A Protecao Da Rede de Distribuicao Contra Sobrecorrentes

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A proteção da rede de

distribuição contra
sobrecorrentes
Engenharia Elétrica
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
55 pag.

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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE
MINAS GERAIS

COORDENAÇÃO DO CURSO TÉCNICO DE


ELETROTÉCNICA E AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

A proteção da rede de distribuição


contra sobrecorrentes

Michel Rodrigo das Chagas Alves

Orientador: Profa. Maria Luisa Perdigão Diz Ramos

BELO HORIZONTE
Agosto de 2009

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2

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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE
MINAS GERAIS

A proteção da rede de distribuição contra sobrecorrentes

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Aluno: Michel Rodrigo das Chagas Alves

Empresa: Cemig Distribuição S.A.


Supervisor: Rogério Nascimento
Endereço: Rua Itambé, nº 114.
Bairro: Floresta
Cidade: Belo Horizonte - MG

Orientador: Profa. Maria Luisa Perdigão Diz Ramos

Belo Horizonte
Agosto de 2009

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agradecimentos

Agradeço aos meus pais pelo apoio que sempre me deram. Também agradeço ao pessoal na
Cemig, que sempre foram prestativos.

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Siglas utilizadas

ACO – Análise e controle da operação


ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica
CEMIG – Companhia Energética de Minas Gerais
COD – Centro de operação da distribuição
CONDIS – Controle da Distribuição
CONINT – Controle de Interrupções
CONMAN – Controle de Manutenção
DEC – Duração de Interrupções Equivalentes por Consumidor
FEC – Frequência das Interrupções Equivalentes por Consumidor
GVO – Grande Volume de Óleo
NS – Nota de Serviço
PVO – Pequeno Volume de Óleo
RA – Religamento Automático
RDA – Rede de Distribuição Aérea
RDR – Rede de Distribuição Rural
RDS – Rede de Distribuição Subterrânea
RDU – Rede de Distribuição Urbana
RTC – Relação de Transformação de Corrente
SE – Subestação
TC – Transformador de Corrente
TP – Transformador de Potencial

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sumário

1. INTRODUÇÃO......................................................................................... 1

2. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO......................................................... 2

2.1. Introdução................................................................................. 2
2.2. Disjuntor e relé de sobrecorrente.............................................. 2
2.2.1. Disjuntor.................................................................................... 2
2.2.2. Relé de sobrecorrente...............................................................3
2.2.3. Ciclo de operação..................................................................... 6
2.3. Religador...................................................................................7
2.3.1. Introdução................................................................................. 7
2.3.2. Princípio de operação............................................................... 8
2.3.3. Classificação de religadores..................................................... 9
2.3.4. Tipos de controle.....................................................................10
2.3.4.1.Religadores hidráulicos........................................................... 10
2.3.4.2.Religadores eletrônicos...........................................................10
2.3.5. Número de fases.....................................................................12
2.3.6. Proteção de terra.................................................................... 13
2.4. Seccionalizador.......................................................................14
2.4.1. Introdução............................................................................... 14
2.4.2. Princípio de operação............................................................. 15
2.4.3. Classificação de seccionalizadores........................................ 16
2.4.3.1.Tipo de controle...................................................................... 16
2.4.4. Acessórios para os seccionalizadores.................................... 18
2.4.4.1.Restritor por tensão................................................................ 19
2.4.4.2.Restritor por contagem............................................................19
2.4.4.3.Restritor por corrente.............................................................. 19
2.4.4.4.Restritor por corrente de inrush.............................................. 20
2.4.5. Proteção de terra.................................................................... 20
2.5. Chave fusível.......................................................................... 21
2.5.1. Introdução............................................................................... 21
2.5.2. Princípio de funcionamento.....................................................21
2.5.3. Tipos de elos fusíveis..............................................................23
2.6. Chave fusível repetidora......................................................... 26
2.6.1. Introdução............................................................................... 26

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2.6.2. Princípio de operação............................................................. 26
2.6.3. Vantagens da chave fusível repetidora................................... 28
3. Critérios de seletividade, coordenação e aplicação dos dispositivos de
proteção ....................................................................................................... 30

3.1. Introdução............................................................................... 30
3.2. Filosofias da proteção em sistemas de distribuição................ 31
3.2.1. Proteção seletiva.................................................................... 31
3.2.2. Proteção coordenada..............................................................31
3.2.3. Principais fatores que influenciam na escolha da filosofia de
proteção.............................................................................................. 31
3.2.3.1.Níveis de continuidade de fornecimento................................. 32
3.2.3.2.Características do alimentador e da carga a ser atendida......33
3.2.3.3.Concentração populacional.....................................................33
3.3. Zonas de proteção.................................................................. 33
3.4. Proteção contra danos a condutores e equipamentos............34
3.5. Critérios para a aplicação dos dispositivos............................. 36
3.5.1. Proteção de alimentadores na Subestação............................ 36
3.5.1.1.Proteção com religadores....................................................... 36
3.5.1.2.Proteção com disjuntores........................................................37
3.5.2. Proteção de alimentadores ao longo do circuito..................... 37
3.5.2.1.Tronco do alimentador............................................................ 37
3.5.2.2.Derivações do tronco do alimentador..................................... 38
3.6. Coordenação entre os equipamentos de proteção................. 40
3.6.1. Coordenação entre elos fusíveis.............................................40
3.6.2. Coordenação entre religador e elo fusível.............................. 42
3.6.2.1.Proteção coordenada..............................................................42
3.6.2.2.Proteção seletiva.................................................................... 43
3.6.2.3.Coordenação com proteção de terra...................................... 43
3.6.3. Coordenação entre religadores...............................................44
3.6.4. Coordenação entre relé e religador........................................ 44
3.6.5. Coordenação entre relé e elo fusível...................................... 45
3.6.5.1.Modelo 1................................................................................. 45
3.6.5.2.Modelo 2................................................................................. 47
3.6.6. Coordenação entre religador e seccionalizador...................... 48
3.6.7. Coordenação entre religador, seccionalizador e elo fusível.... 49
4. Aplicações práticas................................................................................ 52

4.1. Introdução............................................................................... 52

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4.2. Ferramentas utilizadas............................................................52
4.3. Estudos de coordenação........................................................ 53
4.3.1. Instalação e coordenação de equipamentos...........................54
5. Conclusão.............................................................................................. 57

6. Referências bibliográficas...................................................................... 58

7. Anexos................................................................................................... 60

8. Assinaturas............................................................................................ 61

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INTRODUÇÃO

A Cemig – Companhia Energética de Minas Gerais – atua nas áreas de geração,


transmissão e distribuição de energia elétrica, além de desenvolver soluções
energéticas.
O grupo Cemig é constituído por 49 empresas e 10 consórcios. Entre elas está a
Cemig Distribuição S.A. Na área de distribuição de energia elétrica, a Cemig é
responsável por aproximadamente 12% do mercado nacional. É responsável pelo
atendimento de cerca de 18 milhões de pessoas em 774 municípios de Minas Gerais
e pela gestão da maior rede de distribuição de energia elétrica da América do Sul,
com mais de 400 mil Km de extensão.
A Cemig tem um Centro de Operação da Distribuição – COD – que monitora e
controla o sistema de distribuição em tempo real. Ligado a ele está a Análise e
Controle da Operação – ACO – que atua pós-operação, ou seja, depois de
acontecerem as ocorrências no sistema.
Entre as funções do ACO, está a de analisar as ocorrências em média tensão
(13,8KV) que chegam através do COD, assim como a de analisar a coordenação da
proteção do sistema de distribuição.
Nesse contexto é muito importante o conhecimento acerca da proteção do sistema
de distribuição, o que inclui o conhecimento dos equipamentos de proteção e a
coordenação entre eles. Esse foi o motivo da escolha do tema, A proteção da rede
de distribuição contra sobrecorrentes, que é um assunto essencial para as atividades
diárias do ACO, no que diz respeito a média tensão.
A proteção contra sobrecorrentes deve proteger todo o sistema elétrico contra
condições anormais de operação, causadas por curto-circuitos, sobrecargas e
desequilíbrios acima dos limites estabelecidos, de modo a assegurar índices de
continuidade de serviço e segurança adequados.
Esse trabalho tem como objetivo fornecer conceitos básicos sobre os dispositivos de
proteção utilizados em Redes de Distribuição Aéreas – RDA – e mostrar critérios
para o estudo de coordenação da proteção e da filosofia de proteção a ser utilizada.

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2. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

Introdução

Para se fazer um bom estudo de coordenação da proteção


é essencial ter um conhecimento básico a respeito dos
equipamentos de proteção utilizados, desde o princípio de
operação até as características físicas do equipamento.
Neste capítulo serão apresentados os equipamentos de
proteção utilizados em RDA na Cemig e suas principais
características.

Disjuntor e relé de sobrecorrente

2.1. Disjuntor
O disjuntor é um equipamento ou dispositivo mecânico capaz de conduzir e interromper as
correntes de carga e de curto-circuito em alta velocidade. Entretanto, o disjuntor não é capaz
de diferenciar se a corrente que passa por ele é corrente de carga ou de falta (sobrecarga ou
curto-circuito). Por isso existe o relé de sobrecorrente, que é um dispositivo sensor que atua
para comandar a abertura do disjuntor protegendo contra sobrecorrentes os equipamentos e
condutores instalados na subestação e nos alimentadores1.
Os disjuntores podem ser classificados, principalmente, pelo meio de extinção do arco – óleo,
podendo ser a grande (figura 1) ou pequeno (figura 2) volume de óleo – GVO ou PVO, a
vácuo ou a SF6.

1 Alimentadores são circuitos de distribuição que saem das subestações e alimentam todos os
consumidores. Atualmente são quase 390 alimentadores na região metropolitana.

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Figura SEQ Figura \* ARABIC 1 – Disjuntor GVO na subestação

Figura SEQ Figura \* ARABIC 2 – Cubículo metálico que abriga um disjunto PVO

Os disjuntores são instalados nas subestações, nas saídas dos alimentadores e a proteção é
feita por relés de sobrecorrente temporizados que atuam segundo as curvas características
tempo x corrente e por relés de sobrecorrente instantâneos.

2.2. Relé de sobrecorrente


O relé temporizado (também conhecido como relé 51 para a proteção de fase e 51N para a de
neutro) mais utilizado é do tipo disco de indução, que consiste de um disco condutor,
geralmente de alumínio, que se movimenta por indução dentro do entreferro de um
núcleo magnético excitado pela corrente que circula na bobina do núcleo. Essa
bobina possui derivações, chamadas de tapes, que permitem alterar o valor da
corrente de atuação.
Em geral, junto ao disco, existe um contato móvel para o comando da abertura do
disjuntor. É possível modificar o tempo de fechamento dos contatos, modificando o
tempo de percurso total do contato móvel. Esse ajuste é chamado de dial.

