Apostila Meio Ambiente
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PROTEÇÃO AMBIENTAL
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSPETOR DE EQUIPAMENTOS
BLACK BULL COMPANY | TREINAEND - DEPARTAMENTO EDUCACIONAL
Este curso e material didático foram desenvolvidos pela TREINAEND.
A TREINAEND é o departamento educacional da BLACK BULL COMPANY que visa o
aperfeiçoamento do profissional da indústria.
Prezado(a) estudante,
Você que está aqui estudando para se tornar um(a) Inspetor(a) de Equipamentos,
como imagina ser uma grande indústria? Você vê grandes equipamentos e máquinas?
É claro que sim. A tecnologia é parte fundamental de qualquer indústria. O(A)
técnico(a) de Inspeção de Equipamentos é o(a) responsável por garantir a
continuidade, segurança operacional e integridade estrutural dos equipamentos e
instalações das indústrias onde atua.
Esta apostila faz parte do seu programa de estudos. Nela você vai adquirir
conhecimentos importantes na sua preparação profissional. Lembre-se o quanto é
importante a profissão de Inspetor(a) de Equipamentos, esta lembrança sempre será
incentivo ao seu estudo. Nosso maior tesouro é a educação, ela é a garantia de um
futuro honroso e promissor.
OBJETIVO
O conteúdo desta apostila visa discutir resumidamente os aspectos que devem nortear
como esperamos a interação do homem com a natureza.
Neste início de século, em que o mundo vem passando por um importante processo de
reorganização, a questão ambiental tenta resgatar sua essência frente ás relações
sociedade natureza.
A compreensão tradicional das relações entre a sociedade e a natureza desenvolvidas
até o século XIX, vinculadas ao processo de produção capitalista, considerava o homem
e a natureza como pólos excludentes, tendo subjacente a concepção de uma natureza
objeto, fonte, ilimitada de recursos à disposição do homem.
Nossa geração parece ter presenciado a data limite para este processo extrativista
predatório e todas as formas irracionais e insustentáveis de utilização dos recursos
naturais. Precisamos, de forma urgente e inadiável, estabelecer procedimentos e
técnicas que permitam minimizar as agressões ao meio ambiente ocasionados pelas
atividades exercidas pelo homem. Precisamos ter a consciência que não há preço para
o ar que se respira, a água que se bebe, o Sol que nos ilumina e ter a consciência de
que os “donos da natureza” ainda estão por chegar, nossos filhos e netos que mesmo
antes de nascer devem ter direito a um mundo habitável.
Um acidente industrial, como os que infelizmente temos presenciado, seja na bacia de
campos, seja no Atlântico Norte, podem e devem ser evitados através da inspeção e
manutenção dos equipamentos, e por isso serão apresentadas informações
importantes buscando abrir canais de discussão e assim possibilitar, em cada um, a
criação de um “senso crítico de proteção ecológica” para que exerçam a função de
inspetor de equipamentos conscientes de sua responsabilidade na preservação
ambiental.
1.1. Introdução
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De fato, como vimos à manipulação do meio pelo homem, vai do controle quase total
do ambiente, como uma casa com calefação ou ar condicionado, e diversos aparelhos,
até uma influência mínima sobre o meio físico (indígenas da Austrália).
A distribuição do homem sobre a superfície da terra está desigualmente distribuída.
Devemos observar que o homem distribuiu-se na terra em larga escala, basicamente
em áreas de potencial agrícola ou florestal e também em regiões temperadas e
quentes. Devemos atentar também que, as áreas cobertas de gelo, as subárticas os
desertos, densidade demográfica baixa ou zero. Vale lembrar que a ausência física do
homem em determinada área, não significa que sua influência não está presente.
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Alterações nos oceanos, no clima, efeito estufa, etc. podem afetar a terra como um
todo.
A terra pode ser considerada como um enorme sistema, porém ela pode também ser
dividia em inúmeros subsistemas como:
• Atmosférico;
• Continental ou litosférico;
• Aquático ou hidrosférico.
É na zona de interação desses subsistemas que ocorre a vida (biosfera).
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Algumas causas:
- Introdução pelo homem de fontes artificiais;
- Volume de nitrogênio oriundo de fontes industriais.
