A Protecao Da Rede de Distribuicao Contra Sobrecorrentes
A Protecao Da Rede de Distribuicao Contra Sobrecorrentes
A Protecao Da Rede de Distribuicao Contra Sobrecorrentes
distribuição contra
sobrecorrentes
Engenharia Elétrica
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
55 pag.
BELO HORIZONTE
Agosto de 2009
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
Belo Horizonte
Agosto de 2009
Agradeço aos meus pais pelo apoio que sempre me deram. Também agradeço ao pessoal na
Cemig, que sempre foram prestativos.
1. INTRODUÇÃO......................................................................................... 1
2. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO......................................................... 2
2.1. Introdução................................................................................. 2
2.2. Disjuntor e relé de sobrecorrente.............................................. 2
2.2.1. Disjuntor.................................................................................... 2
2.2.2. Relé de sobrecorrente...............................................................3
2.2.3. Ciclo de operação..................................................................... 6
2.3. Religador...................................................................................7
2.3.1. Introdução................................................................................. 7
2.3.2. Princípio de operação............................................................... 8
2.3.3. Classificação de religadores..................................................... 9
2.3.4. Tipos de controle.....................................................................10
2.3.4.1.Religadores hidráulicos........................................................... 10
2.3.4.2.Religadores eletrônicos...........................................................10
2.3.5. Número de fases.....................................................................12
2.3.6. Proteção de terra.................................................................... 13
2.4. Seccionalizador.......................................................................14
2.4.1. Introdução............................................................................... 14
2.4.2. Princípio de operação............................................................. 15
2.4.3. Classificação de seccionalizadores........................................ 16
2.4.3.1.Tipo de controle...................................................................... 16
2.4.4. Acessórios para os seccionalizadores.................................... 18
2.4.4.1.Restritor por tensão................................................................ 19
2.4.4.2.Restritor por contagem............................................................19
2.4.4.3.Restritor por corrente.............................................................. 19
2.4.4.4.Restritor por corrente de inrush.............................................. 20
2.4.5. Proteção de terra.................................................................... 20
2.5. Chave fusível.......................................................................... 21
2.5.1. Introdução............................................................................... 21
2.5.2. Princípio de funcionamento.....................................................21
2.5.3. Tipos de elos fusíveis..............................................................23
2.6. Chave fusível repetidora......................................................... 26
2.6.1. Introdução............................................................................... 26
3.1. Introdução............................................................................... 30
3.2. Filosofias da proteção em sistemas de distribuição................ 31
3.2.1. Proteção seletiva.................................................................... 31
3.2.2. Proteção coordenada..............................................................31
3.2.3. Principais fatores que influenciam na escolha da filosofia de
proteção.............................................................................................. 31
3.2.3.1.Níveis de continuidade de fornecimento................................. 32
3.2.3.2.Características do alimentador e da carga a ser atendida......33
3.2.3.3.Concentração populacional.....................................................33
3.3. Zonas de proteção.................................................................. 33
3.4. Proteção contra danos a condutores e equipamentos............34
3.5. Critérios para a aplicação dos dispositivos............................. 36
3.5.1. Proteção de alimentadores na Subestação............................ 36
3.5.1.1.Proteção com religadores....................................................... 36
3.5.1.2.Proteção com disjuntores........................................................37
3.5.2. Proteção de alimentadores ao longo do circuito..................... 37
3.5.2.1.Tronco do alimentador............................................................ 37
3.5.2.2.Derivações do tronco do alimentador..................................... 38
3.6. Coordenação entre os equipamentos de proteção................. 40
3.6.1. Coordenação entre elos fusíveis.............................................40
3.6.2. Coordenação entre religador e elo fusível.............................. 42
3.6.2.1.Proteção coordenada..............................................................42
3.6.2.2.Proteção seletiva.................................................................... 43
3.6.2.3.Coordenação com proteção de terra...................................... 43
3.6.3. Coordenação entre religadores...............................................44
3.6.4. Coordenação entre relé e religador........................................ 44
3.6.5. Coordenação entre relé e elo fusível...................................... 45
3.6.5.1.Modelo 1................................................................................. 45
3.6.5.2.Modelo 2................................................................................. 47
3.6.6. Coordenação entre religador e seccionalizador...................... 48
3.6.7. Coordenação entre religador, seccionalizador e elo fusível.... 49
4. Aplicações práticas................................................................................ 52
4.1. Introdução............................................................................... 52
6. Referências bibliográficas...................................................................... 58
7. Anexos................................................................................................... 60
8. Assinaturas............................................................................................ 61
Introdução
2.1. Disjuntor
O disjuntor é um equipamento ou dispositivo mecânico capaz de conduzir e interromper as
correntes de carga e de curto-circuito em alta velocidade. Entretanto, o disjuntor não é capaz
de diferenciar se a corrente que passa por ele é corrente de carga ou de falta (sobrecarga ou
curto-circuito). Por isso existe o relé de sobrecorrente, que é um dispositivo sensor que atua
para comandar a abertura do disjuntor protegendo contra sobrecorrentes os equipamentos e
condutores instalados na subestação e nos alimentadores1.
