Aula 2 Estrutura Atômica e Ligação Interatômica

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AULA 2- ESTRUTURA ATÔMICA E LIGAÇÃO INTERATÔMICA

Introdução

Algumas propriedades importantes dos materiais sólidos dependem dos arranjos geométricos dos átomos e também
das interações que existem entre os seus átomos ou moléculas constituintes.

Estrutura Atômica – Conceitos fundamentais

Átomo  prótons e nêutrons, rodeado por elétrons em movimento. Um átomo para estar em seu estado fundamental
precisa ter o número de próton igual ao número de elétron.

Cargas das partículas subatômicas


Prótons = + 1,602 x 10-19 C
Elétrons = - 1,602 x 10-19 C
Nêutrons = eletricamente neutros

Massas das partículas subatômicas


Prótons = 1,67 x 10-27 kg
Elétrons = 9,11 x 10-31 kg
Nêutrons = 1,67 x 10-27 kg

Número Atômico (Z) e número de massa (A)


 Z representa o número de prótons presentes no núcleo do átomo;
 A representa a massa do átomo: é a soma dos prótons e nêutrons.
A = Z + N ; A = P + N ou N=A-Z

Isótopos: átomos com o mesmo número de P (8O16,8O17, 8O18);


Isóbaros: átomos com o mesmo número de A (19K40,20C40);
Isótonos: átomos com mesmo número de N (17Cl37, 20C40).

Representação de um átomo
A
Z X ou XA
Z número de massa

número atômico
Íons – São átomos que ganham ou perdem elétrons.

Exercícios:
1- Determine o número atômico e o numero de massa de
um átomo com 22 elétrons e 26 nêutrons?

2- Para o cátion abaixo determine seu número de


prótons, elétrons e nêutrons:
138
56 Ba .
+2

3- Quais são os números de prótons (Z), massa (A),


nêutrons (N) e de elétrons (e-) de um átomo de potássio
(19K39) em seu estado normal?

4- Complete a tabela:

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O peso atômico corresponde a média ponderada das massas atômicas dos isótopos do átomo que ocorrem
naturalmente, onde os pesos da média são a abundância de cada isótopo na natureza.
Unidades de medida do peso atômico
- uma/átomo
uma: corresponde a 1/12 da massa atômica do isótopo mais comum do carbono (A=12)
- g/mol
Mol= 6,023x1023 átomos (elemento) ou moléculas (composto).
1 uma/átomo = 1 g/mol
Exemplo: Peso atômico do ferro  55,85 uma/átomo = 55,85 g/mol

MODELOS ATÔMICOS

1- Modelo atômico de Bohr


- considera que os elétrons circulam ao redor do núcleo atômico em orbitais discretos e a posição do elétron é
estabelecida em termos de seu orbital.

Representação esquemática do átomo de Bohr

- considera que as energias dos elétrons são quantizadas, isto é, aos elétrons só são permitidos valores específicos de
energia. Cada órbita estava relacionada a uma energia. (conceito de física quântica).
- Esses estados não variam de forma continua com a energia: estados adjacentes são separados por quantidades finitas
de energia (gap).
- Problema: limitações no modelo de Bohr não permitiam a compreensão de fenômenos envolvendo os elétrons.

2- Modelo mecânico-ondulatório (atual)


- Considera que o elétron possui características de onda e de partícula.
- Distribuição de probabilidades: agora a posição do elétron é considerada
como sendo a probabilidade dele estar em vários locais ao redor do núcleo.
Em outras palavras, a posição é descrita por uma distribuição de
probabilidades, ou uma nuvem eletrônica.

Comparação entre os modelos atômicos de (a) Bohr e (b)


mecânico ondulatório em termos da distribuição eletrônica

Características do modelo atual


- Impossibilidade de localizar os elétrons com precisão total. Cai o conceito de órbita circular.
- Quantização da energia: somente certos estados eletrônicos são permitidos. Para cada estado, uma energia associada.
- Orbitais possíveis: regiões onde se podem encontrar os elétrons. Para cada estado permitido, um orbital associado.
- Números quânticos.

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(a) Três primeiros estados de energia
eletrônica para o átomo de
hidrogênio de Bohr.
(b) Estados de energia eletrônica para
as primeiras três camadas do
átomo de hidrogênio pela
mecânica ondulatória/quântica.

Limitação do modelo: não explicava


fenômenos que envolviam elétrons.

NÚMEROS QUÂNTICOS
Número quântico principal: n
Caracterizam cada elétron em um átomo, determinando a forma, o tamanho e a orientação espacial da densidade de
probabilidade de um elétron. Refere-se ao nível de energia.

n=1,2,3, ...