Figura SEQ Figura \* ARABIC 3 – Relé tipo disco de indução

A operação do relé depende do ajuste do tape e do dial.


O relé instantâneo (conhecido como relé 50 para a proteção de fase e 50N para a de
neutro) só possui ajuste de tape.
Além do relé tipo disco de indução, existem os relés tipo armadura axial, armadura
em charneira, tipo tambor, o de bobina móvel e o digital.
Os relés são utilizados para proteção de fase e proteção de terra. As bobinas dos
relés de fase são alimentadas por TCs colocados em cada fase do circuito (figura 4).
Os relés de fase fazem a proteção contra faltas trifásicas e bifásicas. A bobina do
relé de terra é alimentada pela corrente residual que circula no neutro, fazendo a
proteção contra faltas fase-terra e bifásica-terra.

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Figura SEQ Figura \* ARABIC 4 – Esquema básico de ligação dos relés na saída de um
alimentador

Os ajustes dos relés devem ser feitos levando em conta a capacidade máxima do
relé, a corrente nominal do circuito e as condições de manobra e sobrecarga
admissíveis. Para definir o ajuste de tape do relé de fase temporizado utiliza-se a
seguinte expressão:

(Equação 1)

onde IP é corrente nominal do circuito, ou seja, a corrente primária do TC, RTC é a


relação de transformação do TC e K é um fator de tolerância, com valor entre 1 e 3.
Já para o relé de neutro, o tape é definido a partir do máximo desequilíbrio
permitido para a corrente que circula no neutro.
O dial define o tempo de restabelecimento do relé, ou seja, o tempo que ele
demora para estar pronto novamente para o funcionamento, e é escolhido em função
da proteção dos condutores e equipamentos.
O tape para o relé de fase instantâneo é definido a partir da máxima corrente
de curto-circuito bifásica no ponto até o qual se deseja que a proteção instantânea
atue. Para o relé de terra adota-se o mesmo critério, considerando a máxima
corrente de curto fase-terra.
Existem três famílias de curvas de tempo x corrente de relés de sobrecorrente:
• NI – Normalmente Inversa: É família de curvas mais comum, onde o
tempo de operação é inversamente proporcional ao valor de atuação.
• MI – Muito Inversa: As características dessas curvas são mais
acentuadas que as curvas NI.
• EI – Extremamente Inversa: São as curvas mais acentuadas entre
todas as curvas.
A figura 3 mostra curvas típicas de cada família e também ajustes de pick-up e de
tempo de um relé de sobrecorrente.

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Figura SEQ Figura \* ARABIC 5 – Curvas típicas tempo x corrente de um relé de
sobrecorrente

Além do relé de sobrecorrente existe o relé de religamento, que comanda


automaticamente o religamento do disjuntor, após ter sido operado pelo relé de
sobrecorrente. Pode ser ajustado como instantâneo ou temporizado, e com o
número de operações variando de 1 a 4.

2.3. Ciclo de operação


Quando o relé de sobrecorrente comanda a abertura do disjuntor, o relé de
religamento é energizado, iniciando o ciclo de religamentos automáticos – RA’s –
que podem variar de 1 a 3, dependendo do ajuste. Se o defeito não for eliminado, ou
seja, se ainda existir sobrecorrente, antes da última operação de religamento
programada, o relé ficará bloqueado e o disjuntor permanecerá aberto, situação que
é chamada de bloqueio do disjuntor.

Religador

2.4. Introdução
Historicamente, o primeiro dispositivo religador automático desenvolvido era uma espécie de
chave fusível repetidora. O sucesso desse equipamento motivou a construção do primeiro
religador automático em 1939. Esse religador ofereceu uma melhora em relação à operação
da chave fusível repetidora quando esta realizava um religamento automático, e era rápido o
suficiente para prevenir algumas faltas transitórias.
No entanto, a operação era tão rápida que a coordenação com outros dispositivos (fusíveis ou
religadores) não era possível. Então em 1944, o religador, como é hoje conhecido, foi
desenvolvido. Esse dispositivo tinha características duplas de tempo x corrente ( curva rápida

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e lenta) para permitir a proteção diante de faltas temporárias e a coordenação com outros
dispositivos.
Os primeiros religadores eram monofásicos com controle hidráulico e interrupção em óleo.
Possuíam baixa capacidade de condução de corrente e baixa capacidade de interrupção e eram
geralmente usados na saída de linhas no lugar de fusíveis. Mais tarde, religadores trifásicos
foram desenvolvidos com controle eletrônico e interrupção em óleo ou em vácuo. E com o
passar do tempo, a capacidade de interrupção e a capacidade de condução aumentaram
gradativamente, sendo que alguns apresentam desempenho compatível com os disjuntores,
permitindo seu uso em subestações como dispositivo principal de proteção de alimentadores.
O religador pode ser definido como um dispositivo autocontrolado automático que interrompe
e religa um circuito de corrente alternada com uma sequência pré-determinada de abertura e
fechamento seguido por uma re-inicialização, permanecendo fechado ou bloqueado.

2.5. Princípio de operação


Independentemente do tipo de religador, em condições de sobrecorrente, este poderá realizar
1, 2, 3 ou 4 aberturas, dependendo de como foi programado o ciclo de operação. Todas as
aberturas, exceto a última, são seguidas de religamentos automáticos. O tempo decorrido
entre uma abertura e religamento é chamado de tempo morto ou tempo de religamento. O
tempo de atuação para cada operação é determinado por uma curva tempo x corrente, sendo
A a curva rápida, B a curva retardada e C a extra-retardada. Alguns religadores possuem ainda
as curvas D, E, F, G e H.

Figura SEQ Figura \* ARABIC 6 – Curvas tempo x corrente A, B e C de religadores

O ciclo de operação pode ser ajustado para todas as operações rápidas na curva A, todas
retardadas, nas curvas B ou C ou com operações rápidas e retardadas, nas curvas A e B ou A
e C.
Quando surge uma sobrecorrente, que é capaz de sensibilizar o religador, este abre o circuito,
e o tempo de operação é determinado pela primeira curva para o qual ele está ajustado. A

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próxima figura ilustra o ciclo de operação de um religador ajustado para quatro operações,
sendo as duas primeiras na curva A e as duas últimas nas curvas lentas B ou C. O religador
inicia a contagem de tempo de religamento e então faz o primeiro religamento automático
(RA). Se a falta é transitória, a sobrecorrente não existe mais e o religador continuará
fechado. Depois de algum tempo pré-determinado ele irá resetar e estará pronto para um novo
ciclo de operação.
Mas caso a sobrecorrente seja permanente, então o religador continuará no seu ciclo de
operação. Ele irá atuar segundo o tempo da curva A novamente. Passado o tempo de
religamento ele faz o segundo RA, e então entra na curva lenta. O tempo de operação agora é
um pouco maior e então faz sua terceira atuação. Depois do terceiro RA ele entra novamente
na curva lenta e faz sua última operação, ficando bloqueado. Para restabelecer novamente o
sistema será necessária uma equipe de campo para ir até o local.

Figura SEQ Figura \* ARABIC 7 – Sequência de operação de um religador ajustado para


quatro operações

2.6. Classificação de religadores


Os religadores podem ser classificados quanto ao número de fases, em monofásicos ou
trifásicos, que podem ter operação monofásica e bloqueio trifásico ou operação e bloqueio
trifásicos, quanto ao tipo de controle, em hidráulicos ou eletrônicos, e quanto ao meio de
interrupção, a óleo, a vácuo ou a gás SF6.

2.7. Tipos de controle


2.1. Religadores hidráulicos
Os religadores hidráulicos possuem bobinas que são ligadas em série com o circuito no qual
o equipamento está inserido, chamadas de bobinas série. São as bobinas série as responsáveis
por detectar as sobrecorrentes, e acionam o mecanismo de abertura quando a corrente atinge
o dobro do seu valor nominal. A operação de religamento pode ser feita por molas de
fechamento que são carregadas durante a operação de abertura ou por bobina de fechamento
que é energizada por tensão fase-fase no lado da fonte do religador após a operação de
abertura. Depois da última abertura as molas de fechamento são desativadas ou a bobina de
fechamento não é mais energizada.
Os religadores hidráulicos utilizam isolamento a óleo juntamente com um mecanismo
hidráulico composto por várias bombas, orifícios e válvulas responsáveis por executar as
operações características de disparo, temporização, contagem e religamento. Na figura 8
pode-se observar aonde são feitos os ajustes de um religador hidráulico.

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Figura SEQ Figura \* ARABIC 8 – Chavetas e furos de vazão do óleo de um religador
hidráulico. Curvas A e B selecionadas

2.2. Religadores eletrônicos


Os religadores eletrônicos utilizam TC´s para detectar as sobrecorrentes, que são instalados
em cada uma das fases. O TC alimenta um sensor eletrônico que tem a função de controlar os
mecanismos de abertura e fechamento do religador.
Os religadores eletrônicos também atuam segundo as características das curvas A, B e C,
porém são mais flexíveis e precisos que os religadores hidráulicos. As curvas tempo x
corrente, os níveis da corrente de atuação e a sequência de operação, são facilmente ajustados
no circuito do sensor eletrônico sem a necessidade de desenergizar o religador, pois o sensor
está montado numa caixa separada do tanque do religador.
O nível da corrente de atuação é determinado por resistores, chamados resistores fase (figura
9), que são colocados ou retirados através de soquetes. Os resistores devem ter valores iguais
nas três fases.

Figura SEQ Figura \* ARABIC 9 – Circuito de controle de um religador eletrônico

Alguns religadores eletrônicos permitem a comunicação via sinal de celular, vindos prontos
de fábrica ou mesmo adaptados com um dispositivo específico. Uma vez estabelecida a
comunicação, através de um computador com placa de comunicação e um software próprio, é
possível comandar a abertura ou fechamento do religador, visualizar o histórico de operações,

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ajustes, etc. Esse tipo de religador, que permite comunicação remota, é usado em pontos
estratégicos do sistema, que tem interligações com outros alimentadores.

2.8. Número de fases


Os religadores podem ser monofásicos ou trifásicos. Os dispositivos trifásicos possuem dois
tipos de operação: comando de disparo monofásico com bloqueio trifásico e comando de
disparo trifásico com bloqueio trifásico. O religador trifásico sempre tem o bloqueio trifásico,
pois se ele tiver uma carga considerável em relação ao alimentador e, apenas uma das fases
for bloqueada, isso acarretará um desequilíbrio no alimentador. Esse desequilíbrio fará com
que opere a proteção na subestação, bloqueando assim, todo o alimentador.

