Fundamentos Da Eletricidade

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 19

1

Capítulo 01 -Introdução a eletricidade

1.1 Introdução a Fundamentos em eletricidade

O estudo dos fundamentos da eletricidade envolve conhecimentos sobre matéria,


fundamentos da eletrostática, grandezas elétricas, conversão de energia mecânica,
química e luminosa em energia elétrica e fontes alternativas de energia elétrica.

1.2 Teoria Eletrônica da Matéria

Os fenômenos da eletricidade eram conhecidos desde a antiguidade, porém sem


aplicabilidade. No século VII A.C., Tales, na cidade de Mileto – Grécia – observou
que uma substância chamada âmbar, quando atritada, adquiria a propriedade de
atrair outros corpos.

Âmbar, em grego, significa elektron, motivo pelo qual


os fenômenos daí originados denominam-se
fenômenos elétricos, e a ciência que os estuda
denomina-se eletricidade.

A Eletricidade é o ramo da Física responsável pelo estudo de quaisquer fenômenos


que ocorram por causa de cargas elétricas em repouso ou em movimento.

1.2.1 Matéria e Substância

Matéria é tudo aquilo que nos cerca e que ocupa um lugar no espaço. Ela se
apresenta em porções limitadas que recebem o nome de corpos. Estes podem ser
simples ou compostos.

Aquilo que constitui todos os corpos e pode ser percebido por qualquer um dos
nossos sentidos, é matéria. A madeira de que é feita a mesa e o vidro de que se faz
o bulbo de uma lâmpada, é matéria. Dessa forma, percebemos que o nome matéria
se relaciona com uma variedade grande de coisas. Cada tipo particular de matéria é
uma substância, e, portanto, existem milhares de substâncias diferentes.

1
Aula 01 - Introdução a Fundamentos em eletricidade

Observação
1
Existem coisas com as quais temos contato na vida diária que não ocupam lugar no
espaço, não sendo, portanto, matéria. Exemplos desses fenômenos são o som, o
calor e a eletricidade.

Corpos simples são aqueles formados por um único átomo. São também chamados
de elementos. O ouro, o cobre, o hidrogênio são exemplos de elementos.

Corpos compostos são aqueles formados por uma combinação de dois ou mais
elementos. São exemplos de corpos compostos o cloreto de sódio (ou sal de
cozinha) que é formado pela combinação de cloro e sódio, e a água, formada pela
combinação de oxigênio e hidrogênio.

A matéria e, consequentemente, os corpos compõem-se de moléculas e átomos.

1.2.2 Moléculas e átomos

Molécula é a menor partícula em que se pode dividir uma substância de modo que
ela mantenha as mesmas características da substância que a originou.

Qualquer substância é formada por partículas muito pequenas e invisíveis, mesmo


com auxílio de microscópios, chamadas de moléculas. A molécula é a menor parte
em que se pode dividir uma substância, e que apresenta todas as suas
características. Por exemplo, uma molécula de água é a menor quantidade de água
que pode existir. As moléculas são constituídas por átomos. O número de átomos
que compõem uma molécula varia de acordo com a substância; numa molécula de
água (H2O), por exemplo, encontramos três átomos.

Numa gota de água: se ela for dividida


continuamente, tornar-se-á cada vez
menor, até chegarmos à menor partícula
que conserva as características da
água, ou seja, a molécula de água. Veja,
na ilustração ao lado, a representação
de uma molécula de água.
1

Capítulo 01 -Introdução a eletricidade

As moléculas se formam porque, na natureza, todos os elementos que compõem a


matéria tendem a procurar um equilíbrio elétrico.

Átomo

Os animais, as plantas, as rochas, as águas dos rios, lagos e oceanos e tudo o que
nos cerca é composto de átomos.

O átomo é a menor partícula em que se pode dividir um elemento e que, ainda


assim, conserva as propriedades físicas e químicas desse elemento.

Observação

Os átomos são tão pequenos que, se forem colocados 100 milhões deles um ao
lado do outro, formarão uma reta de apenas 10 mm de comprimento.

