Clínica Médica - Checklists 2020
Clínica Médica - Checklists 2020
Clínica Médica - Checklists 2020
N
esse tratado que todo aluno do CRMedway recebe, fizemos
um compilado de vários checklists para que você consiga saber
exatamente o que revisar perto de suas provas e o provável
modo como os temas serão cobrados. Nesta coleção, teremos adaptações
de checklists que já caíram em outros anos e alguns checklists “extras”
exclusivos para os nossos alunos. Alguns temas aparecem mais de uma vez,
para que você tenha mais clareza sobre possíveis caminhos que uma estação
de prova prática pode tomar. Resumindo, esse material está absolutamente
completo com tudo que você precisa saber para estar preparado para as
provas práticas - e por isso mesmo o batizamos de Bíblia!
Aproveite!
E se Você Caiu Nesse
Material por Acaso...
... tenho que te informar uma coisa. Ele faz parte de um curso todo estruturado
para ensinar nossos alunos a pensar como a banca e entender a fundo os
checklists, além de uma preparação completa para a prova multimídia: o
CRMedway. A preparação para a prova prática vai além da Bíblia!
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Quem Somos
H
oje, a Medway é um time formado por médicos recém-egressos
ou ainda Residentes nas principais instituições do Brasil! USP,
UNIFESP, UNICAMP e em todos os lugares que você sonha fazer
a sua residência médica! Mas chegar até aqui não foi nada fácil.
Tudo isso a um preço justo, acessível, de forma 100% online e que permitiu
com que todos os nossos alunos brigassem de “igual pra igual” com quem
fez um curso prático presencial.
E
m vez de simplesmente ler essa Bíblia, faça como o João
recomenda na nossa aula do curso do módulo zero, sobre como
e quando estudar:
Clínica Médica
12
Cefaleia
Tema: Cefaleia
Caiu em: Checklist extra
Início da Estação
Caso clínico:
Na UBS em que você trabalha chega para ser atendida por demanda
espontânea a paciente Rafaela, 25 anos, devido um quadro de cefaléia
e vômitos.
Tarefa 01:
Realize o atendimento da paciente.
Tarefa 02:
Cite a hipótese diagnóstica mais provável para o quadro da paciente.
Tarefa 03:
Caso seja pertinente, solicite um exame complementar para a paciente.
Tarefa 04:
Dê a conduta e oriente a paciente sobre o quadro clínico.
13
Orientações
à Atriz:
A atriz respondia ao ser questionada:
• A cefaléia havia iniciado há 3 horas, de localização unilateral à esquerda,
pulsátil, de intensidade 3/10;
• Apresentou 6 episódios de cefaléia semelhantes a esse no último ano;
• A dor melhora parcialmente com dipirona e piora ao realizar
atividade física;
• Os vômitos haviam iniciado juntamente com a cefaléia;
• Apresenta fotofobia mas nega sintomas de aura (escotomas cintilantes,
hemiparestesia, disfasia etc);
• Negava febre, perda de peso;
• Negava história de neoplasias, bem como de outras comorbidades;
• Negava uso de medicações de uso contínuo;
• Negava alergia a medicamentos
Orientações
ao Examinador:
Após realizar a anamnese, o examinador entregava o exame físico conforme
o candidato solicitava:
Exame físico:
• Geral: Bom estado geral, consciente e orientada, acianótica, afebril,
anictérica. PA: 135x94 mmHg, FC: 107 BPM, FR 18 IRPM, Sao2: 98%
• Respiratório: Eupneica em ar ambiente, Ausculta: Murmúrio vesicular
presente difusamente sem ruídos adventícios.
14
• Cardiovascular: bulhas cardíacas normofonéticas, com ritmo regular em
2 tempos, sem sopros.
• Exame neurológico: Glasgow 15, pupilas isofotorreagentes,
ausência de rigidez de nuca bem como de outros sinais meníngeos,
ausência de lesões visíveis na inspeção da região craniana, ausência
de dor à palpação da artéria temporal superficial e ausência
de déficits focais.
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se adequadamente (nome e função)?
15
Questionou a presença de febre e perda de peso?
Tarefa 02
Citou a hipótese diagnóstica de enxaqueca sem aura?
Tarefa 03
Mencionou não ser necessário a realização de exame
complementar nesse momento?
Tarefa 04
Prescreveu analgesia com analgésicos simples
(dipirona, AINE, paracetamol)?
Prescreveu antiemético?
16
Orientou sobre a possibilidade do uso de medicamentos
profiláticos caso os sintomas se tornem muito intensos
e frequentes?
Marcou retorno e questionou eventuais dúvidas
da paciente?
Debriefing
Estação sobre atendimento ambulatorial de uma paciente com cefaléia,
especificamente uma enxaqueca. É um tema que não caiu nas principais
instituições nos últimos anos e pode aparecer neste ano. Se encontrarem
uma estação de cefaléia, lembrem de caracterizar bem os sintomas, pesquisar
sinais de alarme e realizar o exame neurológico. Não tem mistérios aqui!
17
PBE
Tema: PBE
Caiu em: UNICAMP 2020
Início da Estação
Caso clínico:
Você é o plantonista de um Pronto-Socorro e chega para ser atendido
o paciente João Carlos, 57 anos, portador de cirrose alcoólica diagnosticada
há 2 anos, com queixa de desconforto abdominal de início recente.
Tarefa 01:
Faça o atendimento do paciente
Tarefa 02:
Cite um procedimento que deve ser realizado nesse momento.
Tarefa 03:
Qual a hipótese mais provável para o caso?
Tarefa 04:
Cite o tratamento medicamentoso para o caso.
18
Orientações
ao Ator:
Ao ser questionado o ator referia:
• Vem apresentando dor abdominal difusa de leve intensidade há cerca
de 1 semana;
• Nega irradiação da dor, nega episódios anteriores, nega fatores
de melhora e de piora;
• Sentiu-se febril, mas não aferiu a temperatura em casa;
• Não apresenta diarréia;
• Nega hematêmese e melena;
• Nega outras comorbidades;
• Refere não estar usando nenhuma medicação no momento pois acredita
que o faz mal;
Orientações
ao Examinador:
Ao mencionar a necessidade de realizar o exame físico, o examinador
entregava uma folha com a descrição do exame físico:
Exame físico:
• Geral: Regular estado geral, consciente e orientado, acianótico,
ictérico ++/4, PA: 110x69 mmHg, FC: 95 BPM, FR 18 IRPM,
Sao2: 96%, T 37,9°C
• Respiratório: Eupneico em ar ambiente, Ausculta: Murmúrio vesicular
presente difusamente sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: bulhas cardíacas normofonéticas, com ritmo regular em
2 tempos, sem sopros.
• Abdome: globoso, RHA+, difusamente doloroso à palpação superficial
19
e profunda, Manobra de Piparote positiva. Descompressão brusca
negativa.
• Exame neurológico: Glasgow 15, pupilas isofotorreagentes,
ausência de flapping, força muscular preservada em MMSS
e MMII
• Extremidades: edema simétrico +/4 em ambos MMII, EC < 2,5s.
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se adequadamente (nome e função)?
20
Questionou fatores de melhora e de piora da dor?
Tarefa 02
Citou a necessidade de realizar paracentese com análise
do líquido ascítico?
Tarefa 03
Citou como hipótese diagnóstica peritonite bacteriana
espontânea (PBE)?
Tarefa 04
Citou antibioticoterapia com cefalosporina de terceira
geração (ceftriaxone ou cefotaxima)?
Citou albumina para profilaxia de síndrome hepatorrenal?
Citou necessidade de utilizar norfloxacino após
tratamento do quadro atual para profilaxia de novos
episódios de PBE?
21
Debriefing
Abordagem do paciente cirrótico e de suas complicações é tema frequente
em provas de residência médica. Geralmente todo paciente cirrótico e
com ascite que procura um PS é submetido a uma paracentese para avaliar
a possibilidade de PBE pois o quadro clínico é pouco específico.
Uma vez identificada essa condição, devemos introduzir antibioticoterapia
e realizar as profilaxias caso o paciente tenha indicação.
22
PTI
Tema: PTI
Caiu em: Checklist extra
Início da Estação
Caso clínico:
Você está no ambulatório de Clínica Médica no Hospital Universitário
da sua faculdade e chega para ser atendida a paciente Tatiane, 29 anos,
assustada por ter percebido umas “manchas”.
Tarefa 01:
Realize o atendimento inicial da paciente.
Tarefa 02:
Solicite os exames pertinentes ao caso.
Tarefa 03:
Cite a hipótese diagnóstica mais provável para o caso.
Tarefa 04:
Cite a conduta e oriente a paciente sobre o quadro.
23
Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Notou os surgimento das lesões nas pernas há 1 dia;
• As lesões são em grande número e estão restritas somente nos MMII;
• Negava epistaxe, nega gengivorragia, nega alterações do fluxo menstrual;
• Negava dores, nega febre, nega artralgias, nega outros sintomas sistêmicos;
• Negava comorbidades prévias;
• Fazia uso apenas de anticoncepcional oral;
• Negava alergias a medicamentos;
• Negava etilismo, negava tabagismo e negava uso de drogas ilícitas;
Orientações
ao Examinador:
Ao mencionar a necessidade de realizar o exame físico, o examinador
entregava uma folha com a descrição do exame e uma outra folha com uma
foto da paciente:
Exame físico:
• Geral: Bom estado geral, consciente e orientada, acianótica, anictérica,
ausência de linfonodomegalias palpáveis. PA: 122x78 mmHg,
FC: 75 BPM, FR 16 IRPM, Sao2: 98%
• Respiratório: Eupneica em ar ambiente, Ausculta: Murmúrio vesicular
presente difusamente sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: bulhas cardíacas normofonéticas, com ritmo regular em
2 tempos, sem sopros.
• Abdome: plano, RHA+, indolor a palpação superficial e profunda,
24
ausência de visceromegalias palpáveis.
• Extremidades: ausência de edemas em MMII, EC < 2,5s, presença de
inúmeras purpuras em ambos MMII
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
25
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se adequadamente (nome e função)?
Questionou tabagismo?
Questionou etilismo?
Tarefa 02
Solicitou hemograma com contagem de plaquetas?
26
Solicitou FAN?
Tarefa 03
Citou a hipótese de púrpura trombocitopênica imune
(PTI)?
Tarefa 04
Orientou a paciente com linguagem adequada que se trata
de uma doença de etiologia autoimune?
Orientou que não necessitaria de tratamento nesse
momento devido a ausência de sangramento e os pelos
níveis de plaquetas > 30000?
Orientou procura imediata ao Pronto-Socorro em caso
de sangramento?
Orientou que a paciente deve ser acompanhada
no ambulatório e marcou retorno?
Debriefing
Púrpura trombocitopênica imune (PTI) é um tema bastante badalado
em provas teóricas de residência e que não foi cobrado nas segundas fases
das principais instituições nos últimos anos. Fiquem atentos em estações
como esta de atendimento ambulatorial pois deve-se sempre buscar causas
secundárias de plaquetopenia através da história clínica e de exames
complementares. PTI é diagnóstico de exclusão!
27
Hipercalemia
Tema: Hipercalemia
Caiu em: UFES 2019; SMCSP 2015
Início da Estação
Caso clínico:
Você acaba de chegar no seu plantão no Pronto Socorro e o colega que
passa o plantão para você pede para que avalie o paciente Raimundo,
62 anos, diabético, portador de doença renal crônica, que chegou com uma
queixa de mal estar e fraqueza. Seu colega diz que já pediu alguns exames
mas que os resultados ainda não saíram.
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Fonte: https://www.emergenciausp.com.br/abordagem-da-hipercalemia-voce-sabe-mesmo-o-que-esta-fazendo/
Tarefa 01:
Cite o diagnóstico eletrocardiográfico do paciente.
Tarefa 02:
Cite as condutas iniciais para o caso.
Tarefa 03:
Após a realização das medidas iniciais você recebe um novo ECG
do paciente (abaixo). Qual conduta poderia ser indicada neste momento?
Fonte: https://cardiopapers.com.br/curso-basico-de-eletrocardiograma-parte-14-onda-t/
29
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Citou corretamente o diagnóstico de hipercalemia?
Tarefa 02
Citou necessidade de monitorização eletrocardiográfica?
Prescreveu furosemida?
Tarefa 03
Indicou a necessidade de diálise?
Debriefing
Ao abordar um paciente com hipercalemia e alterações no ECG devemos
estar cientes de que trata-se de uma emergência médica! Logo, o paciente
deve ser monitorizado, receber gluconato de cálcio para estabilização
da membrana miocárdica e ser submetido a terapias que diminuam o nível
sérico de potássio. Se tais medidas não surtirem efeito, podemos indicar
a realização de diálise. Fiquem atentos nesses conceitos!
30
Meningite
Bacteriana
Tema: Meningite Bacteriana
Caiu em: INC 2019
Início da Estação
Caso clínico:
Você está de plantão em uma UPA na cidade de São Paulo e chega para
ser atendido o paciente Robson, 32 anos com queixa de febre e cefaléia.
Tarefa 01:
Realize o atendimento inicial do paciente.
Tarefa 02:
Solicite exames pertinentes ao caso.
Tarefa 03:
Cite o diagnóstico mais provável para o caso.
Tarefa 04:
Dê as condutas para o quadro.
31
Orientações
ao Ator:
Ao ser questionado o ator respondia:
• O quadro de febre iniciou há 2 dias, não aferida, acompanhada
de calafrios;
• A cefaléia iniciou juntamente com a febre, holocraniana,
intensidade 8/10;
• Surgiram manchas pelo corpo há 1 dia, que foram se espalhando
rapidamente;
• Negava comorbidades prévias;
• Negava alergias a medicamentos;
• Não tomava vacina desde a infância;
• Mora com a esposa e com o filho de 12 anos;
Orientações
ao Examinador:
Ao solicitar o exame físico, o examinador entregava somente o item
se solicitado:
• Geral: Ruim estado geral, consciente e orientado, acianótico, anictérico,
PA: 105x72 mmHg, FC: 105 BPM, FR 16 IRPM, Sao2: 98%, T 38,3 °C
• Respiratório: Eupneico em ar ambiente, Ausculta: Murmúrio vesicular
presente difusamente sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: bulhas cardíacas normofonéticas, com ritmo
regular em 2 tempos, sem sopros.
• Neurológico: Glasgow 15, pupilas isofotorreagentes, presença
de rigidez de nuca, Sinal de Kernig e Brudzinski ambos positivos.
• Pele e anexos: ver foto abaixo
32
Fonte:https://www.portalped.com.br/sem-categoria/epidemiologia-tempo-de-afastamento-e-precaucao-
para-as-principais-doencas-infectocontagiosas/attachment/meningococcemia/
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se adequadamente (nome e função)?
33
Questionou quando ocorreu início da cefaléia?
Tarefa 02
Solicitou punção liquórica com análise do líquor?
Solicitou exames gerais (hemograma, eletrólitos,
função hepática, função renal)?
Solicitou glicemia sérica?
Solicitou hemoculturas?
Tarefa 03
Citou como hipótese mais provável meningite
com meningococemia?
34
Tarefa 04
Indicou internação hospitalar?
Indicou necessidade de isolamento respiratório
para o paciente?
Prescreveu hidratação venosa?
Prescreveu corticoide?
Debriefing
Meningite é um tema recorrente em prova de residência médica.
Aqui, vale aquele conceito de fazer uma anamnese “padrão” para garantir
o máximo de pontos e lembrar de que além de tratar o paciente não posso
esquecer de avaliar a quimioprofilaxia dos contactantes!
35
ITU
Tema: ITU
Caiu em: UFPR 2019, UNICAMP 2018
Início da Estação
Caso clínico:
Você é o médico de uma UBS da cidade de Divinópolis-MG e chega
para ser atendida a paciente Marina, 23a por um desconforto ao urinar.
Tarefa 1 (única):
Realize o atendimento da paciente
Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz relatava:
• Os sintomas se iniciaram há 2 dias;
• Apresenta dor suprapúbica que não irradia, de caráter em queimação,
intensidade 6/10, sem fatores de melhora e de piora;
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• Vem apresentando também polaciúria e hematúria;
• Negava febre, dor lombar, náuseas e/ou vômitos;
• Negava urgência miccional;
• Negava possibilidade de gravidez (menstruação cessou há 4 dias);
• Negava episódios recorrentes de infecção do trato urinário;
• Negava comorbidades prévias;
• Negava uso de medicações de uso contínuo;
• Negava alergias a medicamentos;
Orientações
ao Examinador:
Ao solicitar o exame físico, o examinador entregava uma folha com
o exame físico para o paciente:
Exame físico:
• Geral: Bom estado geral, consciente e orientada, acianótica,
anictérica, ausência de linfonodomegalias palpáveis.
PA: 115x69 mmHg, FC: 78 BPM, FR 14 IRPM, Sao2: 99%, T 36,5 °C
• Respiratório: Eupneica em ar ambiente, Ausculta: Murmúrio vesicular
presente difusamente sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: bulhas cardíacas normofonéticas, com ritmo regular em
2 tempos, sem sopros.
• Abdome: plano, RHA+, dor a palpação superficial e profunda
em hipogástrio, ausência de visceromegalias palpáveis. Descompressão
brusca negativa, sinal de Giordano negativo bilateralmente.
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
37
Checklist
38
Solicitou o exame físico após mencionar lavagem adequada
das mãos e consentimento da paciente?
Debriefing
Em uma estação de cistite é importante buscar ativamente indícios
de ITU complicada. Afastada essa hipótese, em uma mulher na menacme,
o diagnóstico é clínico, não sendo necessário solicitar exames para
a paciente. Atenção a este conceito pois pode ser cobrados de vocês em
uma prova prática!
