Ap-02 - Trens Tipo - Abnt - R1
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Março/2007
TREM TIPO DE PROJETO
INTRODUÇÃO:
Em 1940, foi fundada a Associação Brasileira de Normas Técnicas, órgão responsável pela
normalização técnica no país. Em 1943, foram elaboradas as primeiras normas brasileiras para
projetos de estruturas. As Obras de Arte eram, então projetadas segundo as normas NB1 – “Cálculo
e Execução de Obras de Concreto Armado”, NB2 – “Cálculo e Execução de Pontes de Concreto
Armado” e NB6 – “Cargas Móveis de Pontes Rodoviárias” a qual continha os “Trens Tipos de
Projeto” da época. Em 1960 as normas sofreram alterações no seu conteúdo e outras alterações
significativas foram verificadas no final da década de 70 e durante a década de 80. Nestes períodos,
as referidas normas sofreram algumas revisões e foram também posteriormente renomeadas. A
seguir descreve-se as alterações sofridas especificamente para o caso da norma de “Cargas Móveis
de Pontes Rodoviárias” com as respectivas alterações dos “Trens Tipo” de projeto.
1.1. Classes
- Classe II: Pontes situadas em estradas de ligação secundárias, mas em que, atendendo
a circunstâncias especiais do local, haja conveniência em se prever a passagem de veículos pesados;
classe II.
1.2. Trem – tipo
A multidão distribui-se sobre os passeios e sobre a parte do tabuleiro não ocupada pelos
veículos. Para esse fim, a área ocupada por um veículo (compressor ou caminhão) é suposta
retangular, com 2,5 m de largura e 6,0 m de comprimento, com o centro sobre o eixo longitudinal
do veículo e a igual distância dos eixos dianteiro e traseiro.
No cálculo dos arcos ou vigas principais, com 30 m ou mais de vão, permite-se ainda
substituir as cargas concentradas dos veículos (compressor ou caminhão) por carga uniformemente
distribuída, sobre área retangular com 2,5 m de largura e 6,0 m de comprimento, cuja resultante é
igual à soma das cargas concentradas.
Figura 1 – Compressor e caminhão utilizado no trem-tipo segundo NB6/43 (ABNT, 1943)
O trem-tipo para pontes da Classe III é composto de multidão calculada com go= 400
kgf/m² (4,0 KN/m²), de um compressor Tipo A e de tantos caminhões Tipo A quantas forem as
faixas de tráfego, menos uma, todos orientados na direção do tráfego e colocados na posição mais
desfavorável para o cálculo de cada elemento, apenas com a seguinte restrição: nunca se colocará
mais de um veículo sobre cada faixa de tráfego, nem em posição que dê lugar a afastamento de
menos de 2,5 m entre eixos longitudinais de dois veículos.
O trem-tipo para pontes da Classe I compõe-se de multidão com go = 450 kgf/m² (4,5
KN/m²), de um compressor Tipo B e de tantos caminhões tipo B quantas forem as faixas de tráfego,
menos uma, e dispostos como no caso do item 1.2.2 A resistência da estrutura deve ainda ser
verificada para um compressor Tipo C (Tabela 1), colocado como no caso do item 1.2.2.
2.1. Classes
Os veículos são de três tipos com características apresentadas na tabela (3 e 4). A área
ocupada pelo veículo é retangular, com 3,0 m de largura e 6,0 m de comprimento. Tem-se dois tipos
de cargas uniformemente distribuídas, com intensidade p e p’, como mostra a figura (3).
A carga p deve ser aplicada na faixa longitudinal correspondente ao veículo na parte não
ocupada por este e a carga p’ na parte restante da pista de rolamento e nos passeios, como mostra a
figura (3). Nos casos em que os guarda-rodas tiverem altura superior a 25 cm, contados a partir da
borda de pavimentação da pista, e ocuparem faixa de largura útil de, no máximo, 75 cm, não se
deve dispor carga devido à multidão na faixa ocupada por ele. Nos outros casos, a multidão deve ser
considerada na faixa ocupada pelo guarda-rodas. Quando se tratar de ponte com refúgios centrais
elevados, em rodovias de mais de uma pista, é obrigatório o carregamento dessa área, com carga p’.
No cálculo dos arcos ou vigas principais com 30 m ou mais de vão, permite-se, ainda,
substituir as cargas concentradas do veículo por carga igual, mas uniformemente distribuída,
disposta sobre área retangular ocupada pelo mesmo.
3.1. Classes
− Classe 45: a base do sistema é um veículo-tipo de 450 KN de peso total;
A utilização das diferentes classes de pontes fica a critério dos órgãos com jurisdição
sobre as mesmas.
3.2. Trem-tipo
6,00 m
3,00 m
p VEÍCULO p
Deve-se ressaltar que a carga p’ do trem-tipo da norma de 1982 não tem o mesmo
significado da carga p’ do trem-tipo da norma de 1960 (a que se refere o item 3.2). Neste caso, a
carga p’ é uma carga distribuída relativa à multidão sobre passeios e não sobre a pista de rolamento.
Tabela 6 – Características dos veículos-tipo (ABNT, 1982)
Unid. Tipo 45 Tipo 30 Tipo 12
Quantidade de eixos Eixo 3 3 3
Peso total do veículo KN -tf 450 – 45 300 - 30 120 – 12
Peso de cada roda dianteira KN -tf 75 – 7,5 50 - 5 20 – 2
Peso de cada roda traseira KN -tf 75 – 7,5 50 - 5 40 – 4
Peso de cada roda intermediária KN -tf 75 – 7,5 50 - 5 -
Largura de contato b1 de cada roda dianteira m 0,50 0,40 0,20
Largura de contato b3 de cada roda traseira m 0,50 0,40 0,30
Largura de contato b2 de cada roda intermediária m 0,50 0,40 -
Comprimento de contato de cada roda m 0,20 0,20 0,20
Área de contato de cada roda m² 0,20 x b 0,20 x b 0,20 x b
Distância entre eixos m 1,50 1,50 3,00
Distância entre os centros de roda de cada eixo m 2,00 2,00 2,00
CONVENCIONAL HOMOGENEIZADO
P P P Ph Ph Ph
p1 p2 p1 p2
Figura 6 – Simplificação para o carregamento móvel permitida pela NBR 7188/82 (ABNT, 1982)
Chamada inicialmente de “Via Norte”, a Rodovia dos Bandeirantes na sua primeira etapa foi
projetada para o Trem Tipo classe 36 da NB6/60 e verificada para o Veículo Especial da CESP.
Esta primeira etapa foi inaugurada e entregue ao tráfego em 28/10/1978
(período de construção de 11/08/1976, data da assinatura do contrato à 28/10/1978)
A segunda etapa da Rodovia dos Bandeirantes (prolongamento), foi projetada para o Trem Tipo
classe 45 da NBR 7188/84
Chamada inicialmente de “Via Leste”, depois Rodovias dos Trabalhadores para em seguida ser
denominada Rodovia Ayrton Senna na sua primeira etapa (trecho entre São Paulo e Guararema) foi
projetada para o Trem Tipo classe 36 da NB6/60 e verificada para o Veículo Especial da CESP.
Esta primeira etapa foi construída entre 06/1980 e 30/04/1982 tendo sido inaugurada e entregue
ao tráfego em 01/05/1982