Arquitectura y Politica Ensayos para Mundos Altern
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Ana Estevens
University of Lisbon
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Ana Estevens
University of Lisbon
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MONTANER, Josep Maria; MUXÍ, Zaida. Arquitectura y Política. Ensayos para mundos alternativos. Barcelona:
Editorial Gustavo Gili, 2011, 253 p.
'Arquitectura y política. Ensayos para mundos partir de temas como a vida comunitária, a
alternativos' é um livro crítico sobre a forma como se participação, a igualdade de género e a
pensa e produz a cidade. Os seus autores Josep Maria sustentabilidade, este livro refere tanto as
Montaner, arquitecto, escritor e professor catedrático vulnerabilidades contemporâneas como aquelas
da Escola Tècnica Superior d’Arquitectura de alternativas já experimentadas, daí o seu subtítulo
Barcelona, e Zaida Muxí, arquitecta e professora Ensaios para mundos alternativos”.
titular de Urbanismo na mesma escola, conseguem No contexto da Geografia e da Geografia do
neste livro abordar a arquitectura e a política de forma Género este livro pode ser um contributo importante,
critica e original, conseguindo relacionar as questões na medida em que perspectiva a história da cidade
de género a toda a problemática em causa. refletindo criticamente sobre a forma como é
Após o prólogo escrito por Jordi Borja, este livro, produzida. Montaner e Muxí problematizam a cidade
na sua versão castelhana, divide-se em cinco partes: olhando directamente para o seu desenho, que vai
História, Mundos, Metrópoles, Vulnerabilidades e desde o espaço doméstico às grandes avenidas ou seja,
Alternativas. Cada uma destas partes aborda questões que vai desde a esfera do privado até ao público.
tão diversas como as formas de poder, o sentido ético, Relacionam o desenho às questões de poder, de
o papel do arquitecto na luta de classes, a acção controlo e de hierarquia. Escrevem (2011, p.32) que
política a partir da arquitectura e as tradições “para o correcto exercício da arquitectura, a
alternativas de vida comunitária, as questões da consciência do poder do espaço como elemento de
globalização, das fronteiras e do mundo pós- domínio e controlo deve servir para repensar os
Chernóbil, a Carta de Atenas, a cidade global e as significados e as relações que se propõem mas sem
cidades alternativas, como Curitiba, Bogotá e renunciar como técnicos a pensar espaços onde
Medellín, o turismo e a tematização das cidades, os poderão dar-se conflitos e sejam possíveis outras
traumas urbanos, o neofeudalismo imobiliário, as relações”. O desenho destes espaços, relacionado com
cidades bairro de lata ou as geografias das pessoas a intimidade e a propriedade, a liberdade e a
sem abrigo, são outros dos pontos referidos. Para a emancipação, levaram os autores até às questões de
parte final do livro os autores guardaram as género (2011, p.30): “o direito das mulheres ao
abordagens alternativas do urbanismo. Aí, pode-se público e, também, o direito a distrutar plena e
encontrar referências à cidade de proximidade e ao livremente do privado tem sido e é uma construção
urbanismo sem género, às novas epistemologias para lenta e cheia de limitações devido ao sistema
o urbanismo contemporâneo, à cultura institucional, à patriarcal subjacente nas sociedades e nas cultural
sociedade civil e a uma cultura crítica e alternativa, contemporâneas”.
partindo da experiência e chegando ao activismo. Salientando uma leitura crítica da realidade actual,
Na capa de 'Arquitectura y política' pode-se um importante contributo para a investigação que se
encontrar um breve resumo do seu conteúdo: faz nos dias de hoje em Ciências Sociais, os autores
“Arquitectura e Política afronta uma questão chave da terminam o seu livro dizendo que: “a crítica abre-nos
arquitectura contemporânea: a sua responsabilidade um novo horizonte e são muitas as acções pendentes:
em relação à sociedade. Para este, a partir da desde registar criticamente a realidade, mapea-la, até
compilação de textos agrupados em cinco capítulos – dar visibilidade àquele que se tenta apagar, que se
Histórias, Mundos, Metrópoles, Vulnerabilidades e tornou oculto, como o contributo das mulheres ou a
Alternativas – a obra leva a cabo uma viagem memória dos movimentos sociais urbanos. Este
histórica que narra o papel social dos arquitectos e dos projecto crítico vai ser enriquecido com a defesa de
urbanistas até ao actual período da globalização. A novas subjectividades ecológicas e solidárias. (…) e o
Revista Latino-americana de Geografia e Gênero, Ponta Grossa, v. 3, n. 1, p. 193-194, jan. / jul. 2012.
RESENHA: Arquitectura y Política. Ensayos para
mundos alternativos
Ana Estevens
194
Revista Latino-americana de Geografia e Gênero, Ponta Grossa, v. 3, n. 1, p. 193-194, jan. / jul. 2012.