Planejamento de Canteiros de Obra

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Gestão da Qualidade na Construção Civil:

Estratégias, Recursos Humanos e Melhorias de


Processos em Empresas de Pequeno Porte
Relatório de Pesquisa

Planejamento de canteiros de obra e


gestão de processos
Volume 5

Financiamento Coordenação
Gestão da Qualidade na Construção Civil:
Estratégias e Melhorias de Processos em
Empresas de Pequeno Porte
Relatório de Pesquisa

Planejamento de Canteiros de Obra e


Gestão de Processos
Volume 5

Porto Alegre
UFRGS/PPGEC/NORIE
2001
II

Catalogação-na-Publicação (CIP). UFRGS. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil. Núcleo Orientado para a Inovação da Edificação

G393 Gestão da Qualidade na Construção Civil : estratégias, recursos humanos e melhorias de processos :
relatório de pesquisa / [Organização de] Carlos Torres Formoso; Editoração.[de] Denise Pithan. -- Porto
Alegre : UFRGS/PPGEC/NORIE, 2001.

Conteúdo: v.1. Relatório Resumo / [organização de] Carlos Torres Formoso ... [et al.] -- v.2.
Indicadores de Qualidade e Produtividade para a Construção Civil / organização do relatório Elvira
Maria Vieira Lantelme ... [et al.] -- v.3. Gestão da Qualidade no Processo de Projeto / organização do
relatório Patricia Tzortzopoulos ...[et al.]. -- v.4. Formulação e Implantação de Estratégias de Produção /
organização do relatório José de Paula Barros Neto ... [et al.] -- v.5. Planejamento de Canteiros de Obra e
Gestão de Processos / organização do relatório Tarcício Abreu Saurin, Carlos Torres Formoso -- v.6.
Proposta de Intervenção no Sistema de Planejamento da Produção de Empresas de Construção Civil /
organização do relatório Carlos Torres Formoso ... [et al.].

1. Construção Civil - 2. Gestão da Qualidade. I. Formoso, Carlos Torres. II. Lantelme, Elvira Maria
Vieira. III. Tzortzopoulos, Patricia. IV. Barros Neto, José de Paula. V. Saurin, Tarcício Abreu. VI. Pithan,
Denise. VII. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. VIII. Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Civil. IX. Núcleo Orientado para a Inovação da Edificação.

CDU 69:658.56
III

Equipe Técnica

Organizadores
Tarcísio Abreu Saurin
Eng Civil, MSc., doutorando do PPGEP/UFRGS, professor da Universidade de Caxias do Sul
Carlos Torres Formoso
Eng. Civil, PhD., professor da UFRGS, Coordenador do Projeto

Editoração do Relatório
Denise Nunes Pithan
Acadêmica de Biblioteconomia, Aux. de pesquisa do NORIE/UFRGS
IV

Sumário

Lista de figuras e quadros ...................................................VI


Apresentação ........................................................................1

1. Conceitos básicos .............................................................3


1.1. Definição de planejamento de controle .........................................................3
1.2. Objetivos do planejamento de controle.........................................................3
1.3. Tipos de Canteiros ...........................................................................................4

2 O Processo de Planejamento de Canteiros de Obra ..........5


2.1 Diagnóstico de canteiros de obra ....................................................................6
2.1.1 Lista de verificação ........................................................................................6
2.1.2 Elaboração de croquis do layout do canteiro .............................................9
2.1.3 Registro fotográfico........................................................................................10
2.2 Padronização .....................................................................................................10
2.2.1 Benefícios da padronização ..........................................................................10
2.2.2 Etapas da padronização ................................................................................12
2.3 Planejamento do canteiro .................................................................................14
2.4 Programa de manutenção da organização do canteiro................................17

3 Diretrizes para o Planejamento de Canteiros de Obra ......21


3.1 Tipologia das instalações provisórias.............................................................22
3.1.1 Sistema tradicional racionalizado ................................................................22
3.1.2 Containers .......................................................................................................23
3.1.3 Exemplos de estratégias para implantação das instalações
provisórias................................................................................................................24
3.2 Instalações provisórias: áreas de vivência e de apoio ..................................25
3.2.1 Refeitório .........................................................................................................26
3.2.2 Área de lazer...................................................................................................27
3.2.3 Vestiário...........................................................................................................28
3.2.4 Banheiros.........................................................................................................29
3.2.5 Almoxarifado..................................................................................................30
3.2.6 Escritório da obra ...........................................................................................31
3.2.7 Guarita do vigia e portaria............................................................................32
3.2.8 Plantão de vendas ..........................................................................................33
3.3 Instalações provisórias: acessos à obra e tapumes........................................33
3.4 Movimentação e armazena-mento de materiais ...........................................35
3.4.1 Dimensiona-mento das instalações..............................................................35
3.4.2 Definição do layout das áreas de armazenamento ....................................36
3.4.3 Posto de produção de argamassa e concreto..............................................37
3.4.4 Vias de circulação...........................................................................................39
3.4.5 Disposição do entulho ...................................................................................40
V

3.4.6 Armazenamento de cimento e agregados...................................................41


3.4.7 Armazenamento de blocos e tijolos .............................................................42
3.4.8 Armazenamento de aço e armaduras..........................................................43
3.4.9 Armazenamento de tubos de PVC...............................................................44
3.5 Elevador de carga..............................................................................................45
3.5 1 Localização......................................................................................................46
3.5.2 Principais instalações de segurança.............................................................47
3.6 Elevador de passageiros...................................................................................50

4 Considerações finais ..........................................................51

Referências bibliográficas ....................................................53

Anexos ..................................................................................56
VI

Lista de Figuras e quadros

Figuras
Figura 2.1 Exemplo de requisitos definidos no check-list .........................................7
Figura 2.2 Resultados da aplicação do check list em 40 canteiros no Rio
Grande do Sul ................................................................................................................8
Figura 2.3 Exemplo de check-list para pré-dimensionamento das instalações
do canteiro ....................................................................................................................15
Figura 2.4 Exemplo de cronograma de layout..........................................................17
Figura 2.5 Exemplo de check-list para avaliação da limpeza do canteiro.............19
Figura 2.6 Exemplo de quadro de apresentação de resultados do Programa
5S cuja compreensão é relativamente difícil ............................................................20
Figura 2.7 Exemplo de quadro de apresentação de resultados do Programa
5S de fácil compreensão..............................................................................................20
Figura 3.1 Containers empilhados, substituindo os barracos de chapas de
compensado..................................................................................................................24
Figura 3.2 Evolução dos custos de diferentes alternativas de implantação
de instalações provisórias...........................................................................................25
Figura 3.3 Exemplo de fechamento e mesas para refeitórios em canteiros .........27
Figura 3.4 Exemplo de área de lazer.........................................................................27
Figura 3.5 Quadro de controle de retirada e entrega de ferramentas ..................31
Figura 3.6 Acesso coberto para entrada de pessoas na obra .................................34
Figura 3.7 Descarga de agregados através de abertura na laje do subsolo .........37
Figura 3.8 Quadro indicador de traços.....................................................................38
Figura 3.9 Rampa para dosagem com carrinho dosador .......................................38
Figura 3.10 Improvisação nas vias de circulação de equipamentos .....................39
Figura 3.11 Descarga de entulho com tubo coletor e disposição em caçamba
basculante ..................................................................................................................... 40
Figura 3.12 Contenções laterais e lona de cobertura em baia de agregados .......42
Figura 3.13 Carrinhos porta-blocos...........................................................................43
Figura 3.14 Exemplo de proteção em pontas verticais de ferragens ....................44
Figura 3.15 Exemplo de proteção em pontas horizontais de ferragens ...............44
Figura 3.16 Sentido de acesso das cargas na base da torre do guincho ...............46
Figura 3.17 Exemplo de elevador de carga - cobertura, porta e contenções
laterais ...........................................................................................................................47
Figura 3.18 Cancela de acesso à plataforma do elevador ......................................48
Figura 3.19 Tubofone - junto ao guincheiro .............................................................49
Figura 3.20 Tubofone - acesso nos pavimentos .......................................................49
Quadros
Quadro 1.1 Tipos de canteiro, adaptado de Illingworth (1993) ..............................4
Quadro 2.2 Exemplo de programação das etapas de padronização de
canteiros ........................................................................................................................13
Apresentação

A indústria da construção civil, em especial o subsetor edificações, é


freqüentemente citada como exemplo de setor atrasado, com baixos índices de
produtividade e elevados desperdícios de recursos, apresentando, em geral,
desempenho inferior à indústria de transformação. Um dos principais reflexos
desta situação são os altos índices de perdas de materiais, conforme constatado
em estudos como os realizados por Soibelman (1993) e Pinto (1989).
A mão-de-obra da construção é com freqüência citada como a responsável por
este quadro de baixo desempenho, sendo comum rotular-se os operários de
displicentes ou incapazes. Entretanto, os operários, muitas vezes, não sabem o
que devem executar e não dispõem dos adequados instrumentos e materiais de
trabalho, ou mesmo de um local em boas condições para executar seus serviços
(Handa, 1988). Assim, é uma atitude simplista culpar a mão-de-obra pela
ineficiência da construção, existindo diversos estudos que apontam a ausência ou
insuficiência de planejamento como uma das principais causas desta situação.
O planejamento do canteiro, em particular, tem sido um dos aspectos mais
negligenciados na indústria da construção, sendo que as decisões são tomadas à
medida em que os problemas surgem no decorrer da execução (Handa, 1988). Em
conseqüência, os canteiros de obras muitas vezes deixam a desejar em termos de
organização e segurança, fazendo com que, longe de criarem uma imagem
positiva das empresas no mercado, recomendem distância aos clientes.
Apesar de as vantagens operacionais e econômicas de um eficiente planejamento
de canteiro serem mais óbvias em empreendimentos de maior porte e
complexidade (Rad, 1983), é ponto pacífico que um estudo criterioso do layout e
da logística do canteiro deve estar entre as primeiras ações para que sejam bem
aproveitados todos os recursos materiais e humanos empregados na obra,
qualquer que seja seu porte (Skoyles e Skoyles, 1987; Tommelein, 1992; Matheus,
1993; Soilbelman, 1993; Santos, 1995).
Embora seja reconhecido que o planejamento do canteiro desempenha um papel
fundamental na eficiência das operações, cumprimento de prazos, custos e
qualidade da construção, os gerentes geralmente aprendem a realizar tal
atividade somente através da tentativa e erro, ao longo de muitos anos de
trabalho (Tommelein, 1992). Rad (1983) também concluiu que raramente existe
um método definido para o planejamento do canteiro, observando, em pesquisas
junto a gerentes de obra, que os planos eram elaborados com base na experiência,
no senso comum e na adaptação de projetos passados para as situações atuais.
Considerando a necessidade de que o planejamento de canteiro siga
procedimentos estruturados, o presente trabalho apresenta um método para o
planejamento de canteiros de obra, incluindo diretrizes para a execução de cada
uma das etapas do processo de planejamento. O método e as diretrizes de
planejamento propostas, assim como a sua fundamentação teórica encontram-se
mais detalhadas na dissertação de mestrado de Tarcísio Saurin (Saurin,1997).
Capítulo 1
Conceitos básicos
3

Capítulo 1
Conceitos básicos

1.1
Definição de O planejamento de um canteiro de obras pode ser definido como o planejamento
planejamento de do layout e da logística das suas instalações provisórias, instalações de segurança e
canteiros sistema de movimentação e armazenamento de materiais. O planejamento do
layout envolve a definição do arranjo físico de trabalhadores, materiais,
equipamentos, áreas de trabalho e de estocagem (Frankenfeld, 1990).
De outra parte, o planejamento logístico estabelece as condições de infra-estrutura
para o desenvolvimento do processo produtivo, estabelecendo, por exemplo, as
condições de armazenamento e transporte de cada material, a tipologia das
instalações provisórias, o mobiliário dos escritórios ou as instalações de segurança
de uma serra circular. De acordo com a definição adotada, considera-se que o
planejamento de assuntos de segurança no trabalho não relacionados às proteções
físicas, tais como o treinamento da mão-de-obra ou as análises de riscos, não
fazem parte da atividade planejamento de canteiro. Tal definição deve-se a
complexidade e as particularidades do planejamento da segurança.

1.2
Objetivos do O processo de planejamento do canteiro visa a obter a melhor utilização do espaço
planejamento de físico disponível, de forma a possibilitar que homens e máquinas trabalhem com
canteiros segurança e eficiência, principalmente através da minimização das
movimentações de materiais, componentes e mão-de-obra. Tommelein (1992)
dividiu os múltiplos objetivos que um bom planejamento de canteiro deve atingir
em duas categorias principais:
(a) objetivos de alto nível: promover operações eficientes e seguras e manter alta
a motivação dos empregados. No que diz respeito à motivação dos operários
destaca-se a necessidade de fornecer boas condições ambientais de trabalho, tanto
em termos de conforto como de segurança do trabalho. Ainda dentre os objetivos
de alto nível, pode ser acrescentada à definição de Tommelein (1992) o cuidado
com o aspecto visual do canteiro, que inclui a limpeza e impacto positivo perante
funcionários e clientes. Não seria exagero afirmar que um cliente, na dúvida entre
dois apartamentos (de obras diferentes) que o satisfaçam plenamente, decida
comprar aquele do canteiro mais organizado, uma vez que este pode induzir uma
maior confiança em relação a qualidade da obra;
(b) objetivos de baixo nível: minimizar distâncias de transporte, minimizar
tempos de movimentação de pessoal e materiais, minimizar manuseios de
materiais e evitar obstruções ao movimento de materiais e equipamentos.
4

1.3
Tipos de canteiro De acordo com Illingworth (1993), os canteiros de obra podem ser enquadrados
dentro de um dos três seguintes tipos: restritos, amplos e longos e estreitos. No
Quadro 1.1, abaixo, é caracterizado cada um destes tipos.

Tipos de canteiro, adaptado de Illingworth (1993) QUADRO 1.1

Tipo Descrição
1. Restritos A construção ocupa o terreno completo ou uma alta percentagem deste.
Acessos restritos.
Exemplos Construções em áreas centrais da cidade, ampliações e reformas
2. Amplos A construção ocupa somente uma parcela relativamente pequena do terreno.
Há disponibilidade de acessos para veículos e de espaço para as áreas de
armazenamento e acomodação de pessoal.
Exemplos Construção de plantas industriais, conjuntos habitacionais horizontais e outras
grandes obras como barragens ou usinas hidroelétricas.
3. Longos e estreitos São restritos em apenas uma das dimensões, com possibilidade de acesso em
poucos pontos do canteiro.
Exemplos Trabalhos em estradas de ferro e rodagem, redes de gás e petróleo, e alguns
casos de obras de edificações em zonas urbanas.

O primeiro tipo de canteiro (restrito) é o mais freqüente nas áreas urbanas das
cidades, especialmente nas áreas centrais. Devido ao elevado custo dos terrenos
nessas áreas, as edificações tendem a ocupar uma alta percentagem do terreno em
busca de maximizar sua rentabilidade. Em decorrência disto, Illingworth (1993)
afirma que os canteiros restritos são os que exigem mais cuidados no
planejamento, devendo-se seguir uma abordagem criteriosa para tal tarefa.
Illingworth (1993) destaca duas regras fundamentais que sempre devem ser
seguidas no planejamento de canteiros restritos:
(a) sempre atacar primeiro a fronteira mais difícil;
(b) criar espaços utilizáveis no nível do térreo tão cedo quanto possível.
A primeira regra recomenda que a obra inicie a partir da divisa mais
problemática do canteiro. O principal objetivo é evitar que se tenha de fazer
serviços em tal divisa nas fases posteriores da execução, quando a construção de
outras partes da edificação dificulta o acesso a este local. Os motivos que podem
determinar a criticalidade de uma divisa são vários, tais como a existência de um
muro de arrimo, vegetação de grande porte ou um desnível acentuado.
A segunda regra aplica-se especialmente a obras nas quais o subsolo ocupa quase
a totalidade do terreno, dificultando, na fase inicial da construção, a existência de
um layout permanente. Exige-se, assim, a conclusão, tão cedo quanto possível, de
espaços utilizáveis ao nível do térreo, os quais possam ser aproveitados para
locação de instalações provisórias e de armazenamento, com a finalidade de
facilitar os acessos de veículos e pessoas, além de propiciar um caráter de longo
prazo de existência para as referidas instalações.
Capítulo 2
O Processo de Planejamento de
Canteiros de Obra
6

Capítulo 2
O Processo de Planejamento de
Canteiros de Obra

O planejamento do canteiro deve ser encarado como um processo gerencial como


qualquer outro, incluindo etapas de coleta de dados e avaliação do planejamento.
É sob essa ótica que foi elaborado o método apresentado nesse trabalho, o qual
considera a existência de quatro etapas para o planejamento de canteiros:
(a) Diagnóstico de canteiros de obra existentes;
(b) Padronização das instalações e dos procedimentos de planejamento;
(c) Planejamento do canteiro de obras propriamente dito;
(d) Manutenção da organização dos canteiros, baseando-se na aplicação dos
princípios dos programas 5S.
Nas próximas seções são apresentados os procedimentos de implantação, os
benefícios e as interfaces entre as etapas.

2.1
Diagnóstico de O diagnóstico dos canteiros de obra existentes deve ser a primeira atividade
canteiros de obra executada em um programa de melhorias, uma vez que são gerados subsídios
para a realização das etapas de padronização e planejamento. O método de
diagnóstico proposto consiste da aplicação conjunta de três ferramentas: uma lista
de verificação (check-list), elaboração de croqui do layout e registro fotográfico.

