APOSTILA - IE Semestre II

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Escola Estadual de Educação Básica Prudente de Morais

Técnico em Eletrotécnica

Instalação Elétrica

Semestre II

Luiz Boeira

2019
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Sumário

1 - Corrente Nominal, 4
2 - Tensão de Isolação, 4
3 - Curto circuito, 4
4 – Fator de Potência, 4,5
5 – Capacitor, 6,7
6 – Luminotécnica, 8
6.1 – Lâmpadas LED, 8,9
6.2 – Lâmpadas de descarga, 10
6.3 – Grandezas fundamentais da luminotécnica, 11,12
6.4 - Luminância, 13
7 - Aterramento em Energia Elétrica, 14
7.1 – Aterramento, 14,15,16
7.1.2- Malha de terra, 16
7.2 - Choque Elétrico, 17
7.2.1 - Parte Viva, 17
7.2.2 - Massa Condutora Exposta,18
7.2.3 -Elemento Condutor Estranho (à instalação elétrica), 18
7.3–Equipotencialização, 18
7.4 – Tarefa, 18
8 – Proteção contra Descargas Elétricas Atmosféricas, 19
8.1 – Descarga atmosférica, 19
8.2 – Raio, 19
8.3 – pára-raios, 20
8.4 – Condutor metálico, 20
8.5 – Captor, 20
8.6 – Descida, 20
8.7 - Conexão de medição, 21
8.8 – Hastes, 21
8.9 – Eletrodo de aterramento, 21
8.10 – Conjunto de eletrodos de aterramento, 21
8.11 –Resistência a terra, 21
8.12 – Instalações metálicas, 21
8.13 – Interação, 22
8.14 – Efeito dos raios, 22
8.15 – Sistemas de Proteção contra Descargas Atmosféricas, 22
8.15.1 – Pára-raios Franklin, 22
8.15.2 – Pára-raios Radioativos, 23
8.15.3 – Gaiola de Faraday, 23
8.15.4 – Níveis de Proteção, 24
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8.16 – Sugestão para a Prevenção contra as Descargas


Atmosféricas, 24
Disjuntores - 25
8.17 – Tarefas, 26
O que é DPS, 26 - 29
9-Tipos e Formas de Distribuição de Energia, 30
9.1 – Energia, 30
9.1.1 - Energia Mecânica, 30
9.1.2 - Energia Elétrica, 30
9.1.3 - Energia Térmica, 30
9.1.4 - Energia Luminosa, 30
9.1.5 - Energia Sonora, 30
9.1 6 - Energia Cinética, 30
10-Geração de Energia Elétrica, 31
10.1 – Barragem, 31
10.2 - Condutos forçados, 31
10.3 - Casa de força, 31
10.4 - Subestação elevadora, 32
10.5 - Subestação abaixadora, 32
10.6 - Subestação de distribuição, 32
10.7 - Esquema Unifilar da Geração, Transmissão e Distribuição de
energia elétrica, 33
Referencias Bibliográficas, 34
4

1 – Corrente Nominal
É a corrente máxima que os contatos, estando fechados, suportam sem se
sobre aquecerem é função direta da área de contato bem como da pressão do
contato.

2 – Tensão de Isolação
É a máxima tensão em que o dispositivo pode ser usado em virtude do material
isolante de que é feito do afastamento dos contatos e do meio dielétrico que
envolve os contatos.

3 – Curto circuito
É o contato acidental entre dois condutores energizados sem que entre eles
haja uma impedância para alimentar corrente. As correntes de curto circuito
atingem dezenas de centenas de milhares de ampares, sendo que os maiores
curtos se dão próximo a fonte, não tem quase impedância para limitar um
pouco a corrente. A proteção contra curto circuito é feita principalmente por
fusíveis, mas pode ser por disjuntores magnéticos, termomagnéticos e até por
disjuntores térmicos.

4 – Fator de Potência
A potência é o produto da ação da tensão e da corrente, a sua unidade de
medida é o volt-ampère (VA). A essa potência dá-se o nome de potência
aparente.

A potência aparente é composta por duas parcelas: Potência Ativa e


Potência Reativa.
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A potência ativa é a parcela efetivamente transformada em: Potência


Mecânica, Potência Térmica e Potência Luminosa. A unidade de medida da
potência ativa é o watt (W).

A potência reativa é a parcela transformada em campo magnético ao


funcionamento de: Motores, Transformadores e Reatores. A unidade de
medida da potência reativa é o volt-ampère reativo (VAr).

Em projetos de Instalação elétrica residencial os cálculos efetuados são


baseados na potência aparente e potência ativa. Portanto, é importante
conhecer a relação entre elas para que se entenda o que é fator de potência.

Sendo a potência ativa uma parcela da potência aparente, pode se dizer


que ela representa uma porcentagem da potência aparente que é transformada
em potência mecânica, térmica ou luminosa. A esta porcentagem dá-se o nome
de fator de potência. Nos projetos elétricos residenciais, desejando-se saber o
quanto da potência aparente foi transformada em potência ativa, aplica-se os
seguintes valores de fator de potência:

 1,0 para iluminação


 0,8 para tomadas de uso geral

Exemplos:

Potência de iluminação (aparente)= 660VA


Fator de potência a ser aplicado= 1
Potência ativa da iluminação (W)= 1x660VA = 660W

Potência de tomada de uso geral= 7300VA


Fator de potência a ser aplicado= 0,8
Potência ativa de tomada de uso geral= 0,8x7300VA = 5840W

Quando o fator de potência é igual a 1 significa que toda potência aparente


é transformada em potência ativa. Isto acontece nos equipamentos que só
possuem resistência, tais como: chuveiro elétrico, torneira elétrica, lâmpadas
incandescentes, fogão elétrico, etc.

O levantamento das potências é feito mediante uma previsão das potências


(cargas) mínimas de iluminação e tomadas a serem instaladas, possibilitando,
assim, determinar a potência total prevista para a instalação elétrica
residencial.
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5 – Capacitor

Aplicações dos Capacitores

Os capacitores são componentes eletrônicos capazes de armazenar carga


elétrica. O estudo dos seus princípios fundamentais está ligado à
eletrodinâmica. Esses componentes armazenam a energia eletrostática em um
campo elétrico, usando placas condutoras e um material isolante que fica entre
elas. Internamente o capacitor acumula um desiquilíbrio de cargas, que estão
concentradas nas superfícies equipotenciais.

