Apicultura II

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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL

ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Programa Capacitação na Apicultura

Produção de Mel e
Aproveitamento da Cera
Módulo II
“O SENAR-AR/SP está permanentemente
empenhado no aprimoramento profissional e
na promoção social, destacando-se a saúde
do produtor e do trabalhador rural.”
FÁBIO MEIRELLES
Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP
FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Gestão 2020-2024

FÁBIO DE SALLES MEIRELLES


Presidente

JOSÉ CANDEO SERGIO ANTONIO EXPRESSÃO


Vice-Presidente Diretor 2º Secretário

EDUARDO LUIZ BICUDO FERRARO MARIA LÚCIA FERREIRA


Vice-Presidente Diretor 3º Secretário

MARCIO ANTONIO VASSOLER LUIZ SUTTI


Vice-Presidente Diretor 1º Tesoureiro

TIRSO DE SALLES MEIRELLES PEDRO LUIZ OLIVIERI LUCCHESI


Vice-Presidente Diretor 2º Tesoureiro

ADRIANA MENEZES DA SILVA WALTER BATISTA SILVA


Diretor 1º Secretário Diretor 3º Tesoureiro

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL


ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
CONSELHO ADMINISTRATIVO

FÁBIO DE SALLES MEIRELLES


Presidente

DANIEL KLÜPPEL CARRARA SUSSUMO HONDO


Representante da Administração Central Representante do Segmento das Classes Produtoras

ISAAC LEITE CYRO FERREIRA PENNA JUNIOR


Presidente da FETAESP Representante do Segmento das Classes Produtoras

MÁRIO ANTONIO DE MORAES BIRAL


Superintendente

SÉRGIO PERRONE RIBEIRO


Coordenador Geral Administrativo e Técnico
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL
ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

CAPACITAÇÃO
NA APICULTURA

Produção de Mel e
Aproveitamento da Cera

São Paulo - 2012


IDEALIZAÇÃO
Fábio de Salles Meirelles
Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP

SUPERVISÃO GERAL DO PROGRAMA


Jair Kaczinski
Chefe da Divisão Técnica do SENAR-AR/SP

RESPONSÁVEL TÉCNICO
Teodoro Miranda Neto
Chefe Adjunto da Divisão Técnica do SENAR-AR/SP

AUTOR
Celso Ribeiro Cavalcante de Souza
Técnico em Agropecuária, Bacharel e Licenciado em Ciências Biológicas, Farmacêutico, Proprietário do
Apiário D’terra e da Estação do Mel - Pindamonhangaba

REVISÃO GRAMATICAL
André Pomorski Lorente

FUNVIC - Fundação Universitária Vida Cristã

FOTOS
Celso Ribeiro Cavalcante de Souza

Banco de Imagens SENAR-AR/SP

DIAGRAMAÇÃO
FUNVIC - Fundação Universitária Vida Cristã

Thais Junqueira Franco - Diagramadora do SENAR-AR/SP

Direitos Autorais: é proibida a reprodução total ou parcial desta cartilha, e por qualquer processo, sem a
expressa e prévia autorização do SENAR-AR/SP.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................................................9

I. MEL....................................................................................................................................... 10
1. Características do mel...................................................................................................... 10
2. Composição do mel.......................................................................................................... 11

II. ESTRUTURAR O APIÁRIO PARA PRODUÇÃO DE MEL.................................................. 13


1. O “Pasto Apícola”.............................................................................................................. 13
2. Apiário............................................................................................................................... 14
3. Materiais de campo........................................................................................................... 15
4. Depósito ou “Oficina”........................................................................................................ 16
5. Casa do mel...................................................................................................................... 16
6. Segurança......................................................................................................................... 16

III. PRODUZIR MEL................................................................................................................... 18


1. Estrutura funcional do apiário........................................................................................... 18
2. Introduza a melgueira na colmeia..................................................................................... 19
3. Maximize o rendimento das colmeias............................................................................... 21

IV. COLHER O MEL .................................................................................................................. 26


1. Monitore a época da colheita............................................................................................ 26
2. Determine a frequência da colheita.................................................................................. 26
3. Verifique os favos.............................................................................................................. 26
4. Retire os favos.................................................................................................................. 26
5. Colha o mel....................................................................................................................... 27

V. BENEFICIAMENTO.............................................................................................................. 32
1. Materiais necessários ao beneficiamento......................................................................... 32
2. Limpeza e higienização da casa do mel........................................................................... 32
3. Limpeza e higienização do trabalhador da casa do mel................................................... 33
4. Desoperculação dos favos................................................................................................ 33
5. Centrifugação.................................................................................................................... 35
6. Acondicionamento do mel................................................................................................. 37

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VI. ENVASE E ARMAZENAMENTO.......................................................................................... 39
1. Embalagem....................................................................................................................... 39
2. Roulagem.......................................................................................................................... 40
3. Envasando o mel em vidros de 1 kg................................................................................. 40

VII. MANEJO DE ENTRESSAFRA............................................................................................. 41


1. Manejo dos favos.............................................................................................................. 41
2. Revisão pós-colheita......................................................................................................... 42
3. União de famílias.............................................................................................................. 42
4. Manutenção das colônias................................................................................................. 47
5. Manejo das melgueiras..................................................................................................... 47
6. Pilhagem........................................................................................................................... 50
7. Deserção........................................................................................................................... 51
8. Novo ciclo de produção..................................................................................................... 51

VIII. PRODUÇÃO DE CERA DE ABELHAS................................................................................ 52


1. Cera de abelhas................................................................................................................ 52
2. Características físicas da cera.......................................................................................... 52
3. Processo de extração da cera.......................................................................................... 53
4. Técnicas de incremento da produção de cera.................................................................. 56

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA.................................................................................................... 57

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APRESENTAÇÃO

O
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL - SENAR-AR/SP, criado em 23
de dezembro de 1991, pela Lei n° 8.315, e regulamentado em 10 de junho de 1992,
como Entidade de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, teve
a Administração Regional do Estado de São Paulo criada em 21 de maio de 1993.

Instalado no mesmo prédio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São


Paulo - FAESP, Edifício Barão de Itapetininga - Casa do Agricultor Fábio de Salles
Meirelles, o SENAR-AR/SP tem, como objetivo, organizar, administrar e executar, em todo
o Estado de São Paulo, o ensino da Formação Profissional e da Promoção Social Rurais
dos trabalhadores e produtores rurais que atuam na produção primária de origem animal e
vegetal, na agroindústria, no extrativismo, no apoio e na prestação de serviços rurais.

Atendendo a um de seus principais objetivos, que é o de elevar o nível técnico, social e


econômico do Homem do Campo e, consequentemente, a melhoria das suas condições
de vida, o SENAR-AR/SP elaborou esta cartilha com o objetivo de proporcionar, aos
trabalhadores e produtores rurais, um aprendizado simples e objetivo das práticas agro-
silvo-pastoris e do uso correto das tecnologias mais apropriadas para o aumento da sua
produção e produtividade.

Acreditamos que esta cartilha, além de ser um recurso de fundamental importância para os
trabalhadores e produtores, será também, sem sombra de dúvida, um importante instrumento
para o sucesso da aprendizagem a que se propõe esta Instituição.

Fábio de Salles Meirelles


Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP

“Plante, Cultive e Colha a Paz”

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INTRODUÇÃO

Apicultura não consiste necessariamente em produzir mel. Este não é o único objetivo
do apicultor, mas é o mais antigo, mais difundido, talvez o mais fácil, o mais comum.

Vale lembrar que muitos iniciaram no passado o cultivo de abelhas porque apreciavam outro
produto, tão nobre quanto: a cera de abelhas.

O mel continua sendo a base econômica da apicultura. Devemos lembrar que não são as
abelhas que produzem mel, elas apenas o elaboram. São as plantas, no pasto apícola, que
secretam o maravilhoso néctar, ou seja, sem flores não há mel e sem abelhas não há quem
o elabore.

Cabe ao Apicultor aplicar seu conhecimento (tecnologia) para que a atividade consiga obter
e transformar o máximo possível de néctar produzido, elaborando-o em mel.

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I. MEL

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define o mel como uma substância açucarada obtida
a partir do néctar das plantas ou que se encontre sobre elas, que as abelhas trabalham,
transformam e combinam com matérias específicas, depositando depois nos favos da
colmeia.

É um produto das abelhas preparado por meio de processos específicos. Quando uma abelha
chega carregando, em sua vesícula melífera, néctar ou melato coletados em sua última
expedição de coleta, já os terá diluído com saliva, contendo secreções de várias enzimas,
usadas na elaboração do mel.

As três principais enzimas responsáveis pela transformação química do néctar em mel


são:
• Invertase: Transforma a sacarose em glicose (ou dextrose) e frutose (ou levulose).
• Glicose Oxidase: Responsável pela oxidação da glicose.
• Diastase ou Amilase: Responsável pela digestão de polissacarídeos como o amido.