O átomo é formado de numerosas partículas. Existem átomos de materiais como o


cobre, o alumínio, o neônio, o xenônio, por exemplo, que já apresentam o equilíbrio
elétrico, não precisando juntar-se a outros átomos. Esses átomos, sozinhos, são
considerados moléculas também.

Constituição do átomo

O átomo é formado por uma parte central chamada núcleo e uma parte periférica
formada pelos elétrons e denominada eletrosfera.

O núcleo é constituído por dois tipos de


partículas: os prótons, com carga positiva, e os
nêutrons, que são eletricamente neutros.

Os prótons, juntamente com os nêutrons, são os


responsáveis pela parte mais pesada do átomo.

Os elétrons possuem carga negativa. Como os


planetas do sistema solar, eles giram na
eletrosfera ao redor do núcleo, descrevendo
trajetórias que se chamam órbitas.

3
Aula 01 - Introdução a Fundamentos em eletricidade

Na eletrosfera os elétrons estão distribuídos em camadas ou níveis energéticos. De


acordo com o número de elétrons, ela pode apresentar de 1 a 7 níveis energéticos,
1
denominados K, L, M, N, O, P e Q.

Os átomos podem ter uma ou várias órbitas, dependendo do seu número de


elétrons. Cada órbita contém um número específico de elétrons.

A distribuição dos elétrons nas diversas camadas obedece a regras definidas.

A regra mais importante para a área eletroeletrônica refere-se ao nível energético


mais distante do núcleo, ou seja, a camada externa: o número máximo de elétrons
nessa camada é de oito elétrons.

Os elétrons da órbita externa são chamados elétrons livres, pois têm uma certa
facilidade de se desprenderem de seus átomos. Todas as reações químicas e
elétricas acontecem nessa camada externa, chamada de nível ou camada de
valência.

Elétrons de Valência

A última órbita de um átomo ou camada mais afastada do núcleo define a sua


valência, ou seja, a quantidade de elétrons desta órbita que pode se libertar do
átomo através do bombardeio de energia externa (calor, luz ou outro tipo de
radiação) ou se ligar a outro átomo através de ligações covalentes. Os elétrons
dessa camada são chamados de elétrons de valência. Ligações Covalentes:
compartilhamento dos elétrons da última órbita com os da última órbita de outro
átomo. Num átomo, o número máximo de elétrons de valência é de oito.

A teoria eletrônica estuda o átomo só no aspecto da sua eletrosfera, ou seja, sua


região periférica ou orbital.
1

Capítulo 01 -Introdução a eletricidade

1.2.3 Carga elétrica (Q)

Existem dois tipos de cargas elétricas na natureza, convencionalmente chamadas


de cargas positivas e de cargas negativas. Os portadores de cargas elétricas são
partículas elementares, em particular, aquelas que constituem os átomos: elétrons e
prótons.
Os átomos são compostos de um núcleo e de uma coroa eletrônica, conforme
mostra a Figura 1.1. O núcleo contém os prótons e os nêutrons, enquanto a coroa
eletrônica contém os elétrons. Os prótons têm carga positiva, os elétrons têm carga
negativa e os nêutrons não tem carga.

Figura 1.1: Estrutura do átomo - Fonte: CTISM


Como certos átomos são forçados a ceder elétrons e outros a receber elétrons, é
possível produzir uma transferência de elétrons de um corpo para outro.

Quando isso ocorre, a distribuição igual das cargas positivas e negativas em cada
átomo deixa de existir. Portanto, um corpo conterá excesso de elétrons e a sua
carga terá uma polaridade negativa (-). O outro corpo, por sua vez, conterá
excesso de prótons e a sua carga terá polaridade positiva (+).

Quando um par de corpos contém a mesma carga, isto é, ambas positivas (+) ou
ambas negativas (-), diz-se que eles apresentam cargas iguais.

Quando um par de corpos contém cargas diferentes, ou seja, um corpo é positivo


(+) e o outro é negativo (-), diz-se que eles apresentam cargas desiguais ou
opostas.

