Duarte Barbosa Montenegro - 2015.1
Duarte Barbosa Montenegro - 2015.1
Duarte Barbosa Montenegro - 2015.1
DUARTE, Elidiana1
BARBOSA, Wandely2
MONTENEGRO, Sandra³
[email protected]
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Resumo
O presente artigo abordará a equoterapia como um método educacional que busca propiciar aos
autistas um desenvolvimento biopsicossocial. Esta atividade exige a participação do corpo
inteiro, contribuindo, assim, para o desenvolvimento da força muscular, relaxamento,
conscientização do próprio corpo e aperfeiçoamento da coordenação motora e do equilíbrio.
Com o uso dessa terapia o autista pode obter ganhos significativos em seu repertório
comportamental e desenvolvem, ainda, novas formas de socialização, autoconfiança e
autoestima. Nossa pesquisa será aprofundada junto com a contribuição de alguns autores como
Leo Kanner e Hans Asperger. Além disso, alguns documentos como a declaração de Salamanca
e a LDB nos ajudaram nessa temática. Se tratando de uma pesquisa bibliográfica foi tentado
mostrar as diferentes visões dos autores em relação ao assunto abordado, tendo como suporte
alguns livros, artigos e informações retiradas de sites dos centros equoterápicos para nosso
objeto de pesquisa.
1. Introdução
1
Concluinte do curso de Pedagogia do Centro de Educação da Universidade Federal de Pernambuco.
[email protected]
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Concluinte do curso de Pedagogia do Centro de Educação da Universidade Federal de Pernambuco.
[email protected]
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Orientadora do TCC, professora Adjunto da UFPE. [email protected]
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O preconceito ainda existe e a negligencia também, mas atualmente é possível
perceber que algumas medidas estão sendo tomadas para atender de forma eficaz as
pessoas com deficiência.
O autismo que foi objeto de nossa pesquisa apresenta perturbações e
especificidades que afetam diretamente a vida social dos autistas e por isso necessitam
de uma atenção aprofundada com métodos e técnicas que venham auxilia-os fazendo
com que eles tenham um melhor e maior desenvolvimento da sua mente e do seu corpo.
O autismo é uma síndrome que afeta o desenvolvimento social e a comunicação da
criança, sendo assim é necessário que exista um acompanhamento no dia a dia delas e
para isso precisa-se que o autista receba alguma intervenção educacional que o auxilie
em sua vida. Portanto, queremos entender as principais características do autismo e
como a equoterapia que é um método terapêutico que utiliza o cavalo
interdisciplinarmente nas áreas de saúde, educação e equitação, visando o
desenvolvimento físico e social de pessoas com necessidades especiais. A equoterapia
não é considerada apenas como esporte e lazer, os benefícios que surgem comprovam
sua eficiência.
“A equoterapia é um dos raros métodos, talvez o único, que permite
vivenciarem-se tantos acontecimentos ao mesmo tempo,
simultaneamente, e no qual as informações e reações são também
numerosas”. (LALLERY, 2006 apud BRITO, 2013, s/p).
Mesmo o autismo sendo pesquisado há quase seis décadas, ainda apresenta muita
controvérsia quanto à sua etiologia devido à gravidade de sintomas e a forma global que
atinge o desenvolvimento da criança. As primeiras publicações sobre autismo foram
feitas por Leo Kanner (1943) e Hans Asperger (1944), cada um fazendo o seu estudo,
forneceram informações dos casos que acompanhavam e suas principais hipóteses sobre
essa síndrome até então desconhecida. Como interrogantes nesse trabalho, determinam-
se: Quais profissionais fazem parte da equipe dos centros de Equoterapia? A
Equoterapia precisa de indicação médica? Quem pode fazer Equoterpia?
Os autistas não se comportam da mesma forma, varia de pessoa a pessoa, porém
existem características que são vistas com frequência como, por exemplo, a
incapacidade de relacionamento com outras pessoas e na comunicação da linguagem,
além de apresentar indícios de depressão e ansiedade que são diagnosticadas como
perturbações do Espectro do Autismo.
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A marca está nas dificuldades, nas habilidades de interação social e comunicação,
associadas à presença de comportamento repetitivo e/ou restrito e interesses em
atividades estereotipadas.
Precisamos ser compreendidos pelas pessoas, pois nos comunicamos e
expressamos o que sentimos como o autista faz parte dessa sociedade, torna-se
necessário um método que ajude no seu desenvolvimento social, tornando-o menos
dependente e amenizando as dificuldades específicas que apresenta.