Os disjuntores podem ser classificados, principalmente, pelo meio de extinção do arco – óleo,
podendo ser a grande (figura 1) ou pequeno (figura 2) volume de óleo – GVO ou PVO, a
vácuo ou a SF6.
1 Alimentadores são circuitos de distribuição que saem das subestações e alimentam todos os
consumidores. Atualmente são quase 390 alimentadores na região metropolitana.
Figura SEQ Figura \* ARABIC 2 – Cubículo metálico que abriga um disjunto PVO
Os disjuntores são instalados nas subestações, nas saídas dos alimentadores e a proteção é
feita por relés de sobrecorrente temporizados que atuam segundo as curvas características
tempo x corrente e por relés de sobrecorrente instantâneos.
Os ajustes dos relés devem ser feitos levando em conta a capacidade máxima do
relé, a corrente nominal do circuito e as condições de manobra e sobrecarga
admissíveis. Para definir o ajuste de tape do relé de fase temporizado utiliza-se a
seguinte expressão:
(Equação 1)
Religador
2.4. Introdução
Historicamente, o primeiro dispositivo religador automático desenvolvido era uma espécie de
chave fusível repetidora. O sucesso desse equipamento motivou a construção do primeiro
religador automático em 1939. Esse religador ofereceu uma melhora em relação à operação
da chave fusível repetidora quando esta realizava um religamento automático, e era rápido o
suficiente para prevenir algumas faltas transitórias.
No entanto, a operação era tão rápida que a coordenação com outros dispositivos (fusíveis ou
religadores) não era possível. Então em 1944, o religador, como é hoje conhecido, foi
desenvolvido. Esse dispositivo tinha características duplas de tempo x corrente ( curva rápida
O ciclo de operação pode ser ajustado para todas as operações rápidas na curva A, todas
retardadas, nas curvas B ou C ou com operações rápidas e retardadas, nas curvas A e B ou A
e C.
Quando surge uma sobrecorrente, que é capaz de sensibilizar o religador, este abre o circuito,
e o tempo de operação é determinado pela primeira curva para o qual ele está ajustado. A
Alguns religadores eletrônicos permitem a comunicação via sinal de celular, vindos prontos
de fábrica ou mesmo adaptados com um dispositivo específico. Uma vez estabelecida a
comunicação, através de um computador com placa de comunicação e um software próprio, é
possível comandar a abertura ou fechamento do religador, visualizar o histórico de operações,
Figura SEQ Figura \* ARABIC 10 – Religador monofásico com controle hidráulico (V4H)
Figura SEQ Figura \* ARABIC 11 – Religador trifásico com controle hidráulico (KF)
Seccionalizador
2.10.Introdução
Um seccionalizador é um dispositivo de abertura que interrompe automaticamente o circuito
elétrico depois de sentir e responder a um número de pulsos de corrente de magnitude igual
ou superior a um valor pré-determinado, mantendo o circuito isolado enquanto permanecer
aberto.
Em outras palavras, um seccionalizador é um dispositivo que efetua contagem de aberturas de
equipamentos de proteção na retaguarda (religadores ou disjuntores) e abre o circuito antes
que o dispositivo de retaguarda complete seu ciclo de operação, isolando assim, apenas o
trecho defeituoso, e evitando que outras regiões sejam afetadas pelo bloqueio do religador ou
disjuntor. Para realizar sua função adequadamente o seccionalizador deve ser ajustado para
contar uma operação a menos do que o total de operações programadas para o dispositivo de
retaguarda.
