Cap 5 Item 24 - A Infelicidade Real
Cap 5 Item 24 - A Infelicidade Real
Cap 5 Item 24 - A Infelicidade Real
o que é a infelicidade?
Uma pessoa na miséria?
Um fogão desligado porque a família não tem nada para cozinhar nele?
Uma pessoa que é perseguida e ameaçada por outra para que lhe pague o que deve , não tendo com
que pagar?
No berço vazio de uma criança que sorria mas já não vive?
Nas lágrimas que muitas vezes vertemos?
Na tristeza que sentimos ao sepultar um ser querido?
Na angústia de ter sofrido uma traição?
Na frustração de alguém orgulhoso que, usando de vaidade, fingir ser o que não é?
Esses todos são exemplos dados neste item 24 pelo espírito Delphine de Girardin, em paris, 1861,
que podemos chamar de infelicidade, e acredito que hoje poderíamos aumentar em muito essa lista,
considerando as tristezas que nos foram trazidas pelo que a sociedade chama progresso, com o mau
uso que se faz da tecnologia, por exemplo, crianças carbonizadas pelo experimento da bomba
atômica, em Hiroshima e Nagasaki
mas esse espírito nos afirma que nada dessa lista traz a real infelicidade.
Que quem chama tudo isso de infelicidade é porque consegue enxergar apenas o momento presente.
E nos ensina que a real infelicidade não está na coisa em si, mas nas consequencias dessa coisa.
E nos pergunta:
se uma pessoa está curtindo um momento feliz, e esse momento vai trazer consequencias funestas,
ele é mesmo um momento feliz?
E quando uma pessoa está sentindo forte contrariedade, mas dessa contrariedade ela vai tirar uma
lição proveitosa para toda a sua vida, esse momento é mesmo de infelicidade?
E nos lembra que tudo que chamamos de infelicidade agora, um dia vai cessar, e no além túmulo, ao
conhecermos suas causas e consequencias, será que ainda vamos chamar de infelicidade?
O importante, cf nos lembra o espírito Delphine, são as consequencias que levaremos para a outra
vida.
Fui infeliz e isso me fez dura, vingativa, odiando o que estava à minha volta? Matei e roubei me
desculpando com a miséria? Que consequencias levarei dessas minhas atitudes?
Fui feliz e isso me fez egoísta, frívola, gastando todo meu tempo com festas e prazeres mundanos,
sem me preocupar com as necessidades dos meus irmãos? Que consequencias levarei dessas minhas
atitudes?
Então conclui que , para sabermos realmente o que é felicidade e o que é infelicidade, precisamos
nos transportar para além desta vida, para ter a visão espiritual que consegue discernir o verdadeiro
do falso, que consegue enxergar para além do momento que se está vivendo, seja ele considerado
feliz ou infeliz.
Se estou numa prova ou expiação, vejo aqueles momentos como infelizes, mas, se eu olhar com os
olhos do espírito, verei que para esse efeito há uma causa, que eu mesma provoquei, ou para
pagamento de alguma dívida minha, ou para ganhar um novo ensinamento necessário ao meu
crescimento, à minha evolução.
Delphine nos lembra que , se tivéssemos tudo o que queremos, se todas as coisas na nossa vida
fossem como gostaríamos, na nossa alma equivocada, não perceberíamos que a real infelicidade é a
alegria, o prazer, a fama, a agitação vã, o louco prazer da vaidade, e por que tudo isso é a real
infelicidade?
Porque fazem calar a consciência, comprime a ação do pensamento, atordoam o homem sobre seu
futuro.
A verdadeira infelicidade não é nada daquilo de que nos queixamos.
Nas circunstâncias das nossas queixas está a nossa oportunidade de evolução, que nossa cegueira
não nos deixa enxergar, mas que hoje, graças ao espiritismo, podemos entender e, assim, escolher
viver de modo a que a nossa alma entre radiosa do outro lado da vida, quando chegar a nossa hora !