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1. Referencial teórico
Atualmente muito se fala sobre autismo, artigos, livros, revistas e filmes tentam
alertar a população. Para que ocorra o diagnóstico preciso do autismo, foram elaborados
critérios, escalas, manuais e questionários que devem ser utilizados pelos profissionais
que atuam com essa clientela. Mas, os pioneiros nesse assunto foram Kanner (1943) e
Asperger (1944), fizeram seus estudos separadamente e contribuíram para a divulgação
do autismo.
O autismo em 1943, caracterizado por Leo Kanner tornou-se um dos desvios
comportamentais mais estudados, debatidos e disputados. Até hoje, sua descrição
clínica é utilizada da mesma forma, que foi chamado de Distúrbios Autísticos do
Contato Afetivo-Síndrome Única.
Na década de 40, Kanner passou a observar a falta de relacionamento interpessoal,
estereotipias, comportamentos peculiares de onze crianças. Em 1943, ele afirmou que
essas crianças tinham características de distúrbios do desenvolvimento. O que mais
surpreendia era a incapacidade dessas crianças de estabelecer relações de maneira
normal com as pessoas. Além disso, apresentavam outras características como: atraso e
alterações no uso da linguagem, a fala era principalmente para nomear objetos, adjetivos
indicando cores, as palavras eram ouvidas e repetidas (ecolalia imediata), algumas
posteriormente (ecolalia diferida).
Kanner chamou atenção para um sintoma típico do autismo; eles gostavam de
manter ambientes intactos com tendência a repetir uma sequência limitada de atividades
ritualizadas. Outro fato interessante observado foi à dificuldade na atividade motora
global e uma facilidade (habilidade) na motricidade fina, principalmente para girar
objetos circulares. Ele revisou o seu conceito de autismo várias vezes e constatou que se
tratava de crianças muito inteligentes.
Asperger nasceu nas proximidades de Viena em 1906. Ao longo da sua vida
interessou-se por crianças “fisicamente anormais”. Diferiu dos estudos de Kanner,
porque suas descrições foram mais amplas e mencionava casos envolvendo
comprometimento orgânico.
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Seu trabalho baseou-se em estudos que envolveram mais de 400 crianças.
Observou que o comportamento e habilidades que descreveu ocorreram
preferencialmente em meninos, denominando de psicopatia autista.
Como Kanner observava a falta de convívio social, Asperger procurou ser mais
amplo, observou a forma ingênua e inapropriada de aproximar-se das pessoas, além do
retraimento social. Mencionou também a dificuldade dos pais em reconhecer os
comprometimentos nos três primeiros anos de vida da criança. Os trabalhos de Asperger
foram reconhecidos nos últimos anos, pois as suas publicações eram em alemão, quando
os seus trabalhos foram publicados em inglês, passou a ser reconhecido como um
pioneiro nos estudos do autismo. Asperger mencionava que a síndrome descrita por ele
tinha semelhanças e diferenças a de Kanner. Ambos relataram as dificuldades de
relacionamento interpessoal e a linguagem como fatos mais marcantes. Asperger
chegou a sugerir a hipótese de um transtorno profundo do afeto ou “instinto”. Ambos
usavam o termo autismo para chamar atenção sobre o retraimento social das crianças.
Contudo, uma criança não comunicativa, isolada e incapaz de mostrar afeto, não
corresponde às observações atuais nos estudos nessa área. Kanner chegou a relatar as
diferenças individuais dos casos estudados por ele. Por isso a existência de várias
associações, criadas por pais e médicos especializados no assunto para estudar a relação
entre autismo e outros transtornos do desenvolvimento.
Os primeiros sinais do Autismo podem ser vistos nos bebês que podem apresentar
um comportamento mais quieto e calmo outros podem apresentar comportamentos mais
agitados como ficar gritando e chorando o tempo todo. Levar a criança para fazer uma
avaliação com um especialista em autismo é muito importante, pois os mesmos
indicarão quais áreas a criança precisará de ajuda, através de fonoaudiólogo, terapeuta
ocupacional ou psicólogo comportamental.