2.1.1
Lista de A lista de verificação é a mais abrangente dentre as ferramentas, permitindo uma
verificação ampla análise qualitativa do canteiro, no âmbito da logística e do layout, segundo
os seus três principais aspectos: instalações provisórias, segurança no trabalho e
sistema de movimentação e armazenamento de materiais.
Cada um desses três grupos envolve diversos elementos do canteiro. Um
elemento do canteiro é definido como qualquer aspecto da logística no âmbito
dos três grupos que mereça atenção no planejamento, tais como, por exemplo,
refeitório, elevador de carga ou armazenamento de cimento. Todos os elementos
devem satisfazer certos requisitos ou padrões mínimos de qualidade para o
desempenho satisfatório de suas funções.
Os requisitos de qualidade de cada elemento foram definidos a partir da consulta
à várias fontes: normas sobre armazenamento de materiais e segurança na obra
(respectivamente, Associação Brasileira de Normas Técnicas, 1992 e Fundacentro,
1999), um inventário de melhorias de qualidade e produtividade na construção
civil (Scardoelli et al., 1994), um manual sobre segurança em canteiros (Rousselet
e Falcão, 1988), além de requisitos definidos a partir de sugestões de profissionais
com experiência na área e daqueles decorrentes de noções básicas de layout e
logística.
7

Os requisitos foram definidos da forma mais objetiva possível, tentando-se,


assim, possibilitar a verificação visual da sua existência ou não, dispensando
medições, consultas a outras pessoas ou a projetos da obra. Exemplificando o que
foi exposto, são mostrados na Figura 2.1 dois dos requisitos de qualidade que a
lista estabelece para o elemento elevador de carga. A lista completa encontra-se
no anexo A.

Sim Não Não se aplica


B12) ELEVADOR DE CARGA
B12.1) A torre do guincho é revestida com tela
B12.2) As rampas de acesso à torre são dotadas de guarda-corpo e rodapé,
sendo planas ou ascendentes no sentido da torre (NR-18)

Exemplo de requisitos definidos no check-list FIGURA 2.1

Embora a lista destine-se a uma análise qualitativa dos canteiros, o resultado dela
pode ser expresso quantitativamente através de uma nota. É possível atribuir
uma nota para o canteiro como um todo e uma nota para cada grupo, sendo que a
nota global do canteiro é a média aritmética das notas dos grupos. A existência de
notas fornece parâmetros para a comparação entre diferentes canteiros e propicia
a formação de valores para benchmarking.
O sistema de pontuação adotado estabelece que cada requisito de qualidade, de
qualquer elemento, possui valor igual a 1 ponto. O item recebe o ponto caso esteja
assinalada a opção ″sim″. Existe uma tabela na lista de verificação, ao final de
cada grupo, onde devem ser anotados os pontos obtidos (PO), os pontos possíveis
(PP) e a nota do grupo, a qual é a relação entre PO e PP. Os pontos obtidos
corresponde ao total de itens com avaliação positiva, enquanto os pontos
possíveis ao total de itens com avaliação positiva ou negativa. Para os fins de
atribuição da nota são desconsiderados os itens marcados com ″não se aplica″.
Quanto à nota global do canteiro, calcula-se a mesma fazendo a média aritmética
das notas dos três grupos. Embora esta nota possa ser calculada, seu significado
para a análise do desempenho do canteiro é secundário, se comparado ao
significado das notas dos grupos. As notas dos grupos são mais úteis por
agregarem somente o desempenho de elementos do canteiro semelhantes,
devendo, por isso, serem priorizadas na comparação entre diferentes canteiros.
Qualquer empresa que utilizar a lista como uma ferramenta de controle, pode
estabelecer o seu próprio sistema de pontuação, baseando-se na realidade de seus
canteiros e nas suas prioridades estratégicas. Entretanto, se a empresa deseja
comparar-se com o desempenho de um concorrente ou com a média do setor, é
necessário optar por um sistema comum de pontuação. É neste contexto que se
insere a ferramenta proposta, pretendendo-se que a mesma seja utilizada na
comparação de diferentes obras e empresas.
Especialmente no grupo segurança, o número de requisitos não aplicáveis pode
variar significativamente conforme a fase da obra e o tipo de transporte vertical
utilizado (por exemplo, grua ou guincho), podendo distorcer, de certa forma, a
comparação entre diferentes obras.
A visita ao canteiro para aplicação da lista deve ser feita sem pressa, visto o
extenso rol de itens (128) e a atenção requerida para a correta compreensão do
conteúdo da lista e seu preenchimento. Contudo, tais exigências não impedem
que a aplicação demande pouco tempo, variando com o porte da obra e com a
experiência do aplicador no uso da ferramenta. A partir de estudos realizados,
8

pode-se estimar o tempo para aplicação da lista em torno de uma hora para
edificações de porte médio (quatro a oito pavimentos).
Caso o aplicador não seja funcionário da empresa ou não trabalhe na obra em
questão, é imprescindível que, na ocasião da visita ou com antecedência,
explique-se ao mestre-de-obras ou engenheiro da obra os objetivos do
levantamento e os procedimentos para a coleta de dados.
A Figura 2.2 abaixo apresenta as notas médias resultantes da aplicação da lista
em um grupo de quarenta canteiros de obra, situados em sete cidades do Rio
Grande do Sul. O cálculo das notas obedeceu aos critérios explicados
anteriormente.

5,6
MAM

Segurança 4,9

Instalações 4,8
Provisórias

0 1 2 3 4 5 6

Nota

Resultados da aplicação do check list em 40 canteiros no Rio Grande do Sul FIGURA 2.2

Os canteiros analisados pertencem a vinte e oito empresas construtoras de


pequeno porte envolvidas há alguns anos na implantação de ações de melhorias,
seja através de parcerias com universidades, SEBRAE, certificação com base nas
normas da série ISO 9000, consultorias ou mesmo de forma autônoma. Com base
nestas características, pode-se considerar que as empresas destacam-se
positivamente no setor em termos de avanços gerenciais e tecnológicos,
representando exemplos das melhores práticas no Rio Grande do Sul.
Dos quarenta canteiros onde se aplicou o check list, vinte são da Região
Metropolitana de Porto Alegre, incluindo, além desta, as cidades de Canoas,
Novo Hamburgo e São Leopoldo, e vinte são de cidades do interior do Rio
Grande do Sul, dividindo-se entre Santa Maria, Passo Fundo e Santa Rosa. Deve
ser enfatizado que a amostra de canteiros não é estatisticamente representativa
dos canteiros de obra das cidades analisadas. Os canteiros são todos de obras de
edificações de múltiplos pavimentos, residenciais ou comerciais, podendo ser
considerados restritos em sua maioria, conforme a classificação apresentada na
seção 1.3.
9

2.1.2
Elaboração de A análise da(s) planta(s) de layout é útil para a identificação de problemas
croquis do relacionados ao arranjo físico propriamente dito, permitindo observar, por
layout do exemplo, a localização equivocada de alguma instalação ou o excesso de
canteiro cruzamentos de fluxo em determinada área. A necessidade desta ferramenta surge
do fato de que a grande maioria dos canteiros não possui uma planta de layout,
situação que acaba obrigando a elaboração de um croqui na própria obra, durante
a visita de diagnóstico. Considerando essa necessidade, são apresentadas a seguir
algumas diretrizes para a elaboração de croquis do layout do canteiro. Tais
diretrizes também são aplicáveis à elaboração das plantas de layout.

Inicialmente, recomenda-se desenhar croquis de todos os pavimentos necessários


à perfeita compreensão do layout (subsolo, térreo e pavimento tipo, por exemplo).
Sugere-se utilizar folha A4 e consultar o projeto arquitetônico, disponível na
próprio escritório da obra. Nos canteiros convencionais, uma aproximação da
escala 1:200 será suficiente, não sendo, porém, necessária muita rigidez na
transferência de escala. Nos croquis, devem constar no mínimo os seguintes itens:
(a) definição aproximada do perímetro dos pavimentos, diferenciando áreas
fechadas e abertas;
(b) localização de pilares e outras estruturas que interfiram na circulação de
materiais ou pessoas;
(c) portões de entrada no canteiro (pessoas e veículos) e acesso coberto para
clientes;
(d) localização de árvores que restrinjam ou interfiram na circulação de
materiais ou pessoas, inclusive na calçada;
(e) localização das instalações provisórias (banheiros, escritório, refeitório, etc.),
inclusive plantão de vendas;
(f) todos os locais de armazenamento de materiais, inclusive depósito de
entulho;
(g) localização da calha ou tubo para remoção de entulho;
(h) localização da betoneira, grua, guincho e guincheiro, incluindo a
especificação do(s) lado(s) pelo(s) qual(is) se fazem as cargas no guincho;
(i) localização do elevador de passageiros;
(j) localização das centrais de carpintaria e aço;
(l) pontos de içamento de fôrmas e armaduras;
(m) localização de passarelas, rampas e/ou escadas provisórias com indicação
aproximada do desnível; e
(n) linhas de fluxo principais.

2.1.3
Registro Na apresentação dos resultados do diagnóstico é interessante incluir registros
fotográfico visuais da situação encontrada, podendo ser utilizadas tanto filmagens quanto
fotografias. Uma vez no canteiro, é comum que o observador fique em dúvida
sobre o que fotografar e, em conseqüência, deixe de registrar importantes
problemas que acabam passando desapercebidos. Para evitar este problema, foi
10

elaborada uma listagem dos principais pontos do canteiro que devem ser
fotografados, escolhidos com base na sua importância logística e pelo fato de
serem tradicionais focos de problemas. A listagem é composta por treze itens:
(a) armazenamento de areia;
(b) armazenamento de tijolos;
(c) armazenamento de cimento;
(d) entulho (em depósito ou não);
(e) condições do terreno por onde circulam caminhões;
(f) refeitório, vestiários e banheiros com as respectivas instalações;
(g) detalhamento do sistema construtivo das instalações provisórias;
(h) fechamento de poços de elevadores;
(i) corrimãos provisórios de escadas;
(j) sistema de fixação das treliças das bandejas salva-vidas na edificação;
(l) acesso ao guincho nos pavimentos;
(m) proteção contra quedas no perímetro dos pavimentos; e
(n) sistema de drenagem.
Na reunião de apresentação dos resultados do diagnóstico as fotografias podem
desempenhar um importante papel como instrumento de apoio à argumentação,
visto que se constituem em um registro indiscutível da realidade observada. O
relatório pode incluir ao lado de cada fotografia de uma situação negativa, uma
outra fotografia, a qual mostre um exemplo de solução para a deficiência
encontrada. Se possível, os exemplos positivos devem ser de outras obras da
empresa, indicando a fácil disponibilização das soluções.

2.2
Padronização Em meio às diversas estratégias gerenciais cujo uso se disseminou no movimento
pela qualidade total, a padronização destaca-se como uma das mais importantes e
mais eficientes, podendo trazer uma série de benefícios à empresa, facilitando as
atividades de planejamento, controle e execução. Contudo, a padronização não é
uma estratégia a ser utilizada indiscriminadamente em qualquer situação,
fazendo-se necessário um estudo criterioso da sua real necessidade e
profundidade de implantação. Assim, empresas que trabalham com diversos tipos
de obras, em diferentes regiões, devem avaliar quais são os serviços e
procedimentos comuns passíveis de padronização, adotando-se padrões somente
para estes.

2.2.1
Benefícios da Podem haver variações significativas nas instalações de canteiro, conforme o tipo
padronização de obra. Um prédio de apartamentos, um conjunto habitacional, uma estrada, uma
usina hidroelétrica ou uma planta industrial, podem apresentar canteiros tão
distintos quanto as tecnologias empregadas. Deste modo, a padronização deve ser
encarada como uma estratégia a considerar em maior ou menor grau, sendo mais
recomendada para empresas que constróem obras com tipologia e tecnologia
semelhantes, como é o caso da grande maioria das construtoras e incorporadoras
de edificações.
11

Conforme Maia et al. (1994), dentre os principais critérios para determinar quais
os processos a serem padronizados na construção de edifícios devem estar a sua
importância em termos de custo e o grau de repetição. A padronização das
instalações de canteiro é fortemente justificada e recomendada pelo segundo
critério (repetição), pois qualquer obra, independentemente do porte ou
tecnologia, necessita de tais instalações. Para empresas que constróem obras com
características semelhantes, a repetição assume um caráter ainda mais forte,
existindo a possibilidade das instalações de canteiro serem praticamente idênticas
em todas as obras, respeitadas as particularidades intrínsecas ao layout de cada
canteiro. Especificamente no que diz respeito às instalações de canteiro, a
padronização pode trazer os seguintes benefícios:
(a) diminuição das perdas de materiais, como decorrência do reaproveitamento,
da melhor qualidade e da utilização mínima de componentes nas instalações
(somente o especificado pelo padrão, nada mais);
(b) facilidade para o planejamento do layout dos novos canteiros, pois muitos
dos padrões são dados necessários à realização da atividade;
(c) contribuição para a formação de uma imagem da empresa no mercado,
lembrando que a qualidade do padrão é o fator que determina se esta
imagem é positiva ou negativa;
(d) conformidade com os requisitos da NR-18 (Fundacentro, 1999), evitando
multas e prevenindo acidentes;
(e) possibilidade de elaboração de um modelo básico de PCMAT (Programa de
Condições e Meio Ambiente de Trabalho) a partir dos padrões estabelecidos.
Desta forma o PCMAT refletirá a realidade da empresa, ao contrário do que
aconteceria se a elaboração do mesmo não considerasse as reais práticas
(padrões) da empresa;
(f) estabelecimento da base, a partir da qual o processo de introdução de
melhorias nos canteiros é implantado.
Apesar destes benefícios potenciais, são poucas as empresas que possuem seus
canteiros padronizados. Durante o já citado diagnóstico junto à quarenta
canteiros no Rio Grande do Sul foi constatado o pouco uso da padronização,
tendo sido observadas as seguintes práticas:
(a) as melhorias existentes em um canteiro não eram estendidas aos demais,
ainda que tratassem de instalações simples, como o uso de dosadores de
água ou depósitos para entulho;
(b) a improvisação e a falta de uma estratégia definida acerca da tipologia das
instalações provisórias era visível, não existindo nenhum documento que
registrasse o sistema utilizado pela empresa. Deste modo, detectava-se o uso,
dentro da mesma empresa, de diferentes sistemas em chapas de
compensado, ou o uso não criterioso de instalações em alvenaria e
compensado;
(c) as instalações de segurança também eram improvisadas, salientando-se itens
como os corrimãos provisórios de escadas, proteção no poço do elevador e
andaimes. Algumas dessas instalações, como os guarda-corpos do poço do
elevador, eram indevidamente retiradas pelos operários para uso em outros
locais da obra, o que em parte devia-se ao caráter precário das mesmas.

2.2.2
Etapas da A padronização dos canteiros pode ser normalmente realizada em um período
padronização que varia de dois à três meses, incluindo quatro etapas: diagnóstico, reuniões do
grupo de padronização, elaboração do manual de padrões e elaboração do plano
12

de implantação e controle.
O diagnóstico deve envolver, de preferência, todas as obras da empresa,
podendo ser realizado através da aplicação do método apresentado no item 2.1
deste trabalho. Tendo em vista a padronização, o diagnóstico deve atingir os
seguintes objetivos:
(a) identificar padrões já existentes e padrões novos que necessitarão ser
elaborados;
(b) identificar as deficiências mais freqüentes e graves nos canteiros, as quais
poderão ter seus respectivos novos padrões priorizados para implantação;
(c) justificar a necessidade do trabalho de padronização e demonstrar a
importância do planejamento do canteiro, a partir do relato dos problemas
detectados.

