Efeito Juridico Do Duat

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UNIVERSIDADE NACHINGWEA

LICENCIATURA EM DIREITO

DIREITO AGRÁRIO

TEMA:

Efeito Jurídico do DUAT

Discentes:

Docente:

Nelson Jossias

Maputo, Abril de 2021


I.INTRODUÇÃO

O presente trabalho com o tema “efeito jurídico do DUAT” surge no âmbito da avaliação na
cadeira de Direito Agrário, leccionada no 4º ano no curso de Licenciatura em Direito na
Universidade Nachingwea, o mesmo pretende analisar o efeito Jurídico do Direito de Uso e
aproveitamento de terra (DUAT).

O trabalho está dividido em 4 capitulos a saber: a introdução que se apresenta a contextualização


do trabalho bem como os objectivos do mesmo, a revisão de literatura, onde será conceitualizado
o DUAT segundo varias perspectivas, a analise e interpretação de resultados onde serão
apresentados os efeitos jurídicos do DUAT e por ultimo a conclusão que será apresentadas as
ilações os autores sobre os temas em alusão.

1.1 Objectivos

1.1.1 Objectivo geral

 Analisar o efeito jurídico do DUAT

1.1.2 Objectivos específicos

 Conceituar o DUAT;
 Clarificar a natureza jurídica do DUAT;
 Apresentar a Legislação de Direitos das terras.

II. REVISÃO DE LITERATURA

DUAT

Nos termos do artigo nº3 da LEI 19/97 de 1 de outubro. Na Republica de Moçambique a terra é
propriedade do Estado e não pode ser vendida, ou por qualquer forma, alienada, hipotecada ou
penhorada. Como meio universal de criação da riqueza e do bem-estar social, o uso e
aproveitamento da terra é direito de todo povo moçambicano.

As condições de uso e aproveitamento da terra são determinadas pelo Estado. O direito de uso e
aproveitamento de terra é conferido ás pessoas singulares ou colectivas tendo em conta o seu fim
social.
Na titularização do direito de uso e aproveitamento da terra o Estado reconhece e protege os
direitos adquiridos por herança ou ocupação, salvo havendo reserva legal ou se a terra tiver sido
legalmente atribuída a outra pessoa ou entidade.

O direito de uso e aproveitamento da terra, não pode ser concedido nas zonas de protecção total e
parcial, visto tratar-se de zonas de domínio publico (zonas destinadas a satisfação do interesse
publico). Nestas zonas só é permitido o exercício de determinadas actividades mediante emissão
de licenças especiais

A aprovação do DUAT não dispensa a obtenção de licenças e outras autorizações exigidas por
legislação aplicável ao exercício de actividades económicas pretendidas (agropecuária ou agro-
industriais, turísticas, comerciais, pesqueiras e mineiras e á aprovação do meio ambiente). As
referidas licenças terão o seu prazo definido de acordo com a legislação aplicável,
independentemente do prazo autorizado para o exercício do direito de uso e aproveitamento da
terra.

O direito de uso e aproveitamento de terra para fins de actividades económicas está sujeito ao
prazo máximo de 50 anos, renovável por igual período a pedido do interessado. Após o período
de renovação, um novo pedido deve ser apresentado.

Podem ser sujeitos a DUAT:

 As pessoas nacionais, colectivas e singulares homens e mulheres, bem como as


comunidades locais;
 As pessoas singulares e colectivas estrangeiras desde que tenham projecto de
investimento devidamente, aprovado e observem as seguintes condições:
 Sendo pessoas singulares, desde que residam há pelo menos 5 anos na Republica de
Moçambique.

III. ANALISE E INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS

3.1 Clarificacao da natureza jurídica do DUAT

A natureza hibrida do DUAT

Esta característica segundo Paulo COMONE significa “ que o DUAT se apresenta como um
direito real quando se trata se o situar no âmbito das relações jurídicas entre particulares. Nas
relações em que o Estado ou outros entes públicos, designadamente as autarquias locais travam
com o cidadão e quando estes entes agem nos termos do poder publico, o DUAT apresenta
feições de um direito regulado pelo direito publico. Os litígios emergentes destas relações devem
ser dirimidos pelo tribunal Administrativo”.

3.2 Criticas apresentadas á aparente falta de clareza sobre a natureza jurídica do DUAT

As criticas formuladas contra a falta de clareza quanto a natureza jurídica do DUAT, tem
sustentabilidade nos seguintes argumentos principais.

 Em primeiro lugar, dificuldades de determinar a essência e os órgãos, o conteúdo do


DUAT;
 Em segundo lugar, dificuldade para os particulares e os órgãos da Administração da
justiça de escolher o meio certo para a defesa do DUAT.

3.3 Legislação de Direitos das terras

A lei de terras, Lei 19/97 de 1 de Outubro de 1997 artigo 3 reitera que a terra é propriedade do
Estado e não pode ser vendida ou qualquer outra forma, alienada, hipotecada ou penhorada.

O artigo 10 no seu numero 1 afirma que as pessoas nacionais, colectivas e singulares, homens e
mulheres, bem como as comunidades locais podem ser sujeitos do direito de uso e
aproveitamento da terra.

Artigo 12 estipula que o Direito de Uso e Aproveitamento de terra (DUAT), é adquirido sem
distinção entre homens e mulheres, através, de:

 Ocupação por pessoas singulares e pelas comunidades locais, de acordo com as normas e
praticas costumeiras que não contrariem á constituição.
 Ocupação por pessoas singulares nacionais que, de boa fé estejam a utilizar a terra há
pelo menos 10 anos.
 Autorização de pedido apresentado por pessoas singulares ou colectivas na forma
estabelecida pela lei.
O artigo 13, garante que tanto os homens quanto as mulheres, que são membros de uma
comunidade local, podem requerer títulos individualizados. As mulheres tem, portanto, o direito
de manter e registar a terra, em conjunto com outras pessoas ou forma independente, mas o
processo de registo da terra é declaradamente lento e caro, o que desencoraja-las de usa-lo.

O artigo 16, estabelece que o direito do uso e aproveitamento de terra pode ser transmitido por
herança, sem distinção de sexo.

O artigo 23 estabelece que os presidentes dos Conselhos Municipais e Conselhos de liquidação e


nos locais onde não existam órgãos municipais, os Administradores Distritais, são as únicas
entidades competentes para autorizar o uso e aproveitamento da terra.

IV. CONCLUSÃO

Na República de Moçambique a terra é propriedade do Estado, e não pode ser vendida, ou por
qualquer forma, alienada, hipotecada ou penhorada. Como meio universal de criação da riqueza e
do bem-estar social, o uso e aproveitamento da terra é direito de todo povo moçambicano,
contudo as pessoas sejam elas singulares ou colectivas podem ter o DUAT – Direito de uso e
aproveitamento de terras

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