Figura SEQ Figura \* ARABIC 10 – Religador monofásico com controle hidráulico (V4H)

Figura SEQ Figura \* ARABIC 11 – Religador trifásico com controle hidráulico (KF)

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Figura SEQ Figura \* ARABIC 12 – Religador trifásico com controle eletrônico (VR3S)

2.9. Proteção de terra


Além da proteção de fase, alguns religadores possuem a proteção de terra, que tem a
finalidade de detectar correntes de falta para terra e correntes de desequilíbrio que
ultrapassam os limites permitidos. As faltas para terra podem provocar correntes de menor
intensidade do que as faltas entre fases, possuindo algumas, valores de mesma ordem que a
corrente de carga, chamadas de faltas de alta impedância que são insuficientes, portanto, para
sensibilizar a proteção de fase dos religadores.
Apesar desse tipo de falta não representar um risco grande para os equipamentos e condutores
do sistema, ela deve ser eliminada o mais rápido possível, pois um condutor poderá estar
partido e em contato com o solo, representando risco para pessoas que passam pelo local.
Dessa forma, a proteção de terra é sensibilizada pela corrente residual resultante do somatório
das correntes trifásicas. Este princípio permite que a proteção de terra atue também para
correntes de desequilíbrio que circulam pelo neutro. A proteção de terra atua segundo curvas
de tempo definido (figura 13), ou seja, independentemente do valor da corrente, o tempo de
atuação é o mesmo.

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Figura SEQ Figura \* ARABIC 13 – Curvas características da proteção de terra

Seccionalizador

2.10.Introdução
Um seccionalizador é um dispositivo de abertura que interrompe automaticamente o circuito
elétrico depois de sentir e responder a um número de pulsos de corrente de magnitude igual
ou superior a um valor pré-determinado, mantendo o circuito isolado enquanto permanecer
aberto.
Em outras palavras, um seccionalizador é um dispositivo que efetua contagem de aberturas de
equipamentos de proteção na retaguarda (religadores ou disjuntores) e abre o circuito antes
que o dispositivo de retaguarda complete seu ciclo de operação, isolando assim, apenas o
trecho defeituoso, e evitando que outras regiões sejam afetadas pelo bloqueio do religador ou
disjuntor. Para realizar sua função adequadamente o seccionalizador deve ser ajustado para
contar uma operação a menos do que o total de operações programadas para o dispositivo de
retaguarda.

2.11.Princípio de operação
Os seccionalizadores, ao contrário de outros dispositivos, não possuem curva tempo x
corrente. Eles são utilizados geralmente entre dois equipamentos de proteção que tem curvas
parecidas.
Quando um seccionalizador é percorrido por corrente de falta maior que seu valor de atuação
ele é sensibilizado e estará pronto para iniciar a contagem. Além do seccionalizador, o
religador na retaguarda também deve ser sensibilizado. Uma vez que o religador é

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sensibilizado, ele fará sua primeira atuação, abrindo o circuito. A corrente no seccionalizador
cairá para zero e então ele fará sua primeira contagem.
Se a falta é passageira (figura 14), quando o religador realizar o primeiro RA a corrente estará
normalizada e o seccionalizador voltará a condição inicial após o tempo de reset. Por outro
lado, se for permanente (figura 15), o religador fará sua segunda operação, e o seccionalizador
a segunda contagem. Se o religador estiver ajustado para três operações, o seccionalizador
deve estar ajustado para duas. Então é nesse momento que o seccionalizador abre seus
contatos. Observe que o seccionalizador abriu quando o religador estava aberto, ou seja, não
havia corrente de falta circulando por ele. Isso porque o seccionalizador não tem capacidade
de interromper corrente de falta.
Quando o religador realizar seu segundo RA, o trecho defeituoso estará isolado pelo
seccionalizador e então não haverá sobrecorrente, evitando seu bloqueio.

Figura SEQ Figura \* ARABIC 14 – Funcionamento do seccionalizador durante uma


falta temporária

Figura SEQ Figura \* ARABIC 15 – Funcionamento do seccionalizador durante uma


falta permanente

2.12.Classificação de seccionalizadores
Os seccionalizadores podem ser classificados quanto ao número de fases em monofásicos ou
trifásicos e quanto ao tipo de controle em hidráulicos ou eletrônicos.

2.3. Tipo de controle

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Nos seccionalizadores hidráulicos as sobrecorrentes são detectadas por bobinas série. Quando
uma corrente superior a 160% do valor de sua corrente nominal passa pela bobina série, ela
ativa um mecanismo que se prepara contar. A contagem será efetuada quando a corrente cair
para 40% ou menos da corrente de atuação, ou seja, 64% da corrente nominal. Isso ocorre
geralmente quando o dispositivo de retaguarda realiza uma operação.
A viscosidade do óleo do seccionalizador irá determinar o tempo de memória do
seccionalizador, ou seja, o tempo em que ele guarda a contagem.
Os seccionalizadores eletrônicos são mais flexíveis e precisos que os hidráulicos. O número
de contagens, o nível da corrente de atuação e o tempo de memória são facilmente ajustados
no circuito do sensor eletrônico. O nível de corrente de atuação independe da corrente
nominal do equipamento. O tempo de memória pode ser ajustado para 30, 45 e 90s. Quando
a corrente atinge o nível de atuação o sensor se prepara para a contagem que será efetuada
quando a corrente cair para um valor igual ou inferior a 50% da corrente de atuação.

Figura SEQ Figura \* ARABIC 16 – Seccionalizador hidráulico monofásico (GH)

Figura SEQ Figura \* ARABIC 17 – Seccionalizador eletrônico trifásico (GN3E)

Figura SEQ Figura \* ARABIC 18 – Seccionalizador hidráulico trifásico (GN3)

Figura SEQ Figura \* ARABIC 19 – Seccionalizador eletrônico monofásico (Auto-link)

O seccionalizador Auto-link (figura 19) é um equipamento que veio para substituir o GH. Sua
facilidade de instalação e ajuste e a ausência de manutenção são fatores que contribuíram para
isso. Observe que o seccionalizador pode ser instalado na própria chave fusível.

2.13.Acessórios para os seccionalizadores


Em determinadas situações, pode haver uma operação indevida do seccionalizador, como no
seguinte caso: uma falta permanente ocorre no local indicado pelo X vermelho, na figura 20.
O religador, que tem três operações, sendo uma operação na curva rápida A e duas na curva B,
irá operar e o seccionalizador fará a primeira contagem. O religador fará então o primeiro RA
e entrará na curva lenta, mas a fusível, que é mais rápida, e está mais próxima da falta, irá
operar antes do religador, isolando o trecho defeituoso.
Entretanto, a corrente no seccionalizador depois que a fusível operar, pode cair para um valor
menor que 40% de seu valor nominal e o seccionalizador então fará a segunda contagem, e
abrirá o circuito. Essa operação era desnecessária, pois o trecho defeituoso já estava isolado e
agora todos os consumidores depois do seccionalizador foram prejudicados. Para evitar esse
tipo de situação, utilizam-se acessórios que identificam se a operação foi do lado da fonte ou
da carga.

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Figura SEQ Figura \* ARABIC 20 – Exemplo de funcionamento do seccionalizador

2.4. Restritor por tensão


Este dispositivo faz com que o equipamento seja capaz de contar somente as operações do
dispositivo situado no lado fonte. O restritor por tensão é um circuito alimentado por um TP
que verifica a presença de tensão no circuito em que está inserido o seccionalizador. Enquanto
houver tensão, o restritor por tensão impedirá a operação do seccionalizador mesmo em
condições de sobrecorrente.
Este restritor pode ser inserido em todos os seccionalizadores hidráulicos, excetos os
monofásicos. Também possibilita a utilização da sequência de duas operações rápidas e duas
retardadas no religador.

2.5. Restritor por contagem


Esse acessório bloqueia o contador de operação se fluir uma corrente de carga de valor igual
ou superior a 5A pelo seccionalizador. A vantagem desse acessório em relação ao restritor por
tensão é que não é requerida a presença de tensão; a desvantagem é que é requerido um
mínimo de 5A como corrente de carga.

2.6. Restritor por corrente


Esse acessório, disponível para seccionalizadores eletrônicos, desempenha a mesma função
que o acessório restritor por tensão nos seccionalizadores hidráulicos, embora sua atuação se
faça por comparação de correntes, ao invés de tensões. Esse acessório já vem incorporado ao
sistema básico dos seccionalizadores eletrônicos.

2.7. Restritor por corrente de inrush


Correntes de inrush estão associadas ao estabelecimento dos campos eletromagnéticos nas
indutâncias e capacitâncias dos circuitos, representadas pelas reatâncias de magnetização de
transformadores, indutâncias e capacitâncias dos cabos, etc. Ou seja, corrente de inrush é um
pico de corrente que ocorre no momento da energização do circuito.
Quando o religador fechar após a primeira abertura, a corrente de inrush sensibilizará o
seccionalizador. Passado o período transitório, essa corrente pode cair para um valor menor

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que 50% do valor da corrente de atuação. Assim, o seccionalizador efetuará uma contagem
indevida e possivelmente a abertura, caso o religador complete seu ciclo de operação.
O restritor atua da seguinte forma: quando o religador abre o circuito, a tensão no lado fonte
do seccionalizador desaparece e o controle desse equipamento verifica se a corrente através
do mesmo estava abaixo ou acima da sua corrente mínima de atuação. Se a corrente está
abaixo da corrente de atuação, a corrente mínima é aumentada automaticamente segundo um
multiplicador pré-determinado (2, 4, 6 ou 8 vezes), permanecendo com este nível elevado de
corrente por um tempo de 5, 10, 15 ou 20 ciclos de corrente, depois do retorno da tensão. O
acessório restritor por corrente de inrush só é projetado para os seccionalizadores GN3E.

2.14.Proteção de terra
Os seccionalizadores eletrônicos trifásicos utilizam a proteção de terra para detectar correntes
de desequilíbrio e de falta para terra, cujos níveis são inferiores aos níveis de atuação da
proteção e fase. O princípio de funcionamento do sensor de terra é o mesmo do sensor de
fase, e atua de forma independente. O restritor de tensão e de corrente de inrush acompanham
o sensor para evitar operações indevidas do seccionalizador.

Chave fusível

2.15.Introdução
A chave fusível é um equipamento barato e eficiente, sendo por isso muito utilizada.
Atualmente só na região centro de Minas Gerais são mais de 15.000 chaves fusíveis utilizadas
para a proteção de ramais. Além dessas chaves, outras 60.000 são utilizadas como chaves para
proteção de transformadores na distribuição.