No fechamento da etapa deve ser feita uma reunião, contando com a presença de
mestres, engenheiros de obra e diretores, sendo apresentadas e discutidas as
conclusões do diagnóstico, além de sugeridas soluções para os problemas
encontrados. Nesta reunião também devem ser definidos os participantes do
grupo de padronização e quais instalações serão padronizadas. Este grupo não
deve ter um número excessivo de participantes (seis pessoas é um bom limite
máximo), devendo envolver engenheiros, mestres-de-obra e técnicos em
segurança. É fundamental que um ou mais dos componentes do grupo detenha
poder de decisão dentro da empresa, de forma que, com base nos recursos e
necessidades da empresa, seja dada agilidade às decisões, facilitando o processo
de implantação do padrão estabelecido.
Desde a primeira reunião de padronização, já devem ser definidos um
coordenador e um responsável pela redação preliminar dos padrões
estabelecidos, os quais deverão também elaborar o manual de padronização no
seu formato final. Ao coordenador do grupo caberá conduzir as reuniões a partir
de uma listagem dos itens a serem discutidos. O quadro 2.2 abaixo apresenta um
exemplo de programação das reuniões de padronização, incluindo uma sugestão
de itens a serem abordados. As reuniões geralmente têm duração entre uma hora
e uma hora e trinta minutos, recomendando-se que estas sejam realizadas
semanalmente.
A definição dos padrões deve considerar basicamente quatro fatores:
(a) a capacitação técnica e financeira da empresa, de modo a se planejar padrões
viáveis de implantação;
(b) a estratégia de produção (mesmo que esta só exista de forma implícita), de
modo que os padrões sejam coerentes com as prioridades e objetivos estratégicos
da empresa. Por exemplo, se a empresa visa reduzir custos com transporte de
materiais pode ser interessante padronizar o uso de pallets no transporte de
blocos e cimento;
(c) benchmarks, os quais serão úteis para a elaboração de padrões novos e revisão
dos já existentes;
(d) os requisitos da NR-18 (Fundacentro, 1999), para padronização das
instalações de segurança e áreas de vivência.
13

Exemplo de programação das etapas de padronização de canteiros QUADRO 2.2

Reunião Assuntos
1 Apresentação dos resultados do diagnóstico e apresentação do cronograma ao grupo de
trabalho
2 Sistema construtivo das instalações provisórias, tapumes e placa da empresa
3 Portão para veículos, portão para pessoas, acesso coberto, guarita do vigia, escritório,
almoxarifado, refeitório
4 Vestiário, instalações sanitárias, escadas permanentes, rampas e escadas provisórias, escadas
de mão, aberturas no piso
5 Poço do elevador, proteção periférica, sinalização de segurança, EPI e uniforme, instalações
elétricas, caixa de capacetes para visitantes
6 Bandejas salva-vidas, andaimes suspensos, proteção contra incêndio, elevador de carga,
serra circular, elevador de passageiros, vias de circulação, entulho
7 Produção de argamassa, armazenamentos de cimento, agregados, blocos cerâmicos,
armaduras, tubos de PVC e eletrodutos, planejamento de layout, programa de avaliação da
organização do canteiro
8 Entrega do manual ao grupo e elaboração do plano de implantação e controle

Em relação à elaboração do manual, os padrões devem ser concebidos se


assumindo que os mesmos têm caráter evolutivo, isto é, eles podem e devem ser
alterados quando for viável implantar uma solução mais eficiente que a atual.
Como decorrência das inevitáveis alterações, não é recomendável elaborar um
manual único com todos os padrões, sendo mais interessante desagregá-los em
diversos manuais particulares. Uma sugestão é agrupar os padrões em nove
manuais, conforme a proposta apresentada abaixo:
(a) sistema construtivo das instalações provisórias;
(b) instalações provisórias - acessos à obra: tapumes, placa da empresa, portão
para pessoas, portão para veículos, acesso coberto;
(c) instalações provisórias - áreas de vivência e de apoio: plantão de vendas,
guarita do vigia, escritório, almoxarifado, refeitório, vestiário e instalações
sanitárias;
(d) segurança na obra - proteções contra quedas de altura: escadas, escadas de
mão, poços de elevadores, proteção contra queda na periferia dos
pavimentos, aberturas no piso, bandejas salva-vidas, andaimes suspensos,
elevador de passageiros;
(e) segurança na obra - elevador de carga;
(f) segurança na obra - instalações complementares: sinalização de segurança,
EPI´s e uniforme, caixa de capacetes para visitantes, instalações elétricas,
proteção contra incêndio, serra circular;
(g) movimentação e armazenamento de materiais: vias de circulação, entulho,
produção de argamassa e concreto, armazenamentos de cimento, agregados,
blocos, aço e tubos de PVC;
(h) planejamento de layout: envolve diretrizes para dimensionamento e locação
das instalações de canteiro; e
(i) manutenção da organização dos canteiros: programa 5S.
A redação dos padrões deve ser em linguagem simples e objetiva, priorizando-se
a colocação de figuras. Também deve ser observada a necessidade de
14

padronização da própria documentação, ou seja, de seus cabeçalhos, rodapés,


caracteres alfa-numéricos e capas. Caso a empresa já possua certificação com base
nas normas da série ISO 9000, ou deseje obtê-la, os padrões dos canteiros devem
observar a hierarquia e formato da documentação da qualidade da empresa
Uma alternativa simples para a redação dos padrões consiste na redação dos
mesmos sob a forma de check lists, os quais apenas referenciam as páginas do
manual nas quais podem ser encontradas as figuras necessárias à sua
interpretação.
Após o término da elaboração dos manuais se faz necessário estabelecer um
plano de implantação e controle dos padrões. Tal plano pode ser elaborado
através da técnica do 5W2H (o que?, quem?, quando?, onde?, por que?, como?,
quanto custa?), respondendo cada uma das sete questões para os padrões
considerados prioritários.
Além do plano de ação, outras medidas podem ser adotadas para facilitar a
disseminação, implantação e controle dos padrões:
(a) realização de reuniões de treinamento com mestres, engenheiros e
encarregados não participantes do grupo de padronização. Tais reuniões têm
o objetivo de divulgar o plano de implantação, evidenciar sua importância e
explicar o conteúdo dos manuais, esclarecendo inclusive aspectos técnicos de
cada padrão;
(b) avaliar periodicamente a aplicação dos padrões em todas as obras da
empresa. Esta tarefa pode ser feita utilizando-se check-lists correspondentes
aos padrões de cada manual; e
(c) alterar os manuais sempre que algum padrão for modificado.

2.3
Planejamento do O planejamento de canteiro deve ser realizado através de um procedimento
canteiro sistematizado, compreendendo cinco etapas básicas:
(a) análise preliminar: esta etapa envolve a coleta e a análise de dados, sendo
fundamental para a execução qualificada e ágil das demais etapas. A não
realização completa e antecipada da análise preliminar pode provocar
interrupções e atrasos durante as etapas posteriores, visto que faltarão as
informações necessárias para a tomada de decisões. As empresas que possuem
suas instalações de canteiro padronizadas realizarão com maior facilidade esta
etapa, uma vez que boa parte das informações requeridas estão prontamente
disponíveis. As principais informações que devem ser coletadas nessa etapa são
as seguintes:
• Programa de necessidades do canteiro: devem ser listadas todas as
instalações de canteiro que deverão ser locadas, estimando-se a área
aproximada necessária para cada uma delas. Para tanto, recomenda-se o uso
de um check-list como o apresentado na Figura 2.3.
• Informações sobre o terreno e o entorno da obra: devem estar disponíveis
informações tais como a localização de árvores na calçada e dentro do
terreno, pré-existência de rede de esgoto, passagem de rede alta tensão em
frente ao prédio, desníveis do terreno, rua de trânsito menos intenso caso o
terreno seja de esquina, etc. Mesmo que estas informações estejam
representadas nas plantas dos vários projetos, é recomendável a conferência
in loco;
15

Instalações Provisórias - Áreas de vivência e de apoio OK Dimensões estimadas


a) Quarto do funcionário residente
b) Escritório
c) Almoxarifado da empresa
d) Almoxarifado dos empreiteiros
e) Refeitório
f) Vestiário
g) Área de lazer
h) Instalações sanitárias
i) Acesso coberto para pessoas
j) Portão de veículos
k) Portão para pessoas
l) Plantão de vendas
Instalações de Movimentação e Armazenamento de OK Dimensões estimadas
Materiais
a) Elevador de carga (guincho) e posto do guincheiro
b) Grua
c) Betoneira
d) Baia de areia
e) Baia de brita
f) Baia de argamassa pré-misturada
g) Estoque de cimento
h) Estoque de blocos
i) Estoque de armaduras
j) Estoque de tubos de PVC
k) Estoque de gesso
l) Caçamba ou baia para entulho
m) Central de carpintaria
n) Central de aço

Exemplo de check-list para pré-dimensionamento das instalações do canteiro FIGURA 2.3

• Definições técnicas da obra: devem estar definidas as principais tecnologias


construtivas adotadas, a fim de que se possa ter claro quais serão os espaços
necessários para a circulação, estocagem de materiais e áreas de produção.
São exemplos de definições desta natureza o tipo de estrutura (concreto
usinado, pré-moldados, estrutura de aço, etc.), tipo de argamassa (ensacada,
pré-misturada ou feita na obra), tipo de bloco de alvenaria ou tipo de
revestimento de fachadas;
16

• Cronograma de mão-de-obra: deve ser estimado o número de operários no


canteiro para três fases básicas do layout, ou seja, para a etapa inicial da obra
a etapa de pico máximo de pessoal e a etapa final ou de desmobilização do
canteiro;
• Cronograma físico da obra: a elaboração do cronograma de layout requer a
consulta ao cronograma físico da obra, uma vez que é normal a existência de
interferências entre ambos. Embora o cronograma físico original possa sofrer
pequenas alterações para viabilizar um layout mais eficiente, deve-se, na
medida do possível, procurar tirar proveito da programação estabelecida sem
alterá-la. Entretanto são comuns situações que exigem, por exemplo, o
retardamento da execução de trechos de paredes, rampas ou lajes para
viabilizar a implantação do canteiro. Além destas análises de atrasos ou
adiantamento de serviços, o estudo do cronograma físico permite a coleta de
outras informações importantes para o estudo do layout, como, por exemplo,
a verificação da possibilidade de que certos materiais não venham a ser
estocados simultaneamente a outros (blocos e areia, por exemplo), o prazo de
liberação de áreas da obra passíveis de uso por instalações de canteiro, prazo
de início da alvenaria (para reservar área de estocagem de blocos), etc.;
• Consulta ao orçamento: com base no levantamento dos quantitativos de
materiais e no cronograma físico, podem ser estimadas as áreas máximas de
estoque para os principais materiais.
(b) arranjo físico geral: a etapa de definição do arranjo físico geral, também
denominado de macro-layout, envolve o estabelecimento do local em que cada
área do canteiro (instalação ou grupo de instalações) irá situar-se, devendo ser
estudado o posicionamento relativo entre as diversas áreas. Nesta etapa, por
exemplo, define-se de forma aproximada, a localização das áreas de vivência,
áreas de apoio e área do posto de produção de argamassa;
(c) arranjo físico detalhado: envolve o detalhamento do arranjo físico geral, ou a
definição do micro-layout, no qual é estabelecida a localização de cada
equipamento ou instalação dentro de cada área do canteiro. Nesta etapa define-
se, por exemplo, a localização de cada instalação dentro das áreas de vivência, ou
seja, as posições relativas entre vestiário, refeitório e banheiro, com as respectivas
posições de portas e janelas;
(d) detalhamento das instalações: definido o arranjo físico do canteiro, faz-se
necessário planejar a infra-estrutura necessária ao funcionamento das instalações.
Desta forma, com base nos padrões da empresa, devem ser estabelecidos, por
exemplo, a quantidade e tipos de mesas e cadeiras nos refeitórios, quantidades e
tipos de armários nos vestiários, técnicas de armazenamento de cada material,
tipo de pavimentação das vias de circulação de materiais e pessoas, local e forma
de fixação das plataformas de proteção, etc.;
(e) cronograma de implantação: este cronograma deve apresentar graficamente o
seqüenciamento das fases de layout, além de explicitar as fases ou eventos da
execução da obra (concretagem de uma laje, por exemplo) que determinam uma
alteração no layout. O cronograma é útil para a divulgação do planejamento, para
a programação da alocação de recursos aos trabalhos de implantação do canteiro,
e, ainda, para o acompanhamento da implantação, facilitando a identificação e
análise de eventuais atrasos. A figura 2.4 abaixo apresenta um exemplo de
cronograma de layout.
17

Mar '96 Apr '96


ID Task Name 04/03 11/03 18/03 25/03 01/04 08/04 15/04 22/04 29/04 06/05
1 Eventos Chave

2 Concret. laje do térreo 2 aberturas na laje (80 x 80 e 250 x 80)

3 Concretagem laje 2º
pav
4 Desforma laje 2º pav.

5 Inst. Hidr. Subsolo

6 Contrapiso subsolo

8 Implantação Layout

9 Subsolo betoneira;guincho;baia
s
10 Térreo guarita;vestiário
11 Retirada container

12

Exemplo de cronograma de layout FIGURA 2.4

O layout já deve ser estudado a partir do momento em que estiver disponível o


anteprojeto arquitetônico do edifício. Contudo, nessa etapa ainda não há
necessidade de dimensionar e locar com precisão as instalações.
A consideração do layout já nesta etapa tem como principal objetivo permitir que,
na medida do possível, o projeto arquitetônico e os projetos complementares
possam considerar as necessidades do projeto do canteiro de obras. Tal prática
tende a evitar que o projeto do canteiro seja, como ocorre muitas vezes, uma mera
conseqüência das restrições impostas pelos projetos executivos.
Obviamente que as interferências do canteiro nos outros projetos não irão
implicar em mudanças radicais na concepção inicial dos projetos. Embora as
mudanças devam se limitar a intervenções de pequeno impacto, elas podem ser
fundamentais para a viabilização de um layout eficiente. Dentre os assuntos que
podem ser objeto de intervenção podem ser citadas a largura ou o
dimensionamento de uma rampa para passagem de caminhões ou a execução de
um detalhe na fachada para viabilizar a colocação de uma grua.
O planejamento do canteiro deve preferencialmente ser coordenado pelo gerente
técnico da obra. Além deste, é fundamental a participação do mestre-de-obras e
de representantes dos empreiteiros envolvidos. Caso o estudo seja feito ainda
durante a etapa de anteprojeto, deve ser elaborada uma planta de anteprojeto do
canteiro para ser encaminhada a todos os projetistas, a fim de que todos
verifiquem a existência de eventuais interferências com seus projetos.

2.4
Programa de É comum que exista entre os profissionais da construção civil a percepção de que
manutenção da canteiros de obra são locais destinados a serem sujos e desorganizados,
organização do características determinadas pela natureza do processo produtivo e pela baixa
canteiro qualificação da mão-de-obra. Os diagnósticos realizados junto aos quarenta
canteiros de obra, confirmaram que, na maior parte destas obras, a desorganização
dos canteiros realmente confirma esta percepção. Entretanto, algumas obras
mostraram-se significativamente superiores às demais em termos de limpeza e
18

organização. A causa identificada para essa melhor situação foi a existência, nestas
empresas, de programas de envolvimento dos funcionários à gestão do canteiro.
Tais programas, através de treinamento, colocação de metas, avaliação de
desempenho e premiações, conscientizavam e estimulavam os trabalhadores a
manter a obra limpa e organizada.
Estes programas têm como base os princípios dos programas 5S, os quais visam a
criar nas organizações um ambiente propício a implantação de programas de
qualidade, através do desenvolvimento de cinco práticas ou sensos nos
indivíduos: descarte (seiri), ordem (seiton), limpeza (seiso), asseio (seiketsu) e
disciplina (shitsuke) (Osada, 1992).
A primeira prática, o descarte, tem como princípio identificar materiais ou
objetos que são desnecessários no local de trabalho e encaminhá-los ao descarte,
retirando-os do canteiro de obras. Além de liberar áreas do canteiro, o descarte
pode resultar em benefícios financeiros através da venda dos materiais.
A segunda prática, a organização, visa a estabelecer lugares certos para todos os
objetos, diminuindo o tempo de busca pelos mesmos. A implementação da
prática pode se dar através de comunicação visual e padronização. A definição de
lugares certos para cada documento no escritório, o etiquetamento de prateleiras
de materiais no almoxarifado ou o uso de uma cor diferente nos capacetes dos
visitantes, são exemplos de práticas adotadas.
A terceira prática, a limpeza, visa a, além de tornar mais agradável o ambiente de
trabalho, melhorar a imagem da empresa perante clientes e funcionários e
facilitar a manutenção dos equipamentos e ferramentas. Um local mais limpo é
mais transparente, permitindo a identificação visual de problemas e facilitando o
acesso aos equipamentos.
A quarta prática, o asseio, tem como objetivos conscientizar os trabalhadores
acerca da importância de manter a higiene individual, assim como de manter
condições ambientais satisfatórias de trabalho, tais como os níveis de ruído,
iluminação e de temperatura.
A última prática, a da disciplina, visa a desenvolver a responsabilidade
individual e a iniciativa dos trabalhadores, podendo ser desenvolvida através do
treinamento. Esta prática pode ser medida, por exemplo, através dos níveis de
utilização dos equipamentos de proteção individual (EPI).
Diversas empresas de construção têm implantado programas de manutenção da
organização dos canteiros com base nestes princípios, porém em muitos casos
sem a utilização do termo 5S (é comum o programa SOL - segurança, organização
e limpeza) e sem um estudo mais aprofundado de suas recomendações de
implantação, o que tem limitado sua eficiência. Tratando especificamente da
aplicação do programa 5S à organização dos canteiros, sugerem-se as seguintes
diretrizes para implantação:
(a) definir critérios objetivos de avaliação: devem ser listados os itens do
canteiro a serem avaliados e estabelecidos os critérios de avaliação para cada
item. Na avaliação da limpeza do canteiro, por exemplo, poderia ser utilizado um
check-list semelhante ao apresentado na Figura 2.5. Deve ser observado que os
critérios de avaliação devem ser alterados na medida em que já estiverem
incorporados à rotina do canteiro, sendo substituídos por critérios novos ou mais
exigentes.
19

Boas práticas SIM NÃO Não se aplica


1) As paredes dos barracos estão limpas, sem restos de argamassa ou
qualquer outro tipo de sujeira visível
2) Inexiste água empoçada em locais de circulação
3) Os banheiros estão limpos e não exalam mau cheiro para as
instalações vizinhas

Exemplo de check-list para avaliação da limpeza do canteiro FIGURA 2.5

Considerando que os resultados da avaliação de diferentes itens devem ser


expressos sob uma unidade comum de medida, a nota atribuída ao item limpeza
com base na aplicação do check-list pode ser enquadrada em faixas de
desempenho, representadas por cores, conforme o exemplo abaixo:
• nota de 0 à 5 = faixa vermelha
• nota de 5,1 à 8,0 = faixa amarela
• nota de 8,1 à 10,0 = faixa verde
Da mesma forma que neste exemplo, qualquer outro critério de avaliação poderia
ter seu resultado adaptado às faixas apresentadas. O item de avaliação
reclamações de vizinhos, por exemplo, poderia ter critérios estabelecendo que,
em uma dada semana, situaria-se na faixa verde caso não houvesse reclamação,
situaria-se na faixa amarela caso houvesse uma reclamação e na faixa vermelha
caso houvesse mais de uma.
(b) estabelecer avaliadores e periodicidade de avaliação: a avaliação não deve
ser feita unicamente por alguém diretamente interessado no seu resultado, tal
como o mestre, os operários ou o engenheiro da obra. Assim, é recomendável que
além da participação de membros internos à obra, exista também um avaliador
externo, representado, por exemplo, por outro engenheiro da empresa ou um
consultor. Quanto à periodicidade de avaliação, a prática mais comum é a
avaliação semanal, podendo ou não ter dia e horário pré-fixados. O fato de não
haver um dia preestabelecido normalmente é vantajoso, uma vez que evita a
organização circunstancial do canteiro.
(c) estabelecer sistema de premiação: devem ser tomados alguns cuidados na
definição da premiação, uma vez que a mesma constitui importante fator de
motivação dos funcionários envolvidos no programa. Inicialmente, deve-se
estabelecer se a premiação (e não a avaliação) será individual ou coletiva.
Recomenda-se que a definição da premiação seja feita em conjunto com os
trabalhadores, podendo ser alterada no decorrer do tempo. Outro assunto
importante é o estabelecimento do patamar de desempenho necessário para
receber a premiação. Nesse sentido, sugere-se a definição de um limite mínimo de
desempenho, acima do qual todas as obras da empresa serão premiadas, mesmo
que alguma obra se sobressaia sobre as demais. Um sistema de concorrência entre
obras poderia ser utilizado paralelamente a este, dando um prêmio adicional
para a melhor obra. Contudo, o uso exclusivo do sistema de concorrência não é
recomendável, já que poderia ocorrer favorecimento de obras com determinadas
características ou fases de execução mais fáceis de serem gerenciadas.
(d) forma de expressar os resultados: os itens e critérios de avaliação, assim como
os resultados da mesma, devem ser expressos no canteiro da forma mais
transparente e objetiva possível, de modo que todos os trabalhadores possam
compreender seu significado. As Figuras 2.6 e 2.7 apresentam dois exemplos de
quadros com resultados de avaliação de canteiros. O quadro da Figura 2.6
20

apresenta os resultados através de notas e gráficos de barras, enquanto que o


quadro da Figura 2.7, de mais fácil compreensão, apresenta os resultados através
de faixas de desempenhos, representadas por cartões coloridos.

