Dicas para Escolher o Pneu Certo para o Seu Carro

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DICAS PARA ESCOLHER O PNEU CERTO PARA O SEU

CARRO
MAURÍCIO SOUZAMÁQUINAS

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Imaginem a seguinte situação: você tem uma consulta médica e o


consultório fica em um bairro movimentado. Você pega trânsito
pesado, já chega meio atrasado e por estar com muita pressa
estaciona na rua mesmo em uma vaga bem próxima ao prédio.
Quando sai, alguns minutos depois, encontra seu carro se
equilibrando em cima de singelos tijolinhos e sem as quatro rodas.

Visualizou? Infelizmente nas últimas semanas essa tem sido uma


cena recorrente no trânsito de Porto Alegre. Muitos motoristas têm
encontrado seus carros desse jeito. A polícia há pouco tempo havia
desbaratado uma quadrilha que se especializara em depenar carros
que ficavam muitos dias estacionados no aeroporto da cidade. Esses
outros criminosos, no entanto, resolveram diversificar e andam
metendo medo nas pessoas (esperemos que por pouco tempo).

Desnecessário narrar toda a via-sacra que o pobre coitado do


condutor assaltado vai ter de percorrer para colocar seu carro rodando
de novo. O ponto é que, salvo nessas situações inusitadas, nunca –
ou quase nunca – damos muita importância para pneus. Vez ou outra
fazemos os rodízios necessários quando somos avisados pelo
mecânico ou algo assim. Mas, via de regra, muitos nem sabem ao
certo que tipo de pneus seu carro utiliza.

Na verdade, todo pneu traz consigo um código de letras e números


que explicam detalhadamente o seu propósito e seus limites. E
entender o que esse código nos diz faz muita diferença na hora de
escolher “sapatos” novos para nossa caranga. Eis então a explicação:

Onde fica o código ?


Preste atenção no pneu do seu carro e você verá uma inscrição em
relevo, como essa do desenho acima. Ela é a identidade do seu pneu
e contém todas as informações necessárias sobre ele, desde seu tipo
de uso até a média de velocidade que suporta. Vamos usar o código
acima como exemplo para nossa explicação: P225/45R17  91V

1# Tipo de veículo

A primeira letra do código, o “P”, indica o tipo de veículo para o qual


esse pneu foi desenvolvido. A grande maioria que vemos por aí são
de pneus do tipo “P”, que significa “Passengers”, ou seja, é um pneu
de um veículo comum de passeio em que se enquadram carros,
minivans, pick-ups leves  com capacidade de até ½ tonelada e
algumas SUVs. Os outros tipos que existem são:

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inRead invented by Teads

o LT – Light Trucks (caminhões leves): Usados em veículos que


rebocam trailers ou carregam cargas pesadas como furgões ou vans.
Pick-ups grandes que carregam 1 tonelada ou mais e algumas SUVs
grandes também usam esse tipo.

o T – Temporary Spare (estepe): Como o próprio nome diz, são


pneus usados como estepe. Não são comuns aqui no Brasil, mas
costumam equipar alguns modelos importados que o usam apenas
para chegar até o local de reparo. Eles são feitos geralmente para
rodar no máximo poucos quilômetros.
o ST – Special Trailers (reboques): Utilizados em reboques que
transportam barcos, jet skis, etc. e em motor-homes.

o C – Comercial: Utilizados em caminhões ou vans capazes de


levar cargas muito pesadas. Pode também ser representado por um B
ou um D, que são subclassificações que indicam o tamanho da carga.

2# Tamanho

O número que vem logo após a letra que determina o tipo, indica a
largura do pneu em milímetros. É interessante ressaltar que, mesmo
em países como os Estados Unidos que seguem um sistema métrico
diferente do nosso (polegadas), essa medida é mostrada em
milímetros. O fato é que a indústria de pneus utiliza o sistema métrico
europeu que é mais difundido. No nosso caso, o pneu tem 225 mm de
largura quando está montado.

3# Altura ou perfil
Logo após o número que indica o tamanho, temos outro número (45)
precedido por uma barra separadora. Este número indica a medida da
parede lateral do pneu, ou o perfil, como chamamos. A conta que se
faz é a seguinte: mede-se o raio da roda, deste o aro central até o
exterior da banda de rodagem do pneu. Depois mede-se o raio da
parede lateral, ou seja, só a “parte pneu”. Feito isso, calcula-se o
percentual de um sobre o outro.

No nosso exemplo, o número nos diz que o raio do pneu representa


45% do raio da roda. Quanto menor este valor, mais baixo é o perfil do
pneu e mais “fininho” ele parece. Costumamos ver pneus assim em
modelos esportivos e de alta performance.

4# Construção interna

Logo após o número 45 temos a letra “R”, e eu aposto que muitos


pensariam que ela significa “raio”, certo? Pois essa letra define o tipo
de construção interna do pneu e não o raio. Neste caso, o “R” significa
que este é um pneu radial. Os outros dois tipos que existem são o “D”
(tipo bias ply – ou de estrutura diagonal) e o “B” (tipo belted ou
cinturado) que quase não são mais usados. Quer ver qual a diferença
entre os radiais e os diagonais? Siga este link aqui, eu recomendo.