Na indústria esse componente é utilizado em diversas formas. Ele ajuda a


compor circuitos elétricos de inúmeros aparelhos, como, por exemplo,
máquinas fotográficas, computadores e televisores. A função dos capacitores é
essencial em circuitos ressonantes e circuitos retificadores, assim como em
divisores de frequência.

Dada sua amplitude de aplicação, existem muitos tipos de capacitores,


fabricados com materiais distintos. Até mesmo seu formato pode mudar. Há os
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esféricos, os planos, os cilíndricos etc. No entanto, ainda que modifiquem


exteriormente, sua função é basicamente a mesma. Todo capacitor carrega
cargas elétricas e depois as descarrega em um momento específico. Os
capacitores possuem parâmetros que determinam seus níveis de
potencialidade. Em outras palavras, esses parâmetros, denominados
capacitância, determinam a quantia de carga que ele pode armazenar.

A unidade de medição da capacitância é o Farad (F). Porém, grande parte dos


capacitores possuem subunidades como microFarad (uF), nanoFarad (nF) ou
picoFarad (pF). Isso porque uma unidade de Farad (1F) é uma capacitância
muito grande. Quanto maior é a capacitância, maior é o capacitor. Há
imprimido nele informações sobre a tensão máxima que ele pode aguentar.

São duas as partes que compõem um capacitor:

• Duas placas (armaduras), que são carregadas com potenciais contrários de


mesma intensidade,cuja função é conduzir a energia.
• Material isolante entre os condutores, chamado dielétrico, cuja função é
armazenar a energia por meio do campo elétrico.

As armaduras são feitas com um material metálico, enquanto o dielétrico, por


ser apenas o meio isolante que separa os condutores, pode ser de porcelana,
vidro, plástico, etc. Há dielétricos que utilizam do ar e o vácuo para
desempenhar sua função. Outros usam hexafluoreto de enxofre.

Aplicações gerais

Um capacitor se parece com as baterias e pilhas comuns. No entanto, as


funções e aplicações são totalmente diferentes. Apesar de todos armazenarem
energia elétrica, eles não realizam o processo de mesma forma.

Um capacitor tem a capacidade de descarregar toda a sua carga em frações de


segundo, ao contrário das pilhas e baterias. Essas podem demorar vários
minutos, tanto para carregar quanto para descarregar. Vamos ver um exemplo
disso, de uma aplicação muito comum dos capacitores: seu uso nas câmeras
fotográficas.

As câmeras precisam ter um flash, e são as pilhas que desempenham a função


de carregá-lo com energia durante alguns segundos. No entanto, na hora de
tirar a foto, apenas um capacitor pode fazer o descarregamento de toda a
carga no bulbo do flash de maneira instantânea.

Como você pode calcular, o potencial de um capacitor é muito grande, e toda a


energia armazenada pode ser extremamente perigosa. É por causa disso que
os fabricantes imprimem advertências sobre o uso do flash em câmeras. O
mesmo acontece com as TVs, que possuem grandes capacitores, que tirariam
a vida de uma pessoa facilmente com sua carga. Por isso, a abertura desses
aparelhos só deve ser feita por especialistas.
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Em circuitos eletrônicos, as aplicações dos capacitores são muitas. Os lasers,


por exemplo, os utilizam no armazenamento de cargas para utilização rápida,
tal como as câmeras fotográficas. Em razão disso, produzem, de maneira
instantânea, flashes intensos e brilhantes.

Uma das aplicações mais comuns é na criação de osciladores. Para isso, os


capacitores são combinados com os indutores. Outra função recorrente é o
bloqueio de correntes contínuas (CC). Isso pode ser analisado com a ajuda de
pilhas. Ao se conectar com capacitores, elas deixam de fluir corrente entre
seus polos se o capacitor estiver carregado. E isso pode ocorrer
instantaneamente se o capacitor for pequeno.

Eles também podem eliminar ondulações, como em casos de uso de CC em


linhas. Se ela possui diversos picos e ondulações, um capacitor grande pode
uniformizar a ondulação com a diminuição de picos e preenchimento de vales.

Exemplo de aplicação

Os capacitores estão presentes nas transmissões de rádio em frequência


determinada. As estações enviam ondas que são captadas por antenas de
aparelhos eletrônicos transmissores. As antenas têm a capacidade de
sintonizar as diversas estações (cada uma possui uma frequência
determinada), porque possuem um receptor que se utiliza do circuito
ressonante.

Para que uma pessoa possa ouvir a transmissão de uma estação, é preciso
que exista uma transformação de correntes. O circuito ressonante muda a
corrente alternada para corrente contínua, e, para isso, usa um capacitor
variável que fica em paralelo com a bobina.

Quando alguém usa o botão do rádio para mudar de estação, o receptor ajusta
o aparelho transmissor. Isso porque é preciso captar o comprimento de onda
que as emissoras de rádio transmitem. Todo esse processo é feito graças aos
valores distintos de capacitância do capacitor.

6. Luminotécnica

Lâmpadas: As lâmpadas fornecem energia luminosa que é inerente


com auxílio das luminárias, que são os seus sustentáculos, através das quais
se obtém melhor rendimento luminoso, proteção contra interferes, ligação do
aspecto. Agradável e estético.

6.1 - Lâmpadas – LED

Características – difusor leitoso para controle de ofuscamento e distribuição de


luz uniforme.
Utiliza LED de alta eficiência que garante alto desempenho
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Fluxo luminoso constante em toda a faixa de tensão de alimentação da rede


Utiliza LED com certificado LM80
Expectativa de vida superior a 25.000 horas
Pode ser usada com sensor de presença, pois permite altíssimo número de
acendimentos
Expectativa de vida da lâmpada considera uma temperatura média de -10°c a
45°c
Utiliza driver integrado a lâmpada
Tensão de funcionamento 127/220 V a/c, 15 V
Freqüência de alimentação 50/60 Hz
Alto fator de potência 0,92 – Base E27 – Fluxo luminoso – 560 Lm, temperatura
cor 6000 k

Tubular LED 9w e 18w


Difusor leitoso para controle de ofuscamento e distribuição de luz uniforme
Expectativa de vida superior a 25.000 horas
Difusor policarbonato – Temperatura ambiente de -25°c a 45°c
Utiliza integrado – Driver
Esquema de ligação:
Fluxo luminoso (Im) 900 – temperatura da cor 6000k

Tubular LED HO – Formato similar as florescentes tubular

Difusor leitoso para controle de ofuscamento e distribuição de luz uniforme


difusor posicionamento

Utiliza driver integrado a lâmpada

Tensão 127/220V – alto fator de potência

Temperatura ambiente -25°c a 45°c – Base GE13 – Fluxo luminoso 1000 lm


temperatura cor 6000k (branca)
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6.2 - Lâmpadas de descarga

Florescentes – são lâmpadas que por seu ótimo desempenhos são mais
indicadas para iluminação de interiores, como escritórios, lojas, indústrias,
tendo aspectos luminosos indicados para cada aplicação.