39
Síndrome de
Lise Tumoral
Início da Estação
Caso clínico:
Pedro, 35 anos, chega ao Pronto-Socorro do Hospital Universitário
com queixa de “diminuição da urina”. É um paciente conhecido da equipe,
pois já é acompanhado no Hospital por estar em tratamento de um Linfoma
de Burkitt. Além disso, o paciente refere ter feito por conta própria alguns
exames, conforme pode ser visto abaixo.
Exames:
• Hb 8,0 HT 35,6% Leucócitos 8000 plaquetas 125000 Creatinina 6,0
Tarefa 01:
Escreva na folha de respostas a principal hipótese diagnóstica para o caso.
Tarefa 02:
Escreva na folha de respostas os distúrbios esperados nessa condição.
40
Tarefa 03:
Escreva na folha de respostas a conduta inicial para o caso.
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Anotou corretamente síndrome de lise tumoral?
Tarefa 02
Citou hiperuricemia?
Citou hipercalemia?
Citou hiperfosfatemia?
Citou hipocalcemia?
Tarefa 03
Indicou internação?
Citou monitorização?
41
Debriefing
Estação de síndrome de lise tumoral (SLT) bem direta. Nessa síndrome,
temos 4 alterações laboratoriais típicas: hipercalemia, hiperuricemia,
hiperfosfatemia e hipocalcemia. Hidratar os pacientes portadores dessa
síndrome é crucial, além de diminuir os níveis de ácido úrico e tratar
os distúrbios eletrolíticos.
42
Hipoglicemia
Tema: Hipoglicemia
Caiu em: UFPR 2019; CERMAM 2019
Início da Estação
Caso clínico:
Você é o médico de plantão na UPA de uma cidade do interior e é chamado
pela enfermeira para atender um paciente, Mauro, 57a, trazido por familiares
devido quadro de convulsão. Os familiares referem que o quadro iniciou
há 10 minutos e que a única comorbidade conhecida do paciente é o diabetes.
Tarefa 01 (única):
Realize o atendimento inicial do paciente.
43
Orientações
ao Examinador:
Após realizar a abordagem inicial do paciente grave o examinador entrega
uma folha ao candidato com os seguintes dados:
• A: via aérea pérvia, sem sinais de obstrução
• B: Sao2 96%, FR 21 IRPM, ausculta pulmonar com MV + sem ruídos
adventícios.
• C: FC: 110 BPM, PA 110x75 mmHg, Ausculta: BCNF, RR2T,
sem sopros. Presença de taquicardia sinusal no monitor cardíaco.
• D: Dextro: 32, presença de movimentos involuntários, tônicos
e clônicos em MMSS e MMII.
• E: ausência de traumas visíveis, paciente emagrecido.
Após realização das medidas iniciais e recuperação do pós-ictal, paciente
retoma nível de consciência e diz lembrar apenas que tinha utilizado
a insulina para diabetes mas que não realizou refeição em seguida
pois estava sem apetite.
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se adequadamente (nome e função) para
os familiares do paciente?
44
Avaliou respiração incluindo oximetria e exame físico
do aparelho respiratório?
Avaliou circulação através do exame físico do aparelho
cardiovascular, solicitou obtenção de acessos venosos
calibrosos e monitorização cardíaca?
Realizou avaliação neurológica do paciente e solicitou
dextro?
Debriefing
Ao abordarem um paciente com crise convulsiva lembrem-se inicialmente
de realizar o MOV e o ABCDE do paciente grave. Além disso, diante
de uma crise convulsiva deve-se avaliar a glicemia capilar do paciente
pois podemos estar diante de uma crise com causa reversível!
45
Artrite Séptica
Início da Estação
Caso clínico:
Chega no Pronto Socorro que você está de plantão o paciente Jair, 34 anos,
com queixa de dor intensa em joelho direito, mal estar e sensação febril.
Tarefa 01:
Realize o atendimento inicial do paciente.
Tarefa 02:
Qual a hipótese mais provável para o quadro?
Tarefa 03:
Cite 2 diagnósticos diferenciais para o caso.
Tarefa 04:
Cite um procedimento que deveria ser realizado nesse momento.
46
Tarefa 05:
Qual a conduta para o caso?
Orientações
ao Ator:
Ao ser questionado o ator respondia:
• A dor no joelho havia iniciado há 2 dias, era de forte intensidade
e de caráter em pontada;
• Estava apresentando sensação de febre e calafrios há 1 dia, mas não
chegou a aferir a febre;
• Negava dores em outras articulações;
• Alegava também que há 1 dia o joelho começou a ficar quente e vermelho;
• Negava a presença de exantema;
• Negava a presença de saída de secreção pelo pênis;
• Negava história de relações sexuais sem preservativos (era solteiro e não
tinha relações há 1 ano);
• Negava episódios anteriores de artrite;
• Alegava ter machucado seu pé direito há 5 dias durante o trabalho em
uma construção;
• Afirmava ter recebido todas as vacinas para sua faixa etária;
• Negava comorbidades prévias;
• Negava alergias a medicamentos;
47
Orientações
ao Examinador:
Ao solicitar o exame físico, o examinador entregava uma folha com
o exame uma foto:
Fonte: http://reumatorj.com.br/o-que-e-doenca-reumatica-infecciosa/
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
48
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se adequadamente (nome e função)?
49
Tarefa 02
Citou o diagnóstico de artrite séptica não gonocócica?
Tarefa 03
Citou artrite gotosa como diagnóstico diferencial?
Tarefa 04
Citou artrocentese com análise do líquido articular?
Tarefa 05
Indicou antibioticoterapia parenteral?
Debriefing
Artrite séptica é uma importante causa de monoartrites agudas. Ao abordar
um paciente com essa queixa, uma anamnese e exame físico bem feitos
devem ser realizados para permitir a realização de diagnóstico diferencial
com duas outras causas de monoartrite aguda: artrite gotosa e artrite
gonocócica. Fiquem atentos pois artrite séptica é tema quente em prova
de residência médica!
50
Insuficiência Cardíaca
Descompensada
Início da Estação
Caso clínico:
Você está de plantão no Pronto Socorro da instituição onde realiza
sua residência de Clínica Médica e chega para ser atendido o paciente
João Carlos, 59 anos, hipertenso e diabético, com história de infarto agudo
do miocárdio há 6 anos não submetido a revascularização pois negou
a realizar o procedimento, vem apresentando dispneia há alguns meses,
mas que piorou de intensidade nos últimos dias.
Tarefa 01:
Realize o atendimento do paciente.
Tarefa 02:
Solicite 2 exames complementares.
51
Tarefa 03:
Qual o diagnóstico mais provável do paciente neste momento?
Tarefa 04:
Faça a prescrição inicial para o caso.
Orientações
ao Ator:
Ao ser questionado o ator respondia:
• A dispneia começou há 6 meses e no início do quadro era aos grandes
esforços, mas na última semana vem sentindo até mesmo no repouso
• Surgimento de ortopneia há 3 meses e dispneia paroxística noturna
há 2 meses, apresentando dificuldades para dormir devido à falta
de ar
• Percebeu edema de MMII há alguns meses, mas não sabe precisar
o tempo de início
• Nega dor torácica, nega palpitação, nega síncope
• Nega febre e sintomas gripais
• Nega outras comorbidades
• Nega alergias a medicamentos
• Faz uso de aspirina, sinvastatina, anlodipino e metformina
Orientações
ao Examinador:
Ao solicitar o exame físico, o examinador entregava uma folha conforme os
itens que o candidato solicitava:
52
Exame físico:
• Geral: Regular estado geral, consciente e orientado, acianótico, afebril,
anictérico. PA: 144x92 mmHg, FC: 105 BPM, FR 23 IRPM, Sao2: 92%
• Respiratório: Taquipneico em ar ambiente, Ausculta: Murmúrio
vesicular diminuídos em ambas as bases com estertores crepitantes até
terço médio de ambos hemitórax.
• Cardiovascular: Presença de turgência jugular, ausculta: bulhas
cardíacas hipofonéticas, com ritmo regular em 2 tempos,
sem sopros.
• Extremidades: Presença de edema bilateral, ++/4 até terço médio da tíbia,
EC < 2s, ausência de empastamento de panturrilhas bilateralmente.
• Exames disponíveis:
• BNP: 5000 (VR < 100)
• Ecocardiograma transtorácico: FE 37%, disfunção sistólica importante
do ventrículo esquerdo.
Outros exames não se encontravam disponíveis.
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se adequadamente (nome e função)?
53
Questionou a presença de edema de MMII?
Questionou palpitações?
Questionou síncope?
Tarefa 02
Solicitou ecocardiograma transtorácico?
Tarefa 03
Fez a hipótese de insuficiência cardíaca com fração
de ejeção reduzida descompensada perfil B?
54
Tarefa 04
Prescreveu dieta hipossódica?
Debriefing
Insuficiência cardíaca é um tema que não apareceu nos últimos anos
nas principais instituições e pode voltar a cair novamente esse ano.
Lembrem de caracterizar o perfil de descompensação (A, B, C ou D)
e a partir daí implementar medidas conforme o perfil do paciente.
55
Ventilação Mecânica
Início da Estação
Caso clínico:
Você chega na sala de emergência de um Pronto-Socorro para iniciar
seu plantão e seu colega que está saindo lhe passa o seguinte caso:
Paciente Raimundo, 63 anos, deu entrada trazido pelo SAMU com
o relato de ter sido encontrado na sua residência por vizinhos com quadro
de dispneia importante. Ao chegar na sala de emergência estava com
quadro de insuficiência respiratória grave, sendo prontamente intubado.
O colega que está saindo pede para que você avalie com prioridade
esta paciente. Ao avaliar o paciente, você se depara com a seguinte tela
do ventilador mecânico:
56
Tarefa 01:
Em qual modo ventilatório o paciente se encontra?
Tarefa 02:
Cite um fenômeno ventilatório presente na tela em questão.
Tarefa 03:
Cite duas condições clínicas classicamente associadas com a ocorrência
desse fenômeno.
Tarefa 04:
Cite 2 parâmetros podem ser ajustados para corrigir o fenômeno apresentado
pelo paciente.
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
57
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Respondeu que o paciente se encontra em ventilação
controlada a pressão (PCV)?
Tarefa 02
Citou que o paciente está fazendo um quadro
de auto-peep?
Tarefa 03
Citou asma?
Tarefa 04
Citou volume corrente?
Debriefing
Ventilação mecânica é tema quente em algumas instituições, especialmente
na USP-SP que gosta bastante do tema. Lembrem de estudar os modos
ventilatórios básicos e observar como se comportam as curvas de cada
modo pois é uma das formas mais frequentes em que o tema é cobrado.
Vejam e revejam essa estação pois ela pode aparecer tanto na prova teórica
quanto na prova prática, incluindo as provas multimidias!!
58
Taquiarritmia
Instável
Tema: Taquiarritmia Instável
Caiu em: UFES 2019, 2018; HSL 2015, 2016, 2018, 2019, 2020
Início da Estação
Caso clínico:
Você é o plantonista de uma UPA e é chamado pela equipe de enfermagem
para atender o paciente Jonas, 47 anos, diabético e hipertenso,
trazido por familiares ao ser encontrado desacordado em sua residência.
Tarefa única:
Realize o atendimento do paciente.
Orientações
ao Examinador
• Paciente não apresentava responsividade;
• Paciente apresentava pulsos e movimentos respiratórios;
• Após candidato levar o paciente para a sala de emergência e realizar
59
o ABCDE do paciente grave era fornecido uma folha com a seguinte
descrição:
• A: vias aéreas pérvias
• B: FR: 21 IRPM, Sao2 : 91% em ar ambiente, Ausculta pulmonar
com MV + difusamente e discretos estertores bibasais.
• C: FC: 154 BPM, PA 125x92 mmHg, Ausculta cardíaca: Bulhas cardíacas
normofonéticas, com ritmo regular em 2 tempos, sopro pancardíaco
sistólico +/6. O monitor cardíaco mostrava o seguinte traçado:
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
60
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Identificou-se adequadamente como médico?
Verificou responsividade?
Avaliou pulso e movimentos respiratórios
simultaneamente (5-10s)?
Indicou necessidade de levar o paciente para a sala
de emergência?
Indicou realização do MOV ?
Avaliou circulação ( C) ?
61
Mencionou necessidade de sedação e analgesia
(morfina ou fentanil + propofol ou midazolam)?
Selecionou o modo de sincronização no aparelho
de cardioversão?
Selecionou carga > 100 J no aparelho de cardioversão?
Aplicou gel nas pás e posicionou-as sobre o tórax
em posição ápice-esterno?
Aplicou uma pressão de aproximadamente 13 kg sobre o
tórax do paciente garantindo um bom contato com as pás?
Checou que ele próprio e a equipe não estava em contato
com a maca e o paciente antes de aplicar o choque?
Aguardou alguns segundos com as pás sobre o tórax
do paciente para ter certeza que o choque sincronizado
foi liberado
Reconheceu que o paciente apresentava ritmo sinusal
após cardioversão elétrica?
Debriefing
ACLS é tema quente em prova prática de residência médica!
Cai todo ano e certamente você encontrará este tema na sua prova.
Aqui não mistérios, é seguir o passo-a-passo preconizado e garantir os pontos
do checklist. É uma estação previsível, então treinem exaustivamente para
não perderem esses valiosos pontos!
62
Hipertensão
Arterial
Tema: Hipertensão Arterial
Caiu em: HIAE 2016, 2018; UFPR 2017; CERMAM 2018
Início da Estação
Caso clínico:
Francisco, 41 anos, vem encaminhado para a UBS na qual você é médico
da família e comunidade devido estar com a “pressão alta” segundo
relatos do próprio paciente. Foi verificado níveis pressóricos elevados
ao ser submetido a exame admissional em uma empresa de veículos pela
qual está sendo contratado.
Tarefa 01:
Realize o atendimento do paciente.
63
Orientações
ao Ator:
• Não apresentava nenhum sintoma e que ficou surpreso e preocupado
quando foi informado que sua pressão arterial estava elevada;
• Dizia que sua pressão estava alta quando foi examinado na empresa
mas que não lembrava o valor;
• Negava história prévia de HAS;
• Negava história de DM;
• Negava história de infarto agudo do miocárdio e AVC;
• Negava história de doença renal;
• Negava tabagismo e etilismo;
• Negava história prévia de dislipidemia;
• Afirmava que consumia muitas frituras e outras comidas gordurosas
com excesso de sal, além de ingerir muitos doces e poucas frutas, verduras
e legumes;
• Negava história de evento cardiovasculares na família;
• Negava outras comorbidades;
• Negava alergias a medicamentos;
Orientações
ao Examinador:
Não interagia em nenhum momento na estação;
Ao mencionar a necessidade de realizar o exame físico, o examinador
entregava folhas com itens do exame conforme solicitado:
Exame físico:
• Geral: Bom estado geral, consciente e orientado em tempo
e espaço, afebril ao toque, anictérico, acianótico, normocorado.
64
• Dados antropométricos: Altura: 1,70 cm Peso: 85 kg IMC 29,41
• Cardiovascular: FC 78 BPM, PA 142x91 mmHg em membro superior
direito e PA 143x95 em membro superior esquerdo, pulsos radiais,
femorais, poplíteos, tibiais posteriores e pediosos palpáveis,
com boa amplitude, rítmicos e simétricos.
• Respiratório: FR 17 IRPM, Sao2 98% em ar ambiente, Ausculta:
MV presente difusamente, sem ruídos adventícios.
• Abdome: globoso, RHA+, ausência de tumorações palpáveis, indolor a
palpação superficial e profunda.
Tarefa 02:
Dê a conduta para o caso.
Orientações
ao Ator:
Nesse momento o ator questionava se ele realmente tinha “pressão alta”.
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função) de maneira cordial?
Questionou o valor da PA do paciente durante exame
admissional?
Questionou se o paciente possui algum sintoma?
65
Questionou história prévia de HAS?
Tarefa 02
Orientou o paciente que no momento ainda não
era possível fechar diagnóstico de hipertensão arterial?
66
Solicitou os seguintes exames para avaliação do paciente:
Urina 1, ECG, potássio, creatinina, glicemia de jejum,
lipidograma, ácido úrico (pontuar somente se citar
no mínimo 3 destes exames)
Marcou retorno para uma segunda consulta médica
do paciente?
Orientou mudanças em estilo de vida e melhora
dos hábitos alimentares?
Debriefing
Hipertensão arterial geralmente é cobrado em estações de consulta
de rotina. Nessa estação, o candidato não podia ainda afirmar que
o paciente possuía HAS, conforme orientação da própria diretriz brasileira.
Além disso, é importante realizar perguntas que buscam estimar a presença
de comorbidades e fatores de risco cardiovascular pois estão irão influenciar
nas condutas a serem tomadas.
67
Erisipela
Tema: Erisipela
Caiu em: UNIFESP 2018
Início da Estação
Caso clínico:
João Carlos, 26 anos, vem a UPA que você está de plantão após notar
que sua perna estava vermelha e ao mesmo tempo muito dolorida há 4 dias.
Tarefa 01 :
Realize o atendimento do paciente.
Orientações
ao Ator:
• A dor acometia todo membro abaixo do joelho, iniciou há 4 dias,
era de caráter em pontadas, não irradiava, melhorava parcialmente com
dipirona e piora quanto apoiava o membro inferior direito;
• Apresentava febre acompanhada de calafrios há 2 dias;
• Notou eritema no membro inferior há 2 dias e acha que ele vem piorando;
68
• Negava o surgimento de “ínguas”;
• Negava história de traumas recentes no membro acometido mas poucos
dias antes do início dos sintomas sofreu uma picada de mosquito
no pé direito que coçou bastante;
• Negava outras queixas;
• Negava uso recente de antibiótico;
• Negava comorbidades prévias e negava alergias a medicamentos;
Orientações
ao Examinador:
Não interagia nesta tarefa
Tarefa 02:
Indique o diagnóstico do paciente, cite um diagnóstico diferencial e defina
a conduta para o paciente.
