O conto de Monteiro Lobato retrata o personagem Jeca Tatu, um representante do homem rural brasileiro da época, e desconstrói estereótipos sobre ele. Através da descrição detalhada da vida simples de Jeca Tatu, Lobato critica as precárias condições de acesso à educação, saúde e infraestrutura nas áreas rurais do Brasil no início do século XX.
O conto de Monteiro Lobato retrata o personagem Jeca Tatu, um representante do homem rural brasileiro da época, e desconstrói estereótipos sobre ele. Através da descrição detalhada da vida simples de Jeca Tatu, Lobato critica as precárias condições de acesso à educação, saúde e infraestrutura nas áreas rurais do Brasil no início do século XX.
O conto de Monteiro Lobato retrata o personagem Jeca Tatu, um representante do homem rural brasileiro da época, e desconstrói estereótipos sobre ele. Através da descrição detalhada da vida simples de Jeca Tatu, Lobato critica as precárias condições de acesso à educação, saúde e infraestrutura nas áreas rurais do Brasil no início do século XX.
O conto de Monteiro Lobato retrata o personagem Jeca Tatu, um representante do homem rural brasileiro da época, e desconstrói estereótipos sobre ele. Através da descrição detalhada da vida simples de Jeca Tatu, Lobato critica as precárias condições de acesso à educação, saúde e infraestrutura nas áreas rurais do Brasil no início do século XX.
O personagem Jeca Tatu é um dos mais famosos da obra de Monteiro Lobato.
No livro Urupês, Lobato desconstrói a imagem idealizada do homem rural
Esse anúncio retratava aspectos da sociedade brasileira da época,
expressando críticas principalmente às condições de:
a) acesso à escolarização b) assistência médico-hospitalar
c) salubridade nas áreas rurais
d) integração econômica regional
2. Urupês Jeca Tatu é um piraquara do Paraíba, maravilhoso epítome de carne
onde se resumem todas as características da espécie. (...) De pé ou sentado, as ideias se lhe entramam, a língua emperra e não há de dizer coisa com coisa. De noite, na choça de palha, acocora-se em frente ao fogo para “aquentá-lo”, imitado da mulher e da prole. Para comer, negociar uma barganha, ingerir um café, tostar um cabo de foice, fazê-lo noutra posição será desastre infalível. Há de ser de cócoras. (...) Pobre Jeca Tatu! Como és bonito no romance e feio na realidade! Jeca mercador, Jeca lavrador, Jeca filósofo... Quando comparece às feiras, todo mundo logo adivinha o que ele traz: sempre coisas que a natureza derrama pelo mato e ao homem só custa o gesto de espichar a mão e colher – cocos de tucum ou jiçara, guabirobas, bacuparis, maracujás, jataís, pinhões, orquídeas; ou artefatos de taquara-rapoca – peneiras, cestinhas, samburás, tipitis, pios de caçador; ou utensílios de madeira mole – gamelas, pilõezinhos, colheres de pau. Nada mais. Seu grande cuidado é espremer todas as consequências da lei do menor esforço – e nisto vai longe. Começa na morada. Sua casa de sapé e lama faz sorrir aos bichos que moram em toca e gargalhar ao joão-de-barro. Pura biboca de bosquímano. Mobília, nenhuma. A cama é uma espipada esteira de peri posta sobre o chão batido. Às vezes se dá ao luxo de um banquinho de três pernas – para os hóspedes. Três pernas permitem equilíbrio; inútil, portanto, meter a quarta, o que ainda o obrigaria a nivelar o chão. Para que assentos, se a natureza os dotou de sólidos, rachados calcanhares sobre os quais se sentam? Nenhum talher. Não é a munheca um talher completo – colher, garfo e faca a um tempo? No mais, umas cuias, gamelinhas, um pote esbeiçado, a pichorra e a panela de feijão. Nada de armários ou baús. A roupa, guarda-a no corpo. Só tem dois parelhos; um que traz no uso e outro na lavagem. Os mantimentos apaiola nos cantos da casa. (...) Seus remotos avós não gozaram maiores comodidades. Seus netos não meterão quarta perna ao banco. Para quê? Vive-se bem sem isso. Se pelotas de barro caem, abrindo seteiras na parede, Jeca não se move a repô-las. Ficam pelo resto da vida os buracos abertos, a entremostrarem nesgas de céu. (...) Um terreirinho descalvado rodeia a casa. O mato o beira. Nem árvores frutíferas, nem horta, nem flores – nada revelador de permanência. Há mil razões para isso; porque não é sua a terra; porque se o “tocarem” não ficará nada que a outrem aproveite; porque para frutas há o mato; porque a “criação” come; porque... – “Mas, criatura, com um vedozinho por ali... A madeira está à mão, o cipó é tanto...” Jeca, interpelado, olha para o morro coberto de moirões, olha para o terreiro nu, coça a cabeça e cuspilha. – “Não paga a pena.” (...) O sentimento de pátria lhe é desconhecido. Não tem sequer a noção do país em que vive. Sabe que o mundo é grande, que há sempre terras para diante, que muito longe está a Corte com os graúdos e mais distante ainda a Bahia, donde vêm baianos pernósticos e cocos. Perguntem ao Jeca quem é o presidente da República: – “O homem que manda em nós tudo?” – “Sim” – “Pois de certo que há de ser o imperador.” Em matéria de civismo não sobe de ponto. – “Guerra? T’esconjuro! Meu pai viveu afundado no mato p’ra mais de cinco anos por causa da guerra grande. Eu, para escapar do “reculutamento”, sou inté capaz de cortar um dedo, como o meu tio Lourenço...”
