a função utilidade
sobre a riqueza desse indivı́duo é u(x) = ln(x). A utilidade esperada
do indivı́duo quando ele instala o sistema anti-fruto (opção 1) é,
portanto, iagual a:
UE(opção 1) = 0,95 x ln(100.000 - 2000) + 0,05 x ln (100.000 -
20.000 - 2.000) = 11,4813 ;
caso ele não instale o sistema (opção 2), sua utilidade esperada será
igual a:
UE (opção 2) = 0,80 x ln(100.000) + 0,20 x ln(100.000 -20.000) =
11,4683;
Nesse exemplo, existem dois estados da natureza relevantes ao
problema: o primeiro, ”carro não é roubado”, e o segundo, ”carro
roubado”.
Anderson M. Teixeira (UFG) Comportamento sob Incerteza Março, 2018 9 / 22
Construção da Utilidade Esperada
Vimos que agora o consumidor decidirá entre loterias - ”objetos de
consumo”. Agora vamos supor que o consumidor possui preferências
< sobre o conjunto G de loterias, onde estas preferências satisfazem
os axiomas abaixo:
Axioma 1 - Completeza e Transitividade. < é completa e
transitiva.
Axioma 2 - Continuidade. Para quaisquer loterias, g, h, k que
pertence a G os conjuntos são fechados.
Axioma 3 - Independência.
O primeiro axioma exige que todo o par de loteriasseja comparável e
que esta regra de comparação satisfaça a propriedade de
transitividade. O signficado do segundo axioma é similar do axioma
de continuidade para preferências em um ambiente sem incerteza
(caráter técnico) e o terceiro axioma assegura que a função de
utlidade que representa o sistema de escolhas do consumidor tenha
forma de utilidade esperada, linear nas probabilidiades.
Anderson M. Teixeira (UFG) Comportamento sob Incerteza Março, 2018 10 / 22
Teorema: Existência de Utilidade Esperada

Existência de Utilidade Esperada


Se as preferências < definidas sobre o espaço de loterias G satisfazem os
axiomas acima, então existe UE: G - R que representa < e satisfaz a
propriedade de utilidade esperada (é linear nas probabilidades).

A utilidade UE é chamada de utilidade esperada ou utilidade de Von


Neumann e Morgenstern.
Garantida a existência de uma utilidade que represente a preferência,
a questão que surge diz respeito à existência de outras funções de
utilidade que representem a mesma preferência.
Sabemos da teoria do consumidor sem incerteza que qualquer
”transformação” crescente de uma função de utilidade continua
representando a mesma preferência.

Anderson M. Teixeira (UFG) Comportamento sob Incerteza Março, 2018 11 / 22


Teorema: Existência de Utilidade Esperada
Agora isto não será mais verdade, pois queremos preservar a
propriedade de utilidade esperada.
Para que esta propriedade seja mantida, devemos considerar apenas
”transformações afins crescentes” da utilidade esperada.
O próximo teorema enuncia este resultado

Teorema: Unicidade da Utilidade Esperada


Suponha que a utilidade esperada UE repesentada < . Então a utilidade
esperada VE representa as mesmas preferências < se, e somente se,
existem α, β ∈ R , β > 0, tais que VE (g ) = α + βUE (g ) para toda loteria
g ∈ G . Logo, dizemos que a utilidade esperada que representa um sistema
de preferências que satisfaça os axiomas acima é unica a menos de
transformações afins positivas. Portanto, a teoria da utilidade esperada
não é maisuma teria puramente ordina, já que diferenças de utilidade têm
significado econômico.

Anderson M. Teixeira (UFG) Comportamento sob Incerteza Março, 2018 12 / 22


Comportamento com relação ao risco

A curvatura da função u mede a atitutde do consumidor com relação


ao risco.
Por exeplo, suponha um indivı́duo com R$ 100 de riqueza. Ele pode
entrar em uma aposta onde com 50% de chance ele ganhará R$ 50 e
com 50%a de chance ele perderá R$ 50. O valor esperado da aposta é
0 (1/2 x 50) + 1/2 x ((-50))e, portanto, o valor esperado da sua
riqueza se participar da aposta é R$100.
Já a UE (utilidade esperada) da aposta é:
UE = 1/2 x u(50) + 1/2 x u(50) < u (1/2 x 150 +1/2 x 50) =
u(100).
onde o sinal de desigualdade estrita é válido quando a função u for
estritamente côncava.

Anderson M. Teixeira (UFG) Comportamento sob Incerteza Março, 2018 13 / 22


Comportamento com relação ao risco
Nesse caso dizemos que o indivı́duo é avesso ao risco, já que ele
prefere o valor esperado da aposta (dos Prêmios) com prêmio
monetários a participar dela.
O indivı́duo avesso ao risco não participa então de nenhuma aposta
cujo valor esperado seja zero. A figura abaixo ilustra essa situação.

Anderson M. Teixeira (UFG) Comportamento sob Incerteza Março, 2018 14 / 22


Comportamento com relação ao risco

Os pontos A e B representam as utilidades associadas aos valores de


R$ 50 e R$ 150, respectivamente.
O ponto C, dado pela combinação linear entre A e B com peso 1/2
diz a utilidade esperada da aposta com 50% de chance de receber R$
50 e 50% de chance de perder R$ 50.
A utilidade de R$ 100 com certeza, ou seja de não particpar da
aposta, é representada pelo ponto D e se situa aciam do ponto C,
pois á função de utilidade é estritamente côncava.
Logo, um consumidor com função u estritamente côncava
prefere receber o valor esperado de uma aposta a particpar da
aposta, qualquer que seja a aposta.