Exemplo de quadro de apresentação de resultados do Programa 5S cuja FIGURA 2.6


compreensão é relativamente difícil

Exemplo de quadro de apresentação de resultados do Programa 5S de fácil FIGURA 2.7


compreensão
Capítulo 3
Diretrizes para o Planejamento
de Canteiros de Obra
22

Capítulo 3
Diretrizes para o Planejamento
de Canteiros de Obra

3.1
Tipologia das Embora na maior parte dos canteiros predominem os barracos em chapas de
instalações compensado, existem diversas possibilidades para a escolha da tipologia das
provisórias instalações provisórias, cada uma com suas vantagens e desvantagens. Seja qual
for o sistema utilizado, devem ser considerados os seguintes critérios: custos de
aquisição, custos de implantação, custos de manutenção, reaproveitamento,
durabilidade, facilidade de montagem e desmontagem, isolamento térmico e
impacto visual. A importância de cada critério é variável conforme as
necessidades da obra. Nesta seção são apresentados dois sistemas: um sistema
racionalizado em chapas de compensado e o sistema de containers. Na seção 3.1.3
são discutidos exemplos de combinações possíveis entre os dois sistemas. Além
das opções discutidas, outra alternativa são as instalações em alvenaria, mais
interessantes quando as instalações provisórias podem tornar-se permanentes
após o final da obra.

3.1.1
Sistema O sistema tradicional racionalizado representa um aperfeiçoamento dos barracos
tradicional em chapa de compensado comumente utilizados, de forma a aumentar o seu
racionalizado reaproveitamento e facilitar a sua montagem e desmontagem. O sistema
racionalizado constitui-se de módulos de chapa de compensado resinado, com
espessura mínima de 14 mm, ligados entre si por qualquer dispositivo que facilite
a montagem e a desmontagem, tais como parafusos, dobradiças ou encaixes
Os seguintes requisitos devem ser considerados na concepção do sistema:
(a) Proteger as paredes do banheiro contra a umidade (requisito da NR-18),
revestindo-as, por exemplo, com chapa galvanizada ou pintura
impermeável. Com o mesmo objetivo, é recomendável que o piso dos
banheiros seja feito em contrapiso cimentado, e não em madeira;
(b) Prever módulos especiais para portas e janelas. As janelas preferencialmente
devem ser basculantes, garantindo iluminação natural à instalação;
(c) Fazer a cobertura dos barracos com telhas de zinco, as quais são mais
resistentes ao impacto de materiais se comparadas às telhas de fibrocimento.
Além de usar telhas de zinco, pode ser necessária a colocação de uma
proteção adicional sobre os barracos, como, por exemplo, uma tela suspensa
de arame de pequena abertura;
(d) Pintar os módulos nas duas faces, assim como selar os topos das chapas de
compensado, contribuindo para o aumento da durabilidade da madeira.
(e) Prever opção de montagem em dois pavimentos, já que esta será uma
alternativa bastante útil em canteiros restritos. Um problema que pode
surgir ao planejar-se um sistema com dois pavimentos é a interferência com
a plataforma principal de proteção. Nesse caso, uma solução que tem sido
aceita pela fiscalização é o deslocamento da plataforma para a laje
imediatamente superior, somente no trecho em que existe interferência.
23

O mesmo sistema descrito poderia também ser feito com chapas metálicas
galvanizadas, tomando-se o cuidado adicional, neste caso, de acrescentar algum
tipo de isolamento térmico às paredes, como por exemplo, placas de isopor
acopladas as mesmas. Deve-se estar atento ainda, para o fato de que o sistema
apresentado pode ser aproveitado também em áreas cobertas. Nesse caso, os
únicos componentes do sistema a serem usados são os módulos de parede.

3.1.2
Containers A utilização de containers na construção é uma prática habitual em países
desenvolvidos e uma alternativa adotada há algum tempo em obras de montagem
industrial e grandes empreendimentos. Embora atualmente venha ocorrendo uma
disseminação do uso de containers em obras de edificações residenciais e
comerciais, essa opção ainda é minoritária se comparada aos barracos em
madeira.
Apesar de existir a opção de compra de container com isolamento térmico, o
custo desta opção faz com que ela raramente seja utilizada, ocasionando a
principal reclamação dos operários em relação ao sistema: as temperaturas
internas são muito altas em dias mais quentes. Tendo em vista a minimização do
problema, algumas medidas simples podem ser adotadas: pintura externa em cor
branca, execução de telhado sobre o container e ventilação natural de, no mínimo,
15% da área do piso, composta por, no mínimo, duas aberturas (NR-18).
Além dos requisitos de ventilação, a NR-18 (Fundacentro, 1999) tem outras
exigências importantes em relação aos containers:
(a) a estrutura dos containers deve ser aterrada eletricamente, prevenindo
choques elétricos por contatos indiretos;
(b) containers originalmente usados no transporte e/ou acondicionamento de
cargas devem ter um atestado de salubridade relativo a riscos quimícos,
biológicos e radioativos, com o nome e CNPJ da empresa responsável pela
adaptação.
Em que pese o relativo alto custo de aquisição e as dificuldades para manter um
bom nível de conforto térmico, os containers apresentam diversas vantagens, tais
como a rapidez no processo de montagem e desmontagem, reaproveitamento
total da estrutura e a possibilidade de diversos arranjos internos.
As dimensões usuais dos containers encontrados no mercado são 2,4 m x 6,0 m e
2,4 m x 12,0 m, ambos com altura de 2,60 m. Existem diversos fornecedores no
mercado (aluguel e venda), havendo opções de entrega do container já montado
ou somente de entrega de seus componentes para montagem na obra. Em caso de
empilhamento de unidades (Figura 3.1), deve-se priorizar a colocação de
depósitos de materiais no módulo térreo, tendo em vista a facilidade de acesso.
24

Containers empilhados, substituindo os barracos de chapas de compensado FIGURA 3.1

3.1.3
Exemplos de Nesta seção são comparados os custos de três opções de implantação das
estratégias instalações provisórias, tendo sido adotados os seguintes parâmetros de
para referência:
implantação
• a obra tem duração de doze meses;
das
instalações • o pico máximo será de vinte e cinco operários;
provisórias • a vida útil das chapas de compensado pintadas é igual a 3 anos;
• os barracos são de dois pavimentos, executados conforme a descrição do item
anterior, com piso cimentado;
• considera-se que todos os materiais foram adquiridos novos para esta obra;
• não será considerada a depreciação dos equipamentos;
• tanto os barracos quanto os containers devem abrigar banheiros, vestiário,
escritório, almoxarifado e refeitório;
• o custo de entrega ou retirada do container de 12 x 2,40 m na obra é de $ 250; e
• o custo da chapa de compensado de 14 mm é de $ 16 e o custo de
aquisição do container é de $ 3000.
As opções consideradas foram as seguintes:
(a) Opção A: esta opção considera a aquisição de dois containers de dimensões 12
x 2,40 m (área de 57,6 m2), os quais substituirão totalmente os barracos em chapas
de compensado, abrigando todas as instalações durante todo o período de
execução da obra. O custo desta opção, incluindo a entrega e retirada do
container do canteiro, fica em torno de $ 6500.
(b) Opção B: a opção B considera a utilização do sistema racionalizado em chapas
de compensado, em área equivalente aos dois containers da opção A, abrigando
todo o pessoal da obra durante o período de execução. O custo da opção B,
incluindo custos com mão-de-obra para montagem e desmontagem dos barracos,
ficaria em torno de $ 3700.
(c) Opção C: a opção C considera que será alugado um container de dimensões 12
x 2,40 m nas fases inicial e final (3 meses de aluguel, a $ 500/mês) da obra,
locando as instalações em áreas construídas do prédio no restante do período.
Aproximando os valores, o custo da opção C fica em torno de $ 3200.
25

Considerando somente a primeira obra, o custo da opção A é 76% superior ao das


opções B e C. Esta última opção é a mais barata, tendo custo 13,5% inferior ao da
opção B. A Figura 3.2 abaixo mostra o incremento de custos de cada opção ao
longo de 4 anos, admitindo que neste período a construtora executou 4 obras
semelhantes à utilizada no exemplo. Observa-se que na segunda e na terceira
obra (ou no segundo e no terceiro ano) a opção B teria o custo mais baixo,
enquanto que a partir da quarta obra a opção A assumiria esta posição. Ainda
que a análise seja simplificada, desconsiderando os custos financeiros, a tendência
observada é que a opção de uso exclusivo dos containers revele-se a mais
vantajosa economicamente no médio e longo prazo.

12000

10000

8000
Opção A
Custo

6000 Opção B
Opção C
4000

2000

0
1 2 3 4
Obra

Evolução dos custos de diferentes alternativas de implantação de instalações FIGURA 3.2


provisórias

3.2
Instalações De acordo com a definição da NR-18 (Fundacentro, 1999), as áreas de vivência
provisórias: áreas (refeitório, vestiário, área de lazer, alojamentos e banheiros) são áreas destinadas a
de vivência e de suprir as necessidades básicas humanas de alimentação, higiene, descanso, lazer,
apoio convivência e ambulatória, devendo ficar fisicamente separadas das áreas
laborais. Esta norma também exige, tendo em vista as condições de higiene e
salubridade, que estas áreas não sejam localizadas em subsolos ou porões de
edificações.
Já as áreas de apoio (almoxarifado, escritório, guarita/portaria e plantão de
vendas) compreendem aquelas instalações que desempenham funções de apoio à
produção, abrigando funcionário(s) durante a maior parte ou durante todo o
período da jornada diária de trabalho, ao contrário do que ocorre nas áreas de
vivência, as quais só são ocupadas em horários específicos. Nas próximas seções
são apresentadas diretrizes para o planejamento do layout e da logística de cada
uma das instalações que compõem as áreas de vivência e de apoio de um
canteiro.

3.2.1
Refeitório Considerando a inexistência de norma que estabeleça um critério para
dimensionamento de refeitório, sugere-se o uso do parâmetro 0,8 m2/pessoa. Este
valor tem por base a experiência de diferentes empresas, considerando que os
refeitórios dimensionados através dele demonstraram possuir área suficiente para
abrigar todos os funcionários previstos, não se detectando reclamações.
26

Existem duas exigências básicas para definir a localização do refeitório. A


primeira, comum as demais áreas de vivência, é a proibição de sua localização em
subsolos ou porões (NR-18). A segunda exigência é a inexistência de ligação
direta com as instalações sanitárias, ou seja, não possuir portas ou janelas em
comum com tais instalações. A segunda exigência não implica necessariamente
em posicionar o refeitório afastado dos banheiros, visto que a proximidade é
desejável para facilitar a utilização dos lavatórios destes.
Considerando que o refeitório é uma instalação que abriga muitas pessoas
simultaneamente, além de conter aquecedores de refeições, é indispensável que o
mesmo possua uma boa ventilação. Dentre os vários modos de ventilar
naturalmente a instalação, alguns dos mais utilizados têm sido a execução de
uma das paredes somente até meia-altura ou o fechamento lateral somente
através de tela de arame ou nailon (Figura 3.3), o que é uma solução inadequada
em regiões de clima frio. Contudo, seja qual for o tipo de fechamento, é
importante que o mesmo isole a instalação das áreas de produção e circulação,
evitando a penetração de pequenos animais e contribuindo para a manutenção da
limpeza do local.
Apesar de ser uma instalação exigida pela NR-18 (Fundacentro, 1999), algumas
empresas não colocam refeitório nos canteiros e outras os mantêm em condições
precárias, alegando a pouca utilização por parte dos funcionários. A justificativa
comum é a de que os trabalhadores não gostam de comer nos refeitórios, devido
a terem vergonha de sua marmita e de seus hábitos à mesa, preferindo fazer as
refeições em locais diversos, sozinhos ou em pequenos grupos. Entretanto, é
preciso lembrar que devido à natureza autoritária das relações de trabalho no
setor e ao baixo grau de organização e evolução social de grande parte dos
trabalhadores, melhorias no refeitório e no canteiro de modo geral, dificilmente
serão exigidas pelos operários. Desse modo, cabe à empresa dotar o canteiro de
boas condições ambientais, além de incentivar e cobrar o uso e manutenção das
instalações.
São exemplos de ações que podem ser tomadas para facilitar a assimilação do
refeitório as seguintes:
(a) colocação de mesas e cadeiras separadas (tipo bar, por exemplo) de modo a
favorecer que os trabalhadores agrupem-se segundo suas afinidades pessoais;
(b) fornecimento de refeições prontas;
(c) colocação de televisão;
(d) atendimento aos requisitos da NR-18 (Fundacentro, 1999), como por exemplo,
lixeira com tampa, fornecimento de água potável por meio de bebedouro ou
dispositivo semelhante, mesas com tampos lisos e laváveis e aquecedor de
refeições.
27

Exemplo de fechamento e mesas para refeitórios em canteiros FIGURA 3.3

3.2.2
Área de lazer A área de lazer pode ser implementada de várias formas, sendo recomendável
uma consulta prévia aos trabalhadores acerca de suas preferências. Contudo, as
características do canteiro podem restringir ou ampliar a gama de opções. Em caso
de um canteiro amplo, por exemplo, é possível ter-se um campo de futebol ou
mesmo uma situação pouco comum, tal como um espaço para cultivo de uma
horta.
Em canteiros restritos a opção mais viável é a utilização do próprio refeitório
como área de lazer, status que pode ser caracterizado pela colocação de uma
televisão, ou jogos tais como ping-pong, damas, etc. Embora a NR-18
(Fundacentro, 1999) só exija a existência de área de lazer se o canteiro tiver
trabalhadores alojados, a existência de tais áreas mesmo quando a exigência não é
aplicável pode se revelar uma iniciativa com bons resultados, contribuindo para o
aumento da satisfação dos trabalhadores (ver Figura 3.4).

Exemplo de área de lazer FIGURA 3.4


28

3.2.3
Vestiário A NR-24 (Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho) estabelece
um parâmetro de 1,5 m2/pessoa para dimensionamento de vestiários. Entretanto,
este critério é difícil de ser cumprido em canteiros restritos, fato comprovado em
um levantamento realizado junto a quatorze canteiros de Porto Alegre, nos quais
obteve-se um valor médio de 1,0 m2/pessoa.
O vestiário deve estar localizado ao lado dos banheiros e o mais próximo possível
do portão de entrada e saída dos trabalhadores no canteiro. O requisito de
proximidade com o portão de acesso de pessoal parte do pressuposto de que os
EPI básicos comuns a todos os trabalhadores (capacetes e botinas), sejam
guardados no vestiário. Visto que esta instalação é o primeiro local ao qual os
operários dirigem-se ao chegar na obra e o último local ocupado antes que os
mesmos deixem a obra no final do expediente, desta forma assegura-se que
apenas o percurso vestiário-portão seja realizado sem o uso de capacete e botina.
Tendo em vista a segurança, é também recomendável criar-se uma ligação
coberta entre o vestiário e o portão.
Uma prática comum, orientada por problemas de furto, é a colocação de acessos
independentes para vestiários e banheiros. Com o objetivo de evitar que
funcionários, ao ir no banheiro em horário de expediente violem armários de
colegas, algumas empresas nunca colocam vestiários e banheiros no mesmo
ambiente ou com acessos comuns. Esse arranjo exige que, em algumas ocasiões, o
operário tenha de percorrer trajetos ao ar livre para ir de uma instalação a outra,
comprometendo sua privacidade e expondo-se às intempéries. Neste sentido,
algumas empresas optam pela colocação somente de chuveiros no mesmo
ambiente dos vestiários ou pela implantação de arranjos físicos que garantam
privacidade e proteção no trajeto entre as instalações.
Complementando os requisitos já discutidos, são sugeridas a seguir outras
medidas para o planejamento dos vestiários:
(a) colocação de telhas translúcidas como cobertura, melhorando assim a
iluminação interna da instalação (o mesmo vale para as demais instalações
provisórias);
(b) caso existam armários junto às paredes, deslocar as janelas para cima,
aumentando sua largura para compensar a redução de altura;
(c) utilizar cabides (NR-18) de plástico ou de madeira, e não de pregos, os quais
danificam as roupas penduradas;
(d) utilizar armários individuais (NR-18), de preferência metálicos. Apesar do
preço relativo alto, o reaproveitamento e a melhor higiene tornam os
armários metálicos vantajosos em comparação a armários feitos de
compensado;
(e) identificar externamente cada compartimento do vestiário por um número;
(f) dotar os armários de dispositivo para cadeado (NR-18), mas definir que a
aquisição e colocação do cadeado é de responsabilidade de cada funcionário;
(g) definir que o capacete de cada funcionário deve ser guardado na sua
respectiva prateleira no armário;
(h) colocar bancos de madeira, com largura mínima de 30 cm (NR-18).
Uma questão geralmente mal resolvida nos vestiários é o local para colocação das
botinas, as quais por questões de higiene não são colocadas dentro dos armários.
Possíveis soluções podem ser a construção de sapateiras, divididas em
compartimentos com a mesma numeração dos armários, ou a execução de uma
divisória horizontal dentro dos armários, reservando um espaço isolado para as
29

botinas. Uma prática comum que evita este problema, porém não recomendada
por desgastar adicionalmente o calçado, é o trabalhador usar a botina como
calçado normal, utilizando a mesma no trajeto casa-trabalho.