Uso de reatores

Mais utilizadas 20w, 32w, 40w, HO-110w

Uso de luminárias ou por si própria

Luz mista – embora sua eficiência seja inferior às lâmpadas florescentes, não
necessita de nenhum equipamento auxiliar, basta colocar no lugar da outra
lâmpada base E27, só funciona em 220V.

São utilizadas na iluminação de interiores como indústrias, galpões, postos de


gasolina, iluminação externa, etc...

Temos mistas 160w e 250w E27

Temos mistas 250w E40

Soquetes de louça ou backilite

Vapor de mercúrio – são empregadas em interiores de grandes proporções,


em vias públicas e áreas externas. Por sua vida longa e alta eficiência, tem
bom empenho em galpões de pé direito alto, o custo de manutenção com troca
de reatores e lâmpadas é elevado.

Vapor de sódio de alta pressão

São lâmpadas que apresentam a melhor eficiência luminosa, por isto, para o
mesmo nível de iluminamento, podemos economizar mais energia do que
qualquer outro tipo de lâmpada. Devido as radiações de banda quente, esta
lâmpada apresenta o aspecto de luz branco dourado, porém permite a
visualização de todas as cores, porque reproduzem todo espectro. São
utilizadas em iluminação de ruas, áreas externas, indústrias, coberturas, etc...
uso de equipamentos como reatores e ignitores.
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Base das lâmpadas

Base das lâmpadas é o elemento de conexão com o sistema a que está


aplicado. São feitas de alumínio ou latão e apresentam 3 tipos principais. A
inicial E significa a base tipo rosca. Os números escritos adiante das letras
significam o diâmetro em mm.

Lâmpadas Quartzo – Halógenas (Dicroicas)

São lâmpadas de dimensões pequenas que cabem em um cubo de 5cm de


aresta e tem alto rendimento luminoso.

Possui filamento especial de 12v, esse inconveniente necessita de um


transformador de 127v ou 220v para 12v.

Temos lâmpadas LED que estão no mercado com o mesmo custo e muito mais
economia e praticidade de manutenção.

Utiliza LED de alta eficiência tendo no seu interior o driver integrado à lâmpada.
Tensão 127v e 220v sem uso de outros equipamentos a luminária.

Aplicação:

Uso em ambientes internos

Iluminação direcionada, geral, residencial e comércio.

Dicróica – 50w LED – 5w Fluxo luminoso 350 lm Temperatura da cor 3000k

Eficiência LM/W 70w

6.3 - GARANDEZAS FUNDAMENTAIS DA LUMINOTÉCNICA

Para que possamos fazer cálculos luminotécnicos, devemos tomar


conhecimento da grandeza fundamental baseada nas definições apresentadas
pela ABNT vocabulário de termos de iluminação e NBR-5413.

Luz – é o aspecto da energia radiante que um observador humano constata


pela sensação visual, determinado pelo estímulo da retina ocular.

A faixa das radiações eletromagnéticas capazes de serem percebidas pelo olho


humano se situa entre os comprimentos de onda 3800 a 7600 angströms.
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Os angströms, cujo símbolo é Ǻ, é o comprimento de onda unitária e igual a


dez milionésimos do milímetro.

O comprimento da onda (λ) é a distância entre duas cristas sucessivas de uma


onda, considerando no gráfico espaço x amplitude.

Ǻ=m=(nanômetros)

O comprimento da onda vezes a freqüência é igual a velocidade da luz que é


constante e igual a:

C=λ.f ou λ= onde: F=freqüência em ciclos/s

C=velocidade da luz (300.000 Km/s ou 3x10m/s

λ=comprimento de onda em metros

os raios cósmicos são radiações eletromagnéticas de maior freqüência até


agora conhecidas, na ordem de 3x ciclos por segundo, ou seja, comprimento
de onda igual a:

λ= = ou Ǻ

para a corrente alternada que usamos em nossa residência, f=60 c/s, então o
comprimento da onda seja exp.:

λ= = ou 5000 km

Para uma estação de rádio em FM de 98,8 Mhz, o comprimento de onda seja:

λ= = 3,03 m

COR:
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A cor da luz é determinada pelo comprimento da onda.

A luz violeta é a de menor comprimento de onda visível

A luz vermelha é de maior comprimento

6.4 - LUMINÂNCIA – cd/ ou nit

É a luminância em determinada dimensão de 1 candela.

Quantidade de luz – 1m/s

É a quantidade de luz durante um segundo de um fluxo uniforme e igual.

Emitância Luminosa – 1 LM por

É a eficiência luminosa de uma fonte superficial que emite o fluxo de 1 lm por


de área.

CURVA DE DISTRIBUIÇÃO LUMINOSA

É a maneira pela qual os fabricantes de luminárias representam a distribuição


de intensidade luminosa nas diferentes direções. Trata-se de um diagrama
polar, em que a luminária é reduzida a um ponto no centro do diagrama; as
intensidades luminosas, em função do ângulo formado com a vertical, são
medidas e registradas. Como o fluxo inicial das lâmpadas depende do tipo
escolhido, as curvas de distribuição luminosas são feitas com 1000 lumens.
Para outros valores, basta multiplicar a 1000 lumens.

MÉTODOS DE CALCULOS DE ILUMINAÇÃO

Pode-se determinar o número de luminárias necessárias para produzir


determinado iluminamento das seguintes maneiras:

1ª pela carga mínima exigida por normas

2ª pelo método dos lumens

3ª pelo método das cavidades zonais

4ª pelo método do ponto por ponto

Vida Útil e Rendimento Luminoso nas Lâmpadas


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As lâmpadas podem funcionar durante um número de horas designado com


vida útil das mesmas. As vibrações na tensão, vibrações mecânicas, freqüência
de liga-desliga, condições ambientais e outras afetam a vida útil, de modo que
esta grandeza é expressa por uma faixa e não por um número. A vida útil é de
acordo com o tipo de lâmpada.

