Estrategia Da Integra Cao
Estrategia Da Integra Cao
Estrategia Da Integra Cao
__________
Acrónimos............................................................................................................................iv
1 Introdução ....................................................................................................................1
1.1 A zona de comércio livre na SADC (ZCL) ......................................................................2
1.2 O Protocolo Comercial da SADC....................................................................................2
1.3 O estágio actual da implementação do PC-SADC na SADC .............................................3
1.3.1 Conceitos e princípios definidos no processo negocial..................................................3
1.3.2 Regras de origem .......................................................................................................5
1.3.3 Barreiras não tarifárias (BNT´s) ..................................................................................6
1.3.4 Avaliação de meio termo............................................................................................7
2 O estágio de implementação do PC-SADC por Moçambique........................................9
2.1 A oferta moçambicana ...................................................................................................9
2.2 Razões da oferta moçambicana diferenciada .................................................................. 12
2.3 Impacto da integração económica regional.....................................................................12
2.4 Reacção da economia moçambicana ao PC-SADC.........................................................13
2.4.1 Novos empreendimentos económicos com capitais provenientes da região ..................13
2.4.2 Balança comercial de Moçambique em relação à SADC.............................................13
2.4.3 As receitas fisco-aduaneiras......................................................................................16
3 Factores chave para a integração económica e sua avaliação para o caso de Moçambique
20
3.1 Ambiente político ........................................................................................................20
3.2 Ambiente económico ...................................................................................................20
3.2.1 Portos e caminhos -de-ferro .......................................................................................21
3.2.2 Estradas e pontes .....................................................................................................21
3.2.3 Aviação civil ...........................................................................................................22
3.2.4 Telecomunicações e tecnologias de informação e comunicação (TICs)........................22
3.2.5 Energia ...................................................................................................................22
3.2.6 Água .......................................................................................................................22
3.2.7 A indústria ..............................................................................................................22
3.2.8 A agricultura ...........................................................................................................23
3.3 Acesso à terra..............................................................................................................23
3.4 Área da qualidade ........................................................................................................23
3.5 Serviços financeiros .....................................................................................................24
3.6 Serviços de apoio às empresas ......................................................................................24
3.7 Serviços de investigação (agronómica, industrial) ..........................................................25
3.8 Recursos humanos .......................................................................................................25
3.9 Economias de escala ....................................................................................................25
3.10 O papel facilitador do Estado ........................................................................................25
3.10.1 Ambiente de negócios ..........................................................................................26
3.10.2 Barreiras técnicas: Medidas sanitárias e fitossanitárias (SPS).................................. 26
3.11 Preparação de Moçambique para a Zona de Comércio Livre ...........................................27
4 Estratégia para a integração regional..........................................................................27
4.1 Ambiente político ........................................................................................................28
4.2 Ambiente macroeconómico..........................................................................................28
4.2.1 Na área monetária ....................................................................................................28
4.2.2 Infra-estruturas ........................................................................................................29
4.3 Serviços de transportes e comunicações .........................................................................30
4.4 Na área da energia .......................................................................................................30
4.5 Na área da água ...........................................................................................................30
4.6 Na área da agricultura .................................................................................................. 31
ii
4.7 Na área da indústria .....................................................................................................31
4.8 Na área do turismo.......................................................................................................32
4.9 Na área dos recursos minerais .......................................................................................32
4.10 Na área das pescas .......................................................................................................32
4.11 Na área dos serviços financeiros ...................................................................................33
4.12 Na área dos serviços de investigação.............................................................................33
4.13 Na área dos recursos humanos, educação, cultura e desporto...........................................33
4.13.1 Na área da saúde.................................................................................................. 34
4.13.2 Na área do meio ambiente ....................................................................................34
Tabelas
Tabela 1: Calendário de desarmamento tarifário em relação à SADC, excepto RAS................9
Tabela 2: Calendário de desarmamento tarifário em relação à RAS..........................................9
Tabela 3: Oferta tarifária para a SADC sem RAS....................................................................10
Tabela 4: Oferta tarifária para a RAS........................................................................................11
Gráficos
Figuras
Figura 1: Aber tura do mercado nacional para a SADC sem RAS ............................................10
Figura 2: Abertura do mercado nacional para a RAS ...............................................................11
iii
Acrónimos
iv
SADCSTAN Cooperação na SADC no domínio da normalização
SADCMEL Cooperação na SADC em metrologia legal
SADCMET Cooperação na SADC em rastreabilidade de medições
SAPP Southern A frica Power Pool
SNQ Sistema Nacional da Qualidade
SPS Medidas Sanitárias e Fitossanitárias
SQAM Normalização, Garantia da Qualidade, Acreditação e Metrologia
SQAMEG Grupo de Especialistas em Normalização, Garantia da Qualidade,
Acreditação e Metrologia
TBT Barreiras Técnicas ao Comércio
TNF Trade Negotiating Forum ou Fórum de Negociações Comerciais
UA-SADC União Aduaneira da África Austral
UE União Europeia
UNDP Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas
UNIDO Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial
UIT União Internacional de Telecomunicações
USD Dólares Norte Americanos
UTCOM Unidade Técnica do Comércio
ZCL Zona de comércio livre
v
Estratégia de Moçambique para o processo de integração regional
na SADC
1 Introdução
O presente documento constitui a “Estratégia de Moçambique para o processo de integração
regional na SADC”. A elaboração do mesmo teve como base a avaliação da implementação do
PC-SADC e o seu impacto na economia moçambicana e o Plano Estratégico Indicativo para o
Desenvolvimento regional – RISDP. Foram realizados debates a vários níveis do Governo e
fóruns com participação do sector privado, académicos e sociedade civil, dos quais foram obtidas
contribuições integradas neste trabalho.