(LOBATO, M. Urupês. 37.ed. (rev.). São Paulo: Brasiliense, 2005. p.165-176.)
Quanto ao autor e à obra, assinale a alternativa correta.
a) Monteiro Lobato é um escritor considerado pré-modernista. Urupês é
um dos 14 contos do livro de mesmo nome e retrata o caboclo em sua vida simples. A obra pode ser considerada uma antecipação das ideias modernistas, já que não apresenta a elaboração rebuscada até então vigente em sua época.
b) Monteiro Lobato é um escritor romântico e escreve Urupês no intuito de
atribuir ao trabalhador rural o status de herói nacional. Sua obra é criticada por seus contemporâneos, tendo em vista que tal atributo é dado ao índio. c) Monteiro Lobato é um escritor modernista, e Urupês é um conto que serve como referência aos pensamentos e ideais do manifesto antropofágico. Escrito em um momento posterior ao manifesto, a obra evidencia a defesa de uma cultura exclusivamente brasileira por meio da linguagem do caipira e seus atributos.
d) Monteiro lobato faz parte da segunda geração modernista, e Urupês é um
dos grandes exemplos de romance regional da década de 30. A partir da figura de Jeca Tatu, o escritor visa denunciar as mazelas sofridas pelo caboclo do interior de São Paulo.
e) Monteiro Lobato traz resquícios de uma herança parnasiana e critica a
linguagem coloquial no conto Urupês. A figura do Jeca Tatu representa a preguiça e a falta de cultura do coloquialismo brasileiro, altamente questionado nesse período.
3. Levando em consideração a linguagem e suas variações, assinale a
alternativa correta.
a) A variação linguística apresentada pelo protagonista e pelo narrador é
idêntica, marcando o falar do povo brasileiro, sem distinção de classe social.
b) Jeca Tatu apresenta uma variação sociocultural parecida à do narrador do
texto, aproximando-os em um diálogo harmonioso e sem preconceitos.
c) Não é possível perceber o tipo de variação linguística do narrador, enquanto
a do Jeca Tatu se identifica como regional, própria do falar nordestino.
d) Há distinção entre a variação de Jeca Tatu e do narrador, principalmente no
que concerne à distância regional. O primeiro, nordestino, e o segundo, carioca. Ambos apresentam marcas próprias da sua região.
e) Há um distanciamento entre a variação linguística do personagem
principal e do narrador do texto, que serve de parâmetro delimitador das classes socioculturais a que pertencem.
4. A respeito do personagem Jeca Tatu, considere as afirmativas a seguir.
I. É apresentado pelo narrador como um homem que luta para sobreviver diante da escassez da terra, tirando dela todo o proveito possível. II. II. Urupês foi escrito com o intuito de dar novo destino ao Jeca. No decorrer do enredo, o personagem se torna rico e fazendeiro. III. III. Jeca Tatu representa o comodismo diante da situação em que vive. Ao contrário da construção do herói nacional criado por José de Alencar, o personagem lobatiano é apresentado pelo narrador como indolente, preguiçoso e passivo. IV. É nesse conto que nasce Jeca Tatu. Seu nome se tornou simbólico para sua geração e para as posteriores como sinônimo de caipira e de homem do interior. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e II são corretas. b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
5. O texto de Monteiro Lobato está permeado de figuras de
linguagem. Quanto a isso, considere os trechos a seguir. i. Jeca Tatu é um piraquara do Paraíba, maravilhoso epítome de carne onde se resumem todas as características da espécie. ii. ii. Pobre Jeca Tatu! Como és bonito no romance e feio na realidade! iii. Sua casa de sapé e lama faz sorrir aos bichos que moram em toca e gargalhar ao joão-de-barro. iii. iv. Mobília, nenhuma. Assinale a alternativa que apresenta, correta e respectivamente, as figuras de linguagem predominantes nos períodos descritos. a) Antítese, ironia, elipse e prosopopeia. b) Elipse, antítese, ironia e prosopopeia. c) Elipse, prosopopeia, ironia e antítese. d) Ironia, antítese, prosopopeia e elipse. e) Ironia, prosopopeia, antítese e elipse. 6. Faça um pequeno resumo do conto e foque na crítica central.