7 – Aterramento em Energia Elétrica:

7.1 – Aterramento:

Tem por finalidade proteger a instalação e seus usuários de uma ligação a


terra, onde a corrente elétrica flui sem riscos. Para manter uma resistência de
terra abaixo de 10 ohns(Ω) exigida pela NBR 5419:2001, é necessário
conhecer o tipo de solo e as opções de aterramento. O “eletrodo de
aterramento” é uma infra-estrutura e por tanto, parte integrante da edificação.

7.1.1 Aterramento temporário

O trabalho realizado em uma instalação elétrica apresenta diversos riscos para


a vida dos trabalhadores, mesmo quando a rede de distribuição está desligada.
Isso devido à complexidade dos sistemas e à possibilidade de uma
energização acidental, por exemplo, por uma descarga atmosférica ou por
algum erro de um dos profissionais envolvidos.
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Definição de aterramento temporário


Para que seja possível um maior grau de segurança para os trabalhadores é
necessário que sejam colocados em prática vários meios de segurança no
ambiente de trabalho. Um dos principais é o aterramento temporáriodo circuito
ou do sistema. O aterramento é a ligação do equipamento ou de toda a rede
condutora de energia com a terra através de cabos condutores, isso é feito
para que seja possível a fuga de corrente para a terra. Dessa maneira, caso
existam cargas passando pelo equipamento, em áreas expostas ao contato,
elas não são transferidas para o corpo dos trabalhadores, mas sim para a terra.
O aterramento deve ser feito antes e depois do ponto de intervenção do circuito
e derivações se houver, salvo quando a intervenção ocorrer no final do trecho.
Ou seja, o ponto de trabalho deve ficar isolado. Além disso, o aterramento
temporário deve, necessariamente, ter a capacidade de conduzir a máxima
potência do sistema.

A energização acidental pode ser causada por:


• Erros na manobra.
• Fechamento de chave seccionadora.
• Contato acidental com outros circuitos energizados, situados ao longo do
circuito.
• Tensões induzidas por linhas adjacentes ou que cruzam a rede.
• Fontes de alimentação de terceiros (geradores, Nobreaks, UPS).
• Linhas de distribuição para operações de manutenção e instalação de
transformador.
• Torres e cabos de transmissão nas operações de construção de linhas de
transmissão.
• Linhas de transmissão nas operações de substituição de torres ou
manutenção de componentes da linha.
• Descargas atmosféricas.
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Tipos de aterramento temporário


Para cada classe ou tipo de tensão existe um tipo de aterramento temporário.
O mais usado em trabalhos de manutenção ou instalação nas linhas de
distribuição é um conjunto ou ‘Kit’ padrão composto pelos seguintes elementos:
• vara ou bastão de manobra em material isolante, com cabeçotes de manobra.
• grampos condutores – para conexão do conjunto de aterramento com os
condutores e a terra.
• trapézio de suspensão – para elevação do conjunto de grampos à linha e
conexão dos cabos de interligação das fases, de material leve e bom condutor,
de maneira a permitir a perfeita conexão elétrica e mecânica dos cabos de
interligação das fases e descida para terra.
• grampos – para conexão aos condutores e ao ponto de terra.
• cabos de aterramento de cobre, extra flexível e isolado.
• trado ou haste de aterramento – para ligação do conjunto de aterramento com
o solo, deve ser dimensionado para propiciar baixa resistência de terra e boa
área de contato com o solo.
Nas subestações, por ocasião da manutenção dos componentes, se conecta
os componentes do aterramento temporário à malha de aterramento fixa já
existente. Todo o aparato de aterramento temporário deve ser removido ao
final dos serviços e antes da liberação para energização do circuito.

7.1.2 Malha de terra

Uma malha de terra é um tipo de aterramento usual em instalações de


grande porte, sendo essenciais em sistemas de energia elétrica, em particular
nas usinas e subestações. Trata-se de um reticulado de cabos horizontalmente
enterrados, interligados por juntas mecânicas ou soldadas, e hastes cravadas
verticalmente.
A malha de terra é um aterramento com baixa resistência elétrica, atendendo a
todos os equipamentos como uma referência "zero" de tensão.[1]
O sistema deve resistir a correntes intensas, escoando a energia efetivamente
para o solo. Esta corrente pode ser proveniente de curto-circuitos, descargas
atmosféricas, surtos por chaveamento e correntes harmônicas.[2]
A malha de terra de uma subestação também deve reduzir os níveis
de tensões de toque e de passo, danosos para pessoal e equipamentos. A
partir de programas computacionais atuais, pode-se determinar a elevação de
potencial no solo (GPR - ground potential rise) que ocorre em uma malha de
terra ao incidir uma corrente elevada. A partir deste perfil de potencial pode-se
calcular a ocorrência de tensões de toque e de passo.
A norma mais utilizada para o cálculo de malhas de terra é a IEEE 80. A norma
parte da premissa de distúrbios em baixas frequências, o que observou-se
recentemente não ser suficiente.
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7.2 – Choque Elétrico:

É o efeito fisiológico que resulta da passagem de uma corrente elétrica pelo


corpo humano, denominada corrente de choque.

O choque elétrico deve ser analisado em função de três elementos


fundamentais. São eles:

7.2.3 – Parte Viva: É um condutor elétrico ou qualquer outro elemento


condutor que pode ser energizado em uso normal. Neste caso, como parte
viva, também é considerado o condutor neutro e excluído o condutor PE ou
PEN (função combinada do neutro e proteção). O termo condutor vivo ou
condutor carregado é freqüentemente utilizado para designar os condutores
Fase e Neutro.
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7.2.4 – Massa condutora exposta: São os elementos condutores que


normalmente não são energizados, mas que numa eventualidade de problemas
de isolação podem tornar-se vivos ou energizados e assim provocar um
acidente ao serem tocados diretamente, como, por exemplo, estruturas
metálicas de aparelhos eletrodomésticos.

7.2.5 - Elemento Condutor Estranho (à instalação elétrica): É qualquer


elemento não pertencente à instalação, mas pode nesta introduzir um
potencial, geralmente o de terra.