A quantidade de carga elétrica que um corpo possui, é determinada pela diferença


entre o número de prótons e o número de elétrons que o corpo contém.

5
Aula 01 - Introdução a Fundamentos em eletricidade

O símbolo que representa a quantidade de carga elétrica de um corpo é Q e sua


1
unidade de medida é o coulomb (c).

Observação

1 coulomb = 6,25 x 1018 elétrons

Íons

No seu estado natural, o átomo possui o número de prótons igual ao número de


elétrons. Nessa condição, dizemos que o átomo está em equilíbrio ou eletricamente
neutro.

O átomo está em desequilíbrio quando tem o número de elétrons maior ou menor


que o número de prótons. Esse desequilíbrio é causado sempre por forças externas
que podem ser magnéticas, térmicas ou químicas.

O átomo em desequilíbrio é chamado de íon. O íon pode ser negativo ou positivo.


Os íons negativos são os ânions e os íons positivos são os cátions. Íons negativos,
ou seja, ânions são átomos que receberam elétrons.

Íons positivos, ou seja, cátions são átomos que perderam elétrons.


1

Capítulo 01 -Introdução a eletricidade

A transformação de um átomo em íon ocorre devido a forças externas ao próprio


átomo. Uma vez cessada a causa externa que originou o íon, a tendência natural do
átomo é atingir o equilíbrio elétrico. Para atingir esse equilíbrio, ele cede elétrons
que estão em excesso ou recupera os elétrons em falta.

1.2.4 Condutores e Isolantes

Em todos os átomos existe uma força de atração entre prótons e elétrons que
mantém a órbita dos elétrons em torno do núcleo. Entretanto, existem átomos cujos
elétrons estão firmemente ligados às suas órbitas e outros com condições de se
deslocarem de uma órbita para outras. Os primeiros elétrons denominamos elétrons
presos e os outros elétrons livres.

Os elétrons livres existem em grande número nos materiais chamados bons


condutores de eletricidade e não existem, ou praticamente não existem, nos
chamados isolantes. É essa particularidade que permite a distinção entre estas
duas categorias de materiais.
Como exemplos de materiais bons condutores,
podemos citar o ouro, a prata, o cobre, o
alumínio, o ferro e o mercúrio. Os condutores
permitem com facilidade a transmissão de
energia elétrica.

7
Aula 01 - Introdução a Fundamentos em eletricidade

Os isolantes elétricos não transmitem com facilidade a energia elétrica. Como


1
exemplos a madeira, o vidro, a porcelana, o papel e a borracha classificam-se como
isolantes.

1.3 Princípios da Eletrostática

A eletricidade é uma forma de energia que faz parte da constituição da matéria.


Existe, portanto, em todos os corpos.

O estudo da eletricidade é organizado em dois campos: a eletrostática e a


eletrodinâmica.

O entendimento dos princípios eletrostáticos é muito importante para o


entendimento de vários conceitos de eletricidade.

Eletrostática é a parte da eletricidade que estuda a eletricidade estática. Dá-se o


nome de eletricidade estática à eletricidade produzida por cargas elétricas em
repouso em um corpo.

Na eletricidade estática, estudamos as propriedades e a ação mútua das cargas


elétricas em repouso nos corpos eletrizados.

1.3.1 Princípios da atração e repulsão

Um corpo se eletriza negativamente (-) quando ganha elétrons e positivamente


(+) quando perde elétrons.

Da observação experimental, pode-se obter a chamada Lei de DuFay:


1

Capítulo 01 -Introdução a eletricidade

“Corpos eletrizados com cargas de mesmo sinal repelem-se. Corpos


eletrizadoscom cargas de sinais contrários atraem-se.”

No estado natural, qualquer porção de matéria é eletricamente neutra. Isso significa


que, se nenhum agente externo atuar sobre uma determinada porção da matéria, o
número total de prótons e elétrons dos seus átomos será igual.

Essa condição de equilíbrio elétrico natural da matéria pode ser desfeita, de forma
que um corpo deixe de ser neutro e fique carregado eletricamente.