69
Orientações
ao Ator:
Nesta tarefa ficava em silêncio e concordava com as condutas
do candidato.
Orientações
ao Examinador:
Após o candidato mencionar que iria tratar o paciente, o examinador
entregava um receituário para o candidato.
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função) de maneira cordial?
70
Questionou a presença de adenomegalias?
Perguntou sobre trauma ou ferimentos recentes
no membro acometido?
Perguntou sobre uso recente de antibióticos?
Tarefa 02
Indicou erisipela como diagnóstico?
Citou algum dos seguintes como diferencial: celulite,
TVP, fascíite necrosante?
Definiu que o tratamento era ambulatorial?
Assinou a receita?
71
Debriefing
Estação de infecção de partes moles!! Geralmente é cobrado erisipela e/ou
celulite nestas estações, normalmente sem muitas dificuldades em realizar
o diagnóstico. Um dos pontos principais em estações com esta é definir
o local de tratamento do paciente: ambulatorial x hospitalar.
Pacientes com comorbidades prévias importantes e/ou imunossuprimidos
e/ou com sinais e sintomas de toxemia merecem internação hospitalar.
A escolha do local de tratamento também influenciará na antibioticoterapia
a ser escolhida para o paciente sendo portanto a pedra angular nestas
estações.
72
Síndrome de
Realimentação
Início da Estação
Caso clínico:
Jonas, 38 anos, paciente morador de área livre, internado na enfermaria
de Clínica Médica do Hospital onde você é residente, por um quadro de
síndrome de abstinência alcoólica. Na admissão, paciente encontrava-
se agitado, confuso, extremamente emagrecido e após estabelecimento
do tratamento adequado evoluiu com melhora do quadro.
Tratada a síndrome de abstinência, foi proposto plano terapêutico
de reabilitação para o paciente com previsão de alta hospitalar em alguns
dias. Entretanto, dois dias após o paciente iniciar o processo de reabilitação,
começou a apresentar dispneia importante, confusão mental, mialgias,
fraqueza e urina avermelhada.
Ao exame físico:
Ruim estado geral, consciente, desorientado em tempo e espaço, hipocorado
++/4, presença de edema simétrico ++/4 em MMII, extremamente emagrecido,
IMC 15,3;
73
Respiratório: FR 23 IRPM, Sao2 93% em ar ambiente, Ausculta:
MV+ difusamente, com estertores crepitantes bibasais;
Tarefa 01:
Qual distúrbio é possível identificar pelo ECG?
Tarefa 02:
Cite a principal hipótese diagnóstica para o caso.
Tarefa 03:
Cite dois outros distúrbios eletrolíticos frequentemente presentes nessa
condição.
Orientações
ao Examinador:
Não interagia em nenhum momento;
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
74
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Identificou corretamente hipocalemia?
Tarefa 02
Citou síndrome de realimentação?
Tarefa 03
Citou hipofosfatemia?
Citou hipomagnesemia?
Debriefing
Em pacientes com estado nutricional comprometido, devemos sempre ficar
atentos com a possibilidade do surgimento da síndrome realimentação
após introdução de suporte nutricional. O principal distúrbio eletrolítico
dessa síndrome é a hipofosfatemia, entretanto, outros distúrbios
também podem ocorrer tais como hipocalemia e hipomagnesemia.
Fiquem atentos com essa síndrome pois ela pode vir aparecer em provas!
75
Semiologia do
Aparelho Respiratório
Tema: Semiologia do Aparelho Respiratório
Caiu em: UNIFESP 2017
Início da Estação
Caso clínico:
Você é o médico da UBS e chega o paciente Jorge Inácio, 19 anos, com
uma queixa de dispneia há 1 ano apresenta momentos de melhora e de
piora mas que há 2 semanas vem limitando bastante sua qualidade de vida.
Nega febre, refere tosses secas esporádicas e não percebeu alteração no seu
peso nesse período.
Tarefa 01 (única):
Realize o exame físico do aparelho respiratório do paciente.
76
Orientações
ao Ator (se presente):
Obedecia aos comandos do candidato durante a realização
do exame físico.
Orientações
ao Examinador:
Não interagia em nenhum momento da estação.
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função) de maneira cordial?
77
Realizou inspeção estática do tórax da parede anterior,
parede posterior e parede lateral de ambos hemitórax
e descreveu corretamente que o tórax era atípico, não
apresentava lesões de pele e não apresentava cicatrizes?
Realizou inspeção dinâmica e descreveu frequência
respiratória e ausência de uso de musculatura acessória?
Durante a palpação avaliou frêmito tóraco-vocal na parede
anterior, posterior e lateral de ambos hemitórax?
Durante a palpação avaliou expansibilidade pulmonar
na parede anterior, posterior e lateral de ambos hemitórax?
Realizou percussão na parede anterior, posterior e lateral
de ambos hemitórax?
Debriefing
Semiologia é tema que frequentemente é cobrado em provas práticas!
O segredo aqui é seguir o passo-a-passo e não esquecer daqueles itens
essenciais na preparação do exame, tais como, higienizar as mãos, pedir
consentimento do paciente, solicitar que o paciente retire a blusa.
Na hora do nervosismo da prova, frequentemente esquecemos desses pontos
e podemos perder pontos preciosos na hora da prova. Treinem exame físico
repetidamente!
78
Anemia
Falciforme
Tema: Anemia Falciforme
Caiu em: USP-RP 2016
Início da Estação
Caso clínico:
Marisa, 19 anos, chega a UBS para ser atendida bastante ansiosa e diz
apresentar um quadro de anemia. Além disso, diz estar muito preocupada
pois segundo ela, sua mãe e seus dois irmãos morreram devido essa anemia.
Por conta da preocupação, a paciente realizou alguns exames por conta
própria e trouxe para que você avaliasse:
Tarefa 01 (única):
Esclareça as dúvidas da paciente
79
Orientações
ao Examinador:
Não interagia na estação.
Orientações
à Atriz:
• A estação era uma espécie bate papo e a paciente ia perguntando
ativamente as dúvidas que possuía e o candidato deveria responder.
• A atriz perguntava qual nome dessa anemia que ela pode ter
e que “acabou” com a família dela;
• A atriz questionava o por que toda a família possuía a doença;
• A atriz perguntava se com os exames que ela fez já era confirmado
o diagnóstico de anemia falciforme;
• Após o candidato falar que não estava confirmado o diagnóstico,
ela questionava qual exame ainda faltava para ter a confirmação;
• A atriz questionava se tinha algum tratamento para a doença;
• A atriz perguntava o motivo pelo qual a doença causava complicações
e quais complicações eram essas;
• Após o candidato falar sobre crises dolorosas, a atriz dizia que
já apresentou tal complicação diversas vezes;
• A atriz dizia no fim da estação que seu sonho era ser mãe, mas que tinha
medo de ter um filho e ele também ter a doença, então ela perguntava
se caso ela engravidasse se o filho dela também terá a doença;
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
80
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função) de maneira cordial?
Explicou a paciente que a doença se chama
anemia falciforme?
Explicou com linguagem acessível que a anemia
falciforme é uma doença genética e que para que ocorra
é necessário que a pessoa herde do pai e da mãe dois genes
da hemoglobina alterados?
Explicou a paciente que ainda não podia confirmar
o diagnóstico de anemia falciforme?
Explicou que o diagnóstico definitivo pode ser dado pela
eletroforese de hemoglobinas?
Explicou que o tratamento é baseado em transfusões
sanguíneas e uso de hidroxiureia em alguns casos?
Mencionou que a paciente deveria ser vacinada com vacina
contra pneumococo?
Explicou com linguagem clara e acessível que
as hemácias polimerizam causando obstrução de vasos
e consequentemente disfunção orgânica?
Explicou com linguagem clara e acessível que a paciente
poderia ter crises dolorosas devido vaso-oclusão?
Explicou que a paciente poderia ter crises anêmicas?
81
Orientou que a paciente pode realizar aconselhamento
genético e que este poderá ajudá-la na tomada de decisões?
Debriefing
Estação de anemia falciforme que sem dúvidas é uma das anemias mais
cobradas em provas de residência. Esta estação abordou um modelo que
vem caindo frequentemente nas principais instituições que é uma espécie
de fornecimento de orientações ao paciente. Aqui, o importante é saber
transmitir as principais informações ao paciente mas de forma CLARA
e ACESSÍVEL, pois isso certamente pontuará no checklist.
82
BLS
Tema: BLS
Caiu em: UNIFESP 2019
Início da Estação
Caso clínico:
Aproveitando a rara folga que tem em seu R1, você decide ao shopping
da sua cidade fazer algumas compras. Ao sair de uma loja, você percebe
que um idoso acaba de sofrer uma queda, ficando caído sobre o chão
e logo em seguida uma aglomeração é formada ao redor do indivíduo.
Você como médico, decide imediatamente verificar o que ocorreu com
o senhor.
Tarefa 01 (única):
Realize o atendimento do indivíduo.
Orientações
ao Examinador:
• Informava que a cena era segura
• Informava que o paciente não apresentava responsividade;
83
• Informava que um segurança do shopping foi buscar o DEA;
• Informava que o paciente não apresentava movimentos respiratórios
e pulso;
• Informava que um segurança tinha acabado de trazer o ambu mas ainda
não havia chegado o DEA;
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa única
Verificou a segurança do local?
Avaliou responsividade da vítima chamando-a
e tocando-a nos ombros?
Chamou por ajuda?
Solicitou um DEA?
84
Realizou compressões formando um ângulo de 90°
em relação ao plano horizontal com a região hipotenar
da mão sobre a metade inferior do esterno?
Comprimiu com profundidade de 5-6 cm e permitiu
retorno completo do tórax após cada compressão?
Realizou ventilação com dispositivo bolsa-válvula-
máscara com técnica “C” e “E” e realizou elevação do
mento/inclinação da cabeça para abertura da via aérea?
Checou o pulso após 5 ciclos de 30 compressões
e 2 ventilações?
Debriefing
Estações de protocolo bem definido, como o BLS é estação para ganhar
pontos na prova de residência! Aqui o segredo é a repetição, ou seja,
treinar bastante para que o nervosismo não te faça esquecer nenhum ponto
do protocolo (saiba que o nervosismo deixará uma estação “fácil” como está
no mínimo com uma dificuldade moderada).
85
Síndrome de
Guillain-Barré
Início da Estação
Caso clínico:
Adriano, 30 anos de idade, vem a UPA que você de plantão
no pronto-atendimento de clínica médica com um quadro de perda
progressiva da força muscular há 1 semana. Refere que o quadro se iniciou
com perda de força na porção distal de ambos os membros inferiores
e foi progressivamente ascendendo para a região proximal.
Além disso, há 3 dias, também vem sentindo fraqueza muscular na porção
distal dos membros superiores e hoje refere leve dificuldade para respirar.
O paciente nega comorbidades prévias, exceto por ter apresentando
há 15 dias episódio de diarreia autolimitado.
Tarefa 01:
Cite a principal hipótese diagnóstica para o caso.
Tarefa 02:
Solicite um exame complementar para o caso.
86
Tarefa 03:
Descreva a alteração esperada no exame que você solicitou para reforçar
sua hipótese diagnóstica.
Tarefa 04:
Cite a conduta para o quadro do paciente.
Tarefa 05:
Cite o agente que provavelmente pode estar associado com desenvolvimento
dessa condição pelo paciente.
Orientações
ao Examinador:
Não interagia na estação.
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Citou Síndrome de Guillain-Barré como a principal
hipótese para o caso?
Tarefa 02
Solicitou análise do líquor?
87
Tarefa 03
Descreveu dissociação proteíno-citológica?
Tarefa 04
Indicou internação hospitalar para o paciente?
Tarefa 05
Citou Campylobacter jejuni?
Debriefing
Síndrome de Guillain-Barré é uma das paralisias flácidas agudas mais
cobradas em provas de residência médica. Geralmente alguns conceitos
clássicos são cobrados em prova teórica e aqui não foi diferente.
É uma condição que costuma causar fraqueza muscular simétrica
e progressiva. A alteração laboratorial classicamente descrita é a dissociação
proteíno-citológica no líquor. Em condições em como esta, que o paciente
pode estar com acometimento da ventilação, o ideal é que o paciente
seja internado em ambiente de UTI. Além disso, não podemos esquecer
da associação clássica da doença com a bactéria Campylobacter jejuni.
88
Intoxicação
Cumarínica
Início da Estação
Caso clínico:
Marilene, 27 anos, vem a UBS com queixa de sangramento em gengivas.
Está muito aflita e ao saber da história de sangramento, a enfermeira
da UBS pede para que você atenda a paciente.
Tarefa 01:
Realize a anamnese da paciente.
Orientações
à Atriz:
• Afirmava que há 3 dias vinha apresentando sangramento nas gengivas
espontaneamente;
89
• Negava epistaxe;
• Negava hematúria;
• Negava sintomas de sangramento do trato gastrointestinal;
• Negava febre, negava outros sintomas se questionada;
• Referia que tinha lesão em válvula cardíaca devido febre reumática
e que isso causou uma arritmia que não lembra o nome;
• Usava o medicamento varfarina há 2 anos;
• Dizia que o último controle de INR havia sido há 6 meses
e que não pode ir a última consulta com seu médico cardiologista;
• Referia ter usado bactrim por 5 dias há 1 semana;
• Negava uso de outras medicações de uso contínuo;
• Negava alergias a medicamentos;
Orientações
ao Examinador:
Após realizar a anamnese, entregava uma folha contendo o seguinte exame
físico ao candidato:
Exame físico:
• Geral: BEG, COTE, anictérica, acianótica e afebril;
• Cardiovascular: PA: 120x85 mmHg, FC 85 BPM, ausência
de hipotensão postural, Ausculta: BCNF, com ritmo regular em
2 tempos, sem sopros.
• Abdome: flácido, RHA+, indolor a palpação profunda e superficial,
ausência de tumorações e visceromegalias palpáveis.
• Neuro: Glasgow 15, pupilas isofotorreagentes, ausência de déficits focais
ao exame.
• Oroscopia: ausência de sangramento visível, ausência de outras lesões
em cavidade oral.
90
Tarefa 02:
Solicite 2 exames complementares para o caso.
Exames disponibilizados:
• Hb 15,0 HT 42 % Leucócitos 5600 Plaquetas 245000
• INR 6,2
Tarefa 03:
Dê o diagnóstico e as condutas para o caso.
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função) de maneira cordial?
Questionou há quantos dias a paciente vinha apresentando
gengivorragia?
Questionou sobre epistaxe?
Questionou comorbidades?
91
Questionou medicamentos de uso contínuo?
Questionou quando foi sua última consulta para ajuste
de INR?
Questionou o uso de alguma medicação nova recentemente?
Tarefa 02
Solicitou hemograma?
Tarefa 03
Deu hipótese diagnóstica de intoxicação cumarínica?
Debriefing
Intoxicação cumarínica é um evento não incomum em paciente em uso
de varfarina. Em situações como essa, deve-se buscar identificar
sangramentos graves que podem colocar a vida do individuo em risco e buscar
identificar o motivo pelo qual o paciente apresentou desajuste no INR.
O tratamento baseia-se na suspensão temporária do medicamento
e dependendo da gravidade do sangramento e valor de INR pode ser
necessária o uso de vitamina K, plasma fresco congelado e até mesmo
complexo protrombínico. Aproveitem e treinem essa interessante estação!
92
Diabetes Mellitus
Início da Estação
Caso clínico:
Alfredo, 56 anos, vem a UBS em consulta de retorno após você ter
solicitado alguns exames na consulta anterior. Possui diabetes mellitus tipo
2 diagnosticado há 5 anos mas vem apresentando dificuldade com o controle
glicêmico apesar de afirmar que mudou substancialmente seu estilo de vida
após orientações dada por você. Atualmente está em uso de metformina
850 mg 3x ao dia e glicazida 120 mg 1x ao dia e traz os seguintes exames
realizados:
Tarefa 01 (única):
Dê a conduta farmacológica para o caso e realize as orientações necessárias
ao paciente sobre a mesma.
93
Orientações
ao Ator:
Não questionava as condutas e mostrava-se atento às informações dadas
pelo candidato.
Orientações
ao Examinador:
Não interagia na estação.
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se adequadamente ( nome e função)?
94
Orientou que a insulina deve ser armazenada em geladeira,
entre 2 - 8 °C na gaveta de legumes ou na prateleira mais
próxima desta e que deve evitar colocar a insulina na porta
da geladeira?
Orientou que o paciente pode realizar a aplicação na região
posterior dos braços, região lateral externa das nádegas,
região anterior e lateral externa das coxas e região lateral
do abdome?
Mencionou a importância de realizar rodízio entre
os locais de aplicação para prevenir lipodistrofia?
Orientou que deve-se lavar as mãos antes de iniciar
a aplicação da insulina?
Orientou que deve limpar o local de aplicação com água
e sabão ou com álcool 70% e esperar secar?
Orientou que deve rolar o frasco de insulina NPH levemente
por várias vezes até que o líquido fique homogêneo?
Orientou que deve aspirar do frasco a quantidade
de insulina NPH prescrita?
Orientou que deve ser realizada a prega subcutânea
e introduzir a agulha em movimento firme, rápido e leve?
Orientou que após a injeção da insulina é necessário retirar
a agulha com movimento único não devendo massagear o
local e nem colocar bolsa de água quente?
95
Debriefing
Diabetes mellitus é tema com presença garantida em provas de residência
médica! Entretanto, devemos nos atentar pois alguns detalhes podem não
estar bem sedimentados na nossa cabeça e podem custar pontos valiosos
na sua prova. Além de saber indicar insulinoterapia, como foi cobrado
nesta estação, devemos também saber orientar adequadamente
os pacientes, sendo este um fator crucial para sucesso na terapia.