1
Moçambique é parte do processo regional de integração anteriormente definido e deve tirar
partido da sua situação geográfica privilegiada , das suas potencialidades em recursos naturais e
das outras vantagens comparativas e competitivas que possui de modo a tirar benefícios do
acesso ao mercado regional estimado em cerca de 230 milhões de consumidores. Para o efeito,
mostra-se necessário entre outros aspectos o desenvolvimento de uma agricultura forte e da
indústria nascente e a criação de uma área de turismo de eleição, reforçando assim a posição do
País no mercado regional.
• regras de origem para os produtos comercializados entre os Estados Membros da SADC (este
anexo contém um apêndice sobre o comércio de têxteis e confecções);
• regras para a cooperação aduaneira;
• formas de simplificação e harmonização de documentação e procedimentos comerciais;
• comércio transitário e instalações de trânsito;
• desenvolvimento do comércio, em particular as formas de facilitação do mesmo;
• mecanismos de resolução de disputas;
• comércio do açúcar.
2
O PC-SADC preconiza igualmente a liberalização na área de serviços. Para o efeito, os Estados
Membros estão em processo de negociação de um protocolo à parte que irá cobrir a liberalização
desta área.
Encontram-se ainda em fase final de negociação dois anexos ao PC-SADC, sendo um sobre a
Aplicação de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias (SPS) e outro sobre as Barreiras Técnicas ao
Comércio (TBT).
O processo negocial assentou num conjunto de conceitos, princípios e objectivos que fixam as
balizas e que tomam em conta os constrangimentos enfrentados pelos países na preparação das
suas ofertas de redução tarifária e proporcionam os argumentos para a defesa das mesmas. Esses
elementos normativos encontram a sua legitimidade quer no próprio texto do Protocolo
Comercial e seus Anexos, quer em resoluções do Comité de Ministros da Indústria e Comércio,
assim como nas resoluções das próprias rondas negociais.
3
a) Conceitos
Assimetria
Oferta Básica
Oferta que cada país apresentou, somente para a RAS, como proposta de desarmamento tarifário
mais proteccionista.
Oferta Diferenciada
Oferta que cada país apresentou para os restantes países exceptuando a RAS.
Categorias de produtos
Cada posição pautal foi classificada em três categorias sendo os critérios de categorização o
impacto na receita, no emprego e nas indústrias emergentes. As categorias adoptadas foram as
seguintes :
4
Categorias ou Grupos de Países
b) Princípios
As regras de origem (RO) servem para prevenir o desvio de comércio, que pode resultar do uso
do protocolo para contornar os direitos aduaneiros cobrados às mercadorias provenientes de
terceiros estados. Estas regras permitem assegurar que somente bens produzidos num estado
membro sejam qualificados para beneficiar das preferências comerciais estabelecidas no acordo.
As RO fornecem indicações para identificar a “nacionalidade” do produto. Estas regras não só
previnem o desvio de comércio, mas também protegem algumas indústrias da concorrência
regional.
As RO acordadas na SADC são vistas como sendo demasiado restritivas pelo que se torna difícil
que produtos transformados na região se qualifiquem como originários no âmbito do PC-SADC.
A região adoptou regras específicas que impõem níveis mínimos de actividade económica
exigindo que : i) a mercadoria mude de linha pautal, ii) que reúna 35% de valor agregado na
região; ou ii) que os insumos importados de terceiros estados não representem mais de 60% do
valor total dos insumos utilizados.
A SADC acordou ainda que os certificados de origem sejam emitidos tanto por entidades do
sector público tais como ministérios do comércio e autoridades alfandegárias, como por entidades
do sector privado como é o caso das câmaras de comércio e indústria.
5
1.3.3 Barreiras não tarifárias (BNT´s)
Com a implementação do PC-SADC tem sido dado um novo ímpeto à identificação, análise e
eliminação das Barreiras não Tarifárias (BNT´s) ao comércio, que, de modo geral, constituem um
entrave às trocas comerciais. De acordo com um estudo efectuado pela SADC as BNT´s,
definem-se como: “quaisquer regulamentos sobre o comércio diferentes das tarifas ou de outras
políticas discricionárias que restrinjam o comércio internacional”.
Como forma de eliminar gradualmente as TBT entre os Estados Membros e entre a SADC e
outros blocos regionais e internacionais de comércio e de promover a qualidade e as infra-
estruturas para a qualidade está a ser implementado o “Programa da SADC em Normalização,
Garantia da Qualidade, Acreditação e Metrologia (SQAM)”. Com a implementação deste
programa a região tem estado a dar passos positivos nesta área, destacando-se os seguintes
aspectos:
6
(ii) No âmbito da acreditação: a criação e reconhecimento do sistema regional e a formação
dos pontos focais nos países da região. Neste âmbito foi criada a SADCAS, uma entidade
registada no Botswana, que vai fornecer serviços de acreditação aos países da região; e
(iii) No âmbito da metrologia: a harmonização da legislação e da regulamentação, a formação,
o desenvolvimento do Sistema Inter Africano de Metrologia, a criação de algumas infra-
estruturas básicas e ainda o apoio à acreditação dos laboratórios de calibração.