Anderson M. Teixeira (UFG) Comportamento sob Incerteza Março, 2018 15 / 22


Definição: Comportamento em relação ao risco
Cosidere a loteria g não-degenerada. Dizemos que o indivı́duo é:
1 Avesso ao risco em g se u(E(g)) > u(g);
2 Neutro ao risco em g se u(E(g)) = u(g);
3 Amante do risco em g se u(E(g)) < u(g);

Se o indivı́duo for avesso (neutro, amante) ao risco para toda loteria


não-degenerada g, então dizemos que esse indivı́duo é avesso (neutro,
amante ao risco.
Dois conceitos importantes para a teoria de escolha sob incerteza são
os de ”equivalente de certeza e prêmio ao risco associados a uma
determinada loteria. O equivalente de certeza de uma loteria é a
quantidade de dinheiro dado com certeza ao indivı́duo que o faz
indiferente à loteria. O prêmio ao risco de uma loteria é o montate de
dinheiro que retirado do valor esperado da loteria, torna o indivı́duo
indiferente à loteria. Ambos os conceitos estão sempre associados a
uma loteria.
Anderson M. Teixeira (UFG) Comportamento sob Incerteza Março, 2018 16 / 22
Aversão ao risco: outras definições

Três outras definições de aversão ao risco:


Primeiro - um indivı́duo é averso ao risco, se e somente se, a função u
é estritamente côncava;
Segundo - um indivı́duo é averso ao risco, se e somente se, o
equivalente certeza de toda loteria não-degenerada é menor do que o
valor esperado da loteria;
Terceiro - um indivı́duo é averso ao risco se, e somente se, o prêmio
ao risco de toda loteria não-degenerada é negativo.

Anderson M. Teixeira (UFG) Comportamento sob Incerteza Março, 2018 17 / 22


Teorema: Aversão ao risco, EC e Prêmio ao risco

As seguintes afirmativas são equivalente:

1 O indivı́duo é averso ao risco;


2 u(.) é estritamente côncava;
3 (ECg ) < E (g ), para toda loteria não-degenerada g;
4 Pg < 0, para toda loteria não-generada g;

De modo similar, temos os seguintes resultados para os casos de


neutralidade ao risco e de propensão ao risco.

Anderson M. Teixeira (UFG) Comportamento sob Incerteza Março, 2018 18 / 22


Teorema: Neutralidade ao risco, EC e Prêmio ao risco

As seguintes afirmativas são equivalente:

1 O indivı́duo é neutro ao risco;


2 u(.) é linear;
3 ECg )=E (g ), para toda loteria não-degenerada g;
4 Pg = 0, para toda loteria não-generada g;

De modo similar, temos os seguintes resultados para o caso de


propensão ao risco.

Anderson M. Teixeira (UFG) Comportamento sob Incerteza Março, 2018 19 / 22


Teorema: Propensão ao risco, EC e Prêmio ao risco
As seguintes afirmativas são equivalente:
1 O indivı́duo é propenso ao risco;
2 u(.) é convexa;
3 ECg ) > E(g), para toda loteria não-degenerada g;
4 Pg = 0, para toda loteria não-generada g;
Pelo teorema acima, o comportamento do indivı́duo com relação ao
risco está ligado a curvatura da função u. Se a função u é côncava, o
indivı́duo é avesso ao risco. Logo, é de se esperar que a concavidade
de u, medida pela segunda derivada de u, seja usada para medir o
grau de aversão ao risco de um indivı́duo.
Porém, não é adequado utilizar a segunda derivada de u (u”) como
medida de aversão ao risco, ja que uma ”transformação afim
crescente v 00 = a + bu, comb > 0, continua representado o mesmo
indivı́duo. Então v 00 = bu 00 também seria uma medida de grau de
aversão ao risco deste indivı́duo e, logo terı́amos diversos valores
possı́veis como grau de aversão ao risco do indivı́duo.
Anderson M. Teixeira (UFG) Comportamento sob Incerteza Março, 2018 20 / 22
Coeficiente de aversão ao risco absoluto (CARA)
Os coeficientes de Arrow-Pratt medem o grau de aversão ao risco de
um consumidor sem incorrer neste problema. Ou seja, estes
coeficientes são invariantes com respeito à utilidade usada para
representar as escolhas.

Definição: O coeficiente de aversão ao risco absoluto (CARA) de


Arrow-Pratt da utilidade U no nı́vel de riqueza w é definido como:
Ra (w ) = −u 00 (w )/u 0 (w );
Definição: O coeficiente de Aversão ao risco relativo (CARR) de
Arrow-Pratt da utilidade U no nı́vel de riqueza w é definido como:
Rr (w ) = −wu 00 (w )/u 0 (w ).
A duas definições usam a derivada segunda de u para definir o grau
de aversão ao risco de um indivı́duo. São medidas locais calculada em
algum ponto do nı́vel de renda.
Essas medidas não se alteram caso representemos o indivı́duo por
outra função v tal que v = a + bu, comb > 0
Anderson M. Teixeira (UFG) Comportamento sob Incerteza Março, 2018 21 / 22
Resutlados

Resultado: Aversão ao Risco: O coeficiente de aversão absoluta ao


risco de u é maior do que o de v, para todo o nı́vel de renda, se e
somente se a função u é mais côncava do que a função v.
Resutlado: CARA e Prêmio de Risco: Quanto maior o coeficiente
de aversão ao risco absoluto, maior (menor) o prêmio ao risco
(equivalente de certeza) associado a alguma loteria qualquer.
Resultado: CARR e Prêmio ao Risco: Se o CARA é crescente,
então CARR é crescente;
Leitura Recomendada:
Varian, cap. 11, 12 e 13.
Pindick e Rubinfeld, cap. 5. Comportamento do consumidor e
Incerteza

Anderson M. Teixeira (UFG) Comportamento sob Incerteza Março, 2018 22 / 22

Você também pode gostar