2.11.Princípio de operação
Os seccionalizadores, ao contrário de outros dispositivos, não possuem curva tempo x
corrente. Eles são utilizados geralmente entre dois equipamentos de proteção que tem curvas
parecidas.
Quando um seccionalizador é percorrido por corrente de falta maior que seu valor de atuação
ele é sensibilizado e estará pronto para iniciar a contagem. Além do seccionalizador, o
religador na retaguarda também deve ser sensibilizado. Uma vez que o religador é
2.12.Classificação de seccionalizadores
Os seccionalizadores podem ser classificados quanto ao número de fases em monofásicos ou
trifásicos e quanto ao tipo de controle em hidráulicos ou eletrônicos.
O seccionalizador Auto-link (figura 19) é um equipamento que veio para substituir o GH. Sua
facilidade de instalação e ajuste e a ausência de manutenção são fatores que contribuíram para
isso. Observe que o seccionalizador pode ser instalado na própria chave fusível.
2.14.Proteção de terra
Os seccionalizadores eletrônicos trifásicos utilizam a proteção de terra para detectar correntes
de desequilíbrio e de falta para terra, cujos níveis são inferiores aos níveis de atuação da
proteção e fase. O princípio de funcionamento do sensor de terra é o mesmo do sensor de
fase, e atua de forma independente. O restritor de tensão e de corrente de inrush acompanham
o sensor para evitar operações indevidas do seccionalizador.
Chave fusível
2.15.Introdução
A chave fusível é um equipamento barato e eficiente, sendo por isso muito utilizada.
Atualmente só na região centro de Minas Gerais são mais de 15.000 chaves fusíveis utilizadas
para a proteção de ramais. Além dessas chaves, outras 60.000 são utilizadas como chaves para
proteção de transformadores na distribuição.
2.16.Princípio de funcionamento
A chave fusível é um dispositivo monofásico constituído de porta-fusível (cartucho) e demais
partes que tem como função interromper o circuito quando a corrente através do elo excede
um determinado valor. O elo fusível é um dispositivo de interrupção súbita que deve ser
manualmente reposto para restauração da continuidade do sistema elétrico.
Para a operação manual de abertura, utiliza-se um equipamento chamado Load Buster, que
extingue o arco elétrico que surge entre os contatos da chave.
O elo fusível é capaz de perceber uma condição de sobrecorrente no sistema que está
protegendo. É composto de uma liga metálica com baixo ponto de fusão que sofre
aquecimento, devido às perdas joulicas, quando percorrido pela corrente elétrica.
Se uma sobrecorrente passa pelo elo, ele pode ter uma fusão parcial (baixa sobrecorrente) ou
completa (alta sobrecorrente). Nesse instante, o fusível deve interromper essa sobrecorrente e
suportar a tensão de restabelecimento transitório durante ou após a interrupção.
Além disso, no momento em que ocorre a fusão, surge um arco elétrico que ioniza o ar em
volta, dificultando sua extinção. Mas por outro lado, a alta temperatura do arco faz com que
gases desionizantes sejam liberados da parede do porta fusível. Esses gases liberados
elevam a rigidez dielétrica aumentando rapidamente a resistência elétrica e
interrompendo a corrente quando esta passa pelo valor zero, impedindo a reignição
Os fabricantes disponibilizam curvas tempo x corrente dos elos fusíveis, que são utilizadas
para fazer a coordenação dos elos com os demais equipamentos. As curvas mostram uma
faixa de tempo em que os elos irão atuar para determinada corrente, já que não se tem
precisão do tempo exato de atuação. O limite inferior é chamado de tempo mínimo de atuação
e o limite superior de tempo máximo de atuação.
2.18.Introdução
Apesar da eficiência da chave fusível, sua operação causada por faltas temporárias muitas
vezes pode gerar longos períodos de interrupção, principalmente no meio rural, pois
dependendo das condições climáticas, do horário e da distância a ser percorrida, o
restabelecimento de energia pode demorar até horas.
Nesse aspecto, a chave fusível repetidora, que agora está começando a ser bastante utilizada,
pode reduzir o número de ocorrências causadas por faltas temporárias, pois pode realizar até
dois RA’s.