Algumas causas:
- Encurtamento, pelo homem, da escala em que o ciclo do fósforo se manifesta;
- Exploração de substâncias naturais ricas em fosfato
- Uso de fosfato mineral como fertilizantes e a fabricação de detergentes. Os resíduos
de detergentes são lançados indiscriminadamente em corpos d’água;
- Lançamento de elevadas cargas de fosfato oriundo dos esgotos vindo a contaminar
sistemas hídricos.
• Ciclo do Mercúrio
Algumas causas:
- Este metal apresenta-se em pequeninas quantidades nos sistemas naturais;
- Uso em larga escala para fins industriais;
- Na extração do ouro sendo lançados em rios, vindo a contaminar organismos
marinhos e conseqüentemente ao homem.
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Tabela 1
Dentre os mais negativos efeitos do homem sobre o solo, está à erosão. Em ambientes
de delicado equilíbrio como os semi-áridos ou montanhosos, a erosão se mostra mais
prejudicial.
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1.6.1. Atmosfera
A – Alterações microclimáticas:
A construção de um edifício busca obter abrigo criando um clima artificial inteiramente
controlado. Este edifício modifica muitos parâmetros climáticos ainda que em pequena
escala. No entanto, imagine uma grande cidade com centenas de milhares de edifícios
modernos, convertendo em calor a radiação solar que entra e modificando o padrão
do fluxo de ventos nas vizinhanças. Deste modo estas construções funcionam como
ilhas de calor como uma célula de convecção própria de ar quente ascendente.
B – Alterações mesoclimáticas:
Mudanças no uso da terra nas áreas rurais afetam o clima por centenas ou milhares de
quilômetros quadrados. Os efeitos se fazem maiores junto ao chão, mas as condições
atmosféricas são alteradas numa abóbada de 30 a100 metros de altura daquele ponto.
Queimadas em solos, prática bastante comum, alteram a zona protetora da vegetação,
aumentando a temperatura do solo e ainda a média de temperatura de dia e de noite
em mais de 10° C. o gradiente térmico aumenta 10 centímetros mais baixos da
atmosfera, cerca de 2° positivos.
A falta de árvores, por exemplo, afeta a velocidade do vento, aumenta a infiltração da
água da chuva no solo e em longo prazo, alterará a evolução do solo (maior lixiviação),
e daí a vegetação e novamente, portanto o microclima.
C – Alterações macroclimáticas:
O caso do deserto de Rajputana na fronteira entre o Paquistão e a Índia onde numa
área de cerca de 30 mil quilômetros quadrados, trata-se de um exemplo extremo de
desertificação. Deve-se em grande parte a intensa criação de cabras que através dos
anos acabou com a vegetação baixa existente. Com isso, a poeira em suspensão na
atmosfera faz que este deserto seja mais poeirento do mundo, ultrapassando os
valores de partículas em suspensão no ar, de muitas cidades industrializadas. Estas
partículas de pó fazem decrescer a quantidade de radiação solar incidente
promovendo o rebaixamento da temperatura na superfície da terra. Por sua vez, isso
reduz o volume do ar elevado por convecção, possível fonte de chuvas.
1.6.2. Água
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1.6.4. Oceanos
2.1 Evolução
2.1.1. Histórico
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Foi somente no século XX que a preocupação com o meio ambiente resultou, no Brasil,
na elaboração e implementação de políticas públicas com caráter marcadamente
ambiental, especialmente a partir da década de setenta, quando a percepção da
degradação ambiental aumenta onde os efeitos podem ser irreversíveis e
catastróficos.
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3. CONTROLE AMBIENTAL
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Depois veio a criação das OEMAS (Órgãos Estaduais de Meio Ambiente) em quase
todos os estados.
A SEMA se dedicava a fazer avançar a legislação e aos assuntos que demandavam
negociação a nível nacional, como a produção de detergentes biodegradáveis, a
poluição por veículos e a
SEMA, CONAMA, SISNAMA, não dariam conta desse desafio político. O modelo de
gestão dos órgãos estaduais de meio ambiente também entram em crise. A população
está mais consciente, questiona e exige novas posturas. É impossível dar conta das
demandas locais e da crise dos órgãos do SISNAMA.
É interessante notar que o caráter autoritário do Estado, restos de uma cultura
autoritária, fica escondido, aparecendo na ação dos órgãos públicos, na definição e
gestão de políticas, na morosidade da justiça, na representação parlamentar
desproporcional ao número de eleitores, na votação dos orçamentos, na burocracia,
no suborno, no jeitinho, no quebra-galho, no excesso de leis e nas leis que não pegam.