7.3 – Equipotencialização:

A NBR 5410:2004, define a equipotencialização como “procedimento que


consiste na interligação de elementos especificados (todos os barramentos e
infra-estrutura), visando obter a equipotencialização necessária para os fins
desejados”.
Tem a função de “proteção contra choques elétricos e contra sobre tensões
e perturbações eletromagnéticas. Uma equipotencialização pode ser
satisfatória para proteção contra choques elétricos, mas insuficiente para
proteção contra perturbações eletromagnéticas”.

7.4 – Tarefa:

Pesquisar os seguintes esquemas de aterramento:


 Esquema TN
- Esquema TN-S
- Esquema TN-C-S
- Esquema TN-C
 Esquema TT
 Esquema IT
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8 –Proteção contra Descargas Elétricas


Atmosféricas:

A NBR 5419:2001 estabelece as seguintes definições para as partes que


compõem um sistema de proteção contra descargas atmosféricas:

8.1 – Descarga Atmosférica:

Descarga elétrica de origem atmosférica entre uma nuvem e a terra ou entre


nuvens, considerando em um ou mais impulsos de vários quiloampéres.

8.2 – Raio:

Um dos impulsos elétricos de uma descarga atmosférica para terra.


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8.3 – Pára-raios:

Conjunto de captores, descida, conexões e eletrodo de aterramento.

8.4 – Condutor metálico:

Segmento de fio, cabo ou fita capaz de transmitir corrente elétrica.

8.5 – Captor:

Ponta ou condutor metálico que, por sua situação elevada, facilita as


descargas elétricas atmosféricas. “Os captores devem ser maciços de cobre,
aço inoxidável ou metal monel. Devem ser dispostos uniformemente no topo de
chaminés cilíndricas, em intervalos máximos de 2,5m ao longo do perímetro”.
“A altura dos captores acima da chaminé deve ser de no mínimo 0,5m e no
máximo 0,8m. O diâmetro mínimo dos captores deve ser de 15mm”.

8.6 – Descida:

Condutor metálico que estabelece ligação entre o captor e o elemento de


aterramento. Devem ser instalados, no mínimo, dois condutores de descida,
situados em lados opostos da chaminé. Os condutores de descida devem ser
interligados por anéis, sendo o primeiro situado preferencialmente no solo ou
no máximo a 3,5m da base da chaminé, e outros a intervalos de cerca de 20m
a partir do primeiro anel. Devem ser protegidos contra danos mecânicos até no
mínimo 2,5m acima do nível do solo. A proteção pode ser em eletro duto rígida
de PVC ou eletro duto rígido metálico; neste último caso, o condutor de descida
deve ser conectado às extremidades superior e inferior do eletro duto. A seção
mínima para os condutores de descida pode ser de cobre nu de 16mm2.
21

8.7 – Conexão de medição:

Instalada de modo a facilitar os ensaios e medições elétricas dos


componentes de um SPDA (sistema para descargas atmosféricas).

8.8 – Hastes:

Suporte de captor de ponta.

8.9 – Eletrodo de aterramento:

Elemento ou conjunto de elementos que assegura o contato elétrico com o


solo e dispara a corrente de descarga atmosférica na terra.

8.10 – Conjunto de eletrodos de aterramento:

Dois ou mais eletrodos de aterramento interligados permanentemente


formando uma unidade.

8.11 – Resistência de terra:

Resistência ôhmica existente entre o eletrodo de aterramento e a própria


terra.

8.12 – Instalações Metálicas:

Elementos metálicos situados no volume a proteger, que podem constituir


um trajeto da corrente de descarga atmosférica, tais como: estruturas,
tubulações, escadas, trilhos de elevadores, dutos de ventilação e ar-
condicionado e armaduras de aço interligadas.
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8.13 – Interação:

Ação conjunta e recíproca de dois captores.

8.14 – Efeito dos Raios:

Os raios ocorrem num curtíssimo espaço de tempo (200 milésimos de


segundos) e em função disso as instalações elétricas (residenciais, comerciais
ou industriais) “podem atingir de forma direta estruturas de edificações, o
sistema de pára-raios, as fiações elétricas, redes de energia elétrica, postes e,
de forma indireta, em função da formação da radiação eletromagnética, induzir
sobre tensões nas estruturas, nas linhas de energia elétrica, cabos
subterrâneos, cabos de comunicações e de transmissão de dados”.

8.15 – Sistemas de Proteção contra Descargas Atmosféricas:

Uma edificação é considerada segura contra descargas atmosféricas a


partir do momento em que todo o procedimento de “instalação de proteção for
projetado e constituído de tal maneira que os componentes da estrutura, as
pessoas, os equipamentos e instalações, que estejam permanentemente ou
temporariamente em seu interior, fiquem efetivamente protegidos contra os
raios e seus efeitos pelo maior espaço de tempo possível”.

8.15.1 – Pára-Raios Franklin: Baseado nos estudos de Franklin observa-se que


a partir do momento em que uma haste metálica é conectada de forma
contínua com o solo tem a propriedade de atrair para si os raios que de outra
forma cairiam em suas proximidades.
23

8.15.2 – Pára-Raios Radioativos: Esse tipo de pára-raios foi introduzido no


início do século com o objetivo de conseguir maior proteção. Tinha como
característica possuir uma cápsula radioativa, feita de amerício, um elemento
químico. Uma pequena abertura na cápsula permite que a radiação escape,
atraindo os raios. Estudos posteriores confirmaram que a eficiência desse tipo
de pára-raios era semelhante à do tipo Franklin e, devido à radioatividade ser
altamente prejudicial à saúde das pessoas, principalmente para os profissionais
que lidavam com esse produto, acabaram sendo proibidos no mundo inteiro.