3.2.4
Banheiros A NR-18 apresenta critérios para o dimensionamento das instalações
hidrossanitárias, estabelecendo as seguintes proporções e dimensões mínimas:
(a) 1 lavatório, 1 vaso sanitário e 1 mictório para cada grupo de 20 trabalhadores
ou fração;
(b) 1 chuveiro para cada grupo de 10 trabalhadores ou fração;
(c) o local destinado ao vaso sanitário deve ter área mínima de 1,0 m2;
(d) a área mínima destinada aos chuveiros deve ter 0,80 m2;
(e) nos mictórios tipo calha, cada segmento de 0,60 m deve corresponder a um
mictório tipo cuba.
Estes critérios devem ser interpretados como requisitos mínimos, recomendando-
se adotar, especialmente para os chuveiros, um menor número de trabalhadores
por aparelho. Tal recomendação decorre do fato de que os chuveiros geralmente
representam um ponto crítico dos banheiros no horário de fim do expediente, isto
é, são as instalações mais procuradas e, ao mesmo tempo, aquela em que os
usuários consomem mais tempo, o que origina a formação de filas caso não
existam aparelhos em número suficiente.
Embora a norma não se refira ao assunto, sugere-se que não se incluam nos seus
critérios os banheiros volantes (vaso sanitário ou mictório) colocados ao longo
dos pavimentos. A justificativa para tal recomendação baseia-se no fato de que os
banheiros volantes, por sua localização dispersa e significativa distância do
vestiário, não podem ser utilizados no momento de maior exigência,
representado pelo horário de saída do pessoal, conforme já citado. Um eventual
banheiro exclusivo para o pessoal da administração da obra (engenheiro, mestre,
estagiários e clientes) também não deve ser incluído nos critérios da NR-18
(Fundacentro, 1999).
Conforme mencionado no item 3.2.3, os banheiros devem estar localizados
próximos do vestiário, situando-se ao seu lado ou no mesmo ambiente. Caso os
banheiros sejam uma instalação vizinha, deve-se prever acessos que permitam ao
trabalhador deslocar-se de uma peça para a outra sem a perda da privacidade.
Existem várias configurações arquitetônicas que resolvem este problema. Deve-se
também observar na localização dos banheiros a possibilidade de aproveitamento
de uma eventual rede de esgoto pré-existente no canteiro e a já comentada
proibição de ligação direta com o refeitório.
Em obras com grande desenvolvimento horizontal podem ser colocados
banheiros volantes em locais próximos aos postos de trabalho, com o objetivo de
diminuir deslocamentos improdutivos durante o horário de trabalho. A NR-18
(Fundacentro, 1999) estabelece 150 m como distância limite para deslocamento
dos postos de trabalho até as instalações sanitárias, não especificando se esta
distância é horizontal, vertical ou em ambas direções.
Em obras verticais os banheiros volantes também são importantes, uma vez que
diminuem tempos improdutivos. É recomendável que estes banheiros possuam
ao menos um mictório e estejam localizados em uma área do pavimento tipo que
permita ao tubo de queda provisório atingir o térreo em local próximo ao coletor
dos esgotos dos banheiros. Em relação à disposição ao longo dos andares, uma
boa prática é colocar um banheiro volante a cada três pavimentos (Hinze, 1997).
30

A seguir são listadas algumas exigências da NR-18 (Fundacentro, 1999) e


apresentadas sugestões que podem ser úteis no planejamento das instalações
hidrossanitárias:
(a) deve existir recipiente com tampa para depósito de papéis usados junto ao
lavatório e junto ao vaso sanitário (NR-18);
(b) colocar saboneteira com detergente (tipo rodoviária) em cada lavatório;
(c) colocar naftalina ou outro tipo de desinfetante nos mictórios;
(d) de acordo com a NR-18 (Fundacentro, 1999), tanto o piso quanto as paredes
adjacentes aos chuveiros devem ser de material que resista à água e
possibilite a desinfecção. Logo, caso as paredes sejam de chapas de
compensado, as mesmas devem receber um revestimento protetor,
usualmente feito com chapa galvanizada;
(e) deve existir em cada chuveiro um estrado, um cabide de madeira e uma
saboneteira.

3.2.5
Almoxarifado O principal fator a considerar no dimensionamento do almoxarifado é o porte da
obra e o nível de estoques da mesma, o qual determina o volume de materiais e
equipamentos que necessitam ser estocados. O tipo de material estocado também
é uma consideração importante. No caso da estocagem de tubos de PVC, por
exemplo, é necessário que ao menos uma das dimensões da instalação tenha, no
mínimo, 6,0 m de comprimento.
Deve-se observar que o volume estocado é variável ao longo da execução da obra,
de modo que, em relação à fase inicial da obra, pode haver necessidade de
ampliar a área disponível nas fases seguintes em duas ou mais vezes. Em um
estudo de caso realizado, esta variação dimensional ficou bastante evidente: o
almoxarifado inicial ocupou uma área de apenas 3,6 m2, sendo a mesma
posteriormente ampliada para 30 m2. Em seis obras de porte semelhante (prédios
de seis a nove pavimentos com área construída média de aproximadamente 1600
m2) a área média do almoxarifado, para a situação mais desfavorável ao longo da
execução, foi de 27 m2.
O almoxarifado abriga as funções de armazenamento e controle de materiais e
ferramentas, devendo situar-se idealmente, próximo a três outros locais do
canteiro, de acordo com a seguinte ordem de prioridades: ponto de descarga de
caminhões, elevador de carga e escritório.
A necessidade de proximidade com o ponto de descarga de caminhões e com o
elevador de carga é evidente. No primeiro caso, a justificativa é o fato de que
muitos materiais são descarregados e armazenados diretamente no almoxarifado.
No segundo caso, considera-se que vários destes materiais devem ser, no
momento oportuno, transportados até o seu local de uso nos pavimentos
superiores, usualmente através do elevador. Já a proximidade com o escritório é
desejável devido aos freqüentes contatos entre o mestre-de-obras e o almoxarife,
facilitando-se, assim, a comunicação entre ambos.
Caso exista almoxarife, a configuração interna do almoxarifado deve ser tal que a
instalação seja dividida em dois ambientes: um para armazenamento de materiais
e ferramentas (com armários e etiquetas de identificação), e outro para sala do
almoxarife, com janela de expediente, através da qual são feitas as requisições e
entregas. Ainda é importante lembrar que no almoxarifado (ou no escritório)
deve ser colocado um estojo com materiais para primeiros socorros.
Nos canteiros onde existem subempreiteiros não vinculados ao empreiteiro
principal da obra, via de regra os subempreiteiros das instalações hidráulica e
31

elétrica utilizam uma mesma dependência para as funções de vestiário e


almoxarifado. Embora não seja recomendável, alguns subempreiteiros resistem
ao abandono dessa prática, justificando-se na preocupação em zelar pelas suas
ferramentas e pelo pouco entrosamento com os demais operários da obra.
Uma desvantagem dessa situação é o fato de que muitas vezes é difícil locar este
vestiário-almoxarifado extra próximo do ponto de descarga de caminhões, do
elevador de carga e das instalações sanitárias da obra, sendo necessário
estabelecer prioridades. Devido ao volume relativamente pequeno de materiais e
ferramentas que geralmente são guardados nestes almoxarifados e com o objetivo
de otimizar o uso das instalações hidrossanitárias, recomenda-se priorizar a
locação destes empreiteiros em posição próxima aos banheiros. Outro aspecto
negativo é o fato de que a situação dá margem para que outros empreiteiros de
menor porte também passem a exigir instalações privativas, criando dificuldades
de layout semelhantes às citadas.
Em relação ao controle de retirada e entrega de ferramentas, uma boa medida é a
implantação de uma sistemática formal de registro e cobrança diária das
ferramentas entregues aos trabalhadores. A operacionalização desta prática pode
ser feita por meio de quadros semelhantes aos da Figura 3.5.

Quadro de controle de retirada e entrega de ferramentas FIGURA 3.5

Neste sistema cada funcionário da obra é identificado por um número e cada


ferramenta é representada por uma ficha de cartolina. Sempre que um
funcionário retirar uma ferramenta, a ficha correspondente é pendurada sobre o
seu número no quadro. Ao final do dia o mestre-de-obras pode fiscalizar a
devolução e limpeza das ferramentas.
Para o controle de entrada e saída de materiais, a técnica mais simples é a
utilização de planilhas de controle de estoque, as quais devem conter campos tais
como fornecedor, especificação do material, local de uso, saldo, datas de entrega e
retirada e responsável pela retirada.

3.2.6
Escritório da O dimensionamento desta instalação é função do número de pessoas que
obra trabalham no local e das dimensões dos equipamentos utilizados (armários,
mesas, cadeiras, computadores, etc.), variáveis estas que são dependentes dos
32

padrões de cada empresa. Dimensões usuais de escritórios são 3,30 m x 3,30 m ou


3,30 m x 2,20 m.
O escritório tem a função de proporcionar um espaço de trabalho isolado para
que o mestre-de-obras e o engenheiro (somando-se a técnicos e estagiários,
eventualmente) desempenhem parte de suas atividades. Além disso, uma função
complementar é servir como local de arquivo da documentação técnica da obra
que deve estar disponível no canteiro, incluindo projetos, cronograma, licenças da
prefeitura, etc.
Em relação à sua localização, requer-se, além da proximidade com o
almoxarifado, uma posição nas imediações do portão de entrada de pessoas, a
qual torne o escritório ponto de passagem obrigatória no caminho percorrido por
clientes e visitantes ao entrar no canteiro. Também é interessante que esta
instalação esteja posicionada em local que permita que do seu interior tenha-se
uma visão global do canteiro, de modo que o mestre e/ou engenheiro possam
realizar, ao mesmo tempo, atividades no escritório e acompanhar visualmente os
principais serviços em execução.
No escritório a necessidade de uma boa iluminação faz-se mais presente do que
nas demais instalações, devido à natureza das atividades desenvolvidas, as quais
exigem boas condições visuais para a elaboração de desenhos, trabalhos em
computador e leitura de plantas e documentos diversos.
No que diz respeito à organização do escritório, a principal preocupação deve ser
quanto ao arquivamento dos documentos da obra. Este arquivamento é
comumente feito de duas formas:
(a) através da utilização de arquivos metálicos, no qual os diversos documentos
são separados por pastas, todas identificadas por etiquetas;
(b) através da utilização de caixas tipo arquivo morto, também identificadas por
etiquetas.
As duas opções requerem que inicialmente seja feita uma listagem de todos os
documentos a serem armazenados, adotando-se uma numeração para cada caixa
ou pasta. Uma folha com esta listagem pode ser fixada nas paredes do escritório.
Outras medidas eficazes para a organização do escritório são a colocação de um
mural para a fixação de plantas, cronogramas e avisos, além de um chaveiro o
qual contenha todas as chaves das instalações da obra e dos apartamentos,
devidamente identificadas por etiquetas.

3.2.7
Guarita do A existência de uma portaria formal, com um funcionário trabalhando
vigia e exclusivamente como porteiro, só é justificável em obras de grande porte nas quais
portaria há um grande fluxo diário de pessoas e veículos. Nestas obras a portaria
geralmente é aproveitada para abrigar o vigia, visto que este trabalhará somente
no turno da noite.
Neste caso, esta guarita-portaria deve observar dois requisitos de localização,
muitas vezes difíceis de serem cumpridos simultaneamente. O primeiro requisito
decorre da função de controle de entrada e saída de pessoas e caminhões,
exigindo uma localização junto ao portão de entrada de pessoas, e se possível,
também próxima ao portão de entrada de caminhões. O segundo requisito
decorre das atividades do vigia, exigindo que da instalação seja possível ter uma
visão global do canteiro, especialmente das divisas e do almoxarifado.
Já em obras de pequeno porte é mais freqüente existir apenas um vigia, o qual, se
possuir residência fora da obra, não requer uma dependência específica.
Entretanto, em muitas empresas é comum a contratação de um vigia que reside
33

na própria obra, não raramente com a família. Nestes casos exige-se, já no estudo
de layout, a alocação de um espaço para a sua residência, considerando a
necessidade de fornecimento de água e luz. Normalmente as dimensões de 2,20
m x 3,30 m ou 3,30 m x 3,30 m são suficientes.

3.2.8
Plantão de Atualmente é comum que as obras possuam um plantão de vendas, geralmente
vendas posicionado na divisa frontal do terreno e ocupando um espaço substancial.
Apesar de ser evidente a necessidade de integração do plantão de vendas ao
projeto de layout, esta recomendação com freqüência é negligenciada. Na maioria
dos casos a construção do plantão é feita com bastante antecedência em relação ao
início da obra, sem avaliar as implicações de sua localização sobre o layout geral
do canteiro.

3.3
Instalações Embora pareça um requisito óbvio, nem todos os canteiros possuem um portão
provisórias: para entrada de pessoas exclusivo, fazendo com que as pessoas tenham que entrar
acessos à obra e pelo mesmo portão de acesso de veículos. A localização do portão de pessoas deve
tapumes ser estudada em conjunto com o estudo do(s) trajeto(s) que visitantes e
funcionários devem fazer ao entrar e sair da obra. Qualquer que seja a localização
do portão, se recomenda que o mesmo atenda aos seguintes requisitos:
(a) possua uma inscrição que o identifique, como, por exemplo, ″entrada de
pessoas″;
(b) possua uma inscrição com o número do terreno;
(c) possua uma fechadura ou puxador que facilite a abertura e o fechamento;
(d) na placa de tapume ao lado do portão, ou na própria placa do portão, é
recomendável a colocação de uma caixa de correio, a qual tem dimensões
usuais de 20 cm (largura) x 30 cm (profundidade) x 20 cm (altura);
(e) possua uma campainha, que pode tocar, por exemplo, na zona de serviço do
pavimento térreo, em local próximo ao guincho e a betoneira, e no
almoxarifado. Quando existirem recursos para tanto, a campainha pode ser
substituída por um porteiro eletrônico.
Para manter o portão permanentemente fechado pode ser utilizada uma
fechadura de tranca automática acoplada a um sistema de molas, de forma que a
simples batida do portão será suficiente para fechá-lo.
Ao entrar na obra é normal que o visitante, ou mesmo os funcionários, não
saibam ao certo qual caminho percorrer para chegar até as escadas de acesso aos
pavimentos superiores ou às áreas de vivência. Isto pode induzir à tomada de
caminhos inseguros ou mais longos, sendo uma demonstração de descaso com o
planejamento do canteiro. Para evitar este tipo de situação, uma boa medida é a
construção de um acesso coberto para entrada de pessoas, delimitado
lateralmente. Este acesso deve ser uma passagem obrigatória para entrada e
saída de pessoas na obra. Deve começar no portão de pessoas e estender-se até
uma área coberta, desenvolvendo trajeto que desvie das áreas de produção e
estoque de materiais, privilegiando, por outro lado, a passagem junto as áreas de
vivência e escritório, terminando em local próximo as escadas do prédio. Além da
função de segurança, o acesso pode ser aproveitado para fixação de cartazes
relacionados ao marketing do empreendimento, e também com setas indicativas
34

de locais da obra e com instruções sobre procedimentos de segurança. A Figura


3.6 ilustra as dimensões e a configuração do acesso.