Aproveitem esse checklist e treinem exaustivamente!!
96
Mieloma Múltiplo
Início da Estação
Caso clínico:
João Francisco, 76 anos, aposentado, trabalhou a maior parte da sua vida
como auxiliar de escritório, vem à consulta no ambulatório de clínica
médica do Hospital Universitário da sua faculdade devido ter percebido
estar mais cansado do que o habitual e com fadiga há cerca de um ano
e há 3 meses vem apresentando uma dor lombar de intensidade moderada
sem fatores de piora e que melhora parcialmente com analgésicos
simples. O paciente trouxe ainda alguns exames laboratoriais (vide
abaixo) solicitados pelo médico na UBS mas não chegou a mostrar para o
mesmo os resultados devido seu retorno ser somente daqui há 2 semanas.
Possui como antecedentes prévios hipertensão arterial sistêmica em uso
de anlodipino e dislipidemia em uso de atorvastatina.
Ao exame físico:
• Paciente em regular estado geral, consciente e orientado em tempo
e espaço, hipocorado (2+/4), hidratado, afebril ao toque.
• Exames do aparelho cardiovascular e pulmonar sem alterações relevantes.
FC: 105 BPM, PA 125x78 mmHg, Sao2 98%, FR 19 IRPM.
97
• Abdome plano, RHA +, indolor a palpação profunda e superficial,
sem visceromegalias e tumorações palpáveis.
• Extremidades com enchimento capilar adequado, sem edemas
e sem empastamento de panturrilhas.
Exames laboratoriais:
• Hb 8,5 Ht 32,2 % VCM 85 CHCM 28 Leucócitos 5600 Plaquetas 165000
• Creatinina 2,2 Ureia 85
Tarefa 01:
Cite um distúrbio eletrolítico que pode ser encontrado no caso em questão
e que pode auxiliar como critério diagnóstico.
Tarefa 02:
Cite o achado encontrado no exame mostrado na foto.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Serum_protein_electrophoresis_paraprotein.png
Tarefa 03:
Cite 2 exames laboratoriais que podem ser solicitados para o paciente para
auxiliar na determinação do prognóstico e da sobrevida.
98
Orientações
ao Examinador:
Não interagia em nenhum momento na estação.
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Citou corretamente hipercalcemia?
Tarefa 02
Citou corretamente gamopatia monoclonal
em eletroforese de proteínas plasmáticas?
Tarefa 03
Citou adequadamente albumina?
Debriefing
Mieloma múltiplo é um tema importante dentro da hematologia
sendo essencial ter em mente alguns conceitos sobre essa doença.
O mieloma é caracterizado por apresentar plasmocitose medular ( maior ou
igual a 10 % de plasmócitos em biópsia de medula óssea), lesões em orgão-alvo
99
tais como anemia, insuficiência renal, hipercalcemia e lesões ósseas líticas
e por fim a presença de gamopatia monoclonal que pode ser evidenciada
tanto na eletroforese sérica de proteínas quanto na imunofixação urinária.
O estadiamento da doença é realizado por um escore relativamente simples,
o International Staging System (ISS), que utiliza apenas a albumina
e a beta2-microglobulina para estadiar os pacientes e que permite ainda
predizer a sobrevida. Aproveitem essa interessante e difícil estação para
arrasarem na prova!
100
Edema Agudo
de Pulmão
Início da Estação
Caso clínico:
Você está de plantão em uma UPA e é avisado pela enfermeira que está
na triagem que acabou de chegar o paciente José Raimundo, 47 anos, que
veio a UPA por estar apresentando há algumas horas importante “cansaço”
que vem piorando em intensidade. É hipertenso em uso irregular
de losartana e anlodipino. Sinais vitais obtidos na triagem: FC 105 BPM,
PA 245x156 mmHg, Sao2 88%.
Tarefa 01 (única):
Realize o atendimento inicial do paciente.
101
• B: Paciente taquipneico, FR: 25 IRPM, Sao2 87% em ar ambiente,
Ausculta pulmonar: MV + difusamente, presença de estertores crepitantes
até ápice em ambos hemitórax
• C: FC 108 BPM, taquicardia sinusal em monitor cardíaco, PA 247x155
mmHg, Ausculta cardíaca: bulhas cardíacas normofonéticas, presença
de B4, ausência de sopros audíveis.
• D: Glasgow 15, pupilas isocóricas e fotorreagentes, paciente ansioso,
Dextro 105
• E: sudoreico, presença de cianose em extremidades
Orientações
ao Ator:
Ficava deitado na maca e obedecia os comandos do candidato.
Orientações
ao Examinador:
Não interagia na estação exceto quando entregava os comandos
ao candidato.
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
102
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se adequadamente (nome e função)?
Debriefing
Edema agudo de pulmão é uma emergência médica que deve ser
prontamente reconhecida no contexto de atendimento em Pronto-Socorro!
O segredo para se dar bem em estações como esta é de seguir sempre um
“passo-a-passo”, portanto, paciente grave é igual a sala de emergência,
MOV e avaliação inicial (ABCDE). Após esses passos, devemos direcionar
nosso atendimento conforme a condição clínica apresentada pelo paciente.
103
Dermatomiosite
Tema: Dermatomiosite
Caiu em: Extra
Início da Estação
Caso clínico:
Cátia, 56 anos, vem à consulta em UBS após notar algumas alterações
em seu corpo e ter ficado bastante preocupada. Primeiramente notou
há alguns meses que vem apresenta uma certa dificuldade para realizar
algumas atividades, tais como pentear o cabelo, pois tem-se sentido muito
fraca. Além disso, notou o surgimento de algumas lesões em seu corpo
(ver fotos 1 e 2). Contudo, há 2 meses vem apresentando tosse seca
e importante dispnéia aos esforços que tem aumentado em intensidade,
estando atualmente presente aos pequenos esforços e isso o fez buscar
ajuda na UBS.
Foto 1
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Dermatomyositis10.jpg
104
Foto 2
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Dermatomyositis.jpg
Tarefa 01:
Cite a principal hipótese diagnóstica para o caso em questão.
Tarefa 02:
Cite o nome das lesões encontradas na figura 1 e 2, respectivamente.
Tarefa 03:
Cite a hipótese diagnóstica mais provável para a dispnéia da paciente.
Tarefa 04:
Considerando a hipótese diagnóstica mais provável para a dispneia
da paciente, cite um marcador laboratorial que pode estar presente
no contexto clínico da paciente.
Tarefa 05:
Considerando a principal hipótese diagnóstica e que terapêutica adequada
será dispensada para paciente, qual preocupação adicional devemos ter
com a paciente Cátia?
105
Orientações
ao Examinador:
Não interagia na estação.
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Citou corretamente a hipótese de dermatomiosite?
Tarefa 02
Citou corretamente a presença de heliótropo na figura 1?
Citou corretamente a presença de pápulas de Gottron
na figura 2?
Tarefa 03
Citou doença pulmonar intersticial como a hipótese mais
provável para a dispnéia da paciente?
Tarefa 04
Citou a presença do autoanticorpo anti-Jo-1?
Tarefa 05
Citou como preocupação adicional a presença
de neoplasias malignas?
106
Debriefing
Dermatomiosite é uma miopatia inflamatória que com certa frequência
aparece em provas. É uma condição que apresenta uma diversidade
de manifestações clínicas o que não é incomum quando estamos diante
de uma doença reumatológica. Entretanto, dois sinais devem nos fazer
suspeitar imediatamente desta condição: heliótropo e pápulas de Gottron.
Além disso, uma preocupação adicional que devemos ter com esses pacientes
é com a presença de neoplasias malignas associadas pois estima-se que
esses pacientes apresentam frequência 2-3 vezes maior de neoplasias em
comparação com a população geral! Portanto, não percam tempo e treinem
bastante essa estação!
107
Hipertireoidismo
(Tireoidite)
Tema: Hipertireoidismo (Tireoidite)
Caiu em: USP-SP 2017
Início da Estação
Caso clínico:
Jonas, 28 anos, vem a UBS onde você trabalha como médico generalista,
por estar sentindo há 1 semana palpitações, tremores e também incômodo
com o calor da sua casa que antes não o incomodava.
Tarefa 01:
Realize o atendimento inicial do paciente.
Orientações
ao Ator (se presente):
Ao ser questionado, o ator respondia:
• Negava história prévia de palpitações;
• Não sabia referir se perdeu peso, mas acreditava que estava comendo
mais que o habitual;
108
• Seu hábito intestinal estava alterando, pois estava indo mais vezes ao
banheiro;
• Se questionado por infecções recentes, o paciente dizia que
há 2 semanas teve um resfriado;
• Vinha também apresentando muita dor no pescoço que achava
que era devido o resfriado que teve recentemente;
• Negava febre, negava outras queixas;
• Negava alergias a medicamentos e negava comorbidades;
Exame físico:
• Geral: Bom estado geral, consciente e orientado em tempo
e espaço, hidratado, normocorado, acianótico, anictérico.
• Respiratório: Eupneico em ar ambiente, Sao2 98%, FR 17 IRPM, Ausculta:
MV + difusamente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: FC 108 BPM, PA 145x60 mmHg, Ausculta:
BCNF, RR 2T, SS.
• Abdome: plano, RHA + aumentados, indolor a palpação superficial e
profunda, sem tumorações e/ou visceromegalias palpáveis;
• Neurológico: Glasgow 15, pupilas isocóricas e fotorreagentes;
• Pele e fâneros: pele quente e úmida;
• Exame da tireóide: tireóide levemente aumentada difusamente, muito
dolorosa a palpação, ausência de nódulos palpáveis;
Orientações
ao Examinador:
Não interagia na estação
Tarefa 02:
Cite 3 exames laboratoriais para o caso em questão.
109
Caso o candidato solicitasse os seguintes exames, os mesmos eram entregues:
• TSH: 0,02 T4L 3,5 VHS 75
Tarefa 03:
Cite a hipótese diagnóstica mais provável.
Tarefa 04:
Dê a conduta pertinente para o caso.
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se adequadamente (nome e função)?
Questionou se o paciente já havia apresentando episódios
prévios de palpitação?
Questionou se o paciente havia perdido peso?
110
Questionou a presença de febre?
Tarefa 02
Solicitou TSH?
Solicitou T4 livre?
Solicitou VHS?
Tarefa 03
Mencionou como hipótese Tireoidite de Quervain
ou tireoidite subaguda dolorosa ou tireoidite subaguda
granulomatosa?
Tarefa 04
Indicou tratamento com AINES?
Agendou retorno precoce para avaliar resposta
ao tratamento?
Perguntou se o paciente possuía dúvidas?
111
Debriefing
Tema quente em provas de residência: tireoidites! A estação acima
cobrou uma tireoidite classicamente cobrada: Tireoidite de Quervain.
Frequentemente os pacientes com essa condição apresentam sinais
e sintomas de tireotoxicose mas um dado que ajuda no diagnóstico é a presença
de infecção viral recente. O tratamento é composto basicamente por AINES
e naqueles que não apresentam resposta pode ser iniciado corticóides,
daí a importância de se avaliar a resposta do paciente ao tratamento.
Aproveitem essa interessante estação pois você pode se deparar com algo
parecido em sua prova!
112
Complicações com
Uso de Insulina
Tema: Complicações com Uso de Insulina
Caiu em: Extra
Início da Estação
Caso clínico:
Maria Joana, 49 anos, portadora de diabetes mellitus tipo 2 há 3 anos,
hipertensa e dislipidêmica, vem a consulta por ter notado “caroço na barriga”
há cerca de 1 ano. Está em uso de insulina NPH 14 UI antes do almoço, 16
UI antes do almoço e 16 UI ao deitar, além de insulina regular 6 UI antes
do café, 4 UI antes do almoço e 4 UI antes do jantar, anlodipino 5 mg 1xd e
losartana 50 mg 12/12h e atorvastatina 40 mg 1x a noite. Vem apresentando
difícil controle glicêmico nos últimos meses conforme observado em
controles de glicemia realizados pela paciente em casa.
Ao exame físico:
• Geral: Bom estado geral, consciente e orientada em tempo e espaço,
hidratada, normocorada, acianótica, anictérica.
• Respiratório: Eupneico em ar ambiente, Sao2 97%, FR 16 IRPM, Ausculta:
MV + difusamente, sem ruídos adventícios.
113
• Cardiovascular: FC 75 BPM, PA 115x81 mmHg, Ausculta: BCNF,
RR 2T, SS.
• Abdome: globoso, presença de nodulação visível em flanco esquerdo,
RHA + aumentados, indolor a palpação superficial e profunda, presença
de 2 nódulos em flanco esquerdo, com cerca de 2 cm cada, consistência
endurecida, indolores a palpação, presentes em topografia de tecido
subcutâneo.
• Neurológico: Glasgow 15, pupilas isocóricas e fotorreagentes;
Tarefa 01:
Cite a hipótese mais provável para a queixa apresentada pela paciente.
Tarefa 02:
Cite a causa mais provável para a queixa apresentada pela paciente.
Tarefa 03:
Cite uma complicação que pode estar associada com queixa apresentada
pela paciente.
Orientações
ao Examinador:
Não interagia na estação.
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
114
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Citou como hipótese mais provável lipodistrofia
ou lipo-hipertrofia?
Tarefa 02
Citou como causa mais provável uso incorreto de insulina
e/ou ausência de rodízio adequado entre os locais
de aplicação das insulinas?
Tarefa 03
Citou como complicação absorção imprevisível
das insulinas?
Citou como complicação possível descontrole glicêmico
podendo ocasionar hiperglicemias e/ou hipoglicemias?
Debriefing
A lipodistrofia é uma alteração no tecido subcutâneo, sendo suas principais
complicações a lipoatrofia e a lipo-hipertrofia, esta última a forma mais
comum. Na lipo-hipertrofia ocorre acúmulo de gordura nos locais em
que mais se aplica insulina SC, formando nódulos endurecidos sob a pele.
Uma das formas de prevenir esta complicação é orientando o paciente
a realizar rodízio entre os locais de aplicação de insulina.
Fique atento pois esse tema apesar de ter sido pouco cobrado em provas de
residência pode vir a aparecer e se aparecer você ganhará pontos preciosos!
115
Asma
Tema: Asma
Caiu em: UNICAMP 2020; SMCSP 2016; UNIFESP 2015
Início da Estação
Caso clínico:
Armando, 25 anos, vem a consulta no ambulatório de clínica médica
por estar apresentando episódios de dispnéia associado a tosse.
Além disso, notou que os sintomas apresentam momentos de piora
e de melhora.
Tarefa 01:
Realize o atendimento inicial do paciente.
Orientações
ao Ator (se presente):
Ao ser questionado, o ator respondia:
• Os sintomas haviam iniciados há cerca de 1 ano;
• Apresentava sintomas quase todos os dias da semana;
• Negava despertares noturnos;
116
• Não utilizava medicação de resgate;
• Apresentava dificuldade para ajudar o pai que é mecânico devido
a falta de ar piorar nesses momentos;
• Negava história de alergias prévias;
• Pai teve bronquite na infância;
• Nega comorbidades e medicações de uso contínuo;
• Negava alergia a medicamentos;
Orientações
ao Examinador:
Não interagia na estação;
Tarefa 02:
Solicite apenas UM exame complementar para o paciente.
Tarefa 03:
Cite a hipótese diagnóstica mais provável.
117
Tarefa 04:
Dê a conduta para o caso.
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se adequadamente (nome e função)?
Questionou comorbidades?
118
Tarefa 02
Solicitou espirometria?
Tarefa 03
Realizou diagnóstico de asma parcialmente controlada?
Tarefa 04
Orientou sobre medidas de controle ambiental?
Orientou que paciente terá que utilizar corticóide
inalatóriao em baixa dose associado com formoterol
(esquema budesonida+formoterol) de manutenção?
Orientou que paciente terá que utilizar corticóide
inalatório em baixa dose associado com formoterol
(esquema budesonida+formoterol) de resgate?
Orientou o paciente a utilizar o dispositivo retirando
a tampa?
Ensinou a agitar o dispositivo inalatório antes de utilizar?
119
Debriefing
Um tema que você precisa dominar para sua prova de residência: ASMA!!!!
A estação acima abordou como deve ser o atendimento de um paciente
com asma inclusive já cobrando do candidato as atualizações mais recentes
no tratamento da asma que é a introdução do esquema “budform” como
terapia de resgate na asma! Além de saber das atualizações não podemos
vacilar naquilo que é essencial: orientar adequadamente o paciente a utilizar
dispositivo inalatório! Aproveitem e treinem exaustivamente esta estação!!
120
Doença de Wilson
Início da Estação
Caso clínico:
João Fernando, 21 anos, é trazido por sua mãe para consulta no ambulatório
de clínica médica que você atende. A mãe do paciente refere que o mesmo
vem apresentando há cerca de 1 ano comportamento estranho, referindo
estar sendo perseguido algumas vezes sendo que o paciente não tem motivo
para ser perseguido. Além disso, há 5 meses notou que o filho vem fazendo
movimentos estranhos com ambos os braços.
Ao exame físico:
• Geral: Bom estado geral, consciente e orientado em tempo e espaço,
hidratado, normocorado, acianótico, anictérico.
• Respiratório: Eupneico em ar ambiente, Sao2 98%, FR 17 IRPM, Ausculta:
MV + difusamente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: FC 78 BPM, PA 115x72 mmHg, Ausculta: BCNF,
RR 2T, SS.
• Abdome: plano, RHA + aumentados, indolor a palpação superficial
e profunda, sem tumorações e/ou visceromegalias palpáveis;
121
• Neurológico: Glasgow 15, pupilas isocóricas e fotorreagentes, presença
de movimentos distônicos em ambos MMSS;
• No exame físico é possível ainda visualizar a ectoscopia:
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Kayser-Fleischer_ringArrow.jpg
Tarefa 01:
Cite o nome do achado visualizado ao exame físico (seta).
