Texto - A1 - Sentido de Vida Na Fase Adulta e Velhice

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PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO - Sentido de vida na fase adulta e


velhice

Universidade Estadual de Campinas

RESUMO

A busca incessante de um sentido para a vida faz parte dos


questionamentos existencias. Viktor Frankl foi pioneiro em abordar o
tema na Psicologia. Posteriormente, a pesquisa fez uso de seus
ensinamentos e ampliou a definição do construto. Estudos transculturais
têm contribuído para uma melhor compreensão do tema, mas as
pesquisas ainda precisam ser aprofundadas. Embora os instrumentos
disponíveis ainda estejam sendo testados e aperfeiçoados, as informações
já alcançadas representam uma contribuição de grande relevância para o
estudo do desenvolvimento do adulto e da velhice. Este artigo objetiva
mostrar a evolução do conceito e como as pesquisas vêm tratando o
assunto na área do desenvolvimento do adulto e da velhice.

Palavras-chave: Sentido de vida; Desenvolvimento adulto; Velhice.

ABSTRACT

The unceasing search for meaning to life is part of the existential questioning. Viktor
Frankl is a pioneer in this field. Later, researchers have used his lessons to expand the
definition of the construct 'meaning of life'. Transcultural studies lead to a better
understanding of this theme, but further research still needs to be done. The available
instruments are being tested and improved; however, we already have relevant
information on the theme, and it contributes largely to the study of the development of
adulthood and later life. This article aims at showing the evolution of the concept
'meaning of life' and how researches have been dealing with the theme in the field of
adulthood and later life development.

Keywords: Meaning of life; Adulthood; Later life.

O sentido da vida faz parte dos questionamentos existenciais e é uma busca


constante do ser humano. A Psicologia tem uma longa trajetória de dedicação à
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compreensão do conceito para melhor explicitá-lo e, assim, compreender sua


relação com os mecanismos de ajustamento e adaptação, contribuindo para o
estudo do desenvolvimento humano e do envelhecimento.

Esta pesquisa teve como objetivo realizar um levantamento bibliográfico exploratório


para buscar: as definições de sentido de vida, a evolução do conceito e as linhas de
pesquisas, como as pesquisas estão sendo conduzidas e de que forma essas
descobertas podem contribuir para a Psicologia do Desenvolvimento no que tange à
compreensão dos mecanismos de ajustamento e adaptação na vida adulta e na
velhice. As bases de dados consultadas foram: AgeLine, PsycoInfo, Lilacs e
MedLine, com as palavras-chave: meaning of life, meaning in life, personal meaning
e personal meaning sources.

Foram encontrados dois grandes grupos de estudos. O primeiro relaciona sentido


de vida a aspectos de saúde, que compreendem doenças graves como Aids e
câncer, iminência de morte, saúde mental e saúde física, e a aspectos psicológicos
como estratégias de enfrentamento, afetividade, sentimentos positivos, traços de
personalidade, motivação, redes de suporte, bem-estar, formação da identidade de
crianças e adolescentes, responsabilidade, ajustamento psicológico diante de
perdas significativas, religiosidade e espiritualidade. Os modelos teóricos estão
pautados em teorias de estresse, enfrentamento, nos pressupostos de Viktor Frankl,
em teorias de controle, de bem-estar, enfrentamento religioso/espiritual e
depressão. O segundo grupo é mais específico, investiga as fontes de sentido na
vida. Aqui, foram encontrados estudos que definem o construto e trabalham com um
modelo teórico baseado nessa definição. Essa linha de pesquisa investe em
estudos transculturais e construção e validação de instrumentos.

Com base nessas informações, serão apresentados relatos de pesquisas dos dois
grandes grupos de investigações e as lacunas que ainda precisam ser preenchidas.

Definição do Conceito: De Viktor Frankl aos Dias Atuais

Na Psicologia, Viktor Frankl (1905-1997) foi pioneiro ao escrever e questionar


sistematicamente sobre o sentido da vida. Frankl dedicou-se ao trabalho clínico-
terapêutico e fundou a Logoterapia, também conhecida como Terceira Escola
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Vienense de Psicoterapia, ou Psicologia do Sentido da Vida, cuja premissa básica é


a busca de sentido para a vida. O trabalho de Frankl é todo voltado às questões
existenciais.