 Determinação da energia de um elétron.


 Tamanho dos orbitais;
 Define o tamanho de um orbital

Número quântico secundário: l


Refere-se ao subnível de energia
 Cada subnível possui um número especifico de orbitais
 Define o formato de um orbital

Representação dos orbitais

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Número quântico magnético: ml
 Pode ter valores inteiros entre +l e – l , incluindo zero.
 Descreve a orientação do orbital no espaço.
Orbitais em um determinado subnível diferem apenas quanto à sua orientação no espaço, não
quanto à sua energia.
Valores permitidos de ml: 2.l+1

Número quântico magnético de spin: ms


O elétron aparentemente comporta-se como se fosse
uma esfera minúscula rodando em torno do seu próprio
eixo.

Principio da exclusão de Pauli


Dois elétrons em um átomo não podem ter o conjunto de
qautro números quânticos (n, l, ml e ms) iguais.
Um orbital pode receber o máximo de dois elétrons, e eles devem ter spins opostos.

Regra de Hund

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Exercícios:
5- Coloque no esquema abaixo, que representa determinado subnível, um total de 7 elétrons:

Indique os quatro números quânticos do último elétron colocado, sabendo que esse subnível é da camada M.

6- Um elétron localiza-se na camada “2” e subnível “p” quando apresenta os seguintes valores de números quânticos:
a. n = 4 e l = 0 c. n = 2 e l = 2 e. n = 2 e l = 0
b. n = 2 e l = 1 d. n = 3 e l = 1

7- Indique quais são os números quânticos que representam o elétron assinalado abaixo e que está situado no subnível
4 f.

8- O elétron de maior energia de determinado átomo encontra-se na camada N e tem a seguinte configuração.
Com base no exposto, pergunta-se:
a. Qual o conjunto de números quânticos desse elétron?
b. Qual o seu número atômico?

CONFIGURAÇÕES ELETRÔNICAS
Distribuição dos elétrons em um átomo, maneira como os elétrons se distribuem nos orbitais.

 Princípio da Energia Mínima – os elétrons estão distribuídos nos orbitais de menor energia, de modo a
que a energia do átomo seja mínima (o átomo está no estado fundamental e é mais estável).
 Se os átomos estiverem excitados, haverá elétrons em níveis de energia superiores, quando podiam estar
em orbitais com menor energia.
 Elétrons de valência: são aqueles que ocupam a camada mais externa. São extremamente importantes,
pois participam da ligação entre os átomos para formar agregados atômicos e moleculares, além de
determinarem muitas propriedades físicas e químicas dos sólidos.

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 Configuração eletrônica estável: os estados dentro da camada de valência estão completamente
preenchidos.
 Alguns átomos dos elementos que não possuem configuração estável podem assumir tal configuração.

Exercícios:
9- Qual a configuração eletrônica do elemento de número atômico 21?
10- Faça a distribuição eletrônica para os elementos Ca(Z=20); Co (Z=27); P (Z= 15) e Br (Z= 35). Mostre quais são
os elétrons da camada de valência.

DISTRIBUIÇÃO ENERGÉTICA
 Ordem crescente de energia;
 Soma das energias:potencial (n) e cinética (l).

Exercícios:
11- Escreva a ordem energéticas dos subníveis: 3s, 3p, 3d, 4s
Subníve n l n+l
l
3s
3p
3d
4s

12- Coloque os subníveis 4p, 6d, 5s, 2p e 4f na ordem crescente de energia.


13- Para os átomos 27Co e 34Se, indique:
a. A distribuição eletrônica.
b. O conjunto de números quânticos para cada elétron mais energético e mais afastado do núcleo de cada
átomo.

DISTRIBUIÇÃO ELETRÔNICA DE ÍONS


 Realize a distribuição eletrônica no diagrama de Linus Pauling na ordem energética, isto é, segundo a ordem
dada pelas setas, para o átomo do elemento no estado fundamental;
 Retire ou adicione a quantidade de elétrons que o átomo perdeu ou ganhou a partir do subnível e do nível mais
externo no átomo no estado fundamental.

Exemplos:
a. 48Cd+2 c. 26Fe+3 e. 19K+
b. 53I- d. 15P
-3

TABELA PERIÓDICA

Tabela Periódica: guia para a ordem na qual os orbitais são preenchidos.


Elementos com mesmo padrão de configurações eletrônicas de níveis mais externos (valência) estão distribuídos em
colunas.