2.16.Princípio de funcionamento
A chave fusível é um dispositivo monofásico constituído de porta-fusível (cartucho) e demais
partes que tem como função interromper o circuito quando a corrente através do elo excede
um determinado valor. O elo fusível é um dispositivo de interrupção súbita que deve ser
manualmente reposto para restauração da continuidade do sistema elétrico.
Para a operação manual de abertura, utiliza-se um equipamento chamado Load Buster, que
extingue o arco elétrico que surge entre os contatos da chave.
O elo fusível é capaz de perceber uma condição de sobrecorrente no sistema que está
protegendo. É composto de uma liga metálica com baixo ponto de fusão que sofre
aquecimento, devido às perdas joulicas, quando percorrido pela corrente elétrica.
Se uma sobrecorrente passa pelo elo, ele pode ter uma fusão parcial (baixa sobrecorrente) ou
completa (alta sobrecorrente). Nesse instante, o fusível deve interromper essa sobrecorrente e
suportar a tensão de restabelecimento transitório durante ou após a interrupção.

Figura SEQ Figura \* ARABIC 21 – Comportamento da tensão e corrente durante a


fusão do elo

Além disso, no momento em que ocorre a fusão, surge um arco elétrico que ioniza o ar em
volta, dificultando sua extinção. Mas por outro lado, a alta temperatura do arco faz com que
gases desionizantes sejam liberados da parede do porta fusível. Esses gases liberados
elevam a rigidez dielétrica aumentando rapidamente a resistência elétrica e
interrompendo a corrente quando esta passa pelo valor zero, impedindo a reignição

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do arco voltaico. São resultado da decomposição parcial da fibra isolante do tubo e
expulsam parte do elo queimado para fora por um orifício em sua parte inferior.
Caso esse orifício esteja entupido, o porta fusível pode explodir no momento da fusão,
podendo danificar veículos ou machucar pessoas que estejam próximas.
Após a interrupção estar completa, o fusível rompido deve suportar a tensão do sistema
aplicada aos seus terminais, de modo que os danos causados por eventuais sobrecorrentes
sejam mínimos.
O elemento fusível é fabricado de modo que suas propriedades não sejam alteradas durante a
passagem da corrente nominal. O intervalo de tempo necessário para fusão depende
principalmente dos seguintes fatores:
• Intensidade da corrente que passa através do fusível;
• Propriedades físicas do material que constitui o elemento fusível;
• Material envolvente;
• Temperatura ambiente;
• Grau de envelhecimento.
O fusível deve facilitar sua coordenação com outros dispositivos de proteção do
sistema, minimizado assim, o número de consumidores afetados por atuação.
Depois que o fusível se rompe, o porta fusível se solta do contato e fica pendurado
na chave, sinalizando que o elo atuou e necessita de troca.

Figura SEQ Figura \* ARABIC 22 – Chave fusível com elo rompido

2.17.Tipos de elos fusíveis


Os elos fusíveis de expulsão podem ser do tipo K (rápidos), T (lentos) ou H (alto surto). Os
elos de tipo K e T coordenam com outros equipamentos de proteção em uma faixa mais ampla
de corrente, sendo utilizados na proteção de ramais, enquanto que os elos do tipo H são
utilizados na proteção de transformadores de distribuição e rede secundária.
A corrente nominal dos elos tipos K e T é de, aproximadamente, 150% do seu valor nominal,
sendo que para os do tipo H, a corrente é próxima de 100% desse valor. Os fusíveis dos tipos
K e T só começam a operar com valores de corrente iguais ou superiores a 2 vezes o seu
valor nominal, ao passo que os do tipo H iniciam o processo de fusão quando a corrente
atinge 1,5 vezes o seu valor nominal e não operam para sobre-correntes de curta duração
(associadas a descargas atmosféricas) que não representam perigo para o transformador.

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Elos K e T de mesma corrente nominal tem pontos de 300 segundos idênticos, mas tem
diferentes curvas tempo x corrente – os elos tipo T são mais lentos para altas correntes
(observe na figura 25).
Existem duas sequências para os elos tipo K e T em que a coordenação entre eles é garantida,
a dos elos preferenciais, que são 6, 10, 15, 25, 40, 65, 100 e 200, e a dos elos não
preferenciais, os de 8, 12, 20, 30, 50, 80 e 140.

Figura SEQ Figura \* ARABIC 23 – Elos fusíveis

Os fabricantes disponibilizam curvas tempo x corrente dos elos fusíveis, que são utilizadas
para fazer a coordenação dos elos com os demais equipamentos. As curvas mostram uma
faixa de tempo em que os elos irão atuar para determinada corrente, já que não se tem
precisão do tempo exato de atuação. O limite inferior é chamado de tempo mínimo de atuação
e o limite superior de tempo máximo de atuação.

Figura SEQ Figura \* ARABIC 24 - Curvas características de elos tipo K

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Figura SEQ Figura \* ARABIC 25 – Comparação entre as curvas dos elos 20T e 20K

Chave fusível repetidora

2.18.Introdução
Apesar da eficiência da chave fusível, sua operação causada por faltas temporárias muitas
vezes pode gerar longos períodos de interrupção, principalmente no meio rural, pois
dependendo das condições climáticas, do horário e da distância a ser percorrida, o
restabelecimento de energia pode demorar até horas.
Nesse aspecto, a chave fusível repetidora, que agora está começando a ser bastante utilizada,
pode reduzir o número de ocorrências causadas por faltas temporárias, pois pode realizar até
dois RA’s.

2.19.Princípio de operação
A chave fusível repetidora é um dispositivo monofásico de proteção contra sobrecorrentes,
com três operações de abertura (e dois RA’s, portanto), composta de três chaves fusíveis, que
por sua vez, são equipadas com porta-fusíveis. As três chaves fusíveis são montadas lado a
lado em uma mesma ferragem de fixação, sendo interligadas mecânica e eletricamente. Em
função dessa proximidade entre pólos e de outros aspectos que são relevantes para a
interrupção dos arcos elétricos no momento da operação, o conjunto das três chaves está
sujeito aos seguintes limites:
• Capacidade máxima de interrupção: 2 KA
• Elo fusível máximo a ser empregado: 40 T.

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A chave repetidora é equipada com um dispositivo de transferência de carga provido de olhal
semelhante ao do porta-fusível e que permite rearmar manualmente o mecanismo, utilizando-
se vara de manobra, após a sua operação automática.
O lado de fonte da rede deve ser ligado ao barramento de cobre eletrolítico da chave fusível
repetidora, instalado na parte superior do conjunto e que interliga as três unidades ou chaves
fusíveis eletricamente. Por sua vez, o lado de carga deve ser ligado à parte inferior da
primeira chave fusível, o qual é automaticamente conectado às demais chaves ou estágios que
permanecem, em condições normais, como reserva do primeiro.
Os três elos fusíveis, de mesma capacidade, são instalados em cada um dos porta-fusíveis que
são, posteriormente, montados nas bases das chaves do conjunto.
Na ocorrência de um defeito na rede, após a chave repetidora, o elo fusível da primeira chave
é rompido e, automaticamente, o próprio movimento do porta-fusível ao abrir e com um
impacto que é função do seu peso no final do percurso de abertura e , eventualmente, de
outros esforços dinâmicos envolvidos na operação da chave, aciona o dispositivo de contato
móvel que insere o segundo estágio no circuito, mantendo a continuidade do fornecimento de
energia e as condições de proteção.
Caso o defeito na rede seja eliminado (falta temporária), a segunda chave permanece fechada.
De outra forma, se o defeito permanecer, é rompido o elo fusível da segunda chave, e o
terceiro estágio é inserido automaticamente no circuito. Permanecendo o defeito, essa chave
também é aberta e interrompe definitivamente o ramal defeituoso. Nesse caso, será necessária
a intervenção do eletricista.

Figura SEQ Figura \* ARABIC 26 – Chave fusível repetidora e suas principais partes
constituintes

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Figura SEQ Figura \* ARABIC 27 – Esquema de funcionamento da chave fusível
repetidora

2.20.Vantagens da chave fusível repetidora


A tabela abaixo mostra, na prática, a eficiência das chaves fusíveis repetidoras em relação às
convencionais. Foram coletadas informações sobre o número de ocorrências nos últimos
quatro anos de 7 equipamentos, sendo que em 2006, a maioria dessas chaves convencionais
foram substituídos por chaves fusíveis repetidoras. O resultado observado foi uma redução
média de 37% no número de ocorrências depois da substituição.

Tabela SEQ Tabela \* ARABIC 1 – Ocorrências de interrupções dos equipamentos


selecionados

* Ocorrência dos equipamentos enquanto eram chaves fusíveis convencionais

Dessa forma, os principais benefícios esperados com a aplicação da chave repetidora,


em lugar de chaves fusíveis convencionais são:
• melhoria da qualidade do fornecimento, especialmente no que
se refere à continuidade;
• redução no número de deslocamentos para atendimento e
restabelecimento do sistema, com consequente redução nos
custos operacionais e com pessoal especializado e
aumentando o tempo de disponibilidade;
• redução de multas pagas à ANEEL devido a violação de
índices de continuidade;
• maior faturamento da empresa devido a redução de energia
não vendida;

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• maior satisfação dos consumidores, com expectativas de
redução do número de reclamações referentes a interrupções
prolongadas do fornecimento de energia.
Acrescenta-se à relação de vantagens apresentadas, o baixo valor de aquisição da
chave fusível repetidora, comparado ao de outros equipamentos que garantiriam
também essas vantagens, tais como os religadores e seccionalizadores
monofásicos.

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3. Critérios de seletividade, coordenação e aplicação dos
dispositivos de proteção

Introdução

Agora que já foram apresentados todos os equipamentos


utilizados na proteção da rede de distribuição contra
sobrecorrentes, pode-se estudar os critérios de aplicação
e coordenação dos dispositivos.
Apesar de todas as regras que serão apresentadas, deve-
se ter em mente que sempre existem situações em que não
é possível atender a todos os requisitos. Nesses casos
usa-se também o bom senso para fazer a melhor proteção
possível.
A proteção contra sobrecorrentes visa dar ao sistema de
distribuição um alto grau de confiabilidade e segurança.
Os ganhos operativos que podem advir de um projeto de
proteção bem dimensionado são significativos, uma vez
que podem ser reduzidos os tempos de inspeção e
localização de defeitos, reduzindo o tempo total de
restabelecimento. Logo, para um estudo de coordenação
de um determinado sistema, deve-se considerar uma série
de fatores que influenciarão no critério a ser adotado. Tais
fatores são peculiares a cada sistema, e deverão ser
levados em consideração na elaboração do estudo.
Dentre esses fatores, os mais relevantes são: a carga
instalada e a demanda do sistema a ser protegido, o meio
onde se situa o sistema elétrico, extensão do circuito,
probabilidade de ocorrência de defeitos, importância
relativa da carga, critérios econômicos, condições de
segurança, etc.
O crescimento e/ou alterações no sistema elétrico
implicam em revisões e/ou alterações periódicas no
projeto de coordenação, portanto os estudos têm um
caráter dinâmico, de maneira a não comprometer a
qualidade do fornecimento de energia.