O mel pode ter origem em uma secreção açucarada das flores (néctar), em outras partes
não florais das plantas, em secreções de insetos ou em frutos maduros. De acordo com esta
origem, o mel será classificado em:

 Mel Floral: aquele que se origina do néctar retirado das flores, podendo ser: monofloral,
quando apresenta no mínimo 70% do néctar de uma mesma espécie floral (mel de laranja),
e polifloral, quando apresenta néctar de várias espécies florais (mel silvestre).

 Mel de Melato ou Extrafloral: aquele que tem origem nas secreções das partes vivas
das plantas (mel de cana), nas secreções de insetos (cochonilhas, pulgões, etc.) ou em
frutos maduros (isto só ocorre em caso de escassez de néctar floral).

1. CARACTERÍSTICAS DO MEL

O mel possui algumas características que são utilizadas principalmente para detectar sua
adulteração e pureza.

a) Aroma e Sabor - variam de acordo com a florada. Perdem-se com o aquecimento e com
a manipulação inadequada.

b) Cor - depende exclusivamente da presença de corantes (clorofila, xantofila, caroteno)


no néctar. Não tem influência na qualidade do mel. Varia do incolor ao marrom escuro e,
quando cristalizado, o mel apresenta coloração mais clara do que quando líquido.

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c) Hidroximetilfurfural (HMF) - é um aldeído (composto orgânico) que se forma pela ação
do calor sobre os açúcares do mel. Aumenta sua quantidade com o aquecimento e
armazenamento.

d) Umidade - é muito importante para o mel, pois condiciona seu tempo de vida. O teor ideal
é de 17 a 20% (impossibilita a fermentação).

e) Higroscopicidade - é a capacidade de absorver a umidade do ar.

f) Viscosidade - resistência que o mel oferece ao ser manipulado. Também varia de acordo
com a composição. É sensível à temperatura, diminuindo à medida que a temperatura
aumenta.

g) Condutibilidade térmica - apresenta baixa condutibilidade, por isso demora a aquecer e


resfria-se lentamente. A dificuldade em aquecer o mel uniformemente favorece a destruição
de proteínas, vitaminas, enzimas, etc.

h) Cristalização - é um fenômeno natural onde há separação da glicose (menos solúvel que


a frutose) e consequentemente a formação de hidratos de carbono em forma sólida.

i) Fermentação - ocorre pelo desenvolvimento de leveduras presentes no mel em forma


de esporos. Devido à alta acidez do mel os esporos não se desenvolvem, mas, caso haja
uma modificação desta acidez, as leveduras se reproduzem e atacam o açúcar produzindo
álcool e gás (CO2). Geralmente decorre do alto teor de umidade natural ou adquirida pelo
mau armazenamento.

2. COMPOSIÇÃO DO MEL

A composição do mel depende da região e do tipo de flor, mas pode ser dada basicamente
por:

ÁGUA 17,20%

Frutose 38,19%

Glicose 31,28%

AÇÚCARES Sacarose 1,31%

Maltose 7,31%

Outros 1,50%
Glucônico, cítrico, málico,
ÁCIDOS 0,57%
butírico, acético, fórmico
PROTEÍNAS E MINERAIS 0,43%

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Também possui: fermentos, enzimas, pigmentos, vitaminas A, C e principalmente do
Complexo B. O mel oferece ainda minerais como Ferro, Fósforo e Cálcio.

O mel não é apenas um alimento doce.

É algo puro, com grande poder alimentício,


influindo passivamente na saúde do homem.

Os açúcares naturais dão energia ao corpo em forma de força e calor, enquanto o mel,
através da glucose, constitui-se em uma fonte de energia muscular.

311 calorias
75,4 hidrato de carbono
Em 100 g de mel temos:
0,40 de proteínas
nenhuma gordura
9 kg de cenoura
1,7 kg de carne bovina
2,6 kg de peixe fresco
1 kg de mel corresponde em
50 ovos
calorias a:
40 laranjas
25 bananas
2,5 l de leite

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II. ESTRUTURAR O APIÁRIO
PARA PRODUÇÃO DE MEL
A estrutura necessária para a produção de mel em um apiário deve conter:

1. O “PASTO APÍCOLA”

O pasto apícola é constituído das plantas classificadas como nectaríferas e poliníferas, ou


seja, que fornecem néctar e pólen, respectivamente, às abelhas.

É através da flora apícola que será determinado o manejo do apiário; para isso, o apicultor
deverá estabelecer um calendário apícola próprio, observando o ciclo médio de florada das
espécies de plantas presentes em seu pasto apícola.

O mel provém de flores. Não de qualquer flor, mas de um número relativamente pequeno
de espécies, que constituem a flora apícola principal. Como exemplos podem ser citados
a candeia, o capixingui, o assa-peixe, o eucalipto e a laranjeira. Além disso, é preciso ter-
se em conta que o mel armazenado nas melgueiras é o excedente, aquele que passou da
necessidade do consumo das próprias abelhas e o qual interessa ao apicultor.

ATENÇÃO!!!

O pleno aproveitamento dos recursos néctar-poliníferos é constantemente impedido


por fatores que em geral não são controláveis pelo apicultor, como condições
meteorológicas desfavoráveis para as abelhas (chuva, frio, calor excessivo ou vento),
flutuações climáticas que interferem no florescimento ou a secreção do néctar.

A maior produção é obtida em um apiário que possibilite a exploração completa das flores
existentes no raio de ação útil das abelhas. No entanto, o mais importante é o pasto apícola
circundante ao apiário.

Quanto maior a concentração de um só tipo de planta apícola, mais severa a variação da


disponibilidade de néctar durante o ano.

Se o pasto for de pomares cítricos terá uma disponibilidade excessiva durante um curto
período, seguido por uma situação de carência quase absoluta durante a maior parte do
ano. Ao contrário, se for de uma capoeira com uma área cultivada e algumas pastagens mal
cuidadas ou uma pequena mata, terá moderada disponibilidade de néctar durante quase
todo o ano.

Ou seja:

As monoculturas

• Devem ser exploradas pela apicultura migratória, pois fora da estação das floradas pouco
tem a contribuir às abelhas.

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• Pode-se colocar grande número de colmeias em cada apiário durante a florada.

As áreas de vegetação variada

• Contendo diversas espécies de valor apícola, como matas e campos sujos, são favoráveis
à apicultura fixa, pois fornecem alimento quase o ano inteiro.

• Não se utiliza colocar muitas colmeias por apiário mas estas poderão permanecer o tempo
todo, pois encontrarão disponibilidade de alimento devido à diversidade de floração.

O requisito fundamental que uma área deve preencher é apresentar um bom pasto apícola,
isto é, deve possuir abundância de plantas nectaríferas e poliníferas. Obedecido este requisito,
grande parte do êxito do apicultor será obtido.

2. APIÁRIO

É fundamental que haja um planejamento para a implantação do apiário:

 É importante que o apiário permita o acesso e o trânsito de veículos entre as colmeias.


Isto facilita bastante o atendimento e a colheita do mel.

 Os cavaletes não devem ficar muito afastados entre si, pois isto aumenta a área a conservar
limpa e a proteger contra o fogo e outros problemas.

 Em regiões quentes deve-se preferir local com árvores, que criam microclima mais favorável
(ameno) para as abelhas e para o apicultor.

É preconizado que o número adequado de colmeias por apiário esteja entre 20 e 50.

 O arranjo das colmeias em fila ou meia lua é o mais conveniente. Se for feita fila dupla
os alvados devem ficar em direções opostas.

Na prática, pode-se usar arranjos diferentes, levando-se em conta o espaço disponível, o


bom senso e a experiência de cada apicultor, a economia de mão-de-obra, maior rendimento
do espaço e melhor aproveitamento da florada.

ATENÇÃO!!!

Evitar, de forma absoluta, que as colmeias fiquem frente a frente,


pois isto causa um estado de alerta permanente no apiário, com
aumento da agressividade, pilhagem e redução da produtividade.

 A identificação numérica das colmeias é fundamental nos trabalhos de revisão e colheita


de mel.

 Cavaletes, coberturas e protetores contra formigas ajudam imensamente as condições


do apiário.

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3. MATERIAIS DE CAMPO

Para todo e qualquer manejo no apiário, serão necessários


materiais, equipamentos e utensílios que auxiliem nas práticas a
serem desenvolvidas. São eles:

 Colmeia – é o local de habitação das abelhas. É formada


pelo fundo, ninho, melgueira, tampa e quadros. São alocadas,
geralmente, em cavaletes.

 Acessórios da colmeia – redutor de alvado, tela excluidora, cavaletes, cobertura da


colmeia e alimentadores.

redutor alvado cavalete alimentadores

 Utensílios de manejo - fumigador, formão de apicultor e vassourinha

 Roupas de proteção - máscara, macacão, botas e luvas

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4. DEPÓSITO OU “OFICINA”

Local adequado para guardar os equipamentos, utensílios e materiais (arame, cera alveolada),
bem como para o preparo e manutenção das colmeias.