8.15.3 –Gaiola de Faraday: Essa forma de proteção foi inventada no século XIX
pelo físico Michael Faraday (1791 – 1867). Ele descobriu que os corpos
encerrados em uma caixa ou gaiola metálica ficavam protegidos contra
descargas externas, funcionando como uma espécie de blindagem. Baseado
nesse princípioé possível, hoje, aproveitar as ferragens do concreto de
edifícios, conectando as pequenas hastes na cobertura.
24

8.15.3 – Níveis de Proteção: Mesmo com a instalação de um SPDA, há sempre


a possibilidade de falha desse sistema. A construção protegida, neste caso,
pode ser atingida por uma descarga atmosférica. A partir dessa premissa, a IE
1024-1 determina quatro diferentes níveis de proteção com base nos quais
devem ser tomadas decisões de projeto mais ou menos severas. São eles:
 Nível I: é o mais severo quanto à perda de patrimônio. Refere-se às
construções protegidas, cuja falha no SPDA pode provocar danos as estruturas
adjacentes, tais como: industrias petroquímicas, de materiais explosivos, etc.
 Nível II: refere-se a construções protegidas, cuja falha no SPDA pode
ocasionar a perda dos bens de estimável valor ou provocar pânico aos
presentes, porém sem nenhuma conseqüência para as construções
adjacentes. Enquadram-se neste nível os museus, teatros, estádios, etc.
 Nível III: refere-se à construções de uso comum, tais como os prédios
residenciais, comerciais e industrias de manufaturados simples.
 Nível IV: são as construções em que não é rotineira a presença de
pessoas. São feitas de material não inflamável, e o produto armazenado nelas
é de material não combustível, tais como armazéns de concreto para produtos
de construção.

8.16 – Sugestão para a Prevenção contra as Descargas Atmosféricas:

Durante uma tempestade ou até mesmo antes da chuva chegar,


primeiramente deve-se manter a calma, em seguida proceda da seguinte
forma:
Fora de casa
 Jamais fique em campo aberto, pastos, campo de futebol, piscinas,
lagos, praias, árvores isoladas, postes e lugares elevados.
 Afaste-se de equipamentos agrícolas (máquinas e tratores),
motocicletas, bicicletas e carroças; se estiver num carro com chapa metálica,
fique dentro dele com as janelas fechadas.
 Contato com cercas de arame, grades, tubos metálicos, linhas
telefônicas, de energia elétrica ou estruturas metálicas,nem pensar!

Dentro de casa

Mantenha-se afastado de fogões, geladeiras, canos, tomadas, e não use


telefone.

 Não tomar banho, usar chuveiro ou torneira elétrica.


 Evite ligar aparelhos emotores elétricos, pois eles podem queimar.
 Desligue da tomada os aparelhos eletrônicos como som, computador e
televisão.
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Disjuntores
Um disjuntor é um dispositivo eletromecânico, que funciona como
um interruptor automático, destinado a proteger uma determinada instalação
elétrica contra possíveis danos causados por curto-circuitos e sobrecargas
elétricas.
A sua função básica é a de detectar picos de corrente que ultrapassem o
adequado para o circuito, interrompendo-a imediatamente antes que os seus
efeitos térmicos e mecânicos possam causar danos à instalação elétrica
protegida. Uma das principais características dos disjuntores é a sua
capacidade de poderem ser rearmados manualmente, depois de
interromperem a corrente em virtude da ocorrência de uma falha. Diferem
assim dos fusíveis, que têm a mesma função, mas que ficam inutilizados
quando realizam a interrupção.
Por outro lado, além de dispositivos de proteção, os disjuntores servem
também de dispositivos de manobra, funcionando como interruptores normais
que permitem interromper manualmente a passagem de corrente elétrica.
Existem diversos tipos de disjuntores, que podem ser desde pequenos
dispositivos que protegem a instalação elétrica de uma única habitação até
grandes dispositivos que protegem os circuitos de alta tensão que alimentam
uma cidade inteira.
26

8.17 – Tarefa:

Pesquisar sobre Dispositivo de Proteção contra Surtos – DPS


 Exemplos de DPS e utilização;
 Instalação dos DPS;

O QUE É DPS? CONHEÇA OS DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO


CONTRA SURTOS E COMO ELES PROTEGEM SEUS
EQUIPAMENTOS CONTRA QUEIMAS CAUSADAS POR RAIOS

Dispositivos de proteção contra surtos (DPS) são equipamentos desenvolvidos


com o objetivo de detectar sobretensões transitórias na rede elétrica e desviar
as correntes de surto. Estes distúrbios, são mais comuns do que muitos
imaginam, ocorrendo diariamente em ambientes residenciais, comerciais e
industriais. Mas, como eles são gerados? E mais, que tipo de danos os surtos
elétricos podem causar? Qual é a melhor proteção para os nossos
equipamentos?
27

Essas e várias outras dúvidas serão esclarecidas a seguir, de maneira


simples e prática. Siga conosco!

O QUE É O SURTO ELÉTRICO?


Surto elétrico é uma onda transitória de tensão, corrente ou potência que tem
como característica uma elevada taxa de variação por um período curtíssimo
de tempo. Ele se propaga ao longo de sistemas elétricos e pode causar sérios
danos aos equipamentos eletroeletrônicos.

DE ONDE VEM O SURTO ELÉTRICO?


Os surtos elétricos são normalmente causados por descargas atmosféricas,
manobras de rede e liga/desliga de grandes máquinas. Saiba mais sobre cada
tipo de situação:

1.Descargas Atmosféricas
Sempre que um raio cai, seja diretamente ou próximo à uma instalação / rede
elétrica, são gerados surtos. Eles podem chegar até os aparelhos conectados
às redes elétricas, linhas de dados, como internet e TV a Cabo e linhas
telefônicas. A grande maioria dos surtos gerados por raios são ocasionados por
descargas indiretas. Ou seja, mesmo que o raio caia a quilômetros de
distância, essa incidência gera um campo eletromagnético que se irradia pelo
ambiente e transfere uma parcela do raio ao encontrar condutores metálicos.

2. Manobras de Rede
Outra origem bastante comum do surto elétrico se dá quando companhias
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energéticas fazem chaveamentos ou manobras de redes, causando a


interrupção na distribuição de energia em determinados bairros ou ruas. Não
apenas os blecautes, conhecidos popularmente como apagões, mas também
as tentativas de religamento são grandes fontes de distúrbios eletromagnéticos,
incluindo o surto elétrico.

3. Liga/Desliga de Máquinas
O que a grande maioria das pessoas não sabe, é que os surtos elétricos
acontecem de maneira cotidiana devido também ao ligar e desligar de grandes
motores. Os surtos podem ser gerados tanto por elevadores em prédios
comerciais e residenciais; quanto por equipamentos ainda mais comuns, como
aparelhos ar-condicionado ou máquinas de lavar. Todas as vezes que são
ligados e desligados, estes motores geram sobretensões transitórias que
podem causar danos imediatos, à médio e longo prazo aos equipamentos
conectados à mesma rede de energia.

