Ego e Arquétipo
Ego e Arquétipo
Ego e Arquétipo
EGO E ARQUÉTIPO
Uma síntese fascinante dos
conceitos psicológicos fundamentais de Jung
Tradução
Adail Ubirajara Sobral
A Editora Cultrix não se responsabiliza por eventuais mudanças ocorridas nos endereços
convencionais ou eletrônicos citados neste livro.
Editor: Adilson Silva Ramachandra
Gerente editorial: Roseli de S. Ferraz
Produção editorial: Indiara Faria Kayo
Editoração eletrônica: Ponto Inicial Design Gráfico
Revisão: Luciana Soares da Silva
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EDWARD F. EDINGER
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* Paráfrase elaborada por Jung, em termos psicológicos, da afirmação de Santo Inácio de Loyola. Jung,
C. G., Aion, C. W., vol. 9/II, Princeton, Nova Jersey, Princeton University Press, parágrafo 253.
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A INDIVIDUAÇÃO E OS ESTÁGIOS
DE DESENVOLVIMENTO
PLATÃO*
* Fédon, traduzido por Hugh Tredennick, Collected Dialogues, Princeton, Nova Jersey,
Princeton University Press, Bollingen Series LXII, 1961.
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O ego inflado
O sol não ultrapassará suas medidas; se o fizer, as Erínias,
servidoras da Justiça, o descobrirão.
HERÁCLITO1
1. Ego e Si-Mesmo*
A descoberta de caráter mais fundamental e de maior alcance, de Jung,
é a do inconsciente coletivo, ou psique arquetípica. Graças às pesquisas que
ele realizou, sabemos atualmente que a psique individual não é apenas um
produto da experiência pessoal. Ela envolve ainda uma dimensão pré-pessoal
ou transpessoal, que se manifesta em padrões e imagens universais, tais como
os que se podem encontrar em todas as mitologias e religiões do mundo.2 Jung
descobriu também que a psique arquetípica conta com um princípio estrutu-
rador ou organizador que unifica os vários conteúdos arquetípicos.
Esse princípio é o arquétipo central ou arquétipo da unidade, ao qual
Jung denominou Si-mesmo.
O Si-mesmo é o centro ordenador e unificador da psique total (cons-
ciente e inconsciente), assim como o ego é o centro da personalidade cons-
ciente. Ou, dito de outra maneira, o ego é a sede da identidade subjetiva, ao
passo que o Si-mesmo é a sede da identidade objetiva. O Si-mesmo constitui,
por conseguinte, a autoridade psíquica suprema, mantendo o ego submeti-
do ao seu domínio. O Si-mesmo é descrito de forma mais simples como a
divindade empírica interna e equivale à imago Dei. Jung demonstrou ainda
1 Burnet, John, Early Greek Philosophy, Nova York, Meridian Books, p. 135.
* Seguimos, na tradução de Self por Si-mesmo, o original alemão, "Selbst". [N.T.]
2 Jung, C. G., Archetypes and the Collective Unconscious, C. W., vol. 9/1, parágrafos 1-147.
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3 Para uma discussão mais ampla do Si-mesmo tal como se manifesta no simbolismo da mandala,
ver o ensaio “Concerning Mandala Symbolism” em The Archetypes and the Collective Unconscious,
C. W., vol. 9/1, par. 627 ss.
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4 Neumann, Erich, The Origins and History of Consciousness, Série Bollingen XLII, Princeton Uni-
versity Press, 1954.
5 Fordham, Michael, New Developments in Analytical Psychology, Londres, Routledge & Kegan Paul,
1957.
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