5. CASA DO MEL

É o local destinado à extração, classificação, estocagem e industrialização de mel, cera e


outros produtos das abelhas. Trata-se de uma instalação simples, porém deve ser construída
de acordo com as normas estabelecidas pelo Ministério da Agricultura.

O prédio da sala de mel deverá ser ventilado e ter boa iluminação, inclusive artificial, para
facilitar os trabalhos noturnos. Deve ter também dispositivos que impeçam o acesso de
abelhas e outros insetos (telas nas janelas e portas, equipadas com escape de abelhas;
juntas de borracha nas portas e nos caixilhos das janelas).

Na sala do mel são efetuados os seguintes processos: recepção dos favos, desoperculação
dos favos, centrifugação, filtragem, decantação, envasamento e armazenamento. Se o apiário
tiver se submetido a Inspeção Sanitária, terá ainda o processo de rotulagem e expedição.

Poderá ser localizada afastada da área de terreno onde se situa o apiário, podendo inclusive,
ser urbana, desde que autorizada por órgão competente, com relação a códigos de postura,
saúde pública e defesa do meio ambiente.

A escolha dos equipamentos da Sala do Mel, basicamente, deve satisfazer ao método e


fluxograma de trabalho estabelecido. Em geral, deve-se dar preferência ao equipamento de
melhor qualidade e capacidade relativamente grande. Embora mais caros, tornam-se mais
econômicos no decorrer do tempo. Se a situação econômica for limitante, deve-se, pelo
menos, adquirir uma boa centrífuga.

6. SEGURANÇA

É importante cuidar da segurança pessoal, das abelhas, do patrimônio do apicultor e


das pessoas e animais ao seu entorno. Como o apiário geralmente fica em local isolado,
próximo das matas onde ocorrem as melhores floradas, um dos principais riscos é o roubo
ou vandalismo.

Quando possível, é importante estabelecer um responsável pela área que se encarregue da


vigilância das colmeias. Alguns artifícios podem ser adotados para amenizar tais ocorrências,
como: ocultar as colmeias na vegetação, pintá-las de verde para não se destacarem na
paisagem, cercar o apiário, colocar placas de advertência, etc.

A segurança inclui ainda:

 Prevenção contra incêndios: mantendo sempre limpa de vegetação uma faixa em torno
das colmeias e descartando o resíduo do fumigador em local seguro.

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 A defesa contra inimigos naturais como: formigas, sapos, tatus, gambás, algumas espécies
de pássaros insetívoros e também animais de criação como bois e cavalos.

 Utilizar corretamente as vestimentas de apicultor, pois se trata de um equipamento de


proteção.

“RESPONSABILIDADE” DO APICULTOR

Nunca é demais lembrar ao apicultor que o apiário deve estar em


local suficientemente isolado dos vizinhos, caminhos, estradas,
chiqueiros, galinheiros e quaisquer tipos de instalações em que se
criem ou se mantenham animais em cativeiro. O isolamento é dado
pela distância e obstáculos.

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III. PRODUZIR MEL

A situação das colônias é extremamente variável. A cada dia nascem e morrem muitas
abelhas, o fluxo nectarífero se modifica, as atividades das abelhas e da rainhas se intensificam
ou diminuem em decorrência de vários fatores; por isso, para manter todas as colmeias em
plena produção, o apicultor deve visitar e menejar constantemente todos os seus apiários.

1. ESTRUTURA FUNCIONAL DO APIÁRIO

Uma boa técnica a ser utilizada pelo apicultor é ter um apiário que chamamos de Berçário
(ou de Criação) e apiários de Produção.

1.1. Berçário ou Criação

Deve estar instalado próximo à residência do apicultor, em local seguro e de fácil acesso. Não
é necessário existir boa pastagem apícola, uma vez que as abelhas serão constantemente
alimentadas artificialmente.

Neste apiário as visitas são praticamente diárias e os serviços são:

 formar e desenvolver novas colônias de abelhas

 criar rainhas

 restabelecer e desenvolver enxames

No berçário faz-se o necessário para que os enxames se desenvolvam o mais breve possível
e se tornem enxames produtivos com 10 quadros.

1.2. Produção

O número de apiários será proporcional ao número de colmeias em exploração, ou seja, um


apiário para cada 20 a 50 colmeias, fixas ou migratórias.

Os apiários são visitados periodicamente e as colônias encontradas em mau estado são


trazidas para o apiário de criação (berçário) ou simplesmente eliminadas.

Ao mesmo tempo são levadas colônias novas do apiário de criação para os apiários de
produção, repondo as baixas ocorridas por diversos fatores como: morte da rainha, ataque
de formigas, traças, entre outras.

Desta forma, sempre teremos um grupo de colmeias produtoras constante e também um


volume de produção estável.

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Berçário

Apiário de
Apiário de Produção 3
Produção 1

Apiário de
Produção 2

2. INTRODUZA A MELGUEIRA NA COLMEIA

As melgueiras são introduzidas no apiário no início da florada.

ATENÇÃO!!!

A colmeia, neste período, já deve estar pronta para o início da


florada. Esta colmeia deve ser preparada para aproveitar 100% da
florada, ou seja, 40 dias antes do seu início.

Antes de introduzir a melgueira, o apicultor deverá verificar como estão o desenvolvimento


dos quadros de ninho. É desejável que cerca de 80% dos quadros estejam com crias e
alimentos

A melgueira deve ser introduzida sobre o ninho da seguinte forma:

2.1. Verifique se todas as melgueiras estão preparadas

Devem estar completas e com todos os quadros com cera alveolada.

2.2. Coloque a roupa de proteção

2.3. Acenda o fumigador

2.4. Fumigue o alvado da colmeia

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2.5. Retire a cobertura 2.6. Retire a tampa da colmeia

2.7. Aplique fumaça sobre os quadros de


ninho e feche novamente a caixa por
alguns instantes

2.8. Retire a tampa, coloque a tela excluidora e a melgueira sobre o ninho

2.9. Coloque a tampa sobre a melgueira e depois a cobertura

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3. MAXIMIZE O RENDIMENTO DAS COLMEIAS

Podemos aumentar o rendimento (lucratividade) do apiário utilizando técnicas específicas.


A utilização dessas técnicas tem como objetivo reduzir o custo aumentando a produção, isto
é, aumentar a produtividade por colmeia.

Algumas técnicas que podem intensificar a produção:

3.1. Substitua periodicamente as rainhas

A substituição de rainhas deve ser feita pelo menos a cada 2 anos, sendo que o ideal seria
a cada ano. Rainha jovem tem tendência de ser mais produtiva.

Proporciona:

a) maior fertilidade, população e produção.

b) menor tendência a enxameação: evita perda de abelhas e eleva a porcentagem de colmeias


produtivas.

c) menor tendência a perda de rainhas, por substituição natural ou por deserção.

d) desenvolvimento mais uniforme dos enxames, com melhor aproveitamento do material


apícola e da florada.

3.2. Utilize o ninho como melgueira (sobreninho)

Proporciona:

a) produção de 80% a mais por caixa que o obtido com a melgueira normal, com o mesmo
tempo despendido para a colheita e extração do mel.

b) substituição dos favos: NINHO ► MELGUEIRA ► NINHO, com maior economia e menores
quebras na extração (favos do ninho que subiram para a melgueira são mais resistentes),
além de economizar com cera alveolada.

c) limpeza do excesso de mel nos ninhos e fornecimento destes quadros com mel para as
colmeias carentes.

d) Padronização dos quadros.

3.3. Use tela excluidora

A tela excluidora é usada para impedir que a rainha migre para a melgueira, pois caso isso
ocorra dificultará o aproveitamento dos favos, que passarão a ter cria misturada com mel.

Deve ser colocada entre o ninho e a melgueira. Ao introduzir a melgueira sobre o ninho,
antes da florada, deve-se proceder à colocação da tela excluidora.
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Proporciona:

a) maior rendimento e agilidade na extração de mel.

b) menor taxa de perdas acidentais de rainhas (estarão confinadas no ninho).

c) mel de melhor qualidade por evitar a mistura com crias, o que eleva o teor de umidade.

d) controle da enxameação.

ATENÇÃO!!!

Tela excluidora de má qualidade pode prejudicar em vez de auxiliar


no aumento de produtividade, pois às vezes impede até mesmo a
passagem das operárias.

3.4. Utilize alimento estimulante

Como o próprio nome diz, a alimentação estimulante serve para “imitar” um fluxo de néctar
na colmeia.

Proporciona:

a) desenvolvimento da colmeia a tempo de produzir desde o início das floradas.

b) economia do mel que as abelhas consomem para fazer cera. Esta será feita com
antecipação do alimento fornecido (gasta-se, em média, 8 kg de mel para produzir 1 kg
de cera).

c) substituição do mel de reserva para a entressafra.