Acesso coberto para entrada de pessoas na obra FIGURA 3.6

A localização do(s) portão(ões) de acesso de veículos deve ser estudada em


conjunto com o layout das instalações relacionadas aos materiais, devendo-se
fazer tantos portões quantos forem necessários para garantir a descarga dos
materiais sem a necessidade de múltiplo manuseio dos mesmos. Neste sentido,
deve-se atentar para a existência de árvores em frente ao terreno, o que pode
restringir a escolha da posição do portão a uma ou duas opções. Caso o terreno
esteja localizado em uma esquina, deve-se, preferencialmente, colocar os portões
na rua de trânsito menos intenso.
Quanto à construção do portão propriamente dito, são recomendadas as
seguintes medidas:
(a) o portão deve, preferencialmente, ser de correr. O objetivo principal é facilitar
a abertura e o fechamento, além de não ocupar espaço útil do canteiro quando
aberto para dentro;
(b) sendo de correr, o trilho de corrimento deve ser superior ao portão, visto que
o trilho inferior não se adapta a terrenos inclinados;
(c) o portão deve possuir altura livre mínima de 4,50 m, permitindo a passagem
de todo tipo de caminhão;
(d) caso o portão seja de abrir, ele deve permitir abertura tanto para dentro,
quanto para fora do canteiro, estando apto à atender diferentes necessidades que
podem surgir ao longo da execução da obra;
(e) o portão deve, preferencialmente, ser metálico e construído de forma que
facilite a sua montagem e desmontagem, de modo a torná-lo um equipamento
permanente da empresa; e
(f) de forma similar ao portão de pessoas, recomenda-se identificar o portão de
veículos com uma inscrição do tipo "entrada de veículos".
Com relação aos tapumes, estes devem ser mantidos em bom estado de
conservação e limpeza. Por ser um dos aspectos da obra mais visíveis para a
comunidade, deve causar um impacto visual agradável. Além das tradicionais
pinturas com o logotipo da empresa, é comum que os tapumes sejam
35

aproveitados para pinturas artísticas ou sejam pintados com cores chamativas,


geralmente a cor principal do marketing do empreendimento.
Além dos tradicionais tapumes de compensado, três outros tipos são comumente
utilizados: (a) em placas de concreto pré-moldado, (b) metálicos, e (c) chapa
galvanizada. Qualquer que seja o material, recomenda-se que sejam construídos
de forma racionalizada, através de modulação e ligações com parafusos ou
dispositivo semelhante.
Outra opção são os tapumes que permitem a visualização do interior da obra,
desde a rua, sendo constituídos geralmente por telas de aço. Esta escolha
pressupõe um canteiro organizado, que cause boa impressão. Uma das razões
para o pouco uso dessa opção é o temor dos gerentes em chamar a atenção de
ladrões para eventuais equipamentos ou materiais expostos. Em relação a
segurança contra roubos, uma medida que tem se tornado comum é a colocação
de iluminação e alarmes junto aos tapumes.
É usual que sobre os tapumes sejam colocadas as placas da empresa e também de
fornecedores. Tentando evitar que tais placas sejam colocadas de forma
desorganizada e mal conservadas, algumas empresas vêm utilizando placas
únicas, incluindo seu nome e o nome dos fornecedores, melhorando a aparência
da entrada do canteiro. A placa deve reservar um espaço para a colocação do selo
do CREA, deve conter o nome dos responsáveis técnicos pela execução da obra e
pelos projetos e serviços complementares. Algumas empresas optam por iluminá-
las, através de lâmpadas tipo fotocélula ou refletores.

3.4
Movimentação e Nesta seção são propostas diretrizes para a movimentação e armazenamento de
armazena-mento materiais. Tais diretrizes estão agrupadas em nove categorias: dimensionamento
de materiais das instalações, definição do layout das áreas de armazenamento, posto de
produção de argamassa e concreto, vias de acesso, disposição do entulho,
armazenamento de cimento e agregados, armazenamento de blocos e tijolos,
armazenamento de aço e armaduras, e armazenamento de tubos de PVC.

3.4.1
Dimensiona- São citadas a seguir algumas dimensões usualmente adotadas no
mento das dimensionamento das instalações de movimentação e armazenamento de
instalações materiais:
(a) elevador de carga: as dimensões em planta de 1,80 m x 2,30 m são as mais
usuais para torres metálicas de elevadores de carga;
(b) distância entre roldana louca e tambor do guincho: esta distância deve estar
compreendida entre 2,5 m e 3,0 m (NR-18), devendo ser considerada para estimar
a posição do guincheiro;
(c) baias de agregados: as baias devem ter largura igual ou pouco maior que a
largura da caçamba do caminhão que descarrega o material, enquanto as outras
dimensões (altura e comprimento) devem ser suficientes para a estocagem do
volume correpondente à uma carga. No caso da areia e brita, por exemplo, as
dimensões usuais são aproximadamente 3,00 m x 3,00 m x 0,80 m (altura);
(d) estoques de cimento: a área necessária para estocagem deve ser estimada
com base no orçamento e na programação da obra. As seguintes dimensões
devem ser consideradas neste cálculo:
36

- dimensões do saco de cimento: 0,70 m x 0,45 m x 0,11 m (altura);


- altura máxima da pilha: 10 sacos. No caso de armazenagem inferior a 15 dias a
NBR 12655 (Associação Brasileira de Normas Técnicas, 1992) permite pilhas de
até 15 sacos;
(e) estoque de blocos: a área necessária deve ser estimada com base no
orçamento e na programação da obra. O estoque deve utilizar o espaço cúbico,
limitando, por questões de ergonomia e segurança do operário, a altura máxima
da pilha em aproximadamente 1,40 m;
(f) caçamba tele-entulho: dimensões usuais em planta de caçambas tele-entulho
são de 1,60 m x 2,65 m;
(g) bancada de fôrmas: a bancada deve possuir dimensões em planta que sejam
pouco superiores às da maior viga ou pilar a ser executado;
(h) portão de veículos: o portão deve ter largura e altura que permitam a
passagem do maior veículo que entrará por ele na obra, no decorrer de todo o
período de execução. Usualmente a largura de 4,00 m e a altura livre de 4,50 m
são suficientes;
(i) caminhões de transporte de madeira: para verificar se estes caminhões podem
entrar no canteiro e acessar as baias deve-se conhecer o seu raio de curvatura e
suas dimensões. Dimensões usuais são as seguintes:
- raio de curvatura: 5,00 m;
- largura e comprimento do veículo: 10,00 m x 2,70 m;
(j) caminhões betoneiras: dimensões usuais desses caminhões são as seguintes:
- raio de curvatura: 5,00 m;
- largura e comprimento do veículo: 8,00 m x 2,70 m.

3.4.2
Definição do Deve-se tentar, na medida do possível, armazenar todos os materiais no subsolo,
layout das liberando o pavimento térreo para a locação exclusiva das instalações provisórias.
áreas de Desta forma, é favorecida a manutenção da limpeza nas áreas de vivência e nas
armazenamento áreas de circulação de clientes e visitantes. Além disto, o subsolo geralmente é
uma área protegida das intempéries e quase que totalmente desobstruída,
facilitando o estoque e circulação de materiais e trabalhadores.
O estoque de materiais no subsolo levanta a questão de como descarregar de
modo racional materiais como cimento, areia, brita ou argamassa pré-misturada.
Para resolver o problema existem duas alternativas principais. Uma delas
consiste em deixar-se aberturas na laje do subsolo, através das quais podem ser
feitas as descargas de materiais como areia, brita e argamassa (Figura 3.7). A
outra alternativa consiste em fazer aberturas na parede do subsolo, criando-se um
espaço vazio entre a viga e a parte superior da parede, deixando-se para executar
mais tarde as últimas fiadas de alvenaria. A segunda opção também permite que
se descarregue o cimento pela mesma abertura, necessitando-se, entretanto, da
existência de uma calha ou rampa metálica, através da qual os sacos descem por
gravidade até o nível do piso do subsolo. Nas duas opções citadas deve-se ter o
cuidado, quando da descarga de agregados, de colocar calhas, funis ou
dispositivo similar que evite a segregação dos materiais. Tal procedimento é
recomendado pela NBR 6118 (Projeto e Execução de Estruturas de Concreto
Armado) sempre que as alturas de queda forem superiores à 2,0 m.
37

Descarga de agregados através de abertura na laje do subsolo FIGURA 3.7

Existem alguns materiais, tais como telas de aço soldadas e blocos de alvenaria,
que, devido à sua forma ou grande volume, criam grandes dificuldades para o
estabelecimento de áreas de armazenagem. Para a minimização do problema,
recomenda-se o planejamento de entregas em função do planejamento da
execução, de forma a reduzir ao máximo os estoques no canteiro. Além disso, é
importante que se adotem técnicas para que os materiais sejam entregues
diretamente no local de uso, através de pallets, carrinhos porta-pallets e gruas, por
exemplo.
Em algumas ocasiões têm-se um armazenamento intermediário do material entre
a operação de descarga na obra e o seu depósito na área de armazenamento final.
Desta situação decorre o chamado duplo manuseio, o qual gera a necessidade de
uma operação extra de transporte, desde o armazenamento intermediário até o
definitivo. A existência de duplos manuseios é negativa, já que as operações de
transporte, por sua natureza de atividade de fluxo (Koskela, 1992), não agregam
valor e são fonte de desperdícios de mão-de-obra e equipamentos.
Embora os duplos manuseios geralmente possam ser evitados através de um
eficiente planejamento de layout, há casos em que, devido às restrições do
canteiro, sua existência é inevitável, cabendo aos planejadores somente a tentativa
de minimizar os desperdícios originados. A minimização dos efeitos do duplo
manuseio pode ser obtida através do uso de melhores equipamentos de
transporte e pela redução da distância entre as áreas de armazenamento
intermediária e final.

3.4.3
Posto de O layout desta área geralmente envolve a definição do local da betoneira e dos
produção de estoques de areia, cimento, brita, cal e argamassa ensacada ou pré-misturada. A
argamassa e principal exigência é que o posto situe-se nas proximidades do elevador de carga,
concreto tomando-se o cuidado de minimizar os cruzamentos de fluxo.

A circulação de carrinhos-de-mão e giricas na área do posto e entre esta área e o


elevador deve ser explicitada no projeto de layout. Caso as vias de circulação não
sejam uma opção única, elas devem ser sinalizadas e demarcadas através de
corrimãos, fitas, cones ou dispositivos similares. Também é importante que o
posto de produção e o trajeto betoneira-elevador situem-se em áreas cobertas, sob
a própria edificação ou sob telheiro construído especialmente para este fim.
A fim de racionalizar o sistema tradicional de produção de argamassa no
canteiro, recomendam-se as seguintes melhorias:
(a) utilização de sistema dosador de água, constituído, por exemplo, por uma
caixa de descarga junto à estrutura da betoneira. A utilização de um sistema
38

dosador evita o uso de água contaminada, diminui o esforço da mão-de-obra


para dosagem, reduz o tempo de execução do serviço e aumenta a
homogeneidade dos traços. Esta última vantagem dispensa o pedreiro de corrigir
o traço no seu posto de trabalho e contribui para a uniformidade dimensional das
juntas entre os blocos da alvenaria;
(b) utilização de quadros indicadores de traços (Figura 3.8), os quais devem ser
colocados em local de fácil visualização no posto de produção de argamassa;
(c) os diferentes traços podem exigir a existência de equipamentos dosadores de
dimensões diferentes. Para evitar a troca de equipamentos, os mesmos podem ser
pintados com cores diferentes, sendo identificados por estas mesmas cores no
quadro indicador de traços;
(d) a substituição de padiolas por carrinhos dosadores diminui o consumo de
mão-de-obra, visto que apenas um operário é necessário para o transporte em
carrinhos. O uso de carrinhos é facilitado quando a betoneira é auto-carregável,
sendo possível fazer a descarga do carrinho sem o auxílio de rampas. Caso a
betoneira não seja auto-carregável é necessário fazer uma rampa para descarga
(Figura 3.9), criando dificuldades operacionais. Usando carrinho, seu formato
deve facilitar a descarga, adotando uma seção transversal trapezoidal, por
exemplo;
(e) os traços devem ser especificados em função do saco de cimento inteiro,
visando a diminuir as perdas deste material e aumentar a precisão da dosagem.
Entretanto, a dosagem feita deste modo exige que a betoneira tenha capacidade
mínima de 500l.

Quadro indicador de traços FIGURA 3.8

Rampa para dosagem com carrinho dosador FIGURA 3.9


39

3.4.4
Vias de As vias de circulação de pessoas e equipamentos no canteiro devem ser
circulação explicitadas no planejamento de layout através de linhas de fluxo. Na obra, devem
ser pavimentadas e delimitadas, de preferência por meio de cones, corrimãos
metálicos ou corrimãos de madeira. As fitas de segurança não são tão eficientes
devido à sua pouca resistência ao vento e à esforços.
Antes da locação de qualquer instalação de armazenamento de materiais deve ser
executado o contrapiso na área correspondente. Este é o caso, por exemplo, das
centrais de aço e fôrmas, da área do posto de produção de argamassa e das áreas
de estoque de blocos, cimento e agregados. A Figura 3.10 mostra a aparência
típica de uma área de circulação de materiais na qual não se fez o contrapiso,
condição que favorece a incidência de perdas de materiais, redução de
produtividade e a ocorrência de acidentes de trabalho.

Improvisação nas vias de circulação de equipamentos FIGURA 3.10

O trajeto de circulação de caminhões deve ser em solo estável, com drenagem


adequada, e, se necessário, tratado, por exemplo, com uma camada de brita. Os
trajetos de circulação de carrinhos-de-mão, giricas e carrinhos porta-pallets devem
ser constituídos por um contrapiso, com superfície mais plana que a propiciada
por uma simples camada de brita.
Em relação a drenagem das vias, muitos canteiros passam a impressão de que o
mau tempo nunca é esperado, estando com frequência lamaçentos ou alagados,
dificultando os trabalhos e abalando a motivação dos funcionários. Embora a
chuva não possa ser evitada, suas consequências podem ser controladas através
de um plano de drenagem.
Os terrenos planos são os mais favoráveis à retenção de umidade, característica
esta, que é agravada pela necessidade de remoção da vegetação superficial. Para
evitar o acúmulo de água, tais superfícies devem ser inclinadas, estabilizadas e
cobertas, recebendo canais ou valas para coleta das águas pluviais. Caso o
canteiro seja muito amplo e plano, com gradientes naturais insuficientes para
drenagem, devem ser construídas redes subterrâneas de drenagem que
descarreguem a água em depósitos fechados que serão esvaziados através de
bombeamento (Neil, 1980).
Um outro aspecto a ser verificado são os escoramentos de marquises e sacadas
que possam interferir na circulação de pessoas e veículos, ou mesmo na
construção das instalações provisórias. É fundamental detectar estas
40

interferências ainda durante o planejamento, de forma a evitar soluções


improvisadas em etapas posteriores.

3.4.5
Disposição do Embora seja indesejável, o entulho sempre existe nas obras, em maior ou menor
entulho quantidade, necessitando assim de procedimentos adequados para transporte e
armazenamento. Em relação ao transporte, a situação ideal é a descarga através de
tubos coletores, evitando, desta forma, desperdício de mão-de-obra e
equipamentos para sua movimentação. Deve-se apenas tomar o cuidado de não
despejar entulhos de grandes dimensões dentro dos tubos, tendo em vista evitar
entupimentos. A Figura 3.11 ilustra um tubo coletor que descarrega diretamente
na caçamba tele-entulho.
Em relação ao depósito do entulho, deve existir um local específico para tal fim,
seja uma caçamba basculante ou uma baia semelhante às baias de
armazenamento de agregados. O depósito deve situar-se próximo ao local de
descarga do entulho, ou seja, junto à saída do tubo coletor ou próximo ao
elevador de carga, e em local que permita o acesso do caminhão de coleta.
Devem ser construídos depósitos separados para o entulho de materiais e para o
lixo orgânico, tendo em vista a coleta de lixo seletivo e seu possível
reaproveitamento. Neste sentido, recomenda-se também a disposição separada
para o entulho reaproveitável e para o entulho não reaproveitável.
Em obras cuja alvenaria é feita de blocos com furos de grandes dimensões, tais
furos têm sido aproveitados para depositar restos de entulho na medida em que a
parede sobe, necessitando-se, obviamente, prever tal prática já no projeto
estrutural. Outra prática observada em obras onde se utilizavam argamasseiras
portáteis, é a colocação do entulho dentro das argamasseiras ao final do
expediente, aproveitando-se o transporte destes equipamentos para o térreo para
fins de limpeza.

Descarga de entulho com tubo coletor e disposição em caçamba basculante FIGURA 3.11
41

3.4.6
Armazenamento Bonin et al. (1993) apresentam as seguintes recomendações para o armazenamento
de cimento e de cimento nos canteiros de obra:
agregados (a) deve ser colocado um estrado sob o estoque para evitar a ascensão de
umidade do piso;
(b) o estrado deve estar localizado em área com piso ou contrapiso nivelado,
podendo este ser constituído por uma chapa de compensado com 20 mm de
espessura apoiada sobre pontaletes de madeira à 30 cm do solo;
(c) as pilhas devem estar a uma distância mínima de 0,30 m das paredes e 0,50
m do teto do depósito para evitar o contato com a umidade e permitir a
circulação do ar;
(d) no caso de absoluta impossibilidade de dispor-se de locais abrigados, manter
os sacos cobertos com lona impermeável e sobre estrado de madeira;
(e) evitar o uso de lona plástica de cor preta em regiões ou estações de clima
quente;
(f) as pilhas devem ter no máximo 10 sacos. Uma boa prática é pintar nas
paredes do depósito ou em paredes / pilares adjacentes uma faixa na altura
correspondente a 10 sacos empilhados. No caso de armazenagem inferior a
15 dias, a NBR 12655 (Preparo, controle e recebimento de concreto,
Associação Brasileira de Normas Técnicas, 1992) permite pilhas de até 15
sacos;
(g) é recomendável que em frente ao depósito seja colocado um cartaz
indicando a altura máxima da pilha (em sacos) e a distância mínima da pilha
em relação as paredes e ao teto;
(h) quando a temperatura do cimento entregue superar 35°C, manter as pilhas
com no máximo 5 sacos e afastadas pelo menos 50 cm umas das outras;
(i) em canteiros nos quais existirem grandes estoques deve-se adotar a
estocagem do tipo PEPS (primeiro saco a entrar é o primeiro a sair), de forma
a possibilitar o consumo na ordem cronológica de recebimento. Uma forma
de viabilizar tal tipo de estocagem é pintar em cada saco a data da respectiva
entrega na obra.
Os agregados miúdos e graúdos devem ser armazenados observando os
seguintes critérios (Bonin et al., 1993):
(a) devem ser construídas baias com contenções no mínimo em 3 lados, com
cerca de 1,20 m de altura;
(b) as pilhas de agregados devem ter altura até 1,5 m, a fim de reduzir o
gradiente de umidade das mesmas;
(c) caso as baias se localizem em local descoberto, sujeito a chuva e / ou queda
de materiais, deve ser colocado um telheiro de zinco ou uma lona plástica
sobre as mesmas (Figura 3.12);
(d) a largura das baias deve ser no mínimo de 3 m (igual a largura da caçamba
do caminhão);
(e) caso as baias não se localizem sobre uma laje, deve ser construído um fundo
cimentado para evitar a contaminação do estoque pelo solo;
(f) deve ser providenciada uma drenagem das baias para minimizar o problema
de variação de umidade do agregado. Esta drenagem pode ser feita
inclinando-se o fundo cimentado da baia em sentido contrário ao da retirada
do material;
42

(g) uma outra opção, caso não se deseje fazer o fundo cimentado, pode ser
desprezar os últimos 15 cm das pilhas, sendo estes depositados em solo
previamente inclinado.