2.19.Princípio de operação
A chave fusível repetidora é um dispositivo monofásico de proteção contra sobrecorrentes,
com três operações de abertura (e dois RA’s, portanto), composta de três chaves fusíveis, que
por sua vez, são equipadas com porta-fusíveis. As três chaves fusíveis são montadas lado a
lado em uma mesma ferragem de fixação, sendo interligadas mecânica e eletricamente. Em
função dessa proximidade entre pólos e de outros aspectos que são relevantes para a
interrupção dos arcos elétricos no momento da operação, o conjunto das três chaves está
sujeito aos seguintes limites:
• Capacidade máxima de interrupção: 2 KA
• Elo fusível máximo a ser empregado: 40 T.
Figura SEQ Figura \* ARABIC 26 – Chave fusível repetidora e suas principais partes
constituintes
Introdução
2.21.Proteção seletiva
É a proteção projetada e ajustada de tal forma que, para qualquer tipo de falta, atua apenas o
dispositivo de proteção mais próximo ao local da falta, isolando o trecho defeituoso. São
interrompidos apenas os consumidores atendidos pelo trecho que é afetado diretamente pela
falta.
Essa filosofia reduz a frequência de interrupções, ou seja, reduz o FEC2, mas eleva os índices
de DEC3.
2.22.Proteção coordenada
É aquela projetada e ajustada de tal forma a eliminar as faltas transitórias através do
religamento automático do dispositivo de proteção de retaguarda e as faltas permanentes
através da operação do dispositivo mais próximo ao ponto de falta.
No caso de uma falta, haverá operação em curvas rápidas do dispositivo de proteção na
retaguarda (religador) na tentativa de eliminar a falta, caso ela seja transitória. Se a falta
persiste, o elo da chave fusível mais próxima rompe, evitando o bloqueio do religador. Dessa
maneira, os consumidores atendidos pelo religador serão interrompidos momentaneamente, se
a falta for transitória. Se a falta for permanente somente o consumidores atendidos pelo trecho
defeituoso serão interrompidos até o reparo do defeito.
A proteção coordenada reduz os índices do DEC, mas eleva os índices do FEC.
A partir dos dados apresentados, pode-se concluir que a maioria das faltas são transitórias,
causadas principalmente por descargas atmosféricas e por árvores, animais e objetos
estranhos na rede. Estudos revelam que 70% desses defeitos são eliminados no primeiro
religamento automático, 10% no segundo e outros 10% no terceiro.
Zonas de proteção
Aqui algumas observações devem ser feitas. Os religadores têm zonas de proteção diferentes
por possuírem ajustes diferentes. Também deve-se observar que toda a zona de proteção do
seccionalizador S está dento da zona de proteção de R2. Isso porque o seccionalizador não
tem a capacidade de interromper sozinho uma corrente de falta, necessitando da operação do
religador na retaguarda.
Além disso, para uma falta que ocorra, simultaneamente, dentro das zonas de R3 e F2, é
possível obter uma proteção coordenada, dependendo dos ajustes dos equipamentos
envolvidos. Já para uma falta somente na zona de F2, apenas esse equipamento irá atuar,
caracterizando uma proteção seletiva.
Também é importante ressaltar que nenhum ponto do circuito deve estar fora de alguma zona,
ficando desprotegido.
Ligação Ligação
fase-neutro fase-fase
5 1H 1H
10 2H 1H
15 3H 2H
25 5H 3H
37,5 6K 5H
Com base no que foi dito no item anterior, deve-se fazer a escolha dos locais para a instalação
dos equipamentos, de acordo com os critérios a seguir.
Todas as derivações do tronco devem ser protegidas por algum equipamento de proteção, que
pode ser uma chave fusível, uma chave fusível repetidora, um seccionalizador ou até mesmo
um religador. Caso a derivação não tenha proteção, ela torna-se parte do tronco, aumentando
sua área de exposição e consequentemente a chance de ocorrer alguma operação de seus
equipamentos.
Quando a derivação alimenta somente um transformador e sua extensão for superior a 150m
para RDU ou 500m para RDR, então, além da chave que está na derivação deve-se instalar
4 Tronco do alimentador é a parte principal do alimentador, de onde saem todas as derivações.
Geralmente os fios condutores tem seção grande, pois tem que suportar grandes cargas.
As tabelas seguintes mostram um resumo dos critérios utilizados para instalação dos
equipamentos de linha.