O fornecimento exagerado de alimentação estimulante fará com que as abelhas o armazenem


no quadro de ninho, diminuindo a postura pela rainha (bloqueio do ninho), podendo levar a
colmeia ao processo de enxameação. Caso isso ocorra, substitua o(s) quadro(s) com excesso
de xarope por quadros com cera alveolada ou com favos vazios. O quadro com excesso de
xarope poderá ser inserido em uma colmeia fraca ou colocado próximo ao apiário, para que
as abelhas operárias façam o serviço de limpeza.

3.5. Aumente o espaçamento entre favos usando 8 ou 9 quadros na melgueira

A capacidade em uma caixa padrão é de 10 quadros. A retirada de um ou dois quadros na


melgueira faz com que os favos fiquem mais largos, auxiliando na desoperculação.

Proporciona:

a) até 20% de economia na atividade e no tempo de centrifugação e extração do mel.

b) até 20% de economia em números de quadros e cera alveolada.

c) aumento de 10% a 15% da capacidade de armazenamento de mel na melgueira.

22 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


ATENÇÃO!!!

A retirada de mais quadros fará com que haja um espaço maior na


colmeia e as abelhas poderão construir favos entre os quadros

3.6. Realize a migração

A migração é o processo de levar as colmeias do apiário para outro local com a finalidade
de aproveitar diferentes floradas durante o ano.

Proporciona:

a) maior produção de mel (100 a 200%), mantendo o apiário produtivo durante quase todo
o ano.

b) economia na manutenção do apiário durante períodos de entressafra (alimentação, reforço,


limpeza, etc.).

Para o transporte das caixas, deve-se tomar alguns cuidados:

 retirar as melgueiras de sobre o ninho, pois o mel pode ser derramado e “afogar” as
abelhas.

 realizar este procedimento de transporte preferencialmente ao anoitecer.

 evitar dias muito quentes ou frios e com vento.

Como fazer:

3.6.1. Coloque o EPI

3.6.2. Acenda o fumigador

3.6.3. Fumigue a colmeia

3.6.4. Retire a cobertura e abra a tampa da colmeia

3.6.5. Coloque a tela de transporte sobre o ninho


A tela de transporte tem como objetivo ventilar a colmeia.

3.6.6. Fumigue o alvado


Faz com que as abelhas entrem na caixa.

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ATENÇÃO!!!

Este procedimento deve ser feito ao anoitecer, quando a maioria das


abelhas estão dentro da colmeia

3.6.7. Feche a entrada do alvado

Pode-se utilizar uma espuma. Este procedimento é essencial para impedir a saída das
abelhas da colmeia a ser transportada.

2.6.8. Fixe as partes soltas da colmeia (fundo + ninho + tela de transporte)

A fixação pode ser feita através de sarrafos, elásticos ou equipamento específico. O importante
é que as partes da colmeia fiquem fixas durante o transporte.

2.6.9. Coloque as caixas no veículo, conduzindo-os até o local de migração

O transporte deve ser feito com o máximo de cuidado possível, evitando freadas bruscas e
alta velocidade, pois os quadros podem se soltar, provocando a morte de muitas abelhas e
até mesmo da rainha.

ATENÇÃO!!!

O apicultor deverá realizar o transporte com o equipamento


de proteção e com o fumigador aceso, caso ocorra algum
inconveniente.

2.6.10. Coloque a colmeia sobre o cavalete

Deve-se aguardar de 10 a 20 minutos para acomodação das abelhas na colmeia.

2.6.11. Retire a proteção do alvado

2.6.12. Retire a tela de transporte e coloque a tampa da colmeia

Este procedimento deve ser feito com cuidado, utilizando o fumigador.

3.7. Distribua as colmeias em grupos menores que 30 por local

Proporciona:

a) menor competição.

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b) maior aproveitamento da florada.

c) maior produtividade média.

A produtividade das colmeias pode ser multiplicada várias vezes, pelo efeito aditivo ou
combinado das várias técnicas à disposição do apicultor: Por exemplo:

Migração 100%
Primavera pobre 50%
Alimentação estimulante
Primavera favorável 20%
Substituição de rainhas 10%
Seleção massal (eliminação de colmeias improdutivas) 20%
TOTAL 180% - 200%

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IV. COLHER O MEL

É o processo de retirada dos quadros de mel das melgueiras.

1. MONITORE A ÉPOCA DA COLHEITA

A extração do mel deve ser feita no período próximo ao fim de uma florada intensa, geralmente
na última semana, porém pode ser colhido aos poucos dependendo da intensidade da florada
e disponibilidade de tempo.

ATENÇÃO!!!

A realização da colheita após o término da florada poderá provocar a pilhagem


ou saque (as abelhas roubam o mel umas das outras), o que pode generalizar-
se a todas as colmeias do apiário, causando enorme prejuízo.

2. DETERMINE A FREQUÊNCIA DA COLHEITA

Em algumas regiões colhe-se o mel apenas uma vez por ano, em outras duas ou mais
vezes. A frequência varia de acordo com as condições climáticas e a natureza da flora
apícola local.

3. VERIFIQUE OS FAVOS

Deve-se retirar os favos de mel das colmeias quando seus alvéolos apresentarem-se
totalmente operculados, ou pelo menos dois terços dele.

Mel operculado = Mel maduro = Umidade boa


Mel não operculado = Mel verde = Alta umidade

Pode ocorrer que nem sempre as abelhas estão em condições de produzir cera para opercular
o mel maduro; neste caso, sabe-se que o mel está maduro quando, colocado o quadro de
cabeça para baixo e sacudindo-o ligeiramente, o mel não escorre.

ATENÇÃO!!!

Retirando favos com mel sem maturar, com excesso de água, é provável que
fermente em pouco tempo, perdendo qualidade para a comercialização.

4. RETIRE OS FAVOS

O apicultor necessita deixar alimento para as suas abelhas no período de escassez. Mas

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quanto se deve deixar? Alguns apicultores preferem retirar grande parte do mel e, na época
de escassez, alimentar as abelhas com xarope de açúcar.

Em apiários migratórios retira-se todas as melgueiras, porque as abelhas serão removidas


para outras floradas.

No ninho deve-se retirar os dois quadros de mel das extremidades e completar com quadros
de cera alveolada, intercalando entre os quadros de cria; estes quadros são deixados na
melgueira para os períodos de entressafra. A repetição periódica deste procedimento
corresponde à renovação contínua dos favos.

5. COLHA O MEL

O ideal é que se trabalhe com no mínimo três pessoas, cada qual executando uma tarefa:

• primeiro - na coleta do mel

• segundo - na operação do fumigador

• terceiro - no transporte do mel colhido

Essa tarefa deve ser realizada preferencialmente em dia seco, com bastante sol.

De acordo com o número de melgueiras a serem colhidas, mais operadores devem ser
acionados.

O procedimento da colheita do mel é realizado da seguinte forma:

5.1. Separe o material necessário para a colheita

EPI apícola, fumigador, formão, vasilhame com água, vassourinha, ninhos ou melgueiras
vazias, fundos e tampas.

5.2. Coloque o EPI apícola

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5.3. Acenda o fumigador

5.4. Encaminhe-se ao apiário

5.5. Aplique algumas baforadas de


fumaça no alvado da colmeia

Dê algumas baforadas no alvado das


colmeias vizinhas e mais fumaça naquele
da colmeia que vai ser trabalhada.

5.6. Retire a tampa

5.7. Coloque fumaça acima dos


quadros da melgueira

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ATENÇÃO!!!

O excesso de fumaça pode alterar a qualidade do mel a ser colhido

5.8. Retire o quadro com mel operculado

Com auxílio do formão, desloque os quadros que estiverem soldados com própolis.

5.9. Retire as abelhas dos favos

As abelhas que ficaram aderentes nos favos serão varridas com auxílio de uma
vassourinha.

Pode-se utilizar outros processos:

a) Agitação dos favos: Consiste na aplicação de fumaça suficiente para as abelhas descerem
ao ninho; em seguida retira-se um a um os quadros de mel e sacode-se fortemente o
quadro sobre a colmeia, a fim de que as abelhas aderentes caiam pelo choque.

ATENÇÃO!!!

Deve-se tomar cuidado para não romper o favo, pois o rompimento


provocará o escorrimento do mel e, consequentemente, a pilhagem.

b) Soprador de abelhas: É um aparelho destinado a remover as abelhas dos favos por meio
de um jato de ar. Constitui-se de uma ventoinha ou turbina (fonte do jato) à qual se adapta
uma mangueira flexível, utilizada para dirigir o jato de ar sobre os favos.

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5.10. Coloque o quadro com mel na caixa vazia

Coloque uma melgueira vazia apoiada em um fundo de colmeia ao lado da colmeia cujo mel
será colhido. Pode-se, também, utilizar caixas plásticas com tampa.

ATENÇÃO!!!

Cubra rapidamente a caixa com os quadros de mel, evitando-se,


assim, a entrada de abelhas e pilhagem.

ou

5.11. Retire a melgueira após tirar todos os quadros da colmeia

Ao dirigir-se para outra colmeia, leve a caixa (melgueira) da qual os quadros foram retirados,
pois servirá de depósito para os próximos quadros a serem colhidos.