No entanto, no campo ambiental, conquistas democráticas moderaram esse caráter
autoritário do Estado na gestão da política como:
• Criação de órgãos colegiados com representações da sociedade (CONAMA, etc.);
• Realização de audiência públicas exigindo o Estudo de Impacto Ambiental (EIA),
quando do licenciamento de novos empreendimentos;
• Apoio financeiro a iniciativas da sociedade através do Fundo Nacional do Meio
Ambiente, Fundos Estaduais, parcerias em projetos.
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5. ONGs
6.1. Introdução
O código Civil de 1916, quando a palavra “ecologia” tinha apenas algumas décadas e o
assunto não havia tomado proporções atuais, não trata de forma expressiva das
questões ambientais. Contudo os artigos 554 e 555, na seção relativa aos Direitos de
vizinhança, reprimem o uso nocivo da propriedade. O proprietário ou inquilino de um
prédio pode impedir que o mau uso da propriedade vizinha prejudique a segurança, o
sossego e a saúde. Ainda o Código Civil, no artigo 582, confere ao dono do prédio
vizinho que se sinta ameaçado, a possibilidade de solicitar o embargo de obras de
chaminés, fogões ou fornos.
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º
artigo 5 , inciso XV, voltou a atribuir à União competência para legislar sobre as
riquezas do subsolo, além da mineração metalurgia, águas, energia elétrica, florestas,
caça e pesca.
Já no Decreto Legislativo n.3 de 13.02.1948, importante passo foi dado com a proteção
da flora, da fauna e a conceituação de parques nacionais, reservas nacionais,
monumentos naturais, reservas de regiões virgens e aves migratórias.
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ª
• Lei n° 6.151 de 4/11/1974 – Dispõe sobre o 2 Plano Nacional de
Desenvolvimento (PND) e dá enfoque à Política habitacional, além de Ter
traçado as prioridades, quanto à preservação do meio ambiente;
• Decreto n° 75.000, de 7/05/1975 – Protege as fontes de água mineral;
• Decreto n° 76.389, de 3/10/1975 – Dispõe sobre as medidas de prevenção e
controle da poluição industrial;
• Decreto n° 79.367, de 9/03/1977 – Determina as normas e o padrão de
potabilidade de água;
• Lei n° 6.576 de 30/09/1978 – declara o Pau-Brasil árvore nacional e institui o dia
do Pau-Brasil;
• Decreto n° 84.017 de 21/09/1979 – Institui o Código Florestal e regulamenta os
Parques Nacionais.
Um dos maiores avanços na Legislação ambiental brasileira foi proporcionado pela Lei
n. 6.803 de 02/09/1980, que determinou as diretrizes básicas para o zoneamento
industrial nas áreas críticas de poluição.
O estudo de impacto ambiental (Lei n° 6.803) passou a ser realizada de forma
preventiva para a aprovação de zonas de uso estritamente industrial que se destinem
a localização de pólos petroquímicos, cloroquímicos, carboquímicos, bem como
instalações nucleares. Esse estudo resulta na elaboração do relatório de impacto
ambiental - RIMA, que deverá ser apresentado aos órgãos públicos competentes e à
população.
Na resolução CONAMA n.001, de 23/01/1986, em seu artigo 1°, conceituou impacto
ambiental como qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do
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meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das
atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:
I – a saúde, a segurança e o bem–estar da população;
II – as atividades sociais e econômicas;
III – a biota;
IV – as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
V – a qualidade dos recursos naturais.
Lei n° 6.938 de 31/08/1981 – Estabelece a política Nacional do Meio Ambiente,
constitui o sistema Nacional do Meio Ambiente, cria o CONAMA (Conselho Nacional do
Meio Ambiente) e institui o Cadastro Técnico Federal de atividades e instrumentos da
defesa ambiental. No artigo 2° dessa norma, a Política Nacional do Meio Ambiente tem
por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à
vida, visando a assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico,
aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana,
atendidos os seguintes princípios:
I. Ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio
ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e
protegido, tendo em vista o uso coletivo;
II. Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e doa ar;
III. Planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
IV. Proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
V. Controle e zoneamento das atividades potencial e efetivamente poluidor;
VI. Incentivos aos estudos e à pesquisa de tecnologias orientadas para uso racional e a
proteção dos recursos ambientais;
VII. Acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
VIII. Recuperação de áreas degradadas;
IX. Proteção de áreas ameaçadas de degradação;
X. Educação ambiental em todos os níveis de ensino, incluindo a educação da
comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio
ambiente.