Embora se esteja a avançar nos aspectos acima mencionados os vários países da SADC não têm
uma abordagem comum e coordenada em relação a este assunto e enfermam de regulamentação
técnica restritiva. Com o objectivo de corrigir esta situação, encontra-se em fase final de
negociação um anexo ao PC-SADC sobre as TBT que incluirá também as questões relacionadas
com a qualidade devendo substituir o Memorando de Entendimento sobre a Cooperação na
SADC em SQAM.
A aplicação de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias (SPS) também tem sido objecto de atenção na
região, o levantamento da situação nos vários países da SADC permitiu desenvolver uma
proposta de anexo ao PC-SADC sobre as medidas SPS.
Após três anos de implementação do PC-SADC, foi realizada uma avaliação de meio termo
(2004) cujo objectivo era o de avaliar o estágio de execução dos compromissos acordados pelos
estados membros em 2001. As principais constatações deste exercício foram as seguintes:
• Falta de cumprimento do calendário de desarmamento tarifário e inconsistência em efectuar
as reduções tarifárias por parte de alguns países;
• Regras de origem restritivas e complexas; e
• Falta de mecanismos consistentes para monitorar a implementação.
7
• Estabelecessem um mecanismo de negociação e um plano de acção para a monitorização,
notificação e eliminação das BNT´s.
a) Remoção imediata das BNT´s de alta prevalência com impacto elevado no comércio;
b) Remoção ou harmonização a médio prazo (1-2 anos) das BNT´s com média prevalência e
impacto médio no comércio;
c) Remoção ou harmonização a médio ou longo prazos (2-5 anos) das BNT´s com baixa
prevalência e baixo impacto no comércio.
8
2 O estágio de implementação do PC-SADC por Moçambique
2.1 A oferta moçambicana
Outros Membros
Cat Sadc Cat. Int. 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
A A 0 0 0 0 0 0 0 0
B1 B1 30 30 25 25 25 20 10 0
B2 B21 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 4 0
B2 B22 5 5 5 5 5 5 3 0
C1 C1 30 30 25 25 25 20 20 20 15 10 5 0
C2 C21 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 5 0
C2 C22 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 3 0
C2 C23 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 1 0
E E Posições pautais não contempladas no PC-SADC
Fonte: Pauta aduaneira
9
Como se pode depreender, em 2001 a categoria “A” foi liberalizada. A partir de 2008 será
aplicada tarifa zero a toda a categoria “B” para toda a região SADC. É, porém, importante
considerar que mercadorias do mesmo tipo podem entrar na categoria “B” se forem originárias
dos outros estados membros e na categoria “C” se tiverem a nacionalidade sul africana.
Analogamente, mercadorias na categoria “A” em relação a outros países podem estar na categoria
“B” ou “C” relativamente à RAS. A razão de ser desta descriminação é o “princípio de
assimetria”.
Um levantamento das posições pautais (ou linhas tarifárias/pautais) pertencentes a cada categoria
(A, B, C e E) na pauta aduaneira vigente (2006) mostra até que ponto o mercado nacional está
aberto e como esta abertura evoluirá nos próximos anos. A tabela 3 ilustra a composição das
categorias acima referidas e o respectivo peso relativamente ao total das posições pautais. Note-
se que a categoria “C” na oferta moçambicana representa apenas 5.6% das posições pautais, o
que significa que satisfez o parâmetro dos 10% como peso máximo desta categoria.
93.93%
69.96% 99.57%
(protegido ) 6.07% (protegido) 0.43% (prot.)
Fonte: Elaboração do MIC
10
A categoria “A” para a SADC sem a RAS abarca cerca de 30% das posições pautais, o que
significa que 30% das mercadorias (correspondentes a estas posições pautais) importadas a partir
destes países já são isentas de direitos aduaneiros. Em 2008, aproximadamente 94% das posições
pautais terão tarifa zero. A partir daquela data, somente os produtos considerados sensíveis terão
taxas aduaneiras significativas até 2011. Em 2012 todos os produtos contemplados no PC-SADC
entrarão livremente no mercado nacional, com excepção de alguns dos produtos considerados
sensíveis para a RAS.
92.5%
11
Paralelamente a este processo Moçambique assinou acordos comerciais bilaterais com o
Zimbabué e Malawi que já estão em vigor e está a negociar outros com Angola, Tanzânia e
Zâmbia. Estes acordos consentem imediata livre circulação a uma lista de produtos entre os
territórios dos estados signatários, alterando assim o roteiro do desarmamento tarifário na região.
Para a elaboração das ofertas tomou-se como base o princípio de assimetria, ou seja o nível de
desenvolvimento dos países. Neste contexto foi definido que os países teriam duas ofertas, uma
para os restantes países da SADC e outra para a RAS como país mais desenvolvido na região.
O período definido foi de 8 anos para a zona de comércio livre, onde 85% do comércio intra
regional deveria ser liberalizado e os restantes 15% compreendem produtos considerados
sensíveis, cujo processo de liberalização duraria 12 anos para os restantes membros e 15 para a
RAS. Esta última percentagem compreende ainda os produtos exclusos do protocolo.
Moçambique solicitou a derrogação porque acabava de sair de uma guerra.
Assim, a oferta de Moçambique foi elaborada tendo em conta os compromissos assumidos com o
FMI, ou seja, nos primeiros 6 anos (2001 a 2006) reduziria apenas a tarifa máxima, conforme
espelham as tabelas 1 e 2.
Em 2006 Moçambique solicitou derrogação ao FMI para somente reduzir a tarifa máxima em
2007, no entanto no âmbito da SADC reduziu-se a tarifa máxima para 20%.