De acordo com o autor, não é possível ao psicólogo dar um sentido para a vida do
outro, mas sim ajudá-lo a encontrar o seu próprio sentido (Sommerhalder &
Goldstein, 2006). Ele propõe quatro fatores que podem levar a pessoa a encontrar
um sentido para a vida: (a) A valorização do que é importante para a pessoa, ou
seja, aquilo que teve significado durante a vida, desde os pequenos até os grandes
eventos. As experiências de vida influenciam na forma que cada um tem de lidar
com as situações. (b) As escolhas - o indivíduo é responsável por cada escolha que
faz ao longo da vida, inclusive diante de situações adversas. Frankl aborda o
sofrimento como uma grande oportunidade de crescimento pessoal, que, no
entanto, depende de como a pessoa o enfrenta. Ela pode sucumbir à dor, ou extrair
ensinamentos da situação difícil. (c) Responsabilidade - por tudo o que a pessoa
faz, pelas escolhas e decisões. (d) Significado imediato - dar sentido às coisas que
acontecem na vida diária, tanto as experiências positivas, quanto as negativas
(Frankl, 1999).

Para uma vida com sentido, três valores são significativos: valor criativo - produzir
algo significativo, fazer uma boa ação; valor vivencial - vivenciar, experimentar
aquilo que a pessoa recebe do mundo, que pode estar relacionado às experiências
de trocas afetivas ou mesmo interagindo com os objetos do mundo. O sentido pode
ser encontrado em uma experiência independente de qualquer ação, e um único
momento de experiência intensa pode prover significado para a vida toda; valor
atitudinal - transformar a tragédia pessoal em triunfo, ou seja, buscar lições de
crescimento pessoal nos momentos difíceis (Frankl, 1999). Segundo esse autor, a
falta de sentido para a vida poderia desencadear sintomas como ansiedade,
depressão, falta de esperança e declínio físico.

Frankl contribuiu enormemente na área clínica. Já na área de pesquisa, outros


autores somaram novas dimensões ao construto. Reker e Wong (1988) definem
sentido de vida como um construto multidimensional, composto por um componente
cognitivo, englobando crenças e interpretações do mundo. Isso ajuda o indivíduo
nas suas preocupações existenciais, na organização e na compreensão das
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experiências. Há também um componente motivacional, que reúne os sistemas de


valores de cada indivíduo, os quais interferem na realização das metas pessoais.
Por último, há um componente afetivo, relacionado ao sentimento de satisfação, que
é a convicção de que a vida vale a pena. As experiências pessoais medeiam essas
escolhas.

Reker (2000) observa que o construto sentido de vida tem sido considerado, nos
últimos anos, o mais complexo e discutido na literatura, por diferentes abordagens.
As dimensões mais exploradas levam em conta o modo como o sentido é
experienciado. A literatura denomina componentes estruturais, que representam
aquilo que as pessoas relatam das suas vivências, como as percebem. Eles estão
relacionados às experiências em si. É também nessa perspectiva que se inserem as
fontes de sentido, ou seja, em quais esferas da vida se localizam as razões do viver.

Reker (1997) afirma que o sentido de vida está associado a ter um propósito, uma
direção, uma razão para a existência, ter uma percepção de identidade pessoal e
interesse social, além de sentir-se satisfeito com a vida, mesmo diante de situações
difíceis, quando o "para que viver" é essencial. Na dimensão individual, as crenças,
os valores e as necessidades da pessoa norteiam quais as metas que ela deve
perseguir e em quais relacionamentos deve investir. Isso funciona como um guia
para as buscas e os engajamentos individuais.

O sentido de vida - que compreende esquemas conceituais, categorias do self e


interpretação da vida - orienta o indivíduo em direção ao viver. É uma rede
cognitivo-afetiva que abrange metas, comportamentos e várias classes de padrões
de autoavaliação. É direcionado pelos valores da vida e está associado à saúde
mental (Prager, 1997).

O construto ainda é considerado novo na área de estudos do envelhecimento. O


eixo desses trabalhos é o conceito de envelhecimento como um processo universal
e, como tal, envolvido por indagações sobre a continuidade do ser. Um dos
questionamentos mais comuns é "por que estou aqui; para onde vou?". Apesar
disso, é preciso lembrar que, salvo as semelhanças inerentes à espécie, adultos e
pessoas idosas são indivíduos com histórias de vida, aspirações e atribuições de
significado para suas existências que corroboram suas vivências, ou seja,
envelhecer é uma experiência singular, ligada à trajetória pessoal, o que define sua
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particularidade. Prager (1997) alerta para a necessidade de se pensar a velhice não


como uma categoria etária universal, mas sim como uma fase na qual a
singularidade dos indivíduos deve ser ponto inicial de qualquer trabalho.