Tarefa 02:
Cite a hipótese diagnóstica mais provável para o caso.
Tarefa 03:
Cite 2 exames laboratoriais que podem ajudar no diagnóstico.
Tarefa 04:
Cite o exame padrão-ouro para confirmar o diagnóstico.
122
Orientações
ao Examinador:
Não interagia na estação;
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Citou corretamente anel de Kayser-Fleischer?
Tarefa 02
Citou como hipótese Doença de Wilson?
Tarefa 03
Citou dosagem de ceruloplasmina?
Tarefa 04
Citou biópsia hepática?
123
Debriefing
Estação difícil heim? Aproveitem a estação acima para revisar e/ou
aprender um pouco mais sobre doença que vez ou outra aparece em provas.
A Doença de Wilson é uma doença caracterizada pelo acúmulo de cobre no
organismo o que se deposita nos tecidos. Esta doença pode-se manifestar
mais tardiamente, em adultos jovens, e estes paciente podem apresentar
sintomas neuropsiquiátricos (distúrbios do humor, psicose, tremores,
distonia, espasmos etc) que quando presente SEMPRE estão acompanhados
pelos anéis de Kayser-Fleischer. A dosagem de ceruloplasmina nesses
pacientes pode estar caracteristicamente reduzida, mas o método
padrão-ouro para diagnóstico é a biópsia hepática.
124
Sarcoidose
Tema: Sarcoidose
Caiu em: Extra
Início da Estação
Caso clínico:
Raquel, 34 anos, vem a consulta no ambulatório de clínica médica para
investigação diagnóstica. Há cerca de 1 ano vem apresentando nefrolitíases
de repetição, necessitando de abordagem cirúrgica duas vezes no último
ano. Além disso, há cerca de 3 meses também vem apresentando dispnéia
ao subir escadas e tosse seca. Traz alguns exames já realizados pelo médico
da UBS conforme pode ser observado abaixo:
• Hb 11,5 HT 32% VCM 85 HCM 29 Leuco 9100 Plaquetas 275000
• Sódio 142 Potássio 4,3 Cálcio total 12,5 (VR 8,5-10,2)
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Hilar_Adenopathy_from_Sarcoidosis.jpg
125
Tarefa 01:
Cite a hipótese diagnóstica mais provável para o caso.
Tarefa 02:
Explique sucintamente o motivo pelo qual a paciente pode estar
apresentando nefrolitíases de repetição.
Tarefa 03:
Considerando que a biópsia pode confirmar a hipótese diagnóstica do caso,
cite o achado na biópsia que pode confirmar a hipótese mais provável.
Orientações
ao Examinador:
Não interagia na estação
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Citou como hipótese diagnóstica sarcoidose?
126
Tarefa 02
Explicou que os granulomas não caseosos produzem
vitamina D ativa provocando hipercalcemia que pode
causar nefrolitíase?
Tarefa 03
Citou granuloma não caseoso?
Debriefing
A sarcoidose é uma doença inflamatória caracterizada pela formação
de granulomas não caseosos nos diversos tecidos do corpo cuja etiologia
é ainda desconhecida. Apesar de poder afetar diversos órgãos do corpo,
algumas manifestações da doença são características, dentre elas
o acometimento pulmonar caracterizado por uma pneumopatia intersticial,
que pode gerar dispnéia e tosse no paciente, conforme encontrado
na paciente da estação. Uma outra característica marcante da doença
é o acometimento de linfonodos que caracteristicamente se manifesta
como uma adenopatia hilar intratorácica bilateral e simétrica.
Outra característica da doença é a produção de vitamina D ativa pelos
granulomas que podem gerar hipercalemia e consequentemente nefrolitíases
de repetição. Portanto, fiquem atentos para este quadro clínico pois
ele pode aparecer nas provas!!!
127
Câncer
de Pulmão
Tema: Câncer de Pulmão
Caiu em: Extra
Início da Estação
Caso clínico:
João Alfredo, 62 anos, vem em consulta de retorno na UBS para investigação
de quadro de astenia e anorexia, além de tosse às vezes com hemoptóicos
que se iniciaram há 5 meses. É tabagista, fuma atualmente 25 cigarros/
dia, hipertenso em uso de losartana e anlodipino, dislipidêmico em
uso de atorvastatina e diabético em uso atual somente de metformina.
Devido os sintomas do paciente, seu colega médico da UBS solicitou
na última consulta uma TC de tórax para João Alfredo que trouxe
hoje consigo para que você pudesse avaliar. Antes de avaliar a imagem
você notou no paciente um achado que lhe chamou a atenção (foto 1).
Após este fato, você enfim avaliou a imagem da TC do paciente (figura 2).
128
Foto 1
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Clubbing_fingers_1.jpg
Foto 2
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Adenocarcinoma_-_CT_scan_(5499628365).jpg
Tarefa 01:
Cite o nome da condição mais provável representado na foto 1.
Tarefa 02:
Cite o subtipo de neoplasia mais comumente associado com o achado
da figura 1.
129
Tarefa 03:
Cite o sítio de metástase mais comum para a provável neoplasia do paciente.
Orientações
ao Examinador:
Não interagia na estação.
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Citou como condição mais provável osteoartropatia
pulmonar hipertrófica?
Tarefa 02
Citou como subtipo mais provável adenocarcinoma
pulmonar?
Tarefa 03
Citou como sítio mais comum de metástase a adrenal?
130
Debriefing
A estação acima abordou um tema muito importante para as provas
de residência médica: câncer de pulmão!!! Alguns achados no câncer
de pulmão são clássicos de ser cobrado e você não pode vacilar em questões
como esta. Um dos achados clássicos do câncer de pulmão é a osteoartropatia
pulmonar hipertrófica que se manifesta clinicamente como baqueteamento
digital e está mais frequentemente associado com o adenocarcinoma, embora
não seja específico deste subtipo histológico. Outro dado que é necessário
gravar são os locais mais comuns de metástases do câncer pulmonar que
por ordem decrescente de frequência são: adrenal, fígado, osso e cérebro.
Aproveitem a estação para revisar o tema e arrasem!
131
Hipertensão Secundária
- Hiperaldosteronismo
Primário
Início da Estação
Caso clínico:
Você é o novo médico da UBS e chega para atendimento o paciente
José, 35 anos, negro. Ele já acompanha na unidade há alguns anos, vindo
frequentemente fazer o controle pressórico. Na última consulta apresentava
queixa de tontura, fraqueza muscular e câimbras, tendo sido solicitados
alguns exames laboratoriais, que José trouxe hoje para você continuar
seu seguimento.
Tarefa 01:
Realize o atendimento do paciente.
132
Tarefa 02:
O paciente te entrega os exames solicitados pelo colega.
Diante dos resultados você formula um diagnóstico sindrômico. Qual?
Tarefa 03:
Qual exame de imagem é relevante para o diagnóstico etiológico?
Orientações
ao Ator:
Ao ser questionado, o ator respondia:
• Refere ser hipertenso há 15 anos, tendo iniciado o tratamento há
4 anos, após episódio de AVEh, acompanhando na UBS desde então
• Faz uso correto das medicações prescritas (Carvedilol 50mg/dia,
Anlodipino 20mg/dia, Hidralazina 200mg/dia, Captopril 150mg/dia),
porém com difícil controle. Nega alergia medicamentosa.
• Tabagista e etilista desde os 18 anos
• História familiar de HAS precoce
• Refere procurar ocasionalmente o PS ou a UBS devido elevação
da PA
• No momento nega cefaléia, dor torácica, dispneia, náusea, vômito.
Mantém a fraqueza e cãibras, com alguns episódios de parestesia
133
Orientações
ao Examinador:
1. Entregava o exame físico conforme solicitação do candidato.
• geral - sem alterações relevantes
• Sinais vitais - PA 180x100 mmHg, FC 96 bpm, afebril, eupneico.
• (relata PA 180X100 em ambos os membros superiores se questionado).
• Cardiovascular - BRNF em 2T sem sopros, pulsos periféricos cheios,
rítmicos e simétricos
• Neurológico: sem alterações relevantes
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
134
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se adequadamente (nome e função)
Tarefa 02
Citou Hiperaldosteronismo primário
Tarefa 03
Solicitou TC de abdome com contraste
135
Citou Adenoma Adrenal
Debriefing
Galera, o paciente apresenta um quadro de hiperaldosteronismo primário,
que é a principal causa de hipertensão secundária. E porque pensamos
neste diagnóstico? Por se tratar de um paciente jovem, com diagnóstico
de Hipertensão aos 20 anos de idade, de difícil controle mesmo
com 4 classes de medicações.
136
Dor Lombar -
Mieloma Múltiplo
Início da Estação
Caso clínico:
Você está de plantão em uma UPA, quando chega uma paciente
60 anos de idade, sexo feminino, branca, natural de Jundiai, SP,
procura o Pronto Socorro referindo que há 06 meses se iniciou com
“canseira” e dor nas costas. Em serviços prévios fora prescrito AINES, sendo
posteriormente liberada para casa sem melhorados sintomas. Vem hoje
por persistência do quadro.
Tarefa 01:
Realize o atendimento inicial
Tarefa 02:
Solicito exames complementares iniciais
137
Tarefa 03:
Elabore uma hipótese diagnóstica e solicite exames para confirmá-la.
Orientações
ao Ator:
Quando questionada a respeito da dor a atriz deverá responder CONFORME
ESPECIFICAMENTE QUESTIONADO;
• Localização lombar;
• Início há 06 meses,
• Constante, contínua, progressiva, com restrição de mobilidade
• Pior aos esforços, melhor ao repouso
• Sem irradiação
• Nega trauma ou correlação laboral
• Nega febre
• Nega uso de drogas EV
• Nega uso de corticoide sistêmico
• Nega de perda de controle de esfíncteres
• Nega fraqueza muscular/atrofia associada
138
Orientações
ao Examinador:
Entregar o exame físico ao ser solicitado
• EXAME FÍSICO - SERÁ FORNECIDO EM CARTÃO
• Bom estado geral, emagrecido, descorado +++/4, hidratado, afebril,
eupneico.
• PA 130x80, FC 102 bpm, FR 14 iam, SatO2 96%,
• Sem gânglios palpáveis, tireóide não palpável, sem estase jugular.
• Ausculta pulmonar com murmúrio vesicular presente, sem ruído
adventício,
• Ausculta cardíaca com bulhas rítmicas, normofonéticas, em dois tempos,
com sopro sistólico panfocal ++/4+
• Apresenta abdome com com ruídos hidroaéreos, plano, flácido, indolor,
baço não percutível, ficado no rebordo costal direito.
• SEM dor a palpação da musculatura paravertebral, com relevante
dor a palpação da coluna lombar, nível l2-l3.
• Paciente Vigil, orientada, sem déficits sensitivos ou motores, sem sinais
meníngeos. Membros com boa perfusão periférica, pulsos simétricos,
sem edema.
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
139
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se adequadamente (nome e função)?
Lavou as mãos
Cumprimentou o paciente
Identificou paciente
140
Solicitou exame físico
Tarefa 02
Solicitou RX de coluna lombar
Solicitou Hemograma
Solicitou função renal e eletrólitos (pontuar se solicitar
cálcio)
Solicitou perfil de ferro
Tarefa 03
Sugeriu hipótese de Mieloma Múltiplo
Foi empático
Debriefing
A lombalgia é uma queixa muito frequente no pronto socorro, concordam?
Chama a atenção no caso a presença de sinais de alarme, nos levando
a pensar em uma etiologia maligna. Sendo assim, vale a pena a realização
de exames complementares a fim de destacar principais diagnósticos
diferenciais, tanto para queixa álgica como para síndrome anêmica.
Perante as lesões líticas em raio x, disfunção renal, hipercalcemia
e anemia, temos que pensar num quadro de mieloma múltiplo, que será
confirmado com mielograma e o típico pico monoclonal de base estreita
de gamaglobulina na eletroforese de proteínas.
141
SCA + Edema
Agudo de Pulmão
Início da Estação
Caso clínico:
Você está de plantão na sala de emergência e da entrada por meios próprios,
trazido pela filha, o seguinte paciente: Antônio, 72 anos, hipertenso,
diabético, ex-tabagista. A filha relata que o pai estava bem ontem, até que
hoje pela manhã evoluiu com importante falta de ar. Trouxe uma sacola
com as medicações de uso contínuo (Enalapril, Amlodipino, Metformina,
Salbutamol)
Tarefa 01:
Realize o atendimento do paciente na sala de emergência.
Tarefa 02:
Solicite exames complementares relevantes nesse momento.
142
Tarefa 03:
Comente sobre o eletrocardiograma e sua hipótese diagnóstica.
Tarefa 04:
Comente sobre as condutas necessárias.
Orientações
ao Ator:
Ao ser questionado, o ator respondia com dificuldade:
• A falta de ar se iniciou há cerca de 20 minutos, progressiva,
após início de dor no peito há cerca de 40 minutos
• A dor é precordial, irradiando para o pescoço, intensidade 9/10,
em aperto, associada também a sudorese, de início no repouso
e sem fatores de melhora
• Vinha apresentando episódios semelhantes de dor, porém bem menos
intensa, aos esforços moderados, com duração <20 minutos
• Nega IAM prévio
• Estava fazendo uso correto das medicações
Orientações
ao Examinador:
Entrega dados do exame físico quando solicitado adequadamente:
• Geral: corado, hidratado, anictérico, acianótico, afebril
• Neuro: consciente, contactuante
• ACV: BRNF em 2 tempos, com sopro sistólico no foco aórtico,
PA 100x60 nos 4 membros, FC 110 bpm, ausência de estase jugular
143
• AP: MV+ com estertores crepitantes até ápice, bilateralmente,
sem sibilos, FR 28 irpm, SatO2 90%
• Extremidades: sem edema, TEC 3s, quentes
Fonte: https://app.figure1.com/browse?image=5f579064abac4c9401b971c2&q=supra%20st
144
Laboratoriais - enfermagem informa que o resultado vai
demorar cerca de 2h.
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se adequadamente (nome e função)
145
Tarefa 02
Solicitou ECG
Solicitou RX tórax
Tarefa 03
Identificou supra de ST em parede anterior
Tarefa 04
Citou manter cabeceira elevada
Citou Nitroglicerina EV
Debriefing
Eai, você está na sala de emergência e recebe um paciente com desconforto
respiratório e ao exame físico chama atenção a presença de estertoração
até ápices. Temos que pensar em um edema agudo de pulmão, certo?
O paciente não está hipertenso e referiu algo importante - dor torácica.
Lembrem-se que SCA é uma das causas para esse tipo de descompensação.
Você pede o ECG e identifica um supra de ST. Isso aí, galera.
E agora, o que esse paciente precisa? Suporte com VNI, vasodilatação EV
e, claro, abordagem do IAM (idealmente angioplastia ou trombólise se não
for possível).
146
Cetoacidose
Diabética
Tema: Cetoacidose Diabética
Caiu em: SCMSP 2019
Início da Estação
Caso clínico:
Você está de plantão no pronto socorro de sua cidade quando chega
adolescente de 16 anos, sexo masculino, com queixa de vômitos intermitentes
com piora há 24 horas, alem de tontura e sonolência há dois dias.
No seu serviço há disponível aparelho de gasometria.
Tarefa 01:
Realize o atendimento inicial.
Tarefa 02:
Quais exames complementares relevantes para o quadro?
Tarefa 03:
Elabore sua(s) hipótese(s) diagnóstica(s) e explique para a acompanhante
do paciente.
147
Tarefa 04:
Faça a prescrição
Orientações
ao Ator:
Ator deverá estar sonolento, gemente, não deverá responder perguntas
ao candidato. A mãe do paciente quando questionada, relata que
o filho queixava-se de “dor de garganta” últimos dias.
Quando questionado a respeito, a mãe informa cada item conforme
respectiva pergunta
• paciente apresenta PERDA DE PESO mas não sabe quantificar
• aumento do APETITE, BEBE MUITA AGUDA e notou que
“VAI MUITO AO BANHEIRO”.
• desconhece história de diabetes
Orientações
ao Examinador:
Quando solicitado exame físico será fornecido CARTÃO:
• Regular estado geral, sonolento, orientado, desidratado (+++/4), eupneico.
• FC: 80 bpm; FR 12 ipm; Tax 36,5; PA 110X80 mmHg; SatO2 98% (em ar
ambiente).
• Olhos encovados; linfonodos palpáveis bilateralmente em cadeia
submandibular, orofaringe hiperemiada, aumento de tonsilas palatinas
com presença de exsudato purulento.
• Sonolento e orientado.
• Tórax sem alterações a inspeção. Murmúrio vesicular presente
sem ruídos adventícios, ritmo de kussmaul
148
• Ritmo cardíaco regular, em dois tempos, bulhas normofonéticas,
sem sopros, cliques ou estalidos.
• Abdome plano, RHA +, flácido e indolor, sem VMG palpáveis.
• Extremidades aquecidas, persuadidas, sem edemas.
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Se apresentou ao paciente e ao acompanhante
Lavou as mãos
Identificou gravidade do quadro e levou paciente
para sala de emergência
Solicitou monitorização
149
Conversou com a acompanhante para complementar
informações
Questionou sobre poliúria
Tarefa 02
Solicitou glicemia capilar
Solicitou eletrólitos
Solicitou hemograma
Tarefa 03
Deu o diagnóstico de cetoacidose diabética
150
Não iniciou insulinoterapia
Debriefing
Vamos lá, paciente jovem com sonolência, queixas gastrointestinais
e ritmo respiratório de kussmaul, a hipótese de cetoacidose diabética
(CAD) deve vir a mente, e um caso grave, certo? Sendo assim, devemos
conduzir paciente para sala de emergência onde estará monitorizado
e já com acesso venoso periférico.