Para a elaboração das ofertas foram auscultados diferentes sectores (público e privado). Assim,
por exemplo, o sector da agricultura:
• No tocante ao milho, foi imediatamente liberalizada a semente. O resto foi liberalizado com
excepção da RAS, para a qual o milho para diversos usos será liberalizado em 2015. Esta
oferta visava a criação de condições para o escoamento do milho do norte para as restantes
partes do país.
A abertura do comércio estimula toda a economia: aumenta as receitas dos países exportadores e
proporciona aos consumidores dos países importadores uma escolha mais vasta de bens e de
serviços, a preços mais baixos, graças a uma maior concorrência. Além disso, permite que os
países possam produzir e exportar os bens e os serviços em que são mais competitivos. A
integração pode, portanto, potenciar o crescimento económico. Mas pode também ter efeitos
negativos. O acesso a mercados mais vastos e mais abertos implica uma maior concorrência entre
empresas e entre países. Ao pôr em competição economias com diferentes graus de
desenvolvimento, a integração pode, se não for devidamente controlada, aumentar o fosso entre
12
os países mais avançados e os países pobres e marginalizar ainda mais as economias mais pobres
da região. Por outro lado os direitos aduaneiros, além de ser um instrumento de política comercial
e industrial, constituem fonte de receita para a despesa pública.
Na área de serviços
A concessão do Porto de Maputo
Na área do comércio
Grandes supermercados : Shoprite, Game e Mica.
Na área financeira
O sector bancário: Banco Austral e Standard Bank
A balança comercial de Moçambique com os países da SADC (2001 a 2005) é deficitária, sendo
o fosso maior relativo à África do Sul (ver gráficos 1 e 2). Para além do défice permanente da
balança comercial, as transacções de Moçambique com a região estão concentradas em um ou
dois países, com destaque para a RAS (Gráficos 2 e 4).
13
Gráfico 1 : Balança Comercial de Moçambique com a SADC de 2001 a 2005
5,000.00
Imp. (M)
0.00
-5,000.00 2001 2002 2003 2004 2005* (X-M)
-10,000.00
-15,000.00
-20,000.00
Outros
Malawi
Swazilândia
Zimbabwe
África do Sul
África do Sul
91%
14
Gráfico 3: Importações globais moçambicanas — 2005
Outros
2%
Malawi
13%
Zimbabwe
13%
Outros
Malawi
Zimbabwe
África do Sul
África do
Sul 72%
15
Gráfico 5: Exportações globais moçambicanas — 2005
O processo de desarmamento tarifário no país teve início em 2001, com a eliminação dos direitos
sobre as mercadorias de liberalização imediata (categoria “A”) e foi seguido de medidas de
redução em 2003 e 2006. Em 2007 não foi feita alguma redução no âmbito do PC-SADC,
contudo, segundo o calendário de redução tarifária apresentado por Moçambique, de 2007 em
diante a redução deveria ser contínua (de ano para ano) até à conclusão do desarmamento
tarifário proposto.
Embora a liberalização gradual tenha vindo a reduzir o peso dos direitos aduaneiros nas receitas
globais do Estado, este continua ainda elevado, representando cerca de 14% (2006).
16
• As importações aumentarão como resultado da liberalização;
• A eliminação das tarifas automaticamente reduzirá os preços;
• A alocação dos recursos será eficiente;
• Ignora possíveis efeitos no crescimento e produtividade como resultado da integração
regional que pode trazer uma dinâmica através da concorrência e economias de escala,
criação de indústria eficiente e o nível de crescimento como resultado da baixa de tarifas
intra-regionais;
• O ano de 2005 é o ano base;
• As taxas aplicada s no IVA e no Imposto sobre consumo específico (sobre o valor CIF)
dos produtos, manter-se-ão constantes;
• O nível das isenções nas importações (por embaixadas, legislação em vigor) manter-se-á
constantes ao longo do tempo;
• A política monetária com referência à taxa de câmbio e a inflação, não foi considerada ;
• O crescimento do PIB foi baseado no comportamento histórico das estatísticas de
Moçambique;
• O efeito de substituição das importações não foi assumido;
• Assumiu-se um aumento das receitas sobre o rendimento, até 2011 entre 0.5% a 1% do
PIB e de 1% a 2% de 2012 em diante;
• Assumiu-se um crescimento do PIB com base nos dados históricos;
• Assumiu-se que com o aumento do volume de importações e do comércio de serviços e
com a entrada em funcionamento de novas empresas se alargará a base de arrecadação de
impostos sobre o rendimento das empresas;
• Calcularam-se as receitas provenientes do comércio externo com base no agr upamento
das bandas tarifárias;
• Assumiu-se um crescimento nominal de 2.1% da taxa de câmbio.
O modelo não reflecte os custos de ajustamento. Estes fazem parte do custo de curto prazo que o
país vai ter que enfrentar, do estágio de pré liberalização da economia para pós liberalização.
Estes custos de transição incluem de entre outros aspectos os custos determinados pela realocação
dos factores de produção nos vários sectores e pela provisão da segurança social determinada
pelas substituições entre o capital e a mão de obra.
A tabela no anexo 2 apresenta os resultados obtidos pela aplicação deste modelo que foram
utilizados na análise seguinte.
O gráfico 6 mostra a evolução da receita total do Estado e das suas componentes fiscal e não
fiscal de 1998 a 2006, assim como a sua projecção de 2007 a 2015. Nota-se um crescimento
contínuo da receita total com flexões em 2004 e 2012. Este andamento é determinado
fundamentalmente pelo aumento da receita fiscal.