Encontrar sentido está relacionado a um equilíbrio entre perdas e ganhos, dar


significado para as atitudes e os eventos cotidianos e ter um propósito na vida.
Vários fatores influenciam a percepção de sentido na vida. Os fatores internos, que
estão ligados ao desenvolvimento do indivíduo, podem ser: personalidade,
estratégias de enfrentamento, religiosidade, espiritualidade, sentimento de
pertencimento, história de vida; já os fatores externos, que pertencem ao meio e
corroboram o significado que as pessoas dão à vida, relacionam-se a:
oportunidades sociais, trabalho, renda, lazer, suprimento das necessidades básicas
de sobrevivência e segurança.

Encontrar sentido para as experiências da vida, estar no mundo com um objetivo,


em prol de algo, conseguir dar um propósito para as atividades diárias e até mesmo
encontrar significado para as dificuldades são alguns dos caminhos para dar sentido
à vida.

De Vogler e Ebersole (1980) conceituam sentido de vida em oito dimensões:


compreensão (busca de mais conhecimento); relacionamento (orientação
interpessoal); serviço (ajudar, dar orientação); crença (acreditar em algo); expressão
(artística, esportiva, musical, literária); conquistas (respeito, posses,
responsabilidade); crescimento (desenvolvimento do potencial pessoal,
cumprimento de metas) e existencial-hedonística (a importância do prazer na vida
diária). Paralelamente, há as metas de vida, realização e trabalho (incluindo
recompensa econômica, sucesso, status social e satisfação), boas relações
pessoais, metas filosóficas e religiosas, serviço social, ausência de dificuldade
(segurança, automanutenção, saúde, conforto), satisfação e crescimento pessoal
(incluindo aprendizagem, conhecimento e domínio).

Fiske e Chiriboga (1991) relatam que a dimensão crescimento pessoal é a mais


citada nos estudos sobre mudança e continuidade ao longo da vida, que são temas
diretamente ligados ao sentido na vida e de interesse da Psicologia do
Desenvolvimento. Guttman e Huyck (1994) afirmam que o envelhecimento não é só
a continuidade de uma mudança, mas também um tempo de adaptação às perdas.
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Assim, encontrar um sentido para a vida e para as experiências ajuda a enfrentar as


perdas, que aumentam com o avançar da idade.

Baumeister (1991) define o sentido de vida como uma representação mental de


possíveis relações entre coisas, eventos e relacionamentos, ou seja, a importância
que as pessoas dão às pequenas e às grandes coisas da vida. Thompson e
Janigiana (1988) afirmam que o indivíduo tem esquemas de vida que lhe conferem
ordem, propósito e direção. Kaufman (1987) considera que a vida não tem um
sentido por inteiro, sustentando a ideia de fragmentos ou histórias interessantes,
atividades significativas, investimento e realização de metas. Essa posição também
é defendida pelos existencialistas, que argumentam que cada pessoa constrói
ativamente o significado de sua vida. De Vogler e Ebersole (1980) ressaltam que o
relacionamento com a família e com os amigos está diretamente ligado ao sentido
de vida. Krause (2007) afirma que o significado na vida dos idosos está associado à
natureza do suporte social que eles recebem de familiares e amigos próximos. Em
revisão do tema, Sommerhalder e Erbolato (2008) analisam pesquisas significativas
que apontam os relacionamentos mais íntimos com amigos e familiares como
importantes componentes do sentido de vida.

O construto sentido de vida tem uma dimensão individual, como também tem um
componente cultural. Os valores e temas da vida, embora sejam individuais, fazem
parte de um todo maior que é a cultura na qual o sujeito está inserido, e isso
influencia as decisões pessoais, ou seja, os sujeitos decidem também com base em
opiniões, valores e metas coletivas (Prager, 1997). A necessidade de estar inserido
no contexto social, de sentir-se parte da cultura faz com que muitos fatores
relacionados ao sentido individual sejam compartilhados pela coletividade.