Eletrização

Eletrização é todo processo capaz de gerar uma diferença entre o número de


cargas positivas e negativas de um corpo. Quando um corpo apresenta o mesmo
número de cargas positivas e negativas, dizemos que ele está neutro; se esses
números forem diferentes, dizemos que ele está eletrizado.

O processo pelo qual se faz com que um corpo eletricamente neutro fique
carregado é chamado eletrização.

Os processos de eletrização ocorrem na natureza constantemente e, muitas vezes,


tais fenômenos passam despercebidos por nós. O fenômeno da eletrização consiste
na transferência de cargas elétricas entre os corpos, e essa transferência pode
ocorrer por três processos conhecidos: por atrito, por contato e por indução.

A eletrização por atrito envolve o fornecimento de energia para dois corpos por
meio da fricção entre eles. Durante a fricção (atrito), alguns elétrons são arrancados
de um dos corpos, sendo capturados em seguida pelo outro corpo.

9
Aula 01 - Introdução a Fundamentos em eletricidade

Nesse processo os corpos de materiais diferentes inicialmente neutros ao serem


1
atritados adquirem cargas elétricas de mesmo módulo e sinais contrários.

Você pode observar este fenômeno facilmente, basta pegar um pedaço de algodão
e esfregar em um bastão de vidro, com isso o bastão será capaz de atrair pequenos
pedaços de papel.

Exemplo:

A eletrização por contato envolve dois corpos condutores, e pelo menos um deles
deve estar eletricamente carregado. Quando os dois corpos entram em contato, as
suas cargas elétricas dividem-se até que os dois estejam sob o mesmo potencial
elétrico. Ao final do processo, os corpos apresentam o mesmo sinal de cargas.

Nesse processo quando dois ou mais condutores são colocados em contato, com
pelo menos um deles eletrizado, observa-se uma retribuição da carga elétrica.
ATENÇÃO!!! Esferas condutoras idênticas (raios iguais) ao serem contactadas
adquirem cargas iguais.

A eletrização por indução ocorre pela aproximação relativa entre um corpo


eletricamente carregado, chamado de indutor, e um corpo condutor, chamado de
induzido. A presença do indutor gera uma separação de cargas no corpo induzido,
1

Capítulo 01 -Introdução a eletricidade

chamada de polarização. A partir dessa separação, aterra-se o induzido no chão,


fazendo com que suas cargas fluam através de um fio terra.

Nesse processo a eletrização de um condutor neutro pode ocorrer por uma simples
aproximação de um outro corpo eletrizado, com o aterramento do neutro. No
processo da indução eletrostática, o corpo induzido será eletrizado sempre com
carga de sinal contrário ao da carga do indutor.

Este processo é baseado no princípio de atração e repulsão das cargas. Vamos


partir de um corpo indutor A carregado positivamente, e outro corpo B inicialmente
neutro. Ao aproximar os corpos, as cargas negativas serão atraídas para o lado
próximo ao corpo A, enquanto as positivas irão se afastar. Com isso, é ligado um
terra ao lado positivo do corpo B, retirando esta carga. Ao cortar-se o terra e afastar
o corpo A, apenas a carga negativa estará no corpo B. Para o caso em que o corpo
A seja carregado negativamente valerá o mesmo processo! Sempre resultando em
uma carga de sinal oposto.

Apresentados estes conceitos, é importante o entendimento de cada caso, sendo


muito importantes dentro da eletrostática. Com isso, também entendemos algumas
situações do nosso dia a dia, evidenciando a presença da física em diversas
situações.

11
Aula 01 - Introdução a Fundamentos em eletricidade

Todos os processos de eletrização ocorrem de acordo com os princípios de


1
conservação da carga elétrica e da energia, ou seja, antes e depois da eletrização,
o número de cargas e a quantidade de energia entre as cargas devem ser iguais.

1.3.2 Princípio da conservação de cargas elétricas

Num sistema eletricamente isolado, a soma algébrica das cargas elétricas


permanece constante. Um sistema eletricamente isolado é um conjunto de corpos
que não troca cargas elétricas com o meio exterior.