17
Gráfico 6: Evolução da receita total do Estado de 1998 a 2015 (em 10^6 contos MT)
90.000,0
80.000,0
70.000,0
60.000,0
Receita Total
50.000,0
Receitas fiscais
40.000,0
Outras receitas
30.000,0
20.000,0
10.000,0
0,0
12
98
04
10
00
02
06
08
14
20
19
20
20
20
20
20
20
20
A receita fiscal é composta pelos impostos sobre rendimentos, impostos sobre bens e serviços e
outros impostos. Destas componentes o imposto sobre bens e serviços tem o maior peso e exerce
maior influência sobre o comportamento da receita fiscal, conforme ilustrado pelo gráfico 7.
Gráfico 7: Evolução da receita fiscal de 1999 a 2015 (em 10^6 contos MT)
70.000,0
60.000,0
10.000,0
0,0
99
05
09
11
13
15
01
07
03
19
20
20
20
20
20
20
20
20
18
Todas as componentes da receita fiscal mostram um crescimento ao longo do período em análise,
excepto outros impostos que em 2004 e 2006 tiveram uma evolução negativa, mantendo-se
crescentes de 2007 a 2015.
O gráfico 8 indica a evolução do imposto sobre bens e serviços. Este é composto pelo imposto
sobre valor acrescentado, imposto sobre o consumo específico e imposto sobre o comércio
externo (direitos aduaneiros). O IVA tem um peso determinante no andamento da receita
resultante dos impostos sobre bens e serviços.
Gráfico 8: Evolução dos impostos sobre bens e serviços 1999 a 2015 (em 10^6 contos MT)
50.000,0
45.000,0
40.000,0
35.000,0
Impostos sobre Bens e
30.000,0
Serviços
25.000,0 Imposto s/ Valor
Acrescentado (IVA)
20.000,0 Imposto s/ Consumo
15.000,0
Específico
Impostos s/ Comércio
10.000,0 Externo
5.000,0
0,0
01
03
07
09
13
99
05
11
15
20
20
20
20
20
19
20
20
20
Estima-se que em 2008 os direitos aduaneiros tenham uma ligeira variação negativa. Entretanto
de 2013 até 2015 a queda da receita proveniente dos direitos aduaneiros será maior e contínua.
Este comportamento deve -se ao efeito da eliminação das tarifas aduaneiras sobre os produtos
sensíveis no âmbito do PC-SADC e da redução da tarifa aduaneira máxima geral de 20% para
15% em 2012 no âmbito dos compromissos com o FMI.
A receita proveniente dos direitos aduaneiros é também influenciada pela redução de tarifas
aduaneiras a favor dos agentes económicos nacionais em relação a certos bens , podendo-se referir
a título de exemplo a Lei nº 02/2007 de 7 de Fevereiro.
Viu-se anteriormente que a receita fiscal aumentou de 1999 a 2006 e as projecções de 2007 a
2015 indicam ainda um crescimento acentuado com flexão em 2012 e recuperação em 2013. Este
aumento é sustentado pelo imposto sobre bens e serviços cuja evolução é por sua vez
determinada pelo crescimento do imposto sobre o valor acrescentado relativo a bens de produção
19
interna e importados. O IVA arrecadado das importações foi sempre maior em relação ao
arrecadado dos bens de produção interna.
Conclui-se que o crescimento da receita sobre bens e serviços esteja relacionado com o
crescimento das importações. Constatou-se que a maior parte das importações consiste em
equipamento e maquinaria, combustível, viaturas, energia eléctrica e outros bens intermediários.
A Mozal, Sasol e KENMARE foram responsáveis por 23% das importações moçambicanas em
2006. É de notar que as empresas que operam em regime de zona franca estão isentas do
pagamento do IVA e direitos aduaneiros nas suas importações.
O País tem recursos naturais inexplorados e uma abundante força de trabalho, embora se encontre
entre os países mais pobres do mundo. A localização geográfica faz do País uma das portas de
entrada e de saída ideais para os produtos que circulam na região, facilitando o acesso a um
mercado potencial regional de cerca de 230 milhões de consumidores, dos quais 19 milhões são
moçambicanos. A procura efectiva no País é, no entanto baixa, devido ao baixo poder de compra
da população.
Considerando dados da SADC Facts and Figures 2004, a produção nacional encontra-se em 7ª
posição ao nível da SADC com 5.933 milhões de dólares americanos e representa cerca de 2% da
produção da região. É preciso, porém, considerar a contribuição dos grandes projectos cujos
rendimentos não se reflectem significativamente na capacidade de despesa pública e dos
consumidores nacionais. O produto per capita é de 313 USD e ocupa a 11ª posição na região. O
20
produto per capita regional é de 1251 USD. A economia nacional ocupou, pelo menos até 2004, a
segunda posição em termos de crescimento, após a angolana. A dívida externa é a mais alta da
região, seguindo a da África do Sul.
De uma forma geral, a situação económica do País mostra-se estável e com tendência a crescer
julgando pelo comportamento dos principais agregados macroeconómicos nos últimos anos e as
projecções feitas para os próximos anos no contexto do Plano Económico Social, no Programa
Quinquenal do Governo e no Plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta (PARPA).