O raio da roda vem, sim, logo após o indicador de construção e ali no


nosso exemplo temos que o pneu foi construído para “vestir” rodas de
17 polegadas. E vejam bem, esta medida é expressa em polegadas,
não em centímetros. As medidas mais comuns de raios que existem
são: 8, 10, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 22, 23, 24, 26 e 28.
5# Índice de carga e taxa de velocidade

A última combinação do nosso código, o 91V, nos diz qual a carga e a


velocidade máxima que o pneu suporta. Existe uma tabela de índice
de carga que categoriza o peso máximo. O nosso número 91, no caso,
corresponde a 615 kg.

A letra “V” é o indicador de velocidade máxima aprovada e também


tem uma tabela de classificação. Note que, na tabela, as faixas VR e
ZR possuem asteriscos indicando ressalvas.

Isso acontece porque os pneus construídos para estas faixas


obedecem a critérios especiais que nem sempre seguem a tabela,
logo, recomenda-se sempre consultar as especificações dos
fabricantes – tanto do carro quanto do pneu.
A escolha do pneu certo para o carro é tão importante quanto a
escolha do combustível que usamos. Por isso que sempre se
recomenda cautela quando o assunto é trocar o jogo original por outro
maior ou mais chamativo. Existem regras que nos garantem mais
segurança, performance, menor custo e que precisam sempre ser
levadas em conta neste momento. E conhecendo um pouco mais
sobre a “linguagem” dos pneus, fica bem mais simples de
compreendê-los.

Como escolher o jogo de pneus mais adequado em uma


loja
A busca por quatro pneus iguais é quase impossível, mas alguns
detalhes ajudam na missão de achar os melhores calçados para
seu carro
Por Glauco Lucena

(Denis Freitas/Quatro Rodas)


Aqui na QUATRO RODAS já falamos bastante sobre os critérios e
informações que devem ser utilizados na escolha de um pneu: a sopa de
letrinhas exibida em sua lateral, o novo programa de etiquetagem do
Inmetro, a escolha feita a partir do índice Treadwear e até um guia
das marcas de segunda linha disponibilizadas pelos principais fabricantes.
Mas existe outra coisa com o que se preocupar: a uniformidade das condições
dos pneus que foram escolhidos – em um jogo de quatro pneus de um mesmo
modelo e fabricante, pode haver disparidade de características ocasionadas por
uma série de fatores. Entenda:

Uniformidade
É a palavra mágica na hora de escolher um novo jogo de pneus para o seu
carro. Quanto mais idênticos os quatro forem entre si, mais equilibrada vai ser
a condução do carro. E os benefícios não se refletem apenas na boa
dirigibilidade.

Um jogo uniforme significa um rodar econômico e mais facilidade para fazer


alinhamento e balanceamento. Para chegar lá, escolha pneus do mesmo lote de
fabricação, o que minimiza a possibilidade de diferenças.

Disposição na loja
Além de optar por marcas mais tradicionais, o próprio comprador deve ficar
atento na forma em que a loja ou oficina armazenam os produtos. O ideal é
que os pneus sejam mantidos em ambientes com pouca incidência de luz e
com baixa temperatura.

A maneira como são armazenados e expostos também é importante. Se eles


estiverem empilhados, é importante que a pilha não passe de 1,80 metro, ou de
1,50 metro em caso de pneus maiores. Isso porque o peso dos pneus de cima
pode deformar os que estiverem por baixo.

Melhor ainda se eles estiverem de pé, em posição de rodagem, fixados em um


suporte de barra, que os apoie por dentro. Mesmo assim, é bom que o pessoal
da loja dê uma girada neles uma vez por mês, para evitar que apenas uma área
do pneu fique em contato permanente com os pontos de apoio do suporte.
 

Diferenças no mesmo lote


Há casos em certos fabricantes de diferença de peso de 130 gramas entre
pneus do mesmo lote, algo que o cliente não consegue avaliar. A escolha de
marcas de renome pode dar uma tranquilidade maior, mas isso não é garantia
total, explica Gustavo Loeffler, do departamento técnico da Yokohama. “Cada
fabricante tem um nível de tolerância.”

Nas paredes laterais dos pneus, a largura pode variar de 2 a 6 mm. Na banda
de rodagem, de 1 a 4 mm de diferença. Isso nos principais fabricantes. Marcas
menos conhecidas, embora adequadas e certificadas, podem ter uma maior
tolerância a desvios de fabricação, já que essa uniformidade exige um
processo produtivo mais controlado e custoso.

Atenção à validade
Preste atenção à data de fabricação do jogo. Se bem armazenado, um pneu
fabricado há quatro ou cinco anos pode manter suas características intactas.
Mais que isso já é temerário, afirma Loeffler. Como não dá para saber se o
armazenamento foi correto, melhor não optar por pneus com mais de três
anos. Lembrando que a garantia de fábrica no Brasil se dá a partir do
momento da compra, e não da fabricação.

O segredo da igualdade
1,50 metro – Altura máxima da pilha de pneus na loja, para não deformar os
de baixo
3 anos – Limite máximo recomendado para o ano de fabricação, no momento
da compra
130 gramas – Diferença máxima de peso entre pneus do mesmo lote. Ideal é
peso quase igual
4 e 6 mm – Diferença máxima na largura entre dois pneus medida na banda
de rodagem e parede lateral, respectivamente

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