Gostaria de citar um versículo que está em Dt 30.19
os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que tenho proposto a vida e a morte, a
bençao e a maldição. Escolhe pois a vida, para que vivas! Tu e a tua descendencia, amando ao
senhor teu deus, dando ouvidos a sua voz e achegando-te a Ele, pois ele é a tua vida e o
prolongamento dos teus dias!
Então eu e você podemos escolher? Sim.
Teresa de Calcutá e Chico Xavier fizeram essas escolhas, de não se apegar ao momento presente
apenas.
Teresa de Calcutá, enquanto era madre, se sentia muito infeliz porque não lhe era permitido pela
igreja sair pelo mundo e fazer tudo que ela queria para ajudar a humanidade, então, deixou o hábito,
saiu do conforto da igreja e foi fazer seu trabalho voluntário, aí sim enfrentando dificuldades como
falta de dinheiro e o egoísmo das pessoas que promoviam toda fome e doenças que estariam ao seu
alcance não deixar existir... e ela procurava ohar com esses olhos de perspectiva histórica e deixou
uma frase famosa:
tudo passa, exceto Deus. E Deus basta.
Nosso Chico Xavier adaptou essa frase e tinha gravado em sua casa: ISSO TAMBÉM VAI
PASSAR.
Quando alguém perguntou a Chico o que quis dizer ele respondeu que era um lembrete para
momentos ruins e também para os bons, pois se tinha recebido ataques e estava infeliz por isso era
valioso lembrar que esses ataques e a tristeza trazida por eles iriam acabar, um dia. E se o momento
era de ter recebido uma homenagem, para que não se envaidecesse, a frase também era muito útil,
lembrando-o de que a honra deste mundo e seus momentos felizes também passa, ao
desencarnarmos tudo fica aqui, nossas tristezas e alegrias.
O escritor filosofo contemporÂneo Eckart Tolle afirma em seu livro O Poder do Agora que
muitaspessoas dizem ter encontrado Deus através do sofrimento. E o que querem dizer com isso?
Que quando estamos naquilo que chamamos de sofrimento, como tentamos e tentamos resolver a
situação sem conseguir, nós nos entregamos a Deus, e, através dessa entrega, nosso ego, nossa
vaidade, nosso orgulho são enfraquecidos, sendo que ao enfraquecer o ego, aumentamos a força do
nosso eu verdadeiro, que é o nosso espírito, feito À imagem e semelhança de Deus.
Observe que a causa primária da infelicidade nunca é a situação, mas seus pensamentos sobre ela.
Temos uma voz em nossa cabeça, que é a nossa mente, ninguém percebe porque considera como
uma coisa normal, a gente se acostumou com isso. Enquanto pensamos, acreditamos nessa voz e
nos identificamos com ela e achamos que nós é que estamos pensando. Isso cria dificuldade para
descobrirmos quem somos de verdade, pois precisamos aprender a separar o nosso eu verdadeiro, o
nosso espírito, dos pensamentos cheios de conflito e problemas que vivem na nossa mente. Sao os
mesmos pensamentos de tempos atrás que voltam e nos amarguram.
Por isso, quando buscamos serenidade através da meditação, o primeiro passo é buscar silenciar a
mente.
Não quer dizer que vamos ficar sem pensar, mas vamos observar nossos pensamentos e saber que
não somos eles e eles não são nós. Vamos fazer um exercício para deixar isso mais fácil?
Durante o dia, coloque duas poltronas, cadeiras ou bancos, o que você tiver aí, um em frente ao
outro. Sente-se em um deles e “chame” seu nome para sentar-se em frente a você, veja você se
sentando, e pergunte a você mesma o que quer dizer ao seu espírito.
Você ouvirá atentamente, sem interrromper, todas as queixas (que os outros ouvem de você), as
dúvidas, as tristezas, apenas observe.
A Esse exercício chamamos de O OBSERVADOR... ele vai te mostrar que você não é os
pensamentos que vem, nem os sentimentos que esses pensamentos trazem.
Você apenas observa e nota que não precisa se identificar com seus pensamentos, como se eles
fossem seu eu verdadeiro.
É disso que Delphine está falando, de observamos com o espírito. E traz uma sensação muito
libertadora...Vamos experimentar?
Luz, Força e Paz a todos.