Apesar das mudanças acima mencionadas, os cinco principais portos do país apenas estão a ser
usados em cerca de 63% (2005) da sua capacidade total de manuseamento. O tráfego de carga
nacional (cabotagem e comércio externo) representa 54% (2005) em relação ao total manuseado
nos portos. Deste valor, apenas 2% (em média) se referem às transacções dentro do País
(cabotagem). É importante encontrar algum mecanismo que permita reduzir as tarifas portuárias e
o tempo de permanência das cargas em trânsito nos portos.
O sistema ferroviário está desenhado para permitir a ligação de Moçambique com os outros
países da região, no entanto, só estão operacionais 62% das linhas existentes. As transacções
internas são apenas responsáveis por cerca de 15% do tráfego, ou seja 3% da capacidade
disponível. A maior parte das mercadorias transportadas é destinada ou proveniente da RAS
(52%), Suazilândia, Zimbabué e Malawi. Algumas zonas potencialmente produtivas não são
servidas por caminhos-de-ferro.
Como se pode constatar, a economia interna pouco se serve do sistema ferro portuário. O
principal modo de transporte de pessoas e mercadorias é o transporte rodoviário, que em alguns
casos é menos eficiente tendo em conta o estado das vias e o custo insustentável para mercadorias
de baixo valor.
21
da região com a menor dotação de estradas em boas condições, estando em primeiro lugar
Botswana e Namíbia e, em segundo, África do sul e Zimbabué , os restantes encontravam-se na
posição intermédia.
A abertura do mercado nacional de aviação a outros operadores permitiu baixar os custos nas
rotas nacionais e aumentar o volume de negócio. Contudo, a companhia área nacional (LAM)
continua a ser exclusiva na rota Maputo — Johannesburg.
O sector de telecomunicações está a registar um grande crescimento dado pela expansão da rede
de telefonia móvel, incremento do uso da Internet e adopção da banda larga. O custo das
telecomunicações em Moçambique é dos mais baixos do continente africano, contudo a qualidade
dos serviços prestados e a taxa de penetração carecem ainda de melhoramento.
3.2.5 Energia
Moçambique tem um potencial hidroeléctrico estimado em 12000Mw, dos quais 80% ocorrem no
Vale do Zambeze, onde está instalada a hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) Fase I com uma
capacidade de produção instalada de 2075Mw.
3.2.6 Água
A água é um dos recursos que Moçambique possui em abundância. O aumento da utilização deste
recurso na agricultura melhoraria significativamente a produtividade do sector e,
consequentemente, a competitividade da produção nacional. Existem no país sistemas de regadio
sub aproveitados que precisam de ser reabilitados e completados.
As redes de fornecimento de água para consumo doméstico e industrial têm fraca cobertura e na
maior parte dos casos o abastecimento não cobre 24 horas por dia, o que obriga as empresas e
famílias a investir em sistemas de conservação da água, aumentando deste modo os custos de
produção.
3.2.7 A indústria
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recurso humano, aumento da produção, melhoramento da qualidade incluindo aspectos ligados à
embalagem e promoção de produto.
A indústria açucareira nacional mostra uma forte recuperação, contudo a produção nacional ainda
não satisfaz a procura interna em quase todos os outros subsectores. É necessário recuperar o
nível de processamento (valor acrescentado) que actualmente baixou significativamente, estando
algumas empresas dedicadas apenas a pequenas transformações e embalagem de produtos
importados.
3.2.8 A agricultura
As zonas com sistemas de regadio não estão electrificadas e, por isso, os agricultores recorrem
apenas ao uso de motobombas a combustível para a rega ou à rega manual, opções mais caras em
relação às electrobombas.
Um dos produtos com elevado potencial na região é a castanha de caju, entretanto a maior parte
das árvores tem menor produtividade por causa da idade, requerendo renovação.
A prevalência da agricultura de subsistência faz com que em cada zona se produza um pouco de
tudo mas em pequenas quantidades. Falta a especialização das zonas de produção na exploração
do potencial local, de modo a tirar proveito das vantagens comparativas.
23
• Criar as infra–estruturas que permitam o desenvolvimento dos vários elementos do
Sistema Nacional da Qualidade e, consequentemente, o apoio às empresas nesta área;
• Desenvolver os recursos humanos nesta área, quer no aparelho do estado quer no sector
privado;
• Assegurar a participação de quadros moçambicanos nos fora internacionais sobre a
matéria e a circulação adequada de informação;
• Coordenar os intervenientes no sistema;
• Desenvolver a legislação de suporte à normalização e à metrologia;
• Assegurar a participação no processo regional de normalização contribuindo o país para o
desenvolvimento das normas;
• Criar o quadro para o desenvolvimento de regulamentação técnica, clarificando as funções
dos vários intervenientes;
• Criar os laboratórios para a calibração de instrumentos de medida;
• Desenvolver a acreditação;
• Desenvolver a infra-estrutura laboratorial, devidamente acreditada, para a avaliação da
conformidade cobrindo as análises necessárias;
• Criar condições incluindo o desenvolvimento de recursos humanos para realizar
adequadamente a certificação de produtos e sistemas e as actividades de inspecção.
Os bancos comerciais pouco se expandem para além das capitais províncias e estão concentradas
nas principais cidades do país. Há fraca inovação de serviço para estimular a poupança, razão
pela qual o índice é muito baixo, situado a 30% do PIB. Os depósitos a ordem representam cerca
de 75% do total dos depósitos no sistema bancário. Este nível de poupança não permite financiar
todos os sectores produtivos. Os sectores de agricultura e da agro - indústria, caracterizados por
níveis baixos de retorno, altos riscos e longos períodos de recuperação, são negativamente
discriminados.