Os autistas apresentam algumas características em seu comportamento que podem
ser: Dificuldade de relacionamento com outras crianças, pouco ou nenhum contato
visual, insensibilidade a dor, preferência pela solidão, interatividade ou extrema
inatividade, ecolalia (repete palavras ou frases em lugar da linguagem normal), recusa
afagos, não tem consciência de situações que envolvam perigo, acesso de raiva e entre
outros.
Existem muitos métodos que auxiliam no desenvolvimento físico, mental e social
dos autistas como o método TEACCH, o PECS, a Comunicação Facilitada e a ABA.
Além destes citados também existe outro bastante importante que é um método
terapêutico chamado de Equoterapia que se constitui em um método fundamental para
reabilitação de pessoas com deficiência. A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) foi
quem aprovou em decisão terminativa o projeto de lei que regulamenta a prática de
equoterapia como método terapêutico e educacional (PLS 264/2010). A proposta prevê
a utilização do cavalo nas áreas da saúde, educação e equitação, como abordagem
interdisciplinar, para a busca do desenvolvimento biopsicossocial da pessoa com
deficiência. A sessão é feita utilizando o cavalo.
Esse método chegou ao Brasil no ano de 1971 e foi trazido pela Dra. Gabriele
Brigitter Walter e desde então vem sendo analisado e aplicado com sucesso. O termo
equoterapia foi criado em 1989 pela ANDE- BRASIL (Associação Nacional de
Equoterapia), em 1997 ela foi reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina como
um recurso terapêutico de reabilitação motora e como um método educacional pela
Instituição de Divisão de Ensino Especial da Secretaria de Educação do Distrito
Federal.
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A Equoterapia utiliza técnicas de equitação e atividades eqüestres e tem por
objetivo educar e trazer a reabilitação para as pessoas com deficiência, através do
desenvolvimento psicológico e físico. Profissionais da área afirmam que os movimentos
do cavalo estimulam o deslocamento do corpo exercitando o equilíbrio, a postura e a
coordenação motora. Também proporciona o aumento da autoestima, da autoconfiança
e torna o paciente menos agressivo e conseqüentemente mais sociável.
Segundo uma equoterapeuta de São Paulo, cada 30 minutos de aula faz com que o
praticante da equoterapia receba cerca de 2.000 novos estímulos cerebrais, que são
enviados pela medula espinhal até o sistema nervoso central e a partir desse processo
vão se formando novas células nervosas.
É muito importante que durante a sessão da equoterapia exista uma equipe de
profissionais multidisciplinares formado por fisioterapeutas, fonoaudiólogos psicólogos,
pedagogos, psicopedagogos, instrutores de equitação e do médico responsável pelo
centro de equoterapia, todos eles juntos contribuirão para um melhor progresso da
técnica e conseqüentemente para um melhor progresso do desenvolvimento dos autistas.
Através da equoterapia é possível também estimular a fala, a linguagem, a
lateralidade, o tato, a cor, a memória, o raciocínio, a direção, a percepção auditiva e
visual e a orientação espacial e temporal dos pacientes.
Fisioterapeuta
Fonoaudiólogo
Auxiliar-guia
Família
caso dos pais de crianças autistas é de alguém provedor de suporte emocional e físico.
As mães de crianças autistas indicam que a gravidade do transtorno da criança
(estresse), o suporte social da mãe (recursos), e o lócus de controle percebido pela mãe
(percepção) foram fatores significantes no ajustamento familiar. O ajuste familiar
aumentou quando o evento estressor externo da gravidade do sintoma esteve menos
severo e quando houver maior suporte social, que visivelmente ajudou a abrandar as
dificuldades de criação da criança autista.
Para tal pesquisa foram utilizados sites de revistas, artigos, jornais e blogs que
tratam diretamente e especificamente do autismo e da utilização da Equoterapia como
um método que traz grandes benefícios para o desenvolvimento de uma forma geral
para os autistas.
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5. Considerações finais
SOUZA, Pedro Miguel Lopes; SANTOS, Isabel Margarida Silva Costa. Caracterização
Da Síndrome Autista. Disponível em: <
http://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0259.pdf> Acesso em: 11 de Dezembro de
2014.
VENERANDO, Daniela. Do UOL, São Paulo, 2014. Equoterapia ajuda crianças com
paralisia, autismo, e síndromes. Disponível em:
http://mulher.uol.com.br/gravidez-e-filhos/noticias/redacao/2014/07/27/equoterapia-
ajuda-criancas-com-paralisia-autismo-e-sindromes.htm Acesso em 15 de Dezembro de
2014.