Há teóricos que defendem que o sentido de vida não muda muito ao longo da
existência, ou seja, sofre somente transformações graduais na conjunção com
mudanças nos sistemas de crenças e valores (Zika & Chamberlain, 1992).
Envelhecer é um processo e as preferências não mudam drasticamente, ou seja,
elas acompanham esse caminho. As escolhas vão sendo feitas tendo por base as
crenças, os valores e as experiências do indivíduo e, salvo em situações
extraordinárias - como doenças graves, catástrofes etc., que conduzem o indivíduo
a uma ressignificação da sua vida que, eventualmente, o impulsionam a mudanças
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drásticas -, o padrão de comportamento e das escolhas acompanha o


desenvolvimento.

Atchley (1989) desenvolve um modelo que trata de mudanças sofridas por adultos.
A premissa central de sua tese, chamada de teoria da continuidade, é a de que na
meia-idade e na velhice as mudanças sofridas pelos adultos têm por finalidade a
adaptação, a preservação e a manutenção de estruturas externas e internas, e
defende que, para tanto, são utilizadas estratégias ampliadas, desenvolvidas e
adaptadas às novas situações. Os adultos utilizam-se das experiências passadas
para resolver as questões do presente, numa forma de continuidade e adaptação.
Coerência e consistência são parte desse pressuposto, o que não significa oposição
à mudança. Crescimento, desenvolvimento e mudanças adaptativas não implicam
permanecer sempre da mesma forma. Acontecimentos variados podem modificar a
direção e o contexto de vida, o que não significa rompimento total com o passado. O
modelo consiste de princípios gerais adaptativos para as pessoas que estão
envelhecendo normalmente e de formas de utilização dessas estratégias no
trabalho, na vida pessoal, na esfera familiar e no convívio social.

Os resultados positivos do envelhecimento normal ocorrem quando os indivíduos


usam estratégias de adaptação para as mudanças associadas ao processo. Apesar
das mudanças nas estruturas de identidade, na meiaidade muitos pontos resultam
da continuidade e da estabilidade de aspectos globais do self e da identidade
(Atchley, 1989).

O modelo de continuidade liga adaptação à história de vida, e estabilidade


autopercebida (continuidade interna) à rede de suporte social e à interação na
comunidade (continuidade externa). Continuidade interna é essencial para a
integridade do ego e necessária para a autoestima. Kaufman (1987) afirma que
adaptação na vida tardia é um processo em que passado e presente estão em
interação; para isso, o passado precisa ser organizado e compreendido como forma
de auxílio para o enfrentamento dos eventos presentes. A interação social é de
suma importância nesse processo e, ainda segundo o autor, se conseguíssemos
descobrir as fontes de sentido que estão imbricadas nesse contexto, teríamos
informações valiosas a respeito de desenvolvimento e continuidade. Lazarus (1998)
também aborda que envelhecer bem requer compensação de perdas físicas e
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mentais, com o objetivo de manter em destaque os valores importantes e as metas


de vida.

As pessoas mais velhas necessitam manter o senso de continuidade com o


passado, porque isso ajuda no enfrentamento das mudanças. Os estudos apontam
para a continuidade do sentido na vida e continuidade do self.

Revisão de Literatura

Pesquisando em bases de dados como AgeLine, PsycoInfo, Lilacs e MedLine,


observou-se que há dois grandes grupos de pesquisas na literatura: o primeiro
reúne estudos que associam sentido de vida a aspectos de saúde, entre os quais
doenças graves como Aids e câncer, saúde mental, saúde física e iminência de
morte, e a aspectos psicológicos, como estratégias de enfrentamento, afetividade,
sentimentos positivos, traços de personalidade, motivação, redes de suporte, bem-
estar, formação da identidade de crianças e adolescentes, responsabilidade,
ajustamento psicológico diante de perdas significativas, inclusive morte, viuvez,
asilamento, religiosidade, espiritualidade. Nessa linha há pesquisadores brasileiros,
como Calache (1993), Diniz (1992), Huf (1999), Leonardi (2007), Vitola (1998) e
Zaleski (1996, 2001), e pesquisadores internacionais, como Davis, Nolen-Hoeksema
e Larson (1998), Fry (1998, 2001), Kirby, Coleman e Daley (2004), Krause (2003,
2004), Prager (1996, 1997), Reker (1997), Reker e Wong (1988), Wong (1998).
Esses estudos fundamentam-se nos pressupostos de Viktor Frankl, em teorias de
enfrentamento, de estresse, de controle, de bem-estar, enfrentamento
religioso/espiritual e depressão. Alguns relatos não investigaram especificamente o
sentido de vida nem utilizaram modelos teóricos que englobassem o tema, mas,
como abordam aspectos importantes da vida adulta e do envelhecer bem, seus
resultados podem ser usados como exemplos, pois nos dão pistas sobre pontos
essenciais que dão significado à vida.