O custo do crédito bancário é muito alto e as garantias reais requeridas são demasiado restritivas,
cerca de 120% do crédito solicitado em termos reais, além da comparticipação não inferior a
30%. Estas condições inibem, em particular, o financiamento de pequenas e médias empresas.
A análise de viabilidade por vezes é conduzida com o interesse de obter comissões, da parte dos
analistas de crédito, uma vez aprovado o projecto. Esta atitude leva ao financiamento de projectos
não viáveis, elevando assim o risco do financiamento bancário, ou seja a taxa de crédito mal
parado, acabando por penalizar projectos viáveis, pois o juro ajusta-se ao nível do risco.
No país ainda devem ser desenvolvidos serviços de apoio ao sector produtivo, tanto públicos
como privados. Constituem desafios nesta área a promoção do acesso principalmente das PMEs a
actividades profissionais de suporte tais como contabilidade, auditoria e assistência jurídica.
24
Os Fundos constituídos com o objectivo de dar suporte financeiro às empresas funcionam mal
por falta de recursos e é preciso adequar os mecanismos e as condições de acesso aos incentivos
fiscais emanados da legislação vigente de modo a contemplar e dar prioridade às PMEs.
O investimento das empresas na formação e especialização da mão de obra não é frequente e para
tal contribui o risco de perder trabalhadores já formados a favor de empresas que pagam melhor,
dado que não existe disciplina sobre a mobilidade da mão de obra.
Nos últimos cinco anos o Governo iniciou o processo de reforma do sector público, com o
objectivo de tornar as instituições mais eficientes no seu funcionamento e melhorar os serviços
prestados aos cidadãos e ao sector produtivo. A nova legislação para o registo de unidades
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industriais e comerciais e a criação de balcões únicos de atendimento ao público reduziram
bastante o tempo e o custo de iniciar uma actividade económica no País.
No sector agrário o governo tem providenciado serviços de suporte ao sector produtivo, sendo de
destacar o ramo de fomento pecuário, o impacto destes serviços revelou-se bastante positivo em
algumas zonas, tendo em conta a evolução dos efectivos pecuários, sobretudo na espécie bovina.
O peso relativo das grandes e médias explorações diminuiu no sector comercial agrário indicando
que o mesmo não cresce significativamente. A expansão do sector familiar é sintomática da
incapacidade do sector empresarial de atrair a mão-de-obra emergente no campo.
Persistem no País BNT´s que devem ser eliminadas por constituírem entrave às trocas
comerciais e ao processo de integração regional. Uma parte das barreiras não tarifárias é
constituída pelas barreiras técnicas ao comércio (TBT) e a outra prende -se com medidas
administrativas e outros elementos que dificultam o comércio e que foram abordadas no
parágrafo anterior referente ao ambionte de negócios. A eliminação destas barreiras está
relacionada com os desafios a seguir indicados e permitirá melhorias adicionais ao ambiente de
negócios.
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• O desenvolvimento da metrologia, particularmente no que se refere à metrologia legal que
é base para a harmonização de parte da regulamentação;
• O estabelecimento de condições para a avaliação da conformidade e acreditação;
• Adequar a regulamentação técnica existente às condições acutuais do mercado e
estabelecer nova regulamentação prtinente, comçando pela definição dum para o
desenvolvimento e notificação dos regulamentos;
• Adequar o sistema de vigilância de pestes e criar bases de dados actualizadas sobre a
distribuição de pestes;
• Formação de inspectores fitossanitários treinados em procedimentos modernos nesta área;
• Investir em instalações adequadas para a inspecção nos pontos de saída e entrada no País,
incluindo as questões relacionadas com a quarentena;
• Disseminação de informação sobre estes assuntos.
O país precisa de acelerar a preparação para fazer frente aos desafios inerentes ao processo de
integração económica com o envolvimento de todos os agentes institucionais: (i) o sector público
na melhoria contínua do ambiente de negócios (infra-estruturas, simplificação de procedimentos
administrativos e organização e tutela do marcado e dos consumidores) e no desenho de políticas
e estratégias favoráveis ao desenvolvimento da actividade económica; (ii) o sector empresarial na
racionalização da gestão, aperfeiçoamento da capacidade empresarial e melhoramento da
tecnologia e (iii) a sociedade civil na busca de mecanismos de participação na tutela dos
interesses individuais e colectivos. O sector público pode guiar o desenvolvimento de sectores
específicos.
Moçambique não poderá estar alheio a esta realidade sob pena de se ver marginalizado de todo o
processo e ser levado por arrastamento.
A análise factual apresentada nos capítulos anteriores, sugere que o país precisa de desenvolver
uma estratégia de actuação que lhe permita maximizar os benefícios do processo de integração
regional tendo em vista os desafios e as oportunidades que o mesmo engendra. Neste processo é
importante ter em conta a posição do País entanto que um País Menos Desenvolvido (PMD).
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Na definição da estratégia dá-se atenção especial aos ambientes politico e económico, bem como
ao papel facilitador que o Estado deve jogar no processo de integração tomando em conta que o
sector privado é um parceiro crucial.