Caso não sejam retirados todos os quadros da colmeia, permaneça com a melgueira na
caixa.

5.12. Tampe a melgueira

5.13. Realize esta tarefa sucessivamente até a última colmeia

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5.14. Leve as caixas até o local de
transporte

5.15. Cubra as caixas com uma lona

5.16. Transporte o mel para o beneficiamento

À medida que as caixas (ninhos ou melgueiras) vão sendo completadas, deverão ser levadas
imediatamente para um veículo ou para uma sala de centrifugação. Podem ser transportadas
em carrinhos de mão, camionetas ou mesmo na mão, dependendo da distância do local em
que serão beneficiadas.

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V. BENEFICIAMENTO

O beneficiamento do mel compreende as fases de: desoperculação, centrifugação, coagem


e decantação.

O processo de beneficiar o mel é realizado na Casa do Mel e deve ser efetuado dentro das
Normas estabelecidas pelo MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a
quais possuem regras específicas de higiene a ser seguidas, garantindo assim, a qualidade
do produto para o consumidor final.

As normas são conhecidas como BPF - Boas Práticas de Fabricação de Alimentos.

ATENÇÃO!!!

Verificar a Instrução Normativa que determina o Regulamento Técnico sobre


as Condições Higiênico-Sanitárias e de Boas Práticas de Manipulação para
Estabelecimentos Elaboradores e/ou Industrializadores de Alimentos, do
Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal - DIPOA.

1. MATERIAIS NECESSÁRIOS AO BENEFICIAMENTO

 Materiais de limpeza e higiene: conforme aprovado na Normativa do MAPA.

 Vestimenta dos trabalhadores: touca, máscara, vestimenta branca e botas.

 Material para extração: facas, garfos ou máquinas desoperculadoras; mesa para


desoperculação, centrífuga, prensas extratoras de mel, coadores ou peneiras, baldes,
tanques de decantação, filtros, recipientes para armazenar, máquinas para envasar e
embalagens para comercialização.

2. LIMPEZA E HIGIENIZAÇÃO DA CASA DO MEL

Este processo é indispensável para o início do beneficiamento do mel. Tanto o ambiente


como os equipamentos devem ser limpos e higienizados utilizando-se produtos autorizados
pela Normativa do MAPA.

São separadas em duas etapas: Limpeza e Sanificação.

 Limpeza: retirada dos resíduos orgânicos e minerais. É realizada em três fases: Pré-
lavagem (água), Lavagem (água + detergente) e Enxágue.

 Sanificação: “tratamento destinado à redução das contagens microbianas em utensílios


alimentares até níveis seguros de saúde pública” (Química Personalizada - Prof. Rossetti).
Deve ser realizada antes da utilização da Sala do Mel.

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ATENÇÃO!!!

Deve-se utilizar neste processo água e produtos de boa qualidade.

3. LIMPEZA E HIGIENIZAÇÃO DO TRABALHADOR DA CASA DO MEL

Da mesma forma que o ambiente e os equipamentos devem ser limpos e desinfetados, o(s)
responsável(is) pelo processo de beneficiamento dentro do Casa do Mel também deve(m)
estar devidamente limpo(s). Devem usar roupas brancas, toucas, máscara e luvas.

4. DESOPERCULAÇÃO DOS FAVOS

Consiste na retirada dos opérculos, ou seja, as capas de cera que protegem os alvéolos
cheios de mel.

ATENÇÃO!!!

Antes da desoperculação os quadros devem ser inspecionados,


retirando abelhas ou materiais indesejáveis.

4.1. Coloque os quadros na mesa de desopercular

A mesa de desopercular é um suporte com encosto para quadros e um recipiente provido


de tela metálica em sua extremidade, por onde vai escorrer o mel dos opérculos cortados
enquanto estes aguardam a entrada na centrífuga. Serve de apoio aos quadros em serviço
de desoperculação.

Para pequenas extrações, qualquer cuba ou tambor de aço provido de peneira e suporte
substitui a mesa, permitindo o escoamento do mel dos opérculos e eventuais favos
quebrados.

4.2. Desopercule os favos com garfo

O instrumento mais usado é o garfo, porém pode-se utilizar facas de lâmina flexível, com corte

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 33


dos dois lados. Para maior rendimento pode-se utilizar máquinas
desoperculadoras.

Os garfos possuem dentes retos de aço, de pontas afiladas, com o


cabo curvo para facilitar a retirada dos opérculos.

O quadro deve ser apoiado no suporte da mesa de desopercular, mantendo-o quase na


vertical. Inicia-se os movimentos a partir do extremo inferior, em vaivém, retirando somente
o opérculo, tomando cuidado para não estragar os alvéolos. Uma vez desoperculado um
lado, gira-se o favo e desopercula-se a outra face.

Os opérculos são deixados para escorrer durante algumas horas sobre uma peneira de tela
metálica.

Para apressar este processo, podem ser


colocados em uma prensa para favos ou
centrífugas de alta velocidade para rápida e
perfeita remoção do mel.

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4.3. Coloque os quadros desoperculados na mesa

Após desopercular os dois lados dos quadros, deixe-os na mesa novamente. Repita o
processo em todos os demais quadros.

O mel escorrido pode ser misturado com o centrifugado ou utilizado separadamente, pois
pode conter teor de umidade mais elevado.

5. CENTRIFUGAÇÃO

A centrifugação é um processo de separação em que a força centrífuga relativa gerada pela


rotação extrai o mel do alvéolo.

5.1. Centrífugas ou extratores

São aparelhos cuja rotação obriga a saída do mel, expelido pela força centrífuga e jogado
contra as suas paredes internas, sem contudo prejudicar os favos.

Há três tipos de centrífugas:

 centrífuga facial ou tangencial - com capacidade para pequeno número de quadros,


que são dispostos perpendicularmente ao raio. Apropriadas para pequenas extrações,
exigem ainda cuidados especiais para não estragar os favos.

 centrífuga radial (mais utilizada) - construída com capacidade para médio ou grande
número de quadros. Deriva seu nome do fato de os quadros ficarem dispostos ao redor
do eixo, no sentido dos raios do círculo, com os sarrafos superiores voltados para o lado
externo da centrífuga. Ela extrai o mel de ambas as faces do favo simultaneamente. Os
modelos com capacidade para 40 ou mais favos são dotados de acionamento a motor
elétrico, permitindo que, durante a extração de um conjunto de quadros, o apicultor proceda
à desoperculação de outro conjunto, aumentando o rendimento do trabalho.

 centrífuga radial paralela - embora usualmente considerada como uma variante da


centrífuga radial, trata-se de uma centrífuga transversal, em que os quadros são dispostos
em planos paralelos e perpendiculares ao eixo de rotação. Esta é a característica que
a distingue essencialmente das demais, em que os quadros são colocados em planos
paralelos ou coincidentes com o plano que contém o eixo da centrífuga.

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5.2. Processo de centrifugação

5.2.1. Coloque os quadros desoperculados na centrífuga

Os quadros desoperculados devem ser colocados na centrífuga imediatamente ou, se esta


estiver ocupada, em um suporte de espera fixo ou giratório (“carrossel”), que coleta o mel
que escorre durante a espera.

Caso algum quadro esteja quebrado ou danificado, amarre com arame, formando uma rede.
Aconselha-se deixá-lo por último para ser centrifugado.

5.2.2. Centrifugue o mel

Independente do tipo de centrífuga utilizada (manual


ou elétrica) deve-se seguir a recomendação
do fabricante quanto ao tempo e velocidade
necessários.

5.2.3. Retire os favos centrifugados

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5.2.4. Coloque os quadros centrifugados na melgueira vazia

As melgueiras com os favos desoperculados devem ser empilhadas a 100-200 metros do


apiário para que as abelhas façam a limpeza do mel residual.

5.2.5. Repetir esta operação para todos os quadros desoperculados

6. ACONDICIONAMENTO DO MEL

O mel que flui da centrífuga ou extrator deve passar por algumas operações antes de ser
dado ao consumo.

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São elas:

 Coagem: Destina-se a remover fragmentos de favo, partículas de cera, abelhas e outras


inclusões relativamente grandes. É feita através de peneiras.

Para maior eficiência, o coador deve ser múltiplo, usualmente com três a quatro estágios,
dotados de malhas progressivamente mais finas. Podem ser usadas telas nº 12, 30, 50 e
80 (número de fios por polegada).

 Decantação: É o processo também conhecido por “maturação” ou clarificação do mel.


Nada mais é do que a deposição do mel, após a coagem, em tanques por um período de
uma a duas semanas (no mínimo 48 horas). Durante este tempo, os milhões de gotículas
de ar que foram incorporadas ao mel durante a centrifugação sobem à superfície, formando
uma espécie de nata ou espuma. Ao mesmo tempo, pequenas impurezas (que passaram
pelo coador), mais densas que o mel, depositam-se no fundo do tanque. Como resultado
o mel adquire maior transparência.