O segundo grupo de pesquisas enfoca especificamente as fontes de sentido na


vida, ou seja, a que esferas os indivíduos atribuem sentido em suas vidas. Nessa
linha, o que mais encontramos são relatos de pesquisas transculturais, que buscam
as similaridades das fontes de sentido na vida adulta e na velhice. Os
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pesquisadores procuram identificar aspectos que podem ser comuns no


desenvolvimento. Essa linha utiliza modelos teóricos de sentido de vida e investe
em validação e construção de instrumentos de medida.

A seguir serão expostos dados de pesquisas, para uma visão geral de como as
investigações estão sendo conduzidas nos dois grupos.

Halama (2000) buscou as relações entre sentido de vida, estratégias de


enfrentamento e sentimento de frustração em adolescentes eslováquios. Sua tese
baseou-se na hipótese de que o sentido na vida poderia ser um importante auxiliar
nas estratégias positivas de enfrentamento e manejo do estresse. Os resultados
apontaram relação significativa entre o sentimento de vazio existencial e reações
agressivas. Também indicaram que a falta de sentido - representada por tédio,
apatia e sentimento de indiferença - pode diminuir a habilidade de enfrentamento e,
consequentemente, aumentar a frustração, que tem relação significante com a
agressividade. Em síntese, a pesquisa revela relação estreita entre falta de sentido
de vida e agressividade.

Estudos com populações idosas mostram a relevância do sentido como fator


protetor para depressão. Reker (1997), num estudo sobre depressão em idosos,
revela que ter um propósito e ser otimista são fatores de proteção contra a
depressão. Fry (2001), em uma pesquisa com adultos viúvos, com o objetivo de
investigar se variáveis existenciais como o significado pessoal, o otimismo, a
religiosidade e a acessibilidade ao suporte religioso eram preditores de bem-estar
psicológico, relata que ter um propósito na vida ajuda a superar a perda e também
na prevenção de depressão. Krause (2003) investigou o significado religioso,
definido como um processo que envolve a religião como esforço para descobrir um
senso de propósito na vida, um senso de direção e uma razão para a existência, em
idosos. O autor associou significado religioso a bem-estar subjetivo. Concluiu que os
idosos que tinham o senso de significado religioso tenderam a ter maior nível de
satisfação na vida, maior autoestima e otimismo.

Na área da saúde, Kahana e Kahana (2001) investigaram o sucesso do


envelhecimento de pacientes com HIV/Aids. Eles sugerem que aspectos do
envelhecimento bemsucedido - como esperança, altruísmo, autoestima, estratégias
de enfrentamento e satisfação com a vida - podem interferir na percepção de
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sentido de vida e, consequentemente, na qualidade de vida dos sujeitos. No Brasil,


Zaleski (1996) examinou aspectos do sentido de vida em soropositivos adultos para
HIV, valendo-se da tríade trágica proposta por Frankl: sofrimento, sentimento de
culpa e morte. Família, amigos, esperança de cura, religião e amor fundamentaram
o sentido de vida dessas pessoas. Posteriormente a autora pesquisou o significado
da culpa existencial em soropositivos para HIV (Zaleski, 2001). Encontrou relações
importantes entre o sentimento de culpa e a condição que a doença traz aos filhos.
Familiares e amigos foram importantes fontes de suporte e enfrentamento da culpa.
Leonardi (2007) enfocou o sentido de vida num grupo de portadores de transtornos
mentais e encontrou dados importantes relacionando a relevância da solidariedade
como fonte de sentido para um existir pleno.

Esses estudos mostram que as diferentes gerações percebem o sentido de vida de


formas variadas, mas há pontos que são comuns, como as necessidades básicas
de comer, de se abrigar e de segurança, necessidade de lazer, trabalho criativo,
relacionamento pessoal, realização e crescimento pessoal e social, ativismo político,
altruísmo, valores tolerantes e ideais, tradição, cultura e religião (Reker, Peacock, &
Wong, 1987).