A maneira mais comum de se


provocar eletrização é por meio de
atrito. Quando se usa um pente, por
exemplo, o atrito provoca uma
eletrização negativa do pente, isto é,
o pente ganha elétrons.

Ao aproximarmos o pente eletrizado


positivamente de pequenos pedaços de
papel, estes são atraídos
momentaneamente pelo pente,
comprovando a existência da
eletrização.

A eletrização pode ainda ser obtida por outros processos como, por exemplo, por
contato ou por indução. Em qualquer processo, contudo, obtém-se corpos
carregados eletricamente.

Relação entre desequilíbrio e potencial elétrico

Por meio dos processos de eletrização, é possível fazer com que os corpos fiquem
intensamente ou fracamente eletrizados.
Um pente fortemente atritado fica intensamente eletrizado. Se ele for fracamente
atritado, sua eletrização será fraca.
1

Capítulo 01 -Introdução a eletricidade

O pente intensamente atritado tem maior capacidade de realizar trabalho, porque é


capaz de atrair maior quantidade de partículas de papel.

Como a maior capacidade de realizar trabalho significa maior potencial, conclui-se


que o pente intensamente eletrizado tem maior potencial elétrico.

O potencial elétrico de um corpo depende diretamente do desequilíbrio elétrico


existente nele. Assim, um corpo que tenha um desequilíbrio elétrico duas vezes
maior que outro tem um potencial elétrico duas vezes maior.

1.4 Potencial Elétrico

13
Aula 01 - Introdução a Fundamentos em eletricidade

1
Potencial elétrico é a capacidade que uma carga elétrica tem de realizar trabalho
através de seu campo elétrico. Cargas elétricas deslocam-se dos maiores
potenciais para os menores potenciais elétricos. A diferença de potencial elétrico
entre dois pontos (ddp) é chamada de tensão elétrica cuja unidade é o volt
(joule/coulomb) e indica a capacidade de os elétrons realizarem trabalho no seu
deslocamento entre esses pontos.
1.5 Descargas atmosféricas

Sempre que dois corpos com cargas


elétricas contrárias são colocados
próximos um do outro, em condições
favoráveis, o excesso de elétrons de um
deles é atraído na direção daquele que
está com falta de elétrons, sob a forma
de uma descarga elétrica. Essa
descarga pode se dar por contato ou por
arco.

Quando dois materiais possuem grande diferença de cargas elétricas, uma grande
quantidade de carga elétrica negativa pode passar de um material para outro pelo
ar. Essa é a descarga elétrica por arco. O raio, em uma tempestade, é um bom
exemplo de descarga por arco.

Pesquisas comprovam que as descargas atmosféricas ocorrem devido a um


processo de eletrização por atrito entre as partículas de água que compõem as
nuvens, provocadas por ventos de forte intensidade. Este atrito dá às nuvens uma
característica bipolar, conforme mostra a Figura 1.6.
1

Capítulo 01 -Introdução a eletricidade

Figura 1.6: Eletrização das nuvens - Fonte: CTISM


Como podemos ver na Figura 1.6, a concentração de cargas elétricas negativas na
base da nuvem atrai as cargas positivas para a superfície da Terra, originando uma
diferença de potencial. Quando esta diferença de potencial ultrapassa a capacidade
de isolação do ar, cargas elétricas migram na direção da terra, ocasionando a
descarga atmosférica.

1.6 Pára-raios

As descargas atmosféricas causam sérias perturbações nas redes aéreas de


transmissão e distribuição de energia elétrica, além de provocarem danos materiais
nas construções atingidas por elas, sem contar os riscos de morte a que as pessoas
e animais são submetidas. Induzem, também, a surtos de tensão que chegam a
milhares de volts nas redes aéreas de transmissão e distribuição das
concessionárias de energia elétrica, obrigando a utilização de cabos-guarda ao
longo das linhas de tensão mais elevadas e pára-raios para a proteção de
equipamentos instalados nesses sistemas.