QUAIS DANOS OS SURTOS ELÉTRICOS PODEM CAUSAR?


Os principais danos causados pelos surtos elétricos são a degradação de
componentes; a diminuição de vida útil de equipamentos eletroeletrônicos e até
mesmo a queima instantânea destes aparelhos. Como explicado acima,
existem situações difíceis de se prever, como a queda de um raio; mas também
cenários rotineiros, onde equipamentos de alta tecnologia e grande valor para o
dia-a-dia, podem ser danificados causando prejuízos imensuráveis.

QUEM ESTÁ EXPOSTO A ESTE TIPO DE PROBLEMA?


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Absolutamente todos os ambientes que possuam equipamentos conectados à


rede elétrica ou linhas de dados, como telefonia, internet e TV estão expostos
aos malefícios dos surtos elétricos. Temos exemplos em diversas esferas.
Grandes companhias de energia sofrem diariamente com queimas de
transformadores causadas por surtos elétricos. Empresas, indústrias e
instituições dos mais variados portes e segmentos acumulam enormes
prejuízos com reparo, manutenção e reposição de equipamentos
eletroeletrônicos avariados pelos surtos elétricos.
Da mesma forma, eu, que estou redigindo este artigo em meu laptop; e você,
que está lendo em seu smartphone, computador ou tablet; estamos à mercê
dos danos causados pelos surtos. Eles podem avariar equipamentos
essenciais para o nosso dia-a-dia, como geladeiras, fogões, freezers,
microondas, tvs, modems de internet, receptores de tv a cabo, câmeras de
segurança, portões eletrônicos, interfones e muitos outros tipos de aparelhos.
Claro, desde que não estejamos utilizando a proteção certa para este tipo de
problema!

O QUE É DPS? COMO ELES PROTEGEM OS EQUIPAMENTOS?


Muito conhecida por profissionais do setor elétrico, como engenheiros,
eletricistas e montadores de painéis, a sigla DPS, infelizmente, ainda não faz
parte do vocabulário da grande maioria da população brasileira. Os
Dispositivos de Proteção contra Surtos são equipamentos desenvolvidos para
detectar a presença de sobretensões transitórias na rede e drená-las para o
sistema de aterramento antes que atinjam os equipamentos eletroeletrônicos.
Os Dispositivos de Proteção contra Surtos podem ser utilizados em diversas
aplicações: em redes de distribuição de energia elétrica, para proteção de
transformadores e luminárias urbanas; linhas de telecomunicações; tubulações
de companhias de óleo e gás; painéis de energia solar fotovoltaica; quadros de
distribuição de edificações comerciais/residenciais e até mesmo conectados às
tomadas, acoplados aos equipamentos que desejamos proteger.
Existem três classes de DPS:
Classe I – Dispositivos com capacidade de corrente suficiente para drenar
correntes parciais de um raio. É a proteção primária, utilizada em ambientes
expostos a descargas atmosféricas diretas, como áreas urbanas periféricas ou
áreas rurais. Instalados nos quadros primários (QGBT) de distribuição.
Classe II – Dispositivos com capacidade para drenar correntes induzidas que
penetram nas edificações, ou seja, os efeitos indiretos de uma descarga
atmosférica. Utilizados em áreas urbanas e instalados nos quadros
secundários de distribuição.
Classe III – Dispositivos destinados à proteção fina de equipamentos,
instalados próximos aos equipamentos. São utilizados para proteção de
equipamentos ligados à rede elétrica, à linha de dados e linhas telefônicas.

9-Tipos e Formas de Distribuição de Energia:


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9.1 – Energia: Pode ser definida como tudo aquilo capaz de realizar ou
produzir trabalho.

Todas as movimentações que ocorrem no universo podem gerar forças


capazes de transformar a energia em um encadeamento sucessivo, ou seja,
em modalidades diferentes de energia. As pessoas somente sentem os efeitos
da energia através dos sentidos. Apresenta-se sobre várias formas:

 Energia Mecânica
 Energia Elétrica
 Energia Térmica
 Energia Química
 Energia Atômica
 Energia Eólica

9.1.1 – Energia Mecânica: É constituída por duas Modalidades de Energia:


Cinética e a Potencial. Quando a energia está associada a movimento, chama-
se em física, Energia Cinética. Ex: energia do vento, da água corrente, etc. No
momento em que a carga está parada no alto, no aguardo para produzir
trabalho, chama-se Energia Potencial. Ex: A energia da água represada, dos
elásticos, das molas, etc.
9.1.2 – Energia Elétrica: Sem dúvida, a energia elétrica é a forma mais prática
de energia, pois pode ser transformadas a grandes distâncias pelos condutores
elétricos (fios ou cabos) desde a geração até os centros de consumo, que são
os lares, indústrias, comércios, etc. Trata-se de uma forma de energia
extraordinária, pois além de poder ser transformada com facilidade em outras
modalidades de energia sem muitas dificuldades e com custos relativamente
baixos.

9.1.3 – Energia Térmica ou Calorífica: A corrente elétrica, ao passar pela


“Resistência” do chuveiro, do aquecedor, do ferro de passar, da churrasqueira
elétrica, do ferro de soldar, converte-se em calor.

9.1.4 – Energia Luminosa: Quando a corrente elétrica percorre o filamento de


lâmpadas acende-as, produzindo luminosidade.

9.1.5 – Energia Sonora: Ao ligar um aparelho de som, cd, walkman, ela


percorre os circuitos, convertendo-se em energia sonora.

9.1.6 – Energia Cinética: A energia elétrica pode acionar o motor de


enceradeira, furadeira, ventilador etc., produzindo movimento (energia
cinética).

A energia elétrica, normalmente não é utilizada no mesmo local onde é


produzida. Como é produzida a grandes distâncias do centro consumidor, é
31

necessário que seja transportada; e por motivos econômicos, isso é feito em


altas tensões.

Assim sendo a energia elétrica desenvolve-se em quatro fases fundamentais:

 Geração (Produção)
 Transmissão
 Distribuição
 Utilização

10 - Geração de Energia Elétrica:


Para movimentar o eixo das turbinas, podemos utilizar vários tipos de fonte,
como a queda d água (hidráulica), a propulsão a vapor (térmica), utilizando a
queima de combustíveis (gasolina, diesel, carvão) e pela fissão de materiais
como o urânio ou tório (nuclear).