Para haver coordenação entre religador e elo fusível, duas condições tem que ser satisfeitas:
1) Para todos os valores de correntes de falhas possíveis dentro da zona de proteção do elo
fusível, o tempo mínimo de fusão do elo deve ser maior ou igual que o tempo de abertura do
religador na curva rápida, multiplicado por um fator K (tabela 10) característico do religador,
que varia em função do número de operações rápidas ajustado no religador e do tempo de
religamento do circuito; 2) O tempo máximo de interrupção do elo fusível principal deverá
ser menor ou igual ao tempo de operação do religador na curva temporizada (B ou C),
multiplicado pelo fator K, sendo K = 0,7.
Tabela SEQ Tabela \* ARABIC 10 – Fator multiplicador K
Resumindo,
• Tempo mínimo do fusível Tempo de operação do religador na curva
rápida x K;
• Tempo máximo do fusível Tempo de operação do religador na curva
lenta x 0,7.
Satisfazendo essas condições, o religador irá operar antes do fusível na tentativa de
eliminar faltas transitórias. Se a falta for permanente, o fusível rompe antes do
bloqueio do religador.
Quando a proteção é seletiva, geralmente os religadores não possuem curvas rápidas. Sendo
assim a condição de coordenação é igual à segunda condição da proteção coordenada.
Caso exista curva rápida no, tanto o fusível quanto o religador poderão atuar.
O elo fusível também deve coordenar com a proteção de terra, caso exista, do religador. Nesse
caso a curva do elo não deve cruzar a curva da proteção de terra do religador.
A coordenação com a proteção de terra às vezes se torna difícil de fazer para toda a faixa de
corrente de curto. Nesses casos deve-se que optar por elos que coordenam na maior faixa de
corrente possível.
2.18. Modelo 1
Nesse modelo, as unidades temporizadas e instantâneas dos relés cobrem até o ponto C (Zona
2), como mostra a figura 30. É normalmente adotado para alimentadores rurais, sendo
indispensável a utilização do relé de religamento no disjuntor com bloqueio da unidade
instantânea durante os religamentos.
Esse modelo de ajuste permite coordenar os relés da subestação com os elos fusíveis
instalados em pontos situados dentro da zona de proteção na qual o disjuntor é proteção de
retaguarda.
Para defeitos no trecho BC, a unidade instantânea atua desligando o disjuntor antes de fundir
o elo fusível; em seguida, o disjuntor rearma acionado pelo relé de religamento, sendo que
nesse período a unidade instantânea do relé de sobrecorrente fica bloqueada.
C) Relé de fase da unidade instantânea - A corrente instantânea de fase deve ser superior a
200% da máxima corrente de carga no ponto A e inferior a mínima corrente de curto-circuito
fase-fase na Zona 2 (no ponto C).
• 200 % Icarga(máx) no ponto A Iatuação (fase) Icc fase-fase(min) na Zona
2
D) Relé de neutro da unidade instantânea - A corrente instantânea de neutro deve ser superior
a 200% da máxima corrente de desequilíbrio de fase para o neutro no ponto A e inferior a
mínima corrente de curto-circuito fase-terra na Zona 2 (no ponto C).
• 200 % Icarga(máx) no ponto A Iatuação (neutro) Icc fase-terra (min) na
Zona 2
2.19. Modelo 2
Para esse modelo, as unidades temporizadas cobrem até o ponto C, zona para qual o disjuntor
é proteção de retaguarda, enquanto que as unidades instantâneas cobrem a Zona 1 (até o
ponto B), para qual o disjuntor é a proteção primária, como mostra a figura 31. É
normalmente adotado para alimentadores urbanos.
C) Relé de fase da unidade instantânea – A corrente de atuação de fase deve ser superior à
máxima corrente de curto trifásico no ponto B da figura 31.
• Iinstantânea (fase) > Icc trifásico (max) no ponto B
D) Relé de neutro da unidade instantânea - A corrente instantânea de neutro deve ser superior
à máxima corrente de curto-circuito fase-terra no ponto C da figura 31.
• Iinstantânea (neutro) > I cc fase-terra (max) no ponto B
Para resolver esse problema, o seccionalizador deve ser equipado com acessório restritor por
tensão ou restritor por corrente que impeçam a efetuação de uma contagem do
seccionalizador enquanto houver tensão ou corrente de linha.
Entretanto, se o seccionalizador não estiver equipado com o restritor por tensão ou corrente,
o ciclo de operação do religador deve ser alterado para uma operação rápida e três
Aplicações práticas
4.