151
DPOC Exacerbado
Tema: DPOC Exacerbado
Caiu em: USP-SP 2015; UNICAMP 2017; UFPR 2020
Início da Estação
Caso clínico:
Você, recém-formado, pegou o primeiro plantão no Pronto-socorro da sua
cidade. Chega um senhor de 60 anos, sabidamente tabagista, com queixa
de calafrios, indisposição, piora da tosse há 3 dias.
Tarefa 01:
Prossiga o atendimento do paciente
Tarefa 02:
Você solicitaria exames complementares para condução do caso? Quais?
Tarefa 03:
Interprete a gasometria solicitada (candidato recebe essa tarefa se solicitou
o exame na Tarefa 02)
Tarefa 04:
Explique ao paciente sua hipótese diagnóstica
152
Tarefa 05:
Como conduzir o paciente? Cite os cuidados e a prescrição
Orientações
ao Ator:
Ao ser questionado relata:
• Nega ter aferido febre, mas relata a sensação e calafrios
• Refere que normalmente apresenta um pigarro, mas apresenta
aumento da produção de escarro, com mudança de coloração
(está amarelo-esverdeado)
• Apresenta também dispnéia
• Nega dor torácica
• Refere fumar 1 maço e meio por dia há 45 anos
• Refere diagnóstico de DPOC há 2 anos, nega outras comorbidades
• Última descompensação havia sido há cerca de 8 meses,
sem necessidade de ficar internado
• Em uso de Formoterol 2x/dia e faz inalação com Berotec e Atrovent
quando tem piora dos sintomas, com melhora parcial nesses
últimos dias
• Refere alergia à Amoxicilina
Orientações
ao Examinador:
Fornece cartão com exame físico ao ser solicitado:
• Geral: regular estado geral, corado, hidratado, emagrecido, FC 90, FR
24, SatO2 85% em ar ambiente, PA 150X90, T 37,5°C
153
• AP: taquidispneico, MV diminuído difusamente com roncos e sibilos
difusos, com tiragem de fúrcula
• ACV: BRNF em 2 tempos, sem sopros
• Extremidades: pulsos periféricos cheios e rítmicos, sem edema
de MMII, sem sinais de TVP
• Neuro: ausência de sinais focais, consciente, orientado
Gasometria arterial:
• pH 7,28
• pO2 53
• pCO2 65
• HCO3 26
• SatO2 87%
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Se apresentou adequadamente
Cumprimentou o paciente
154
Questionou sobre mudança no padrão da secreção
Higienizou as mãos
Solicitou PA e FC
Solicitou temperatura
Tarefa 02
Solicitou RX tórax PA e perfil
Solicitou hemograma
155
Tarefa 03
Citou Acidose respiratória
Tarefa 04
Citou DPOC exacerbado
Tarefa 05
Citou fornecimento de O2 - SatO2 alvo 88-92%
Debriefing
Você está diante de um paciente sabidamente tabagista e com diagnóstico
de DPOC, apresentando piora da tosse, piora da dispneia e alteração
no padrão do escarro. São os 3 critérios para falarmos em DPOC exacerbado,
certo? Isso pode ocorrer por exemplo por não adesão ao tratamento,
tratamento incorreto e processos infecciosos (bacterianos ou não).
Na condução, devemos lembrar do ABCD - Antibiótico; Broncodilatador;
Corticóide; Dar oxigênio (lembrando que a SatO2 alvo nestes doentes
é de 88-92%). O nosso paciente referia calafrios, escarro amarelo esverdeado,
podendo se tratar por exemplo de uma traqueobronquite.
156
Esplenomegalia -
Leishmaniose
Tema: Esplenomegalia - Leishmaniose
Caiu em: Checklist extra
Início da Estação
Caso clínico:
Paciente do sexo masculino, 24 anos, pardo, solteiro, natural de Bauru,
procedente de São Paulo (na cidade há 3 anos), vem a UER encaminhado
de consulta ambulatorial após exame médico de rotina, para avaliação
de esplenomegalia ao exame físico. Trouxe alguns exames já realizados
em consulta anterior.
Exames laboratoriais:
• Hemograma: Hb 7,4; Ht 22; Leuco 2500 (16% bastões, 66% segmentados,
18% linfócitos), plaquetas 70mil
• Cr 1,4; Ur 50
• AST 58; ALT 63; FA 140; GGT 150
• Bilirrubina total 0,8; direta 0,3
• albumina 3
• INR 1,1
157
Exames de imagem:
• RX tórax: normal
• USG abdome: esplenomegalia, fígado pouco aumentado, textura normal,
sem sinais de hipertensão porta.
Tarefa 01:
Prossiga o atendimento.
Tarefa 02:
Como você prossegue a investigação?
Tarefa 03:
Qual o diagnóstico?
Tarefa 04:
Qual a conduta?
Orientações
ao Ator:
Ao ser questionado, respondia:
• Refere que há cerca de 2 meses notou aumento do volume abdominal
• Associado a febre quase diária não aferida
• Refere adinamia
• Nega sudorese noturna, tosse
• Nega ter notado linfonodomegalias
• Refere emagrecimento de 10kg nos últimos 8 meses
• Nega alterações do hábito intestinal ou urinário
• Nega sangramentos
158
• Relata ter tido dois episódios de pneumonia nos últimos 6 meses. Nega
comorbidades ou uso de medicações
• Etilista social, nega tabagismo
• Em Bauru, onde morou, não havia estrutura sanitária adequada,
com córrego nas proximidades e animais domésticos
• Antecedentes familiares: avô paterno e avó materna faleceram
em decorrência de Leucemia
Orientações
ao Examinador:
Entrega cartão com o exame físico ao ser solicitado:
• Geral: descorado 2+/4, anictérico, acianótico, T 37,8ºC, emagrecido
• Ausência de linfonodos palpáveis
• PA 120X80, FC 80bpm, FR 16irpm
• ACV e AP sem alterações
• Abdome: globoso, RHA +, flácido, baço palpável próximo a cicatriz
umbilical, de consistência firme, pouco doloroso a palpação.
Fígado a 3 cm do rebordo costal direito
• Neurológico sem alterações
159
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Se apresentou adequadamente
Cumprimentou o paciente
160
Questionou sobre perda ponderal
Lavou as mãos
Tarefa 02
Solicitou sorologias (considerar se solicitar Leishmaniose
e pelo menos 3 - HIV, EBV, CMV, toxoplasmose)
Solicitou culturas
Solicitou Mielograma
161
Tarefa 03
Citou Leishmaniose visceral / Calazar
Tarefa 04
Citou Antimonial pentavalente (Glucantime) /
Anfotericina B
Notificou o caso
Debriefing
Certo, estamos diante de um paciente jovem, com esplenomegalia,
febre e pancitopenia. Isso deve nos remeter principalmente a um
quadro infeccioso (ex: esquistossomose, malária, HIV, endocardite,
tuberculose miliar), neoplásico (ex: leucemias e linfomas) ou inflamatória
(ex: LES). A epidemiologia é importante nessa diferenciação.
Nosso paciente é proveniente do interior do estado de SP, de região endêmica
para Leishmaniose. Num caso de pancitopenia, precisamos avaliar melhor
a medula óssea, e através do Mielograma podemos diferenciar por exemplo
uma infiltração neoplásica e identificar a presença de parasitas, como no
nosso paciente. Vale comentar que a sorologia positiva para Leishmaniose
não fecha o diagnóstico, pois não há negativação após a cura, impedindo
detecção de recidivas ou reinfecções e indivíduos saudáveis podem
ser positivos em decorrência de infecções assintomáticas curadas.
162
Intoxicação
por Opióide
Tema: Intoxicação por Opióide
Caiu em: Checklist extra
Início da Estação
Caso clínico:
Você está de plantão em uma Santa Casa, responsável por evoluir
os pacientes internados na Enfermaria. São 8h da manhã, você estava
se preparando para começar a examinar os pacientes, quando a enfermagem
te chama: “Doutor(a), o paciente Carlos do 455 não responde”.
Tarefa 01:
Realize o atendimento.
Tarefa 02:
Qual foi a causa do quadro apresentado?
Tarefa 03:
Qual a conduta medicamentosa?
163
Orientações
ao Examinador:
Candidato se aproxima do manequim e checa responsividade ->
não responde
164
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Diante da situação pediu ajuda e solicitou o carrinho
de parada
Tarefa 02
Indica tratar-se de uma intoxicação por opióide
Tarefa 03
Prescreve Naloxone
165
Debriefing
Caso mais direto e de situação de emergência. O importante, além
de fornecer oxigênio e garantir a via aérea era entender o porquê
da parada respiratória desse paciente, e a prescrição nos deu uma
informação importante: o paciente recebeu doses repetidas de Morfina.
Além disso apresenta doença renal crônica, fazendo com que elimine
a medicação de forma mais lenta. Dessa forma, devemos pensar
em uma intoxicação por opióide, levando à depressão respiratória.
Nesse caso existe um antídoto, que é o Naloxone.
166
Leptospirose
Tema: Leptospirose
Caiu em: Checklist extra
Início da Estação
Caso clínico:
Você está no Hospital Universitário de sua cidade, junto dos alunos
do sexto ano da faculdade de medicina local, revisando o caso clínico
do paciente, João, de 44 anos que está internado na enfermaria e sem hipótese
diagnóstica. No prontuário está descrito apenas Sd. Febril A/E, você tem
acesso ao exame físico ADMISSIONAL e os exames complementares
já solicitados.
Exame físico:
• Regular estado geral, lúcido, orientado, taquipneico, desidratado 2+/4,
ictérico 3+/4.
• FC: 129 bpm, FR 29 irpm, PA: 80x50 mmHg; SatO2: 94%; Tax 37,8 C.
• Sem linfonodomegalias palpáveis, sem turgência jugular.
• GSC 15, Pupilas isofotorreagentes, sem déficits focais, Kerning
e Brudzinski negativos. *esclera com icterícia rabínica.
• Murmúrio vesicular presente bilateralmente, reptos em base.
167
• Bulhas cardíacas rítmicas, normofonéticas em 2 tempos, sem sopros.
• Abdome plano, flácido, ruídos hidroaéreos presentes, timpânicos,
fígado palpável a aproximadamente 8 cm do rebordo costal em lima
hemiclavicular direita, indolor, espaço de traube livre.
• Extremidades: Ausência de edema. Dores localizadas em panturrilhas
com piora à palpação bilateralmente. Sem sinais de flogose articular.
Exames Laboratoriais:
• Hemograma: Hb 10,4; Ht 31,3%; Leucocitos 9.900 mm; Neutrófilos 90%;
Linfocitos 3,5%; Plaquetas 38.000/mm
• Ureia 114; Creatinina 3,92
• Na 140; K 3,0
• CPK 16.625 ui/l
• Bilirrubina direta (BD): 10 mg/dL; bilirrubina indireta (BI): 13,4 mg/dL
• TGO: 1251 ui/l; TGP: 202 ui/l
• TP 15,6s ( 12,5-15,5s); TTPA 30,6s
• PaO2/fio2 170
Fonte: https://app.figure1.com/browse?image=5c50aa2b51863b1000b1c433&q=radiografia%20de%20t%C3%B3rax
168
No serviço de emergência foi introduzida penicilina cristalina EV,
hidratação vigorosa EV, iniciada droga vasoativa, suporte nutricional,
controle glicêmico, analgesia e antitérmico, oxigenoterapia, acesso central,
sonda vesical de demora.
Tarefa 01:
Realize a anamnese do paciente para melhor compreensão do caso.
Tarefa 02:
Após avaliação completa, elabore sua hipótese diagnóstica
Tarefa 03:
Explique para os alunos e para o paciente a respeito da Hipótese, agente
etiológico e fatores de risco
Tarefa 04:
Você deseja manter o paciente em leito de enfermaria aos seus cuidados
ou deseja solicitar transferência para UTI? Justifique
Tarefa 05:
Responda as dúvidas dos alunos (serão entregues após a conclusão
das demais tarefas).
Orientações
ao Ator:
• Representará um homem, 44 anos, gari, natural e procedente de cidade
de cidade de São Paulo
• Conta febre e mialgia há 6 dias, com piora dos sintomas e do estado
geral nas últimas 24 horas.
169
• Febre de inicio súbito e irregular
• A mialgia era localizada em panturrilhas bilateralmente com piora
a palpação, sem edemas.
• Nos últimos dias, apresentou queda do estado geral, anorexia, diminuição
da ingestão de líquidos com redução do débito urinário, além de episódios
de tosse com rajas de sangue.
• Quando questionado a respeito de local de moradia informa que
sua residência fica próxima a esgotos e a céu aberto e que há muitos
ratos em volta do seu domicílio. Não notou vizinhos ou familiares com
queixas semelhantes.
• Previamente era saudável e negava queixas do aparelho respiratório,
gastrointestinal, urinário e neurológico, além disso, não fazia uso prévio
de medicações ou de drogas ilícitas.
• Não possui demais comorbidades, nega tabagismo e etilismo, nega
cirurgias prévias, nega uso de drogas, nega alergias.
• Não possui antecedentes familiares dignos de nota, ambos os pais vivos
e sem comorbidades.
Orientações
ao Examinador:
Entrega as dúvidas dos alunos quando o candidato chega na Tarefa 05:
• Insuficiência renal geralmente não faz hipercalcemia?
Por que o paciente possui hipocalemia?
• Quais condições cursam com IRA hipocalêmica?
• Precisa notificar?
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
170
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Se identificou
Lavou as mãos
Cumprimentou o paciente
Tarefa 02
Síndrome de Weil / Leptospirose (forma grave)
171
Tarefa 03
Explicou a hipótese para o paciente
Foi empático
Tarefa 04
Solicitou transferência para UTI
Tarefa 05
Confirmou que IRA geralmente faz hipercalemia
172
Debriefing
Um caso incomum cuja manifestação inicial com febre e mialgia poderia
aventar diversas hipóteses, no entanto, as condições de moradia do
paciente (contato com ratos), características da icterícia, elevação de CPK,
e IRA com hipocalemia levam a um alto grau de suspeição de leptospirose.
Um dado importante no raciocínio diagnóstico é reconhecer que poucas
condições clínicas febris se caracterizam por mialgia pronunciada
em panturrilhas. A presença deste sintoma fortalece a hipótese
diagnóstica mas sua ausência não afasta. É de suma importância neste
caso o encaminhamento para unidade de terapia intensiva, suporte
e antibioticoterapia; visto evolução provável para demanda de VMI
e terapia dialítica. Concordam?
173
Bradiarritmia
Tema: Bradiarritmia
Caiu em: Checklist extra
Início da Estação
Caso clínico:
Você está de plantão na emergência e chega trazido pelo SAMU, o paciente
Fernando, 75 anos, com relato de síncope em casa, há cerca de 30 minutos.
Quando o resgate chegou, paciente já havia recobrado a consciência, negando
episódios anteriores semelhantes. É hipertenso, diabético, tabagista, etilista.
Há cerca de 4 anos sofreu um infarto agudo do miocárdio, tendo feito
angioplastia. Fez uso de Losartana, Carvedilol, Espironolactona, Digoxina
e Furosemida.
Tarefa 01:
Prossiga o atendimento do paciente.
Tarefa 02:
Você olha o monitor cardíaco e identifica o seguinte traçado.
Qual o diagnóstico?
174
Tarefa 03:
Qual(is) a(s) possível(is) causas que levaram o paciente a ter essa alteração?
Tarefa 04:
Qual a conduta na emergência?
Orientações
ao Examinador:
Fornece o exame físico do paciente quando solicitado pelo candidato:
• Corado, hidratado, anictérico, acianótico, afebril
• Consciente, contactuante, orientado, força motora preservada
• PA 110x80, FC 44 bpm, FR 18irpm, SatO2 96% em ar ambiente, afebril
• ACV: BRNF em 2T com sopro sistólico em foco mitral
• AP: MV+ sem RA
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
175
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Dirige-se ao manequim
Apresenta-se adequadamente
Lava as mãos
Tarefa 02
Cita BAVT (Bloqueio Atrioventricular Total)
Tarefa 03
Cita fibrose miocárdica pelo IAM prévio
176
Cita intoxicação digitálica (Digoxina)
Tarefa 04
Citou passagem de marca-passo transvenoso
Debriefing
Paciente apresentou síncope e a monitorização cardíaca identifica
bradicardia importante, com dissociação entre a onda P e complexo QRS,
certo? Trata-se de BAVT. Consideramos como uma arritmia maligna
e a conduta é passagem de marca-passo o mais breve possível.
Nesse caso o paciente não está instável então podemos programar
a passagem de um transvenoso, mas um opção caso instabilidade
é o marca-passo transcutâneo. Além disso precisamos entender o porquê
dessa apresentação, já que existem causas reversíveis, como a intoxicação
digitálica, o uso de betabloqueador. Esse paciente merece investigação
da função renal, que se alterada contribui para a intoxicação medicamentosa,
e também marcadores de necrose miocárdica, pois como vimos,
um novo IAM também pode justificar tal patologia.
177
Intoxicação
por Etilenoglicol
Início da Estação
Caso clínico:
O SAMU traz para sala de emergência, um homem de 45 anos, encontrado
desacordado em sua casa, pela esposa. Ela relata que havia vômito
no banheiro e ao lado do paciente. Fora encontrada uma garrafa transparente,
vazia, sem nenhum cheiro característico.
Na admissão:
• Glasgow 09, sem nenhum déficit neurológico focal.
• Glicemia capilar: 142 mg/dl.
• PA 120x80 mmHg, FC 100 bpm, FR 30 irpm, SpO2 94% ar ambiente
e temp. 37,5
• AP: crepitações em região posterior e inferior de hemitórax direito.