As diferenças na percepção de um sentido para a vida, ao longo dos anos, estão


associadas ao grau de consciência de mundo que cada um experimenta em
diversos momentos da vida. Variáveis como gênero, idade, nível educacional, papel
social desempenhado em um dado momento, profissão, religiosidade e
espiritualidade, história de vida, fatores de personalidade e apoio social devem ser
mais bem investigados, porque elas interferem na percepção de sentido de vida.
Talvez os idosos constituam um grupo que tem predisposição para perceber a vida
com mais sentido e propósito do que adultos de meia-idade e pessoas mais jovens.
Isso porque eles são mais realistas em relação à persecução de metas e têm menor
predisposição ao sentimento de vazio existencial. Os idosos tendem a fazer uma
leitura mais fiel da realidade e de suas capacidades, o que os encaminha para
decisões mais acessíveis, realizáveis, compatíveis com a situação e a finalização
efetiva da tarefa. Desse modo, ficam menos expostos ao sentimento de frustração
(Reker, 2001).
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Em relação às fontes de sentido na vida, os primeiros estudos mostravam que as


fontes de sentido na vida estavam ligadas a crescimento pessoal, relacionamentos,
religião, metas filosófico-espirituais, sucesso, patrimônio, ganhos em sabedoria,
altruísmo, ações hedonistas, realização profissional e segurança (De Vogler &
Ebersole, 1980; Fiske & Chiriboga, 1991; Thurner, 1975). Baseado nessas
informações, na década de 1990 Reker organizou tais dados e elaborou um
instrumento de medida específico na investigação das fontes de sentido, o Sources
of Personal Meaning Profile - Revised ([SOMP-R], Reker, 1996), que foi muito
utilizado em estudos transculturais. É uma escala tipo Likert, com 17 itens avaliados
num continuum de sete pontos e suas respostas vão de "não muito significativo para
mim" (1) a "extremamente significativo para mim" (7), podendo ser autoaplicada. Os
itens da escala são: participação em atividades de lazer, satisfação de
necessidades básicas do dia a dia, participar de atividades criativas, envolvimento
em relações pessoais e com familiares e/ou amigos, reconhecimento por aquisições
pessoais, experiência pessoal de crescimento, participação em atividades religiosas,
interesse em causas sociais, estar a serviço do outro, preservação de valores
humanos e ideais, preservação da cultura e da tradição, deixar legado para as
próximas gerações, sentimento de segurança financeira, interesse em direitos
humanos, participação em atividades hedonistas (jogos, festas), aquisição de
posses materiais para poder gozar de uma boa vida e relacionamento com a
natureza. O objetivo do SOMP era buscar as similaridades das fontes de sentido
que poderiam fazer parte do desenvolvimento humano.

Tais estudos transculturais focavam o desenvolvimento do adulto e tinham por


objetivo trabalhar com grupos nas três faixas etárias: adulto jovem, meia-idade e
idosos, de ambos os gêneros, e comparar os resultados entre as diferentes faixas
etárias e entre diferentes nacionalidades. A seguir, são apresentados os principais
resultados desses estudos que utilizaram o SOMP-R como instrumento de
pesquisa. Reker e Wong (1988) trabalharam com adultos canadenses nas três
faixas etárias. Para todos os grupos encontrou similaridade nas seguintes fontes:
relacionamento pessoal, satisfação de necessidades básicas, crescimento pessoal,
atividades de lazer, preservação de valores e ideais, realização pessoal e altruísmo.
O autor concluiu que há uma mudança qualitativa na velhice, ou seja, há uma
tendência no desenvolvimento em direção a um processo mais interiorizado,
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egocêntrico, autopreocupado, ou seja, o indivíduo se volta progressivamente para o


controle e a satisfação das suas necessidades básicas. Esse processo de
interiorização, expressivo a partir da segunda metade da vida, pode influenciar nas
fontes de sentido na vida.

Numa outra tentativa de investigar fatores culturais ligados às fontes de sentido na


vida, Prager (1996) compara os dados de seu estudo - conduzido com adultos
australianos nas três faixas etárias - aos de Reker e Wong (1988), que trabalhou
com os mesmos grupos etários, mas com amostra de canadenses. Como no estudo
de Reker e Wong (1988), a hipótese de tendência à interioridade no envelhecimento
também foi considerada por Prager (1996). Segundo este autor, se ela fosse
verdadeira, os resultados de sua pesquisa com a amostra australiana deveriam ser
muito próximos aos achados da amostra canadense de Reker e Wong (1988), uma
vez que a interiorização faria parte do desenvolvimento do adulto e não seria
apenas um fator específico de grupos particulares.