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FAMÍLIA OU GRUPO:
organização dos elementos
com propriedades físicas e
químicas semelhantes.
Exemplos: 1A, 2A, 3A, ...

PERÍODO: Fileiras
horizontais que distribuem
os elementos em ordem
crescente de número
atômico.

CLASSIFICAÇÃO DOS
ELEMENTOS:
Representativos (1A a 8A).
Exemplos: Metais
Alcalinos, metais alcalinos
terrosos, grupo do Boro,
grupo do Carbono, grupo
do nitrogênio, Calcogênios,
Halogênios, gases nobres.
Metais de Transição e Metais do bloco f.

PROPRIEDADES DOS ELEMENTOS

Metais – Sólidos, maleáveis, dúcteis, bons condutores de eletricidade e tendem a perder elétrons.

Não-metais – Quebradiços, opacos e tendem a ganhar elétrons. Á exceção do C grafite, não conduz eletricidade.

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LIGAÇÕES INTERATÔMICAS

 As propriedades de qualquer material dependem das forças interatômica presentes.


 A natureza da ligação depende das estruturas eletrônicas dos átomos constituintes.
 Para cada tipo, a ligação envolve necessariamente os elétrons de valência.
 Ligações primárias (sólidos e moléculas) e secundárias (líquidos e gases).

LIGAÇÕES INTERATÔMICA PRIMÁRIAS

LIGAÇÃO IÔNICA

 Interação eletrostática entre íons de cargas opostas;


 Ocorre: metais + não-metais e Metal + H
 Os átomos participantes ganham e cedem elétrons, tornando-se íons.

Propriedades:
 Forte energia de ligação;  Duros e frágeis;
 Materiais cerâmicos;  Isolantes térmicos e elétricos.
 Altas temperaturas de fusão;

LIGAÇÃO COVALENTE
 Compartilhamento de elétrons 8-N
 Ligação direcional N= elétrons de valência
 Moléculas elementares H2, Cl2  Muito forte (diamante) ou muito fracas
 Moléculas CH4, H2O, HNO3 (bismuto)
 Sólidos elementares C (diamante), Si e Ge  Materiais poliméricos exibem esta ligação;
 Compostos Sólidos SiC, GaAs  Compostos orgânicos
 Ligações possíveis  Materiais exibem os dois tipos de ligação
(iônica e covalente)

LIGAÇÃO METÁLICA
 Interação eletrostática entre os elétrons e os cátions dos metais
 Metal + Metal
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 Muito forte (W) ou muito fraca (Hg)
 Elementos dos Grupos IA e IIA e todos os metais
elementares
 Bons condutores de eletricidade e calor

Substâncias ou compostos metálicos

 Brilho metálico/cor  Ductibilidade – capacidade de se transformar


 Condutibilidade elétrica e térmica em fios.
 Maleabilidade – capacidade de se transformar  Plasticidade- deforma sem se romper
em lâminas  Insolubilidade
 Elasticidade- permite ser deformado e voltar a  PF geralmente alto (exceto Hg)
forma original  Densidade elevada

LIGAÇÕES SECUNDÁRIAS

Ligação de Van der Waals

 Ligações fracas
 Presentes em praticamente todos os átomos ou moléculas
 Só são evidenciada para os gases inertes e entre moléculas em estruturas moleculares ligadas de forma
covalente;
 Exemplos: a ligação entre as moléculas poliméricas, ligações entre gases, ligações entre camadas de materiais
de estrutura folheada.
 Surgem a partir da interação entre dipolos elétricos adjacentes.
(dipolo = separação espacial (espontânea ou induzida) entre as cargas positivas e negativas).

Ligações de dipolo induzido flutuante

 (a) átomo eletricamente simétrico


 (b) criação do dipolo a partir de movimentações dos átomos, que podem causar distorções instantâneas e de
curta duração.

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 Um dipolo pode induzir outro dipolo no átomo adjacente, resultando na atração (ligação) entre os dipolos.
 São as ligações mais fracas entre as ligações secundárias.

Ligações entre moléculas polares e dipolos induzidos

 Moléculas polares: possuem dipolos permanentes devido ao arranjo assimétrico que possuem.
 Estas moléculas podem induzir dipolos em moléculas apolares adjacentes, resultando em uma ligação.
 Magnitude desta ligação é maior do que aquela associada aos dipolos induzidos flutuantes.
 Exemplo: HCl

Ligações de dipolos permanentes

 Entre moléculas polares adjacentes.


 A energia de ligação é maior do que aquelas nas ligações que envolvem dipolos induzidos.
 Tipo mais forte: ligação de hidrogênio (F, O, N). Exemplo: ligação H-F

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