Contenções laterais e lona de cobertura em baia de agregados FIGURA 3.12

3.4.7
Armazenamento A armazenagem de blocos e tijolos nos canteiros deve seguir as seguintes
de blocos e recomendações:
tijolos (a) o local de estoque deve estar limpo e nivelado, de modo que esteja garantida a
estabilidade das pilhas;
(b) os blocos e tijolos devem ser separados por tipo;
(c) as pilhas devem possuir no máximo 1,40 m de altura. Essa altura é proposta
se considerando que, de acordo com levantamento do Instituto Nacional de
Tecnologia (INT, 1988), 75 % dos trabalhadores homens tem altura do ombro
superior à 1,37 m. Essa é uma proposta de compromisso, implicando que
apenas uma minoria necessite erguer os braços acima dos ombros (posição
de trabalho de bastante desgaste físico) para a carga e descarga de materiais
na pilha;
(d) o estoque deve estar situado em local coberto ou então possuir cobertura
com lona plástica, a fim de diminuir as variações dimensionais dos materiais;
(e) uma boa prática a ser adotada é demarcar a área do estoque com pintura no
piso. A altura máxima da pilha também pode ser demarcada em paredes ou
pilares adjacentes;
(f) no estudo de layout do canteiro deve-se procurar que os materiais sejam
descarregados o mais próximo possível do local de uso, ou sejam
descarregados o mais próximo possível do equipamento de transporte
vertical;
(g) idealmente, os materiais devem ser paletizados, sendo transportados através
de carrinhos porta-pallets associados com grua ou elevador de carga para
transporte vertical. Entretanto, caso não se disponha de paletização, a
utilização de carrinhos porta-blocos (Figura 3.13) é recomendada para
reduzir o tempo e o esforço gasto em transporte.
43

Carrinhos porta-blocos FIGURA 3.13

3.4.8
Armazenamento De acordo com Bonin et al. (1993), o tempo adequado de armazenamento do aço
de aço e depende do nível de agressividade do ambiente em que este se encontra. Em
armaduras meios fortemente agressivos, como as regiões marinhas ou industriais, o aço deve
ser armazenado pelo menor tempo possível, procurando-se receber lotes de aço
com mais freqüência e em menor quantidade. Nestes meios o aço deve estar em
galpões e coberto com lona plástica, sendo recomendável ainda pintar as barras
com nata de cimento de baixa resistência ou cal.
Em meios medianamente agressivos, como as regiões de umidade relativa do ar
média ou alta, as barras de aço devem ser cobertas por lona plástica e situarem-se
sobre travessas de madeira, distando 30 cm do solo. Este deve estar isento de
vegetação e coberto por uma camada de pedra britada. Nos meios fracamente
agressivos, como as regiões de baixa umidade relativa do ar, as condições de
armazenamento são as mesmas da situação anterior, com exceção da distância
das barras em relação ao solo, que deve ser no mínimo de 20 cm.
Entretanto, seja qual for a agressividade do meio, os seguintes cuidados
adicionais devem ser tomados:
(a) as barras devem ser separadas em compartimentos conforme o diâmetro,
com a respectiva identificação do diâmetro estocado em cada
compartimento;
(b) o aço já cortado e/ou dobrado requer maior rigor quanto às medidas de
proteção, devido ao rompimento da película protetora do mesmo;
(c) em canteiros com restrições de espaço, recomenda-se estocar as barras em
ganchos fixados nas paredes.
Um outro cuidado diz respeito à necessidade de proteção de pontas horizontais e
verticais de vergalhões, as quais, se expostas, podem provocar acidentes com
lesões cortantes ou mesmo a morte de um trabalhador, no caso de queda sobre as
mesmas. A Figura 3.14 apresenta um exemplo de proteção em esperas de pilares,
realizada através da colocação de suportes metálicos sobre cada barra. Outra
solução eficaz é a colocação de uma caixa de madeira sobre todas as pontas de
um mesmo pilar.
44

Exemplo de proteção em pontas verticais de ferragens FIGURA 3.14

Embora as proteções em pontas verticais sejam exigidas pela NR-18, a norma


somente obriga o uso das mesmas quando há trabalhadores em serviço em nível
superior ao das ferragens expostas. Contudo, mesmo quando só há trabalhos no
mesmo nível, tais proteções são necessárias, uma vez que quedas no mesmo nível
e enganchamentos de roupas também podem levar à acidentes. Apesar da NR-18
não se referir à necessidade de proteger as pontas horizontais, esta medida é
altamente recomendável, visto que, não raro, tais pontas estão expostas em vias
de circulação em alturas que oferecem risco de acidente (Figura 3.15). As barras
de ancoragem de fôrmas de pilares constituem outra situação em que pontas
horizontais oferecem risco de acidentes.

Exemplo de proteção em pontas horizontais de ferragens FIGURA 3.15

3.4.9
Armazenamento O armazenamento dos tubos de PVC deve atender as seguintes recomendações:
de tubos de PVC
(a) os tubos devem preferencialmente ser armazenados no almoxarifado em
armários que permitam separação entre as diferentes bitolas. Neste caso, ao
dimensionar o almoxarifado, deve ser lembrado que os tubos de PVC podem
45

ter comprimento máximo de 6,0 m;


(b) cada compartimento do armário deve possuir etiqueta com identificação da
respectiva bitola;
(c) caso o armário esteja fora do almoxarifado, o mesmo deve situar-se em local
livre da ação direta do sol ou então possuir cobertura com lona;
(d) todas as ligações da estrutura do armário devem ser aparafusadas, com o
objetivo de facilitar o desmonte e o reaproveitamento;
(e) os tubos de PVC também podem ser acomodados em ganchos fixados nas
paredes, de forma similar a utilizada para barras de aço.

3.5
Elevador de Nesta seção são propostas diretrizes para a localização e instalações do elevador
carga de carga, particularmente no que se refere à segurança da instalação e da
operação.

3.5.1
Localização A localização do elevador de carga deve ser uma das primeiras decisões a serem
tomadas na definição do arranjo físico, tendo em vista a influência que a posição
deste equipamento exerce sobre a locação de outras instalações do canteiro. A
seguir são comentadas as principais diretrizes que devem orientar a definição
deste local:
(a) quando se pensa na localização do guincho deve-se ter em mente o arranjo
físico geral do posto de produção de argamassa, ou seja, a posição da
betoneira e dos estoques de materiais. Esta observação é importante, pois
muitas vezes pode-se ter um local perfeito sob a ótica de todas as outras
diretrizes, mas que, entretanto, não permite o estabelecimento de um layout
viável para as instalações do posto de argamassa;
(b) a posição da torre do guincho deve interferir na menor quantidade de
serviços possível, não atrasando o cronograma da obra. Em situações usuais
esta posição será em frente a paredes cegas, sendo esta vantajosa em
comparação a locais como dentro do poço do elevador, em frente à parede
com esquadria ou em frente a uma sacada. Um possível incoveniente da
colocação em frente a paredes cegas pode ser a existência de marcas no
reboco da fachada frontal, fato que ocorre se este trecho for executado
posteriormente ao restante do reboco da fachada em questão. Entretanto,
mesmo que a parede seja cega, a colocação em frente a cozinhas, áreas de
serviço e banheiros não é recomendada, devido ao atraso que este arranjo
provoca na execução dos serviços de impermeabilização, colocação de
instalações hidrossanitárias e azulejos;
(c) o guincho deve estar o mais próximo possível do centro geométrico do
pavimento tipo, de modo que sejam minimizadas as distâncias percorridas
pelos carrinhos dentro destes pavimentos, e, logo, reduzidos os tempos
gastos com o transporte de materiais;
(d) nos pavimentos tipo, a peça de acesso deve ser ampla, facilitando as
operações de carga e descarga e o estoque temporário de materiais na
mesma;
(e) na base da torre, no patamar onde se fazem as cargas para elevação de
materiais aos pavimentos superiores, deve-se ter o cuidado de que o acesso
46

de carrinhos-de-mão e giricas seja em um sentido que facilite e torne mais


segura a retirada dos mesmos pelos operários que os recebem. Os carrinhos
devem chegar nos pavimentos com as respectivas alças apontando para
dentro da edificação, de modo que o operário não necessite subir na
plataforma do elevador para girar o carrinho e assim conseguir retirá-lo. A
Figura 3.16 ilustra como deve ser o acesso;

a c e s s o d e c a r r in h o s n a
base d a to rre
p e r ím e t r o d a e d ific a ç ã o

g u in c h o

Sentido de acesso das cargas na base da torre do guincho FIGURA 3.16

(f) a torre deve ficar afastada o mínimo possível da fachada da edificação,


devendo, por esta razão, ser evitada a coincidência com pergolados, platibandas
ou outros elementos arquitetônicos ou estruturais. Caso o afastamento seja
inevitável, devem ser construídas passarelas unindo a torre à edificação em cada
pavimento, de acordo com as recomendações da NR-18 (Fundacentro, 1999);
(g) a torre deve estar afastada o máximo possível de redes elétricas energizadas,
ou então deve ser isolada destas conforme normas específicas da concessionária
local;
(h) o local da torre deve permitir que o guincheiro seja instalado em área coberta
por laje. Caso contrário, deve-se construir um abrigo coberto para o mesmo.
As diretrizes “a″, ″b″e ″c″ são prioritárias em relação a todas as outras, devendo
assim serem consideradas quando houver a necessidade de se escolher entre duas
ou mais alternativas diferentes de localização do guincho.

3.5.2
Principais Os requisitos de segurança listados nesta seção são decorrentes da NR-18 e de
instalações de boas práticas de empresas construtoras. Os requisitos relacionados exclusivamente
segurança à NR-18 são identificados ao longo do texto.
A torre do elevador e a sua plataforma devem atender aos seguintes requisitos:
(a) a torre do guincho deve ser revestida com tela de arame galvanizado (malha
inferior a 30 mm) ou material de resistência e durabilidade equivalente (NR-
18);
(b) nos pavimentos, as rampas de acesso a torre devem ser dotadas de guarda-
corpo e rodapé, sendo planas ou ascendentes (no máximo 30°) no sentido de
entrada na torre (NR-18);
(c) devem existir pneus para amortecimento da plataforma do elevador quando
da chegada no térreo. Estes pneus podem ser fixados na própria plataforma;
47

(d) a plataforma do elevador deve ser dotada de contenções laterais com cerca
de 1,0 m de altura nos lados em que não há carga ou descarga. Nos lados em
que há carga ou descarga devem existir portas ou painéis removíveis de
mesma altura que as contenções, conforme ilustra a Figura 3.17 (NR-18);
(e) caso as contenções e portas tenham altura superior à 2,0 m, o entelamento da
torre é dispensável (NR-18);
(f) o elevador deve possuir cobertura fixa ou basculável, de forma semelhante à
foto apresentada na Figura 3.17 (NR-18). De preferência, a cobertura deve
ser basculável, de modo a permitir o transporte de materiais de grandes
dimensões;
(g) no térreo, o acesso a plataforma do elevador deve ser plano, não exigindo
que os operários despendam esforço adicional para empurrar os carrinhos e
giricas;
(h) na concretagem de todos os pavimentos devem ser deixados ganchos
(esperas de ferro) nas vigas de periferia para atirantamento da torre na
edificação;
(i) os montantes anteriores, ou seja, aqueles junto à fachada, devem ser
atirantados e estroncados em todos os pavimentos da edificação (NR-18);
(j) os montantes posteriores da torre devem ser estaiados na estrutura a cada
6,00 m, ou a cada duas lajes (ângulo aproximado de 45°), usando-se para isso
cabos de aço de diâmetro mínimo 9,5 mm com esticador (NR-18);
(l) a torre e o guincho do elevador devem ser aterrados eletricamente (NR-18);
(m) o trecho da torre acima da última laje deve ser mantido estaiado pelos
montantes posteriores, para evitar o tombamento da torre no sentido
contrário à edificação (NR-18);
(n) a distância entre a roldana louca e o tambor do guincho deve estar
compreendida entre 2,50 m e 3,00 m (NR-18);
(o) o trecho do cabo de aço entre o tambor do guincho e a roldana louca deve
ser isolado com uma cobertura, de madeira ou tela de pequena abertura
(NR-18). Tal cobertura deve proteger o cabo da queda de materiais e evitar o
risco de contato acidental com trabalhadores. A vantagem do uso da tela é a
facilidade para inspeção visual do estado de conservação do cabo;
(p) a torre pode ser aproveitada para marketing, colocando-se no seu topo uma
placa iluminada com a logomarca da empresa.

Exemplo de elevador de carga - cobertura, porta e contenções laterais FIGURA 3.17

O posto de trabalho do guincheiro deve atender aos seguintes requisitos:


48

(a) deve existir assento ergonômico para o guincheiro (NR-18). De acordo com a
NR-17 (Ergonomia), um assento ergonômico deve possuir as seguintes
características:
- altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida;
- pouca ou nenhuma conformação na base do assento;
- borda frontal arredondada;
- encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região
lombar.
(b) caso o posto do guincheiro situe-se em área sujeita a queda de materiais e
intempéries, o mesmo deve possuir uma cobertura, executada, por exemplo,
com chapas de compensado ou com telhas de zinco;
(c) o posto de trabalho deve ser isolado com uma barreira física, a fim de
permitir maior concentração do operador na sua atividade e evitar que
pessoas não autorizadas acionem o guincho. O isolamento do posto pode ser
feito, por exemplo, com chapas de compensado ou tela de arame;
(d) a chave de acionamento do guincho deve estar protegida por uma caixa
fechada com cadeado.
De acordo com a NR-18 (Fundacentro, 1999), em todos os acessos de entrada à
torre do elevador deve ser instalada uma barreira (cancela), recuada no mínimo
1,0 m da mesma, para bloquear o acesso acidental dos trabalhadores à torre
(Figura 3.18). Esta cancela deve funcionar através de um dispositivo elétrico ou
mecânico que permita sua abertura somente quando ela estiver no nível do
pavimento.
Um levantamento junto à 79 canteiros de obra em quatro Estados, identificou a
cancela como uma das exigências da NR-18 menos cumpridas (Saurin et al.,
2000). Pode-se atribuir esta situação ao relativo alto custo de aquisição, que
decorre do reduzido número de fornecedores, ao papel secundário geralmente
destinado à segurança no trabalho nas empresas e ao fato de que alguns gerentes
ainda não estão convencidos da necessidade da utilização do equipamento. Além
disso, têm sido relatados freqüentes problemas no sistema elétrico das cancelas,
geralmente em decorrência da poeira no canteiro e do mau uso.

Cancela de acesso à plataforma do elevador FIGURA 3.18


49

Já quanto a comunicação pavimentos - guincheiro, pode ser utilizado o sistema de


tubofone, o qual consiste de um tubo de PVC φ 75 mm subindo ao longo dos
pavimentos, conforme as Figuras 3.19 e 3.20. Além de facilitar a comunicação, o
tubofone também cumpre uma função de segurança, uma vez que evita que o
funcionário chegue até a borda da laje para se comunicar com o guincheiro.
Ao usar o tubofone, deve-se tomar o cuidado de colocar tampas de fechamento
nas saídas em todos os pavimentos, as quais somente são retiradas no momento
de uso. Outras soluções para a comunicação pavimentos-guincheiro pode ser o
uso de walk-talks ou a implantação de um sistema de interfone, acoplado à
estrutura da cancela e já disponibilizado por alguns fornecedores.

Tubofone - junto ao guincheiro FIGURA 3.19

Tubofone - acesso nos pavimentos FIGURA 3.20


50

3.6
Elevador de De acordo com a NR-18 (Fundacentro, 1999), o elevador de passageiros deve ser
passageiros instalado a partir da execução da 7° laje dos edifícios em construção com 8 (oito)
ou mais pavimentos, ou altura equivalente, cujo canteiro possua pelo menos 30
(trinta) trabalhadores.