Introdução
Ferramentas utilizadas
A CEMIG dispõe de uma série de softwares que são muitos úteis no estudo da
coordenação da proteção. Entre eles estão o Gemini e o PlotCoord.
O Gemini é um programa desenvolvido pela CEMIG em que é possível
visualizarmos todo seu sistema de distribuição. Através dele pode-se verificar quais
são os níveis de curto circuito máximo e mínimo, trifásico e fase-terra em qualquer
local do sistema. Esses valores de curto-circuito também são calculados através do
Estudos de coordenação
De acordo com os critérios de coordenação o tempo máximo do fusível deve ser até 70% do
tempo de operação do religador. Logo, para esse valor de corrente de curto existe
coordenação. Para as outras correntes de curto, basta verificar a distância entre a curva de
tempo máximo do fusível e a do religador. Se a distância é igual (na verdade pode ser até um
pouco menor, já que nesse caso o tempo máximo do fusível ainda não alcançou 70% do
tempo religador) ou maior, então também há coordenação entre os equipamentos para as
outras correntes de curto.
Já para a proteção de terra, há um pequeno trecho em que não existe coordenação, uma vez
que as curvas se cruzam. Para resolver esse problema, pode-se diminuir o elo para 15K. O
problema é que quando diminui-se o elo, também deve-se diminuir os elos das chaves que
estão após, de maneira que os equipamentos fiquem coordenados. Os últimos elos ficarão
com valores muito baixos, o que não é desejável. Por isso, em determinadas situações, pode-
se assumir uma pequena faixa em que não há coordenação.
Outro exemplo é dado na figura 35, em que um religador V4H, com três operações na curva
B, é instalado e deseja-se fazer a coordenação com os elos fusíveis que estão após. Os ajustes
do novo religador foram definidos levando em conta a coordenação com o outro religador na
retaguarda. Isso significa que seus ajustes não devem ser alterados.
Como pode ser observado na figura, o elo de 20T original não coordena com o religador,
assim como o elo de 12T. Reduzindo os elos, o de 20T ficaria 10T, o de 12T ficaria 6T e o de
8T seria substituído por um by-pass, já que 6T é o elo mínimo. Mas isso significa que as
zonas de proteção das chaves com elos de 8T, agora pertencerão às chaves com os elos de 6T,
aumentando a área de exposição, o que aumenta o número de ocorrências e também o de
consumidores afetados.
Para evitar essa situação, pode-se então instalar um seccionalizador no lugar do elo de 20T e
reduzindo para 10T e 6T os elos das outras chaves (figura 36). Mas antes é necessário
verificar se a capacidade do seccionalizador é compatível com o nível de corrente de curto-
circuito no local onde será instalado.
Se o seccionalizador é adequado, agora deve-se fazer seu ajuste. Como o religador tem três
operações, ele deve ser ajustado para duas. Sua corrente de atuação deve ser 80% da corrente
de atuação do religador, que é de 70A. Então a corrente máxima de atuação do
seccionalizador é 56A. O valor mais próximo padronizado é 54A. Mas nada impede que essa
corrente de atuação seja menor, como por exemplo 27A, desde que a corrente de carga
máxima seja menor.
Muitas outras situações podem ocorrer, e para cada uma delas, um estudo de coordenação
deve ser realizado.
EINHARDT, Alexandre França - Redes Aéreas de Distribuição. Porto Velho, RO: Instituto
Luterano de Ensino Superior de Porto Velho, 2006. Disponível em <http://
www.ulbrapvh.edu.br/cursos/sist.eletricos/rel_estagio.htm>. Acesso em 15/05/2009.
COORDINAIDE - The S&C Protection and Coordination Assistant – S&C Eletric Company.
Disponível em <http://www.sandc.com/support/tools/coordinaide.asp> Acesso em 27/07/2009
.
INDEL Bauru – Proteção para distribuição de energia. Elos fusíveis. Disponível em <http://
www.indelbauru.com.br/indel/pt/index.php?
acesso=detTextoProduto.php&vars=codproduto_categoria=4>. Acesso em 29/07/2009
LAUDO Técnico – DC/OC. Instalação de chaves fusíveis tipo repetidoras. Belo Horizonte:
CEMIG Distribuição S.A, 2009.
Site cemig
5.