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Filosofias da proteção em sistemas de distribuição

2.21.Proteção seletiva
É a proteção projetada e ajustada de tal forma que, para qualquer tipo de falta, atua apenas o
dispositivo de proteção mais próximo ao local da falta, isolando o trecho defeituoso. São
interrompidos apenas os consumidores atendidos pelo trecho que é afetado diretamente pela
falta.
Essa filosofia reduz a frequência de interrupções, ou seja, reduz o FEC2, mas eleva os índices
de DEC3.

2.22.Proteção coordenada
É aquela projetada e ajustada de tal forma a eliminar as faltas transitórias através do
religamento automático do dispositivo de proteção de retaguarda e as faltas permanentes
através da operação do dispositivo mais próximo ao ponto de falta.
No caso de uma falta, haverá operação em curvas rápidas do dispositivo de proteção na
retaguarda (religador) na tentativa de eliminar a falta, caso ela seja transitória. Se a falta
persiste, o elo da chave fusível mais próxima rompe, evitando o bloqueio do religador. Dessa
maneira, os consumidores atendidos pelo religador serão interrompidos momentaneamente, se
a falta for transitória. Se a falta for permanente somente o consumidores atendidos pelo trecho
defeituoso serão interrompidos até o reparo do defeito.
A proteção coordenada reduz os índices do DEC, mas eleva os índices do FEC.

2.23.Principais fatores que influenciam na escolha da filosofia de


proteção
A filosofia de proteção relaciona-se diretamente com as características da carga a ser
atendida. Além disso, deve-se levar em conta os dados apresentados na tabela seguinte:

Tabela SEQ Tabela \* ARABIC 2 – Defeitos em redes de distribuição

A partir dos dados apresentados, pode-se concluir que a maioria das faltas são transitórias,
causadas principalmente por descargas atmosféricas e por árvores, animais e objetos
estranhos na rede. Estudos revelam que 70% desses defeitos são eliminados no primeiro
religamento automático, 10% no segundo e outros 10% no terceiro.

2 FEC é um índice relacionado à frequência de interrupção. Quanto mais interrupções e


quanto maior o número de consumidores afetados, maior é o FEC. Não leva em conta a
duração de cada interrupção.
3 DEC é um índice relacionado à duração das interrupções. Quanto maior a duração da
interrupção e quanto maior o número de consumidores afetados, maior é o DEC.

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A proteção coordenada permite o restabelecimento automático do circuito eliminando, assim,
a maioria das faltas. Entretanto, esse tipo de proteção não é adequado a todos os circuitos,
exigindo assim, a proteção seletiva.

2.8. Níveis de continuidade de fornecimento


O grau de continuidade do fornecimento de energia, é função do tipo, importância e
características da carga atendida. Consumidores especiais como hospitais, bancos, indústrias,
centros comerciais entre outros, exigem um grau de continuidade elevado, sendo então a
proteção seletiva a mais ideal. Já para consumidores comuns o grau de continuidade é menor,
o que justifica o uso da proteção coordenada.
Sendo assim, é possível definir o tipo de proteção a ser adotada, se seletiva ou coordenada.

2.9. Características do alimentador e da carga a ser atendida


Em alimentadores extensos, geralmente os que alimentam o meio rural, com uma grande área
de exposição, é importante a utilização da filosofia de proteção coordenada entre os
dispositivos de proteção instalados na saída e ao longo do alimentador, pois se evita o
deslocamento de pessoal para o restabelecimento do fornecimento de energia quando da
ocorrência de caráter transitório.
Por outro lado, em alimentadores com menor extensão, os urbanos, atendendo a cargas mais
concentradas, a adoção da filosofia de proteção seletiva pode significar uma melhor qualidade
de fornecimento, evitando interrupções momentâneas de energia e preservando os processos
de consumidores com cargas mais sensíveis, sem causar transtorno aos demais.

2.10. Concentração populacional

Grandes concentrações populacionais proporcionam a existência e disponibilidade de maiores


recursos de comunicação e exige melhores recursos operativos, propiciando intervenções para
os consumidores que não atingidos diretamente pela falta. Dessa maneira, em conjuntos de
consumidores onde haja uma alta concentração populacional pode ser recomendável a
adoção da filosofia de proteção seletiva.
Em localidades de pequena concentração populacional ou situadas a longas distâncias das
sedes de controle do sistema, poderá ser recomendada a filosofia de proteção coordenada,
diminuindo, assim, deslocamentos onerosos, diminuindo o tempo de restabelecimento.

Zonas de proteção

Zona de proteção de um dispositivo é a área em que a ocorrência de qualquer tipo de falta é


capaz de sensibilizá-lo. Uma vez sensibilizados, os equipamentos irão operar de acordo com
suas características de funcionamento.
A próxima figura exemplifica as zonas de proteção ao longo de um alimentador:

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Figura SEQ Figura \* ARABIC 28 – Zonas de proteção dos dispositivos de proteção

Aqui algumas observações devem ser feitas. Os religadores têm zonas de proteção diferentes
por possuírem ajustes diferentes. Também deve-se observar que toda a zona de proteção do
seccionalizador S está dento da zona de proteção de R2. Isso porque o seccionalizador não
tem a capacidade de interromper sozinho uma corrente de falta, necessitando da operação do
religador na retaguarda.
Além disso, para uma falta que ocorra, simultaneamente, dentro das zonas de R3 e F2, é
possível obter uma proteção coordenada, dependendo dos ajustes dos equipamentos
envolvidos. Já para uma falta somente na zona de F2, apenas esse equipamento irá atuar,
caracterizando uma proteção seletiva.
Também é importante ressaltar que nenhum ponto do circuito deve estar fora de alguma zona,
ficando desprotegido.

Proteção contra danos a condutores e equipamentos

Em um estudo de coordenação, sempre deve-se verificar a proteção do condutor, para


qualquer dispositivo de proteção utilizado, uma vez que, a duração e a grandeza da corrente
de falta, a seção e o tipo de condutor no circuito determina a reação dos condutores aos
esforços elétricos.
Todo dispositivo de proteção deverá operar em suas curvas de maior tempo mais rapidamente
que os tempos permitidos pelas curvas de dano do condutor. Quando a proteção é realizada
através de religamentos automáticos, deve-se ter em mente que esses religamentos causam
aquecimentos sucessivos no condutor. Portanto, nesses casos, deve-se considerar a curva
acumulada do dispositivo de proteção, ou seja, o tempo acumulado de todos as operações
rápidas e temporizadas.
Se a curva tempo x corrente, acumulada ou não, de um dispositivo de proteção fizer
interseção com a curva de dano do condutor, então através desse ponto será determinado o
valor máximo de corrente de curto que o dispositivo deve suportar.
Quanto aos transformadores, eles possuem proteção no lado de alta tensão através de chaves
fusíveis. A proteção deve ser tal que isole o transformador defeituoso, afetando poucos
consumidores e não causando repercussão na rede de distribuição. O elo fusível protege o

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transformador contra faltas no secundário e faltas internas a ele. O dimensionamento do elo é
feito em função da potência do transformador e está mostrado nas tabelas seguintes:

Tabela SEQ Tabela \* ARABIC 3 – Elo fusível para transformadores trifásicos

Potência do trafo (KVA) Elo fusível


15 1H
30 2H
45 3H
75 5H
112,5 6K
150 8K
225 12K

Tabela SEQ Tabela \* ARABIC 4 – Elos fusíveis para transformadores monofásicos

Potência do trafo (KVA) Elo fusível

Ligação Ligação
fase-neutro fase-fase
5 1H 1H
10 2H 1H
15 3H 2H
25 5H 3H
37,5 6K 5H

Critérios para a aplicação dos dispositivos

Com base no que foi dito no item anterior, deve-se fazer a escolha dos locais para a instalação
dos equipamentos, de acordo com os critérios a seguir.

2.24.Proteção de alimentadores na Subestação


Todos os alimentadores devem ser protegidos na saída da subestação por disjuntores ou
religadores. A escolha do equipamento a ser utilizado depende, principalmente, dos valores de
corrente de curto-circuito e dos valores e características da corrente de carga. O esquema de
proteção adotado para um determinado circuito também pode influenciar na escolha do
equipamento.

2.11. Proteção com religadores


É recomendada a utilização de religadores quando o nível de curto-circuito for inferior a 6KA
e adotada a filosofia de proteção do tipo coordenada, uma vez que o dispositivo de retaguarda
é mais solicitado. Os religadores que podem ser usados são os do tipo 6H, R, W, KF, KFE e
ES105. A bobina série deve ser dimensionada levando em consideração a necessidade de

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coordenação com os equipamentos ao longo do circuito (equipamentos de linha) e a
capacidade desta bobina funcionar em regime de sobrecarga.

2.12. Proteção com disjuntores

Os disjuntores são especificados quando o nível de curto-circuito ultrapassar o limite máximo


suportável pelos religadores. Além disso, os disjuntores precisam de manutenção após um
pequeno número de operações. Por isso recomenda-se o uso de disjuntor, quando a filosofia
de proteção é seletiva.
As curvas características dos relés de sobrecorrente geralmente utilizadas são as de tempo
muito inversas, pois são as que permitem, na maioria dos casos, a melhor faixa de
coordenação com os dispositivos de linha.
A tabela seguinte indica os parâmetros orientativos para se proceder à escolha entre a
instalação de religador ou disjuntor na SE.

Tabela SEQ Tabela \* ARABIC 5 – Parâmetros orientativos para a escolha do


equipamento de proteção na SE

2.25.Proteção de alimentadores ao longo do circuito


Para fazer a proteção ao longo dos alimentadores são utilizados os religadores, os
seccionalizadores, as chaves fusíveis e as chaves fusíveis repetidoras.

2.13. Tronco do alimentador

No tronco4 do alimentador geralmente instala-se religadores ou seccionalizadores para dividir


as zonas de proteção com a proteção da subestação, evitando assim que determinadas áreas
que não foram afetadas pela falta sofram interrupções momentâneas ou até mesmo
permanentes. A instalação desses equipamentos, em alimentadores longos, muitas vezes é
feita na conversão de rede de distribuição urbana – RDU – para rede de distribuição rural –
RDR. Dessa forma, se ocorrer uma falta no trecho rural, o que acontece com mais frequência,
os consumidores urbanos sofrerão no máximo algumas interrupções momentâneas,
dependendo da filosofia de proteção. Além disso, a instalação desses equipamentos ajuda na
localização do defeito, pois apenas o trecho que está mais próximo da falta será interrompido
e então as equipes de campo podem concentrar sua busca numa área menor.
O uso de chave fusível no tronco do alimentador nunca é recomendado, exceto no caso de
conversão de Rede de Distribuição Subterrânea – RDS – para Rede de Distribuição Aérea –
RDA – ou vice-versa. Isso porque em RDS não se pode ter religamento automáticos, uma vez
que a rede, por ser subterrânea, está protegida de faltas transitórias.