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VI. ENVASE E ARMAZENAMENTO

Após aguardar o período de decantação, mel deve ser envasado (embalado).

1. EMBALAGEM

Distinguem-se as embalagens para venda no atacado ou no varejo.

 Embalagens para venda no atacado - usam-se tambores de 200 litros ou latas de 18


litros e também baldes plásticos. Os vasilhames devem ser novos e forrados com filme de
polietileno (tambores) ou envernizados (latas); caso contrário, os ácidos do mel atacarão
o metal, tornando o mel impróprio para o consumo. Devem ser hermeticamente fechados,
para impedir a penetração de umidade. Estes vasilhames dispensam rotulagem, bastando
a identificação da origem e lote de produção para fim de controle da documentação da
venda e fiscalização.

 Embalagens para venda no varejo - há grande variedade de embalagens, desde


latas e baldes plásticos até almofadinhas plásticas (saches) com doses individuais. São
ainda muito usados os potes de vidro. Os materiais plásticos devem ser licenciados
para uso em produtos alimentícios. Qualquer vasilhame que se use deve ser inviolável e
hermeticamente fechado. Devem ser rotulados segundo as exigências das autoridades
sanitárias e fiscais.

Embalagens de seções (mel em favos) é outra opção de venda no varejo. Este é um


produto muito frágil, pelo que cuidados especiais devem ser tomados em sua embalagem,
manipulação e transporte. O favo pode ser envolto em um celofane ou introduzido em um
saco plástico. Entretanto, como nestas embalagens o mel muitas vezes escorre e “mela”,
o aspecto menos atraente deprecia o produto. Melhores embalagens são caixetas rígidas
ou seções plásticas, providas de encaixes onde se adaptam tampas rígidas de plástico
transparente.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 39


2. ROTULAGEM

Caso o mel tenha na sua origem a predominância de uma espécie vegetal, ela deve ser citada
no rótulo, pois isto valoriza o produto. Antes, porém, verifique com certeza a origem floral do
mel (pelo enxame microscópico dos pólens nele contidos), evitando cair em descrédito. Se o
apicultor for membro de uma associação apícola, deve utilizar seu nome e selo de garantia
para prestigiar seu produto.

ATENÇÃO!!!

A rotulagem deve seguir os padrões estabelecidos pelos órgãos


sanitários fiscalizadores.

3. ENVASANDO O MEL EM VIDROS DE 1 KG

3.1. Separe os potes

Os vasilhames devem estar higienizados.

3.2. Encha o pote

Os potes devem ser enchidos inclinados; assim, impedem a


formação de bolhas de ar.

3.3. Tampe o pote

Quando utilizar vidros, as tampas devem ser “virgens”, ou


seja, novas. A utilização de tampas usadas fará com que o
produto fique desprotegido.

3.4. Pese e cole o rótulo

A pesagem é importante para atender a exigência do


consumidor.

3.5. Armazene os potes

O armazenamento deve seguir as normas do MAPA.

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VII. MANEJO DE ENTRESSAFRA

Existem certos lugares em que a florada é contínua durante o ano. Isto certamente não é a
regra, mas a exceção. Normalmente temos ao longo do ano períodos de safra ou de produção
em que as abelhas colhem bastante néctar e pólen, podendo acumular excedentes. Eles são
intercalados por épocas em que a entrada de alimento na colmeia é nula ou muito pequena,
insuficiente para a manutenção da colônia, as quais chamamos períodos de entressafra.

A identificação desses períodos são variáveis segundo a constituição da flora apícola de cada
região. Um dos requisitos básicos para a execução de um bom manejo é, precisamente, o
conhecimento desses períodos para que o apicultor possa tomar as providências adequadas
a cada situação com a devida antecedência.

Durante o período de entressafra muitos problemas e prejuízos podem ocorrer se o apicultor


não tomar medidas preventivas, corretivas ou compensatórias no momento oportuno. O menor
inconveniente que pode ocorrer é o enfraquecimento excessivo das colônias, tornando-as
incapazes de aproveitar plenamente o futuro período de safra. Outros problemas possíveis
são: o ataque das colmeias por inimigos naturais como formigas e traças, o aparecimento
de famílias zanganeiras e a pilhagem, provocando a morte de muitas abelhas e o abandono
de colmeias ou deserção.

Em relação ao fato econômico, a melhor solução que o apicultor pode dar a todos estes
problemas é a remoção do apiário para outra região onde ocorra uma florada apícola
precisamente nesse período, ou seja, fazer apicultura migratória. Isso, entretanto, nem sempre
é possível ou conveniente. Neste caso, cabe ao apicultor, utilizando a técnica, a criatividade
e o esforço, manter seu apiário em condições satisfatórias durante esse período desfavorável
para que as abelhas voltem a proporcionar-lhe boas colheitas quando as flores voltarem.

Ao conjunto das técnicas preventivas e corretivas ao alcance do apicultor chamamos de


manejo de entressafra.

1. MANEJO DOS FAVOS

Após a extração do mel procede-se à triagem dos favos separando os que devem ser fundidos
e os que poderão ser reutilizados.

 Fundição: aproveitamento da cera através do processo de fundição (derreter).

 Reutilização: poderão retornar às colmeias ou ser armazenados para utilização em


floradas posteriores.

A limpeza dos quadros é feita pelas próprias abelhas. Para isso, o apicultor deverá colocar
os quadros nas melgueiras e levá-los a um local cerca de 100 metros do apiário, empilhando-
as de forma que as abelhas limpem o mel residual.

Se retornar às colmeias, deverão ter número suficiente para restaurar sua condição do início
da florada, ou seja, ninho e uma melgueira completa. Se forem armazenados para uso futuro,

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 41


devem ser protegidos contra o ataque de traças e outros inimigos, devendo ser pendurados
em local protegido mas bem arejado, seja em armários ou no interior das próprias melgueiras
retiradas das colmeias. Neste caso devem ser periodicamente tratados com um inseticida
sem efeitos residuais, como aqueles usados no expurgo de cereais, ou com enxofre.

2. REVISÃO PÓS-COLHEITA

Poucos dias após a colheita do mel, deve ser feita uma meticulosa e completa revisão das
colmeias.

Neste momento, provavelmente as abelhas ainda não estejam mostrando acentuada


tendência à pilhagem e o trabalho pode ser executado com facilidade.

 Todas as partes das colmeias que se apresentem em mau estado devem ser
substituídas.

 A situação de cada família deve ser avaliada, especialmente em relação à rainha (se está
presente e qual seu desempenho). Deve-se verificar também a quantidade e qualidade
da cria, das reservas (mel e pólen) e a população de cada família.

 Favos defeituosos ou muito velhos são eliminados nesta revisão pós-colheita. Se algum
destes estiver com cria, poderá ser passado (sem a rainha) para cima da tela excluidora
e eliminado após a emergência das abelhas.

 Toma-se também as decisões sobre a conveniência de manter, unir ou eliminar colônias


fracas, órfãs ou zanganeiras.

 Os eventuais sintomas de doenças ou parasitismos são registrados para a adoção das


medidas convenientes.

 O número de quadros de ninho e o número de melgueiras é ajustado às reais necessidades


de cada colônia, deixando-se as colmeias com a quantidade de favos que as abelhas
possam cobrir e proteger. Pode-se ainda, nesta ocasião, fazer a chamada “limpeza” dos
ninhos, isto é, a remoção de favos de mel excedentes, obtendo-se uma pequena colheita
suplementar.

3. UNIÃO DE FAMÍLIAS

A união de famílias consiste em unir colmeias fracas, tornando-as fortes.

Ao final da florada podemos ter no apiário algumas famílias fracas devido a várias causas:
orfandade, enxameação, rainha deficiente, pilhagem, doenças, etc. Entre estas “famílias
fracas”, aquelas que possuírem rainha jovem e boa poedeira poderão ser mantidas e
desenvolvidas, originando novas colmeias de produção na safra seguinte.

Para os demais casos, entretanto, pode ser mais conveniente sua união com outra família
forte, pois as famílias órfãs ou possuidoras de rainha deficiente provavelmente extinguir-se-
ão dentro do período desfavorável do ano.

42 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


A união pode ser feita após a eliminação da rainha indesejável, pela mistura dos quadros e
abelhas das duas colônias. O processo mais seguro com relação à rainha é a de sobrepor
o ninho da colônia mais forte ao da mais fraca, intercalados por uma folha dupla de jornal
embebida internamente com mel ou xarope.

O procedimento utilizado para a união das famílias é a seguinte:

3.1. Separe o material necessário para a união de famílias

EPI, fumigador, formão, folha de jornal, xarope e vidro


alimentador.

3.2. Coloque a roupa de proteção

3.3. Acenda o fumigador

3.4. Fumigue o alvado das colmeias a serem unidas

As duas colmeias deverão estar próximas uma da outra.