Os resultados apontaram duas fontes de sentido como sendo importantes para as


duas amostras e para todas as faixas etárias: satisfação de necessidades básicas e
relações pessoais. Preservação de valores e ideais humanos também foram fontes
importantes para os grupos. Esses resultados indicaram os pontos de similaridade
nas fontes de sentido nos diferentes grupos etários e culturais, o que sugere que
algumas fontes podem ser comuns aos indivíduos adultos.

Posteriormente Prager (1997) comparou os dados desse estudo australiano com


dados de uma amostra israelense, todos indivíduos adultos, pertencentes às três
faixas etárias e de ambos os gêneros. Concluiu que houve similaridade na
atribuição de sentido entre os grupos etários das diferentes nacionalidades, tanto
quanto na percepção de sentido entre os diferentes grupos etários quando
comparados entre si e entre as amostras das diferentes nacionalidades. As
mulheres idosas deram mais ênfase a conceitos humanistas, sociais e culturais,
corroborando outras descobertas (por exemplo, Reker & Wong, 1988) e apontando
para uma constância da importância da realização individual, com o
envelhecimento, e um aumento na atribuição de sentido para a ética social e
respeito ao outro, incluindo a família. Tanto para as mulheres israelenses quanto
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para as australianas, o envolvimento em relações pessoais foi a mais importante


fonte de sentido.

Essas descobertas evidenciaram uma diversificação nas fontes de sentido na vida


entre todos os grupos etários; porém, foram encontradas particularidades entre os
grupos, além da constatação de que determinadas fontes estão relacionadas com a
idade. Todos os grupos atribuíram grande importância a relacionamento pessoal,
preocupação humanista e participação em atividades de lazer. Os grupos mais
velhos foram unânimes em relação à importância de preservar valores e ideais
humanos. Os homens mais velhos deram grande importância à segurança
financeira e os grupos mais jovens enfocaram experiências de crescimento pessoal.
As fontes de sentido que refletem transcendência do self foram significativamente
mais importantes para os grupos de homens mais velhos, quando comparados com
os jovens. Para os jovens, as fontes ligadas ao self foram as mais importantes
(experiência de crescimento pessoal, deixar legado para as próximas gerações e
participação em atividades hedonistas como jogos, festas etc.). Fontes auto-
orientadas, como realização pessoal, foram mais relevantes para os grupos mais
jovens. Os homens mais velhos demonstraram mais interesses em áreas de sentido
que transcendiam o self, do que naquelas que refletiam preocupação com o self,
com exceção da satisfação de necessidades básicas.

As informações obtidas nos estudos de Prager (1996, 1997) e Reker e Wong (1988)
permitem afirmar que as fontes de sentido relacionamento pessoal e satisfação de
necessidades básicas são comuns aos indivíduos adultos, mas não se pode deixar
de considerar que o sentido de vida também é adquirido socialmente e que varia de
uma cultura para outra. Em relação ao gênero, Prager (1996) e Reker e Wong
(1988) encontraram mais semelhanças do que diferenças nas fontes de sentido
entre homens e mulheres. No entanto, atividades criativas, relacionamento pessoal,
servir aos outros, preservação de valores e ideais humanos e atividades religiosas
foram mais frequentes entre as mulheres. Tais descobertas são importantes para a
reflexão sobre a influência da cultura, da faixa etária e do gênero na atribuição de
valor para os diversos aspectos da vida. Esses achados devem ser considerados
nos delineamentos de pesquisas e nas conclusões sobre o que é importante para o
viver.
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Outros estudos também apontam os mesmos resultados dos estudos transculturais.


Anchoo e Levi (1995) investigaram as fontes de sentido na vida entre idosos na
faixa etária de 61 a 84 anos, e assim as situaram: relacionamento, altruísmo,
criatividade, realização/status social, segurança, crescimento espiritual e aumento
de posses materiais, atividades de lazer, preservação de valores e ideais humanos,
sobrevivência, continuidade do self e geratividade, apreciação da natureza e das
artes em geral. Ranst e Marcoen (1997) observaram que indivíduos mais velhos têm
mais habilidades para perceber alguma perspectiva na vida, porque já viveram o
bastante para avaliar no que efetivamente vale a pena investir, e se consideram
mais realizadores de metas ou em processo de realização do que os mais jovens.
No Brasil, Freire (2001) também encontrou esses dados. A explicação para tais
resultados está associada à percepção de realização de tarefas evolutivas: os
jovens ainda estão configurando suas uniões afetivas, consolidando-se
profissionalmente, escolhendo e sedimentando suas escolhas. Os idosos já
passaram por isso, e agora se voltam para tarefas que consideram mais
significativas, nas quais valha a pena investir. A capacidade de perceber a situação
e as capacidades realizadoras de modo mais realista auxilia no sucesso de
persecução e efetivação das metas.