2.14. Derivações do tronco do alimentador

Todas as derivações do tronco devem ser protegidas por algum equipamento de proteção, que
pode ser uma chave fusível, uma chave fusível repetidora, um seccionalizador ou até mesmo
um religador. Caso a derivação não tenha proteção, ela torna-se parte do tronco, aumentando
sua área de exposição e consequentemente a chance de ocorrer alguma operação de seus
equipamentos.
Quando a derivação alimenta somente um transformador e sua extensão for superior a 150m
para RDU ou 500m para RDR, então, além da chave que está na derivação deve-se instalar
4 Tronco do alimentador é a parte principal do alimentador, de onde saem todas as derivações.
Geralmente os fios condutores tem seção grande, pois tem que suportar grandes cargas.

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uma chave fusível no transformador. Caso contrário, a chave fusível do transformador poderá
ser instalada na derivação, protegendo-a assim como o transformador. Nesse caso a chave
fusível é chamada de chave deslocada.
O dimensionamento do elo deve obedecer os seguintes critérios:
• O elo deve suportar a máxima corrente de carga, já prevista a corrente
adicional devido a alguma manobra, quando for o caso.
• A corrente nominal do elo deve ser no máximo um quarto da corrente
mínima de curto-circuito fase-terra do trecho protegido por ele, inclusive
o trecho para o qual ele é proteção de retaguarda.

As tabelas seguintes mostram um resumo dos critérios utilizados para instalação dos
equipamentos de linha.

Tabela SEQ Tabela \* ARABIC 6 - Critérios orientativos para instalação de


dispositivos de proteção em RDU

CF – Chave fusível CFR – Chave fusível repetidora

Tabela SEQ Tabela \* ARABIC 7 – Critérios orientativos para instalação de dispositivos


de proteção em RDR

CF – Chave Fusível CFR – Chave Fusível Repetidora


(1) – Circuito Monofásico (2) – Circuito Trifásico

Coordenação entre os equipamentos de proteção

Depois de analisado as características do local, da carga, entre outros, e definida a filosofia de


proteção, assim como os locais de instalação dos equipamentos e suas respectivas zonas de
proteção, tem-se que fazer a coordenação entre esses equipamentos. O objetivo da
coordenação é fazer com que sempre que houver alguma falta, o número de consumidores
desligados e o tempo de operação sejam os menores possíveis.

2.26.Coordenação entre elos fusíveis


A coordenação entre diferentes fusíveis é realizada através de suas curvas de tempo e corrente
disponibilizadas pelos fabricantes. Nesse tipo de proteção, por norma, o tempo total de
interrupção do elo protetor (situado entre o defeito e o dispositivo protegido) não deve
exceder a 75% do tempo mínimo de fusão do elo protegido (situado entre o dispositivo
protetor e a fonte) ou de retaguarda.
Não se deve colocar elevado número de elos fusíveis em série, porque isso compromete a
coordenação seletiva do sistema. Neste caso, deve-se reduzir a quantidade de elos ou optar
pela instalação de um religador ou seccionalizador.
Também deve-se evitar a utilização de elos 6K e 6T para a proteção de ramais em virtude da
sua sensibilidade para descargas atmosféricas e também porque alguns transformadores

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utilizam esses elos como proteção. Prefere-se a utilização de elos 10K, ou até mesmo, elos de
15K, pois além de menos sensível a oscilações transitórias correntes, estes elos ampliam a
faixa de coordenação com os elos de transformadores e com religadores instalados a
montante.
Em pontos muito distantes da fonte, deve-se analisar criteriosamente o valor do curto-circuito
fase-terra mínimo, pois este pode ser de pequena intensidade e não ser visto pelas proteções
do alimentador caso o elo instalado seja superior ao 6K.
Como já foi dito anteriormente, o uso da sequência de elos preferenciais ou não preferenciais
garante a coordenação entre os elos, ou seja, o tempo máximo de fusão de um elo é no
máximo 75% do tempo mínimo de fusão de um elo imediatamente superior (respeitando as
sequências). Entretanto, pode se fazer a coordenação com o auxílio das tabelas seguintes, em
que os números apresentados são os valores máximos de corrente, em A, em que existe
coordenação.

Tabela SEQ Tabela \* ARABIC 8 – Coordenação entre os elos tipo K

Tabela SEQ Tabela \* ARABIC 9 – Coordenação entre elos tipo T

2.27.Coordenação entre religador e elo fusível


Para fazer a coordenação entre religador e elo fusível deve-se levar em conta a filosofia de
proteção adotada, se é seletiva ou coordenada.

2.15. Proteção coordenada

Para haver coordenação entre religador e elo fusível, duas condições tem que ser satisfeitas:
1) Para todos os valores de correntes de falhas possíveis dentro da zona de proteção do elo
fusível, o tempo mínimo de fusão do elo deve ser maior ou igual que o tempo de abertura do
religador na curva rápida, multiplicado por um fator K (tabela 10) característico do religador,
que varia em função do número de operações rápidas ajustado no religador e do tempo de
religamento do circuito; 2) O tempo máximo de interrupção do elo fusível principal deverá
ser menor ou igual ao tempo de operação do religador na curva temporizada (B ou C),
multiplicado pelo fator K, sendo K = 0,7.
Tabela SEQ Tabela \* ARABIC 10 – Fator multiplicador K

Resumindo,
• Tempo mínimo do fusível Tempo de operação do religador na curva
rápida x K;
• Tempo máximo do fusível Tempo de operação do religador na curva
lenta x 0,7.
Satisfazendo essas condições, o religador irá operar antes do fusível na tentativa de
eliminar faltas transitórias. Se a falta for permanente, o fusível rompe antes do
bloqueio do religador.

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Também deve-se levar em conta que, quando o elo fusível for de uma chave fusível
repetidora a filosofia de proteção for seletiva, pode ocorrer até quatro RA’s, (2 RA’s
no religador e 2 RA’s na chave) dependendo dos ajustes do religador de retaguarda
e do elo adotado. Dependendo da grandeza da sobrecorrente e do cabo por onde
circula, esses RA’s causam um aquecimento excessivo no cabo, o que não é
desejável.

2.16. Proteção seletiva

Quando a proteção é seletiva, geralmente os religadores não possuem curvas rápidas. Sendo
assim a condição de coordenação é igual à segunda condição da proteção coordenada.
Caso exista curva rápida no, tanto o fusível quanto o religador poderão atuar.

2.17. Coordenação com proteção de terra

O elo fusível também deve coordenar com a proteção de terra, caso exista, do religador. Nesse
caso a curva do elo não deve cruzar a curva da proteção de terra do religador.
A coordenação com a proteção de terra às vezes se torna difícil de fazer para toda a faixa de
corrente de curto. Nesses casos deve-se que optar por elos que coordenam na maior faixa de
corrente possível.

2.28.Coordenação entre religadores


Essa coordenação pode ser obtida através da pesquisa da curvas de tempo x corrente
fornecida pelos fabricantes dos religadores, e deve obedecer a regra seguinte: Para a máxima
corrente de falta no ponto de instalação do religador, as curvas temporizadas dos religadores
devem distar entre si de no mínimo 0,2 segundos, com o religador protetor atuando antes que
o religador de retaguarda. Se o intervalo de tempo de 0,2 segundos não tiver sido alcançado,
pode-se alterar a seqüência de operações do religador de retaguarda de 2A2B (duas operações
na curva rápida A e duas na curva temporizada B) para 1A3C (uma operação na curva rápida
A e três na curva temporizada C) para solucionar esse problema.
Deve-se observar que a regra acima não exclui a possibilidade dos religadores atuarem
simultaneamente nas curvas rápidas, o que, todavia, não compromete a coordenação do
sistema.
Se os equipamentos de proteção forem religador-religador-fusível, no sentido de afastamento
da subestação, é comum coordenar inicialmente religador com religador, e posteriormente
coordenar religador mais afastado da subestação com o fusível.
Então,
Tempo do religador protegido Tempo do religador protetor + 0,2 s.

2.29.Coordenação entre relé e religador


Nessa coordenação o religador é instalado na zona de proteção da unidade temporizada do
relé.
Os relés de fase e de neutro da unidade instantânea são ajustados em função da máxima
corrente de curto trifásico e fase-terra, respectivamente, no trecho onde o disjuntor é proteção
de retaguarda. Os relés de fase e de neutro da unidade temporizada são ajustados para permitir
que o religador complete seu ciclo de operação antes que o relé possa atuar. Para que isso
ocorra, é necessário que a corrente mínima de atuação do religador seja igual ou menor que a
corrente de atuação do relé e a curva acumulada do religador, isto é, a soma dos tempos de
operação mais os tempos de religamentos durante o ciclo de operação, esteja abaixo da curva
do relé em toda a faixa de coordenação em pelo menos 0,2s.

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Se a curva acumulada do religador interceptar a curva do relé ou estiver acima do intervalo de
0,2s, deve-se optar por outros ajustes para o relé ou para o religador
Logo,
Curva de tempo acumulado do religador curva do relé + 0,2s

2.30.Coordenação entre relé e elo fusível


Os ajustes nas unidades instantâneas e temporizadas do relé de sobrecorrente a serem
implementados devem considerar o tipo de equipamento que é utilizado a jusante do
disjuntor-relé.
Essas unidades podem ser ajustadas segundo dois modelos:
F 0F 0
B 72 0 MODELO 1 : As unidades temporizadas e instantâneas cobrindo toda a zona para qual o
disjuntor é proteção de retaguarda, ou seja, até o ponto C da figura 29.
F 0F 0
B 72 0
MODELO 2 : A unidade temporizada cobrindo a zona para a qual o disjuntor é proteção
de retaguarda (até o ponto C da figura 29) e a unidade instantânea cobrindo somente a zona
na qual o disjuntor é proteção primária (até o ponto B da figura 29).

Figura SEQ Figura \* ARABIC 29 – Zonas de proteção de um alimentador

2.18. Modelo 1
Nesse modelo, as unidades temporizadas e instantâneas dos relés cobrem até o ponto C (Zona
2), como mostra a figura 30. É normalmente adotado para alimentadores rurais, sendo
indispensável a utilização do relé de religamento no disjuntor com bloqueio da unidade
instantânea durante os religamentos.
Esse modelo de ajuste permite coordenar os relés da subestação com os elos fusíveis
instalados em pontos situados dentro da zona de proteção na qual o disjuntor é proteção de
retaguarda.
Para defeitos no trecho BC, a unidade instantânea atua desligando o disjuntor antes de fundir
o elo fusível; em seguida, o disjuntor rearma acionado pelo relé de religamento, sendo que
nesse período a unidade instantânea do relé de sobrecorrente fica bloqueada.