3.5. Retire a cobertura e a tampa da


colmeia mais fraca

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 43


3.6. Localize a rainha da colmeia

É importante localizar a rainha da colmeia,


pois, caso isso não aconteça, a rainha mais
nova eliminará a rainha mais velha.

3.7. Retire a rainha da colmeia

A rainha deve ser engaiolada ou eliminada.

3.8. Coloque uma folha de jornal sobre o


ninho da colmeia mais fraca

A folha de jornal deverá cobrir toda a superfície


da colmeia.

3.9. Aplique o xarope de mel em cima do


jornal

O xarope pode ser aplicado com o auxílio de


um alimentador (com tampa furada) ou com
um pincel.

44 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


3.10. Faça pequenos furos no jornal com
o auxílio do formão

3.11. Coloque outra folha de jornal e repita


a operação

3.12. Retire o ninho da colmeia mais forte


(com a tampa e sem o fundo)

3.13. Coloque este ninho sobre o outro ninho com jornal + xarope de mel

Deve-se retirar o excesso de jornal.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 45


3.14. Reduza o alvado

É importante nesta fase reduzir o alvado e alimentar o enxame, se necessário.

3.15. Abra a colmeia após dois a cinco dias

3.16. Rearranje os ninhos

Deve-se fazer uma seleção dos melhores quadros, fazendo então a composição de um só
ninho.

3.17. Feche a colmeia (tampa e cobertura)

46 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


4. MANUTENÇÃO DAS COLÔNIAS

Durante o período sem flores, que pode durar um ou vários meses, as colmeias devem ser
controladas periodicamente apenas pelo exame externo. Verifica-se principalmente:

 o estado das colmeias, coberturas e cavaletes

 o movimento do alvado

 a presença de inimigos naturais, tais como formigas

ATENÇÃO!!!

As colmeias deverão ser abertas somente quando apresentarem


anormalidades, como ausência ou pouco movimento de alvado ou
mortandade de abelhas em frente à colmeia

Neste período as colmeias devem:

• ser mantidas com os alvados reduzidos a cerca de 15-20% de sua abertura máxima.

• ser alimentadas periodicamente e em maior quantidade, caso tenha-se efetuado a remoção


do mel do ninho.

A quantidade de alimentação a ser dada é regulada pelo consumo das colmeias. Levantando-
se a parte posterior de cada colmeia pode-se avaliar o estado de suas reservas alimentares.
Se estiverem muito leves a alimentação deverá ser intensificada. Em caso de dúvida, abre-
se umas poucas caixas ao acaso e examinam-se os favos da melgueira e, se estiverem
totalmente vazios, verificam-se os favos laterais do ninho. A dose ideal de alimento a ser
ministrada é aquela que permita a manutenção das reservas de alimento remanescentes na
parte superior dos favos da cria, mas não leve à armazenagem de alimento.

Se o apiário estiver em local distante ou de difícil acesso para o apicultor, é conveniente que
a alimentação seja dada em forma sólida, ou seja, açúcar puro, que poderá ser umedecido
para torná-lo mais atrativo. Deve ser administrado por alimentadores de cobertura com
capacidade adequada ao período entre cada visita, que poderá ser de um ou mais meses.
Ao se aproximar a época das flores, pode-se elevar o nível da alimentação, que não terá
mais como objetivo a manutenção e sim a estimulação da postura.

ATENÇÃO!!!

Nesta época, todavia, é importante controlar a existência de


adequado suprimento de pólen.

5. MANEJO DAS MELGUEIRAS

Se o apicultor possui um número relativamente reduzido de melgueiras (em média tantas


quantas são as colmeias) e se adota o uso de tela excluidora, poderá, com vantagem, deixá-
las sobre os ninhos. Cada colmeia ficará com zero, uma ou duas melgueiras conforme sua
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população. A vantagem é que as abelhas terão o espaço de que necessitam, cuidando dos
favos e protegendo-os das traças, formigas e bolores e o apicultor não terá o trabalho de
voltar com as melgueiras na próxima florada. Se não for usada a tela excluidora, este manejo
ficará prejudicado porque em períodos frios a rainha migra para as melgueiras, ocasionando
o abandono e provável perda dos favos do ninho inferior.

Se o número de melgueiras com favos construídos for proporcionalmente grande, elas


deverão ser, após a extração do mel, expostas às abelhas para que retirem todo o mel
residual e, posteriormente, armazenadas.

O maior risco que ocorre nos favos, quando longe das abelhas, é o ataque de traças. Uma
forma de preveni-las é guardá-los longe uns dos outros, em local bem arejado, como um
barracão aberto.

Outra possibilidade é o expurgo dos favos, o qual tem de ser repetido a cada 2-3 semanas
devido à reinfestação que normalmente ocorre. O expurgo pode ser realizado pela fumigação
com enxofre (flor de enxofre) ou por inseticidas gasosos desprovidos de efeitos residuais,
como o dibromo-etileno ou qualquer produto utilizável no expurgo de grãos comestíveis,
como as fosfinas.

O expurgo pode ser realizado da seguinte forma:

a) Reúna o material

Colmeias com favos, enxofre, álcool, lata.

b) Faça uma pilha de melgueiras cheias


de favos

A pilha é organizada em uma sala fechada.

c) Coloque um pouco de álcool na lata

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d) Coloque o enxofre sobre a tampa da lata

e) Coloque fogo no álcool

f) Coloque a tampa com enxofre sobre a lata

g) Saia da sala e aguarde o enxofre queimar totalmente

Quando as melgueiras forem retornadas às colmeias, na florada seguinte, os favos devem


ser expostos ao ar durante algumas horas para eliminação de qualquer gás residual.

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6. PILHAGEM

Quando as abelhas não dispõem de flores onde possam colher néctar, tornam-se ávidas
por qualquer outra fonte de alimento doce. Uma dessas fontes pode ser a reserva de outra
colônia, de sorte que, tendo acesso a essa reserva, as abelhas imediatamente transportam-na
para sua própria colmeia. Na luta que se estabelece, milhares de abelhas morrem, podendo
as famílias saqueadas perecer, dispersar-se ou abandonar sua colmeia.

Para evitar isso, as colmeias devem ser adequadamente construídas, evitando frestas, partes
rachadas ou empenadas. Os alvados devem ser mantidos bem reduzidos, em especial nas
famílias fracas, deixando-se abertura de 1 a 2 cm apenas.

O apicultor, em geral, é que cria condições para que a pilhagem ocorra, provocando a
excitação das abelhas que, posteriormente, passam a atacar as colmeias. Isto porque:

 abre as colmeias de forma incorreta (período e tempo) expondo os favos às outras colmeias.
As inspeções das colmeias devem ser reduzidas ao máximo e feitas sempre com a maior
rapidez possível.

 deixa favos fora da colmeia ou qualquer material melado ou adoçado (recipientes de


xarope).

 distribui alimento fora da hora. A distribuição de alimento apresenta grande risco de incitar
a pilhagem. Por isso, deve ser realizada de preferência no final do dia, ao anoitecer ou,
se possível, à noite.

Se por algum motivo a pilhagem acontecer, envolvendo numerosas colmeias com risco
imediato de perda de algumas, o apicultor deve fechar completamente e o mais rápido
possível essas colmeias. Os alvados podem ser fechados com feixes de capim e, se houver
disponibilidade de água, pode-se dispersar e “esfriar” as saqueadoras com jatos de água
(pulverizada).

ATENÇÃO!!!

Verificando um início de pilhagem, o apicultor deve interromper o


trabalho e voltar horas após ou até mesmo no outro dia.

A pilhagem é um fenômeno que ocorre em relação ao mel ou xarope. As abelhas também


furtam cera e própolis, mas individualmente e em pequena escala.

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7. DESERÇÃO

Deserção é o ato de o enxame abandonar a colmeia. Corresponde ao início da migração.

Este comportamento está associado à carência de alimento ou de água. Ele é precedido da


suspensão da postura e ocorre quando quase todas as crias já saíram.

A deserção também pode ser causada por condições impróprias da colmeia, como o ataque
de traças, formigas ou de outras abelhas.

Como consequência, o apicultor perde uma porcentagem de seus enxames durante o período
de entressafra (cerca de 5 a 20% do total).

Para minimizar este problema é importante a adoção das seguintes medidas: alimentação,
redução de alvado, remoção de quadros ou melgueiras em excesso.

Uma precaução a mais é certificar-se de que as abelhas dispõem de fontes onde coletar
água nas proximidades do apiário. Se isto não ocorrer, deve ser providenciado um ou mais
bebedouros, de preferência com água corrente.

Um recurso a mais que pode ser utilizado para impedir a deserção é a colocação de tela
excluidora, sob o ninho ou no alvado.

8. NOVO CICLO DE PRODUÇÃO

Cerca de 30 a 40 dias antes da próxima florada o apiário será novamente revisto, aferindo-
se a situação em relação à rainha (rainhas ruins serão marcadas para substituição), cria e
provisões. Será decidida então a conveniência de iniciar a alimentação estimulante, que será
fornecida de 1 a 4 vezes por semana, conforme a necessidade e possibilidade do apicultor,
bem como tipo de alimentador usado.

