RESUMO - Rio Metropolitano - Anna Carolina Madureira

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RESUMO - Rio Metropolitano 

Capítulo: Autonomia da imagem 


Anna Carolina Madureira - Bloco/Ação - 2020.1 
 
Inicialmente,  a  pesquisa  para  a  realização  do  livro  fugia  das  questões  de  imagem 
que,  muitas  vezes,  sobrepõe  o  reconhecimento  das  lições  de  projeto  para  além  das 
aparências.  Logo,  recorreu-se  a  uma  biblioteca  que  dá  ênfase  aos  projetos  "sem 
rosto", ou seja, que priosa toda estrutura e dinâmica existentes.  
No  entanto,  depois  de  reunir  todas  as  arquiteturas  do  guia,  percebeu-se  que  a 
questão  da  imagem  também  estava  presente  como  estratégia  de  projeto  não 
podendo,  então,  ser  ignorada.  Todos  os  casos  presentes  no  livro  geraram  três 
categorias nas quais foi possível constatar uma autonomia do projeto de imagem ao 
conjunto de decisões do mesmo.  
O  primeiro  se  refere  aos  painéis  publicitários  que  são  interfaces  autônomas  do 
projeto  com  seu  entorno.  Significa  fazer  da  fachada  uma  "tela",  garantindo  sua 
autonomização.  Richard  Scoffier,  Arquiteto,  crítico  e  escritor  francês,  identifica  isso 
como  um  dos  conceitos  fundamentais  da  arquitetura  contemporânea,  é  a  ideia  do 
"galpão  decorado".  No  Rio  isso  está  muito  presente  no  shopping  centers,  visto  que 
as  edificações  são  como  caixas,  ou  seja,  grandes  plano  de  fachadas  cegas 
funcionando como suporte publicitário do comércio em questão. 
Esse  modo  vem  sendo  substituído  por  elementos  envidraçados  que  simulam  uma 
maior  abertura  e  transparência,  sendo,  hoje,  comercialmente  mais  atrativo  que  a 
convencional  caixa  hermética,  mesmo  sendo  somente  um  disfarce  para  a  mesmo, 
como acontece no shopping Rio Sul. 
A  segunda  categoria  se  refere  a  manipulação  desses  elementos  que  compõem  a 
aparência  externa  do  projeto  sendo  considerado  uma  necessidade  e/ou  integração 
com o entorno. 
Nessa  categoria  temos  o  Aterro  do  Flamengo  como  exemplo,  no  qual  a  topografia 
integra  uma  via  expressa  ao  parque,  diferente  da  segregação  que  costumam  existir 
com  uma  infraestrutura  desse  tipo.  Compondo  também,  o  mesmo  local,  temos  o 
Aeroporto  Santos  Dumont,  uma  estrutura  para  piscina  olímpica  de  um  parque 
aquático  e  bombas  de  um  posto  de  gasolina  como  projetos  que  se  implantam  e 
chamam  a  atenção  através  de  sua  aparência  e  mesmo  assim  se  integram  em  um 
mesmo espaço. 
A  terceira  categoria  caracteriza  a  autonomia  dos  mecanismos  de  geração  da 
imagem  da  arquitetura  que  interage  com  a  metrópole.  O  esforço  de 
compatibilização  acaba  causando  ainda  mais  sofisticação.  Como  a  invenção  do 
falso  pilar  retrátil,  que  permite  ajustar  a  sua  largura  a  passagem  de  veículos, 
viabilizando  uma  atividade  econômica,  o  estacionamento,  garantindo  assim  a 
preservação do patrimônio histórico. 
Também  temos  como  exemplo  os  estacionamentos  verticais  que,  na  zona  sul  do 
Rio  de  Janeiro,  precisam  se  esforçar  esteticamente  para  conviver  com  os  cartões 
postais  da  cidade,  como  Cristo  Redentor. Podemos notar isso ao observar o Edifício 
Garagem  do  Centro  Empresarial  Rio,  que  se  relaciona  muito  bem  com  o  edifício 
principal e sua paisagem, deixando de parecer ter a sua usabilidade. 
Com  esses  casos  podemos  perceber  o  quanto  a  necessidade  de  relação  com  o 
entorno  transcende  os  padrões  utilizados  no  fazer  arquitetura.  Evidenciando  assim, 
o comportamento metropolitano e distanciando a estetização generalizada.  
 
 
 

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