Ainda nesta Lei, temos um importante instrumento de defesa ambiental que é a ação
de responsabilidade civil por danos causados ao meio ambiente.
• Lei n° 7347 de 24/07/1985 – Institui a ação civil pública de responsabilidade por
danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens de direito de valor histórico,
artístico, estético e paisagístico.
• Constituição Federal de 1988 – Traz enormes mudanças no Tratamento do meio
ambiente no Brasil. Nos trabalhos na subcomissão do Meio Ambiente da Comissão de
Direitos Humanos, se tornaram disposições constitucionais:
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7. ISO-14000
7.1. Introdução
Com o objetivo de uniformizar as ações a serem tomadas nesta nova postura mundial
quanto ao meio ambiente, a ISO – Organização Internacional para a Normalização
(Internacional Organization for Standardization, organismo mundial constituído em
1947, que tem a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – como um de seus
membros fundadores).
A ISO é uma organização não governamental e conta com mais de 100 membros,
(representando cada um seu país de origem) – decidiu criar um sistema de normas que
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7.2. Histórico
Por outro lado, algumas iniciativas foram tomadas de forma isolada, em alguns países,
com a criação de símbolos ou rótulos ecológicos de produtos que não agrediam o meio
ambiente. Um produto que os tivesse, seria considerado um produto “ambientalmente
correto”, merecedor, portanto da preferência do consumidor.
Um novo passo para a abordagem sistêmica as atividades relacionadas ao meio
ambiente foi dado pela British Standards Institution (BSI), em 1992, com a
homologação da norma BS 7750 que cria procedimentos para se estabelecer um
Sistema de Gestão Ambiental nas empresas. A norma BS 7750 estabelece um paralelo
ambiental com a norma britânica de gestão da qualidade BS 5750 e esta, por sua vez,
serviu de base para a elaboração das normas internacionais da série ISO 9000 de
Gestão da Qualidade e garantia de Qualidade, já adotadas Universalmente.
Com esta experiência, a cumulada na elaboração das normas de série 9000 e
sensibilizada pelas ações que já vinham sendo tomadas por diversos países para criar
suas próprias normas de gestão e certificação ambiental, a ISO criou, em 1993, um
novo comitê técnico, o TC 207, incumbido de elaborar normas internacionais que
assegurem essa abordagem sistêmica à gestão ambiental e possibilitem a certificação
das empresas e dos produtos que as cumpram.
Para poder desenvolver esse plano de normalização, ambicioso por sua abrangência e
pelo curto prazo em que se pretende implantá-lo, o TC207 foi estruturado em seis
subcomitês técnicos, além de um comitê coordenador:
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Com a entrada em vigor da série ISO 14000, as fronteiras são derrubadas e colocam a
gestão ambiental, no mesmo plano já alcançado pela gestão da qualidade.
Conciliar as características ambientais dos produtos com os paradigmas da
conservação ambiental será, por isso e cada vez mais, um requisito essencial para as
empresas serem competitivas e manterem posições comerciais arduamente
conquistadas.
Por outro lado, as empresas que vêem na qualidade ambiental não um empecilho, mas
um fator de sucesso para se posicionarem no mercado tem, nas normas ISO 14000, a
oportunidade para se valorizarem internacionalmente.
Um dos grandes méritos do programa de normalização da série ISO 14000 é a
uniformização das rotinas e procedimentos necessários para uma empresa certificar-se
ambientalmente, cumprindo um mesmo roteiro-padrão de exigências que será válido
internacionalmente. Para que esse certificado seja reconhecido internacionalmente é
necessário, contudo, que o procedimento de certificação seja feito por uma terceira
parte, isto é, umas entidades especializadas, reconhecidas junto a um organismo
autorizado ou credenciadas.
As dificuldades atualmente encontradas por empresas que são obrigadas a comprovar
a correção ambiental de seus produtos e processos e a cumprir exigências burocráticas
em cada país onde exportam ficam, assim, superadas ou, pelo menos, bastante
reduzidas.
Para alcançar a certificação ambiental, uma empresa deve:
• Ter implantado um sistema de Gestão Ambiental;
• Cumprir a legislação ambiental aplicável ao local da instalação;
• Assumir um compromisso com a melhoria contínua de seu desempenho
ambiental.