178
Exames laboratoriais:
• Gasometria arterial: pH 7,10; pO2 72; pCO2 32; HCO3 11; BE -5;
SaO2 94%
• Hemograma: Hb 14,5 g/dl; ht 45%; Leuco 11.300 (73% segmentados),
Plt 342.000
• Na 144 mEq/L, Cl 95 mEq/L, K 4,1 mEq/L
• Ureia 46 mg/dl, Creatinina 1,3 mg/dl
• Lactato 2,6 mmol/L
• Urina 1 sem cetonúria, com cristais de oxalato de calcio
• Glicemia 135 mg/dl
• Osmolalidade sérica 338 mOsm/L
Tarefa 01:
Como interpretamos essa gasometria arterial? Quais os achados?
(Explique os cálculos realizados, fique a vontade para usar a folha de rascunho
e calculadora).
Tarefa 02:
Quais as prováveis causas das alterações gasométricas? Levante a(s)
hipótese(s) diagnóstica(s) e justifique cada distúrbio encontrado
na gasometria.
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
179
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Determinou o distúrbio primário: acidose metabólica
Determinou se há resposta compensatória ou distúrbio
misto: acidose mista (calculando o PCO2 esperado)
Calculou o ânion GAP (aumentado: 24,5)
Tarefa 02
Aventou a hipótese de intoxicação exógena
Justificou correlacionando com a clínica de rebaixamento
+ vômitos e acidose com GAP osmolar elevado
Aventou a hipótese de intoxicação por álcool tóxico
Identificou a presença de cristais de oxalato de cálcio na
urina e levantou a hipótese de intoxicação por etilenoglicol
180
Justificou a alcalose metabólica pelos vômitos ou pela
hipovolemia
Justificou a acidose respiratória pelo rebaixamento do
nível de consciência ou por provável pneumonia aspirativa
Debriefing
Questão difícil sobre avaliação gasométrica. O aprendizado dela está
em tornar metódico e sequencial a avaliação de toda gasometria, sendo
assim, com este exame em mãos, sempre determinar o distúrbio primário
presente, avaliar se há compensações ou distúrbio misto associado.
Após, calcular o ânion Gap e osmolaridade a fim de já iniciar investigação
de etiologia da acidose, no caso. É ainda de suma importância o cálculo
do delta/delta visando identificar se há equivalência adequada entre ânion
Gap e Bicarbonato. A presença do desequilíbrio nesta proporção ( <1 ou >2)
sugerem distúrbios que podem estar associados e as vezes despercebidos
em uma primeira abordagem. Por fim, em suspeitas de intoxicação
exógena como nosso caso onde há forte suspeita clínica e pelas condições
do cenário onde nosso paciente fora encontrado, vale ainda o cálculo
do GAP OSMOLAR, o qual era o grande pulo do gato para identificar
a etiologia.
181
Hiperparatireoidismo
Primário
Início da Estação
Caso clínico:
Fernanda, 52 anos, vem ao ambulatório de clínica médica do
hospital universitário no qual você é residente encaminhada da UBS.
Está bastante ansiosa e preocupada pois o médico da UBS disse que havia
alteração em um de seus exames de rotina e com isso a paciente estava
com medo de ser algo muito grave. Além disso, sua mãe foi a óbito há
5 meses devido câncer de mama e a paciente está bastante preocupada de que
o problema que possui seja algo muito grave. Apesar da alteração em seu
exame, a paciente nega queixas e refere nunca ter apresentado problemas
de saúde previamente.
182
• Cálcio total 10,7 ( valor obtido após nova coleta)
• Cálcio urinário de 24 horas: 320 mg/24h (VR 100 - 300 mg/24h)
Tarefa 01:
Solicite um exame complementar para auxiliar na confirmação
do diagnóstico mais provável da paciente.
Tarefa 02:
Cite a hipótese diagnóstica mais provável.
Tarefa 03:
Após estabelecer a hipótese diagnóstica mais provável, cite dois exames
de imagem essenciais para auxiliar no manejo do caso.
Tarefa 04:
Considerando que os exames solicitados na tarefa 03 vieram normais,
dê a conduta para o caso em questão e esclareça as dúvidas da paciente.
Orientações
à Atriz:
Após o candidato dar as condutas a paciente fazia os seguintes
questionamentos:
• A alteração no cálcio poderia ser câncer?
• Em quais situações ela teria que fazer cirurgia?
183
Orientações
ao Examinador:
Na tarefa 01 entregar o resultado de exame somente se o candidato
citar PTH.
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Citou corretamente PTH?
Tarefa 02
Citou hiperparatireoidismo primário como hipótese
diagnóstica mais provável?
Tarefa 03
Citou densitometria mineral óssea?
Tarefa 04
Citou que a conduta no momento deve ser expectante
e que a paciente deverá apenas ser acompanhada?
184
Agendou retorno para a paciente?
Debriefing
O hiperparatireoidismo primário representa a causa mais comum de
hipercalcemia! É uma doença relativamente frequente e a maior parte dos
pacientes são assintomáticos (como a paciente da nossa estação), sendo
o diagnóstico aventado muitas vezes ao acaso durante realização de
exames laboratoriais em que se evidencia uma hipercalcemia isolada.
Para selar o diagnóstico de hiperparatireoidismo primário
é necessário solicitar a dosagem de PTH intacto que deve estar elevado.
185
Além disso, a cirurgia (paratireoidectomia) está indicada nos casos de
pacientes sintomáticos ou naqueles assintomáticos em situações específicas,
daí a necessidade de solicitar avaliação complementar com exames de
imagem abdominal (TC ou USG) e densitometria mineral óssea pois na
presença de acometimento renal e/ou osteoporose a cirurgia está indicada
mesmo em paciente assintomáticos. Outras situações também podem
indicar cirurgia em pacientes assintomáticos conforme vocês podem
observar no checklist. Portanto, aproveitem esta interessante estação
para treinar e revisar conceitos!!!
186
Doença de Berger
Início da Estação
Caso clínico:
Elias, 25 anos, vem a consulta na UBS por ter notado que sua urina
está avermelhada o que tem deixado ele e também sua esposa bastante
preocupados.
Tarefa 01:
Realize o atendimento inicial do paciente.
Tarefa 02:
Solicite os exames complementares pertinentes ao caso.
Tarefa 03:
Cite a hipótese diagnóstica mais provável.
187
Orientações
ao Ator:
Ao ser questionado, o ator respondia:
• Estava apresentando urina avermelhada há 3 dias;
• Já havia apresentado dois episódios prévios de sangramento
na urina com duração de 3-5 dias nos últimos dois anos e não havia
procurado o médico antes devido esse sangramento ter resolvido
espontaneamente;
• Negava dor lombar e negava dor abdominal
• Negava disúria, negava polaciúria, negava saída de secreção pelo pênis,
negava relações sexuais desprotegidas;
• Negava febre, negava saída de coágulos pela urina;
• Negava uso de medicamentos, negava tabagismo e etilismo;
• Coincidentemente em todos episódios ele estava com quadro
de resfriado;
• Negava traumatismos;
Orientações
ao Examinador:
Após mencionar que irá realizar o exame físico na tarefa 1, o examinador
entrega os seguintes dados ao candidato:
Exame físico:
• Paciente em bom estado geral, consciente e orientado em tempo
e espaço, normocorado, hidratado, afebril ao toque.
• Exames do aparelho cardiovascular e pulmonar sem alterações relevantes.
FC: 77 BPM, PA 112x72 mmHg, Sao2 98%, FR 18 IRPM.
188
• Abdome plano, RHA +, indolor a palpação profunda e superficial, sem
visceromegalias e tumorações palpáveis. Descompressão brusca negativa,
Sinal de Giordano negativo.
• Extremidades com enchimento capilar adequado, sem edemas e sem
empastamento de panturrilhas.
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se adequadamente (nome e função)?
189
Questionou presença de episódios prévios semelhantes?
Tarefa 02
Solicitou hemograma?
Solicitou Urina 1?
190
Solicitou ASLO?
Tarefa 03
Realizou como hipótese diagnóstica Doença de Berger
ou Nefropatia por IgA?
Debriefing
Tema badalado em provas de residência médica: Doença de Berger ou também
conhecida como Nefropatia por IgA!!! Trata-se da glomerulopatia primária
mais comum e surge mais comumente em adultos jovens daí a importância
de se conhecer esta entidade. Basicamente esta doença manifesta-se
de 4 formas: hematúria macroscópica recorrente (uma das formas mais
comuns de apresentação e inclusive a forma apresentada pelo paciente
da estação), hematúria persistente microscópica, síndrome nefrítica
e glomerulonefrite rapidamente progressiva. Um importante diagnóstico
diferencial com esta entidade é a GNPE que caracteristicamente
surge semanas após um episódio infeccioso estreptocócico e consome
complemento, enquanto que na Doença de Berger a hematúria tende
a se manifestar concomitante ao processo infeccioso ou poucos dias
após o mesmo e o complemento caracteristicamente é NORMAL!!
Estação boa para treinar, treinar e treinar… Não marquem bobeira com
este tema super quente para prova de vocês!
191
Abscesso
Pulmonar
Tema: Abscesso Pulmonar
Caiu em: Extra
Início da Estação
Caso clínico:
Caso clínico: Joaquim, 65 anos, diabético, hipertenso, dislipidêmico
e etilista (usuário de destilado), vem a UBS para consulta devido a ACS
da microárea de Sr. Joaquim ter ficado bastante preocupada com o estado
de saúde do mesmo e com isso agendou rapidamente uma consulta
na UBS. Na consulta, o paciente Joaquim queixa-se de estar apresentando
há 5 semanas bastante fraqueza, calafrios durante a tarde, entretanto
o que mais tem o incomodado é a presença de uma tosse com expectoração
purulenta e fétida que o deixa constrangido quando está perto de outras
pessoas. Além disso, acredita que está mais magro pois suas roupas estão
mais “folgadas”.
192
• Aparelho respiratório: FR 22 IRPM, Sao2 96% em ar ambiente, Ausculta:
MV + bilateralmente sem ruídos adventícios.
• Abdome plano, RHA +, indolor a palpação profunda e superficial,
sem visceromegalias e tumorações palpáveis.
• Extremidades com enchimento capilar adequado, sem edemas
e sem empastamento de panturrilhas.
• Após avaliar o paciente, você solicita uma radiografia de tórax
que se encontra abaixo:
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Lung_abscess_(7468374820).jpg
Tarefa 01:
Descreva a principal alteração encontrada na radiografia do paciente.
Tarefa 02:
Cite a principal hipótese diagnóstica para o caso.
193
Tarefa 03:
Cite os fatores de risco encontrados na história clínica do paciente
para a principal hipótese diagnóstica.
Tarefa 04:
Cite o tratamento medicamentoso que deve ser iniciado neste momento
para a principal hipótese diagnóstica.
Orientações
ao Examinador:
Não interagia na estação
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Descreveu a presença de cavitação com nível hidroaéreo?
Tarefa 02
Citou abscesso pulmonar?
Tarefa 03
Citou alcoolismo?
194
Citou dentes em ruim estado de conservação ou doença
periodontal?
Tarefa 04
Citou clindamicina EV?
Debriefing
Paciente etilista com dentes em ruim estado de conservação apresentando
um quadro arrastado de sintomas constitucionais, tosse com expectoração
fétida… Aqui não podemos marcar bobeira: o quadro é típico de abscesso
pulmonar!! A combinação de doença periodontal (que permite que
estes pacientes apresentem altas concentrações de agentes microbianos,
especialmente anaeróbios, no sulco gengival) + aspiração devido
rebaixamento do nível de consciência (que pode ser causado, por exemplo,
pelo etilismo) pode causar esta importante complicação pulmonar.
Classicamente no RX, o abscesso pulmonar se manifesta como uma lesão
cavitária com nível hidroaéreo. Ainda, o tratamento é feito geralmente com
clindamicina EV seguida de clindamicina VO por um período geralmente
de 3 - 6 semanas apesar de poder ocorrer variação neste período entre
os diversos autores. Aproveitem essa estação para aproveitar este tema
quente em provas de residência!!!
195
Doença de Chagas
Início da Estação
Caso clínico:
Alfredo, 52 anos, natural de Uruaçu - GO, procedente de São Paulo - SP,
trabalha há 15 anos como porteiro desde que se mudou para São Paulo, vem
apresentando há 9 meses quadro de dispneia aos esforços que inicialmente
se manifestava principalmente ao subir ladeiras. Refere que o quadro
foi aumentando em intensidade e atualmente também vem apresentando
ortopneia. Além disso, há 3 meses vem apresentando importante edema
de MMII. Nega história prévia de comorbidades e nega história de tabagismo
e etilismo. Traz consigo o eletrocardiograma (Figura 1) que foi realizado
em UBS próxima a sua residência há 1 mês solicitado pelo médico de saúde
da família mas que entretanto o paciente não conseguiu ir na consulta
de retorno devido não poder faltar ao trabalho.
Ao exame físico:
• Regular estado geral, consciente e orientado em tempo e espaço,
normocorado, hidratado, afebril ao toque.
• Exame do aparelho cardiovascular: Presença de turgência jugular,
FC 85 BPM, PA 115x72 mmHg, Ausculta cardíaca com bulhas
hipofonéticas, ritmo regular em 2 tempos, sem sopros.
196
• Aparelho respiratório: FR 22 IRPM, Sao2 96% em ar ambiente,
Ausculta: MV + bilateralmente com estertores crepitantes em ambas
bases pulmonares.
• Abdome algo globoso, RHA +, indolor a palpação profunda e superficial,
sem visceromegalias e tumorações palpáveis.
• Extremidades com enchimento capilar adequado, presença
de edemas em ambos MMII ++/4, sem empastamento de panturrilhas.
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/96/Bifascicular_block_ECG.png
Tarefa 01:
Cite o(s) principal(is) achado(s) do eletrocardiograma trazido pelo paciente.
Tarefa 02:
Cite o provável diagnóstico sindrômico do paciente.
Tarefa 03:
Baseado na história clínica e no exame complementar trazido pelo paciente
cite o diagnóstico etiológico mais provável.
Tarefa 04:
Cite um exame complementar que pode confirmar o diagnóstico etiológico
mais provável.
197
Orientações
ao Examinador:
Não interagia na estação.
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Citou bloqueio de ramo de direito (BRD)?
Tarefa 02
Citou como diagnóstico sindrômico insuficiência
cardíaca?
Tarefa 03
Citou como diagnóstico etiológico Doença de Chagas?
Tarefa 04
Citou sorologia para Doença de Chagas ou dosagem
de anticorpos IgG contra T. cruzi ?
198
Debriefing
Paciente sem comorbidades prévias apresentando síndrome de insuficiência
cardíaca (de acordo com critérios de Framingham apresenta 2 critérios
maiores e 2 critérios menores) proveniente de área endêmica para
uma doença que pode se manifestar classicamente com esta síndrome:
Doença de Chagas! A história natural da doença de Chagas compreende
uma fase aguda que dura cerca de 4-8 semanas e em que a maioria
dos pacientes são assintomáticos ou apresentam sintomas inespecíficos.
Após a fase aguda os indivíduos não tratados geralmente evoluem para uma
fase crônica que possui duração de cerca de 10 - 30 anos e é subdivida em fase
indeterminada na qual a pessoa não apresenta sintomas e fase determinada
na qual a pessoa manifesta sintomas que podem ser cardíacos, digestivos
ou cardiodigestivos. O ECG dos pacientes que evoluem com cardiomiopatia
crônica da Doença de Chagas pode apresentar um padrão clássico
de bloqueio do ramo direito em associação com um bloqueio divisional
ântero-superior. A confirmação do diagnóstico se dá pela sorologia.
Aproveitem esta estação para treinar importantes conceitos em cardiologia!!
199
Artrite
Reumatóide
Tema: Artrite Reumatóide
Caiu em: Extra
Início da Estação
Caso clínico:
Dona Marinalva, 52 anos, vem a UBS frequentemente para tratar as dores
de seu “reumatismo”. Refere possuir o quadro há anos mas as dores vem
aumentando em intensidade e com isso não necessita vir a UBS tomar
uma “injeção para dor”. Após Dona Marinalva entrar em seu consultório
você imediatamente observa o seguinte achado:
200
Tarefa 01:
Cite o achado presente na imagem.
Tarefa 02:
Cite o diagnóstico mais provável.
Tarefa 03:
Cite outras 3 tipos de deformidades articulares de membros superiores que
podem ser causados pela hipótese diagnóstica mais provável.
Tarefa 04:
Cite a droga de primeira escolha para o tratamento do diagnóstico mais
provável e que poderia ter modificado a história natural da doença
da paciente.
Orientações
ao Examinador:
Não interagia na estação.
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
201
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Citou deformidade em pescoço de cisne?
Tarefa 02
Citou artrite reumatóide?
Tarefa 03
Citou desvio ulnar dos dedos?
Tarefa 04
Citou metotrexate?
Debriefing
Ao se deparar em uma prova multimídia com o achado de uma mão com
“deformidade em pescoço de cisne” não restam dúvidas: estamos diante
de um caso de artrite reumatóide! Outras deformidades articulares
também podem ocorrer com a evolução natural da doença e se tratando
de membros superiores podemos ainda encontrar as seguintes alterações:
desvio ulnar dos dedos, deformidade em abotoadura e punho em dorso
de camelo. Com intuito de atrasar ou evitar que tais deformidades
202
articulares aconteçam em pacientes com artrite reumatóide devemos iniciar
drogas modificadoras do curso da doença e aqui a nossa primeira escolha
é o metotrexate. Aproveitem esta estação e revisem este tema que é bastante
quente em provas de residência médica!!!
203
Pericardite Aguda
com Tamponamento
Tema: Pericardite Aguda com Tamponamento
Caiu em: USP-SP 2019; SMCSP 2017
Início da Estação
Caso clínico:
João Carlos, 28 anos, chega ao PS que você está de plantão devido estar
apresentando há 5 dias quadro de dor torácica, em aperto, que não irradia,
em queimação, piora ao inspirar profundamente e melhora ao inclinar
o tronco para frente. Além disso, refere que apresentou há 8 dias quadro
de febre não aferida e dor na garganta. Há 2 dias vem apresentando dispneia
que vem aumentando em intensidade e no momento está se sentindo
cansado aos mínimos esforços.