Figura SEQ Figura \* ARABIC 30 – Zonas de proteção para o Modelo 1

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Caso o defeito e desapareça (falta transitória), a alimentação é restabelecida. Entretanto, se o
defeito persistir (falta permanente), o relé de sobrecorrente opera na unidade temporizada, a
qual possui tempos de operação superiores aos tempos de fusão do elo, e portanto, ocorre a
abertura da chave fusível, isolando assim o trecho BC.
O ajuste da unidade temporizada do relé de sobrecorrente deve obedecer aos seguintes
critérios:
A) Relé de fase da unidade temporizada – O tape ou a corrente de atuação de fase deve ser
superior a 150% da máxima corrente de carga no ponto A e inferior a mínima corrente de
curto-circuito fase-fase na Zona 2 (no ponto C).
A seletividade está assegurada quando os ajustes de corrente e tempo da unidade instantânea
forem tais que a curva característica de tempo x corrente do relé de fase esteja no mínimo 0,2
segundos acima da curva de máximo tempo de interrupção do elo fusível para a corrente de
curto-circuito do ponto de coordenação.
• 150 % Icarga(máx) no ponto A Iatuação (fase) Icc fase-faseF2 00 (min) na
Zona 2 e
• Tempo de atuação do relé Tempo de atuação do fusível + 0,2s
B) Relé de neutro da unidade temporizada - A corrente de atuação de neutro deve
ser superior a 200% da máxima corrente de desequilíbrio de fase para o neutro no
ponto A e inferior a mínima corrente de curto-circuito fase-terra na Zona 2 (no ponto
C).
• 200 % Ineutro(máx) no ponto A Iatuação (neutro) I ccF2 00 fase-terra (min) na
Zona 2

C) Relé de fase da unidade instantânea - A corrente instantânea de fase deve ser superior a
200% da máxima corrente de carga no ponto A e inferior a mínima corrente de curto-circuito
fase-fase na Zona 2 (no ponto C).
• 200 % Icarga(máx) no ponto A Iatuação (fase) Icc fase-fase(min) na Zona
2

D) Relé de neutro da unidade instantânea - A corrente instantânea de neutro deve ser superior
a 200% da máxima corrente de desequilíbrio de fase para o neutro no ponto A e inferior a
mínima corrente de curto-circuito fase-terra na Zona 2 (no ponto C).
• 200 % Icarga(máx) no ponto A Iatuação (neutro) Icc fase-terra (min) na
Zona 2

2.19. Modelo 2

Para esse modelo, as unidades temporizadas cobrem até o ponto C, zona para qual o disjuntor
é proteção de retaguarda, enquanto que as unidades instantâneas cobrem a Zona 1 (até o
ponto B), para qual o disjuntor é a proteção primária, como mostra a figura 31. É
normalmente adotado para alimentadores urbanos.

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Figura SEQ Figura \* ARABIC 31 – Zonas de proteção para o modelo 2

Os relés devem ser ajustados de acordo com os seguintes critérios:


A)Relé de fase da unidade temporizada – o ajuste é semelhante ao da unidade temporizada
descrito para o modelo 1.
• 150 % Icarga(máx) no ponto A Iatuação (fase) Icc fase-faseF2 00 (min) na
Zona 2 e
• Tempo de atuação do relé Tempo de atuação do fusível + 0,2s

B)Relé de neutro da unidade temporizada - A corrente de atuação de neutro deve ser


superior a 20% da máxima corrente de carga e inferior a mínima corrente de curto-
circuito fase-terra no ponto C.
• 20 % Icarga(máx) Iatuação (neutro) I ccfase-terraF2 00 (min) no ponto C

C) Relé de fase da unidade instantânea – A corrente de atuação de fase deve ser superior à
máxima corrente de curto trifásico no ponto B da figura 31.
• Iinstantânea (fase) > Icc trifásico (max) no ponto B

D) Relé de neutro da unidade instantânea - A corrente instantânea de neutro deve ser superior
à máxima corrente de curto-circuito fase-terra no ponto C da figura 31.
• Iinstantânea (neutro) > I cc fase-terra (max) no ponto B

2.31.Coordenação entre religador e seccionalizador


O seccionalizador é o equipamento de proteção mais apropriado para a coordenação com o
religador, uma vez que a coordenação existe para toda a faixa de correntes de falta existente,
o que não ocorre com o elo fusível. Como os seccionalizadores não atuam segundo curvas de
tempo-corrente, sua coordenação com o religador de retaguarda é assegurada apenas pela
coerência entre a corrente nominal do religador e a corrente nominal do seccionalizador.
Para que haja coordenação entre religadores e seccionalizadores devem ser obedecidos os
seguintes critérios:
• O religador deve ser sensível às correntes mínimas de falta na zona de
atuação do seccionalizador e este também deve estar dotado de
sensibilização para estas correntes, sendo que o seccionalizador com
controle hidráulico tem corrente de atuação de 160% do valor nominal

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da bobina série e o com controle eletrônico atua com 100% do valor
nominal;
• Seccionalizadores com disparo de terra (trifásicos) exigem emprego de
religadores também dotados desses dispositivos;
• Seccionalizadores trifásicos exigem religadores trifásicos com abertura
simultânea trifásica;
• O tempo de memória do seccionalizador deve exceder o tempo
acumulado total do religador;
• O número de contagens do seccionalizador deve ser inferior ao número
de aberturas para desarme do religador (normalmente é utilizado uma
contagem a menos);
• A corrente de mínima de atuação do seccionalizador deve ser, no
máximo, 80% da corrente de disparo do religador, tanto para fase como
para terra. Em seccionalizadores sem dispositivos de sensibilização
para defeitos a terra, utilizadas com religadores que têm este
acessório, pode-se utilizar correntes menores para atuação do
seccionalizador.

2.32.Coordenação entre religador, seccionalizador e elo fusível


Nesse caso, utilizam-se os critérios de coordenação entre religador e seccionalizador e entre
religador e elo fusível, mas observando o comportamento desses três equipamentos na
ocorrência de uma falta na zona de proteção mútua.
A próxima figura mostra o caso em que o religador é programado para 2 operações rápidas e
2 operações temporizadas, que é a sequência mais aconselhável para este equipamento. Nessa
situação, espera-se que o religador extinga as faltas temporárias nas operações rápidas e que
ocorra a fusão do elo em faltas permanentes antes da primeira operação temporizada do
religador, impedindo a terceira contagem e conseqüente abertura do seccionalizador. No
entanto, no momento da fusão do elo, apesar do religador não interromper o circuito, se a
corrente de cara atingir valores inferiores a 40% da corrente de atuação para seccionalizador
hidráulico e 50% para o eletrônico, o seccionalizador efetuará a terceira contagem e abrirá o
circuito.

Figura SEQ Figura \* ARABIC 32 – Operações do elo fusível e do seccionalizador para


um religador ajustado para duas operações rápidas e duas lentas

Para resolver esse problema, o seccionalizador deve ser equipado com acessório restritor por
tensão ou restritor por corrente que impeçam a efetuação de uma contagem do
seccionalizador enquanto houver tensão ou corrente de linha.
Entretanto, se o seccionalizador não estiver equipado com o restritor por tensão ou corrente,
o ciclo de operação do religador deve ser alterado para uma operação rápida e três

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temporizadas, como mostra a próxima figura. Dessa forma a fusão do elo ocorrerá na primeira
operação temporizada do religador e o seccionalizador efetuará duas contagens apenas,
garantindo a coordenação para faltas permanentes na zona de proteção mútua.

Figura SEQ Fi33 – Operações do elo fusível e do seccionalizador para um religador


ajustado para uma operação rápida e três lentas

Aplicações práticas

4.
Introdução

Depois da teoria que foi apresentada, pode-se descrever brevemente como um


estudo de coordenação é realizado no ACO, levando-se em conta todos os critérios
apresentados e as ferramentas utilizadas.

Ferramentas utilizadas

A CEMIG dispõe de uma série de softwares que são muitos úteis no estudo da
coordenação da proteção. Entre eles estão o Gemini e o PlotCoord.
O Gemini é um programa desenvolvido pela CEMIG em que é possível
visualizarmos todo seu sistema de distribuição. Através dele pode-se verificar quais
são os níveis de curto circuito máximo e mínimo, trifásico e fase-terra em qualquer
local do sistema. Esses valores de curto-circuito também são calculados através do

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computador, com programas específicos. Além disso, no Gemini, tem-se acesso a
informações de ajustes de equipamentos instalados, correntes de carga calculada,
características físicas de postes, como altura, características dos fios condutores de
média e baixa tensão, número de consumidores em determinado equipamento, etc.
É uma ferramenta essencial para o estudo da coordenação.
O PlotCoord, que também foi desenvolvido pela CEMIG, é um programa em que tem
um ambiente para análise gráfica da coordenação, ou seja, as curvas tempo x
corrente dos equipamentos são desenhadas na tela do computador, o que permite
fazer a análise da coordenação. Existe ainda, um programa disponível na internet,
no endereço <http://www.sandc.com/support/tools/coordinaide.asp>, em que é
possível visualizar curvas de equipamentos e fabricantes variados.
A internet também é uma importante ferramenta, onde pode-se pesquisar dados de
equipamentos em sites de fabricantes. Além disso, usa-se com frequência o Google
Maps, disponível no site <http://maps.google.com.br> que permite visualizar as
características de uma região ou mesmo se existe acesso a determinado local onde
pretende-se instalar algum equipamento.
A Cemig também possui uma rede intranet, a Cemignet, em que é possível ter o
acesso a vários outros setores da empresa, além de portais como CONINT,
CONMAN e o CONDIS – Controle de Interrupções, Manutenção e Distribuição,
respectivamente. Esses portais geram relatórios que são muito úteis para a análise
de aplicações dos equipamentos. O CONINT, por exemplo, gera relatórios de
interrupções, que mostram o número, causas e duração de ocorrências em
determinado equipamento.
Outra ferramenta importante é o pacote Microsoft Office, sendo os programas mais
utilizados o Word, Excel, Access, PowerPoint e o Outlook. Esses programas são
úteis porque facilitam o gerenciamento de informações. Com o Access pode-se criar
banco de dados com informações de equipamentos e serviços. No o Excel faz-se
planilhas e gráficos com dados, por exemplo, do CONINT.