Podemos ter várias formas de geração de energia elétrica. A mais


econômica, que produz grandes quantidades de energia elétrica, utiliza a
energia potencial da água de grandes reservatórios, que movimentam os
grandes geradores.

10.1 – Barragem:

A barragem tem como finalidade represar a água, possibilitando a


concentração de uma grande quantidade de energia potencial.

10.2 – Condutos Forçados:

Também chamado de tomadas de água, sai da barragem e vai até a turbina na


casa de força. Ele varia de diâmetro e comprimento em função da potência da
turbina, a qual está acoplada ao gerador. No caso da Usina de Itaipu, o
conduto forçado tem 10,5m de diâmetro interno.

10.3 – Casa de Força:

Cada conduto vai a uma turbina, que está acoplada a um gerador.Para gerar
energia, internamente nas máquinas são instalados eletroímãs. Sabemos que
toda vez que há o movimento de um condutor ao redor de um ímã, nas
extremidades desse condutor surge uma diferença de potencial. A quantidade
de energia gerada na extremidade dos condutores depende do tamanho dos
32

eletroímãs, da quantidade e seção dos condutores instalados dentro dos


geradores. Desta forma, pode-se adquirir geradores comerciais que variam de
pequenas potências 0,5Kw, 10Kw, 100Kw, e tensões como 127 volts, 220 volts,
380 volts, 6,9Kv, 13,8Kv, ou 18,0Kv.

10.4 – Subestação Elevadora:

Como os geradores são para potências elevadas (Mv) e a tensão comercial


gerada é razoavelmente baixa (Kv), a corrente elétrica no gerador é de grande
intensidade. Por fatores econômicos, a subestação elevadora é construída o
mais próximo possível da geração.Dentro dessa subestação são colocados os
transformadores elevadores, que recebem dos gera dores as tensões de 6,9Kv,
13,8Kv ou 18,0Kv e elevam-nas para as tensões de transmissão, que são de
69Kv, 138Kv, 230Kv, etc. Como a corrente produzida (pelos geradores) é muito
alta, inviabilizando o transporte até os centros de consumo, eleva-se a tensão
(conseqüentemente, diminuindo a corrente) para que possamos fazer a
transmissão desta energia a longas distâncias por torres de transmissão, com
bitolas de condutores mais finas.

No Gerador P: E.I

Na Transmissão P: E.I

10.5 – Subestação Abaixadora:

Pelas torres de transmissão, essa energia é transportada até os centros de


consumo. A energia chega em uma subestação abaixadora, onde recebe os
valores de tensão de 69Kv, 138Kv, 230Kv, etc., e através de transformadores,
abaixa-os para os valores de tensão de distribuição de 34,5Kv e 13,8Kv. Essas
tensões seguem até a subestação de distribuição.

10.6 – Subestação de Distribuição:

Da subestação de distribuição os condutores saem e seguem para a


distribuição urbana (cidade) em 13,8Kv. Nas ruas de trechos em trechos,
conforme o consumo e em função da quantidade de consumidores são
instalados transformadores nos postes da concessionária, que reduzem a
tensão de 13,8Kv para a utilização residencial ou industrial.De um dos
condutores da rede de 34,5Kv deriva para a distribuição rural.

Como segue apenas uma fase (monofásico), para a distribuição rural a tensão
é 34,5/ √3=19,9Kv. Na propriedade do consumidor, para obter a baixa tensão,
33

ou seja, a tensão de distribuição, o neutro é derivado do solo, fazendo com que


a tensão entre o neutro e fase seja 127V e entre fases a tensão é 254V.

Segundo a Norma Brasileira, as tensões são classificadas em quatro níveis:

 Baixa tensão: vai até 1000V;


 Média tensão: acima de 1000V até 72500V;
 Alta tensão: acima de 72500V até 242000V;
 Extra-Alta tensão: acima de 242000V.

As tensões podem ser subdivididas em:

 EBT/UBT(Extra-baixa tensão/Ultra-baixa tensão) = 48V; 24V e 12V;


 BT(Baixa tensão) = 1000V, 760V, 660V, 44OV, 380V, 230V, 220V,
127V(FN) e 115V(FN);
 MT(ou AT de distribuição) = 34,5Kv; 25,8Kv; 23Kv; 13,2Kv; 12,6Kv;
11,5Kv; 6,9Kv; 4,16Kv e 2,13Kv.
 AT(Tensão de transmissão/Alta tensão) = 500Kv, 230Kv, e 138Kv.
Tensão de sub-transmissão = 69Kv;
 EAT(Extra-Alta tensão) = 600Kvcc (corrente contínua)
 EAT(Extra-Alta tensão) = 750Kv;
 UAT(Ultra-Alta tensão) = 800Kv.

10.7 - Esquema Unifilar da Geração, Transmissão e Distribuição de


Energia Elétrica:

ProduçãoTI LT T2DP- 6,9Kv;13,2Kv;34,5Kv;69Kv....


G SE SA

69Kv 69Kv

13,8Kv 138Kv T3 T4
18,0Kv 220Kv (Itaipu)

230Kv

400Kv DS DS

500Kv

600Kv 220/127V 380/220V

750Kv

 G – Geração
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 SE – Subestação Elevadora
 LT – Linha de Transmissão
 SA – Subestação Abaixadora
 DP – Distribuição Primária
 DS – Distribuição Secundária
 T1,T2,T3,T4 – Transformadores

Referências Bibliográficas

- CAVALIN, Geraldo; CRVELIN, Severino. Instalações elétricas prediais. São


Paulo, Érica, 2006. 422 p. il. Por.

- CREDER, Hélio. Manual do Instalador Eletricista. Rio de Janeiro, LTC,


2002. 213 p.il. Por.

- GUSSOW, Milton. Eletricidade básica. São Paulo, McGraw-Hill, 1985. 566 p.


il. Por.

- LIMA FILHO, Domingos Leite. Projetos de instalações elétricas prediais. 4.


ed.São Paulo, Érica, 1999. 254 p. (Col. Estude e Use. Instalações Elétricas).
Por.

- WILSON, J. A; KAUFMAN, Milton. Eletricidade básica; teoria e prática. São


Paulo, Rideel, s. d. 3v. Por.

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