Ao exame físico:
• Regular estado geral, consciente e orientado em tempo e espaço,
normocorado, hidratado, febril (T 38,2 °C)
• Exame do aparelho cardiovascular: Presença de turgência jugular, FC 115
BPM, PA 85x62 mmHg, Ausculta cardíaca com bulhas hipofonéticas,
ritmo regular em 2 tempos, sem sopros.
204
• Aparelho respiratório: FR 27 IRPM, Sao2 91% em ar ambiente, Ausculta:
MV + bilateralmente com estertores crepitantes em ambas bases
pulmonares.
• Abdome plano, RHA +, indolor a palpação profunda e superficial,
sem visceromegalias e tumorações palpáveis.
• Foi realizado ecocardiograma na sala de emergência que evidenciou
a seguinte imagem:
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Pericardial_effusion_with_tamponade-.gif
Tarefa 01:
Cite o achado presente no ecocardiograma realizado pelo paciente.
Tarefa 02:
Cite a principal hipótese diagnóstica para o caso.
Tarefa 03:
Cite a principal medida a ser realizada baseado na principal hipótese
diagnóstica.
205
Orientações
ao Examinador:
Não interagia na estação
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Citou derrame pericárdico?
Tarefa 02
Citou pericardite aguda com tamponamento cardíaco?
Tarefa 03
Citou pericardiocentese?
Debriefing
Pericardite aguda é um importante tema que vocês precisam
dominar em uma prova prática! Diversas são as causas de pericardite
aguda, mas acredita-se que a mais comum seja a etiologia viral.
Desta forma, não raramente o paciente pode ter o quadro de
pericardite precedido por sinais e sintomas de infecção viral.
Uma das complicações da pericardite aguda é a ocorrência de tamponamento
206
cardíaco como consequência de uma compressão progressiva de todas
as câmaras cardíacas pelo derrame pericárdico, portanto, deve-se ter
muita atenção diante destes pacientes. Em pacientes com tamponamento
(como a da nossa estação), pode estar presente a tríade de Beck que consiste
em: hipotensão arterial, hipofonese de bulhas cardíacas e turgência jugular.
Vejam e revejam com calma esta estação!
207
Síndrome de Wolff
-Parkinson-White
Tema: Síndrome de Wolff-Parkinson-White
Caiu em: Extra
Início da Estação
Caso clínico:
Você está de plantão na enfermaria de Clínica Médica e acaba de ser
admitido o paciente Alexandre Duarte, 25 anos, natural e procedente
de São Paulo-SP. O paciente deu entrada no pronto-socorro devido um
quadro de rebaixamento do nível de consciência e durante avaliação inicial
na sala de emergência foi constatado que o paciente apresentava uma
fibrilação atrial com instabilidade sendo realizada prontamente cardioversão
elétrica sincronizada. Após o procedimento o paciente apresentou melhora
do quadro, não apresentou novas instabilidades e ficou em observação
no pronto-atendimento. Devido ausência de novas instabilidades,
o paciente foi encaminhado para enfermaria para investigação do quadro.
Seu colega médico que está de plantão no pronto-atendimento afirma
que o paciente não possui comorbidades prévias e que o mesmo acabou
de realizar um novo ECG, o qual pode ser visto abaixo:
208
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Wolff-Parkinson-White_syndrome_12_lead_EKG.png
Tarefa 01:
Cite o padrão eletrocardiográfico visto no exame acima.
Tarefa 02:
Cite o motivo pelo qual o paciente pode apresentar este padrão
eletrocardiográfico.
Tarefa 03:
Cite o diagnóstico mais provável do paciente.
Tarefa 04:
Cite o tratamento que o paciente deverá ser submetido.
Orientações
ao Examinador:
Não interagia na estação.
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
209
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Citou padrão de pré-excitação ventricular?
Tarefa 02
Citou a presença de via acessória ou feixe de Kent?
Tarefa 03
Citou síndrome de Wolff-Parkinson-White?
Tarefa 04
Citou ablação por cateter?
Debriefing
Cai estação de ECG em provas de residência médica? Cai! Cai TODOS
os anos!!! Então foco total nessa estação! O ECG do paciente da
estação apresenta um intervalo PR curto (<120 ms) + onda delta o
que nos permite caracterizar um padrão de pré-excitação ventricular.
Esta pré-excitação ocorre pelo motivo deste paciente apresentar uma via
acessória (também chamada de feixe de Kent) que liga os átrios aos ventrículos.
Estes pacientes podem vir a desenvolver diversas arritmias, dentre elas
a fibrilação atrial. Aqui, é importante ficar atento pois para caracterizar
a síndrome de Wolff-Parkinson-White o paciente deve apresentar
padrão de pré-excitação no ECG associado com arritmias sintomáticas
envolvendo a via acessória, exatamente o quadro apresentado pelo paciente
210
da estação. Aqueles indivíduos que apresentam apenas alterações no ECG
e que são assintomáticos são denominados como portadores de padrão
de Wolff-Parkinson-White. O tratamento de pacientes com a síndrome
de Wolff-Parkinson-White que apresentam fibrilação atrial é com ablação
por cateter tendo em vista que a presença desta arritmia aumenta
o risco de morte súbita.
211
Osteomielite
Tema: Osteomielite
Caiu em: Extra
Início da Estação
Caso clínico:
Raimunda, 67 anos, portadora de diabetes tipo 2 de longa data
de difícil controle clínico devido má adesão aos tratamentos, hipertensa,
dislipidêmica, vem a consulta de retorno em UBS devido quadro de úlcera
infectada em pé diabetico. A paciente vem apresentando há cerca de 1 mês
quadro de úlcera plantar em topografia de cabeça do primeiro metatarso
esquerdo de diâmetro de 2,5 cm, com presença de exsudato purulento,
eritema e edema perilesional. Paciente nega dor no local da lesão.
212
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:OsteomylitisMark.png
Tarefa 01:
Cite o diagnóstico radiológico do exame apresentado pela paciente.
Tarefa 02:
Cite 5 orientações para o cuidado do pé diabético.
Orientações
ao Examinador:
Não interagia na estação
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
213
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Citou osteomielite?
Tarefa 02
Pontuar somente se citar pelo menos 5 das orientações
abaixo:
• Inspeção diária dos pés;
• Enxugar bem os pés após o banho inclusive entre
os dedos;
• Não deixar os pés de molho e evitar bolsas de água
quente;
• Utilizar hidratante do dorso e na planta dos pés
para evitar ressecamento;
• Preferir aparar unhas do pé com uma lixa ao invés
de cortá-las e não retirar cutículas e cantos das unhas;
• Examinar sempre os sapatos antes de calçá-los;
• Evitar andar descalço;
• Evitar meias com costuras;
Debriefing
Úlceras em pé diabéticos é uma complicação relativamente frequente
nesses pacientes e consequentemente é fundamental conhecer este tema
pois você pode se deparar com ele na sua prova! Diversos são os fatores
de risco para ocorrência de úlceras no pé diabético, dentre eles a neuropatia
com perda da sensibilidade protetora e a doença vascular periférica.
214
Uma das complicações das úlceras no pé diabético é a ocorrência
de osteomielite que pode estar presente mesmo na ausência de sinais
locais de infecção. Portanto, é fundamental saber orientar adequadamente
um paciente diabético sobre os cuidados com os pés!
Aproveitem esta estação para treinar e revisar o tema!!
215
Colite
Pseudomembranosa
Início da Estação
Caso clínico:
João Carlos, 54 anos, vem a Pronto-Atendimento que você está de plantão
com queixa de importante diarréia aquosa e dor abdominal.
Tarefa 01:
Realize o atendimento inicial do paciente.
Orientações
ao Ator:
Ao ser questionado, o ator respondia:
• Estava apresentando diarreia aquosa há 3 dias;
• Nas fezes não haviam sangue ou pus;
• Estava apresentando cerca de 6 episódios de evacuação por dia
216
• A dor abdominal era localizada na região do “umbigo”;
• A dor não irradiava, era em cólica e melhorava após evacuação;
• Negava náuseas e vômitos;
• Há 1 dia estava sentindo-se febril mas não chegou a aferir a temperatura;
• Negava outras queixas;
• Negava uso de medicamentos de uso contínuo, entretanto
recentemente ficou internado por 14 dias devido uma erisipela
e estava recebendo o antibiótico clindamicina, tendo recebido alta
hospitalar há 5 dias;
• Negava comorbidades prévias e negava alergias a medicamentos;
Orientações
ao Examinador:
Após o candidato mencionar a realização do exame físico o examinador
entregava a seguinte descrição ao candidato:
Exame físico:
• Bom estado geral, consciente e orientado em tempo e espaço,
normocorado, desidratado +/4, afebril ao toque.
• Exame do aparelho cardiovascular: FC 103 BPM, PA 128x82 mmHg,
Ausculta cardíaca com bulhas normofonéticas, ritmo regular
em 2 tempos, sem sopros.
• Aparelho respiratório: FR 17 IRPM, Sao2 99% em ar ambiente, Ausculta:
MV + bilateralmente sem ruídos adventícios.
• Abdome plano, RHA + aumentados, doloroso a palpação profunda
e superficial em mesogástrio e hipogástrio, sem visceromegalias
e tumorações palpáveis. Descompressão brusca dolorosa negativa.
217
• Extremidades com enchimento capilar adequado, eritema discreto em
MMII esquerdo, sem empastamento de panturrilhas.
Tarefa 02:
Solicite um exame laboratorial pertinente ao caso.
Tarefa 03:
Cite a hipótese diagnóstica mais provável para o caso.
Tarefa 04:
Cite o tratamento medicamentoso para o caso.
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Questionou há quanto tempo iniciou a diarréia?
218
Questionou o caráter da dor abdominal?
Tarefa 02
Solicitou pesquisa de toxinas A e B?
Tarefa 03
Citou a hipótese de colite pseudomembranosa?
Tarefa 04
Citou hidratação?
Citou analgesia?
219
Debriefing
Tema muito cobrado em provas de residência: Colite pseudomembranosa!
Esta condição é causada pela produção de toxinas, as toxinas A e B,
pelo Clostridium difficile uma bactéria da flora intestinal normal que
em certas condições, tais como uso de antibióticos, podem se proliferar
excessivamente gerando consequentemente lesão inflamatória da mucosa.
O quadro clínico pode variar de formas leves até quadros fulminantes
e o diagnóstico pode ser confirmado com a pesquisa das toxinas
nas fezes em associação com quadro clínico sugestivo.
O tratamento pode ser feito com metronidazol ou vancomicina
ou fidaxomicina sendo a via preferencialmente a ORAL!!
220
Pancreatite Crônica
Início da Estação
Caso clínico:
Tássio, 47 anos, vem ao ambulatório de clínica médica com queixa
de importante dor abdominal há 2 meses associado a perda de peso.
Tarefa 01:
Realize o atendimento inicial do paciente
Orientações
ao Ator:
Ao ser questionado, o ator respondia:
• A dor abdominal localiza-se no epigástrio, irradia para o dorso,
é contínua, em pontada, de forte intensidade, piora após
alimentar-se, sem fatores de melhora;
• Perdeu cerca de 9 kg nesses 2 últimos meses;
221
• Estava apresentando diarréia há 1 mês, de odor fétido, com aspecto um
pouco gordurosa, mas que não havia sangue e/ou pus nas fezes;
• Negava febre;
• Sentia náuseas juntamente com as dores;
• Negava outras queixas;
• Negava comorbidades prévias e uso de medicamentos contínuos;
• Negava alergias a medicamentos;
• Negava tabagismo;
• É etilista, bebe cerca de 1 litro de destilado diariamente, desde
os 23 anos de idade;
Orientações
ao Examinador:
Após o candidato mencionar a necessidade de realização do exame físico, o
examinador entregava os seguintes dados:
Exame físico:
• Regular estado geral, consciente e orientado em tempo e espaço,
emagrecido, hipocorado +/4, hidratado, afebril ao toque.
• Exame do aparelho cardiovascular: FC 75 BPM, PA 132x85 mmHg,
Ausculta cardíaca com bulhas normofonéticas, ritmo regular
em 2 tempos, sem sopros.
• Aparelho respiratório: FR 16 IRPM, Sao2 97% em ar ambiente, Ausculta:
MV + bilateralmente sem ruídos adventícios.
• Abdome algo escavado, RHA + presentes, doloroso a palpação
profunda e superficial em epigástrio, sem visceromegalias
e tumorações palpáveis. Descompressão brusca dolorosa negativa.
• Extremidades com enchimento capilar adequado,
sem empastamento de panturrilhas.
222
Tarefa 02:
O paciente neste momento lhe mostra uma TC de abdome realizada
há 3 semanas em um PS na ocasião que estava apresentando muita
dor abdominal. Baseado na clínica do paciente e na imagem abaixo,
cite o diagnóstico mais provável.
Fonte: commons.wikimedia.org/wiki/File:Chronische_Pankreatitis_mit_Verkalkungen_-_CT_axial.jpg
Tarefa 03:
Baseado na principal hipótese diagnóstica para o caso, cite a provável
etiologia para o quadro.
TÉRMINO DA ESTAÇÃO
223
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Questionou a localização da dor abdominal?
Questionou tabagismo?
Questionou etilismo?
Mencionou a necessidade de realizar o exame físico após
higienizar as mãos e pedir consentimento do paciente?
224
Tarefa 02
Citou como hipótese pancreatite crônica?
Tarefa 03
Citou como etiologia alcoolismo?
Debriefing
Paciente apresentando importante dor abdominal + esteatorréia + perda
de peso + história de etilismo + calcificações pancreáticas na TC de
abdome: não há dúvidas que estamos diante de um quadro de pancreatite
crônica. A causa mais comum de pancreatite crônica é o alcoolismo.
A presença de uma clínica sugestiva em associação com uma imagem
sugestiva, sendo a TC de abdome o exame inicial mais utilizado,
permite a realização do diagnóstico definitivo de pancreatite crônica.
Aproveitem esta estação para treinar interpretação de exame de imagem,
habilidade fundamental em provas de residência!!
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Nossa Missão
T
odos os nossos esforços na Medway são voltados para uma
única missão: melhorar a assistência em saúde no
Brasil. Através de um ensino sólido em Medicina
de Emergência e uma excelente preparação para as provas de
Residência Médica, acreditamos que tornamos nossos alunos médicos ainda
melhores do que eram antes!
226
Porém, nossa missão não pode parar aí. Sabemos que o caminho para uma
aprovação em São Paulo é ainda mais árduo, tanto pela alta concorrência quanto
pelo diferente formato de cobrança (mais imagens e assuntos não abordados
tradicionalmente em Cirurgia, por exemplo). Por isso, em 2020, trabalhamos
incansavelmente para oferecer também um preparo excepcional para as
principais provas teóricas do estado de São Paulo!
Convido você a conhecer um pouco mais sobre o nosso Intensivo São Paulo!
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PARA SABER MAIS
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N
osso curso é focado na prova prática como ela realmente é.
Através de uma revisão cuidadosa de mais de 500 estações dos
últimos anos, desenvolvemos uma metodologia de ensino toda
baseada em checklists, para você conquistar o máximo de pontos na sua
segunda fase no fim do ano. Sem enrolação. Sem “oba oba”. Aqui, trazemos a
essência da prova prática pra você gabaritar qualquer checklist em estações
de habilidades ou imagens e a parte de componente de audiovisual dentro
das provas de multimídia.
E em 2020, nós vamos entregar um curso ainda mais completo e com mais
novidades, tanto para quem se inscrever no CRMedway Online, quanto
para quem vier ao CRMedway Presencial!
1. Prova de Habilidades
• Dominará, de uma vez por todas, o medo e a ansiedade que aflige todos o
s candidatos .
• Terá acesso às estações mais frequentes e de que forma elas são cobradas.
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2. Prova de MULTIMÍDIA
• Com ele, você terá acesso a um curso de imagens completo, pra te ensinar
não apenas as imagens mais frequentes mas como fazer a descrição de
cada uma delas, dos principais exames diagnósticos: Rx, TC, RNM, USG
e outros exames frequentes!
• Você também vai dominar as imagens não radiológicas de cada uma das 5
grandes áreas (Clínica Médica, Cirurgia Geral, Pediatria, GO e Medicina
Preventiva)!
• Por fim, com + de 100 provas multimídia e diversas delas sendo realizadas
ao vivo, você também terá um treinamento profundo do componente
audiovisual e dos diversos formatos de cobrança possíveis dentro de uma
prova multimídia!
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PARA SABER MAIS
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C
urso completo que tem um único objetivo. Alavancar os seus
estudos e a sua performance para que você alcance um desempenho
superior a 80% nas provas ao final do ano, independente do nível
em que você se encontre hoje.
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PARA SABER MAIS
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S
ob o lema “A Emergência como ela Realmente é”, agregamos
toda nossa experiência na sala de emergência mais complexa
do Brasil e toda a didática “Medway” para ensinar tudo aquilo
que gostaríamos de ter aprendido antes de enfrentarmos nossos temidos
plantões de PS. Esteja preparado para qualquer “perrengue” que poderá
aparecer na sua emergência, seja ela do melhor hospital da cidade, seja no
postinho!
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PARA SABER MAIS
Se ainda tem dúvidas se essa é a melhor solução pra você, veja o que alguns dos
nossos alunos da primeira turma estão falando:
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Ficou com Alguma Dúvida?
N
ós respondemos 100% das pessoas que entram em contato com
a gente. Seja pra pedir uma orientação quanto a melhor forma
de se preparar para a residência médica, prova prática ou para o
primeiro plantão no PS, nós estamos com você.
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