Estudos de coordenação

A necessidade de análise da coordenação da proteção, no ACO, provém das


alterações tanto na rede como nos equipamentos. Sendo assim, todo projeto de
modificação ou construção de rede de distribuição, necessita de aprovação quanto a
coordenação da proteção. Do mesmo modo, sempre que um equipamento é
relocado, ou um dispositivo novo é instalado, também precisa ser aprovado.
Muitas dessas alterações de equipamentos, são requisitadas pelo próprio ACO, às
vezes como medida preventiva e outras como corretiva. Sendo assim, antes de
solicitar o serviço, já é realizada a análise da coordenação.
Entre as medidas preventivas, tem-se o plano de ação de instalação de chaves
fusíveis repetidoras no lugar de chaves fusíveis convencionais com elevado número
de ocorrências no último ano. São 485 chaves repetidoras para serem instaladas, no
plano de ação, em 2009 na região centro do estado de Minas.

2.33.Instalação e coordenação de equipamentos


Para solicitar um serviço como, por exemplo, instalação de equipamentos, troca de elo fusível
entre outros, utiliza-se um documento chamado Nota de Serviço – NS. Na NS informa-se o
local, especificações e ajustes do equipamento a ser instalado. Depois de emitida, a NS passa

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por alguns outros setores e é então encaminhada para o pessoal responsável pela instalação
dos equipamentos, que executarão o serviço.
Para instalar um equipamento, primeiro deve-se encontrar um local adequado, considerando
os critérios de aplicações já apresentados. Nem sempre é fácil encontrar um local, uma vez
que os dispositivos tem critérios para a instalação que levam em conta a situação física do
poste, como altura, seção dos condutores e a estrutura. Esses critérios são estabelecidos
porque sempre deve-se respeitar as distâncias de segurança entre a parte energizada e a não
energizada do sistema.
A chave fusível repetidora, por exemplo, por ser maior que a chave fusível convencional, é
um equipamento que em determinadas situações pode ser difícil de se encontrar um local para
instalá-la. Em áreas rurais deve-se evitar de mudar os equipamentos de lugar, quando o poste
não tem tamanho adequado, pois às vezes, o novo local é de difícil acesso para as equipes de
campo efetuarem manutenção. Então algumas vezes é necessário ir até o novo local de
instalação para verificar se realmente existe o acesso.
Caso o poste tenha tamanho adequado, às vezes é necessário mudar a estrutura, de maneira
que as distâncias mínimas sejam respeitadas. Entretanto, se não houver a possibilidade de
instalar em outro local ou de mudar a estrutura, então é necessário trocar o poste ou intercalar
um novo poste, com a altura adequada.
Depois de definido o local de instalação, pode-se agora analisar a coordenação da proteção.
Para isso, através do Gemini, coleta-se os dados necessários para se fazer o estudo de
coordenação. As principais informações são: ajustes do equipamento de retaguarda, faixa de
corrente de curto-circuito, número de clientes e a corrente de carga calculada no ponto da
instalação.
Geralmente faz-se uma primeira estimativa do ajuste do novo equipamento, levando em
conta os ajustes do antigo e o de retaguarda. Então analisa-se a coordenação, com a ajuda do
PlotCoord.
Como exemplo, a figura seguinte mostra a coordenação entre um religador e um elo fusível,
de uma chave fusível repetidora.
O religador não tem curva rápida, então pode-se concluir que a filosofia de proteção
adotada é a seletiva. Além disso, o ideal é que os equipamentos estejam coordenados em toda
a faixa de curto possível, que está indicada na figura. Em Icc = 200A, por exemplo, estão
indicado os tempos máximo e mínimo de operação do fusível, que no caso é de 20K. Para o
tempo do religador, que também está indicado na figura, temos a corrente de curto de 200A
acrescido da corrente de carga do religador, uma vez que ele alimenta outros consumidores
além do trecho defeituoso.

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Figura SEQ Figura \* ARABIC 34 – Coordenação entre religador e elo fusível

De acordo com os critérios de coordenação o tempo máximo do fusível deve ser até 70% do
tempo de operação do religador. Logo, para esse valor de corrente de curto existe
coordenação. Para as outras correntes de curto, basta verificar a distância entre a curva de
tempo máximo do fusível e a do religador. Se a distância é igual (na verdade pode ser até um
pouco menor, já que nesse caso o tempo máximo do fusível ainda não alcançou 70% do
tempo religador) ou maior, então também há coordenação entre os equipamentos para as
outras correntes de curto.
Já para a proteção de terra, há um pequeno trecho em que não existe coordenação, uma vez
que as curvas se cruzam. Para resolver esse problema, pode-se diminuir o elo para 15K. O
problema é que quando diminui-se o elo, também deve-se diminuir os elos das chaves que
estão após, de maneira que os equipamentos fiquem coordenados. Os últimos elos ficarão
com valores muito baixos, o que não é desejável. Por isso, em determinadas situações, pode-
se assumir uma pequena faixa em que não há coordenação.
Outro exemplo é dado na figura 35, em que um religador V4H, com três operações na curva
B, é instalado e deseja-se fazer a coordenação com os elos fusíveis que estão após. Os ajustes
do novo religador foram definidos levando em conta a coordenação com o outro religador na
retaguarda. Isso significa que seus ajustes não devem ser alterados.

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Figura SEQ Figura \* ARABIC 35 – Coordenação elo fusível e religador. Situação inicial.

Como pode ser observado na figura, o elo de 20T original não coordena com o religador,
assim como o elo de 12T. Reduzindo os elos, o de 20T ficaria 10T, o de 12T ficaria 6T e o de
8T seria substituído por um by-pass, já que 6T é o elo mínimo. Mas isso significa que as
zonas de proteção das chaves com elos de 8T, agora pertencerão às chaves com os elos de 6T,
aumentando a área de exposição, o que aumenta o número de ocorrências e também o de
consumidores afetados.
Para evitar essa situação, pode-se então instalar um seccionalizador no lugar do elo de 20T e
reduzindo para 10T e 6T os elos das outras chaves (figura 36). Mas antes é necessário
verificar se a capacidade do seccionalizador é compatível com o nível de corrente de curto-
circuito no local onde será instalado.

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Figura SEQ Figura \* ARABIC 36 – Coordenação elo fusível e religador. Situação final.

Se o seccionalizador é adequado, agora deve-se fazer seu ajuste. Como o religador tem três
operações, ele deve ser ajustado para duas. Sua corrente de atuação deve ser 80% da corrente
de atuação do religador, que é de 70A. Então a corrente máxima de atuação do
seccionalizador é 56A. O valor mais próximo padronizado é 54A. Mas nada impede que essa
corrente de atuação seja menor, como por exemplo 27A, desde que a corrente de carga
máxima seja menor.
Muitas outras situações podem ocorrer, e para cada uma delas, um estudo de coordenação
deve ser realizado.

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5. Conclusão

Uma rede de distribuição não é algo simples. É um sistema


complexo e dinâmico que depende de muitos parâmetros.
A proteção contra sobrecorrentes visa proteger o sistema
contra defeitos que ocasionarão grandes danos e ao
mesmo tempo interrompendo o menor número possível de
consumidores, procurando não afetar cargas importantes,
gerando segurança e confiabilidade.
Nesse intuito, foram reunidas e apresentadas neste trabalho grande
parte das informações consideradas como indispensáveis para avaliação de um
sistema de proteção de sobrecorrente, desde o funcionamento e características dos
principais equipamentos utilizados até os principais critérios para seleção, aplicação
e ajuste da seletividade e coordenação destes equipamentos e dispositivos.
Sendo assim, conhecer o conteúdo desse trabalho é essencial para o desenvolvimento de
aplicações práticas, mas não é tudo. A experiência do dia-a-dia é também fundamental. Em
diversas situações essa experiência pode levar a soluções alternativas e igualmente eficientes,
de problemas que a princípio teriam soluções inviáveis. Além disso, cada caso de
coordenação da proteção é diferente, necessitando de um estudo individualizado.
A proteção contra sobrecorrentes está diretamente ligada com a empresa, e mais que isso, está
ligada a todos nós. Por isso a sua importância, já que somos dependentes da energia elétrica,
para a realização de quase todas as nossas atividades diárias.

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6. Referências bibliográficas

VICENTINI, Otávio Henrique Salvi. Proteção de Sobrecorrentes de


Sistemas de Distribuição. Itajubá, MG: UNIFEI, 2003. Disponível em <http://adm-net-
a.unifei.edu.br/phl/pdf/0031178.pdf>. Acesso em 15/05/2009.

CHAVES fusíveis repetidoras - Características, operação e avaliação de desempenho. 02.111-


ED/CE-3057. Belo Horizonte: CEMIG Distribuição S.A., 2007.

PROTEÇÃO Contra Sobrecorrentes em Redes de Distribuição Aéreas. ED – 3.3. Belo


Horizonte: CEMIG Distribuição S.A., 1994.

EINHARDT, Alexandre França - Redes Aéreas de Distribuição. Porto Velho, RO: Instituto
Luterano de Ensino Superior de Porto Velho, 2006. Disponível em <http://
www.ulbrapvh.edu.br/cursos/sist.eletricos/rel_estagio.htm>. Acesso em 15/05/2009.

COORDINAIDE - The S&C Protection and Coordination Assistant – S&C Eletric Company.
Disponível em <http://www.sandc.com/support/tools/coordinaide.asp> Acesso em 27/07/2009
.

INDEL Bauru – Proteção para distribuição de energia. Elos fusíveis. Disponível em <http://
www.indelbauru.com.br/indel/pt/index.php?
acesso=detTextoProduto.php&vars=codproduto_categoria=4>. Acesso em 29/07/2009

LAUDO Técnico – DC/OC. Instalação de chaves fusíveis tipo repetidoras. Belo Horizonte:
CEMIG Distribuição S.A, 2009.

ABB Automation and Power Technologies – Seccionalizador Auto Link. Disponível em


<http://www.abb.com/product/db0003db004279/c125739900636470c125698
30025cc5d.aspx> Acesso em 29/07/2009.

DELMAR – Hubbell Power Systems . Chave fusível repetidora. Disponível em <http://


www.delmar.com.br/produto.asp?ID=76;>. Acesso em 20/07/2009.

NOTAS de aula da disciplina de Sistemas Elétricos de Potência, professor Geraldo do Carmo


– CEFET MG. Belo Horizonte, 2008.

ROCHA, José Antonio Meira da. Modelo de monografia e Trabalho de Conclusão de


Curso (TCC). Documento digital do programa MS Word disponível em <http://
www.meiradarocha.jor.br/ news/ wp-content/ uploads/ 2007/ 09/
modelo_tcc-2006-09-11b.zip>. Acesso em: 13/08/2009.

Site cemig

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4.

5.

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Anexos

Tabela SEQ Tabela \* ARABIC 11 - Máxima capacidade de condução de corrente de


cabos

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Assinaturas

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