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Em sua concepção a série de normas ISO 14000 tem como objetivo central um sistema
de Gestão Ambiental que auxilie as empresas a cumprirem seus compromissos
assumidos com o meio ambiente. Como conseqüência, cria sistemas de certificação,
tanto das empresas como de seus produtos, possibilitando assim distinguir aquelas
empresas que atendem à legislação ambiental e cumprem os princípios do
desenvolvimento sustentável.
Tendo por base um Sistema de gestão Ambiental, as normas da série ISO 14000
também vão estabelecer, quando inteiramente implantadas, as diretrizes para
Auditorias Ambientais, Avaliação do Desempenho Ambiental, Rotulagem Ambiental e
Análise do Ciclo de Vida dos produtos, exigindo assim a total transparência da empresa
e de seus produtos com relação aos aspectos ambientais. As normas deverão,
portanto, servir de modelo para a implantação desses programas no âmbito da
empresa, possibilitando harmonizar os procedimentos e diretrizes aceitas
internacionalmente com a experiência e a tradição empresarial local.
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8. SEGURANÇA AMBIENTAL
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É bem verdade que gostaríamos que fosse possível manter todo o nosso parque
industrial mundial sob atenta vigilância e análise a fim de erradicarmos os acidentes
ambientais causados por grandes indústrias, entretanto, isso se mostra uma utopia
devido a seus custos proibitivos e que, portanto justifica o uso de tabelas como a
acima.
A seguir, faremos um breve estudo do maior risco, em abrangência e em freqüência,
presente nas indústrias Brasileiras.
- Derrames
No Brasil a atividade de inspeção de equipamentos industriais está muito concentrada
no ramo Petroquímico (não que seja inexistente em outros ramos) e quando falamos
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O segundo passo pode ser a percepção de que todas estas causas podem ser evitadas
pela elaboração de normas rígidas de manejo e principalmente a criação e o
cumprimento de legislação que regulamente o tópico.
Um terceiro passo é aquele que gostaríamos de não ter que por em prática, a
elaboração de planos de contingência para a redução do impacto ambiental, para
tanto se faz necessário conhecer o problema e seus fenômenos.
Ao ser derramado na água a primeira modificação que o óleo sofre é o seu
espalhamento na superfície líquida formando uma grande mancha que se alongará em
função das correntes, normalmente se tratando de petróleo este processo pode levar
uma semana, podemos então, notar que, de forma geral, o petróleo e seus derivados
são mais leves do que a água e por isso flutuarão, ficando sobrenadando na superfície
na forma de uma fina, mas extensa camada, como um filme. Durante estes processos
estará havendo a evaporação das fazes mais leves tornado o derrame cada vez mais
viscoso e aderente às pedras, praias e tudo o que encontrar no caminho, incluindo a
vida marinha. A evaporação também é a maior responsável pelo grande risco de
incêndio, e explosões, nas 24 h após o derrame.
Considerando o problema exposto acima podemos pensar em casos hipotéticos para a
aplicação da matriz de riscos apresentada anteriormente, sendo os casos:
• Tubulações aéreas, sobre o mar, que transporta grandes volumes de petróleo
entre um terminal e uma refinaria;
• Trecho de tubulação aérea dentro da bacia de tanques de armazenamento,
movimentando grandes volumes de petróleo entre tanques.
Qual será o caso que necessita de maior atenção e dispêndio de tempo e dinheiro?
Analisando a matriz de risco podemos verificar que a ocorrência de um furo pode
acontecer com ambos com a mesma freqüência, ou seja, provavelmente “já ocorreu
na instalação”, entretanto ao analisarmos frente ao impacto causado verificamos que
a tubulação na bacia de tanques atinge uma área controlada, confinada, enquanto a
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forem aplicadas de forma extensiva, e para tanto se faz necessária à formação de uma
cultura ambiental, não apenas na gestão das empresas como se encarrega a ISO
14000, mas determinantemente no dia a dia das pessoas sejam eles operários de
indústrias sejam donas de casa ou crianças, com a mesma determinação que devemos
buscar um sistema de gestão ambiental “vivo”, dinâmico, devemos incentivar a coleta
seletiva de lixo, dar preferência a produtos “ecologicamente corretos” e incentivar a
educação ambiental em casa e na escola, dentre outros.
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