Somente estudos longitudinais poderiam dar informações mais precisas sobre como
a maturidade e o processo de envelhecimento humano interagem, assim como
sobre a constante necessidade de adaptação e ajuste para alterações no
desenvolvimento e os esforços para manter estabilidade e continuidade no sentido
de vida. Os estudos transversais, com diferentes grupos etários, retratam apenas
momentos específicos da vida dos indivíduos, mas como têm menor exigência
operacional, custo mais reduzido e demandam menos tempo, são mais utilizados.
Há necessidade de dados longitudinais, mas isso não diminui a importância das
pesquisas transversais.

Essas descobertas indicam direções sobre as fontes de sentido na vida, como elas
se apresentam e como são percebidas na fase adulta. Também são de grande
relevância para uma melhor compreensão da atribuição de significado ao longo da
vida adulta e da velhice.
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Conclusão

É crescente o número de estudos sobre o sentido de vida, ou seja, sobre o


significado atribuído àquilo que é de grande valia para o viver, os quais fornecem
importantes informações sobre pontos relevantes do processo de adaptação e de
estímulo da vontade de viver. Esses dados contribuem enormemente para o estudo
do desenvolvimento humano, para a compreensão da estabilidade e/ou mudança
em fatores associados à adaptação e ao ajustamento - temas esses ligados à saúde
geral. No processo de envelhecimento, cada vez mais os recursos internos de
enfrentamento são requeridos, porque os indivíduos estão mais expostos a perdas
de todos os tipos, as quais se constituem em fatores que interferem na vontade de
viver.

Os dois principais grupos de pesquisas dão grandes contribuições para a


Psicologia. Os estudos que definem o construto mostram como ele pode ser
importante para a saúde, na medida em que apontam melhores resultados na
recuperação de doenças, no enfrentamento de enfermidades de entes queridos e
menores chances de adoecer. Em relação ao aporte para o estudo do
desenvolvimento do adulto, as pesquisas apontam para a continuidade do sentido
na vida e continuidade do self ao longo da vida. Quanto à pesquisa sobre as fontes
de sentido na vida, a maior contribuição é relativa à descoberta dos pontos mais
relevantes para os indivíduos na atribuição de significado à vida. Nessa perspectiva,
os estudos transculturais dão pistas importantes sobre fatores que são comuns ao
gênero e à faixa etária, como, por exemplo, o fato de as mulheres priorizarem
conceitos humanistas, sociais e culturais. Já os homens valorizaram segurança
financeira. Os homens mais velhos demonstraram interesse em áreas de sentido
que transcendiam o self, enquanto os mais jovens priorizaram áreas que refletiam
preocupação com o self, como experiências de crescimento e realização pessoal,
deixar legado para as próximas gerações e participação em atividades hedonistas.
Já satisfação de necessidades básicas, relações pessoais, preservação de valores
e ideais humanos foram apontadas pela maioria dos indivíduos adultos, o que indica
que algumas fontes de sentido podem ser comuns à espécie. Mas essas mesmas
pesquisas alertam para a importância dos fatores relevantes para o viver e da
cultura na atribuição de significado.
16

A dedicação dos pesquisadores ao tema aprimorou os instrumentos disponíveis,


porém, ainda são necessários mais dados, de diferentes culturas e grupos etários,
para que se possa compreender melhor os caminhos do desenvolvimento das
fontes de sentido na vida e clarificar sua evolução e possíveis mudanças e/ou
continuidade ao longo da vida. Nesse sentido, dados de estudos longitudinais e
mais informações de pesquisas transculturais seriam de grande valia. Também é
importante que os instrumentos de pesquisa sejam adaptados à realidade de cada
país, uma vez que a cultura se apresenta como fator relevante.

Os dois grupos de pesquisas revelam uma grande possibilidade de continuidade na


atribuição de importância de algumas fontes de significado. Revelam também a
similaridade na escala de valores de alguns fatores, independentemente da cultura,
o que permite concluir que componentes do sentido de vida são reconhecidos pelos
indivíduos, independentemente de onde eles vivem, e fazem parte do
desenvolvimento.

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Recebido: 12/01/2009

1ª revisão: 21/04/2009

Aceite final: 16/06/2009


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