A localização deste elevador deve obedecer as mesmas diretrizes ″b″ e ″f″


estabelecidas para a localização do guincho. Além disso, a torre deve estar em
local isolado das áreas de produção e preferencialmente próxima das áreas de
vivência, existindo um caminho seguro entre estas últimas áreas e o acesso ao
elevador.
Capítulo 4
Considerações finais
52

Capítulo 4
Considerações finais
A combinação de um grande número de elementos de canteiro com a pouca
disponibilidade de espaço, torna a atividade de planejamento de layout
semelhante a montagem de um ″quebra-cabeças″, exigindo que o planejador
tenha disposição e criatividade para encontrar soluções inovadoras.
É importante ter-se sempre em mente que a implantação de um bom arranjo
físico pode ter custos apenas marginalmente superiores à implantação de um
arranjo deficiente, e que o planejamento é que determina a existência de uma ou
outra situação. Por sua vez, a atividade de planejamento de layout consome um
quantidade muito pequena de horas técnicas, não existindo, portanto,
justificativas para a sua não realização, já que os recursos despendidos são
insignificantes face aos benefícios que resultam da sua execução qualificada. Para
obter um bom planejamento de canteiros, é fundamental a observância de
algumas diretrizes e procedimentos de planejamento, muitos dos quais
apresentados neste relatório.
Referências bibliográficas
54

Referências bibliográficas
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concreto: NBR 12655. Rio de Janeiro, 1992.
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convencionais. Sinduscon/RS: Programa de qualidade e produtividade na construção
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Universidade Federal de São Carlos, Departamento de Engenharia Civil, 1989. 33 p.
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em edificações prediais. 2. Ed. Rio de Janeiro: Senai, 1988.
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movimentação e armazenamento de materiais: um estudo de caso. Porto Alegre, 1995.
Dissertação (Mestrado em Engenharia) - Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio
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SAURIN, T.A.; LANTELME, E.; FORMOSO, C.T. Contribuições para a revisão da NR-18:
condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção: relatório de pesquisa. Porto
Alegre: UFRGS/PPGEC, 2000. 140 p.
SAURIN, T.A. Método para diagnóstico e diretrizes para planejamento de canteiros de obras
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55

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representation. New York: ASCE, 1992. p. 214-258.
Anexos
Lista de verificação para
avaliação de canteiros de obras
57

A) INSTALAÇÕES PROVISÓRIAS Sim Não Não se


aplica
A1) TIPOLOGIA DAS INSTALAÇÕES PROVISÓRIAS
• São utilizadas instalações móveis (containers) ? ( ) sim ( ) não
• Se a resposta for sim passe para o item A2
A1.1) Há modulação dos barracos
A1.2) Os painéis são unidos com parafusos, grampos ou solução equivalente que facilite o
processo de montagem e desmontagem
A1.3) Os painéis são pintados e estão em bom estado de conservação
A1.4) Foram aproveitadas construções pré-existentes para instalações da obra
A1.5) Os barracos estão em locais livres da queda de materiais, ou então a sua cobertura
tem proteção
Obs :

A2) TAPUMES
A2.1) Existe alguma espécie de pintura decorativa e/ou logomarca da empresa
A2.2) Os tapumes são constituídos de material resistente e estão em bom estado de
conservação
Obs :

A3) ACESSOS
A3.1) Existe portão exclusivo para entrada de pedestres (clientes e operários)
A3.2) Há campainha no portão de entrada de pessoas
A3.3) O portão possui fechadura ou puxador, além de conter inscrição identificadora (tipo
″Entrada de pessoas″) e o número do terreno
A3.4) Existe caminho, calçado e coberto, desde o portão até a área edificada
A3.5) Há possibilidade de entrada de caminhões no canteiro
A3.6) Caso a obra localize-se em uma esquina, o acesso de caminhões é pela rua com
trânsito menos movimentado
A3.7) Junto ao portão de entrada existe cabideiro ou caixa com capacetes para os visitantes
Obs :

A4) ESCRITÓRIO (Sala do mestre/Engenheiro)


A4.1) Tem chaveiro, com as chaves das instalações da obra e dos apartamentos
A4.2) A documentação técnica da obra está à vista e é de fácil localização
A4.3) Tem estojo com materiais para primeiros socorros
Obs :

A5) ALMOXARIFADO
A5.1) Está perto do ponto de descarga de caminhões
A5.2) Existem etiquetas com nomes de materiais e equipamentos
A5.3) É dividido em dois ambientes, um para armazenamento de materiais e ferramentas
e outro para sala do almoxarife com janela de expediente
A5.4) Existem planilhas para controle de estoque de materiais
Obs :

A6) LOCAL PARA REFEIÇÕES ( ) existe ( ) não existe


A6.1) Há lavatório instalado em suas proximidades ou no seu interior (NR-18)
A6.2) Tem fechamento que permite isolamento durante as refeições (NR-18)
A6.3) Tem piso de concreto, cimentado ou outro material lavável (NR-18)
A6.4) Tem depósito com tampa para detritos (NR-18)
A6.5) Há assentos em número suficiente para atender aos usuários (NR-18)
A6.6) As mesas são separadas de forma que os trabalhadores agrupem-se segundo sua
vontade
Obs:
58

A7) VESTIÁRIO ( ) existe ( ) não existe Sim Não Não se


aplica
A7.1) Tem piso de concreto, cimentado, madeira ou material equivalente (NR-18)
A7.2) Tem bancos e cabides que não sejam de pregos
A7.3) Tem armários individuais dotados de fechadura e dipositivo para cadeado (NR-18)
Obs :

A8) INSTALAÇÕES SANITÁRIAS ( ) existem ( ) não existem


N° de chuveiros :______ N° de vasos sanitários :______
N° de lavatórios :______ N° de mictórios :______
A8.1) Os banheiros estão ao lado do vestiário
A8.2) O mictório e o lavatório são passíveis de reaproveitamento
A8.3) Há banheiros volantes nos andares (somente para prédios com 5 ou mais
pavimentos)
A8.4) Há papel higiênico e recipientes para depósito de papéis usados no banheiro (NR-
18)
A8.5) Nos locais onde estão os chuveiros há piso de material antiderrapante ou estrado de
madeira ( NR-18)
A8.6) Há um suporte para sabonete e cabide para toalha correspondente à cada chuveiro
(NR-18)
A8.7) Há um banheiro somente para o pessoal de administração da obra (mestre, Eng°,
técnico)
A8.8) Para deslocar-se do posto de trabalho até as instalações sanitárias é necessário
percorrer menos de 150,0 m (NR-18)
A8.9) As paredes internas dos locais onde estão instalados os chuveiros são de alvenaria
ou revestidas com chapas galvanizadas ou outro material impermeável
Obs :

A10) ÁREAS DE LAZER


A10.1) O refeitório ou outro local é aproveitado como área de lazer, possuindo televisão
ou jogos
Obs :

NOTA - INSTALAÇÕES PROVISÓRIAS


PONTOS POSSÍVEIS (PP) PONTOS OBTIDOS (PO) (PO / PP) X 10

B) SEGURANÇA NA OBRA

B1) ESCADAS
B1.1) Há corrimão provisório constituído de madeira ou outro material de resistência
equivalente (NR-18)
B1.2) Há escada ou rampa provisória para transposição de pisos com desnível superior à
40 cm (NR-18)
B1.3) Os corrimãos são pintados e estão em bom estado de conservação
B1.4) Existem lâmpadas nos patamares das escadas (caso a alvenaria já esteja concluída)
Obs :

B2) ESCADAS DE MÃO


B2.1) As escadas de mão ultrapassam em cerca de 1,0 m o piso superior (NR-18)
B2.2) As escadas de mão estão fixadas nos pisos superior e inferior, ou são dotadas de
dispositivo que impeça escorregamento (NR-18)
Obs:
59

B3) POÇO DO ELEVADOR Sim Não Não se


aplica
B3.1) Há fechamento provisório, com guarda-corpo e rodapé revestidos com tela, de no
mínimo 1,20 m de altura (NR-18)
B3.2) O fechamento provisório é constituído de material resistente e está seguramente
fixado à estrutura (NR-18)
B3.3) Há assoalhamento com painel inteiriço dentro dos poços para amenizar eventuais
quedas (no mínimo a cada 3 pavimentos) (NR-18)
Obs :

B4) PROTEÇÃO CONTRA QUEDA NO PERÍMETRO DOS PAVIMENTOS


• Há andaime fachadeiro ? ( ) sim ( ) não
• Se a resposta for sim passe para o item B5
B4.1) Há proteção efetiva, constituída por anteparo rígido com guarda-corpo e rodapé
revestido com tela (NR-18)
Obs :

B5) ABERTURAS NO PISO


B5.1) Todas as aberturas nos pisos de lajes tem fechamento provisório resistente
Obs :

B6) PLATAFORMA DE PROTEÇÃO (bandeja salva-vidas)


ATENÇÃO :
• Se apesar da atual fase da obra requisitá-las, mas elas não estiverem sendo utilizadas,
marque não para todos os itens;
• Caso a fase atual ou o número de pavimentos da obra não exijam o uso de bandejas,
marque não se aplica para todos os itens
B6.1) A plataforma principal de proteção está na primeira laje que esteja no mínimo um
pé-direito acima do nível do terreno (NR-18)
• se estiver em outra indique :__________________________
B6.2) Existem plataformas secundárias de proteção a cada 3 lajes, a partir da plataforma
principal (NR-18)
B6.3) As plataformas contornam toda a periferia da edificação (NR-18)
B6.4) Os painéis das bandejas são fixados com parafusos ou borboletas
B6.5) A fixação das treliças é feita através de furo na viga, espera na laje ou solução
equivalente
B6.6) A plataforma principal e as secundárias tem largura de 2,50 m + 0,80 m (à 45°) e 1,40
m + 0,80 m (à 45°) respectivamente (NR-18)
B6.7) O conjunto bandejas/treliças é pintado e está em bom estado de conservação
Obs :

B7) SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA


B7.1) Há identificação dos locais de apoio (banheiros, escritório, almoxarifado, etc.) que
compõe o canteiro (NR-18)
B7.2) Há alertas quanto a obrigatoriedade do uso de EPI, específico para a atividade
executada, próximos ao posto de trabalho (NR-18)
B7.3) Existe identificação dos andares da obra
B7.4) Há advertências quanto ao isolamento das áreas de transporte e circulação de
materiais por grua, guincho e guindaste (NR-18)
B7.5) Há uma placa no elevador de materiais, indicando a carga máxima e a proibição do
transporte de pessoas (NR-18)
Obs :

B8) EPI’s
B8.1) São fornecidos capacetes para os visitantes
B8.2) Independente da função todo trabalhador está usando botinas e capacetes
B8.3) O s trabalhadores estão usando uniforme cedido pela empresa (NR-18)
B8.4) Trabalhadores em andaimes externos ou qualquer outro serviço à mais de 2,0 m de
altura, usam cinto de segurança com cabo fixado na construção (NR-18)
60

B9) INSTALAÇÕES ELÉTRICAS Sim Não Não se


aplica
B9.1) Circuitos e equipamentos não tem partes vivas expostas, tais como fios
desencapados (NR-18)
B9.2) Os fios condutores estão em locais livres do trânsito de pessoas e equipamentos, de
modo que está preservada sua isolação (NR-18)
B9.3) Todas as máquinas e equipamentos elétricos estão ligados por conjunto plugue e
tomada (NR-18)
B9.4) As redes de alta tensão estão protegidas de modo a evitar contatos acidentais com
veículos, equipamentos e trabalhadores (NR-18)
B9.5) Junto a cada disjuntor há identificação do circuito / equipamento correspondente
Obs :

B10) ANDAIMES SUSPENSOS


B10.1) Os andaimes dispõem de guarda-corpo e rodapé em todo o perímetro, exceto na
face de trabalho (NR-18)
B10.2) Existe tela de arame, náilon ou outro material de resistência equivalente presa no
guarda-corpo e rodapé (NR-18)
B10.3) O andaime é sustentado por perfis I chumbados na laje através de braçadeiras ou
dispositivo semelhante
B10.4) Cada perfil I corresponde a sustentação de dois guinchos
Obs:

B11) PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO


B11.1) O canteiro possui extintores para combate à princípios de incêndio (NR-18)
N° de extintores:_________
Obs :

B12) GUINCHO
B12.1) A torre do guincho é revestida com tela (NR-18)
B12.2) As rampas de acesso à torre são dotadas de guarda-corpo e rodapé, sendo planas
ou ascendentes no sentido da torre (NR-18)
B12.3) Há pneus ou outra espécie de amortecimento para a plataforma do elevador no
térreo
B12.4) O posto de trabalho do guincheiro é isolado e possui cobertura de proteção contra
queda de materiais (NR-18)
B12.5) Há assento ergonômico para o guincheiro (NR-18)
B12.6) A plataforma do elevador é dotada de contenções laterais em todas as faces (porta
nas faces em que há carga / descarga) (NR-18)
B12.7) No térreo o acesso a plataforma do elevador é plano, não exigindo esforço adicional
no empurramento de carrinhos/gericas
B12.8) Nas concretagens são deixados ganchos de ancoragem nos pavimentos para
atirantar a torre do guincho
B12.9) A plataforma do elevador possui cobertura (NR-18)
Obs :

B13) GRUA
B13.1) Existe delimitação das áreas de carga e descarga de materiais (NR-18)
B13.2) A grua possui alarme sonoro que é acionado pelo operador quando há
movimentação de carga (NR-18)
Obs :

NOTA - SEGURANÇA NA OBRA


PONTOS POSSÍVEIS (PP) PONTOS OBTIDOS (PO) (PO / PP) X 10
61

C) SISTEMA DE MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAMENTO DE MAT. Sim Não Não se


aplica

C1) VIAS DE CIRCULAÇÃO


C1.1) Há contrapiso nas áreas de circulação de materiais ou pessoas
C1.2) Existe cobertura para transporte de materiais da betoneira até o guincho
C1.3) É permitido o trânsito de carrinhos/gericas perto dos estoques em que tais
equipamentos fazem-se necessários
C1.4) Há caminhos previamente definidos para os principais fluxos de materiais, próximo
ao guincho, e nas áreas de produção de argamassa e armazenamento
Obs :
C2) ENTULHO
C2.1) São utilizadas caixas para desperdícios nos andares e/ou depósito central de
desperdícios
C2.2) O entulho é transportado para o térreo através de calha ou tubo coletor
C2.3) O canteiro está limpo, sem caliça e sobras de madeira espalhadas, de forma que não
está prejudicada a segurança e circulação de materiais e pessoas
C2.4) O entulho é separado por tipo de material e reaproveitado
Obs :
C3) GUINCHO
C3.1) A comunicação com o guincheiro é feita através de botão em cada pavimento que
aciona lâmpada ou campainha junto ao guincheiro (NR-18)
• Se for outro sistema especifique :__________________________________
C3.2) Há utilização de tubofone em combinação com outro sistema de comunicação
C3.3) Há placa com a logomarca da empresa na torre do guincho
C3.4) O guincho está na posição mais próxima possível do baricentro do pavimento tipo
C3.5) A área próxima ao guincho está desobstruída, permitindo livre circulação dos
equipamentos de transporte
C3.6) As peças para acesso nos pavimentos são amplas, facilitando a carga/descarga e o
estoque provisório de materiais nestes locais
Obs :

C4) ARMAZENAMENTO DE MATERIAIS


CIMENTO
C4.1) Existe estrado sob o estoque de cimento
C4.2) As pilhas de cimento tem no máximo 10 sacos
C4.3) O estoque está protegido da umidade em depósito fechado e coberto.(Caso não
exista depósito há cobertura com lona ou outro dispositivo)
C4.4) É praticada estocagem do tipo PEPS (o primeiro saco à entrar é o primeiro à sair),
utilizando, por exemplo, marcação da data de entrega em cada saco
C4.5) No caso das pilhas estarem adjacentes à paredes (do depósito ou não) há uma
distância mínima de 0,30 m para permitir a circulação de ar
Obs :

AGREGADOS E ARGAMASSA
C4.6) As baias para areia/brita/argamassa tem contenção em três lados
C4.7) As baias tem fundo cimentado para evitar contaminação do estoque
C4.8) A areia é descarregada no local definitivo de armazenagem (não há duplo
manuseio)
C4.9) A argamassa é descarregada no local definitivo de armazenagem (não há dulpo
manuseio)
C4.10) As baias de areia e argamassa estão em locais protegidos da chuva ou tem
cobertura com lona
C4.11) As baias de areia e argamassa estão próximas da betoneira
• Estime as distâncias em metros : __________________________
Obs :
62

TIJOLOS/BLOCOS Sim Não Não se


aplica
C4.12) O estoque está em local limpo e nivelado, sem contato direto com o solo
C4.13) É feita a separação de tijolos por tipo
C4.14) As pilhas de tijolos tem até 1,80 m de altura
C4.15) O s tijolos são descarregados no local definitivo de armazenagem
C4.16) O estoque está em local protegido da chuva ou tem cobertura com lona
C4.17) O estoque está próximo do guincho
• Estime a distância em metros : _________
Obs :

AÇO
C4.18) O aço é protegido do contato com o solo, sendo colocado sobre pontaletes de
madeira e uma camada de brita
C4.19) Caso as barras estejam em local descoberto, há cobertura com lona
C4.20) As barras de aço são separadas e identificadas de acordo com a bitola (NR-18)
Obs :

TUBOS de PVC
C4.21) Os tubos são armazenados em camadas, com espaçadores, separados de acordo
com a bitola das peças (NR-18)
C4.22) Os tubos estão estocados em locais livres da ação direta do sol, ou tem cobertura
com lona
Obs :

C5) PRODUÇÃO DE ARGAMASSA/CONCRETO


C5.1) A betoneira está próxima do guincho
• estime a distância em metros : ________
C5.2) A betoneira descarrega diretamente nos carrinhos/masseiras
C5.3) Há indicações de traço para a produção de argamassa, e as mesmas estão em local
visível
C5.4) A dosagem do cimento é feita por peso
C5.5) A dosagem da areia é feita com equipamento dosador (padiola, carrinho dosador ou
equipamento semelhante que padronize a dosagem)
C5.6) A dosagem da água é feita com equipamento dosador (recipiente graduado, caixa de
descarga ou dispositivo semelhante)
Obs :

NOTA - MOV. E ARMAZ. DE MATERIAIS


PONTOS POSSÍVEIS (PP) PONTOS OBTIDOS (PO) (PO / PP) X 10

NOTA GLOBAL DO CANTEIRO = Nota Inst. Prov. + Nota Seg. + Nota Mov. e Arm. =
3

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