Ao início da florada o apiário será igualizado, transferindo-se favos de cria nascente das
colmeias mais fortes para as mais fracas. Serão também repostas as colmeias que se
perderam no período, restaurando-se o número original de colmeias de produção.

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VIII. PRODUÇÃO DE CERA DE ABELHAS

Em tempos mais remotos a obtenção da cera, juntamente com o mel, constituía a razão básica,
senão única, para a prática da apicultura. Mesmo após o desenvolvimento da indústria do
açúcar de cana, que relegou o mel a plano secundário como adoçante, a procura e utilização
da cera se mantiveram elevadas. Vale lembrar a propósito que este por produto (cera), e
não o mel, é que se deu o início da criação de abelhas no Brasil. A cera era importantíssima
para a confecção de velas e imagens para os cultos religiosos.

A generalização do uso das colmeias móveis ou racionais, em substituição aos tradicionais


cortiços, levou à significativa redução da produção deste material em favor do aumento da
produção de mel. Em consequência, a cera de abelhas é hoje um produto caro e, sobretudo,
raro.

1. CERA DE ABELHAS

A cera é um produto do metabolismo das abelhas, sintetizado a partir de açúcares de origem


alimentar que são transformados em ácidos graxos.

A secreção da cera é realizada por quatro pares de glândulas cerígenas localizadas no 4o,
5o, 6o e 7o segmento abdominal, nos quatro esternitos visíveis.

A cera é expelida em estado líquido pelos espelhos cerígenos e se endurece ao contato


com o ar, formando pequenas escamas.

O processo de elaboração fica a cargo das abelhas operárias, com idade entre 12 e 21 dias
de vida. Para produzir a cera as abelhas precisam de muito calor (temperatura de 30 - 35ºC)
e o estômago cheio de mel e algum pólen. Estima-se que as abelhas consomem 8 kg de
mel para produzir aproximadamente um quilo de cera.

As abelhas secretam a cera para construção dos favos formados de alvéolos hexagonais,
nos quais elas incubam as crias, estocam o mel e ocasionalmente a água.

As escamas são invariavelmente brancas e frágeis, a cor amarela nos favos são causados
pelos pigmentos solúveis do pólen. Os favos tornam-se escuros devido à saliva das abelhas
e à deposição de própolis.

2. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA CERA


Peso específico a 15,5ºC................................................................0,955 - 0,970
Ponto de fusão (ºC).........................................................................62,0 - 65,0
Ponto de solidificação (ºC)..............................................................61,0 - 62,5
Índice de acidez..............................................................................17,0 - 21,0
Índice de saponificação...................................................................85,0 - 100,0
Índice de esterificação.....................................................................70,0 - 80,0
Número de iodo...............................................................................5,0 - 13,0
Índice de refração a 75ºC................................................................1,4398 - 1,4451
Índice de refração a 40ºC................................................................1,4543 - 1,4562

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3. PROCESSO DE EXTRAÇÃO DA CERA

Toda a cera que as abelhas produzem é por elas utilizada na construção dos favos ou como
opérculos, pontes e pontos de apoio. A cera que utilizamos é, portanto, recuperada a partir
dos favos. A este processo chamamos extração da cera.

A maioria dos processos de extração da cera baseia-se em seu ponto de fusão relativamente
baixo e na sua menor densidade em relação às impurezas.

3.1. Processo do Saco

É o mais simples, por esta razão é útil para quem está iniciando na apicultura. O seu
rendimento é baixo e a qualidade da cera obtida é geralmente prejudicada pela dificuldade
do controle da temperatura.

Procedimento:

a) Coloque os favos em um saco de aniagem (algodão ou nylon).

b) Compacte os favos até o quanto couberem e depois introduza-os dentro de uma


lata.

c) Coloque água até que cubra os favos.

Pode ser necessário colocar dentro do saco um peso para que os favos não flutuem.

d) Coloque a lata com água sobre o fogo.

Quando iniciar a ebulição, reduza o aquecimento e deixe por mais algum tempo.

A cera irá derreter e por ser mais leve virá para a superfície, formando um pequena nata.

e) Deixe a cera solidificar dentro da lata.

Coloque um calço sob um dos lados da lata, para facilitar a remoção do bloco de cera.

No dia seguinte a cera solidificada estará na superfície e, sob ela, a água que passou junto
carregada de impurezas solúveis.

f) Raspe a superfície inferior do bloco removendo a camada de impurezas finas que


passaram pelo saco.

Se a cera apresentar cor escura, coloque-a novamente para ferver com água limpa, o que
removerá mais impurezas solúveis. Não será necessário coar novamente.

Se for necessário, repita uma vez mais o processo de fusão.

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3.2. Derretedor Solar

Por este processo obtém-se


cera de boa qualidade e de cor
clara (em parte clareada pela
ação da luz). É um processo
muito prático, porém necessita
de aparelho especializado,
dias quentes com bastante sol
e não é eficiente para extrair
cera de favos escuros.

O aparelho consiste em uma caixa de metal ou madeira coberta por uma ou duas lâminas de
vidro, separadas por alguns milímetros. O fundo é horizontal, com a parede vertical posterior
mais elevada do que a parede dianteira, obtendo-se, assim, um ângulo favorável para a
incidência dos raios solares.

No interior da caixa é inserida uma bandeja, de preferência feita em aço inoxidável ou


alumínio, na qual são colocados os favos ou opérculos a extrair. No extremo da bandeja há
uma tela para reter as impurezas, à medida que a inclinação da bandeja, naquele extremo,
permite que a cera fundida se escoe através da tela. Sob a tela coloca-se um recipiente
para coletar a cera. Este recipiente deve ser mais largo na parte superior, a fim de facilitar
a remoção da cera após a solidificação.

Caso sejam colocados favos escuros neste aparelho, eles devem ser tratados separadamente
dos favos claros e opérculos, para que não alterem a cor da cera obtida destes.

3.3. Calor Por Via Seca

Utiliza-se uma estufa com capacidade proporcional ao tamanho do apiário.

Colocam-se os favos em uma caixa cujo fundo é constituído por chapa perfurada ou por
tela metálica. Sob a caixa há um coletor (tremonha ou funil), abrindo-se sobre uma forma ou
recipiente, onde se acumulará a cera obtida. Regula-se a estufa para 70-75º C. À medida
que a cera se funde, vai descendo, por gravidade, atravessando o crivo no fundo da caixa e
separando-se dos casulos e outras impurezas sólidas. O coletor inferior recolhe a cera que
goteja para o recipiente onde se solidificará.

3.4. Calor Por Via Úmida

A aplicação simultânea destes dois agentes (calor a água) dá origem a diversas variantes de
métodos, entre as quais se pode incluir o já descrito método do saco. Mais especificamente,
entretanto, consideram-se aqui os processos de extração com auxílio de caldeiras.

Algumas caldeiras se valem unicamente da água e do calor; outras recorrem ao uso do


vapor, vapor sob pressão ou vapor e prensagem. De todos os métodos apresentados este
é o mais eficiente.

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Um modelo bastante utilizado é a caldeira de dupla
camisa.

a) Coloque água na caldeira

A água é colocada em uma camisa externa da caldeira, onde irá circular.

b) Acenda o fogo

c) Separe os favos

d) Coloque os favos dentro da caldeira de dupla camisa

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e) Aguarde a cera derreter

Com o calor a caldeira irá produzir vapor, que entra em contato com os favos através de um
pequeno orifício; a cera derretida escoa ao fundo através de uma tela, impedindo a passagem
da maioria das impurezas.

f) A cera derretida verterá dentro de um


recipiente (de preferência com fundo
côncavo, para ficar fácil desenformar
posteriomente). A cera após alguns tempo
se solidificará novamente, formando
tabletes ou barras, denominadas cera bruta,
que poderá ser comercializada ou trocada
por cera alveolada.

4. TÉCNICAS DE INCREMENTO DA PRODUÇÃO DE CERA

O espaço-abelha é de 4 a 9 mm. Quando menor que 4 mm, a abelha propolisa, e quando


maior que 9 mm, faz um favo mesmo que defeituoso.

Não se tem técnicas específicas para incrementar a produção de cera, mas pode-se valer
das próprias características comportamentais das abelhas:

 Sem a rainha elas produzem significativamente menos cera do que na presença dela.

 A melhor época do ano para estimular a construção de favos é durante o fluxo principal
de néctar.

 Os favos vazios estimulam a coletar e armazenar, e indiretamente estimulam a secreção


de cera.

 Ao estímulo à produção de cera, as abelhas persistem mais na tarefa quando alimentadas


com xarope ao invés de mel.

56 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


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SENAR-AR/SP
Rua Barão de Itapetininga, 224
CEP: 01042-907 - São Paulo/SP
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