Impedimentos Matrimoniais

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Casamentos

A Lei moçambicana define casamento como sendo uma união voluntária e singular entre um
homem e uma mulher, com o propósito de constituir família, mediante comunhão plena da vida.
O casamento pode ser civil, religioso ou tradicional. Em Moçambique, ao casamento
monogâmico, religioso e tradicional é reconhecido valor e eficácia igual à do casamento civil,
isto quando tenham sido observados os requisitos que a lei estabelece para o casamento civil.

Pressupostos da celebração do casamento

A celebração do casamento é precedida de um processo de publicações, regulado na legislação


do registo civil e destinado à verificação da inexistência de impedimento.

A organização do processo preliminar de publicações para casamento compete à conservatória


ou delegação do registo civil da área em que qualquer dos nubentes tiver domícilio ou residência
estabelecida por meio da habitação continua durante, pelo menos, os últimos trinta dias
anteriores à data da declaração ou da apresentação do requerimento a que se refere os seguintes.

Declaração para casamento

Aqueles que pretendem contrair casamento deverão declará-lo, pessoalmente ou por intermédio
de procurador, perante o funcionário do registo civil e requerer a instauração do processo
preliminar.

Forma externa da declaração

A declaração para casamento deverá constar de documento assinado pelos nubentes, com
dispensa de reconhecimento das assinaturas, ou de auto lavrado em impresso a ser
disponibilizado pela conservatória ou delegação do registo civil, se souberem e puderem fazé-lo.

A declaração deverá conter os seguintes elementos:

Os nomes completos, idade, estado, naturalidade e residência habitual dos nubentes;

Os nomes completos e estado dos pais e, no caso de algum deles ter falecido, a menção desta
circunstância;

O nome completo e estado do tutor, se algum dos nubentes for menor e tiver tutela instituída;

No caso de segundas núpcias de alguém dos nubentes, a menção desse facto e se existem ou não
filhos de matrimónio anterior;
A conservatória ou delegação em que o casamento deverá ser celebrado;

A menção de o casamento ser celebrado com ou sem convenção antenupcial; e

O número, data e repartição expedidora dos bilhetes de identidade dos nubentes, ou o protesto
pela sua apresentação posterior.

Documentos e requisitos necessários

A declaração inicial deverá ser instruída com os seguintes documentos:

Atestados comprovativos da residência actual dos nubentes;

Certidões do registo de nascimento dos nubentes;

Certidão do registo de óbito do pai ou da mãe dos nubentes menores não emancipados, quando
pretendam beneficiar da isenção ou redução emolurientar prevista na Lei;

Certidão da escritura antenupcial quando a houver; e

Os bilhetes de identidade dos nubentes.

Os primeiros quatro documentos deverão ser apresentados no acto da declaração, os restantes


poderão ser apresentados posteriormente, mas antes da celebração do casamento.

As certidões de nascimento dos nubentes bem como as certidões de óbito necessárias à instrução
do processo, poderão ser substituídas por certificados de notoriedade passados nos termos
previstos na Lei por fotocópias autenticadas ou públicas formas.

Os bilhetes de identificação serão restituídos aos apresentantes depois de anotada no processo a


sua apresentação.

Serão dispensados da apresentação do bilhete de identidade os nubentes estrangeiros não


residentes em território nacional desde que apresentem o seu passaporte.

Na impossibilidade de apresentação da certidão do registo de óbito do pai ou da mãe dos


nubentes menores não emancipados, a mesma poderá ser substituída por uma declaração de
consentimento passada por quem tiver o menor a seu cargo, confirmado pela entidade política do
local da residência, na qual se referirá a situação precisa do menor e se especificarão os motivos
daquela impossibilidade.

Para a realização desta modalidade de casamento é indispensável a presença:

Dos contraentes ou de um deles e o procurador do outro;

Do funcionário do registo civil; e


De duas testemunhas.

Casamento religioso e tradicional

O casamento religioso e tradicional só podem ser celebrados por quem tiver a capacidade
matrimonial exigida por lei.

Neste tipo de casamentos a capacidade matrimonial dos nubentes é comprovada por meio de
processo preliminar de publicações, organizado nas repartições do registo civil a requerimento
dos nubentes ou do dignatário religioso, nos termos da lei de registo. Verificada no despacho
final do processo preliminar de publicações a inexistência de impedimentos à realização do
casamento, o funcionário do registo civil extrai o certificado matrimonial, que é remetido ao
dignatário religioso e sem o qual o casamento não pode ser celebrado.

O consentimento dos pais, legais representantes ou tutor, relativo ao nubente menor, pode ser
prestado na presença de duas testemunhas perante o dignatário religioso, o qual lavra auto de
ocorrência, assinando-o todos os intervenientes.

Para a realização do casamento religioso é indispensável a presença:

Dos nubentes ou de um deles e o procurador do outro;

Do signatário religioso competente para a celebração do acto; e

De duas tetemunhas

Para a realização do casamento tradicional é indispensável a presença:

Dos contraentes;

Da autoridade comunitária; e

De duas testemunhas.

Casamentos urgentes

Quando haja fundada receio de morte próxima de algum dos nubentes é permitida a celebração
de casamento independentemente do processo preliminar de publicações e sem a intervenção do
funcionário do registo civil.

Do casamento urgente é lavrado, oficiosamente, um assento provisório. Sendo que, o funcionário


do registo civil é obrigado a lavrar o assento provisório, desde que lhe seja apresentada, para esse
fim, a acta do casamento urgente, nos termos prescritos na legislação do registo civil.

Casamentos por procuração


A legislação moçambicana permite que um dos nubentes faça-se representar, no acto da
celebração do casamento, por procurador. A procuração que o representante ostentará deve
conter poderes especiais para o acto, a designação expressa do outro nubente e a indicação da
modalidade de casamento.

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