Quando as descargas elétricas entram em contato direto com qualquer tipo de


construção, tais como edificações, tanques metálicos de armazenamento de
líquidos, partes estruturais ou não de subestações, são registrados grandes danos
materiais que poderiam ser evitados, caso essas construções estivessem

15
Aula 01 - Introdução a Fundamentos em eletricidade

protegidas adequadamente por pára-raios, como os do tipo haste Franklin, que se


1
baseiam fundamentalmente no poder das pontas, conforme mostra a Figura 1.7.

Figura 1.7: Aplicação de pára-raios - Fonte: CTISM


Diferença de potencial

Quando se compara o trabalho realizado por dois corpos eletrizados,


automaticamente está se comparando os seus potenciais elétricos. A diferença
entre os trabalhos expressa diretamente a diferença de potencial elétrico entre
esses dois corpos.

A diferença de potencial (abreviada para ddp) existe entre corpos eletrizados com
cargas diferentes ou com o mesmo tipo de carga.
1

Capítulo 01 -Introdução a eletricidade

A diferença de potencial elétrico entre dois corpos eletrizados também é


denominada de tensão elétrica, importantíssima nos estudos relacionados à
eletricidade e à eletrônica.

Observação

No campo da eletrônica e da eletricidade, utiliza-se exclusivamente a palavra


tensão para indicar a ddp ou tensão elétrica.

Unidade de medida de tensão elétrica


A tensão (ou ddp) entre dois pontos pode ser medida por meio de instrumentos. A
unidade de medida de tensão é o volt, que é representado pelo símbolo V.

Pilha ou bateria elétrica

O que é uma pilha?

As pilhas são dispositivos que possuem dois eletrodos e um eletrólito onde ocorrem
reações de oxirredução espontâneas que geram corrente elétrica. - O eletrodo
positivo é chamado de cátodo e é onde ocorre a reação de redução. - Já o eletrodo
negativo é o ânodo e é onde ocorre a reação de oxidação. - O eletrólito é também
chamado de ponte salina e é a solução condutora de íons.

17
Aula 01 - Introdução a Fundamentos em eletricidade

O que tem dentro da pilha?


1
Diferentes tipos de pilhas utilizam materiais distintos. Os materiais são escolhidos
dependendo da sua capacidade de liberar ou atrair elétrons, algo que deve ocorrer
para que uma corrente elétrica seja gerada. No geral, o ânodo é um metal, o cátodo
um óxido metálico, e o eletrólito, uma solução salina que facilita o fluxo do íon.

A existência de tensão é imprescindível para


o funcionamento dos aparelhos elétricos.
Para que eles funcionem, foram
desenvolvidos dispositivos capazes de criar
um desequilíbrio elétrico entre dois pontos,
dando origem a uma tensão elétrica. Genericamente esses dispositivos são
chamados fontes geradoras de tensão. As pilhas, baterias ou acumuladores e
geradores são exemplos desse tipo de fonte.
As pilhas são fontes geradoras de tensão constituídas por dois tipos de metais
mergulhados em um preparado químico. Esse preparado químico reage com os
metais, retirando elétrons de um e levando para o outro. Um dos metais fica com
potencial elétrico positivo e o outro fica com potencial elétrico negativo. Entre os
dois metais existe, portanto, uma ddp ou uma tensão elétrica.
1

Capítulo 01 -Introdução a eletricidade

A ilustração ao lado representa esquematicamente as


polaridades de uma pilha em relação aos elétrons. Pela
própria característica do funcionamento das pilhas, um
dos metais torna-se positivo e o outro negativo. Cada um
dos metais é chamado polo. Portanto, as pilhas dispõem
de um polo positivo e um polo negativo.

Esses polos nunca se alteram, o que faz com que a


polaridade da pilha seja invariável.

Daí a tensão fornecida chamar-se tensão contínua ou


tensão CC, que é a tensão elétrica entre dois pontos de
polaridades invariáveis.

A tensão fornecida por uma pilha comum não depende de seu tamanho pequeno,
médio ou grande nem de sua utilização nesse ou naquele aparelho. É sempre uma
tensão contínua de aproximadamente 1,5V.

19

Você também pode gostar