Para a preparação de Moçambique para a zona de comércio livre da SADC são recomendadas as
seguintes medidas:
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4.2.2 Infra-estruturas
As estradas e pontes são fundamentais no sentido de que permitem o fluxo de mercadorias dentro
do país e na região. Será, por isso necessário prosseguir com o Programa de Estradas ora
desenhado e implementar o Protocolo de Transportes no concernente à área de estradas. Na
sequência da integração regional as acções seguintes são prioritárias:
• Promover a manutenção permanente da rede de estradas primárias, a pavimentação das que
possuem maior tráfego, bem como a manutenção permanente e a reabilitação de estradas
secundárias;
• Sincronizar os programas de construção e reabilitação das vias de acesso com as necessidades
de escoamento das matérias primas para a indústria e dos bens de consumo para os mercados,
bem como a evolução do turismo. Nesta perspectiva considera-se prioritário:
- A construção da ponte da Unidade;
- A asfaltagem da estrada que permite a ligação com a Tanzânia, através da ponte da
Unidade;
- A asfaltagem da estrada Nampula-Cuamba –Mandimba, para ligar ao Malawi;
- A asfaltagem da estrada Lichinga-Metangula, para ligar ao Malawi, através do
porto de Metangula;
- A asfaltagem da estrada Quelimane-Milange;
- A asfaltagem da estrada Tete-Zumbo;
- A asfaltagem da estrada Catembe— Ponta do Ouro
Os portos e caminhos de ferro constituem uma das maiores vantagens que Moçambique apresenta
em relação aos restantes países da região dado serem a porta de entrada para o hinterland. Assim,
definem-se as seguintes prioridades:
• Garantir a operacionalização do Protocolo dos Transportes, Comunicações e
Meteorologia da SADC;
• Promover investimentos que melhorem a eficiência e a segurança do sistema ferro-
portuário nacional, incluindo a operacionalização do fundo de dragagem;
• Promover o desenvolvimento e expansão da rede ferroviária na perspectiva de espimha
dorsal das infra-estruturas de transporte;
• Melhorar a conectividade nas redes regionais de transportes; e
• Adoptar medidas que permitam maior oferta e custo sustentável dos serviços de
cabotagem.
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4.3 Serviços de transportes e comunicações
A água é um dos recursos que conferem a Moçambique vantagem comparativa, pelo que é
oportuno apostar na sua utilização óptima. Assim, são definidas as seguintes prioridades:
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• Garantir a implementação do Protocolo da SADC sobre Sistemas de Cursos de Águas
Compartilhadas, em particular, assegurar a participação na formulação da politica, estratégia
e programa de Gestão do Desenvolvimento Integrado dos Recursos Hídricos (IWRM);
• Optimizar a utilização das barragens de irrigação existentes no país;
• Assegurar a reabilitação e construção de sistemas de irrigação nos vales do Limpopo,
Incomáti e Pungué;
• Integrar os planos de desenvolvimento de recursos hídricos no planeamento económico
nacional;
• Promover a eficiência e alargar o período de abastecimento de água para 24 horas por dia; e
• Promover a minimização de perdas de água por rupturas dos canais , combater ligações
clandestinas e aliviar o custo aos utilizadores formais da água canalizada.
A SADC não possui protocolo para a área da indústria, entretanto, está em desenvolvimento uma
política e estratégia de desenvolvimento industrial para a região. O sector da indústria e comércio
elaborou um plano de acção da indústria para a zona de comércio livre que tem como objectivo
estimular a produção interna e impulsionar as exportações, aproveitando as oportunidades que
decorrem da liberalização do comércio regional.
O plano de acção contempla 19 produtos (Amêndoa de caju, algodão, arroz, banana, batata,
manga, feijões, chá, água mineral, mel, milho, gengibre, mandioca, citrinos curtumes (cabrito),
óleo de copra, mobiliário de madeira, pescado e Sal) que poderão ser exportados minimamente
processados ou com maior valor agregado. Para o efeito foram definidos os seguintes vectores de
actuação:
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A. Modernização tecnológica da indústria existente;
B. Desenvolvimento da Indústria de Embalagens;
C. Investimento em infra-estruturas de produção e de transportes e comunicações;
D. Melhoria da qualidade e do relativo sistema;
E. Pesquisa permanente das oportunidades de Mercado e disseminação de informação;
F. Melhoria do ambiente de negócios;
G. Promoção do Estabelecimento de Unidades Industriais nas Zonas Rurais Orientadas à
Exportação;
H. Incentivo ao uso de instrumentos da propriedade industrial: Denominações de Origem e
Indicações Geográficas; e
I. Consolidação do projecto: Orgulho Moçambicano — Made in Mozambique.
O turismo é uma das áreas com elevado potencial em Moçambique. As medidas prioritárias na
área são:
• Envolvimento de Moçambique na Organização Regional de Turismo da Africa Austral
(RETOSA) e garantir a implementação do protocolo do turismo da SADC;
• Prosseguir com a eliminação da necessidade do visto de entrada para cidadãos dos estados
membros da SADC;
• Promover a melhoria da qualidade dos serviços turísticos;
• Vender a imagem do país na região;
• Criar uma rede de pesquisa, estatísticas e troca de informações;
• Harmonizar e desenvolver políticas, estratégias e legislação ao nível da região; e
• Encorajar investimentos no sector.
Considerando os índices de captura de pescado relativamente baixos aos índices de alguns outros
países da região, constitui prioridade:
• Promover o desenvolvimento da maricultura e aquacultura;
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• Promover o acesso a tecnologias apropriadas para manuseamento, processamento e
conservação de produtos pesqueiros pelos pescadores artesãos; e
• Promover investimentos para o processamento industrial de produtos pesqueiros nas zonas de
grande potencial com observância dos requisitos do mercado regional.
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4.14 Na área da saúde
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